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PREVENÇÃO
LISTA DE SIGLAS
°C Grau Centígrado
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
cm Centímetro
DIN Deutsches Institut fur Normung
EC European Community
EN European Standard
EUA Estados Unidos da América g/m3 Grama por
Metro Cúbico IEC International Electrotechnical
Commission IML Instituto Médico Legal kg/cm2
Quilograma por Centímetro Quadrado kg/m3
Quilograma por Metro Cúbico kPa Quilopascal
m/s Metro por Segundo
mg/m3 Miligrama por Metro Cúbico
mJ Milijoule
mppc Milhões de Partículas por Pé Cúbico
NBR Norma Brasileira
NEC National Electrical Code
NEMA National Electrical Manufacturing Association
NFPA National Fire Prevents of Acidents
NR Norma Regulamentadora
O2 Oxigênio
Ohm.cm Ohm vezes Centímetro
OSHA Occupational Safety & Health Administration
PMPR Polícia Militar do Estado do Paraná
III
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................... 2
2.1. Atmosfera Explosiva – Fatores Influentes .......................................................... 2
2.2. Explosões Primárias e Secundárias ..................................................................... 3
2.3. Parâmetros Críticos para Explosões de Poeira .................................................. 6
2.4. Locais de Risco ...................................................................................................... 6
2.5. Normatização .........................................................................................................9
2.6. Procedimentos para Evitar a Explosão por Pó em Suspensão ..........................10
2.6.1. Medidas Preventivas ................................................................................... 11
2.6.1.1. Treinamento de Pessoal ................................................................. 12
2.6.1.2. Limpeza ........................................................................................... 12
2.6.1.3. Sistemas de Captação de Pó ...........................................................13
2.6.1.4. Sistemas para Supervisão de Alinhamento e Sensores de
Velocidade e Obstrução ..................................................................13
2.6.1.5. Termometria ................................................................................... 14
2.6.1.6. Correias ........................................................................................... 14
2.6.1.7. Canecas e Componentes de Plástico ............................................. 14
2.6.1.8. Separador de Metais ...................................................................... 14
2.6.1.9. Manutenção Periódica ....................................................................14
2.6.1.10. Cuidados Com o Uso de Aparelhos de Solda .............................15
2.6.1.11. Ventilação ......................................................................................15
2.6.1.12. Emprego de Corpos Inertes .........................................................16
2.6.1.13. Sistemas de Isolamento de Tubulações às Explosões ................ 17
2.6.1.14. Proteção contra Explosão em Elevadores .................................. 17
2.6.1.15. Discos ou Janelas de Ruptura (Sopros) .....................................18
2.6.1.16. Instalações e Equipamentos Elétricos ........................................ 18
2.6.1.17. Estática e Faísca em Sistemas de Coleta de Pó ..........................19
2.6.1.18. Óleo Mineral ................................................................................. 21
IV
Nas atividades industriais descritas acima há riscos para os trabalhadores, riscos estes
físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. No entanto, dentre os principais riscos observados
em tais instalações, os acidentes causados por incêndios e explosões por poeiras em suspensão
são dos que mais danos trazem ao patrimônio, com perdas irreparáveis inclusive de vidas
humanas, incontáveis dias de paralisação, perda de mercado, de competitividade, o
investimento necessário para colocar novamente em operação o complexo, além das
consequências psicológicas que isto representa no futuro pois, sempre haverá alguém que
participou ou assistiu a catástrofe e que terá dificuldade de conviver com ela novamente.
Neste trabalho será abordado mais especificamente os riscos em unidades de
armazenamento e/ou beneficiamento de produtos agrícolas e fábricas de rações.
As explosões de pós em suspensão são fenômenos de pouca freqüência e talvez por esse
motivo no Brasil existe pouca ou nenhuma bibliografia a respeito do assunto. Entretanto,
quando um efeito desses acontece suas conseqüências são desastrosas e pouco difundidas. Em
razão disso o fenômeno com suas causas e consequências torna apaixonante a busca por
métodos de prevenção.
O presente trabalho tem por objetivos:
a) Abordar os riscos de explosão de pó em grãos de cereais e derivados,
b) Levantamento e análise de possíveis formas de prevenção,
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2. REVISÃO DA LITERATURA
Uma breve explanação faz-se necessária sobre como se forma uma atmosfera
explosiva, que consequências são geradas a partir de uma detonação, os fatores influentes e os
locais potenciais de riscos a explosões, em se tratando de unidades armazenadoras e/ou
processadoras de grãos agrícolas.
farelos. As poeiras não tendem a flocular, a não ser sob ação de forças eletrostáticas.
Elas se depositam pela ação da gravidade. São encontradas em dimensões perigosas
que vão de 0,5 a 10 microns. São expressas em mppc – milhões de partículas por pé
cúbico de ar, g/m3 ou mg/m3 de ar.
• Oxigênio, facilmente disponível na maior parte das operações industriais.
• Concentração mínima de pó misturado no ar. É a quantidade de material em
suspensão dentro de uma faixa passível de explodir, definida como Limites de
Explosividade Superior e Inferior. Abaixo ou acima destes limites não ocorre a
explosão. Quanto mais fino o pó, maior o poder de deflagração e maior a velocidade
da mesma.
• Pó seco: quanto maior a umidade do material bem como a do ar mais difícil se
torna a deflagração do mesmo, pois a água residual ao evaporar, empobrece o
ambiente, deslocando o oxigênio existente. Quanto mais seco, porém, mais suscetível
fica.
• Uma Fonte de Ignição, gerada por um uma chama qualquer, uma faísca de
solda, combustão espontânea, faíscas por fricção – atrito entre partes metálicas, ou
riscos eletrostáticos inerentes do processo de produção ou de elementos do transporte
pneumáticos.
• Um Espaço Confinado: a maior parte das operações industriais se dá em
espaços fechados.
Se for eliminado um dos fatores acima, a explosão por pó não ocorrerá. (FENWAL
PROTECTION SYSTEMS, 2003).
Os incêndios ocorrem com todas as poeiras combustíveis, porém, para que tal aconteça
é necessário que a quantidade de material combustível seja muito grande e as partículas
tenham pouco espaço entre si, impedindo um contato direto e abundante com o oxigênio do ar.
A poeira depositada ao longo do tempo nos mais diversos locais da planta industrial,
quando agitada ou colocada em suspensão e na presença de uma fonte de ignição com energia
suficiente para a primeira deflagração, poderá explodir, causando vibrações subseqüentes pela
onda de choque; isto fará com que mais pó depositado entre em suspensão e mais explosões
aconteçam, cada qual mais devastadora que a anterior, causando prejuízos irreversíveis ao
patrimônio, paradas no processo produtivo e o pior, vidas são ceifadas ou perdem sua
capacidade elaborativa parcial ou total de forma temporária ou permanente.
A mudança de incêndio para explosão pode ocorrer facilmente, desde que poeiras
depositadas nas cercanias do fogo, sejam agitadas, entrem em suspensão, ganhem
concentração mínima e, como o local já está com os ingredientes necessários, o próximo passo
é o desencadeamento das subseqüentes explosões. Ao contrário, se as poeiras em suspensão
causarem uma explosão, as partículas de poeira que estão queimando saem da suspensão e
espalham o fogo. Nestes termos os danos podem ser consideravelmente maiores. São as
explosões secundárias.
A explosão de pó gera três efeitos: ondas de choque (expansão rápida), radiação
térmica (incêndio) e fragmentação (mísseis). As pressões geradas são grandes – uma pressão
de 35 a 50 kPa, por exemplo, é capaz de destruir uma casa. Para que seja fatal a um ser
humano, seria preciso uma pressão de 100 a 175 kPa. Se o pó for leve a ponto de flutuar terá
então maior probabilidade de encontrar uma fonte de ignição. Pós com diâmetro inferior a 200
micra, por exemplo, podem atingir 1,2 m/s em velocidade de queda. (APTS, 2002, p. 7).
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suficiente para dar origem a uma faísca. Impactos de ferramentas de aço contra objetos de
ferro ou aço, pisos ou paredes de concreto, pedras, objetos de ligas de alumínio ou magnésio,
seja este impacto voluntário ou acidental pode originar faíscas. (SCHUTH; PALASIO, 2004).
1 Há históricos de que já ocorreram explosões em colheitadeiras, tidas como de causas desconhecidas. Uma das
hipóteses prováveis é que ocorreu ali uma explosão do pó em suspensão dentro do recipiente de armazenagem
dos grãos na colheitadeira.
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2.5. NORMATIZAÇÃO
atmosferas explosivas. Treinamentos devem sempre ser feitos para não fugir da memória os
riscos de uma explosão por pó em suspensão.
2.6.1.2. LIMPEZA
Fazer uso contínuo dos sistemas de captação de pó ao longo do trajeto dos grãos na
unidade, como:
a) Nos elevadores, próximo à parte inferior, e um ou mais pontos dos dutos e na parte
superior, junto ao acionamento;
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combustão passiva do cereal. Não devem ser ancoradas na base do silo, para não servirem de
condutor de equalização de potencial.
2.6.1.6. CORREIAS
Manter esticadas as correias de transmissão, para evitar o atrito entre a correia e a polia
motora, que gera aquecimento com possibilidade de queima e início de incêndio.
O cereal recebido deve passar por separadores de metal para tiragem de corpos
estranhos metálicos e outros.
deve verificar quaisquer modificações extensivas que possam ter um efeito negativo na
proteção contra explosão. Quando houver mudança de componentes ou de equipamentos
totalmente montados, os dados característicos do dispositivo relacionado quanto a explosão
devem ser observados.
Toda a parte elétrica deverá contar com revisão periódica, pois com a quase totalidade
dos equipamentos metálicos e interligados entre si por peças também metálicas, em eventuais
contatos de cabo não isolado, a corrente se transmite gerando acidentes que podem ser de
grande extensão. Os motores deverão todos estar aterrados, e junto aos motores de mais alto
risco, possuir chave de segurança, também chamada chave de pé.
Faíscas: Cuidados especiais devem ser tomados durante impactos sobre faces
enferrujadas ou pintadas com tinta a base de alumínio ou magnésio, visto que alumínio e
magnésio reagem com o óxido de ferro (ferrugem) encontrado nas faces da ferramenta de aço.
2.6.1.11. VENTILAÇÃO
As explosões de poeiras podem ser prevenidas com o emprego de gases ou poeiras inertes, os
quais reduzem a concentração de oxigênio no interior do prédio, de maneira que não haja
propagação de chama através da nuvem de pó. O gás inerte é eficaz na prevenção das
explosões de pós, uma vez que dilui o O2 a uma concentração muito baixa.
Dois tipos são conhecidos: os frágeis e os pressurizados.
Frágeis: são constituídos por depósitos de fina parede no qual se introduz uma carga
explosiva, que é detonada pelo sensor. Como o recipiente não é pressurizado, é a carga
explosiva que rompe as paredes e expande a carga supressora.
Pressurizados: extintores de grande velocidade de descarga contém agente supressor
sob pressão de Nitrogênio. A abertura é por carga explosiva, é mais lento que o frágil, porém
adequado para pressões médias ou lentas.
Algumas vantagens deste processo: a explosão pode ser evitada; a atmosfera inerte
pode ser empregada para controle e extinção de incêndios que podem se desenvolver na
poeira; pode ser usado onde o método de ventilação é ineficiente.
Algumas desvantagens: rígido controle para a manutenção da composição do gás e dos
sensores e custo mais elevado do que para implantação do sistema de ventilação local
exaustora. Ao se pensar em adotar tal processo a instalações que trabalham com produtos
alimentícios para consumo humano ou animal, deve-se levar em conta que obrigatoriamente o
gás inerte deve ser atóxico e não pode ser cancerígeno. (SÁ, 1997, 1998; SCHUTH, 2000;
SILVA, 1999; WEBER, 2003).
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exposto numa explosão interna, é totalmente reaproveitável, bastando uma simples limpeza ou
troca de alguns discos de ruptura internos. (FIKE CORPORATION, 2001; REMBE, 2004).
função e economia. Pelo sistema de blindagem do aparelho, qualquer explosão que venha a
ocorrer em seu interior não deverá apresentar risco para o ambiente. Geralmente são
fabricados com o corpo e grade de alumínio fundido e o refrator prismático ou liso de vidro
boro silicato.
Os equipamentos devem ser mantidos numa condição adequada para manutenção e
inspeção regulares. Para tomadas e plugues instalados em atmosferas explosivas, a inserção e
a extração do plugue só deverá ser feita com a tomada desenergizada. (R. STAHL
SCHALTGERÄTE GMBH; R. STAHL FÖRDERTECHNIK GMBH , 1999).
será efetivo se a umidade relativa em excesso de 65% for mantida. Obviamente que vários
setores das indústrias que trabalham com grãos e farelos não poderão usar esse artifício, visto
a obrigatoriedade de se trabalhar (ou armazenar) o produto com umidades muito baixas de até
14%.
Redução de Carga por Ionização: Ionização localizada de sondas condutoras, aterradas,
pode em ocasiões ser usada para reduzir o nível de carga eletrostática de partículas de pó que
entram no coletor de pó. Dispositivos de ionização eletrostática não são, no entanto, isentos de
problemas e devem somente ser usados após consultar o parecer de um perito. (EBADAT,
2003).
Neste segundo tópico sobre procedimentos para se evitar a explosão por pó,
apresentase algumas soluções construtivas a serem adotadas em novas instalações – ou na
reforma de plantas existentes. É fato que muitas soluções repetem métodos preventivos já
abordados. Entretanto, deve-se ter em mente que, na importante fase de projeto da
implantação de uma unidade fabril já se contemplem processos, métodos e um lay-out que
beneficiem a segurança a explosões por pó. Isto é benéfico também aos equipamentos a serem
instalados em tal planta, podendo até dispensá-los da instalação de alguns sistemas de
proteção, o quais é sabido frequentemente têm custo elevado, tanto na aquisição quanto no uso
e sua manutenção. A dispensa de equipamentos de proteção, ressalte-se, é um fator muito
relativo (cada caso é um caso) e demanda muitos estudos preliminares, face os riscos a que
equipamentos e – principalmente – pessoas eventualmente se expõem.
Como aspectos técnicos construtivos recomenda-se a observância dos seguintes
cuidados quando da elaboração e implantação de projetos de unidades armazenadoras de grãos
e fábricas de rações:
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Dotar os ambientes como túneis, galerias e pontos de carga e descarga de grãos com
sistemas de captação de pó e renovação de ar. Medidas devem ser observadas no sentido de se
adequar um eficiente sistema exaustor para os locais onde haja formação de pó. Estas
medidas, quando tomadas na fase do projeto são as que melhor satisfazem, além de minimizar
o custo de implantação, pois evitam arranjos improvisados e pouco eficientes. Entretanto, em
uma planta existente, um bom projetista poderá, com bom senso, conciliar sistemas seguros.
Como fonte permanente de eletricidade estática, sistemas de aspiração, ciclones e
filtros demandam construção e localização adequadas. O destino dos pós capturados devem
ser objeto de estudo entre a empresa e o projetista em função de seu aproveitamento ou
descarte. É importante também nesta fase conciliar o problema das emissões, após o
tratamento, pois estes, quando não atendam aos padrões legais, poderão ser objeto de
demandas judiciais, pela comunidade vizinha às instalações. (SÁ, 1997 ).
2.6.2.3. DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE ATERRAMENTO ELÉTRICO
.
4. DISCUSSÃO
Acidentes por explosão de pó são fatos relativamente novos para alguns países e, às
vezes o assunto é até de certo modo escondido da população por motivos que aqui não vêm ao
caso.
Por ser um fato novo, pouco conhecimento tem-se sobre o assunto ou, poucas pessoas
o conhecem bem. Ainda mais na época em que este acidente ocorreu. Percebe-se pelos laudos
elaborados que não havia domínio completo sobre o assunto pelos peritos, os quais precisaram
buscar informações e estudá-las, para então esboçarem algumas conclusões. Justifica-se então
algumas posições e conclusões tomadas.
Talvez até por causa disso é que o processo se arrastou por tanto tempo até ser
arquivado (a data de protocolo é de 04 de novembro de 1993 e, o arquivamento se deu em
março de 1999, sendo que a sentença final foi decretada em dezembro de 1997), isto após o
processo passar por quatro magistrados que atuaram naquela Comarca durante o andamento
do processo. Para se ter uma idéia, o valor inicialmente requerido para indenização foi de R$
1.141.600,00. O acordo final fechou em R$ 31.000,00. É realmente grande a diferença entre o
valor inicialmente requerido e o final homologado.
O Laudo de Criminalística conclui que a explosão maior ocorreu a partir do poço dos
elevadores de cereais e nos túneis no setor de expedição; e mais, foi determinado como sendo
o centro de origem das explosões o final do túnel onde estão os motores de acionamento das
correias de transporte de cereais. Porém, não informaram se tais motores eram ou não
blindados – se não eram blindados, bem poderiam então ser o foco principal de incêndio e/ou
explosão.
Os peritos também não coletaram amostras ou provas para análises – isso seria válido
numa tentativa de se aprofundar mais no ocorrido, na busca de realmente esclarecer o motivo
(ou motivos) que levou (levaram) ao acidente. Faltou essa atitude que poderia fazer a
diferença e talvez, dar mais brevidade ao processo que a empresa se submeteu (talvez até
outros processos tenham sido instaurados, do que não se tem conhecimento). Verifica-se que
as informações e conclusões ficaram muito superficiais.
A Figura 14 ilustra como ocorreu o acidente, conforme os peritos do Instituto de
Criminalística:
Não se coletou amostras dos elevadores e até não se sabe se os canecos eram metálicos
ou de plástico. A tecnologia do caneco de plástico é relativamente nova a nível de Brasil e é
provável que os canecos dos elevadores das instalações em questão ainda não sejam de
plástico. Canecos metálicos são fontes de faísca, se houver desalinhamento da correia sobre os
quais estão fixados, fazendo-os raspar em algum(uns) ponto(s) dos dutos do elevador,
provocando então essa faísca. Se houver pó em suspensão em quantidade perigosa dentro do
elevador, está feita a detonação da explosão primária. Nesse caso, o elevador teria sido mesmo
o estopim do acidente. Entretanto, como realmente não há essa informação sobre o material de
que são constituídos os canecos, fica difícil ter-se a certeza de que foi isso que ocorreu.
Como se vê, faltam dados, provas e, certamente, conhecimento profundo sobre o
fenômeno explosão de pó. Por outro lado não se pode culpá-los por isto, salientando
novamente que, à época, o fenômeno ainda era novo e carecia de fundamentação sobre como
acontece a explosão de pó – na verdade, nos dias de hoje também ainda há muito a ser
aprender sobre esse risco.
Resultaram as seguintes hipóteses prováveis para a causa das explosões nessa unidade
objeto de estudo:
• Faísca em um dos elevadores decorrente do atrito entre caneco metálico e o duto
também metálico;
• Alguma anomalia no sistema elétrico não detectado pelos primeiros peritos;
• Estática no sistema de ventilação dos túneis;
Em que pese ainda a questionável limpeza correta do local e o lay-out construtivo das
instalações, pois, de modo diferente os danos causados (materiais e vidas humanas)
provavelmente seriam menores.
Apesar de todo conhecimento adquirido ao longo dos anos de atividades agrícolas e a
industrialização de seus produtos no mundo, a explosão de pó ainda é uma incógnita e por isso
torna-se um risco imprevisível, perigoso e que causa temor.
É certo que muitos dos acidentes por explosão de pó ocorridos não tiveram suas causas
definidas com toda a certeza e isso verifica-se a nível mundial. Em acidentes ocorridos pela
explosão de pó em suspensão os danos resultantes são tão grandes que raramente se consegue
identificar o motivo principal que desencadeou a chama ou detonação inicial. É um desafio
para os técnicos das atividades industriais e peritos.
Porém, a busca por conhecimento a respeito do assunto deve ser incessante pois, à
medida que o tempo passa, descobre-se novos fatos, dados e particularidades sobre a explosão
de pó, suas causas e consequências.
Há muito o que se estudar sobre o assunto. Como exemplo, são muito recentes e estão
apenas engatinhando os estudos sobre os efeitos da estática formada pelo atrito entre as
partículas de pó em suspensão e as superfícies de equipamentos e construções. Sendo assim,
este assunto não deve ser encerrado com este trabalho. Ao contrário, que este trabalho seja
motivador para estudos complementares futuros. Com a pesquisa constante, novos sistemas e
equipamentos devem surgir para neutralizar a formação dos fatores influentes e/ou minimizar
os danos na ocorrência de explosões por pó.
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Cidade/Região. p. 3.
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FIREFLY Ab. Parâmetros críticos para explosões de poeira. 2005. Disponível em:
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34
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