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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Análise e Modelização do Comportamento de Pressões


Intersticiais em Barragens de Terra
Gisele Suhett Helmer
UFES, Vitória-ES, Brasil, suhett.helmer@yahoo.com.br

Katia Vanessa Bicalho


UFES, Vitória-ES, Brasil, kvb@clik21.com.br

Eric Vuillermet
BRLIngenierie, Nîmes, France, eric.vuillermet@brl.fr

RESUMO: A barragem de terra de Ganguise, no sul da França, foi projetada para ser
construída em duas etapas. A primeira com 30 metros de altura nos anos 70 (1977-1979),
onde também foram instaladas células de pressão intersticial. A segunda etapa ocorreu em
1994 com ampliação de seis metros da cota máxima da barragem. Na segunda fase de
construção foram monitorados os valores das pressões instersticiais de nove células de
pressão (três são analisados neste trabalho). Como os dados medidos foram maiores que as
previsões (não a ponto de comprometer a estrutura) a barragem foi avaliada utilizando o
programa de elementos finitos PLAXIS e os resultados das simulações numéricas foram
comparados com os resultados medidos pelas células de pressões. Para as simulações
numéricas foram utilizados quatro modelos de cálculos com variações nas permeabilidades do
filtro da barragem ampliada e do aterro da barragem original que representam as possíveis
variações entre a permeabilidade medida em laboratório e a medida em campo. Analisou-se o
formato da curva de dissipação dos dados estimados e os medidos verificando a sua
exponencialidade negativa como descreve a literatura. Além disso, verificou-se que os valores
dos coeficientes de determinação variam de 0,36 a 0,97 para os quatro modelos de cálculo e
de 0,73 a 0,97 para os cálculos que consideram o aterro heterogêneo e anisotrópico. Foram
obtidos resultados satisfatórios a partir da modelização, tendo sido encontradas curvas que
atendem às expectativas, mostrando que o modelo elementos finitos pode ser utilizado com
segurança para análise interna da barragem de terra.

PALAVRAS-CHAVE: Barragens de terra, modelização, Plaxis, pressões intersticiais,


comportamento geotécnico.

1 INTRODUÇÃO podem ser projetadas para serem


posteriormente ampliadas.
As barragens são construídas desde a Para que essas estruturas sejam estáveis
antiguidade para auxiliar as cidades na elas precisam ser modelizadas de forma a
distribuição de água, seja para consumo evitar o aumento excessivo de pressões
humano ou para irrigação. No entanto, com intersticiais durante o processo de
o aumento da população a quantidade ampliação.
d’água armazenada num primeiro Este estudo apresenta a metodologia
momento pode não ser suficiente após utilizada para a modelagem da Barragem
alguns anos, exigindo a construção de da Ganguise (França) no software PLAXIS
novas obras. Porém em certas localidades a que utiliza o método de elementos finitos
construção de novas estruturas pode não para determinar as pressões intersticiais em
ser possível. Pensando nisso, barragens pontos internos à Barragem. Além disso,
com a mesma modelagem pode-se

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identificar os recalques máximos modelizar o processo construtivo de


encontrados com a construção e analisar a ampliação da barragem. Sendo elas:
estabilidade da barragem. O recalque foi 9 A modelagem da barragem inicial
analisado como um meio a mais de 9 Seis etapas de carregamento (que
garantir a concordância do modelo com a representam a ampliação do aterro
realidade tendo em vista que se sabe os jusante da barragem) sendo seis
valores reais dos recalques. camadas de seis metros construídas
a partir do pé à jusante. Essas
etapas são cinco camadas para se
2 METODOLOGIA atingir o topo da barragem inicial e
uma camada a mais de seis metros
2.1 Hipóteses acima da estrutura original para
atingir a cota da barragem alteada
Buscou-se aplicar hipóteses que se (simplificação da realidade, tendo
aproximem da realidade da barragem para em vista que na prática foram feitas
então iniciar o modelo computacional. diversas camadas de 40 a 50
A estrutura da barragem da Ganguise centímetros). Cada camada
foi modelada com o software Plaxis (R.B.J apresenta duas sub-etapas – uma de
Brinkgreve et al. 2002). Este programa carregamento instantâneo e outro
vem sendo utilizado como um instrumento de adensamento (outra
de análise de comportamentos de solos e simplificação, pois as camadas são
barragens, como por exemplo, no estudo feitas pouco a pouco com
geotécnico da barragem de Curuá-Uná, no carregamento e adensamento
Paraná (Ligocki, P. L. 2003 e Sare, A. R. acontecendo simultaneamente).
et al. 2004). 9 Adensamento final

2.2 Geometria 2.3 Permeabilidade

Para a modelagem da sua geometria foi Os valores de permeabilidade vertical


feita uma simplificação do seu perfil foram obtidos através de ensaios
central P10. Observado na figura 1. laboratoriais, porém, como argilas e siltes
apresentam solos anisotrópicos, a
permeabilidade horizontal é maior, pois
como pode ser observado nas figuras 2 e 3,
a disposição das partículas facilitam o
fluxo nessa direção. Além disso, é
necessário avaliar cuidadosamente esses
valores, pois poucas são as amostras
ensaiadas para cada tipo de solo, ou seja,
Figura 1 – Perfil de auscultação da Barragem da
os dados obtidos dos ensaios podem não
Ganguise
ser verdadeiramente representativos, não
2.2.1 Carregamento mostrando uma possível heterogeneidade
entre uma camada e outra. Por isso, foram
As situações de carregamento estudadas estabelecidas três hipóteses diferentes de
foram : permeabilidade que consideram cada uma
9 Fim da construção (situação crítica) dessas possibilidades.
9 Durante a construção
Essas duas situações de carregamento
foram retratadas na modelagem. Assim,
oito grandes etapas foram criadas para se

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dos solos da barragem da Ganguise, para o


caso das permeabilidades horizontais e
verticais kx e kv, peso específico saturado
γsat , peso específico não saturado γunsat,
coesão c e ângulo de atrito φ. A dilatância
Figura 2 – Direção preferencial para a circulação
ψ foi considerada presente apenas nos
d’água solos granulares onde a rugosidade e o
rolamento dos grãos dilatam o solo durante
o cisalhamento, esse fenômeno foi
idealizado por Rowe (1962), conhecido
pelo modelo “dente de serra”. O fator nulo
para solos coesivos, onde o fenômeno é
menos intenso é a favor da segurança. Para
Figura 3 - Fluxo horizontal e vertical
o coeficiente de Poisson υ e modulo de
deformação Eref, os valores são hipóteses
prováveis para estes solos, obtidos através
da calibração do modelo, pois não foram
feitos ensaios de laboratório capazes de
determinar com precisão os valores desses
O K1 representa o valor encontrado a parâmetros.
partir dos ensaios de permeabilidade no Assim, como para a barragem original
laboratório, K22 é o valor que representa a eram conhecidos os valores de pressões
heterogeneidade do solo e o K3 a intersticiais e recalques, um pré-modelo foi
anisotropia. Esta característica é reforçada realizado a fim de obterem-se esses
com a compactação do solo que favorece a valores. Foram então escolhidos valores de
disposição das partículas de argila de Eref e υ que apresentassem o menor erro
acordo com as figuras 2 e 3. Essas entre os valores medidos e os obtidos
diferentes hipóteses de permeabilidade através do pré-modelo.
serão utilizadas nos quatro tipos de Todos os dados de cada solo utilizados
cálculos aplicados no modelo Plaxis, sendo na modelagem da barragem alteada se
que: encontram na tabela 1, e estão
1. A permeabilidade de base K1 será correlacionados pelas cores com a figura 4
utilizada na modelização de todas que é o perfil que foi utilizado na
as partes da barragem. modelagem.
2. A permeabilidade K22 para o tapete
drenante e o aterro da barragem
original
3. A permeabilidade K3 para o aterro
da barragem original → kh = kv x
10 Figure 4 - Modelo Plaxis da Barragem da Ganguise
Na hipótese K22, o valor da
permeabilidade de base foi dividido por 10
para torná-la menor, pois é neste caso que
há um maior aumento de pressões
intersticiais (Terzaghi, 1951).

2.4 Características geotécnicas

As características geotécnicas foram


obtidas através de ensaios de laboratório

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Tabela 1 – Características geotécnicas da Barragem medidas reais das células de pressão


da Ganguise (figura 1), tendo como objetivo melhor
γνυ γτασ kx ky compreender o comportamento do solo e
Nome do solo
(kN/m3) (kN/m3) (m/s) (m/s)
verificar a concordância entre a curva do
Aterro à jusnte
inferior 18 21,4 2.10-8 2.10-9 modelo teórico mobilizado (calculado com
Aterro à Montante 18 21 2.10-7 2.10-7 o modelo elementos finitos) e a curva que
Filtro da Barragem segue o modelo teórico de dissipação em
Original 18 20 10-3 10-3 forma de exponencial negativa. Conforme
Filtro da nova a equação 1.
barragem 18 20 10-3 10-3
ln(u) = α 0 − α1 ⋅ t (1)
Batardeau 18 21 2.10 2.10-7
-7

Núcleo 18 20,3 10-7 10-7 Em seguida analisaremos as curvas


Silte da fundação 18 20,3 10 -7
10-7 teóricas referentes a cada cálculo para
-4
Aluviões 18 21 10 10-4 identificar qual o tipo que melhor
Argilas duras de representa os dados reais.
fundação 18 21,1 2.10-9 2.10-9 Espera-se do modelo que ele siga
Aterro de ampliação 18 21,1 2.10-8 2.10-8
aproximadamente o formato da curva
medida, onde as pressões aumentam a
Eref υ C φ(° ψ (°
Nome do solo
(kN/m²) (kPa) ) ) medida do carregamento e que após seu
Aterro à jusnte término as pressões diminuam
inferior 13000 0,3 20 28 0 exponencialmente.
Aterro à Montante 13000 0,3 15 27 0 As curvas de tendência com R² menor
Filtro da Barragem que 0,8 serão consideradas não
Original 15600 0,3 1 35 5
representativas
Filtro da nova
barragem 15600 0,3 1 35 5 Cada cálculo efetuado será melhor
Batardeau 13000 0,3 15 27 0 explicado a seguir.
Núcleo 13000 0,3 25 25 0
Silte da fundação 7800 0,3 25 25 0
Aluviões 26000 0,3 1 35 5 3 DESCRIÇÃO DA OBRA
Argilas duras de
fundação 260000 0,3 30 29 0
Aterro de ampliação 13000 0,3 10 28 0
3.1 Generalidades

Para este trabalho foi verificado o


A coesão utilizada no modelo PLAXIS
desenvolvimento das pressões intersticiais
nunca é nula, pois o programa necessita de
no interior da barragem durante a sua
um valor maior que um para a realização
construção e analisado sua situação no
de seus cálculos, por isso solos arenosos
momento crítico logo após a construção.
apresentam coesão igual a 1.
3.2 Descrição da estrutura
2.5 Análise do desenvolvimento das
pressões intersticiais.
Ela é situada no departamento de Aude no
rio Ganguise. Tem como função o estoque
2.5.1 Comparação entre as curvas
d’água para irrigação com um volume de
teóricas calculadas em Plaxis com as
21,9 Hm3 úteis. Sua localização encontra-
curvas medidas pelas células de pressão
se na figura 5 e o perfil tipo da estrutura se
intersticial
encontra na figura 6.
A análise será basicamente visual e de
comparação entre as curvas de tendência
dos dados PLAXIS e dos dados reais.
As curvas referentes a cada cálculo
teórico serão analisadas com as curvas de
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3.3.2 Cálculos

Tabela 2 – Descrição dos diferentes cálculos


realizados em Plaxis
Cálculo Considerações
Cálculo de base – Aplicação da
Cálculo 1 permeabilidade de base para todos
os solos
Aplicação de K22 para o filtro da
Cálculo 2
barragem nova
Aplicação de K22 para o aterro da
Figura 5 – Localização da Barragem da Ganguise Cálculo 3
barragem original
Aplicação de K3 para o aterro da
Cálculo 4
barragem original

3.3.3 Construção do modelo

A partir dos dados do canteiro de obras


sobre o aumento da cota de ampliação do
Figura 6 – Perfil Tipo
aterro da barragem foram definidos os
tempos (Figura 7 e tabela 3) para as seis
3.3 Metodologia
camadas teóricas (da simplificação do
modelo).
A modelagem do comportamento da
barragem e sua ampliação foram feitas pela
utilização do software PLAXIS (R.B.J
BRINKGREVE ET AL 2002) que utiliza
um modelo bidimensional. Os cálculos de
estabilidade seguem a lei elasto-plástica de
Mohr-Coulomb.
O modelo permite simular a construção
da barragem com suas etapas, para isso é
necessário fazer distinção dos solos
drenantes e não drenantes e das diferentes
fases do carregamento. Figura 7 - Aumento da cota do aterro da ampliação
da barragem
3.3.1 Calibração do modelo Plaxis para a
Barragem da Ganguise Na prática as camadas são feitas quase
que continuamente, no entanto, essa é uma
A calibração do modelo foi feita a partir do complexidade impraticável para o
ajuste dos parâmetros (G, E, e υ). Para programa. Além disso, ele também não é
encontrar esses valores foram comparadas capaz de realizar o carregamento e
as curvas de pressão intersticial durante a adensamento simultaneamente, por isso
construção da primeira barragem, com as duas sub-etapas foram criadas. Uma de
obtidas pelo modelo PLAXIS a partir de carregamento instantânea, e outra para o
adensamento, num tempo equivalente ao
várias combinações de G, E, e υ. Quando o
de realização da camada.
erro esteve dentro no aceitável considerou-
se, então, estes como os valores de G, E, e,
υ para cada solo.

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Tabela 3 – Descrição das camadas utilizadas no Tabela 4 – Valores de α0 e α1 para as células de


modelo Plaxis pressão do perfil P10
Tempo de Células α0 Α1
Camada Espessura(m)
adensamento (s) CPI3 4.46 10-8
Camada 1 5,5 1209600 CPI6 3.84 3.10-9
Camada 2 5,5 2937600 CPI9 4.06 10-8
Camada 3 5,5 1900800
Camada 4 7,0 2937600
Camada 5 5,5 4233600
Camada 6 5,5 1814400

A partir da posição das células de


pressão intersticial (figura 1) foram
definidos os pontos da malha no modelo
que as representaria (figura 8).
B A Figura 9 – Valores de pressões intersticiais das
células de pressão da Barragem da Ganguise

120 Descida CPI3


C y = 86,913e-1E-08x
.

Descida CPI6
R2 = 0,9559
100

Figura 8- Localização dos pontos que serão Descida CPI9


y = 46,601e-3E-09x
modelizados para representar as CPI’s do perfil 10. 80
R2 = 0,8464 Expon. (Descida
Pressão Intesticial (kPa)

CPI6)
Expon. (Descida
60 y = 57,794e-1E-08x CPI3)
Sabendo que o ponto A corresponde a R2 = 0,9509 Expon. (Descida
CPI9)
CPI3, o ponto B a CPI6 e o ponto C a 40

CPI9. 20

3.4 Resultados 0
1,00E+07 3,00E+07 5,00E+07 7,00E+07 9,00E+07 1,10E+08 1,30E+08 1,50E+08
Tempo (s)

Figura 10 – Comparação entre a curva medida e a


3.4.1 Análise dos dados
curva de tendência de forma exponencial

A figura 9 mostra as medidas das pressões Abaixo se encontram os gráficos com as


intersticiais das células de pressão CPI3, medidas e os quatro cálculos efetuados no
CPI6 e CPI9 presentes no perfil P10 da Plaxis para as três células de pressão.
barragem da Ganguise.
A figura 10 mostra a curva de
dissipação das pressões medidas pelas
CPIs.
Pode-se observar que o formato da
curva é uma exponencial negativa, por isso
se escolheu essa opção de linha de
tendência no EXCEL. As curvas de
tendência apresentaram uma boa
correlação.
Figura 11 - Resultados dos diferentes cálculos para
Os valores de α0 e α1 correspondentes a a célula de pressão CPI3
essas curvas estão na tabela 4. Sabendo
que segunda a equação 1.
ln(u) = α 0 − α1 ⋅ t (1).

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Figura 12 - Resultados dos diferentes cálculos para


a célula de pressão CPI6 Figura 15 - Comparação entre a curva calculada
Plaxis e a curva de tendência de forma
exponencial(CPI6)

Figura 13 - Resultados dos diferentes cálculos para


a célula de pressão CPI9
Figura 16 - Comparação entre a curva calculada
Pode-se observar que os cálculos 3 e 4 Plaxis e a curva de tendência de forma exponencial
foram os mais representativos, (CPI9)
demonstrando que o material de aterro
utilizado deve ser menos permeável que o Pode-se verificar novamente que os
previsto ou apresenta uma possível cálculos 3 e 4 foram os que apresentaram
anisotropia. resultados em conformidade com a teoria.
Abaixo estão as verificações dos
resultados das curvas de saída Plaxis para
cada célula de pressão e suas curvas de 4 CONCLUSÕES
tendência.
A modelização com o software de
elementos finitos Plaxis apresenta
resultados interessantes, pois se nota, por
exemplo, no cálculo 4 uma grande
similaridade do aumento das pressões
intersticiais entre as curvas medidas e as
curvas calculadas pelo programa. Isso é
importante, pois é essa fase a mais crítica,
e poder conhecer o valor crítico das
pressões é de extrema importância para
assegurar a estabilidade de uma barragem
de terra.
Figura 14 – Comparação entre a curva calculada Além disso, se pode confirmar que a
Plaxis e a curva de tendência de forma exponencial curva de dissipação de pressões medidas e
(CPI3)
calculadas (especialmente do cálculo 4)
estão em conformidade com a teoria da
dissipação.

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Isso comprova que o comportamento Saré, A.R, Ligockli, L.P, Sayão, A.S.F.J,
resultante da modelização é Gerscivich, D.M.S. (2004). Esudos Geotécnicos
da Barragem de Curuá-Uná. Geojovem
suficientemente fiel às observações. Terzaghi, K. (1951) Mécanique Théorique des Sols
No entanto, se deve sempre ter em
mente que a auscultação de uma barragem
de terra é de extrema importância para que
situações de risco possam ser evitadas a
tempo, pois modelos computacionais ainda
não correspondem 100 % à realidade e
essa medida preventiva pode evitar que
situações inesperadas ocorram. Como um
aumento abusivo das pressões ou recalques
significativos não previstos, além de
recalques diferenciais.

5 RECOMENDAÇÕES

O cálculo com o modelo elemento finito


Plaxis proporcionou bons resultados
quantitativos e qualitativos para a
modelização do aumento das pressões
intersticiais. No entanto, para a curva de
dissipação, mesmo com uma boa análise
qualitativa a analise quantitativa não foi o
suficiente para servir como modelo.
Recomenda-se então que novas
configurações sejam testadas, como
combinações entre os cálculos 3 e 4, ou
também a aplicação das permeabilidades
K22 e K3 em outras partes da barragem.
É importante também lembrar que o
modelo utilizado foi um modelo 2D para
uma estrutura 3D, e como essa barragem
não apresenta um perfil transversal
constante, seus resultados devem ser
analisados mais cuidadosamente.

BIBLIOGRAFIA

Brinkgreve, R.B.J, Al-Khoury, R, Bakker, K.J,


Bonnier, P.G, Brand, P.J.W, Broere, W, Burd,
H.J, Soltys, G.Vermeer, P.A e Haag, D.D.
(2002). Manual de Instruções do Plaxis 2D-
Versão 8.
Ligocki, L.P. (2003) Comportamento Geotécnico
da Barragem de Curuá-Uná, Pará.
Rowe, P.W. (1962). The Stress Dilactancy of Media
for Static Equilibrium of an Assembly of
Particules in Contac. Proccedings, Royal
Society of London.

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