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Apostila 7

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - Jornalismo

DISCIPLINA: Fundamentos do Jornalismo


PROFESSOR: José Romildo de Oliveira Lima
SEMESTRE DO CURSO: Primeiro
SEMESTRE LETIVO: fevereiro a julho de 2004

Adaptação do livro Os Elementos de Jornalismo, capítulo 2.

Verdade
I. Durante oito anos, o governo dos Estados Unidos enganou a nação e o mundo
sobre a verdadeira situação da Guerra do Vietnã. Ao contrário do que diziam as
autoridades, os americanos estavam perdendo – e não ganhando - a guerra. A
verdadeira versão só veio à tona com a publicação dos documentos
denominados The Petagon Papers, pelos jornais The New York Times e The
Wasghington Post.

II. Código não escrito, desenvolvido ao longo de trezentos anos, ensina: A primeira
obrigação do jornalismo é com a verdade.

III. A verdade cria sensação de segurança sobre os fatos: é a essência da notícia.

IV. Sociedades opressoras tendem a desprezar definições literais de verdade e


precisão, da mesma forma como fazem os pós-modernistas.

V. Os monges da Idade Média diziam que havia uma hierarquia da verdade.


Nessa hierarquia, a menos importante era a verdade literal. Os pensadores
medievais não queriam esclarecer, mas controlar.

VI. É verdade que, depois de livrar-se do controle político, o jornalismo buscar


aumentar seu público com escândalos, emoções fortes e endeusamento de
celebridades. Mesmo assim, os jornais de William Randolph Hearst (The
Herald) e Joseph Pulitzer (The Sun) eram confiáveis.

VII. Para reforçar a confiança dos leitores, Pulitzer criou no seu jornal New York
World, em 1913, uma entidade chamada Bureau de Precisão e Eqüidade. Em
1984, uma das mais famosas revistas de jornalismo do mundo – a Columbia
University Journalism Review – publicou artigo de Cassandra Tate descrevendo
como o primeiro ombudsman do World percebeu uma tendência do jornal

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quando informava sobre desastres marítimos: todas as matérias falavam de um
gato sobrevivente do desastre. O repórter explicou que em um dos navios
acidentados havia um gato, que mereceu toda a atenção da tripulação para salva-
lo. E conseguiu. O repórter explicou que converteu o animal em um personagem
de sua narrativa. Os demais repórteres levaram a maior bronca porque não
contaram a história do gato. No desastre seguinte, não havia gato algum por isso
o repórter deixou de mencionar o assunto. Os colegas, que haviam levado a
bronca, decidiram inventar que havia salvamento de gatos. Com isso, quem
passou a levar desaforos foi o repórter que tinha contado a história inicialmente.
Agora, quando acontece um desastre, todos os repórteres colocam histórias de
gatinhos nas matérias.

VIII. A ironia de tudo é que esses enfeites foram enfiados nas matérias para criar uma
sensação de realismo.

IX. É interessante notar como Walter Lippmann evoluiu em sua visão sobre a
verdade: em 1920, usou as palavras verdade e notícias alternadamente no ensaio
Liberty and The News. Já em 1922, no livro Public Opinion, ele escreveu que
notícias e verdade não são a mesma coisa: “A função das notícias é sinalizar um
fato”, ou tornar o público ciente desse fato. Já “a função da verdade é trazer à
luz os fatos ocultos, estabelecer uma relação entre eles e montar um quadro da
realidade sobre o qual os homens podem agir.”

X. Hoje há pessoas que negam a possibilidade de se colocar os fatos dentro de um


contexto significativo e dizer a verdade.

XI. Acadêmicos de todas as áreas chegam a defender que verdade observável


empiricamente já não existe.

XII. Por sua própria natureza, o jornalismo é reativo e prático, não filosófico ou
introspectivo. Isso se deve, em parte, ao fato de que muitos jornalistas ainda
não deram o devido valor à academia. Mesmo o jornalista Ted Koppel, muito
respeitado nos Estados Unidos, disse certa vez: “As escolas de jornalismo são
perda de tempo”.

XIII. Esse distanciamento dos jornalistas em relação à universidade faz com que eles
não elaborem respostas adequadas para o assunto. Em lugar de defender técnicas
e métodos para encontrar a verdade, os jornalistas negam a existências desses
recursos.

XIV. A falha dos jornalistas em articular bem os fundamentos de seu ofício provoca
desconfiança na população, levando-a a acreditar que a imprensa engana a si
própria ou esconde alguma coisa.

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