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Direito Tributário
Obviamente as leis já existiam antes na Europa – a Magna Carta, por exemplo, trouxe
benefícios jamais imaginados na época, como a limitação do poder da monarquia
inglesa em criar e cobrar impostos, além da criação da norma que todos os súditos
têm direito a julgamento. Mesmo assim, julgamentos e cobranças obedeciam sempre
às leis dos detentores do poder.
Na Idade Média, os tributos não eram pagos a um Estado, mas sim a uma pessoa, o
senhor feudal, perdendo, desta maneira, o caráter fiscal (...). Os tributos eram
cobrados de acordo com os interesses do governante e não do Estado. (BALTHAZAR,
Ubaldo César. História do Tributo no Brasil. 2005, p.17)
Com a consolidação das nações e dos direitos do homem como um cidadão, viu-se a
necessidade de criar também direitos na questão da cobrança de impostos.
O documento que criou o imposto trazia também a isenção de tributos para alguns
estabelecimentos e profissões de cunho artesanal ou educacional, além de qualquer
atividade com finalidade humanitária, por exemplo:
– Pescadores;
– Mercearias;
– Escolas;
– Professores;
– Fábricas de algodão;
– Telefonia e telegrafia.
Uma legislação própria para tributação foi criada somente em 1966, com o Código
Tributário Nacional, Lei 5.172, decorrente da Emenda Constitucional 18/66. Isso foi
um diploma revolucionário na história do Brasil, por ter conseguido, de forma sucinta,
clara e precisa, apresentar alicerces para a construção de uma teoria do tributo e das
novas bases para a relação entre fisco e contribuinte (MARTINS, 2005, p. 29-31).
Assim, é possível inferir que a história do Direito Tributário é nova, se comparada com
a própria cobrança de tributos.
Obs. 1: o Direito Tributário, assim como outros ramos do direito, não possui total
autonomia.
Obs. 2: o Direito Tributário regula o comportamento das pessoas de levar dinheiro aos
cofres públicos.
Questão: Lei tributária possui acepção diferente que legislação tributária? R. Sim, já
que a expressão legislação é mais ampla, abrangendo decretos, resoluções, portarias,
regulamentos, leis etc.
Obs. 1: se existe lei, ela deve ser interpretada, e interpretada de acordo com as regras
estabelecidas no CTN. Se não há lei, como o juiz não pode deixar de julgar pela
ausência de lei, utiliza-se os métodos de integração: a analogia, os princípios e, por
último, a equidade. Portanto, para a melhor doutrina, o desejo do CTN no artigo 111
foi de proibir a utilização dos métodos de integração para os temas elencados em seus
incisos.
Obs. 2: o CTN foi instituído por Lei Ordinária. Na época, estava em vigor a CF de 1946.
Porém, foi recepcionado com status de Lei Complementar pela CF de 1967, mantendo
essa característica na atual CF/88 (art. 146, CF/88).
(A) regula o destino dos valores arrecadados a título de tributo dentro da máquina do
Estado.
(B) regula o comportamento dos agentes públicos na condução orçamentária da
Administração Pública Direta e Indireta.
(C) regula o comportamento dos agentes públicos na condução orçamentária apenas
da Administração Pública Direta.
(D) regula o comportamento das pessoas de levar dinheiro aos cofres públicos.
(E) compõem a Lei Orçamentária, a Lei Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Por fim, importa consignar a distinção entre receitas e ingressos. Enquanto o ingresso
é marcado pela noção de provisoriedade, a receita pública atrela-se ao contexto de
definitividade (SABBAG, 2017).
Questão: O que são receitas públicas? R. De acordo com Eduardo Sabbag1, todo e
qualquer dinheiro que ingressa nos cofres públicos, a qualquer título, será denominado
“entrada” ou “ingresso”. Todavia, nem todo ingresso (ou receita) será pública. O
ingresso é provisório; já a receita pública atrela-se ao conceito de definitividade. São
exemplos de ingresso: caução ou fiança, empréstimo compulsório, depósito prévio,
empréstimo público, entre outros. São exemplos de receitas públicas: receitas
ordinárias (derivadas ou originárias) e extraordinárias (imposto extraordinário de
guerra).
1
Ob. cit. p. 38.