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Monoparental:

a família monoparental é considerada a entidade familiar consistente na


relação entre o ascendente e o descendente, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa, em que o status familiar pretende dar
isonomia aos filhos conforme o artigo 227, § 6º, da Carta Magna, em que,
havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos
direitos e qualificações.

“Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por


qualquer dos pais e seus descendentes”.

Historicamente, a família monoparental sempre foi existente, porém não era


definida ou mesmo aceita. Nos tempos remotos das civilizações, qualquer
arranjamento familiar que fugia dos padrões impostos pela época não era
aceita ou mesmo regulada. Assim, a família monoparental sofreu resistências
no seu período histórico inicial.

A família monoparental, ou seja, aquela formada por apenas um dos pais e sua
prole, é, expressamente, prevista na Constituição da República de 1.988.
Todavia, ao contrário do casamento, da união estável e do concubinato, não
lhe é feita referência no Código Civil. Em vista disso, aplicam-se as regras
atinentes às relações de parentesco em geral.

O conceito definitivo de família monoparental ainda não é totalmente pacífico.


Por não ter uma norma específica que trate desse assunto, a doutrina vem a
conceituando de várias formas. Assim, muitos são os conceitos que se
apresentam a seu respeito no mundo jurídico.
Para Rita de Cácia Nora Santana, “por família monoparental deve-se entender
uma pessoa adulta, homem ou mulher responsável por uma ou várias crianças”
(2010, p. 02). E ainda:
Uma família é denominada monoparental quando se verifica o quadro em que
há uma pessoa, o homem ou a mulher, que se encontra sozinha, vivendo com
uma ou várias crianças; podendo, contudo, estruturarem-se isoladamente ou
nos lares acolhedores de parentes, que se sensibilizem com a lamentável
situação emergente (CECCON, 2010, p. 01).
Dessa forma, reunindo todas estas características e elementos pode-se definir
de forma quase definitiva a família monoparental, que pode ser compreendida
basicamente como sendo uma formação contendo um único progenitor e seu
(s) filho (s).
Vários são os fatores que podem ocasionar a monoparentalidade. Seja qual for
a situação apresentada, sempre resultará no progenitor e sua prole. Assim
sendo, a monoparentalidade é resultado direto de algumas situações que são
ocasionadas no seio familiar que dão margem para o seu surgimento.
Maria Helena Diniz afirma que a família monoparental ocorre por diversas
razões: “viuvez, divórcio, separação judicial, adoção unilateral, não
reconhecimento da prole pelo outro genitor, inseminação artificial (homóloga ou
heteróloga) e produção independente” (2017, p. 36).
A origem da entidade monoparental pode se dar pela morte de um dos
genitores, pela separação ou divórcio dos pais. Pode ocorrer, também, pela
adoção realizada por pessoa solteira, inseminação artificial por mulher solteira
ou fecundação homóloga após a morte do marido. Um dos elementos vitais da
monoparentalidade é a união livre, visto que não objetiva a constituição de uma
família no molde tradicional, caracterizada pelo casamento.

A monoparentalidade no ordenamento jurídico brasileiro é bastante limitada,


não possuindo uma norma específica que trate esse assunto e suas eventuais
consequências. Não existe uma regulamentação devida às famílias
monoparentais, tratando as suas vertentes como família comum, ou por
analogia.
A falta de uma legislação infraconstitucional, por exemplo, acarreta em
diferentes correntes quanto ao seu conceito e sua extensão. Alguns
doutrinadores conceituam a monoparentalidade naquela forma apenas entre o
pai ou a mães e seus filhos. Outros entendem esse conceito ao avô (ou avó) ou
bisavô (ou bisavó) e seus netos e bisnetos, uma vez que a Constituição
Federal de 1988 em vigor se refere a “descendentes”.
Ainda de acordo com Maria Berenice Dias, “para se configurar uma família
como monoparental, basta haver diferença de geração entre um de seus
membros e os demais e desde que não haja relacionamento de ordem sexual
entre eles” (2011, p. 213). Corroborando com o entendimento da referida
autora, “podem ser incluídas no conceito de família monoparental as entidades
familiares chefiadas por algum parente que não um dos genitores ou mesmo as
estruturas de convívio constituídas por quem não seja parente, mas com
crianças ou adolescentes sob sua guarda” (RENDWANSKI, 2012, p. 16).
A falta de uma legislação específica a respeito da família monoparental ainda é
bastante criticada pela doutrina jurídica, como acentua Luís Fernando Ribas
Ceccon:
Salta aos olhos ainda, diante dos estudos empíricos apontados, que a falta de
transparência jurídica da monoparentalidade brasileira, embora tenha sido
reconhecida constitucionalmente e com isso, alcançado um passo grandioso,
ainda é latente. Entretanto, afigura-se como de suma relevância a
regulamentação da matéria ora em análise, pela legislação ordinária pátria,
sendo necessário tal esforço jurídico para a confirmação da estrutura e
limitação dos direitos e deveres dessa entidade. E assim deve ser, sob pena
de, se o Direito Civil não instituir a família monoparental como sujeito de direito,
não haverá coerção estatal suficiente par a impulsionar o exercício da tutela
jurisdicional. Tem-se ainda, que com a regulamentação normativa de cunho
constitucional desse modelo familiar monoparental, uma série de questões
forma indagadas na doutrina e jurisprudência pátria, e ainda são debatidas até
os dias atuais (CECCON, 2010, p. 03).
O que se verifica no âmbito pátrio “é que não há uma política pública específica
para essa entidade familiar. O que o Estado proporciona são políticas
abrangentes para as famílias, tais como bolsas de auxílio à renda, deixando em
segundo plano as entidades familiares atípicas” (WITZEL, 2013, p. 04).

“seu reconhecimento na Carta Magna foi uma evolução legislativa, com o fim
de adequar a realidade a este fenômeno tão significativo. Embora a legislação
ordinária não tenha acompanhado tal iniciativa, a proteção decorrente do texto
constitucional prova o interesse em combater a discriminação e o preconceito e
auxiliar a integração dos membros destas famílias à sociedade. (...) A
monoparentalidade, independente do lugar de sua manifestação, vem, em
geral, atrelada a uma queda do poder aquisitivo dessas famílias, ou mesmo, à
uma situação de pobreza. Este e outros problemas, decorrentes da
monoparentalidade podem ser transitórios ou não, mas enquanto existirem,
precisam de soluções. A partir do reconhecimento jurídico da família
monoparental pela Constituição Federal, o Estado se tornou responsável pela
proteção destas famílias, e conseqüentemente, pela busca de repostas para
tais problemas.” Santos (2009, p. 21-23)

A família monoparental apresenta estrutura interna mais fragilizada, tendo em


vista que os encargos mais pesados são impostos ao ascendente que cuidará,
sozinho, do seu descendente. Observa-se que a monoparentalidade decorre,
via de regra, da dissolução de uma relação afetiva ou da formação de um
núcleo familiar sem a presença constante de um dos genitores, como na
hipótese da mãe solteira. Assim, há uma tendência natural à diminuição da
renda econômica, ao mesmo tempo em que há maior desgaste físico e
psicológico por parte do ascendente, já que este não tem com quem dividir as
obrigações assistenciais ao descendente, o que leva ao reconhecimento de
uma certa fragilidade no seio destas famílias.

Entretanto a regulamentação pela legislação ordinária é necessária para a


confirmação da estrutura e limitação dos direitos e deveres dessa entidade. Se
o Direito Civil não instituir a família monoparental como sujeito de direito, não
haverá coerção suficiente para impulsionar o exercício da tutela estatal.

Juntamente com a discriminação social vem a precariedade econômica destas


famílias. Quando as mesmas advêm do divórcio ou separação, ocorre uma
queda no poderio econômico familiar. O fato é que se ambos os pais
trabalhavam, a renda será reduzida à metade, com a ajuda da pensão
alimentícia da prole. Caso o papel de supridor das necessidades seja apenas
do genitor que deixou o lar, originam-se dois problemas. Primeiro, o genitor que
restou terá de trabalhar, em uma realidade marcada pelo alto índice de
desemprego e difícil acesso ao mercado de trabalho, até para os bem
qualificados e com experiência profissional. Segundo, haverá a busca pela
pensão alimentícia para a prole e o outro cônjuge, caso este não tenha mais
condições de trabalho.

A constituição Federal garante em seu texto a proteção especial do Estado a


tais famílias, contudo, a realidade demonstra a falta de intervenção estatal
específica para os casos decorrentes deste processo. A falta de apoio ao
genitor solitário na sustentação econômica da prole é o primeiro sinal do
descaso estatal. O Brasil não possui política governamental inteiramente
voltada ao auxílio desse genitor.

Os atuais programas do governo podem até abranger tais famílias, mas por
não ser especificamente direcionado não atua como preservador desta
entidade, que possui uma estrutura familiar tão frágil. Os auxílios existentes,
atualmente, são a bolsa renda, bolsa família, etc, que não são exclusivamente
focados na melhoria do setor financeiro destas entidades familiares, são
políticas para a família em geral.

A falta de apoio a essas famílias apresenta um enorme descaso. Não basta


apenas reconhecê-las juridicamente, mas é preciso dar suporte para essas
famílias possam ter estrutura para se manterem de forma no mínimo digna.
Caso contrário, as consequências podem afetar a todos, de maneira negativa.

CECCON, Luís Fernando Ribas. Família monoparental: uma realidade nos


tempos modernos. 2010. Disponível em:
<http://advpretel.blogspot.com.br/2010/06/familia-monoparental-uma-realidade-
nos.html>. Acesso em: 22 jan. 2018.

DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 8ª Ed.rev. e atual. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Vol. 5 – Direito de


Família – 31ª Ed. 2017.
RENDWANSKI, Marina Rodrigues. O Conceito Jurídico de família a partir da
pluralidade de figuras existentes no ordenamento brasileiro atual. Trabalho de
Conclusão de curso apresentado à Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012.
SANTANA, Edith Licia Ferreira Felisberto. Família Monoparental Feminina:
fenômeno da contemporaneidade?. 2010. Disponível em: <http://www.e-
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23 jan. 2018.

SANTOS, M. S. da C.; SANTOS, J. B. Família monoparental brasileira. Revista


Jurídica, Brasília, v. 10, n. 92, p.01-30, out./2008 a jan./2009. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/revistajuridica/Artigos/PDF/Jonabio
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WITZEL, Ana Claudia Paes. Família monoparental como entidade familiar na


Constituição Federal. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3519, 18 fev.
2013. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/23739>. Acesso em: 24 jan.
2018

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