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IEFP · ISQ

Título Soldador de Tubagem em Cobre

Suporte Didáctico Guia do Formando

Coordenação Técnico-Pedagógica IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional


Departamento de Formação Profissional
Direcção de Serviços de Recursos Formativos

Coordenação do Projecto ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade


Direcção de Formação

Autor Equipa ISQ

Capa IEFP / Paulo Buchinho

Maquetagem e Fotocomposição ISQ / Alexandre Almeida

Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional


Av. José Malhoa, 11 1099 - 018 Lisboa

Montagem BRITOGRÁFICA,LDA

Impressão e Acabamento BRITOGRÁFICA,LDA

1.ª Edição Portugal, Lisboa, Março de 2002

Tiragem 1 000 Exemplares

Depósito Legal

ISBN

Copyright, 2002
Todos os direitos reservados
IEFP

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou processo
sem o consentimento prévio, por escrito, do IEFP

Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, co-financiado pelo Estado Português, e
pela União Europeia, através do FSE
M.T5.01

Guia do Formando Soldador de Tuba


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Cobree
IEFP · ISQ Índice Geral

ÍNDICE GERAL

I - INTRODUÇÃO

• Objectivos 1
• Temas 1
Breve história do cobre 2
Ligas de cobre, propriedades e aplicações 3
O cobre nas redes de gás 5
• Resumo 11
• Actividades / Avaliação 12

II - EQUIPAMENTO PARA SOLDADURA OXIGÁS

• Objectivos 13
• Temas 13
Gases utilizados 14
Maçaricos 26
Aparelhos de regulação e segurança 28
Chama oxigás 32
Posto de soldadura oxigás 36
• Resumo 39
• Actividades / Avaliação 40

III - CONSUMÍVEIS

• Objectivos 41
• Temas 41
Materiais de consumo 42
Metal de adição 42
Fluxos (decapantes) 46
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Índice Geral IEFP · ISQ

• Resumo 48
• Actividades / Avaliação 49

IV - PROCESSO DE SOLDADURA POR BRASAGEM

• Objectivos 51
• Temas 51
Definição de soldadura e brasagem 52
Fundamentos do processo 54
Defeitos e sua origem 59
Critério de aceitabilidade da brasagem forte 63
Brasagem fraca 63
Soldobrasagem 64
Aplicações da brasagem 65
Método de execução da brasagem forte 66
• Resumo 73
• Actividades / Avaliação 74

V- ANEXOS

• Propriedades Físicas de Alguns Materiais 75


• Interligações entre Tubagens 76
• Identificação de Garrafas de Gás 77
• Aplicações dos diversos fluxos 78
• Alguns Conselhos 79

VI - BIBLIOGRAFIA 81
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OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a :

• Descrever as principais características do cobre;

• Identificar os principais tubos e acessórios utilizados na execução de redes


de gás canalizado.

TEMAS

• Objectivos

• Temas

Breve história do cobre

Ligas de cobre, propriedades e aplicações

O cobre nas redes de gás

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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BREVE HISTÓRIA DO COBRE

O cobre foi o primeiro metal usado pelo homem. Acredita-se que por volta de 13000 a.C. foi encontrado na
superfície da Terra, em forma de “cobre nativo”, o metal puro no seu estado metálico.

Em inúmeras escavações, levadas a cabo por arqueólogos, constatou-se que foi usado para objectos de decoração
e, em substituição da pedra, para a fabricação de ferramentas, instrumentos de lavoura e armas, sobretudo
quando descobriram a técnica de fusão e obtiveram o bronze (Cu + Sn), que é mais duro que o cobre e, pela sua
resistência, tornou-se uma descoberta fundamental na história da evolução humana.

Fig. I.1 - Máscara pré-histórica

Existem provas de que este metal foi utilizado para a fabricação de tubos de cobre. A este respeito, descobriu-
-se que o artesão que construiu a pirâmide de Keops instalou tubos de cobre forjado que conduzia a água para
o banho do Faraó.

Em Berlim, no museu arqueológico, existe um troço de tubo de cobre forjado, que data do tempo do Faraó Za-hu-
re, de 75 mm de diâmetro, obtido por forja com martelagem de uma chapa de cobre e que se encontra embutido
numa argola em forma de ferradura, escavada em pedra de gesso. A canalização da qual este troço fazia parte
tinha 100 metros de comprimento e estava feita por secções de 750 mm.

Conhecido pela indústria desde a mais remota antiguidade, este metal avermelhado foi utilizado constantemente
no avanço da civilização.

Os Romanos designaram o cobre com o nome de “Aes Cyprium”, o Metal de Cyprus, já que a Ilha de Cyprus
(Chipre) foi uma das primeiras fontes do metal. Com o tempo, o nome transformou-se em Cyprium e depois em
Cuprum, originando o símbolo químico “Cu”.

Fig. I.2 - Objectos de Cobre


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O cobre tem cor avermelhada brilhante e é menos duro e resistente que o aço macio. A sua densidade é de 8,9
e o seu ponto de fusão é de 1083 ºC. É, depois da prata, o melhor condutor de calor e de electricidade.

Ao ser exposto à humidade, cobre-se rapidamente de uma camada de óxido (verdete), película que uma vez
formada, impede a continuação da oxidação.

Quando puro, é macio, bastante maleável e muito dúctil o que justifica a sua utilização em fios, cabos condutores,
peças de aparelhos eléctricos e a gás, caldeiras e tubos.

O facto de se terem encontrado objectos de cobre tão antigos, em diversos lugares do mundo, é prova das
propriedades únicas deste metal: maleabilidade, ductibilidade, durabilidade, resistência à corrosão, e facilidade
de manuseamento.

Apesar de sua antiguidade, o Cobre manteve, aliado aos metais mais novos, um papel predominante na evolução
da humanidade, sendo utilizado em todas as fases das revoluções tecnológicas pelas quais o ser humano já
passou.

LIGAS DE COBRE, PROPRIEDADES E APLICAÇÕES

Tanto o cobre como as suas ligas são conhecidos desde a antiguidade, existindo uma grande variedade utilizada
na indústria.

Uma liga é uma associação homogénea de duas ou mais substâncias, geralmente metálicas, que se obtém
juntando-as em preparações várias e fazendo-as fundir conjuntamente.

As substâncias, assim no estado de fusão, misturam-se intimamente e solidificando, formam um produto


homogéneo de características bem definidas e diferentes das dos elementos que o constituem.

Os metais mais utilizados para formar ligas de cobre são os seguintes:

• Estanho, que forma a série de ligas chamadas bronzes;

• Zinco, que produz as ligas denominadas latões;

• Alumínio, que, em quantidades inferiores a 10%, dá lugar aos bronzes de alumínio.

O bronze, que parece ter surgido casualmente da fusão conjunta de minérios de cobre e de estanho, veio permitir
a construção de grande número de objectos mais duros e mais resistentes marcando o início de uma nova era, a
era do bronze.

O latão é de origem mais recente, tendo sido produzido, pela primeira vez, na ilha de Rodes no séc. VI a.C. e
utilizado largamente, durante o Império Romano, em moedas, artigos de adorno e outros utensílios.
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A sua utilização, hoje em dia, é muito extensa, tanto sob a forma de peças fundidas como na de perfis laminados,
chapas e arames.

Fig. I.3 - Acessórios de latão

Na área do gás os latões também são muito utilizados, existindo vários tipos de acessórios, que vão desde,
terminais, tês, cruzetas, torneiras.

O cobre e suas ligas são os materiais mais indicados para a fabricação de diversos componentes devido à sua
combinação única de propriedades, tais como:

• Resistência à corrosão: a maioria das ligas comerciais de cobre é levemente oxidada em atmosferas secas
ou húmidas, permitindo a sua utilização directa.

• Resistência elástica à compressão: capacidade de sofrer compressão sem ocorrer deformação permanente.

• Soldabilidade: as peças produzidas com ligas de cobre são unidas mediante brasagem.

• Bom condutor de calor: por ter baixa resistividade térmica e boa resistência à corrosão, é aplicado em
permutadores de calor.

• As ligas de cobre e zinco (latões) são trabalháveis a frio: o que permite que sejam utilizadas em objectos,
nos quais são exigidas transformações mecânicas de compressão e expansão.

• As ligas de cobre também são trabalháveis a quente (forjadas): empregues na fabricação de produtos nos
quais se necessita de melhor estanquidade e/ou aumento das suas propriedades mecânicas.

Em virtude destas propriedades o cobre é aplicado em inúmeros casos, como nas indústrias mecânica, electrónica
e do frio, na construção civil e naval, e ainda em variadíssimos objectos de decoração.

É aplicado em instalações de frio, ar condicionado e gás canalizado, entre outras, utilizando tubos e os diversos
tipos de acessórios.
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O COBRE NAS REDES DE GÁS

O tubo de cobre que se utiliza nas instalações é fabricado com cobre de qualidade, denominado Cu DHP
(electrolítico, tenaz com alta percentagem de fósforo residual), cuja composição é de 0,012 a 0,004 de fósforo e
o resto de cobre.

Verifica-se pois, que se trata de cobre quase puro, servindo a pequena quantidade de fósforo para facilitar as
soldaduras do cobre nas respectivas instalações.

Por isso, o tubo de cobre possui as qualidades e características do cobre puro; maleabilidade, ductibilidade,
alta condutividade, boa resistência a altas temperaturas, resistência à corrosão.

A fabricação do tubo de cobre pelo método de extrusão de barras de material adequado e, por operações sucessivas
de estiramento, que efectua o desbaste do tubo até chegar às dimensões comerciais finais, significa que o tubo
é fabricado sem costura longitudinal, que lhe confere maior resistência à pressão interna. É finalmente decapado
e lavado, ficando liso e brilhante interior e exteriormente.

O tubo resiste à acção da água em geral, quente ou fria, vapor, gases liquefeitos do petróleo, óleos pesados,
petróleo, gasóleo, entre outros. Isto permite que se possa utilizar em instalações industriais e domésticas, o que
representa uma grande vantagem.

É comercializado em varas, no estado duro e sem revestimento (nu), e em rolos, no estado de recozido e
revestido com material plástico.

As tabelas seguintes referem os materiais mais utilizados em instalações de gás canalizado em edifícios.

Diâmetro Exterior Espessura da parede do Forma de fornecimento


tubo (mm)
(mm)

8 1 rolo 25m ---------


10 1 rolo 25m vara 5 m
12 1 rolo 25m vara 5 m
15 1 rolo 25m vara 5 m
18 1 rolo 25m vara 5 m
22 1 rolo 25m vara 5 m
28 1,2 ou 1,5 ---------- vara 5 m
35 1,5 ---------- vara 5 m
42 1,5 ---------- vara 5 m
54 1,5 ou 2 vara 5 m

Nota:O tubo fornecido em rolo tem revestimento, em vara é sem revestimento.


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Existem no mercado tubos revestidos ou nús, em rolo ou vara, variando o seu diâmetro consoante a sua aplicação.

Fig. I.4 - Tubos nús em vara Fig. I.5 - Tubos revestidos em rolo

Fig. I.6 - Revestimento dos tubos

Na execução de redes de gás é necessário, na maioria dos casos, recorrer à utilização de acessórios o que
implica ter um conhecimento da sua diversidade. De seguida são referenciados alguns dos acessórios mais
comuns na execução de uma instalação de rede de gás.

Curvas em cobre de 90º

Diâmetro Tipo
∅ (mm)

8 Fx F MxF
10 Fx F MxF
12 Fx F MxF
15 Fx F MxF
18 Fx F MxF
22 Fx F MxF
28 Fx F MxF
35 Fx F MxF
42 Fx F MxF
54 Fx F MxF
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Fig. I.7 - Curva 90º F x F Fig. I.8 - Curva 90º M x F


F x F - Fêmea - Fêmea M x F - Macho - Fêmea

Curvas em cobre de 45º

Diâmetro ∅ (mm) Tipo


8 Fx F MxF
10 Fx F MxF
12 Fx F MxF
15 Fx F MxF
18 Fx F MxF
22 Fx F MxF
28 Fx F MxF
35 Fx F MxF
42 Fx F MxF
54 Fx F MxF

Fig. I.9 - Curva 45º F x F Fig. I.10 - Curva 45º M x F


F x F - Fêmea - Fêmea M x F - Macho - Fêmea
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Joelhos em cobre

Diâmetro ∅ (mm) Tipo


8 Fx F MxF
10 Fx F MxF
12 Fx F MxF
15 Fx F MxF
18 Fx F MxF
22 Fx F MxF
28 Fx F MxF
35 Fx F MxF
42 Fx F MxF
54 Fx F MxF

Fig. I.11 - Joelho de cobre F x F Fig. I.12 - Joelho de cobre M x F


F x F - Fêmea - Fêmea M x F - Macho - Fêmea

Tês em cobre

Diâmetro ∅ (mm)
8
10
12
15
18
22
28
Fig. I.13 - Tê em cobre
35
42
54
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TÊS DE REDUÇÃO

A B C A B C
(mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm)

15 12 12 28 18 28

15 12 15 28 22 18

15 15 12 28 22 22

15 18 15 28 22 28

18 12 15 28 28 15

18 12 18 28 28 18

18 15 15 28 28 22

18 15 18 28 35 28

18 18 15 35 15 35

18 22 18 35 18 35

22 12 22 35 22 22

22 15 15 35 22 28

22 15 18 35 22 35

22 15 22 35 28 22

22 18 15 35 28 28

22 18 18 35 28 35

22 18 22 35 35 22

22 22 15 35 35 28

22 22 18 42 28 42

22 28 22 42 35 42

28 15 22 54 22 54

28 15 28 54 28 54

28 18 15 54 35 54

28 18 18 54 42 54

28 18 22

Exemplo:

Fig. I.14 - Tês de redução


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União de redução em cobre

A B
(mm) (mm)

12 10
15 10
15 12
18 12
18 15
22 12
22 15
22 18
28 12
Fig. I.15 - União de redução
28 15
28 18
28 22
35 22
35 28
42 28
42 35
54 35
A B
54 42

Conjunto de terminal com porca

Descrição

Para contador do tipo G6 ou G10

Para contador do tipo G16

"Para tubo de 12 mm com porca 3/4"

"Para tubo de 18 mm com porca de 3/4"

"Para tubo de 28 mm com porca de 7/8"

Para tubo de 28 mm com porca de louça (terminal cónico)

"Para tubo de 35 mm com porca de 1 1/2" Fig. I.16 - Terminal


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RESUMO

Com a introdução do gás natural no nosso país foi necessário dotar os edifícios de canalizações apropriadas a
este tipo de gás, sendo as respectivas instalações normalmente construídas em cobre e ligadas através de um
processo de brasagem.

O cobre tem como vantagem em relação a outros materiais:

• Excelente resistência à corrosão;

• Boa maleabilidade;

• Boa soldabilidade.

É também um material indicado para a fabricação de diversos acessórios, onde a gama existente é também
bastante diversificada.

No que diz respeito, ao método de ligação é o processo de brasagem forte o mais utilizado. Este processo é o
mais antigo dos que utilizam a fusão do material de adição para ligar duas peças metálicas, sendo descrito mais
pormenorizadamente na unidade temática referente aos processos de brasagem.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Quais as principais vantagens do cobre?

2. Identifique os seguintes acessórios:

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OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a :

• Descrever os princípios fundamentais do processo oxigás;

• Descrever os cuidados a observar com a utilização das garrafas de


gás combustível e comburente;

• Identificar os vários tipos de chama.

TEMAS

• Objectivos

• Temas

Gases utilizados

Maçaricos

Aparelhos de regulação e segurança

Chama Oxigás

Posto de Soldadura Oxigás

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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Equipamento para Soldadura Oxigás IEFP · ISQ

GASES UTILIZADOS

Na antiguidade, o homem aprendeu a controlar e dirigir a chama, segundo as suas necessidades, soprando
através de um tubo para avivar o fogo, tendo este método a vantagem de concentrar o calor sobre os objectos,
conforme se mostra na figura seguinte.

Fig. II.1 - Primórdios da soldadura

Com a descoberta dos metais, aplicou este processo na fusão e ligação destes, utilizando como combustível a
lenha e os carvões.

No início só era possível fundir e ligar os metais com baixo ponto de fusão (chumbo, ouro, prata, estanho, entre
outros) mas, com a necessidade de controlar mais facilmente a potência da chama e aumentar a temperatura,
para poder fundir outros metais com ponto de fusão mais alto, o homem foi fabricando os equipamentos mais
adequados às suas necessidades, bem como a utilização de diversos combustíveis.

Mais tarde inventou uns aparelhos que utilizavam um comburente (ar), com um combustível (o petróleo e a
gasolina), o qual, depois de aquecido e comprimido aumentava a potência da chama.
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Dentro deste princípio foram fabricados diversos tipos de maçaricos (tal como se ilustra na figura seguinte) e
também os célebres fogões a petróleo, que passaram por algumas gerações.

1– Reservatório
1 – Reservatório
2– Mecha
2 – Mecha
3– Câmara
3 – Câmarade gases
de gases
4– Injector
4 – Injector
5– Queimador
5 – Queimador
6– Parafuso
6 comcom
– Parafuso agulha
agulha
7– Parafuso do empaque
7 – Parafuso do empaque
8– Botão
8 de regulação
– Botão de regulação
9– Válvula de segurança
9 – Válvula de segurança
10 – Tampão
10 de carga
– Tampão de carga
11 – Punho
11 – Punho
12 – Êmbolo
12 – Êmbolo
13 – Válvula
13 – Válvula
14 – Pega
14 - Pega

Fig. II.2 - Maçarico de bomba

Com o domínio dos gases combustíveis, a utilização do oxigénio como gás comburente que activa a combustão
e a fabricação de aparelhos de controlo, conseguiu-se uma melhor regulação da chama e um maior controlo da
temperatura.

A figura seguinte mostra, de uma maneira simples, a relação Ar/Oxigénio com o combustível.

Acetileno Propano

AR AR
Oxigéni Oxigéni
o o

Fig. II.3 - Relação ar / oxigénio


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As figuras seguintes mostram a evolução do comburente na mistura com o combustível (primeiro com a utilização
do ar e depois com o oxigénio), e respectiva reacção.

Oxigéni
AR o
o
AR Oxigéni

Fig. II.4 - Evolução do comburente Fig. II.5 - Gases Combustíveis

Começou depois a utilizar o acetileno como gás combustível e o oxigénio como comburente, que atingem facilmente
temperaturas de 3000 ºC. Ao aparelho que hoje utiliza estes dois gases chama-se, Maçarico Oxi-acetilénico.

Fig. II.6 - Maçarico oxi-acetilénico

Existem actualmente os mais variados tipos de maçaricos, que utilizam diversos gases combustíveis, os quais
se designam por maçaricos oxigás.

O termo oxigás significa o processo que utiliza a chama produzida pela combustão de um gás com o oxigénio.

A chama oxi-acetilénica é uma chama oxigás em que o combustível é o acetileno.

A seguir referem-se os combustíveis e o comburente mais utilizados na chama oxigás.


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Os combustíveis e o comburente

Combustível é toda a substância que se queima numa combustão.

A madeira é um combustível sólido, o álcool, o petróleo e a gasolina são combustíveis líquidos, o hidrogénio é um
combustível gasoso, como também o gás natural existente no subsolo.

Comburente é a substância que facilita ou alimenta a combustão. Comburente diz-se de uma substância que,
combinando-se com um combustível, dá lugar à combustão deste.

O ar é o comburente mais utilizado mas, é o oxigénio nele existente, que alimenta a combustão.

Oxigénio

Na soldadura oxigás o comburente utilizado é o oxigénio. Este está presente no ar numa percentagem volumétrica
de cerca de 20 % de oxigénio para 79 % de azoto.

Fig. II.7 - Composição do ar

A principal razão pela qual se realiza a combustão do gás combustível com oxigénio, é pelo facto de a chama que
se obtém ser mais “quente” do que aquela que se obteria se a mesma combustão se fizesse no ar. Dado que no
ar cada volume de oxigénio é diluído em aproximadamente quatro volumes de azoto, e sendo este um gás inerte,
não só não irá participar na combustão como ainda proporciona o escoamento de uma grande parte do calor
gerado.

3000 Fig. II.8 - Temperatura da chama


Temperatura da Chama ºC

2800

2600

2400

2200

2000
20 40 60 80 100
% de Oxigénio no Ar de Combustíveis
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O oxigénio pode ser extraído de várias fontes como sejam os óxidos metálicos, sais oxigenados, a água ou o ar.

O oxigénio industrial apresenta um grau de pureza que se situa perto dos 99%, é armazenado em garrafas onde
se encontra comprimido a uma pressão elevada. As garrafas de oxigénio têm forma cilíndrica como se pode
observar na figura seguinte.

Fig. II.9 - Garrafa de oxigénio

As garrafas industriais, que são as mais utilizadas, possuem uma grande capacidade de armazenamento de gás.
As dimensões das garrafas variam consoante o país ou até o fabricante. Normalmente, a altura máxima é de dois
metros e o diâmetro exterior máximo de 250 mm.

As válvulas de segurança das garrafas de oxigénio são em latão e possuem duas partes móveis independentes
que permitem desmontá-las, mesmo quando a garrafa se encontra cheia. A obturação da válvula é obtida através
duma pastilha de nylon ou material equivalente, por forma a evitar o perigo do contacto de um material combustível
com o oxigénio.

As válvulas de segurança não deverão ter nenhum vestígio de matérias gordurosas ou óleo, dado o risco de
explosão.
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18 Soldador de Tuba
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Fig. II.10 - Válvula de segurança

As garrafas de oxigénio são feitas em tubo de aço forjado, para uma capacidade de 7, 5 ou 2 m3. A pressão no
interior da garrafa é de 150 Kg/cm2.

Recomendação de Segurança

• Nunca de deve ultrapassar um débito de 1000 litros de oxigénio por hora e por garrafa.

• Em funcionamento, a chave de fecho deve estar sempre na sede da válvula.

• As garrafas devem ser utilizadas em pé ou inclinadas a 30º sobre a horizontal para evitar o derramamento da
acetona.

• Deve-se fechar a válvula quando a garrafa estiver vazia.

• Não se deve extravasar o gás.

• A identificação é feita pela cor da ogiva (ver anexo Pág. 77).

Calcula-se o volume de oxigénio contido numa garrafa, multiplicando a capacidade em litros (de água) pela
pressão em Kg/cm2.

Exemplo:

Calcular o volume de oxigénio contido numa garrafa sabendo que o oxigénio se encontra a uma pressão de 100
Kg/cm2 e a garrafa tem uma capacidade de 47,6 l.

Capacete de protecção
não desmontável

Válvula
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Resolução:

V = Capacidade x Pressão =

V = 47,6 x 100 = 4,760 l ou 4,76 m3

O volume de oxgénio é de 4,76 m3

Recomendações de Segurança

• Nunca armazenar outro gás numa garrafa de oxigénio.

• Os mecanismos ou equipamentos em contacto com o oxigénio nunca deverão estar gordurosos, já que
a inflamação dessa gordura produz calor suficiente para que a combustão se transmita mesmo às
paredes metálicas.

• As canalizações flexíveis que ligam os mecanismos aos circuitos de distribuição não deverão ser jamais
trocadas umas com as outras.

• As garrafas devem ser utilizadas ao alto.

• As garrafas devem ser transportadas com as válvulas fechadas e respectiva protecção (capacete).

• Cheias ou vazias não devem estar sujeitas a choques.

• A procura de fugas deve ser feita com espumífero e não com chama.

Gases combustíveis

O Acetileno

O acetileno é um hidrocarboneto não saturado cuja fórmula química é C2 H2, é menos denso que o ar, tendo uma
densidade relativamente a este último, igual a 0,9.

O acetileno não pode ser comprimido a pressões muito elevadas porque se torna perigoso, visto que o seu
aquecimento ou um simples choque contra o recipiente em que se encontra pode provocar uma explosão. Por
esta razão, nas garrafas de acetileno, este gás não se encontra simplesmente comprimido mas também dissolvido
em acetona. As garrafas são cheias com um corpo sólido muito poroso, que pode ser de carvão vegetal, no qual
se aloja o acetileno dissolvido em acetona.

Atendendo à sua relativa perigosidade o acetileno está sujeito a regras de utilização relativamente severas que
variam de país para país. Assim, o armazenamento do acetileno não é normalmente permitido a uma pressão
efectiva superior a 1,5 bar, a não ser que seja dissolvido na acetona.
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Os recipientes de acetileno são, assim, preenchidos com uma matéria porosa, embebida em acetona, onde o
gás é dissolvido.

Fig. II.11 - Garrafa de acetileno

As garrafas de acetileno são feitas em tubo de aço forjado, para uma capacidade de 4 ou 2 m3. A pressão no
interior da garrafa é de 15 kg/cm2. O armazenamento é feito em matéria porosa embebida em acetona.

Recomendações de segurança

• Nunca de deve ultrapassar um débito de 1000 litros de acetileno por hora e por garrafa.

• Em funcionamento, a chave de fecho deve estar sempre na sede da válvula.

• As garrafas devem ser utilizadas em pé ou inclinadas a 30º sobre a horizontal para evitar o derramamento
da acetona.

• Deve-se fechar a válvula quando a garrafa estiver vazia.

• Não se deve extravasar o gás.

• A identificação é feita pela cor da ogiva (ver anexo pág. 77).


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Calcula-se o volume de acetileno contido numa garrafa pesando-a, subtraindo a tara e dividindo o resultado (peso
líquido) pelo peso do litro de acetileno.

Exemplo: Calcular o volume de acetileno de uma garrafa (Fig. II.11) com o peso de 68,2 kg e a tara de 64,8 kg.
(1 litro de acetileno: 1,11 g), sabendo que um litro de acetona a 15º, à pressão de 15 kg/cm2 dissolve 360 litros de
acetileno, calcula-se o volume de acetileno contido numa garrafa pesando a mesma, subtraindo a tara e dividindo
o resultado (peso líquido) pelo peso do litro de acetileno.

Capacete de
protecção

Válvula

Ogiva de cor
castanha

Matéria porosa

Resolução:

Pgarrafa cheia - Tara


V= =
Pum litro de acetileno
68,2 - 64,8
= =
1,11

= 3,063 l

O volume de Acetileno é de 3,063 l

Recomendações de segurança

• As garrafas devem ser utilizadas ao alto.

• Só devem ser transportadas com as válvulas fechadas e respectiva protecção (capacete).


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• Cheias ou vazias não devem estar sujeitas a choques.

• A procura de fugas só pode ser feita com espumífero e não com chama.

• Não utilizar uma garrafa deitada, ou, se não for possível, o ângulo deve ser no mínimo de 30º, a partir da
posição horizontal.

• Todo e qualquer aquecimento é perigoso.

O Propano

O propano, C3 H8, é um gás combustível inodoro e não tóxico, o qual, por razões de segurança, é perfumado de
forma a torná-lo facilmente detectável ao olfacto.

É mais denso que o ar, tendo uma densidade relativamente a este último de a 1,56 pelo que, em caso de fuga, se
acumula nos locais baixos. Portanto, compreende-se ser perigosa a sua utilização em caves ou em lugares mal
ventilados. Os locais onde se armazenam as garrafas ou onde os gases são empregues, como por exemplo a
oficina de soldadura, devem ser suficientemente ventilados.

O propano é extraído do petróleo bruto a partir de operações de refinação, podendo também ser extraído do gás
natural. O seu armazenamento faz-se no estado líquido em garrafas de aço soldadas, constituídas por um fundo
inferior e superior, um corpo cilíndrico, um pé e um bocal onde se coloca a respectiva válvula de abertura e fecho.

Fig. II.12 - Interior de uma garrafa de propano

Conforme as dimensões das garrafas estas podem ser constituídas por duas ou três peças.
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Existem fundamentalmente dois tipos de garrafas de gás propano:

• Pequenas garrafas que contêm 11 kg de propano com um peso total de 25 Kg.

• Grandes garrafas contendo 45 Kg de propano e pesando aproximadamente 70 Kg.

1221
(Butano 55 Kg) (Butano 55 Kg) (Butano 55 Kg)
1201

1213
Propano 45 Kg Propano 45 Kg Propano 45 Kg
Tara 45 Kg Tara 45 Kg Tara 43 Kg

∅ 380 ∅ 380 ∅ 380

Butano 13 Kg Butano 13 Kg Butano 13 Kg


(propano 11 kg) (propano 11 kg) (propano 11 kg)
561

542
523

tara 14,5 kg tara 15 kg tara 13 kg

∅ 300 ∅ 300 ∅ 310

Fig. II.13 - Garrafa de propano


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Quando o consumo atinge valores importantes, existe vantagem em utilizar reservatórios de armazenagem, que
podem ser abastecidos por camiões cisternas, sendo também usual utilizar baterias de garrafas.

d
c

b a - garrafa
b - fixação
c - mangueira (lira)
d - inversor
a

Fig.II.14 - Bateria de garrafas

Fig. II.15 - Depósito de armazenamento

Recomendações de segurança:

Do ponto de vista de segurança deveremos observar os seguintes cuidados:

• Não armazenar as garrafas ou recipientes em caves de edifícios.

• Não colocar as garrafas próximo de aberturas que dêm acesso a caves de edifícios.

• As garrafas devem ser utilizadas ao alto.

• As garrafas só devem ser transportadas com as válvulas fechadas e respectiva protecção (capacete).

• A procura de fugas deve ser feita com espumífero e não com chama.

• Não colocar garrafas junto a fontes de calor.

• As garrafas cheias ou vazias não devem estar sujeitas a choques.


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MAÇARICOS

Os maçaricos são aparelhos cuja função é a de produzir, através de chama controlada, as temperaturas adequadas
ao diverso tipo de trabalho.

Os maçaricos diferem ligeiramente de forma e concepção, de fabricante para fabricante, mas o seu princípio de
funcionamento é sempre o mesmo, utilizando gases diferentes.

Válvula de regulação
Zona de mistura
Tubo de mistura
Combustível

Oxigénio

Punho

Fig. II.16 - Maçarico

O maçarico é formado por um punho, provido de duas entradas de gás, uma para oxigénio e a outra para o gás
combustível, por um misturador, onde os gases se misturam nas proporções desejadas, e por uma lança (tubo de
mistura) em cujo extremo está montado o bico. Pela lança passa a mistura de oxigénio e de gás combustível
proveniente do misturador e que sai depois pelo bico, onde é inflamada. É esta, em linhas gerais, a disposição
dos vários órgãos do maçarico, e todos os tipos, com pequenas variantes, são constituídos por estes órgãos
essenciais.

Classificação dos Maçaricos

Os maçaricos são classificados em função da pressão de alimentação e do débito de gás.

Classificação em função da pressão de alimentação

“Maçaricos de Alta Pressão”, são aparelhos em que a pressão de alimentação de cada um dos gases
(combustível e comburente), medida imediatamente antes do orifício de saída, é superior à pressão da mistura
gasosa.

Sob uma pressão igual, os gases convergem para um orifício estreito que acelera o escoamento e provoca a
reunião dos gases na câmara de combustão.

Apenas podem ser utilizadas em postos de acetileno dissolvido (garrafas) ou com um gerador de acetileno de alta
pressão.

A pressão do oxigénio varia entre 1 a 3 Kg/cm2.

A pressão do acetileno varia entre 200 a 700 Kg/cm2.


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“Maçaricos de Baixa Pressão”, são aparelhos nos quais a pressão de admissão de um dos gases (acetileno),
medida imediatamente antes do orifício de saída, é inferior à pressão da mistura gasosa.

Sob pressões diferentes, os gases convergem para a extremidade do injector, sendo o acetileno arrastado pelo
oxigénio, a mais elevada pressão, indo este por sua vez acelerar o débito.

Podem ser utilizados numa instalação de alta pressão regulando o manoredutor de acetileno em baixa pressão
(10 a 100 g/cm2).

Funcionam empregando uma pressão de acetileno de 10 a 100 g/cm2 e uma pressão de oxigénio de 1 a 3 Kg/cm2.

Classificação em função do débito de gás

“Maçarico de débito único”, são maçaricos capazes de permitir um único débito de gás, do qual não se podem
afastar, senão em limites muito estreitos.

“Maçaricos de débito múltiplo”, são maçaricos capazes de fornecer uma variedade de débitos de gás bem
determinada, correspondente a diferentes orifícios de saída. Os bicos vêm sempre referenciados com um número
que indica o consumo de acetileno, em litros, durante uma hora (l/h).

Maçarico nº 00 para bicos de 10 – 16 – 25 – 40 l/h

Maçarico nº 0 para bicos de 50 – 70 – 100 – 140 - 200 l/h

Maçarico nº 1 para bicos de 250 – 315 – 400 – 500 – 630 – 800 - 1000 l/h

Maçarico nº 2 para bicos de 1250 – 1600 – 2000 – 2500 – 3150 – 4000 - 5000 l/h

Recomendações de segurança

• Nunca dependurar um maçarico aceso, junto de garrafas.

• Não acender o cigarro com a chama do maçarico.

• Nunca lubrificar com substâncias gordurosas as peças em contacto com o oxigénio (perigo de inflamação
espontânea).
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Tubos de Ligação

Os tubos de ligação são tubos especiais, em borracha, flexíveis com um revestimento interior de rede metálica
para melhorar a sua resistência.

9 6

16 11

Fig. II.17 - Tubos de ligação

Os tubos de oxigénio têm marcado a inscrição: “Oxigénio 20 BAR DIN 8541” e os tubos de acetileno têm a
inscrição “Acetileno 15 BAR DIN 8541”.

Oxigénio/Acitileno - Identificação do gás

20 BAR/ 15 BAR - Pressão

DIN 8541 - Norma de referência

APARELHOS DE REGULAÇÃO E SEGURANÇA

Manoredutores

Como vimos, os gases industriais são sempre fornecidos na forma comprimida, liquefeita ou dissolvida, variando
as pressões de armazenagem consoante o tipo de gás.

Em qualquer dos casos, as pressões ou forma de utilização no maçarico são sempre diferentes daquela em que
o gás é fornecido.

Torna-se assim normal na maioria das aplicações, intercalar um manoredutor à saída da garrafa ou tubo ou
entre a canalização de distribuição e o maçarico.

O manoredutor é um aparelho constituído por válvulas e corpos de expansão, capaz de reduzir a pressão do gás
para uma pressão de utilização. São também apelidados frequentemente de reguladores de pressão.
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Incorporam o manoredutor dois manómetros que informam da pressão disponível e da pressão de utilização.

Fig. II.18 - Manoredutor

Os manoredutores distinguem-se em relação:

• À posição da válvula de expansão, consoante esta se situa na alta ou baixa pressão.

• À natureza ou tipo do gás utilizado, o que necessita de uma determinada identificação, como sejam,
diferentes colorações ou diferentes dispositivos de ligação à garrafa.

Por exemplo, no que se refere aos diferentes tipos de ligação, os reguladores de pressão para gases combustíveis
possuem roscas de passo à esquerda, enquanto que a rosca de reguladores para gases não combustíveis é à
direita.

Os manoredutores permitem regular a pressão e mantê-la constante durante o processo de soldadura.

Esquema de funcionamento de um manoredutor

1º Manoredutor montado sobre uma garrafa cheia, parafuso de regulação desapertado.

Válvula Câmara de expansão

Meia Chapa flexível


Mola de fecho

Paraf. de regulação
Entrada de gás

Mola de abertura

Saída do gás
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2º Aperta-se o parafuso de regulação para obter uma pressão de 1 Kg. O gás penetra na câmara de expansão.

3º Estando a torneira do maçarico fechada, a pressão empurra a membrana e fecha a válvula.

4º Abre-se a torneira do maçarico. A válvula vai abrir-se para manter a pressão inicialmente marcada.

H.P. 100 Kg / cm2 B.P. 1 Kg / cm2


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Manómetros

São aparelhos de medição da pressão de armazenagem (HP) e pressão de débito (BP).

Há dois manómetros por cada redutor:

• Um que indica a pressão no interior da garrafa (HP), Alta Pressão:

acetileno até 20 Kg/cm2

oxigénio até 200 Kg/cm2

• Um que indica a pressão de saída (BP), Baixa Pressão:

acetileno até 5 Kg/cm2

oxigénio até 25 Kg/cm2

Fig. II.19 - Manómetros

Válvulas anti – retorno

As válvulas anti-retorno utilizam-se normalmente na entrada dos gases no maçarico. São válvulas direccionais,
que permitem a passagem do gás num só sentido. Quando a chama inverte o sentido, as válvulas fecham-se,
protegendo o operador contra o risco de explosão. Este fenómeno é frequente quando se pretende acender o
maçarico.

Fig. II.20 - Válvulas anti-retorno


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CHAMA OXIGÁS

A chama oxigás é caracterizada por três zonas diferentes:

Cone do dardo

Penacho

Zona 3

Zona 1 Zona 2

Fig. II.21 - Zonas da chama oxigás

As diferentes zonas na chama correspondem aos diferentes tipos de combustão (primária e secundária).

A zona 1 é aquela onde se dá a reacção primária de oxidação, isto é, é produzida a partir do gás combustível e
carburante admitidos no queimador. Esta combustão realiza-se à superfície do dardo e tem uma temperatura
próxima dos 3050°C.

A zona 2 (zona redutora) é aquela onde os produtos da combustão CO e H2 se concentram e onde se dá a


combustão secundária, resultante da acção do ar sobre os produtos de combustão primária e tem uma temperatura
máxima na ordem dos 3100°C.

A zona 3, finalmente, denominada “penacho”, rodeia as duas zonas precedentes e prolonga a zona de reacção
secundária.

Regulação da chama

O aspecto de uma chama oxigás é profundamente modificado em função da proporção dos gases admitidos no
queimador, bem como da sua temperatura. Assim, uma chama oxi-acetilénica é formada pela combustão de:

• 1 volume de acetileno

• 1,1 volumes de oxigénio fornecidos pela garrafa

• 1,5 volumes de oxigénio obtidos a partir de 7,5 volumes de ar ambiente (ar = 1/5 de oxigénio + 4/5 de azoto)
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Os tipos de chama obtidos são:

• Chama carburante
• Chama normal ou neutra
• Chama oxidante

“a” é razão entre o volume de oxigénio e o de gás, sendo que:


• a = 1 ⇒ Chama normal
• a >1 ⇒ Chama oxidante
• a <1 ⇒ Chama carburante

No acendimento do maçarico a primeira operação será abrir a válvula de gás combustível. Na sequência da
regulação do maçarico abre-se a válvula do oxigénio, até se obter a chama pretendida.

A chama carburante é caracterizada por ter um excesso de acetileno. O dardo é rodeado por uma auréola branca
que o mascara (Fig. II. 22). A sua dimensão e a sua temperatura dependem do excesso de gás, sendo bastante
inferior à da chama normal. Um excesso ainda maior de gás, baixa ainda mais a temperatura e o dardo é
totalmente encoberto por um véu branco. Neste caso o comprimento da auréola é, aproximadamente, 3 vezes a
de um dardo normal. Este tipo de chama não é indicado para a execução do processo de brasagem.

Dardo Auréola branca

Fig. II.22 - Chama bastante carburante (imagem e esquema)

Continuando a aumentar a percentagem de oxigénio para a mesma quantidade de gás combustível iremos obter
uma chama normal ou neutra, que é a mais indicada para o processo de brasagem. É caracterizada por um
dardo de contornos muito definidos de cor verde azulado, zona redutora de cor azulada e penacho de cor rosada.
A chama normal ou neutra é muito quente, mas a chama mais quente é, contudo, obtida para valores de “a” entre
1,25 e 1,5.

Bico
Penacho de cor rosada Dardo verde azulado
Sede da mais elevada temperatura 3100º
Zona redutora de cor azulada

Fig. II.23 - Chama normal (imagem e esquema)


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Queremos chamar a atenção, para o facto da abertura da válvula de oxigénio ter que ser feita gradualmente até se
atingir a chama referida anteriormente. Pois, se a abertura da válvula de oxigénio for demasiada, existe um
excesso de oxigénio na mistura, o que dá origem a uma chama oxidante. Em alguns casos, pode ocorrer
mesmo o retorno de chama e a sua própria extinção.

Assim, considera-se que uma chama é oxidante quando a percentagem de oxigénio na mistura é elevada. Este
aumento de oxigénio origina uma chama mais quente, mais sibilante e o seu penacho torna-se azulado (Fig. II.
24). Contudo, à medida que a percentagem de oxigénio aumenta a temperatura da chama diminui. Trata-se de um
tipo de chama que não deve ser utilizada, já que produz uma quantidade elevada de óxido.

Dardo branco e pontiagudo Quase incolor

Cor azulada

Fig. II.24 - Chama oxidante (imagem e esquema)

Incidentes de funcionamento:

Dardo deslocado

Causa: Pressão muito elevada de um ou ambos os gases.

Solução: Esfregar o bico sobre um bocado de madeira ou reduzir as pressões.

Desafinação da chama

Causa: Diminuição da pressão de um ou dos dois gases.

Solução: Mau estado do maçarico.

Estalidos

Causa: Obstrução do orifício por uma partícula de óxido.

Solução: Pressão muito baixa.


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Temperatura da chama

A chama oxi-acetilénica não tem uma temperatura constante ao longo de todo o seu comprimento, atingindo a
sua maior temperatura próximo do dardo, como podemos observar na figura.

3050 ºC
3100 ºC
2950 ºC
2650 ºC
2700 ºC

2400 ºC
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Fig. II.25 - Temperatura da chama

No Quadro II.1 apresentam-se as temperaturas calculadas e medidas experimentalmente por vários autores, para
a chama oxi-acetilénica.

Reacções Tipo de Chama Temperatura da


chama (Cº)

C2H2+ 0.75 O2 Carburante 2920

C2H2 + O2 Normal 2980


3016
3014

C2H2 + 1.1 O2 Normal 3080


3030

C2H2 + 1.5 O2 Oxidante 3110

C2H2 + 2 O2 Oxidante 3075

C2H2 + 2.5 O2 Muito Oxidante 3025

Quadro II.1 - Temperaturas calculadas e medidas da chama oxi-acetilénica para diferentes reacções
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Comparativamente à chama oxi-acetilénica, a chama do propano não é tão quente (aproximadamente 2830°C)
e a sua velocidade de combustão é fraca.

Fig. II.26 - Chama oxi-acetilénica Fig. II.27 - Chama oxi-propânica

O quadro seguinte indica as temperaturas de chama para diferentes gases.

Designação Composição Temperatura


(Cº)

Metano CH4 + 1.5 O2 2730

Propano C3H4 + 3.5 O2 2830

Butano C4H10 + 4.5 O2 2830

Quadro II.2 - Temperaturas de chama para diferentes gases

POSTO DE SOLDADURA OXIGÁS

Um posto de soldadura oxigás é constituído por um conjunto de elementos necessários à produção de chama
para obtenção de determinada temperatura. No entanto, é necessário conhecer profundamente cada um dos
seus elementos para se poder utilizar com eficiência e segurança, visto que a sua utilização não é isenta de
perigos.
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O posto de soldadura pode ainda ser fixo ou móvel, dependendo esta situação do tipo de trabalho a desenvolver.

Considera-se que o posto de soldadura é fixo quando abastecido por uma bateria de garrafas de gases (Fig. II. 14)
instalado a uma determinada distância, no interior de uma cabina de protecção e que transporta o gás, através de
tubagem metálica, até ao terminal de utilização, onde são ligadas as mangueiras ao maçarico.

Pode ainda ser constituído por duas garrafas de gases, que são fixas num local, o mais perto possível da sua
utilização, ligando directamente as mangueiras ao maçarico (Fig. II. 28).

1 - Maçarico
2 - Garrafa de gás combustível
5 3 - Garrafa de oxigénio
3 1 4 - Manoredutores
5 - Mangueiras
6 - Válvulas anti-retorno
2 6

Fig. II.28 - Posto de soldadura oxigás

Estes postos de soldadura são utilizados para produção de peças em série, sem necessidade de deslocação.

Considera-se que o posto de soldadura é móvel, quando é composto por um conjunto de duas garrafas de gases,
montado numa estrutura metálica sobre rodas. Este sistema, que permite a utilização no próprio local, é utilizado
nas instalações de redes de gás canalizado, Fig. II.29.

Fig. II.29 - Posto de soldadura móvel


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Preparação do posto de soldadura

Para uma correcta preparação do posto de soldadura devem ser seguidos os seguintes passos:

• Identificação e manipulação das garrafas de gás.

• Montagem das mangueiras e manoredutores.

• Selecção dos maçaricos e bicos em função do tipo de soldadura.

• Ligação do maçarico.

• Purga das garrafas.

• Detecção de fugas.

• Regulação da pressão dos gases em função do tipo de soldadura.

• Acendimento do maçarico abrindo primeiro e lentamente a válvula do gás combustível.

• Abertura da válvula do gás comburente (oxigénio).

• Regulação da chama conforme as necessidades.

Após a execução da soldadura

Fechar primeiro a válvula do gás combustível (acetileno).

Fechar a válvula do gás comburente (oxigénio).

Recomendações de Segurança

• Purgar a garrafa antes de ligar o manoredutor.

• Verificar a estanquidade da ligação para evitar as fugas (juntas Presto, etc., ou com uma anilha de chumbo).

• Desapertar o parafuso de regulação depois da utilização, a fim de evitar o rebentamento da membrana.

• Não derreter o gelo dos manoredutores com uma chama; utilizar para isso um aquecedor por resistência
eléctrica ou água quente.
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RESUMO

O maçarico serve para produzir a chama, obtida a partir da mistura e combustão dos gases, de tal forma que,
com apropriadas regulações dos mesmos se obtenha a temperatura adequada à realização da soldadura.

Consoante o valor de combustível e comburente assim se obtêm diferentes tipos de chama:

• Chama carburante;

• Chama normal ou neutra;

• Chama oxidante.

O maçarico permite também dirigir a chama, a fim de localizar a aplicação do calor, e conserva separados o
combustível e o comburente até ao momento da combustão.

Para se atingir temperaturas de soldadura elevadas utiliza-se directamente oxigénio puro como comburente.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1 - Descreva os tipos de chama utilizados num grupo oxigás e aponte as suas diferenças.

2 - Quais os cuidados de segurança que se devem ter quando se utilizam garrafas de acetileno?

3 - Qual é a razão da utilização do oxigénio em vez do ar?

4 - Identifique os diferentes componentes do posto de soldadura:

4 1 - ________________________________________

2 - ________________________________________

5
3 - ________________________________________
3 1
4 - ________________________________________

2 6 5 - ________________________________________

6 - ________________________________________

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IEFP · ISQ Consumíveis

OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Identificar os critérios de escolha do material de adição;

• Descrever as principais características do fluxo.

TEMAS

• Objectivos

• Temas

Materiais de consumo

Metal de adição

Fluxos (decapantes)

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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Consumíveis IEFP · ISQ

MATERIAIS DE CONSUMO

Consideram-se materiais de consumo, os utilizados na execução da soldadura oxigás.

O fluxo e o metal de adição são os materiais intervenientes na brasagem e a sua aplicação deve obedecer a uma
escolha criteriosa.

A composição do metal de adição depende em grande parte do metal de base que se pretende soldar, enquanto
que a composição do fluxo a usar durante o processo de soldadura, depende do metal de base e do metal de
adição. De seguida apresentamos algumas das características e formas mais comuns destes dois elementos,
os quais são fundamentais para se obter uma soldadura de qualidade.

METAL DE ADIÇÃO

Como o nome indica, o metal de adição é o metal que se adiciona ao metal de base, durante o processo de
Brasagem e Soldobrasagem.

A escolha correcta do metal de adição para uma determinada operação de Brasagem é fundamental para se obter
uma junta com características adequadas a uma dada aplicação.

Torna-se necessária uma cuidadosa selecção do metal de adição considerando as suas características, tendo
em particular atenção a sua compatibilidade com o metal de base.

No caso da brasagem em tubos de cobre para redes de gás, não são aceites ligas fosforadas.

Fig. III.1 - Metal de adição


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Características das ligas

• Baixa temperatura de fusão;

• Grande capilaridade e boa fluidez;

• Excelente ligação em quase todos os metais industriais;

• Boa resistência à corrosão;

• Boas características mecânicas;

• Na brasagem forte a liga deve ter um teor aproximado de 40% de prata (Ag).

Como resultado, estas ligas oferecem as seguintes vantagens:

• Curto tempo de aquecimento, trabalho seguro e baixo consumo de gás;

• Trabalho com precisão, deformações mínimas;

• Consumo económico das ligas;

• Desnecessário tratamento posterior;

• Ligação de metais de composição muito diferente.

Características de ligas de Metal de adição

Para que uma liga de brasagem seja compatível com um dado metal de base, dever-se-ão ter em conta as
seguintes condições, as quais deverão ser obedecidas pelo metal de adição, isto é:

• O seu ponto de fusão deve ser inferior ao do metal de base;

• Deve molhar o metal de base;

• Deve ser capaz de produzir juntas a temperaturas tais que não se produzam modificações na estrutura e nas
propriedades do metal de base;

• Não causar excessiva erosão do metal de base pela criação de ligas entre os dois metais;

• Não conter constituintes ou impurezas, os quais, formando ligas com o metal de base, provoquem a fragilização
da junta.
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Formas comerciais de apresentação das ligas

A forma mais comum é a da vareta nua, mas o mercado fornece hoje outras modalidades de liga em varetas:

• Varetas revestidas de fluxo;

• Varetas ocas com fluxo no interior;

• Varetas constituídas por uma alma de solda envolvida por fluxo que, por seu turno, é revestido com uma
camada de solda;

• Varetas tendo o fluxo incrustado à superfície em pequenas zonas igualmente distribuídas;

• Solda em anéis;

• Solda laminada.

(a)
(b)

Fig. III.2 - Solda em vareta (a) e em anel (b)

Nos quadros seguintes referem-se alguns exemplos de ligas de metais de adição para:

Brasagem forte

Composição % Intervalo de fusão Temperatura de


(em peso) (ºC) trabalho (ºC)
Ag Cu Zn Cd

12 50 31 7 620 - 825 800

20 40 25 15 605 - 765 750

25 30 27 18 605 - 720 710

30 28 21 21 600 - 690 680

35 26 21 18 607 - 702 702

40 19 21 20 595 - 630 610

45 15 16 24 607 - 618 618

Quadro III.1 - Metal de adição para a brasagem forte


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Brasagem fraca

Estanho(Sn) - Zinco(Zn)

Composição % (peso) Temperatura de trabalho


Sn Zn (ºC)

91 9 199

80 20 269
70 30 311

60 40 340
30 70 375

Cádmio(Cd) - Prata(Ag)

Composição % (peso) Temperatura de trabalho


Cd Ag (ºC)

95 5 393

Estanho(SN) - Chumbo(Pb) - Prata(Ag)

Composição % (peso) Temperatura de trabalho


Sn Pb Ag (ºC)

96 -- 4 221

62 36 2 190

5 94.5 0.5 301

2.5 97 0.5 310

1.0 97.5 1.5 309

Quadro III.2 - Metal de adição para brasagem fraca


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Soldobrasagem

Cobre(Cu) - Zinco(Zn) - Estanho(Sn) - Ferro(Fe) - Níquel(Ni)

Composição % (peso) Temperatura de


Cu Zn Sn Fe Ni trabalho (ºC)

60 39 1 -- -- 900

960 37.5 1 1 0.5 890

60 38 1 1 -- 890

50 40 -- -- 10 935

Quadro III.3 - Metal de adição para soldobrasagem

FLUXOS (DECAPANTES)

Em brasagem, a grande maioria das aplicações exige a utilização de um fluxo em pó, pasta, aglomerado ou
líquido que tem por função reduzir os óxidos superficiais das peças a brasar, impedir a formação de novos óxidos
e facilitar a molhagem das peças pelo metal de adição. Por estas razões se chamam também aos fluxos,
decapantes ou desoxidantes.

Fig. III.3 - Fluxo em pó

Fig. III.4 - Fluxo em pasta


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O fluxo tem uma composição muito diferente consoante a natureza dos metais de base e de adição, bem como
da temperatura de brasagem. Após a operação de soldadura, os resíduos do fluxo e dos óxidos devem poder ser
removidos facilmente.

Os fluxos de brasagem precisam, assim, de permanecer em contacto com a área a ser brasada, para impedir a
formação de óxidos e facilitar a remoção de camadas já existentes. A viscosidade do fluxo, à temperatura de
brasagem, é uma característica importante para que o metal de adição consiga expulsar o fluxo da junta,
preenchendo-a. Outra propriedade importante é a tensão superficial do fluxo, que também afecta a molhabilidade
do metal de base e a penetração do metal de adição na junta (capilaridade).

Características do fluxo

Um bom fluxo obedece às seguintes características:

• Ter uma composição que impeça a formação de óxidos durante a brasagem, ou que promova a sua dissolução
e remoção. Embora não seja a função principal dos fluxos eliminar os óxidos e outros corpos estranhos que
se encontram na superfície do metal base, sendo esta uma operação mais da “preparação”, muitos deles
exercem-na de modo muito satisfatório, dissolvendo ou reduzindo aquelas matérias.

• Suportar a temperatura de brasagem, durante o tempo necessário, não se evaporando ou se deteriorando, e


ter um ponto de fusão, quando não é líquido, muito próximo do ponto de fusão da solda.

• Possuir características que permitam que o metal de adição ao penetrar na junta o expulse desta.

• Não atacar o metal de base, à temperatura de brasagem.

• Possuir no estado líquido uma tensão superficial tão pequena que lhe permita molhar francamente o metal de
base.
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RESUMO

A escolha correcta dos consumíveis é fundamental para a boa execução da soldadura.

Para que um metal de adição seja compatível com um dado metal de base, dever-se-ão ter em conta factores
como o seu ponto de fusão ser inferior ao do metal de base, de modo a garantir uma boa soldadura.

O metal de adição pode apresentar-se de diferentes formas e varia na sua composição consoante o metal base
utilizado. O mesmo se aplica aos fluxos em que a sua composição é muito diferente consoante a natureza dos
metais de adição e metal de base.

Os fluxos necessitam, assim de permanecer em contacto com a área a ser brasada, para impedir a formação de
óxidos e facilitar a remoção da camada já existente.

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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. Descreva as principais características do metal de adição para que uma liga de brasagem seja compatível
com um dado metal de base.

2. Qual a função do fluxo?


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OBJECTIVOS

No final desta Unidade Temática, o formando deverá estar apto a:

• Definir o processo de brasagem forte;

• Identificar quais os fenómenos físicos que estão envolvidos no processo de brasagem forte;

• Definir a brasagem fraca e soldobrasagem;

• Identificar as diversas áreas de aplicação do processo de brasagem.

TEMAS

• Objectivos

• Temas

Definição de soldadura e brasagem

Fundamentos do processo

Defeitos e sua origem

Critérios de aceitabilidade da brasagem forte

Brasagem fraca

Soldobrasagem

Aplicações da brasagem

Método de execução da brasagem forte

• Resumo

• Actividades / Avaliação
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DEFINIÇÃO DE SOLDADURA E BRASAGEM

Definição de Soldadura

A soldadura é uma operação que consiste em ligar dois ou mais elementos constitutivos de uma junta, assegurando
a continuidade entre os elementos a ligar, quer por aquecimento, quer por pressão, quer por aquecimento e
pressão conjuntamente, com ou sem emprego de metal de adição, cuja temperatura de fusão é variável.

Definição de Brasagem

A Brasagem é o mais antigo dos processos que utiliza a fusão para ligar duas peças metálicas. Encontraram-se
vasos e jóias brasadas com mais de 3000 anos.

O termo brasagem foi adoptado para designar um campo limitado da soldadura no qual a construção de juntas
de metais iguais ou diferentes se processa depositando materiais de adição de ponto de fusão inferior ao dos
metais de base.

A norma NP – 1205 de 1976 define brasagem do seguinte modo:

“Soldadura de elementos metálicos por meio de um metal de adição no estado líquido, cuja temperatura de fusão
é inferior à dos metais de base, os quais, portanto, não comparticipam, na constituição da junta.”

Na brasagem não existe, ao contrário do que acontece nos restantes processos de soldadura, modificação do
perfil das peças ou juntas a unir dado que não existe fusão do metal de base. A ligação é conseguida utilizando
um metal com uma temperatura de fusão mais baixa que é introduzido entre as peças a unir.

Metal de adição

Metal de base

Fig. IV.1 - Junta brasada


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Existem fundamentalmente três tipos de Brasagem:

• Brasagem forte

• Brasagem fraca

• Soldobrasagem

Segundo a mesma norma, os três tipos de brasagem são definidos da seguinte forma:

Brasagem forte

“Brasagem em que a temperatura de fusão do metal de adição é superior a 450ºC (solda forte) mas inferior à
temperatura de fusão das peças a ligar. Em geral o metal de adição penetra por capilaridade entre as superfícies
das peças a ligar.”

Brasagem fraca

“Brasagem em que a temperatura de fusão do metal de adição é inferior a 450ºC (solda fraca) e inferior à temperatura
de fusão das peças a ligar“. É um processo idêntico à brasagem forte, mas os metais de adição utilizados neste
tipo de processo são diferentes.

Soldobrasagem

“Brasagem em que a junta, do tipo aberta, é realizada com a utilização de um metal de adição cuja temperatura
de fusão é superior a 450 ºC mas inferior à temperatura de fusão das peças a ligar, por meio de uma técnica
idêntica à da soldadura autogênea por fusão.“

Metal de adição

Metal de base

Fig. IV.2 - Junta soldobrasada


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FUNDAMENTOS DO PROCESSO

Na realização de uma junta brasada estão presentes vários fenómenos físicos, os quais contribuem para a
realização da junta soldada. Esses fenómenos são os seguintes:

• molhagem

• tensão superficial

• capilaridade

• difusão

Molhagem

No que se refere ao primeiro fenómeno, isto é, a molhagem, pode-se dizer que um líquido molha uma superfície
se se estender sobre ela, em vez de formar uma gota. De realçar que os diferentes metais são mais ou menos
favoráveis à molhagem, isto é, têm uma maior ou menor molhabilidade. A capacidade de um líquido molhar uma
superfície constitui o seu poder molhante (Fig. IV. 3).

Líquido com baixo poder


Líquido com elevado poder molhante
molhante

Superfície

Fig. IV.3 - Líquidos com diferentes poderes molhantes

A molhagem é dependente da tensão superficial do metal de adição quando no estado líquido.

Tensão Superficial

Definição: Tensão superficial é a força de atracção exercida pelo metal de adição (no estado líquido) sobre o
metal de base.

É um conceito muito usado mas pouco entendido. No processo de brasagem forte a tensão superficial do metal
de adição é uma das condições a ter em conta já que o seu valor é muito importante neste processo. Assim,
podemos explicar a tensão superficial apresentando os seguintes exemplos:
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Uma das funções dos detergentes da roupa é diminuir a tensão superficial da água em que são dissolvidos. Com
isso, diminui a tendência de formar gotas fazendo com que as moléculas de água tenham maior contacto com as
fibras dos tecidos. No caso da brasagem, o metal de adição tem que ter um comportamento idêntico ao do
detergente, isto é, tem que ter uma tensão superficial baixa para que se possa espalhar sobre as superfícies do
metal de base em vez de formar gotas, facilitando desta forma a penetração do metal de adição na junta.

O fenómeno da tensão superficial pode ainda ser facilmente posto em evidência pela suspensão de um cilindro
metálico de um braço de uma balança, o qual é devidamente equilibrado pela colocação de uma tara no outro
prato da balança (Fig. IV. 4a)). Se colocarmos por baixo do cilindro um recipiente, o qual é cheio progressivamente
com um líquido qualquer até entrar em contacto com o cilindro, verifica-se o aparecimento de determinadas forças
chamadas de “tensão superficial”, as quais exercem atracção sobre o cilindro e provocam o desequilíbrio dos
pratos da balança (Fig. IV. 4b)).

Cilindro
Cilindro
Líquido Líquido

a) b)

Fig. IV.4 - Tensão superficial

Capilaridade

A capilaridade é um fenómeno físico que pode ser demonstrado pela imersão de duas placas de vidro numa tina
de água. Como se pode verificar, o nível da água no interior das placas é mais alto do que na tina e tanto mais alto
quanto menor for o afastamento das placas de vidro. Esta propriedade dos líquidos é aproveitada na soldadura.

Assim, quando o metal de adição é levado ao ponto de fusão, penetra e expande-se na folga existente entre as
peças a unir, à semelhança da água nas placas de vidro (Fig. IV. 5).

Fig. IV.5 - Capilaridade


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O poder de um metal de adição em penetrar, por capilaridade, numa junta, entre duas peças a brasar, é inversamente
proporcional ao afastamento.

A figura seguinte ajuda a compreender a dificuldade das moléculas subirem, quando o afastamento é maior.

Quando o afastamento é menor, elas entreajudam-se.

Fig. IV.6 - Efeito capilar

Difusão

A difusão consiste no deslocamento de moléculas de uma substância para outra. Esta propriedade verifica-se
sempre que duas substâncias entram em contacto.

Sempre que um metal em fusão é susceptível de formar uma liga com o metal ou metais das peças a soldar, essa
liga é formada por difusão de um metal no outro e, sobretudo do metal de base sólido no metal de adição líquido.

Metal de
adição

Liga
de
superfície
Metal de
base

Fig. IV.7 - Difusão


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Preparação das juntas

A qualidade das juntas produzidas pela brasagem depende não só da composição das soldas mas também de
estas preencherem completamente o intervalo e estabelecerem um contacto perfeito com o metal de base.

Efectivamente, se este contacto se estabelece imperfeitamente, ou não se estabelece de todo, acontece que não
há ligação entre os metais de base e de adição ou ela apenas se verifica muito insuficientemente.

Em brasagem o afastamento tem grande importância. O intervalo deve ser o mínimo que permita a penetração da
solda por capilaridade. Um intervalo excessivo pode não suportar a solda e esta escoa-se da junta. Além disso,
implica a existência de uma película de solda com maior espessura e portanto, mais susceptível de ruptura.

Espaçamentos grandes favorecem o fluxo mas dificultam a acção capilar e vice-versa.

No Quadro IV.1, a título de exemplo, são indicados alguns valores de referência para o espaçamento, em função
do tipo de metal de base e metal de adição.

Metal de adição Metal de base Espaçamento


(mm)

CU Aço 0,04 - 0,07

Cu - Zn Cobre 0,08 - 0,4

Cu - P Ligas de cobre 0,01 - 0,03

Cobre
Ag Aços carbono 0,03 - 0,20
Aços inoxidáveis

Ni - Cr Aços inoxidáveis 0,02 - 0,12

Al - Si Ligas de alumínio 0,10 - 0,50

Quadro IV.1 - Espaçamento de brasagem para diferentes metais de base e de adição

Fig. IV.8 - Juntas brasadas


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Variação da resistência da junta

A resistência da junta soldada é função do espaçamento entre peças a soldar, conforme se pode ver na Fig. IV. 9.

Resistência
no
corte

Espaçamento
Valores
recomendados

Fig. IV. 9 - Variação da resistência em função do espaçamento da junta brasada

Verifica-se que a resistência da junta diminui para espaçamentos muito pequenos, o que pode ser devido à
existência de falhas no preenchimento da junta com o metal de adição. Para espaçamentos elevados, a junta tem
maior flexibilidade, mas uma menor resistência.

Resistência
à
tracção

Espaçamento

Fig. IV.10 - Resistência à rotura em função do espaçamento


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DEFEITOS E SUA ORIGEM

Na execução de qualquer tipo de soldadura, tem de se ter em conta determinados requisitos.

Na soldadura pelo processo de brasagem existem situações que, através duma análise visual, podemos verificar
a existência ou não de alguns defeitos. Assim, referenciam-se a seguir alguns defeitos e respectivas causas:

Desalinhamento dos tubos

Fig. IV. 11 - Tubo desalinhado Fig. IV.12 - Tubo alinhado

O tubo nunca deverá apresentar desalinhamento na zona de soldadura. Numa brasagem forte os tubos a soldar
não deverão apresentar qualquer desvio em relação ao seu eixo, caso contrário a soldadura é rejeitada.

O desalinhamento dos tubos deve-se eventualmente a:


• Abocardamento irregular;
• Calor excessivo.

Poros

Fig. IV.13 - Soldadura com poros Fig. IV.14 - Soldadura sem poros
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Não devem existir poros em nenhuma zona do cordão da soldadura.

A existência de poros na soldadura deve-se eventualmente a:

• Aplicação incorrecta do fluxo;

• Má limpeza das peças a unir.

Preenchimento insuficiente

Fig. IV.15 - Junta mal preenchida Fig. IV.16 - Junta bem preenchida

Não são admissíveis ligações mal preenchidas.

Fig. IV.17 - Junta bem preenchida Fig. IV.18 - Junta mal preenchida
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É evidente que uma condição necessária para que haja o contacto franco metal-metal é que a solda seja
suficientemente fluida para penetrar em todos os intervalos, por capilaridade. Esta condição não é bastante, pois
as matérias estranhas como óxidos, óleos, tintas, poeiras, etc., que podem existir à superfície do metal base,
impedem que a solda corra livremente sobre ela. Por outro lado, quando eventualmente as matérias estranhas
não impedirem totalmente o preenchimento, por capilaridade, elas continuam a impedir o contacto solda-metal de
base e, consequentemente, a ligação metalúrgica.

Fig. IV.19 - Falta de penetração Fig. IV.20 - Boa penetração


Mau preenchimento Bom preenchimento

O preenchimento insuficiente deve-se eventualmente a:

• Distribuição não uniforme do calor na junta;

• Má limpeza das peças a unir;

• Folga irregular;

• Insuficiência de metal de adição;

• Aplicação incorrecta do fluxo.

Cordão

Fig. IV.21 - Ligações inaceitáveis


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1 a 2 mm 1 a 2 mm

Fig. IV.22 - Ligações aceitáveis

O cordão deve apresentar um rebordo de cerca de 1 a 2 mm em todo o seu redor.

O cordão não uniforme deve-se eventualmente a:

• Acabamento inexistente do cordão.

No quadro seguinte referenciam-se as causas e soluções para corrigir os defeitos encontrados:

Defeitos Causas Soluções

Fraca penetração da liga de - Folga grande - A folga óptima, deve estar


brasagem entre 0,03 e 0,1 mm.
( Solda).
- Má repartição do fluxo - Reparti-lo
decapante.

- Aquecimento insuficiente - Escolher um bico mais


potente

- Peças sujas - Limpar cuidadosamente a


junta e os seus bordos

- Maçarico mal posicionado - Rectificar a posição do


- Aquecimento insuficiente maçarico
- Aumentá-lo
Junta apresentando - Superfície de fixação
características mecânicas insuficiente - Aumentar o comprimento
insuficientes do encaixe das peças
- Folga grande ou irregular
entre as peças - Verificar o ajustamento das
peças

Quadro IV.2 - Causas e soluções para vários defeitos


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CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE DA BRASAGEM FORTE

Pode-se considerar que uma brasagem em tubo de cobre para ser aceite, deve obedecer aos seguintes critérios:

• Alinhamento das tubagens e acessórios em relação aos eixos (Fig. IV. 11 e 12);

• Brasagem sem poros visíveis (Fig. IV. 14);

• Brasagem com juntas bem preenchidas (Fig. IV. 16 e Fig. IV. 17);

• Brasagem com cordão homogéneo (Fig. IV. 22).

BRASAGEM FRACA

Como já foi referido, é a “Brasagem em que a temperatura de fusão do metal adição é inferior a 450ºC (solda fraca)
e inferior à temperatura de fusão das peças a ligar“. É um processo idêntico à brasagem forte, mas os metais de
adição utilizados neste tipo de processo são diferentes.

Na execução deste tipo de brasagem podem utilizar-se maçaricos a gás ou aparelhos eléctricos, como mostra a
figura seguinte.

Fig. IV.23 - Aparelho eléctrico para a execução de uma brasagem fraca


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SOLDOBRASAGEM

Este tipo de soldadura consiste na ligação de duas peças da mesma natureza ou de natureza diferente “sem
fusão “, mas com molhagem, por meio de um metal de adição a uma temperatura inferior às das duas peças
base.

É uma técnica particular, de utilização muito divulgada na ligação heterogénea, onde só o metal de adição
participa na constituição da junta, nunca existindo fusão do metal de base.

A soldadura processa-se por difusão molecular do metal de adição fundido no metal de base e dá lugar à formação
de um fenómeno dito de fixação.

Esta operação justifica-se, em relação à soldadura por fusão, em virtude de haver menor desenvolvimento de calor
na junta. Além da economia de gases e de mão de obra, esta última permite uma maior rapidez de execução.
Apresenta ainda outras vantagens, nomeadamente:

• Menor deformação das peças que constituem as juntas;

• Menor tendência para modificar a estrutura metalúrgica do metal de base e, portanto, as suas propriedades;

• Menor oxidação do metal de base;

• Acabamento mais fácil e, portanto, menos dispendioso.

Fig. IV. 24 - Execução de uma soldobrasagem


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No quadro seguinte referenciam-se as causas e soluções para corrigir os defeitos encontrados.

Defeitos Causas Soluções

O metal "corre" e não molha o - Peça muito quente - Procurar a temperatura


metal de base - Peça muito fria correcta de fixação em
função do metal base.

- Má decapagem dos topos a - Decapar cuidadosamente as


soldar. partes a ligar (desengordurar,
esmerilar, etc.).

- Metal de adição inadaptado - Escolha criteriosa do metal


ao metal de base. de adição em função do
metal de base.

- Emprego de um fluxo não - Utilização de um fluxo


adaptado à temperatura do equilibrado em função:
trabalho . - do metal de base
- do metal de adição

O cordão apresenta um - Potência de aquecimento - Diminuir o débito do bico


aspecto granulado e à volta, muito forte. (prever um pré-aquecimento
apresenta uma zona se necessário).
esbranquiçada. - Sobreaquecimento do metal
de adição - Não sobreaquecer o metal de
adição

Quadro IV.3 - Soldobrasagem

APLICAÇÕES DA BRASAGEM

As aplicações da brasagem fraca, brasagem forte e soldobrasagem, são, hoje em dia, múltiplas e variadas.

De uma forma geral, pode-se dizer que qualquer um dos processos tem o seu maior campo de aplicação na
soldadura de metais dissimilares, união de peças de pequena espessura, união de metais tratados termicamente,
uniões metal cerâmica.

A brasagem fraca encontra o seu maior campo de aplicação na indústria eléctrica e electrónica, para a soldadura
de componentes e placas de circuitos impressos, ligações de terminais eléctricos, etc.

Não é permitida a sua aplicação nas instalações de gás.

A brasagem forte tem também um vasto campo de aplicação industrial, que vai desde a indústria eléctrica e
electrónica à indústria automóvel, aeronáutica e gasista.
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A soldobrasagem é utilizada para soldar tubos, varões e barras, componentes fundidos e forjados, sobretudo
sempre que se pretende obter baixas deformações.

Aplicações do processo de brasagem às redes de gás canalizado

As redes de gás no interior dos edifícios são normalmente executadas em tubos de cobre.

Caixa de Entrada Interior do edifício

Fig. IV.25 - Rede de gás em cobre

As ligações efectuadas nestas instalações deverão ser executadas por soldadores qualificados com carteira
profissional actualizada. O método de ligação por brasagem forte é utilizado para diâmetros iguais ou inferiores a
54 mm, enquanto que o processo de soldobrasagem utiliza diâmetros de tubos superiores a 54 mm mas inferiores
a 110 mm. No entanto, este último caso não tem grande aplicabilidade, já que para estes valores de diâmetros
existem outras soluções técnicas e economicamente mais viáveis.

MÉTODO DE EXECUÇÃO DA BRASAGEM FORTE

A execução da brasagem forte implica uma preparação cuidada, que inclui um determinado número de operações.
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Assim, a execução de uma instalação de gás, implica, a preparação da tubagem pelo instalador e a realização
das ligações pelo soldador, que deve obedecer ao seguinte:

Método de execução

1. Seleccionar a tubagem

2. Cortar

3. Curvar

4. Rebarbar

5. Abocardar

6. Limpar

7. Desengordurar

8. Montar as peças

9. Acender o maçarico

10. Executar o pré-aquecimento

11. Aplicar o fluxo

12. Aplicar o metal de adição

13. Remover os resíduos

No desenvolvimento da sua actividade o Soldador recebe do Instalador a tubagem em condições de brasar e


também informações relativas à posição das peças.

No cumprimento do método de execução compete ao Instalador realizar as operações numeradas de 1 a 8 e ao


Soldador as operações de 9 a 13.

Eventualmente, o Soldador poderá ter de rectificar alguma dimensão ou abocardamento e, para isso, deverá
saber utilizar o corta-tubos e o expansor. Assim introduzem-se as operações 2, 4 e 5.

1 - Seleccionar a tubagem

A tubagem deve ser seleccionada com base no projecto da instalação de gás e deverá encontrar-se em perfeito
estado de conservação, sem defeitos, sujidades ou qualquer alteração que possa colocar a instalação em perigo.
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2 - Cortar tubos

Sendo o corte dos tubos de cobre muitas vezes necessário, pode-se dizer que é um dos pontos importantes para
uma boa execução de soldadura, isto é, quanto mais perpendicular for o corte, em relação ao eixo da tubagem
melhor, pois, possibilita um encaixe mais ajustado na junta a soldar, aumentando assim, a zona de contacto
entre o metal base e o metal de adição. Deve utilizar-se o corta-tubos que é uma ferramenta constituída
essencialmente por: uma lâmina, uma haste de aperto manual e dois roletes.

3
1 - Lâmina

2 - Roletes
4
2 3 - Manípulo com fuso

1 4 - Estrutura

Fig. IV.26 - Corta-Tubos

3 - Curvar

Em muitas situações é necessário curvar o tubo de cobre. Esta operação deve ser realizada com o equipamento
adequado (figura IV.27).

Figura V.27 - Equipamento para curvar tubos

4 - Rebarbar

Este aspecto da preparação das peças deve ser completado eliminando as rebarbas. As rebarbas e arestas finas
tendem a aquecer muito mais rapidamente que a restante massa e a fundirem, fazendo com que o metal se dilua
na solda líquida, alterando as suas propriedades.

Para cumprimento desta operação deve utilizar-se um rebarbador macho/fêmea, para tubo de cobre, constituído
por uma lâmina triangular, com punho.
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Fig. IV.27 - Eliminação das rebarbas

5 - Aborcadar

A junta utilizada nas instalações de gás é a junta sobreposta por abocardamento. Quando a ligação é executada
entre tubos o abocardamento é realizado com um alicate de abocardar ou expansor, que é constituído por:

1 - Alicate
2 - Matrizes
1

Fig. IV.28 - Alicate de abocardar

Fig. IV.29 - Abocardamento em acessórios Fig. IV.30 - Abocardamento em tubo

Em brasagem, são utilizados apenas dois tipos de juntas; juntas sobrepostas e juntas topo a topo. As juntas
sobrepostas são usadas preferencialmente quando se pretende melhorar a resistência de uma determinada
ligação.

6 - Limpeza

É condição indispensável, que as superfícies que a solda líquida deve molhar sejam previamente limpas, isentando-
-as de matérias estranhas, inclusivamente da película superficial de óxido que, nalguns metais se forma rapidamente.

Embora alguns fluxos tenham capacidade para eliminar os óxidos existentes à superfície dos metais, não é esta
a sua função principal.
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Fig. IV.31 - Limpeza com lã de aço

A limpeza das peças pode ser efectuada por meios mecânicos ou químicos. A limpeza mecânica é a mais
apropriada para eliminar os óxidos e é normalmente efectuada pela escova de arame, à lima ou por outro qualquer
processo de maquinagem que se adapte a cada caso particular.

Fig. IV.32 - Escova de arame e lima

7 - Desengordurar

A limpeza por meios químicos tem principalmente a função de dissolver os corpos gordurosos (óleos, massas de
protecção). É feita com solventes à base de álcool e acetona.

Fig. IV.33 - Desengorduramento

8 - Montar as peças

As peças devem ser montadas devidamente alinhadas (conforme referido aquando dos defeitos de alinhamento
dos tubos).
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9 - Acender o maçarico

O acendimento do maçarico e a regulação da chama deve ser executada tal como descrito na unidade
temática 2.

10 - Executar o Pré-Aquecimento

Na brasagem a maçarico, as peças depois de devidamente montadas são previamente aquecidas até à temperatura
de ligação.

O aquecimento por maçarico oxigás é localizado e, nestas circunstâncias, a junta perderia calor por condução se
as peças não fossem previamente aquecidas em toda a sua massa. Esta circunstância equivaleria a fazer incidir
a chama do maçarico durante muito tempo sobre a junta e sobre a solda, isto é, a prolongar o seu aquecimento,
o que tem muitas vezes inconvenientes de ordem metalúrgica.

Fig. IV.34 - Aquecimento por maçarico oxigás

11 - Aplicar Fluxo

É uma operação que pode seguir-se à preparação, sobretudo quando o fluxo se apresenta sob a forma de pasta
ou de líquido. Quando assim não é, costuma-se dissolver previamente o fluxo em pó na água ou no álcool, de
modo a formar um corpo pastoso. O fluxo sob esta forma é barrado sobre as superfícies da junta e das zonas a
esta adjacentes, antes da montagem dos tubos, por meio de um pincel ou de uma espátula, ou faz-se aderir por
imersão.

Fig. IV.35 - Aplicação do fluxo em pasta


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É também prática corrente aplicar o fluxo na junta transportando-o na ponta aquecida da vareta de soldadura ou
espalhando-o, quando em pó, sobre o metal de base. Este último processo não é tão eficiente, pois normalmente
o sopro da chama, na brasagem por maçarico, afasta o pó do local onde é forçoso que ele actue.

Fig. IV.36 - Aplicação do fluxo em pó

No modo de aplicação do fluxo têm influência as condições de trabalho, incluindo nelas a forma e a acessibilidade
da junta, a forma do metal de adição e o processo de aquecimento.

Outros modos de aplicação do fluxo consistem em adicioná-lo já incorporado na solda. Neste último caso a solda
e o fluxo são aplicados simultaneamente.

Os fluxos melhor concebidos possuem ponto de fusão próximo do ponto de fusão da solda, servindo assim
também como indicadores da temperatura de brasagem.

12 - Aplicar o metal de adição

Os métodos de aplicação da solda, incluindo as operações necessárias para a fundir e fazer penetrar nas juntas,
por capilaridade, variam com o processo de aquecimento e a organização do trabalho. A solda pode ser colocada
previamente na junta, sob a forma de troços, anéis, lâminas e anilhas ou ser aplicada em forma de vareta
simultaneamente com o calor da brasagem.

O processo mais comum de brasagem forte, utiliza o maçarico oxigás e a vareta de solda. Se esta é nua (não
revestida de fluxo), a sua ponta, previamente aquecida, é mergulhada no fluxo que adere por este modo, e quando
o fluxo funde ao calor da chama, surge uma gota de solda que penetra na junta. Manejando convenientemente a
chama vai-se derretendo a solda até se criar um cordão em toda a sua extensão.

Fig. IV.37 - Aplicação do metal de adição

13 - Remover os resíduos

No final da Brasagem os resíduos do fluxo devem ser removidos com escova e arame de palha de aço.
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RESUMO

As aplicações da brasagem são hoje em dia múltiplas e variadas. De uma forma geral, pode-se dizer que estes
processos têm o seu campo de aplicação na soldadura de metais dissimilares, união de peças de pequena
espessura e união de tubagens. As redes de gás no interior dos edifícios são normalmente executadas em tubos
de cobre. Existe uma grande diversidade de soluções para a instalação de tubagens em edifícios, variando o tipo
de solução consoante a sua estrutura e localização. O método de ligação utilizado na área do gás é a brasagem
forte.

Na brasagem forte não existe, ao contrário do que acontece nos restantes processos de soldadura, modificação
do perfil das peças, isto é, não existe fusão do metal de base. Na realização de uma junta brasada estão
presentes vários fenómenos físicos, nomeadamente a molhagem, tensão superficial, capilaridade e difusão.

O processo de execução da brasagem forte implica um certo número de operações que deve ser objecto de maior
cuidado, resumidamente podemos identificar:

• A preparação das juntas;


• Aplicação do fluxo;
• Aquecimento prévio;
• Aplicação da solda.
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ACTIVIDADES / AVALIAÇÃO

1. O que entende por processo de brasagem?

2. Quais os tipos de brasagem que conhece?

3. Quais os fenómenos físicos presentes na brasagem?

4. Qual o objectivo de se ter um afastamento regular entre os tubos a soldar?

5. Dê exemplos de algumas aplicações da brasagem.

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PROPRIEDADES FÍSICAS DE ALGUNS MATERIAIS

Metal Símbolo Ponto de Fusão Resistência à


Químico ºC Tracção
(principais Kg / mm2
componentes)

Ferro Fe 1535 20
Cobre Cu 1083 16 - 20
Alumínio Al 658 9 - 18
Magnésio Mg 650 15 - 20
Chumbo Pb 327 1,5 - 2
Zinco Zn 420 20 - 25
Estanho Sn 232 2-4
Antimónio Sb 631 11
Cádmio Cd 321 5
Níquel Ni 1452 40 - 80
Crómio Cr 1800 -
Tungsténio W 3400 -
Vanádio V 1720 -
Manganés Mn 1242 50
Cobalto Co 1495 50
Titânio Ti 1800 60 - 80
Prata Ag 961 15 - 20
Ouro Au 1063 12 - 15
Platina Pt 17773 40 - 80
Aço Fe; C 1400 - 1500 40 - 80
Aço Vazado FeC 1200 - 1400 15 - 30
Ferro FeC 1130 - 1200 35 - 45
Fundido
FeC 1200 - 1400 30 - 50
Cinzento
Cu; Zn Cerca de 900 30 - 50
Ferro
Fundido Cu; Sn Cerca de 900 25 - 40
Maleável
Latão
Bronze
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Anexo IEFP · ISQ

INTERLIGAÇÃO ENTRE TUBAGENS

Materiais Cobre Aço Chumbo Polietileno Latão


(PE)

Cobre Brasagem forte Junta isolante Brasagem Acessório de Brasagem forte


(∅ 54 mm) ou acessórios fraca transição
Soldobrasagem mistos, PE / metal
(∅ > 54 mm) soldado no
lado do aço e
brasado ou
soldobrasado
no lado do
cofre

Aço Junta isolante ou Soldadura Não é Acessório de Roscado nos


acessórios eléctrica permitido transição acessórios
mistos, soldado Juntas PE / metal Acessórios
no lado do aço e roscadas mistos, soldados
brasado ou Juntas no lado do aço e
soldobrasado no flangeadas brasado no
lado do cobre lado do cobre

Chumbo Brasagem fraca Não é Brasagem Não é Brasagem


permitido fraca permitido fraca

Polietileno Acessório de Acessório de Não é Soldadura Acessório de


(PE) transição transição permitido topo-a-topo transição “PE /
PE / metal PE / metal Electrofusão metal

Latão Brasagem Forte Roscado nos Brasagem Acessório de


acessórios fraca transição
Acessórios PE / metal
mistos,
soldados no
lado do aço e
brasados no
lado do cobre
M.T5.01 An.01

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CORES IDENTIFICATIVAS DAS GARRAFAS


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APLICAÇÃO DOS DIVERSOS FLUXOS

Classe AWS Metal de base Metal de Faixa de Constituintes do Forma de


recomendado adição temperatura fluxo fornecimento
recomendado recomendada
(ºC)
1 Ligas de Al BAISi 371 - 643 Cloretos e Pó
fluoretos
2 Ligas de Mg BMg 482 - 649 Cloretos e Pó
fluoretos

3A Todos, excepto BCuP e BAg 566 - 871 Ácido Bórico, Pó


os listados em Boratos, Pasta
1, 2 e 4 Fluoretos Líquido
Fluoboratos
3B Todos, excepto BCu, BCUp, 732 - 1149 Ácido Bórico, Pó
os listados em BAg , BAu, Boratos, Pasta
1, 2 e 4 RBCuZn e BNi Fluoretos Líquido
Fluoboratos

4 Bronze- Bag BCuP, 566 - 871 Cloretos Pó


Alumínio apenas para Fluoretos Pasta
Latão-Alumínio ligas à base de Boratos
Ferro ou ligas Cu
de Níquel com
Al, Ti ou
ambos
5 Todos, excepto Os mesmos 760 - 1204 Bórax Pó
os listados em que 3B Ácido Bórico Pasta
1, 2 e 4 excluindo de Boratos Líquido
BAg-1 a BAg-7 M.T5.01 An.01

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IEFP · ISQ Anexo

ALGUNS CONSELHOS

Para se obter uma melhor capilaridade e, consequentemente uma boa soldadura, é preferível utilizar tubos não
recozidos, em vara, uma vez que os tubos em rolo recozidos tendem durante o transporte e manipulação a tornar-
se oval, o que dificulta a montagem do acessório e, posteriormente, a capilaridade.

Como princípio, é muito importante recalibrar com um calibrador apropriado qualquer tubo que não apareça
totalmente circular e livre de deformações, de maneira que o ajuste com o acessório seja perfeito. De igual forma,
é importante desbarbar a tubagem uma vez que a limalha poderia dificultar a penetração da solda.

Antes de aplicar o desoxidante, é necessário limpar a tubagem. O desoxidante tem a missão de eliminar os
resíduos de óxido e permitir ao mesmo tempo a difusão da solda entre as duas superfícies a soldar. Existem já
decapantes, que permitem limpar e desoxidar ao mesmo tempo eliminando assim uma operação (soldaduras
fracas unicamente).

A soldadura capilar é o modo mais fiável para conseguir uma união perfeita entre os tubos e acessórios e, como
se disse anteriormente, só é possível entre materiais preparados para isso. Qualquer outro modo de unir tubos
deve ser preterido uma vez que aumentaria consideravelmente o perigo de fugas devido à ausência completa ou
parcial da capilaridade.
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IEFP · ISQ Bibliografia

BIBLIOGRAFIA

Brazing Handbook, 4th edition (June 1991), American Welding Society

Finch, R. , Welder’s Handbook: A complete guide to MIG, TIG, Arc & Oxyacetylene Welding, (February 1997)

Guia do utilizador de soldadura manual (1981), Arliquido

Manual técnico de instalações de gás, Lisboagás

NP EN 1057

Oliveira Santos, J. F. , Quintino, L., Processos de Soldadura, ISQ

Portaria 361/98 de 26 de Junho


M.T5.01

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