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Básico em Teologia
COMO ENTENDER A
BÍBLIA?
Aluno (a):___________________________________
Curso de Capacitação Teológica do Obreiro
Como Entenderer a Bíblia?
Dados de catalogação
Instituto Bíblico Teológico Elohim: Hermenêutica
IBTEL– Manaus – AM, 2016
52 Páginas
Todos os direitos reservados ao Instituto Bíblico Teológico
Elohim. É proibida a reprodução total deste livro, a não ser em
citações breves, com indicação da fonte bibliográfica. Lei nº
8.635.
As citações foram extraídas da versão Almeida Revista e
Corrigida da Sociedade Bíblica do Brasil, salvo em indicação ao
contrário.
1º Edição 2016
Fone: (92) 994584599; 35812421
Departamento de Ensino e Pesquisa Teológica. Pesquisado e
Blog: bibliaexplicadateologicamente.blogspot.com
E-mail: ibtel2015@outlook.com
Facebook: IBTEL
ABREVIAÇÕES
2. Capítulo
OS MÉTODOS DA HERMENÊUTICA...............................................15
2.1. O que é Método?
2.2. Método Analítico
2.3. Método Temático
2.4. Método Biográfico
3. Capítulo
REGRAS BÁSICAS NA INTERPRETAÇÃO....................................21
3.1. Da primeira a terceira Regra
3.2. Segunda Regra Fundamental
3.3. Terceira Regra Fundamental
4. Capítulo
QUARTA E QUINTA REGRA............................................................33
4.1. Introdução
4.2. Quinta Regra Fundamental
4.3. Quinta Regra (paralelas de ideias)
4.4. Quinta Regra (paralelas de ensinos gerais)
5. Capítulo
LIVROS POÉTICOS COMO INTERPRETAR?.................................45
5.1. Introdução ao Assunto
5.2. Paralelismo Progressivo
5.3. Paralelismo Climático
5.4. Figuras de Linguagem
Referências Bibliográficas..............................................................52
Capítulo 1
MANUSEANDO O TEXTO BÍBLICO
1.1. INTRODUÇÃO
1
V.t. Escrever em linguagem clara e comum um texto escrito em código.
1
Afirmação; aquilo que se afirma ou mantém-se como verdade.
2
adj. Independente. Que foi alvo de emancipação; que se conseguiu emancipar; livre.
1
Linguística: Estudo do significado das palavras e da interpretação das frases e/ou
enunciados: análise semântica da frase. Análise da significação nas línguas naturais,
sendo ela sincrônica (de acordo com a evolução da língua) ou diacrônica (num tempo
passado).
2
Custoso; que demanda um esforço excessivo. Cuidadoso.
1
Quer dizer uma pessoa que faz as coisas com cautela e minuciosamente.
a) Observação
No primeiro passo a “observação”, o estudante assumirá
o papel de detetive, onde ele fará várias leituras do texto
selecionado, de preferência o estudante deve ter a mão para ler o
mesmo texto em traduções diferentes da Bíblia, como por exemplo,
na ARC – Almeida Revista e Corrigida, na ARA – Almeida Revista e
Atualizada, na NVI – Nova Versão Internacional, na NTLH – Nova
Tradução na Linguagem de Hoje, e também na Bíblia de Jerusalém.
1
Adj. Esmerado, apurado e aprimorado; desenvolvido com zelo, cuidado e atenção:
discurso acurado.
1
Adj. Que aconteceu há muito tempo; antigo. Que se encontra longe no tempo e/ou
no espaço; distanciado: território remoto.
1
[Do gr. ek + egeomai, penso, interpreto, arranco para fora do texto] É a prática da
hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam, no
caso, o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se a exegese sagrada, pois, das línguas
originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação dos diversos textos bíblicos e
das técnicas aplicadas na linguística e na filologia.
2
Antônimo da exegese. De acordo com a hermenêutica sagrada, a exegese é a Bíblia
interpretando-se a si mesma. Na eisegese, o leitor impinge ao texto sagrado a sua
própria interpretação. A exegese e a mãe da ortodoxia. Já a eisegese pode dar
origem a muitas extravagancias doutrinarias.
1
v.t.d. Unir. Consolidar; efetuar a consolidação ou o fortalecimento de: o juiz
consubstanciou as novas leis. Resumir; ser a razão a unificação de múltiplas coisas: o
projeto consubstanciava muitos motivos de solucionar a crise.
1
Adj. (escriturista+ico) Relativo à Escritura Sagrada
1
Despontar; surgir aos poucos; começar a aparecer, entender com clareza.
1
Sucedera, acontecera, ocorrera e sobreviera.
4.1. INTRODUÇÃO
Percebemos que foram proveitosos os estudos das regras
anteriores para uma aplicabilidade 1 no que concerne a hermenêutica
bíblica. Neste capítulo 4 abordaremos a Quarta e Quinta regra
fundamental, para a interpretação dos textos Sagrados.
A quarta regra fundamental diz: “Sempre levar em
consideração o objetivo ou desígnio dos livros ou passagens bíblicas
que apresentam expressões ou ensinamentos obscuros de difícil
entendimento”.
Para o uso dessa regra tem que estudar todo o livro o qual
estar sendo analisado, lendo e estudando com muita atenção várias
vezes, levando em conta em que ocasião e as quais pessoas
originalmente foram escritos procurando a todo o momento por que o
autor escreveu daquela maneira. Alguns livros da Bíblia já trazem
estas informações como Rm 15:4; 2Tm. 3.16, 17; Jo 20.31; 2Pedro
3.2, Pv 1.1,4.
O interprete precisa estudar as circunstâncias que envolvem
os episódios de cada livro. Isso o levará a se aprofundar e assim
estará extraindo uma abordagem fiel concernente a Bíblia Sagrada
4.1.1. Empregando a quarta regra.
Em Lucas 10.25-37, Jesus fala sobre a parábola do “Bom
Samaritano”. Se o interprete atentar para o diálogo entre Ele e o
1
Qualidade do que ocasiona um efeito; empregar, colocar em prática: Característica
ou particularidade do que é aplicável.
2
O que antecede; permanecer a frente de; acontecer antes de; ocorrer
anteriormente.
3
Adj. Diz-se das doutrinas filosóficas e religiosas ensinadas publicamente (doutrinas
esotéricas).
4
Característica do que repugna. Sentimento que denota repulsa; sensação de asco
ou aversão.
5
GESLER e HOWE. 2009 p.533-534 (Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e
Contradição da Bíblia).
6
São assim considerados os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas porque, em
virtude de sua semelhança, permitem uma visão panorâmica da vida, obra, doutrina,
paixão, morte e ressurreição de Cristo Jesus.
1
v.t.d. Identificar-se; tornar-se unido ou ligado de modo íntimo.
Observação:
As regras de Interpretações Bíblicas nos remetem a um
patamar de responsabilidades. Esta leva o interprete a pensar,
analisar, pesquisar e tudo isso porque se trata da Palavra de Deus, o
que é muito sério.
A hermenêutica em muitos lugares é menosprezada, levando
assim a um caos teológico. Analisamos que a mesma é
importantíssima e fundamental e indispensável quando está se
buscando entender o que a Bíblia está se referindo. O verdadeiro
exegeta é um homem cheio de temor a Deus.
1
Fonte de pesquisa: “As Testemunhas de Jeová refutadas versículo por versículo”,
David A. Reed; trad. de Marcelus Virgílius Oliveira e Valéria Oliveira. - 2. ed. Rio de
janeiro: JUERP, 1990.
1
Adj. Que se pode referir a épocas antigas; que lembra tempos remotos; que faz
parte do que é antigo; antigo.
1
O ponto culminante, O mais alto.
Sl 4:6-8:
(1) “Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? SENHOR exalta
sobre nós a luz do teu rosto. Puseste alegria no meu coração, mais
do que no tempo em que se multiplicaram o (2) seu trigo e o seu
vinho. Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu,
SENHOR, me fazes habitar em segurança.”
É necessário que os estudantes busquem outros tipos de
paralelismo, utilizando assim os exemplos destes para obterem uma
boa interpretação dos textos Bíblicos.
5.4. FIGURAS DE LINGUAGEM
Em decorrência dos estudos sobre os paralelismos nos livros
poéticos, destacaremos as figuras de estilos que irão ajudá-los a
reconhecer melhor a literatura hebraica.
Metáfora
Esta figura tem por base alguma semelhança entre dois objetos
ou fatos, caracterizando-se um com o que é próprio do outro. Ao
dizer Jesus: "Eu sou a videira verdadeira", Jesus se caracteriza com
o que é próprio e essencial da videira; e ao dizer aos discípulos:
"Vós sois as varas", caracteriza-os com o que é próprio das varas.
"Eu sou a porta, eu sou o caminho, eu sou o pão vivo; vós
sois a luz, o sal; edifício de Deus; ide, dizei àquela raposa; são os
olhos a lâmpada do corpo; Judá é leãozinho; tu és minha rocha e
minha fortaleza; sol e escudo é o Senhor Deus; a casa de Jacó
será fogo, e a casa de José chama e a casa de Esaú restolho", etc.
(João 15:1; 10:9; 14:6; 6:51; Mat. 5:13,14; 1 Cor. 3:9; Luc. 13:32;
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Mat. 6:22; Gên. 49:9; Sal. 71:3; 84:11; Obadias 18.)
Sinédoque
Faz-se uso desta figura quando se toma a parte pelo todo ou o
todo pela parte, o plural pelo singular, o gênero pela espécie, ou
vice-versa. Toma a parte pelo todo o Salmista ao dizer: “Minha
carne repousará segura” (ARC), em lugar de dizer: “meu corpo ou
meu ser”, que seria o todo, sendo a carne só parte de seu ser (Sl.
16.9). Toma o todo pela parte o Apóstolo quando sobre a Ceia do
Senhor: “todas as vezes que, beberdes o cálice”, em lugar de dizer
beberdes do cálice, isto é, parte do que contém no cálice. (1Cor.
11:26).
Metonímia
Emprega-se esta figura quando se emprega a causa pelo
efeito, ou o sinal ou símbolo pela realidade que indica o símbolo.
Vale-se Jesus desta figura empregando a causa pelo efeito ao dizer:
“...Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos”, em lugar de
dizer que têm os escritos de Moisés e dos profetas, ou seja o Antigo
Testamento (Luc. 16.29).
Os escritores empregam também o sinal ou símbolo pela
realidade. Quando Jesus disse a Pedro: "Se eu não te lavar, não
tens parte comigo". Aqui Jesus emprega o sinal de “lavar os pés”,
pela realidade de “purificar a alma”, porque o mesmo faz saber que
ter parte com Ele não depende da lavagem dos pés, mas da
purificação da alma. (João 13.8). Do mesmo modo João faz uso
desta figura, colocando o sinal pela realidade, ao dizer: ; “O sangue
de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”, pois é evidente
que aqui a palavra sangue indica toda a paixão e morte expiatória de
Jesus, a única coisa eficaz para satisfazer pelo pecado e dele
purificar o homem (1Jo 1.7).
Prosopopéia
Usa-se esta figura quando se personificam as coisas
inanimadas, atribuindo-lhes os feitos e ações das pessoas. O
apóstolo fala da morte como se fosse uma pessoa que pode ganhar
vitória ou sofrer derrota, ao perguntar: “Onde está, ó morte, o teu
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aguilhão?” (1Co 15.55). Em prega o apóstolo Pedro a
mesma figura, falando do amor, e referindo-se à pessoa que ama,
quando diz: “o amor cobre multidão de pecados” (1Pe 4.8). Como é
natural, ocorrerem com frequência estas figuras na literatura poética
do Antigo Testamento, dando-lhe assim uma formosura, vivacidade
e animação extraordinárias. Os apóstolos de maneira alguma
querem ensinar que “morte” ou “amor” são pessoas, mas sim
personificaçõ da linguagem poética em seus escritos.
Ironia
Faz-se uso desta figura quando se expressa o contrário do
que se quer dizer, porém sempre de tal modo que se faz ressaltar o
sentido verdadeiro. Paulo emprega esta figura quando chama aos
falsos mestres de “os tais apóstolos”, dando a entender ao mesmo
tempo que eles de modo nehum são apóstolos. (2Co. 11.5; 12.11).
Vale-se da mesma figura o profeta Elias quando no Carmelo disse
aos sacerdotes do falso deus Baal: “Clamai em altas vozes...e o
despertará”, dando-lhes a compreender, por sua vez, que era inútil
gritarem. (1 Reis 18.27.)
Semelhantemente Jó faz uso desta figura ao dizer a seus
amigos: "Vós sois o povo, e convosco morrerá a sabedoria",
fazendo-os saber que estavam muito longe de serem tais sábios. (Jó
12:2.)
Hipérbole
É a figura pela qual se engandece ou diminui exageradamente
uma coisa e essa figura de linguagem permeia pela Bíblia Sagrada.
Fazem uso da hipérbole os exploradores da terra de Canaã,
quando voltam para contar o que ali haviam visto, dizendo: "Vimos
ali gigantes...e éramos aos nossos próprios olhos como
gafanhotos... as cidades são grandes e fortificadas até aos céus."
(Nm. 13.33; Deut. 1:28). O texto está querendo dizer que eles e suas
Cidades eram muito grandes em relação a eles.
Também João faz uso desta figura ao dizer: "Há, porém, ainda
muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas
uma por uma, creio eu que nem no mundo inteiro caberiam os livros