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Direito Civil 2

Olá, eu sou o Alexandre Mazza, professor, mestre e doutorando em


Direito pela PUC de SP. Eu desenvolvi um projeto pioneiro de ensino
do Direito utilizando a MEMÓRIA AUDITIVA e a MÚSICA como
instrumentos imbatíveis de assimilação da matéria.

Inicialmente lancei 2 audiolivros, que eu tenho CERTEZA que você


conhece, um de Direito Tributário e outro de Direito Administrativo.
Eles são um tremendo sucesso. MILHARES DE PESSOAS
aprenderam a gostar de Tributário e Administrativo, conseguindo
vencer no Exame da OAB e também nos mais exigentes concursos
públicos do Brasil.

Agora, o projeto está sendo ampliado com o lançamento de audiolivros


de todas as outras matérias. Cada novo audiolivro foi desenvolvido
com a colaboração de professores especializados na respectiva área
eu me encarreguei pessoalmente de adaptar a forma do texto e de
fazer a narração para garantir a mesma qualidade i eficiência que
determinaram o sucesso dos meus audiolivros.

O objetivo continua o mesmo, pois eu preciso que você passe e


conto com a sua ajuda para divulgar o meu trabalho aos seus amigos
e conhecidos.

Ah, Não esqueça, também, de acessar meu site


www.sitedomazza.com.br, nele você encontrará mais músicas,
simulados, artigos exclusivos, e MINHAS CHARGES. Basta acessar,
fazer seu cadastro gratuitamente e usar a vontade.
Precisando entrar em contato comigo, use o próprio site clicando no
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Lembre-se www.sitedomazza.com.br, Obrigado pela confiança e


bons estudos.

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DO DIREITO DE FAMÍLIA
DO CASAMENTO

A constituição reconhece a família formada pelo casamento, pela


união estável e a comunidade formada por um dos pais e seus
descendentes.
O casamento é a união entre um homem e uma mulher
estabelecendo plena comunhão de vida e igualdade de direitos e
deveres. É gratuita a celebração civil do casamento. Não se admite
casamento entre pessoas do mesmo sexo. Devem as partes
manifestar sua vontade de casar perante o juiz. As pessoas têm o
direito de constituir uma comunhão de vida, não se admitindo qualquer
intervenção ou imposição por parte de pessoas jurídicas de direito
público ou privado. O casamento religioso quando celebrado em
atendimento às exigências do civil será equiparado a este. Produz
efeitos desde a data em que é celebrado.

DA CAPACIDADE PARA O CASAMENTO


A idade mínima para casar é de 16 anos, porém, dependerá de
autorização dos pais ou responsáveis até os 18 anos. Eles podem
revogar essa autorização até o momento da celebração do
casamento. Mas se a denegação do consentimento for injusta pode-se
requerer que seja suprida pelo juiz. Os menores de 16 anos poderão
casar em caso de gravidez. O casamento emancipa o cônjuge menor.

E tem música....

DOS IMPEDIMENTOS
Algumas pessoas não podem casar. Contraído casamento nas
hipóteses de proibição será nulo. É o caso dos ascendentes que não
podem casar com descendentes, dos afins em linha reta, adotante
com o cônjuge do adotado, irmãos, pessoas casadas e o cônjuge
sobrevivente com quem matou ou tentou matar seu consorte e foi
condenado.
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E também tem musiquinha ....

DAS CAUSAS SUSPENSIVAS


Há outras pessoas, que a lei recomenda que não devem casar.
Diversamente, aqui não há proibição. O que a lei quer evitar é a
confusão de patrimônios.
Por isso determina que se estas pessoas casarem deverá ser
observado o regime da separação de bens, como no casamento do
tutor ou curador com o tutelado e o curatelado. O rol de pessoas que
não devem casar está no artigo 1523.

ESPÉCIES DE CASAMENTO
Há vários tipos de casamento. Ele pode ser celebrado por
procuração quando o nubente não puder comparecer, nomeando
mandatário mediante instrumento publico com poderes especiais. Se
ambos não puderem comparecer deverão nomear mandatários
diferentes.
O casamento putativo é aquele em que um ou ambos os cônjuges
não sabiam da existência de um impedimento. É nulo ou anulável,
mas não se sabia disso. Produz todos os efeitos de um casamento
válido, mas só se os cônjuges estavam de boa-fé, ou seja, se
ignoravam os impedimentos. Se os cônjuges estavam de má-fé, só
produzirá efeitos em relação aos filhos. Se só um dos cônjuges estava
de boa-fé, o casamento produz efeitos em relação a ele e aos filhos.
O casamento nuncupativo ocorre quando um dos nubentes está
em iminente risco de morte, e não se pode obter a presença de
autoridade para presidir o ato. Nesse caso o casamento será
celebrado na presença de seis testemunhas, que tenham parentesco
com os nubentes em linha reta ou colateral até o segundo grau. Essas
pessoas deverão, em até dez dias, comparecer perante a autoridade
judicial para requerer a declaração de que os contraentes se
receberam como marido e mulher.

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Casamento consular é aquele de brasileiro que está fora do país,
perante as autoridades ou cônjuges brasileiros. Assim que um ou
ambos os cônjuges voltarem ao Brasil, deverão registrar no cartório de
seu domicilio no prazo de cento e oitenta dias.
A conversão da união estável em casamento pode ser requerida a
qualquer tempo, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento
no registro civil.

DA INVALIDADE DO CASAMENTO
O casamento pode ser considerado inválido em várias hipóteses.
Se houve casamento contraído por enfermo mental sem discernimento
para os atos da vida civil será nulo. A ação requerendo a declaração
de nulidade pode ser promovida por qualquer interessado ou pelo MP.
Se o casamento ocorreu com nubente que não atingiu idade
mínima ou sem autorização do representante legal será anulável.
Também é anulável se a pessoa era incapaz de consentir, se a
autoridade celebrante não tinha competência ou se celebrado pelo
mandatário que não sabia da revogação ou invalidade do mandato.
Será ainda anulável por vicio de vontade, ou seja, se quando a pessoa
consentiu havia erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge. As
hipóteses de erro estão descritas no artigo 1556. Esse erro ocorre
quando se desconhecem dados sobre sua identidade, honra e boa
fama, tornando a convivência insuportável, como por exemplo o
cônjuge que descobre que seu consorte é homossexual. Também se
considera erro essencial quem ignora a existência de crime anterior ao
casamento, tornando insuportável a vida em comum.
A ignorância de defeito físico irremediável, moléstia grave
transmissível que possa por em risco a saúde do outro cônjuge ou sua
descendência também enseja a anulação, por ser erro essencial. E, da
mesma forma ocorre com o desconhecimento de doença mental grave
anterior ao casamento.
O casamento celebrado em virtude de coação, em que um dos
cônjuges consentiu em razão de temor de mal considerável é anulável.
Quem pode pleitear a anulação nesses casos é o cônjuge que incidiu
em erro ou sofreu a coação. Mas é importante lembrar que a
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coabitação com a ciência do vício valida o ato. Assim, se a pessoa
sabia do vício não poderá mais propor a ação de anulação, salvo nas
hipóteses de defeito físico irremediável, moléstia grave ou doença
mental.
Anulado o casamento por culpa de um dos cônjuges ele perde
todas as vantagens obtidas do cônjuge inocente e fica obrigado a
cumprir as promessas feitas no contrato antenupcial.

DA EFICÁCIA DO CASAMENTO
O casamento gera vários efeitos. Qualquer um dos cônjuges pode
acrescer ao seu sobrenome o sobrenome do outro. Terão os cônjuges
deveres recíprocos de felicidade, mútua assistência, vida em comum,
respeito e consideração e o sustento, a guarda e a educação dos
filhos. Surge também o vínculo de afinidade do cônjuge com os
parentes do seu consorte.

DOS REGIMES DE BENS ENTRE OS CÔNJUGES


O patrimônio dos cônjuges e suas relações econômicas
resultantes do casamento são disciplinados pelo regime de bens. O
regime tem inicio com a celebração do próprio casamento. Ele pode
ser decorrente do pacto antenupcial, que é um contrato celebrado
antes do casamento onde se estipula qual o regime de bens. É um
contrato solene porque deve ser celebrado por escritura pública, caso
contrario será nulo. Se for celebrado o pacto, mas não houver
casamento ele será ineficaz. Se celebrado por menor, deve ser
aprovado por seu representante legal, sob pena de ineficácia.
Admite-se a alteração do regime escolhido mediante autorização
judicial. O pedido deverá ser motivado e de ambos os cônjuges.
Alguns atos para que sejam praticados dependem de autorização do
outro cônjuge. Com exceção do regime de separação absoluta, não
pode o cônjuge sozinho fazer doação de bens comuns. Também não
pode gravar bens imóveis de ônus reais ou aliená-los, nem pleitear
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como autor ou réu sobre esses bens. Também não pode prestar fiança
ou aval. Se um dos cônjuges negar autorização para esses atos sem
justo motivo, o outro poderá requerer o suprimento pelo juiz.
Os regimes de bens são os da comunhão parcial, comunhão
universal, da participação final dos aqüestos e da separação de bens.
Se não houver pacto antenupcial o regime dos cônjuges será o da
comunhão parcial. Neste regime, os bens que os consortes tinham
antes do casamento não se comunicam. Os bens adquiridos durante o
casamento se comunicam. Haverá assim, os bens de cada um dos
cônjuges separadamente e os bens de ambos, os comuns. Mas
também, há bens que mesmo adquiridos na constância do casamento
não se comunicam, em razão de uma causa alheia ou anterior ao
casamento. Exemplo são os bens de uso pessoal, os livros e
instrumentos de profissão, os decorrentes de obrigações anteriores ao
casamento, os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge. Se um
cônjuge recebe durante o casamento bens por sucessão ou doação,
também não se comunicam. O rol dos bens que não se comunicam
está no art 1659. A administração do patrimônio compete a qualquer
dos cônjuges.
Pelo regime da comunhão universal, todos os bens, presentes e
futuros se comunicam, havendo só uma massa de bens. Mas mesmo
assim, há bens que ficam excluídos na comunhão.

É o caso dos proventos de trabalho pessoal de cada um, dos bens


herdados ou recebidos em doação com clausula de
incomunicabilidade e das dívidas anteriores ao casamento, salvo se
reverterem em proveito comum. O rol de bens excluídos consta no
artigo 1668.
O regime da participação final dos aqüestos, a rigor, é de
separação absoluta, mas se for extinta a sociedade conjugal, aplicam-
se às regras da comunhão parcial. Durante o casamento cada cônjuge
possui patrimônio próprio. A administração desses bens é exclusiva de
cada um, que pode aliená-los sem autorização, se móveis. Ocorrendo
a dissolução da sociedade, cada cônjuge terá direito a metade dos
bens adquiridos onerosamente durante o casamento. Só se excluem
da meação os bens anteriores ao casamento, os havidos por
sucessão ou liberalidade e as dívidas relacionadas aos bens.
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No regime de separação de bens há duas massas de bens. Cada
cônjuge tem a administração exclusiva dos seus bens, podendo gravá-
los de ônus real ou alienar independentemente de autorização do
outro.

DA DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE E DO VÍNCULO


CONJUGAL
A sociedade conjugal termina pela morte de um dos cônjuges, que
pode ser real ou presumida. Pode terminar também pela nulidade ou
anulação do casamento pelos motivos já mencionados. E termina
ainda pela separação judicial ou pelo divórcio. A separação judicial
pode ser requerida por qualquer dos cônjuges ou por ambos. Quando
é requerida por ambos chama-se amigável. Quando por apenas um
deles, diz-se litigiosa. Na separação amigável não há litígio. Ambos os
cônjuges pretendem colocar um fim na relação conjugal. Exige a lei
que o casamento tenha sido celebrado há mais de um ano. Nesse
caso, podem os cônjuges optar por permanecer ou não com o nome
de casado. Poderão também apresentar partilha de bens e resolver
quem ficará com a guarda dos filhos.
A separação litigiosa pode ser requerida por um dos cônjuges
imputando ao outro grave violação aos deveres do casamento, que
tornaram a vida em comum insuportável. É a separação sanção. Tem
esse nome porque acarreta sanções ao cônjuge culpado. Ele perde o
direito de usar o sobrenome do outro, salvo se lhe causar prejuízos
para sua identificação. Perde também o direito aos alimentos, salvo os
indispensáveis à sua sobrevivência.
Também pode ser requeria a separação se um dos cônjuges
provar que houve ruptura da vida em comum a mais de um ano e que
é impossível reconstitui-la. É a separação falência. Neste caso pode-
se optar pelo uso do sobrenome do outro e do pedido podem constar
cláusulas da partilha e alimentos. Por fim, pode o cônjuge requerer a
separação quando seu consorte for acometido de grave doença
mental que torne impossível a vida em comum. É a separação
remédio. Mas só é possível o pedido nesse caso se essa doença
tenha sido reconhecida como de cura improvável após 2 anos de
duração. O cônjuge enfermo nesse caso ficará com os bens que levou
para o casamento e a meação dos outros, adquiridos posteriormente.
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A separação judicial põe fim aos deveres de fidelidade, coabitação
e ao regime de bens. Ela importa na partilha dos bens e na separação
de corpos. Independente do motivo da separação, os cônjuges podem,
a qualquer tempo reconciliar-se restabelecendo a sociedade conjugal,
por ato em juízo.
Após um ano do trânsito em julgado da sentença que decretou a
separação, podem as partes requerer a conversão em divórcio. Este,
além de por fim à sociedade conjugal, põe fim também ao casamento,
podendo quem se divorciou casar novamente.
O divorcio também pode ser requerido diretamente, isto é, sem a
separação judicial. Para tanto deve ter decorrido o período dois anos
da separação de fato. O divorcio não muda os direitos e deveres dos
pais em relação aos filhos.

DA UNIÃO ESTÁVEL
A lei reconhece a união estável entre homem e mulher desde que
esteja configurada a convivência pública, contínua e duradoura e com
objetivo de constituir família. Assim, havendo relação de convivência e
um relacionamento de marido e mulher os companheiros têm direito à
regulamentação e proteção da lei. À união estável aplicam-se os
mesmo princípios do casamento, bem como as normas relativas aos
alimentos e os impedimentos. Se um dos companheiros já for casado
mas estiver separado de fato, não há óbice à configuração da união
estável. Se não for celebrado contrato entre os companheiros
estipulando as relações patrimoniais, aplica-se o regime da comunhão
parcial de bens. Concubinato, de acordo com a lei, se constitui na
relação não eventual entre homem e mulher impedidos de casar. Se
for o caso, não se configura a união estável, salvo que já estavam
separados de fato ou judicialmente.

DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO


A relação de parentesco é o vinculo entre pessoas. Pode ser de
ascendentes, descendentes, cônjuge ou companheiro e ainda com os
parentes de seu consorte, ou os adotados. O vinculo entre
ascendentes e descendentes é o parentesco em linha reta, como o do
bisavô, pai, avô, filho, neto e bisneto.

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Parentes em linha colateral ou transversal são as pessoas que
não descendem umas das outras mas pertencem ao mesmo tronco. É
o caso dos irmãos, tios sobrinhos e primos.
A contagem do vínculo se faz por graus. Na linha reta não há
limite de graus. Na colateral só são parentes até o quarto grau, que
são os primos.
O parentesco é natural quando resultante de consangüinidade, ou
civil, se resultante de outra origem, como por exemplo a adoção. O
parentesco por afinidade decorre do casamento ou da união estável. O
cônjuge ou companheiro torna-se parente por afinidade dos parentes
do outro. Esse parentesco se limita aos ascendentes, descendentes e
irmãos. A dissolução do casamento ou da união estável só extingue o
parentesco por afinidade com relação aos irmãos. Assim, o homem
que se casa novamente terá duas sogras, já que a dissolução do
primeiro casamento não extinguiu o parentesco por afinidade na linha
reta, ou seja, com a sogra. Por outro lado, nada impede que o homem
se case com a cunhada pois o parentesco nesse caso se extinguiu.

DA FILIAÇÃO
Os filhos sempre terão os mesmos direitos independentemente de
serem havidos da relação de casamento ou serem adotados. É a
aplicação do princípio da igualdade de todos os filhos.
Da lei civil decorre uma presunção de que os filhos foram
concebidos durante o casamento. O artigo 1.597 traz todas as
hipóteses gerando presunção legal de paternidade, que é relativa, já
que a prova da impotência do cônjuge para gerar encerra essa
presunção. A filiação se prova com a certidão de nascimento, não
sendo permitido a ninguém contestá-la, salvo se provado erro ou
falsidade do registro. Nem o adultério nem a confissão materna
excluem a paternidade. O direito de contestar a paternidade é dado ao
pai e a ação negatória de paternidade não prescreve, podendo seus
herdeiros prosseguir na ação. Pode também o filho propor ação de
prova de filiação que é igualmente imprescritível.
O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido por um
dos pais ou por ambos. Esse reconhecimento é irrevogável. Pode ser
voluntário ou em ação de investigação de paternidade proposta pelo
filho.
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DA ADOÇÃO
Adoção é o ato jurídico pelo qual se estabelece um vínculo de
filiação. Ela atribui ao adotado a condição de filho do adotante. Só se
pode ser adotado por duas pessoas se elas foram casadas ou viverem
em união estável. Poderão até ser divorciados ou separados e adotar
conjuntamente. Mas amigos ou irmãos não podem adotar
conjuntamente.
Para que seja possível adotar, necessário obedecer alguns
requisitos. Deverá a adoção constituir um benefício para o adotando.
Se ele for maior de 12 anos, a adoção dependerá do seu
consentimento, que pode ser revogado até a sentença que constitui a
adoção. Esse consentimento é dispensável caso os pais do adotando
sejam desconhecidos ou destituídos do poder familiar. Só poderá
adotar quem for maior de 18 anos e deve haver, obrigatoriamente uma
diferença de idade de 16 anos ente o adotante e o adotado.

Guarde a música.......

Tutores e curadores só podem adotar pupilos e curatelados


depois de prestarem as contas da sua administração.

DO PODER FAMILIAR
O poder familiar é o conjunto de direitos e deveres dos pais,
relativos à pessoa e aos bens dos filhos menores. Compete a ambos
os pais em igualdade de condições. O pai ou mãe que castiga o filho
imoderadamente, o deixa em abandono ou pratica atos contrários à
moral e aos bons costumes poderá perder o poder familiar por decisão
judicial. Pode ainda ser suspenso o poder familiar se um dos pais
faltar com os seus deveres, abusando de sua autoridade. E também
se houver condenação por crime com pena superior a 2 anos de
prisão.

DOS ALIMENTOS
Os alimentos são prestações destinadas a suprir as necessidades
vitais de alguém que não pode provê-las por si.

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São de várias espécies. Os alimentos naturais se destinam a
assegurar a sobrevivência. Os civis são para manter o padrão de vida.
Podem ainda ser provisórios ou provisionais.
Provisórios são fixados em ação de alimentos liminarmente.
Provisionais são fixados em cautelar de ação de nulidade ou anulação
de casamento, separação judicial, divórcio ou alimentos. Eles não
dependem de prova do casamento ou do parentesco, ao contrário dos
provisórios. Podem ser pedidos pelos parentes, cônjuges ou
companheiros. É um direito de pais e filhos, que se estende aos
ascendentes e na falta deles aos descendentes, e na sua falta aos
irmãos. É uma obrigação transmissível aos herdeiros do devedor. Não
se pode renunciar ao direito de pedir alimentos. Pode-se não exerce-
lo, mas renunciar é impossível. O crédito é impenhorável, também não
podendo ser cedido. Os alimentos são irrepetíveis ou seja,
irrestituíveis, independente do resultado final da ação. Se um dos
cônjuges separado judicialmente vier a necessitar de alimentos terá o
outro que prestá-los. Mas se o credor se casar, constituir união estável
ou concubinato, o outro não terá mais de prestar alimentos a ele.

DA TUTELA E DA CURATELA
Se um menor não estiver sob o poder familiar, será nomeado um
tutor com o encargo de administrar seus bens, representá-lo e assisti-
lo. Portanto, terá um tutor o menor cujos pais faleceram, foram
julgados ausentes, enfim, que perderam o poder familiar. Ele pode ser
nomeado pelo juiz ou pelos pais. Os pais nomearão tutor por
testamento ou outro documento autêntico. Se não tinham o poder
familiar a nomeação é nula. Caso os pais não tenham nomeado tutor,
a lei estabelece uma ordem. Primeiro os ascendentes e na falta deles
os colaterais. É a tutela legítima. Se não houver ninguém, ou se os
tutores forem excluídos ou removidos por serem inidôneos, a tutela
será dativa, nomeando-se alguém que resida no domicílio do menor.
Os irmãos órfãos terão só um tutor. O tutor deve prestar contas da sua
administração, apresentando balanço contábil ao juiz, mesmo que os
pais do tutelado tenham disposto o contrário. Acaba a tutela com a
maioridade, com o retorno do menor ao poder familiar, com o
reconhecimento ou com a adoção. Mas o tutor fica responsável até a
aprovação das contas pelo juiz.
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Na curatela não se protege o menor, como é na tutela. O curador
administra os bens de um incapaz que não pode fazê-lo por si.
Também rege e defende o incapaz.
Será dado curador para quem não tiver discernimento para os
atos da vida civil em razão de doença, deficiência mental ou outra
causa.
Também será dado curador ao deficiente mental, o ébrio habitual,
o toxicômano, o pródigo e os excepcionais. A incapacidade é
declarada por meio da interdição,que pode ser requerida por qualquer
parente ou pelo Ministério Público.
Proferida a sentença de interdição, mesmo com a interposição de
recurso já ocorre a produção de efeitos. A curatela tem limites, que
são fixados pelo juiz. Por exemplo, o curador do pródigo, praticará os
atos relativos à administração do seu patrimônio, nada além disso.

DIREITO DAS SUCESSÕES

O direito das sucessões regula a substituição de uma pessoa por


outra nos seus direitos e obrigações em razão da sua morte. A
sucessão decorre, portanto, da morte, não dependendo de nenhum
ato posterior. É o princípio da seisine. (lê-se sazine).
O lugar da abertura da sucessão é o do último domicílio do
falecido e ela será regulada pela lei que estiver vigente na época da
abertura. A sucessão pode ser legítima, ou seja, por lei, quando não
há testamento ou se for nulo por exemplo. O herdeiro legítimo é
aquele indicado pela lei. Pode também a sucessão ser testamentária,
quando há testamento. Se houver herdeiros necessários o testador só
pode dispor da metade dos seus bens. O restante será herdado pelos
herdeiros legítimos. O herdeiro testamentário é aquele beneficiado
pelo testamento.
A herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato. A
herança é considerada intransmissível mesmo que haja vários
herdeiros. O herdeiro pode ceder o direito à sucessão aberta ou o seu
quinhão por escritura pública. Mas não pode ceder um bem da
herança singularmente considerado, ou seja, uma parte determinada
do acervo, antes da partilha dos bens. Também não pode ceder a sua
quota a um terceiro se outro herdeiro a quiser, tanto por tanto. Se o
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fizer sem comunicar ao co-herdeiro, este poderá haver para ele a
quota, depositando o valor. O co-herdeiro tem o prazo de cento e
oitenta dias da transmissão para fazer isso.
Após trinta dias da abertura da sucessão deverá ser instaurado o
inventário para liquidação e partilha dos bens da herança.
O herdeiro responde também pelas dívidas, mas não por
encargos superiores às forças da herança.
Até que seja nomeado o inventariante quem administrará a
herança será o cônjuge ou companheiro ou o herdeiro que estava
administrando os bens ou o testamenteiro ou até alguém da confiança
do juiz. Nesta ordem.

DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA
A ordem de vocação hereditária é a matéria que trata da
legitimidade para suceder. Poderão suceder as pessoas já nascidas
ou já concebidas na época da sucessão, ou seja, o nascituro. Podem
também suceder as pessoas jurídicas e filhos não concebidos de
pessoas indicadas pelo testador. A lei possibilita, portanto, a sucessão
pela prole eventual, estabelecendo que se em até dois anos da
abertura da sucessão não for concebido o herdeiro, os bens serão dos
herdeiros legítimos. No caso da prole eventual, os bens ficarão
confiados a um curador. O filho do concubino do testador também
pode suceder.
Algumas pessoas não podem ser nomeadas herdeiras nem
legatárias por expressa disposição legal. São elas a pessoa que
escreveu o testamento e o cônjuge, ascendentes e irmãos, as
testemunhas testamentárias, o concubino do testador casado, o
tabelião. Disposições testamentárias que beneficiem essas pessoas
são nulas, inclusive quando simuladas, aparentando contrato oneroso.

DA ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA


Para a transmissão dos bens se tornar definitiva, necessária a
confirmação pelo herdeiro, aceitando a herança. A aceitação pode ser
expressa ou tácita. Já a renúncia obrigatoriamente tem que ser
expressa, constando de instrumento público ou termo judicial.
Aceitando ou não a herança, não pode mais o herdeiro revogar tais
atos. A renúncia ou aceitação só pode ser feita em relação ao todo.
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Não é permitido ao herdeiro renunciar somente a uma parte a
herança. Mas, se uma pessoa é sucessora de herança e de legado
poderá renunciar à herança, aceitando o legado, e vice-versa. Agora,
se o herdeiro é sucessor de mais de um quinhão decorrente de títulos
sucessórios diversos, poderá aceitar uns e renunciar a outros.
Imagine-se que alguém seja beneficiado pela sucessão testamentária
e pela legítima. Ele pode aceitar a uma renunciando a outra.
Se o herdeiro falecer antes de dizer se aceita ou não a herança,
esse direito passa aos seus herdeiros, ou seja, eles dirão se aceitam
ou não a herança.
Se o herdeiro renuncia, a parte dele é dividida entre os outros
herdeiros da mesma classe, salvo se ele era o único. A sua parte,
nesse caso, é dividida entre os herdeiros da classe subseqüente. Não
é permitido a alguém suceder representando o herdeiro renunciante. A
lei não permite a renúncia de herança com a finalidade de prejudicar
credores. Nesse caso, se o herdeiro renunciar, poderão os credores
aceitar a herança em seu nome. Deverão fazê-lo em até 30 dias do
conhecimento do fato com autorização de juiz. Pagas as dívidas, o
remanescente será devolvido aos outros herdeiros.

DOS EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO


Algumas pessoas podem ser excluídas da sucessão. Estamos
falando das hipóteses de exclusão por indignidade.
O herdeiro será considerado indigno quando houver atentado
contra a vida do de cujus ou seu cônjuge, companheiro, ascendente
ou descendente. A lei fala somente em homicídio doloso. Também
será indigno quando incorrer em crime contra a honra do de cujus ou
seu cônjuge ou companheiro.

Ouça a musiquinha.....

Por fim, também decorre a indignidade de ato que inibe ou obsta o


de cujus da sua liberdade de testar. As causas de exclusão por
indignidade estão enumeradas no artigo 1.814. A exclusão do indigno
deverá ser declarada por sentença, devendo os interessados propor a
ação em até quatro anos da abertura da sucessão. É como se o
indigno fosse morto antes da abertura da sucessão, passando a
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suceder os seus descendentes. Caso o herdeiro considerado indigno
tenha percebido frutos e rendimentos dos bens da herança, ele fica
obrigado a devolvê-los. Mas tem o direito de ser indenizado se teve
despesas para a sua conservação. Antes da sentença de exclusão se
consideram válidos os atos de administração praticados pelo indigno
bem como as alienações onerosas de bens para terceiros pois não se
pode prejudicá-los se estavam de boa-fé. Se em razão de tais atos se
prejudicou algum dos herdeiros, será possível demandar perdas e
danos. O herdeiro indigno pode ser reabilitado.
A reabilitação pode ser expressa, quando o ofendido o perdoou
expressamente no testamento ou em outro ato autêntico. Será tácita
quando o ofendido contemplar o indigno em testamento mesmo
sabendo da causa da indignidade.

DA DESERDAÇÃO
A exclusão por indignidade não se confunde com a deserdação.
Pela deserdação um herdeiro necessário é excluído da sucessão em
testamento. Só é possível, portanto a deserdação na sucessão
testamentária. O motivo da deserdação deve ser expressamente
indicado no testamento. Além disso, o herdeiro instituído no lugar do
deserdado deverá provar que a causa alegada no testamento é
verdadeira. Para tanto ele tem o prazo de 4 anos, contados da
abertura do testamento.
Portanto, para que haja deserdação é necessária existência de
testamento bem como de herdeiros necessários. Necessárias ainda a
expressa declaração do motivo da deserdação e a prova por quem a
aproveita da veracidade da sua causa.
Pode ocorrer a deserdação pelos mesmos motivos que autorizam
a exclusão por indignidade além de outras enumeradas no artigo
1.963. Como exemplos, temos a ofensa física ou a injúria grave.

DA HERANÇA JACENTE E VACANTE


Quando alguém falece e não se sabe da existência de herdeiros
nem há testamento, a herança é jacente. Nesse caso os bens serão
guardados e administrados por um curador nomeado pelo juiz. Serão
expedidos editais para a convocação dos interessados. Se
aparecerem herdeiros, a eles serão entregues os bens após a sua
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habilitação. Caso não haja herdeiro habilitado após um ano da
publicação do edital, a herança será considerada vacante. Também é
declarada vacante se há herdeiros, mas todos renunciam à herança.
Os credores podem pedir que sejam pagas as dívidas, mas só até o
limite das forças da herança. Mesmo após a declaração de vacância,
se aparecer algum herdeiro, ele poderá se habilitar. Colaterais só
podem se habilitar até a declaração de vacância. Passados cinco anos
sem que nenhum herdeiro apareça, os bens passarão ao domínio do
Município ou da União, se situados em território federal.

DA PETIÇÃO DE HERANÇA
Pode propor a ação de petição de herança quem pretender a
restituição da herança ou o reconhecimento judicial do direito de
suceder. Mesmo que a ação de petição de herança seja exercida por
um dentre vários herdeiros, poderá compreender todos os bens
hereditários. A ação é movida em face de herdeiro ou possuidor da
herança.
Procedente a ação, o herdeiro ou possuidor será condenado a
entregar a parte da herança que cabe ao autor da ação. Se os bens
foram transferidos a terceiros, a ação pode ser movida contra eles e o
possuidor originário fica responsável pelo valor dos bens alienados.

DA SUCESSÃO LEGÍTIMA
São herdeiros necessários o cônjuge, os ascendentes e os
descendentes. Eles têm direito à metade dos bens da herança,
constituindo a legítima. A legítima é calculada tomando-se o valor dos
bens na data da abertura da sucessão, descontadas as despesas com
funeral e as dívidas, acrescendo-se o valor dos bens da colação. Caso
algum herdeiro tenha recebido bens da parte disponível do de cujus
ficará com estes sem perder os bens da legítima.

DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Se algum herdeiro é incapaz de suceder ou ausente ou falecido a
herança é transferida ao herdeiro mais próximo. É o direito de
representação. Imagine-se que o de cujus tenha dois filhos, A e B. B é
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falecido e tem dois filhos, C e D. A herança será partilhada entre A e C
e D, que receberão a parte que caberia ao seu pai, falecido. Os
representantes recebem aquilo que o representado herdaria em
quotas iguais.

DA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA


A sucessão legítima é aquela que decorre de lei. Há sucessão
legítima se não há testamento, se este caducou ou foi declarado nulo.
Também haverá sucessão legítima quando o testamento não dispôs
sobre todos os bens. Aqui, deve-se obedecer a uma ordem
estabelecida em lei. É a ordem de vocação hereditária entre os
herdeiros necessários.
A primeira classe é composta pelos descendentes em
concorrência com o cônjuge sobrevivente.
O cônjuge sobrevivente só concorre se não era casado no regime
da separação absoluta, pois nesse caso não herda. Nem no regime da
comunhão universal, pois nesse caso metade do patrimônio lhe
pertence. A divisão é feita da seguinte forma: imagine-se que o de
cujus tinha dois filhos. A herança será dividida em 3 partes e cada filho
tem direito a uma e o cônjuge a outra. Note-se que essa hipótese trata
dos descendentes do de cujus somente. Se forem descendentes do de
cujus e do cônjuge sobrevivente, a divisão é diferente.
Nesse caso, a quota do cônjuge sobrevivente não pode ser
inferior a ¼ da herança. Imaginemos que o de cujus tinha dois filhos. A
herança será dividida em quatro partes, uma para o cônjuge e as
outras três serão partilhadas igualmente entre os filhos. Entre os
descendentes, os de grau mais próximo excluem os de grau mais
remoto. Assim, havendo filhos, se excluem os netos. A única exceção
é o direito de representação.
A segunda classe é dos ascendentes em concorrência com o
cônjuge sobrevivente, ou seja, quando não há descendentes.
Novamente os de grau o mais próximo excluem o mais remoto. Se por
exemplo estão vivos os pais e os avós do de cujus só herdarão os
seus pais. Se há diversidade de linhas, os ascendentes paternos
recebem a metade e os maternos a outra metade. Se, por exemplo,
concorrem somente três avós, sendo dois paternos e um materno
ficará a metade para os paternos e a outra metade para os maternos.
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Se concorrerem o cônjuge e ascendentes em primeiro grau, o cônjuge
deverá receber 1/3 da herança. Por exemplo, concorrem os pais e o
cônjuge do de cujus. Será 1/3 para o cônjuge e 2/3 para os pais.
Agora, se houver só um ascendente ou se for de grau maior, o
cônjuge recebe a metade. Por exemplo, concorrem o pai do de cujus e
cônjuge. Cada um recebe a metade. Se o grau for maior como é o
caso quando concorrem os avós, eles recebem a metade e o cônjuge
a outra metade.
A terceira classe é a do cônjuge sobrevivente, que herda por
inteiro quando não há descendentes ou ascendentes. Mas ele só
herda se não estavam separados judicialmente ou de fato há mais de
dois anos, a não ser que prove que a convivência se tornou
insuportável, sem sua culpa. Independentemente do regime de bens, o
cônjuge tem o direito de habitar o imóvel da residência da família, mas
só se for o único imóvel.

Com relação à união estável é diferente. O companheiro participa


da sucessão conforme as regras artigo 1.790. Se concorrer com filhos
comuns, terá direito a quota igual a que for atribuída por lei ao filho. Se
concorrer com descendentes só do de cujus recebe metade do que
couber a cada um deles. Se concorrer com outros parentes recebe 1/3
da herança. Não havendo outros parentes recebe tudo.
A quarta classe será chamada para suceder quando não houver
cônjuge sobrevivente. É a classe dos colaterais. A ordem de sucessão
dos colaterais é: primeiro os irmãos, depois os sobrinhos e depois os
tios.
Os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de
representação dos filhos de irmãos. Por exemplo, se o irmão do de
cujus falecer, herdarão os seus filhos, sobrinhos do de cujus. Irmãos
unilaterais receberão a metade do que recebem os bilaterais.
Se não há parente para suceder a herança é do Município ou da
União, conforme situada ou não em território federal.

DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
A sucessão testamentária, como o próprio nome diz, decorre do
testamento. O testamento é um ato personalíssimo pelo qual alguém
dispõe do seu patrimônio e faz outras disposições. A pessoa pode
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dispor livremente sobre os seus bens, desde que respeite a legítima
dos herdeiros necessários, que é constituída pela metade do seu
patrimônio. O testamento pode ser mudado a qualquer tempo.

DA CAPACIDADE PARA TESTAR


Quem não tem pleno discernimento não pode testar, nem os
menores de 16 anos. É de 5 anos o prazo para impugnar a validade
do testamento, contados da data do registro. Se sobrevier a
incapacidade do testador, o testamento não se invalida.

DAS FORMAS ORDINÁRIAS DE TESTAMENTO E DOS


TESTAMENTOS ESPECIAIS
Há testamentos ordinários e especiais. Ordinários são o público, o
cerrado e o particular. Os especiais são o marítimo, o aeronáutico e o
militar.
O testamento público é elaborado pelo tabelião ou seu substituto
de acordo com as declarações do testador. Deve ser lido em voz alta
pelo tabelião ao o testador e duas testemunhas. Ou pode ser lido pelo
testador, na presença das mesmas pessoas.
Todos deverão assinar o testamento. O surdo lerá o seu
testamento ou se não souber escolherá alguém para ler em seu lugar
na presença das testemunhas. O cego só pode fazer testamento
público. Nesse caso será lido duas vezes. Uma pelo tabelião ou
substituto e outra por uma das testemunhas.
O testamento cerrado é aquele que só é conhecido pelo testador.
É escrito por ele ou por alguém a pedido seu e posteriormente
aprovado pelo tabelião pelo auto de aprovação.
O tabelião deve receber o testamento na presença de duas
testemunhas e o testador deve declarar que aquele é o seu
testamento solicitando aprovação. Lavrado o auto de aprovação todos
assinarão o documento. Ele pode ser escrito em língua nacional ou
estrangeira, já que não é necessário se conhecer o seu conteúdo.
Pode ser feito por surdo-mudo, desde que o escreva todo e assine
mas não pode ser feito por quem não puder ler.
O testamento particular é aquele escrito pelo testador, de próprio
punho ou processo mecânico, na presença de 3 testemunhas. Após a
morte do testador é publicado em juízo, devendo ser confirmado pelas
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testemunhas. Ele pode ser escrito em língua estrangeira desde que as
testemunhas a entendam. Pode ser confirmado judicialmente sem
testemunhas, desde que haja alguma circunstância excepcional
declarada no próprio testamento. O testamento não será cumprido se
faltarem as testemunhas por morte ou ausência. Mas se pelo menos
uma testemunha comparecer o testamento será confirmado a critério
do juiz, caso entenda que há prova suficiente.
O testamento marítimo é elaborado perante o comandante, em
viagem de navio nacional, na presença de duas testemunhas. O
aeronáutico é elaborado perante alguém designado pelo comandante
durante viagem de avião. Nos dois casos o testamento será registrado
no diário de bordo e ficará sob a guarda do comandante. Exige a lei a
presença de duas testemunhas. Se o testador não falecer na viagem
nem nos noventa dias posteriores ao desembarque, o testamento
caducará.
O testamento militar é para militares e outras pessoas a serviço
das forças armadas em campanha. O testador deve entregar o
instrumento escrito para o auditor ou oficial da sua patente que o
assinará, além das testemunhas. Se o testador estiver em combate ou
ferido, poderá testar oralmente na presença de duas testemunhas,
mas não tem efeito se o testador não falecer. É o testamento
nuncupativo.

DOS CODICILOS
Codicilo é um ato pelo qual alguém dispõe sobre o seu patrimônio.
Diferencia-se do testamento por se referir a disposições de pequeno
valor, e por não serem necessárias as mesmas formalidades que para
o testamento. Pode ser feito por escrito particular datado e assinado.
O codicilo é válido mesmo que exista testamento, mas se foi feito
testamento posteriormente e não se confirmou o codicilo, ele é
considerado revogado.

DAS DISPOSIÇÕES TESTAMENTÁRIAS


A lei regula o conteúdo das disposições do testamento. Cláusulas
elaboradas por erro, dolo ou coação são anuláveis, devendo a ação
ser proposta em até quaro anos do conhecimento do vício. A
nomeação do herdeiro pode ser sob condição, para certa finalidade ou
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por certo motivo. Mas não se pode determinar o momento em que
inicia ou finda o direito do herdeiro. Havendo disposição desse tipo, é
considerada não escrita. Se houver mais uma interpretação para uma
cláusula testamentária prevalece aquela que melhor assegure a
vontade do testador. Se o testamento beneficiar mais de um herdeiro
sem discriminar qual é a parte de cada um a porção disponível será
dividida igualmente. Se forem determinadas as quotas de cada
herdeiro e restarem bens, estes serão herdados pelos legítimos,
obedecendo-se a ordem de vocação hereditária.

DOS LEGADOS
Legado é a disposição testamentária pela qual se deixa a alguém
bens determinados. Se a coisa não pertencia ao testador no momento
da abertura da sucessão o legado é ineficaz. Ele pode ser de crédito
ou quitação de dívida, de alimentos ou de usufruto. No legado de
crédito o testador é credor de um terceiro, e transfere ao legatário
esse crédito. Já se o legatário for devedor do testador, com o legado
de quitação de dívida, ocorre o perdão desta. O legado de alimentos
compreende o sustento, a cura, o vestuário e a casa, enquanto o
legatário viver. Se ele for menor, inclui também a sua educação. É o
que estabelece o artigo 1.920. O legado de usufruto, se instituído sem
que se fixe um período, entende-se que foi deixado ao legatário por
toda a vida.

Se houver litígio relativo à validade do testamento não se pode


requerer o legado, devendo-se aguardar a solução da controvérsia.
A coisa legada deverá ser entregue com todos os seus
acessórios, no mesmo lugar e estado em que se encontrava quando
faleceu o testador e passando para o legatário com todos os seus
encargos. Caso não haja disposição do testador, as despesas com a
entrega do legado correrão por conta do legatário.
O legado caduca se o testador modificar a coisa legada ou aliená-
la, se ela perecer ou for evicta. Caduca também se o legatário falecer
antes do testador, ou se for excluído da sucessão.

DO DIREITO DE ACRESCER ENTRE HERDEIROS E


LEGATÁRIOS
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Se o testador beneficiar várias pessoas deixando-lhes quinhões
não determinados e uma dessas pessoas não quiser ou não puder
aceitá-la essa parte passará aos demais herdeiros. É o direito de
acrescer. Só não ocorre o direito de acrescer se o testador tiver
nomeado um substituto. Também há o direito de acrescer entre os
legatários, quando forem nomeados em conjunto para uma coisa só
ou se o objeto não puder ser divido sem risco de desvalorização.
Aqueles aos quais acresceu o quinhão ficam sujeitos aos
encargos e às obrigações que o oneravam.

DAS SUBSTITUIÇÕES
O testador poderá nomear um substituto para receber a herança
ou o legado quando os herdeiros ou legatários não puderem ou não
quiserem recebe-la. Pode ser em razão de indignidade ou recusa da
herança,por exemplo. Nesses casos, será contemplado o substituto
nomeado. A substituição pode ser vulgar ou recíproca e pode ser
fideicomissária.
A vulgar ocorre quando o testador substituir o herdeiro ou
legatário por outra pessoa. Pode também substituir por várias
pessoas. A recíproca ocorre quando o testador substitui um
beneficiário pelo outro.
A substituição fideicomissária tem por objeto beneficiar a prole
eventual. É o que determina o artigo 1.952. Assim, o testador beneficia
os herdeiros e também estabelece que quando estes falecerem a
herança ou o legado se transmita ao herdeiro fideicomissário. Não
pode haver substituição fideicomissária da legítima, somente da parte
disponível. O testador beneficia o fiduciário.
Ele é a pessoa que sucede em primeiro lugar. E o último
destinatário da herança é o fideicomissário.
O fiduciário fica com a propriedade dos bens, mas é restrita e
resolúvel. Ele deve proceder ao inventário desses bens e prestar
caução, além de devolve-los assim que o fideicomissário exigir.
Quando sobrevém a sucessão, ele responde por eventuais encargos
da herança que ainda restarem.
Os fideicomissos não podem ir além do segundo grau. Se forem,
serão nulos.

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DA REVOGAÇÃO DO TESTAMENTO
O testamento pode ser revogado pelo mesmo modo como pode
ser feito. A revogação pode ser total ou parcial. Não há qualquer
proibição de o testador mudar a sua vontade. Mas não é possível
revogar cláusula que reconhece o filho havido fora do casamento. O
testamento cerrado fica revogado quando é aberto ou dilacerado.

DO ROMPIMENTO DO TESTAMENTO
Se o testador não sabia que tinha herdeiros necessários, ou se
quando testou não tinha descendentes mas posteriormente veio a tê-
los ocorre o rompimento do testamento. A lei presume que se o
testador soubesse desses fatos teria testado de maneira diferente.

E tem mais música.....

DO TESTAMENTEIRO
Testamenteiro é a pessoa que cumpre as disposições de última
vontade do testador. Na falta de testamenteiro, a execução do
testamento competirá ao cônjuge e na falta deste ao herdeiro
nomeado pelo juiz. O encargo de testamenteiro é personalíssimo.
Compete ao testamenteiro defender a validade do testamento. O
testador pode nomear um ou mais testamenteiros separadamente.
Cada um pode exercer o seu cargo independentemente da atuação
dos outros, mas são todos obrigados solidariamente a dar contas dos
bens a eles confiados. A única exceção ocorre se cada um tinha
funções distintas e se limitou a elas. Ao testamenteiro com a posse e
administração dos bens compete cumprir o testamento e requerer a
abertura de inventário. Pelos serviços que presta, o testamenteiro tem
direito a um prêmio. Esse prêmio pode ser fixado livremente pelo
testador.
Mas se ele não houver fixado será arbitrado pelo juiz, em valor
entre 1% e 5% da herança. Se o testamenteiro for removido ou não
tiver cumprido o testamento ele perde o prêmio, que reverterá para a
herança.

DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA

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Inventário é a relação com a descrição dos bens que serão
partilhados. Havendo herdeiros capazes e de acordo com relação à
partilha, pode-se proceder ao inventário por escritura pública. Do
contrário deverá observar o procedimento previsto nos artigos 982 e
seguintes do Código de Processo Civil. A herança responde pelo
pagamento das dívidas. Após a partilha, os herdeiros só respondem
na proporção da sua parte.

DOS SONEGADOS
Se algum herdeiro sonegar bens da herança no inventário ele
perderá o direito que lhe cabia sobre esses bens. Se o sonegador for o
inventariante ele será removido. Podem propor a ação de sonegados
os herdeiros ou credores da herança.

DA COLAÇÃO
Antes da partilha é preciso conferir todos os bens que foram,
recebidos em doação pelos descendentes. Eles devem declarar esses
bens no inventário sob pena de sonegados, para o fim de igualar as
legítimas. É a famosa colação. O valor dos bens será computado na
parte indisponível. Os bens doados, portanto, voltam para a massa da
herança, para que sejam posteriormente partilhados. As doações de
parte disponível ficam dispensadas da colação. Pode ainda uma
doação ser dispensada da colação quando foi outorgada pelo doador
no testamento. Os gastos ordinários com os descendentes e as
doações remuneratórias de serviços prestados não vêm à colação.

DA PARTILHA
Ao final do inventário o monte líquido que foi apurado é entregue
aos sucessores do de cujus. Herdeiros e os credores podem requerer
a partilha da herança mesmo que o testador proíba. O testador pode
deliberar sobre a partilha, compondo os quinhões hereditários de cada
um. Ao partilhar os bens deve-se observar a maior igualdade possível
entre cada herdeiro.
Se os herdeiros forem todos capazes e concordarem com a
partilha, ela pode ser feita por escritura pública, por escrito particular
homologado pelo juiz ou por termo nos autos. Se um dos herdeiros for
incapaz ou se não houver acordo quanto a partilha, ela será judicial.
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Se, por algum motivo, houver bens que não foram partilhados no
inventário, deverá ser feita a sobrepartilha desses bens. Como
exemplo podem ser citados os bens de liquidação onerosa ou difícil,
os sonegados ou outros, dos quais só se soube após a partilha. A
sobrepartilha será feita nos mesmos autos do inventário. Pode-se
anular a partilha caso ocorra algum dos motivos que invalidam os
negócios jurídicos. O direito de anular a partilha se extingue em um
ano.

DA ANULAÇÃO DA PARTILHA
A partilha pode ser anulada pelos mesmos vícios e defeitos que
invalidam os negócios jurídicos em geral. O direito de se requerer a
anulação da partilha se extingue em um ano.

E agora a seqüência de todas as músicas para você curtir:

Meu querido, é isso....... espero que tenha gostado da aula e,


tendo alguma dúvida, comentário ou sugestão, entre em contato
comigo pelo site: www.sitedomazza.com.br.

Muito obrigado, MUITO SUCESSO e


Um forte abraço do Mazza pra você. Tchau.

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