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RESUMO DE PEC IV

TEORIA GERAL DO EMPREGO, DO JURO E DA MOEDA EM KEYNES

CAPÍTULO 2
OS POSTULADOS DA ECONOMIA CLÁSSICA

A teoria clássica do emprego – supostamente simples e óbvia – baseou-se,


praticamente sem discussão, nos dois postulados fundamentais que
seguem:

1. O salário é igual ao produto marginal do trabalho


Isso quer dizer que o salário de uma pessoa empregada é igual ao
valor que se perderia se o emprego fosse reduzido de uma
unidade.

2. A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume


de trabalho, é igual à desutilidade marginal desse mesmo
volume de emprego.
O que se entende por desutilidade é qualquer motivo que induza
um homem ou grupo de homens a recusar trabalho, em vez de
aceitar um salário que para eles representa uma utilidade inferior
a certo limite mínimo.
Este postulado é compatível com o desemprego friccional ou
voluntário. Todavia, não admitem uma terceira categoria
denominada desemprego involuntário.

Sujeitos a estas restrições, o volume dos recursos empregados acha-se,


em conformidade com a teoria clássica, convenientemente determinado
pelos dois postulados. O primeiro dá-nos a curva de demanda por
emprego e o segundo, a curva de oferta; o volume de emprego é fixado
pelo ponto em que a utilidade do produto marginal iguala a desutilidade
do emprego marginal.

Como conseqüência disso, haveria apenas quatro meios possíveis de


aumentar o emprego:

(a) Melhoria da organização ou da previsão, de maneira que diminua


o desemprego friccional;
(b) Redução da desutilidade marginal do trabalho expressa pelo
salário real, para o qual ainda existe mão-de-obra disponível, de
modo que diminua o desemprego voluntário; (deslocamento da
curva de oferta de emprego para baixo);
(c) Aumento da produtividade marginal física do trabalho nas
indústrias produtoras de bens de “consumo de assalariados” (se
dá pelo deslocamento da curva de demanda por emprego para
cima);
(d) Aumento em relação aos preços dos bens de consumo de não
assalariados comparativamente aos das outras categorias de
bens, juntamente com o deslocamento das despesas dos
indivíduos não assalariados dos bens salariais para os de outras
categorias

Ora, a experiência comum ensina-nos, sem a menor sombra de


duvidas, que, em vez de mera possibilidade, a situação em que a
mão-de-obra estipula (dentro de certos limites) um salário
nominal, em vez de um salário real, constitui o caso normal. Se
bem que o trabalhador resista, normalmente, a uma redução do
seu salário nominal, não costuma abandonar o trabalho ao se
verificar uma alta de preços dos bens de consumo salariais.

Razões para a rejeição de Keynes ao postulado II:


(1) Keynes admite que existe uma rigidez do salário nominal para
baixo.
(2) Keynes salienta que os trabalhadores não fixam os salários
nominais
Keynes rejeita o postulado II excluindo a curva de oferta do
trabalho. Segundo ele, os trabalhadores não conseguem
negociar salário real. O desemprego involuntário independe
do salário real.

CAPÍTULO 3
O PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA

Keynes inicia o capítulo recorrendo a alguns termos que, segundo ele,


serão definidos com mais rigor posteriormente.
O emprego de certo volume de mão-de-obra impõe ao empresário duas
espécies de gastos: a primeira são os montantes que ele paga aos fatores
de produção por seus serviços habituais, denominado custos de fatores
do emprego em questão; a segunda são os montantes que paga a outros
empresários pelo que lhes compra, juntamente com o sacrifício que faz
utilizando o seu equipamento em vez de o deixar ocioso, ao que
chamaremos custo do uso do emprego em questão.
A diferença entre o valor da produção resultante e a soma dos custos de
fatores do emprego e dos custos de uso é o lucro (também conhecido
como renda do empresário).
O lucro do empresário assim definido é, como deveria ser, a quantia que
ele procura elevar ao máximo quando está decidindo qual o volume de
emprego que deve oferecer. Por vezes, quando se trata do problema da
ótica do empresário, é conveniente chamar a renda agregada (isto é,
custo de fatores mais lucro) resultante de certo volume de emprego de
produto deste nível de emprego. Por outro lado, o preço da oferta
agregada da produção resultante de determinado volume de emprego é o
produto esperado (“para ser vantajoso”), que é exatamente suficiente
para que os empresários considerem vantajoso oferecer o emprego em
questão.
Disso se deduz que, dadas condições de técnica de recursos e de custo
dos fatores por unidade de emprego, tanto para cada firma individual
quanto para a indústria em conjunto, o volume do emprego depende do
nível de receita que os empresários esperam receber da correspondente
produção. Os empresários, pois, esforçam-se por fixar o volume de
emprego ao nível em que esperam maximizar a diferença entre a receita e
o custo de fatores (lucro).

Seja Z o preço de oferta agregada da produção resultante do emprego de


N homens e seja a relação entre Z e N, que chamaremos função da oferta
agregada, representada por Z=o(N). Da mesma forma, seja D o produto
que os empresários esperam receber do emprego de N homens, sendo a
relação entre D e N, a que chamaremos função da demanda agregada,
representada por D=f(N). Dessa maneira, se para determinado valor de N
o produto esperado for maior que o preço da oferta agregada, isto é se D
for superior a Z, haverá um incentivo que leva os empresários a aumentar
o emprego acima de N e, se for necessário, a elevar os custos disputando
os fatores de produção, entre si, até chegar ao valor de N para o qual Z é
igual a D. Assim, o volume de emprego é determinado pelo ponto de
interseção da função de demanda agregada e da função da oferta
agregada, pois é neste ponto que as expectativas de lucro dos
empresários serão maximizadas.
A doutrina clássica por outro lado, que se resumia categoricamente na
proposição da Lei de Say de que “a Oferta criar sua própria Demanda” e
que continua subjacente em toda a teoria econômica ortodoxa, envolve
uma hipótese especial a respeito da relação existente entre estas duas
funções. Isso porque a proposição acima deve significar que f(N) e o(N)
são iguais para todos os valores de N, isto é, para qualquer volume de
produção e de emprego.

No capítulo 3, Keynes apresenta um breve sumário da teoria do emprego


que será desenvolvido no decorrer dos capítulos seguintes.
Quando o emprego aumenta, aumenta, também, a renda real agregada. A
psicologia da comunidade é tal que, quando a renda real agregada
aumenta, o consumo de agregado também aumenta, porem não tanto
quanto a renda.
Daqui se segue, portanto, que, dado o que chamaremos de propensão a
consumir da comunidade, o nível de equilíbrio do emprego, isto é, o nível
em que nada incita os empresários em conjunto a aumentar ou reduzir o
emprego, dependerá do montante de investimento corrente. Por sua vez,
o montante de investimento corrente dependerá do que chamaremos de
incentivo para investir, o qual, como se verificará, depende da relação
entre a escala da eficiência marginal do capital e o complexo das taxas de
juros que incidem sobre os empréstimos de prazos e riscos diversos. I = f (
+ EMgK , - i )

Esta teoria pode ser resumida nas seguintes proposições:

(1) Sob certas condições de técnica, de recursos e de custos, a renda


(tanto monetária quanto real) depende do volume de emprego
N;
(2) A relação entre a renda de uma comunidade e o que se pode
esperar que ela gaste em consumo, designado por D1,
dependerá das características psicológicas da comunidade, a que
chamaremos de sua propensão a consumir. Isso quer dizer que o
consumo depende do montante da renda agregada e, portanto,
do volume de emprego N, exceto quando houver alguma
mudança na propensão a consumir;
(3) A quantidade de mão-de-obra N que os empresários resolvem
empregar dependa da soma (D) de duas quantidades, a saber:
D1, o montante que se espera seja gasto pela comunidade em
consumo, e D2, o montante que se espera seja aplicado em
novos investimentos. D é o que chamamos antes de demanda
efetiva;
(4) Desde que D1 + D2 = D = o(N), onde “o” é a função da oferta
agregada, e como, segundo vimos em (2), D1 é uma função de N,
a qual podemos escrever x(N), que depende da propensão a
consumir, deduz-se que o(N) – x (N) = D2.
(5) Conseqüentemente, o nível de emprego de equilíbrio depende
(i) da função da oferta agregada, “o” (ii) da propensão a
consumir, x, e (iii) do montante do investimento, D2. Esta é a
essência da Teoria Geral do Emprego.
(6) A cada volume de N corresponde certa produtividade marginal
de mão-de-obra nas indústrias de bens de consumo dos
assalariados, e é isto que determina o salário real. A proposição
(5) está, portanto, sujeita à condição de que N não pode exceder
o valor que reduz o salário real até chegar à igualdade com a
desutilidade marginal de mão-de-obra. Isto significa que nem
todas as variações de D são compatíveis com a nossa hipótese
provisória de que os salários nominais sejam constantes. Desse
modo, é essencial para a exposição completa de nossa teoria
que coloquemos de parte esta hipótese.
(7) Na teoria clássica há o predomínio da Lei de Say;
(8) Quando o emprego aumenta, aumenta, também, a renda real
agregada. A psicologia da comunidade é tal que, quando a renda
real agregada aumenta, o consumo de agregado também
aumenta, porem não tanto quanto a renda.

A chave do nosso problema prático encontra-se nesta lei psicológica.


Disso decorre que, quanto maior for o nível de emprego, maior será a
diferença entre o preço da oferta agregada (Z) da produção
correspondente e a soma (D1) que os empresários esperam recuperar
com os gastos dos consumidores. Consequentemente, quando a
propensão a consumir não varia, o emprego não pode aumentar, a não
ser que isso aconteça ao mesmo tempo que D2 cresça, de modo que
preencha a crescente lacuna entre Z e D1.
A propensão a consumir e o nível do novo investimento é que
determinam conjuntamente, o nível de emprego, e é este que,
certamente, determina o nível de salários reais.

CAPÍTULO 11
A EFICIENCIA MARGINAL DO CAPITAL

Quando um indivíduo obtém um investimento ou um bem de capital,


adquire o direito ao fluxo de rendas futuras que espera obter das vendas
de seus produtos, enquanto durar esse capital, feita a dedução das
despesas correntes necessárias à obtenção dos ditos produtos. Convém
chamar a essa série de anuidades Q1, Q2, ..., Qn de renda esperada do
investimento.
A relação entre a renda esperada de uma unidade adicional daquele tipo
de capital e seu custo de produção, dá-nos a eficiência marginal do capital
desse tipo. Mais precisamente, defino a eficiência marginal do capital
como sendo a taxa de desconto que tornaria o valor presente do fluxo de
anuidades das rendas esperadas desse capital, durante toda a sua
existência, exatamente igual ao seu preço de oferta.

Preço de Oferta Bk = Q1/(1+d) + Q2/(1+d)^2 + ... + Qn/(1+d)^n


D = EMgK (taxa de desconto)

Resumindo: EMgK é a taxa de desconto que torna o fluxo esperado de


rendas igual ao custo de reposição do bem de capital.

A EMgK é definida aqui em termos de expectativas da renda e do preço de


oferta corrente do bem de capital. Ela depende da taxa de retorno que se
espera obter do dinheiro investido num bem recentemente produzido; e
não do resultado histórico obtido por um investimento em relação a seu
custo original, quando examinado retrospectivamente ao fim de sua vida.
Quando o investimento, em dado tipo de capital, aumenta durante certo
período, a eficiência marginal desse capital diminui à medida que o
investimento aumenta, em parte, porque a renda prospectiva baixará
conforme suba a oferta desse tipo de capital e, em parte, porque a
pressão sobre as fábricas produtoras daquele dado tipo de capital
causará, normalmente, uma elevação de seu preço de oferta.

A EmgK depende de:


(i) Fluxo de Esperado de Rendas (+)
(ii) Preço de oferta do bem de capital (-)
(iii) Estoque de capital (-)

Torna-se, portanto, evidente que a taxa efetiva de investimento corrente


tende a aumentar até o ponto em que não haja mais nenhuma classe de
bem de capital cuja eficiência marginal exceda a taxa de juros corrente.
Em outras palavras, o investimento vai variar até aquele ponto da curva
de demanda por investimento em que a eficiência marginal do capital em
geral exceda a taxa de juros corrente.

Podemos então afirmar que: I+ = f ( EmgK+, i- )

A expectativa de uma baixa no valor da moeda estimula o investimento e,


em conseqüência, o emprego em geral, porque eleva a curva de eficiência
marginal do capital, isto é, a escala da demanda de investimento; a
expectativa de uma alta no valor da moeda produz, ao contrário, efeito
depressivo, porque reduz a escala da eficiência marginal do capital.

CAPÍTULO 17
AS PROPRIEDADES ESSENCIAIS DOS JUROS E DO DINHEIRO

A taxa de juros sobre o dinheiro parece, portanto, representar um papel


especial na fixação de um limite ao volume de emprego, visto marcar o
nível que deve alcançar a eficiência marginal do capital para que ele se
torne objeto de nova produção.

A taxa monetária de juros outra coisa não é que a percentagem de


excedente de uma soma de dinheiro contratada para entrega futura, por
exemplo, a um ano de prazo, sobre o que podemos chamar o preço “spot”
ou a vista da dita soma contratada para entrega futura.

Para cada bem durável temos uma taxa de juros calculada em termos do
próprio bem – uma taxa de juros do trigo, uma taxa de juros do cobre,
uma taxa de juros da habitação etc.
Atributos do Ativos
Há três atributos que os diversos tipos de bens possuem em graus
diferentes, conforme a exposição feita em seguida:

- VALORIZAÇÃO ESPERADA DO ATIVO (A): (Pet+1 – Pt)/Pt


- FLUXO ESPERADO DE RENDIMENTOS (Q): alguns bens dão um rendimento ou
produção q, medidos em termos de si mesmos, para facilitarem algum
processo de produção ou prestarem serviços a um consumidor.
- CUSTO DE MANUTENÇÃO (C): a maioria dos bens excetuando-se o dinheiro,
sofre desgaste ou acarreta alguma despesa pelos simples correr do tempo
(independente de qualquer alteração no seu valor relativo), sejam ou não
utilizados em produzir rendimento; isto é, implicam um custo de
manutenção c medidos em termos de si mesmos.
- PRÊMIO DE LIQUIDEZ (L): o poder de dispor de um bem durante certo
tempo pode oferecer uma conveniência ou segurança potencial que não é
igual para os bens de natureza diferente, embora sejam do mesmo valor
inicial. Não há, por assim dizer, qualquer resultado em forma de produção
no fim do período considerado e, mesmo assim, trata-se de algo pelo qual
as pessoas estão dispostas a pagar um preço. Chamaremos de prêmio de
liquidez l de certo bem ao montante (medido em termos de si mesmos)
que as pessoas estão dispostas a pagar pela conveniência ou segurança
potenciais proporcionadas pelo poder de dispor do bem (excluindo os
rendimentos e os custos de manutenção que lhe são próprios).

Logo, sendo (r) o Retorno Total do Ativo (ou Taxa Própria de Juros
Implícita) , temos: r = a + ( q – c ) + l

Keynes pergunta: Por que devem os volumes da produção e do emprego


depender mais estreitamente da taxa monetária de juros do que a taxa de
juros do trigo ou da taxa de juros de moradias;

Keynes responde: A característica fundamental do capital instrumental ou


capital de consumo é o fato de que seus rendimentos excedem, em geral,
seu custo de manutenção e de que seu prêmio de liquidez é,
provavelmente, desprezível; a característica de um estoque de bens
líquidos ou ainda de um excedente de capital instrumental ou de consumo
é ser gravada por um custo de manutenção, expressa em unidades de si
mesmo, que nenhum rendimento compensa, sendo nesse caso geralmente
desprezível também o prêmio de liquidez, sempre que os estoques
ultrapassam um nível moderado, embora suscetível de tornar-se
apreciável em circunstâncias especiais; a característica da moeda, enfim, é
ter um rendimento nulo, um custo de manutenção insignificante, porém
um prêmio de liquidez substancial. É, portante, uma diferença essencial
entre a moeda e todos os demais bens (ou a maioria) que, no caso da
moeda, o seu prêmio de liquidez exceda de muito o seu custo de
manutenção, ao passo que no dos outros bens seu custo de manutenção é
muito maior que o prêmio de liquidez.

Portanto, ao
Ativos a q-c l atribuir um
Bens de capital (Bk) - + baixo significado especial
à taxa monetária
Moeda 0 0 alto
de juros,
Ativos Financeiros* +/- + variável supusemos,
* não-monetários tacitamente, que o
tipo de moeda a que estamos acostumados tem algumas características
especiais que tornam a sua taxa específica de juros, expressa por meio de
si mesma como padrão, mais resistente à baixa, quando a produção
aumenta, que as taxas específicas de juros de qualquer outro bem
expressa da mesma forma. A suposição é justificável de acordo com as
seguintes peculiaridades:

i. A moeda possui uma elasticidade de produção igual a zero ou,


pelo menos, muito pequena. Isso quer dizer que a moeda não
pode ser produzida facilmente – os empresários não podem
aplicar à vontade trabalho para produzir dinheiro em
quantidades crescentes à medida que o seu preço sobe em
termos de unidades de salários.
ii. A segunda diferença da moeda é que ela tem uma
elasticidade de substituição igual, ou quase igual, a zero, o
que significa que, quando o seu valor de troca sobe, não
aparece nenhuma tendência para substituí-la por algum outro
fator, a não ser talvez em proporção ínfima, quando a moeda-
mercadoria é também usada na manufatura ou nas artes. Isto
decorre da particularidade de a moeda ter uma utilidade
derivada apenas do seu valor de troca, de tal modo que
ambos sobem e descem pari passu; quando o seu valor de
troca aumenta, não há, portanto, como no caso de outros
fatores de renda, motivo ou tendência para substituí-la por
qualquer outro fator.

Eficácia da Política Monetária


↑ M s  ↓i (DA  EMgK)  ↑I
Compra de ativos  ↑PAF  ↓rAF

Efeito Keynes
↓P pode ↑(M s /P) que poderia ↓i x PPL grande
CAPÍTULO 18
NOVO ENUNCIADO DA TEORIA GERAL DO EMPREGO

Reunindo os fios do raciocínio:


Tomamos como dados a capacidade e a quantidade de mão-de-obra
disponível, a qualidade e quantidade de equipamento disponível, o estado
da técnica, o grau de concorrência, os gostos e hábitos dos consumidores,
a desutilidade das diferentes intensidades de trabalho e das atividades de
supervisão e organização, bem como a estrutura social, incluindo as forças
que determinam a distribuição da renda nacional, não compreendidas em
nossas variáveis citadas mais adiante.

Variáveis independentes:
Propensão marginal a consumir (PMC), EMgK, i

Variáveis dependentes:
Emprego e Renda

Variáveis independentes finais:


a) ∑ fatores psicológicos (PMC, PPL, expectativa de renda futura)
b) unidade de W (unidade de medida)

W= salário: fruto da determinação entre operário e patrão.


c) Oferta de moeda

Existe um incentivo para aumentar o fluxo de investimentos novos até um


ponto em que a alta do preço da oferta de cada espécie de bem de capital
seja suficiente, dado o seu rendimento provável, para fazer cair a
eficiência marginal do capital em geral até as proximidades da taxa de
juros. Isso significa que as condições físicas da oferta nas indústrias de
bens de capital, o estado da confiança quanto ao rendimento provável, a
atitude psicológica relativa à liquidez e a quantidade de moeda
determinam, em conjunto, o fluxo de investimentos novos.

As variações no fluxo de consumo estão, em geral, na mesma direção


(embora de grandeza menor) que as variações do fluxo de rendimentos.

Síntese da Teoria Geral: variáveis exógenas

Oferta de moeda
Taxa de juros (i)
PPL (demanda por moeda)
Estoque de K
Rendimento Esperado EMgK (multiplicador) I >> y(N)
Custo de Reposição

i. Investimento é a variável “exógena” relevante;


ii. Não é determinado no mercado de bens;
iii. Equilíbrio com desemprego involuntário;
iv. Incerteza  instabilidade do I  instabilidade da economia.

Apesar da volatilidade do investimento, a economia não é violentamente


instável por:

a. Multiplicador é maior mas não muito grande


b. Sensibilidade de I frente à i não é grande;
c. Pequenas variações em N não são acompanhadas de grandes
variações em W;
d. Variações em I implicam em variações em EMgK que revertem o
efeito do I.

CAPÍTULO 19
VARIAÇÕES NOS SALÁRIOS NOMINAIS

Segundo Keynes, uma redução nos salários nominais estimulará, ceteris


paribus, a demanda (efeito Pigou) ao fazer baixar o preço dos produtos
acabados, aumentando, portanto, a produção e o emprego até o ponto
em que a redução que os operários concordaram aceitar em seus salários
nominais fique compensada justamente pela eficiência marginal
decrescente do trabalho à medida que aumenta a produção (de
determinado equipamento).

Outras considerações importantes discutidas em aula:


1) Uma redução dos salários nominais diminuirá, em certa medida, os
preços. Acarretará, portanto, certa redistribuição da renda real dos
assalariados para outros fatores que entrem no custo primário marginal e
cuja remuneração não tenha sido reduzida, e dos empresários para os
rendeiros aos quais se garantiu certo rendimento fixo em termos
monetários. Qual será o efeito dessa redistribuição sobre a propensão a
consumir da comunidade em conjunto? A transferência de rendimento
dos que recebem salários para outros fatores de produção tenderá,
provavelmente, a reduzir a propensão a consumir.

4) Se se espera que a baixa dos salários nominais seja um redução


relativamente aos salários nominais no futuro, a mudança será favorável
ao investimento, porque, como vimos antes, aumentará a eficiência
marginal do capital, ao mesmo tempo que, pela mesma razão, poderá ser
favorável ao consumo. Se, por outro lado, a redução leva à expectativa ou,
pelo menos, à séria possibilidade de uma baixa posterior, terá justamente
o efeito contrário, pois diminuirá a eficiência marginal do capital e
provocará o adiamento do investimento e do consumo.
Resumindo: pode cair ou não. Tem um efeito dúbio. Talvez os
empresários acreditem que possa cair mais e esperam pra investir na
frente.

5) A redução da folha de salário, acompanhada por certa baixa nos preços


e nos rendimentos monetários em geral, diminuirá a necessidade de
recursos líquidos para o pagamento de rendimentos e para as transações;
e, por conseqüência, fará baixar pro tanto a curva de preferência pela
liquidez da comunidade em conjunto. Ceteris paribus, isto reduzirá a taxa
de juros e será favorável ao investimento.

CAPÍTULO 21
A TEORIA DOS PREÇOS

Para Keynes, em uma indústria específica, o seu nível de preços depende,


em parte, da taxa de remuneração dos fatores produtivos que entram no
custo marginal e, em parte, da escala de produção. Não há motivo algum
para modificar essa conclusão quando passamos à indústria em conjunto.
O nível geral dos preços depende, em parte, da taxa de remuneração dos
fatores produtivos que entram no custo marginal e, em parte, da escala
global da produção, isto é, do volume de emprego (considerando
conhecidos o equipamento e a técnica).
É verdade que, quando passamos à produção como um todo, o custo da
mesma, para qualquer indústria, depende parcialmente da produção das
demais indústrias. A diferença principal que não temos levado em conta,
porém, é que as variações da demanda atuam ao mesmo sobre os custos
e sobre o volume. É a partir desse aspecto que temos de introduzir idéias
completamente novas quando estudamos a demanda em conjunto e não
mais a de um produto isolado, supondo invariável a demanda como um
todo.

Analisar cálculos do caderno.

CAPÍTULO 22
NOTAS SOBRE O CICLO ECONÔMICO

Segundo Keynes, o ciclo econômico deve, de preferência, ser considerado


como o resultado de uma variação cíclica na eficiência marginal do capital,
embora complicado e freqüentemente agravado por modificações que
acompanham outras variáveis importantes do sistema econômico no
curto prazo.
Existe certo grau reconhecível de regularidade na sequência e duração
dos movimentos ascendentes e descendentes. Contudo, para que a nossa
explicação seja adequada, devemos incluir outra característica do
chamado ciclo econômico, ou seja, o fenômeno da crise – o fato de que a
substituição de uma fase ascendente por outra descendente geralmente
ocorre de modo repentino e violento, ao passo que, como regra, a
transição de uma fase descendente para uma fase ascendente não é tão
repentina.
Qualquer flutuação no investimento, não compensada por uma variação
correspondente na propensão a consumir, resulta, necessariamente,
numa flutuação no emprego. Portanto, dado que o fluxo de investimento
está sujeito a influências bastante complexas, é muito improvável que
todas as flutuações, tanto as do próprio investimento como as da
eficiência marginal do capital, sejam de caráter cíclico.

Esquema do ciclo (explicado em sala de aula):

AUGE:
- Expectativas otimistas > (abundância de K + aumento dos custos de
reposição + aumento da taxa de juros)
- Abundância de K  existe incentivo para a produção de K.
- Aumento dos custos de reposição  relativo atraso de oferta de bens de
capital em relação ao aumento da demanda.
- Aumento da taxa de juros em decorrência do aumento da demanda por
moeda (transações + especulações + crédito P/I)

CRISE:
- Reversão nas expectativas  redução na EMgK (agravado por
abundância de K + aumento dos custos de reposição de K + aumento da
taxa de juros).
- Redução na EMgK e aumento da taxa de juros  redução nos
investimentos.
- Crise  Aumento das incertezas implica em aumento pela preferência
por liquidez (PPL) e aumenta ainda mais a taxa de juros.
- Desgaste e obsolescência dos bens de capital  escassez

OBS: Desilusão pode ser sinalizada por:


i) rendimento atual (estoque de K) sinaliza baixa;
ii) aumento dos custos de produção esperado de bens de capital implica
em redução de incentivo a produzir K, implicando, por sua vez, em
redução dos investimentos.
PAPEL E ESPECIFIDADE DOS BANCOS NA OBRA DE MISKY: UMA
INICIATIVA DE RESPOSTA À CRÍTICA DE DYMSKI

No cap. 17 de sua Teoria Geral, Keynes procurou construir um modelo de


escolha de ativos, em que a demanda por eles dependia dos retornos
totais oferecidos pelos mesmos. O retorno total de um ativo, que define a
sua taxa própria de juros, depende de quatro atributos do ativo já
mencionados neste resumo: taxa de rendimentos esperados (q), custo de
manutenção/retenção do ativo (c), prêmio de liquidez (l), e taxa de
valorização esperada do ativo (a). Todos esses atributos relacionados
como uma proporção do preço de mercado do ativo (Pc).
A partir disso, o retorno do ativo, ou sua taxa própria de juros, é dado por
(a + q-c + l). Quanto maior essa taxa de retorno de um ativo “A” qualquer,
em relação a outro “B”, maior o incentivo que os agentes têm para
desfazer suas posições (vender) de um outro ativo “B”, ao mesmo tempo
em que incrementam suas posições (compra) no ativo “A”. Isso faz com
que o preço de mercado do ativo “A” suba, e o do ativo “B” caia, de forma
que as taxas próprias de juros dos dois ativos tendem a se igualar,
definindo assim uma posição de equilíbrio na composição de portfólio dos
agentes.

A taxa própria de juros tem um forte componente de incerteza. Em


termos mais rigorosos, a incerteza está presente em todos os atributos.
Além da incerteza quanto a retorno e (des)valorização, existe uma
incerteza na desejabilidade de se manter uma determinada posição de
portfólio, ligada ao atributo (l), e outra referente à incerteza nos gastos
contratados com anterioridade, que definem o custo de manutenção do
ativo.

FINANCIAMENTO DO INVESTIMENTO

O financiamento do investimento, que é a variável que fornece a


instabilidade à economia capitalista, torna-se o elemento teórico mais
importante do trabalho de Minsky.
Segundo ele, o financiamento pode ser dado por duas formas: ou ele é
feito através de recursos próprios, ou então mediante a tomada de
empréstimos (demanda por crédito).

Existem dois critérios para classificar as posturas financeiras, com os quais


podem ser identificados três tipos de posturas. Os critérios são definidos
pelas condições de liquidez (descompasso entre compromissos e
recursos) e pelas condições de solvência (viabilidade do plano de
investimento).
Existem três tipos de posturas financeiras na decisão do investimento, a
saber: hedge, especulativa e ponzi.
HEDGE: o fluxo esperado de receitas é maior do que as obrigações de
dívida, em qualquer período considerado. Segundo o critério de condição
de liquidez, o agente hedger não precisa recorrer ao mercado financeiro
para financiar seus débitos, desde que as receitas esperadas realmente
atinjam o montante mínimo necessário para tanto. Segundo o critério de
solvência, estabelece-se como condição inicial para o financiamento que o
valor presente dos ativos seja superior ao valor presente dos passivos.
Resumindo, na postura hedge o agente possui condições de pagar a
dívida, sem ter que recorrer a novos financiamentos.

ESPECULATIVA: o que caracteriza esta postura é a violação da condição de


liquidez, de forma que os pagamentos de dívida superam as receitas
esperadas em alguns períodos, geralmente iniciais, o que obriga o agente
a refinanciar o seu débito. O caráter especulativo deste agente se define
por sua crença na rolagem da dívida no mercado financeiro, o que pode
transformá-lo de ilíquido em insolvente. De fato, se o horizonte de tempo
em que se efetuam os rendimentos dos ativos for muito superior àquele
em que devem ser pagas as obrigações, o valor presente dos ativos se
torna inferior ao dos passivos.

Quando a rolagem da dívida passa a se dar não apenas sobre o principal


da dívida, mas também sobre os juros a pagar, de forma que o total da
dívida cresça, a postura passa a ser a PONZI. A postura Ponzi é também
especulativa, só que com o adendo de que o fluxo de receitas dos
primeiros períodos é inferior ao pagamento dos juros da dívida dos
mesmos períodos.

As unidades especulativa e ponzi são mais vulneráveis ao que se passa nos


mercados financeiros no sentido de que uma elevação das taxas de juros
coloca em risco suas condições de solvência.

As unidades que são de início hedge podem transformar-se em unidades


financeiramente especulativas e até mesmo Ponzi à medida que suas
receitas se deteriorem, e deste modo ampliam as perturbações iniciais.
Isto ocorreria, por exemplo, porque a elevação das taxas de juros diminui
a demanda agregada e, em conseqüência, as receitas esperadas.

Em suma, a fragilidade financeira é tanto maior quanto mais elevada for a


participação de unidades especulativas e Ponzi, frente às de
financiamento hedge. Essa fragilidade significa maior suscetibilidade da
estrutura financeira a crises.

ÍNDICE DE FRAGILIDADE FINANCEIRA (Iff)


Iff = (especulativa + ponzi) / (hedge)

As posturas financeiras são utilizadas por Minsky para explicar os ciclos


econômicos.
POSTURAS FINANCEIRAS NO CICLO:
HEDGE: predomina na saída da recessão (EMgK alta e PPL dos bancos
também);
ESPECULATIVA: predomina na fase posterior a retomada;
PONZI: aparece no auge com excesso de confiança.

Ciclo, segundo Minsky:

O ciclo é financeiro. A fragilidade financeira é endógena à economia. A


reversão cíclica é uma questão probabilística. Se aumenta a fragilidade
financeira, aumenta também a probabilidade da influência de choques
externos.

A) LIMITE ÚLTIMO DA DEPRESSÃO


- declínio acumulativo se esgotou
- unidades especulativas e ponzi faliram
- bancos sobreviventes: liquidez razoável e PPL alta.
B) RECUPERAÇÃO
- sucesso inicial de hedgers sobreviventes (baixa PPL)
- bancos com baixa PPL (retomada de empréstimos)
- melhora nas expectativas com pagamento dos primeiros débitos,
implicando em redução das incertezas e redução na PPL
C) PROSPERIDADE
- aumento no índice de fragilidade financeira (Iff);
- prosperidade acaba se algo altera as condições de
financiamento; isso pode ocorrer se a oferta de crédito se detém.
A razão disso pode ser a política monetária anticíclica da
autoridade monetária. Período de prosperidade podem indicar
pressões inflacionárias, e as autoridades monetárias tendem a
implementar políticas monetárias restritivas, o que eleva a taxa
de juros. Altas taxas de juros significam redução da demanda
agregada e da expectativa dos retornos dos investimentos. O
aumento da exposição dos empréstimos dos bancos reduz suas
margens de segurança, o que eleva as preferências pela liquidez
dos mesmos, podendo se constituir em um segundo fator de
redução do crédito. Por último, o fim da prosperidade pode
ocorrer por um choque exógeno (não sistêmico) qualquer,
quando o grau de fragilidade é alto, se desdobrando em crise
financeira ou em uma nova depressão econômica.

Os bancos, segundo Minsky, possuem um papel diferenciado porque são


eles que fornecem os empréstimos necessários para financiar os
investimentos e refinanciar as posições devedoras de especuladores e
agentes Ponzi. É a capacidade especial de fornecer crédito que dá aos
bancos a especificidade de criar as condições financeiras para as reversões
cíclicas, embora eles não tenham essa percepção.
Portanto, o financiamento do investimento é capaz, por um lado, levar a
economia à prosperidade no ciclo através do aumento do crédito para as
unidades especulativa e ponzi, todavia, por outro lado, também cria as
condições para a reversão, aumentando o índice de fragilidade financeira
(Iff).

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