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Aparecida: A história da santa de barro que tinha tudo para não existir.
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Ebook138 pages59 minutes

Aparecida: A história da santa de barro que tinha tudo para não existir.

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Não há figura que represente mais a fé e a devoção dos brasileiros do que Nossa Senhora da Conceição Aparecida. E poucos souberam contar tão bem a história da santinha negra do Brasil como Rodrigo Alvarez, que conquistou a prateleira de centenas de milhares de leitores com seu best-seller dedicado à Virgem brasileira. Agora, nesta caprichada edição, o célebre texto de Aparecida ganha enfim sua versão para os jovens leitores, adornada com ilustrações da atriz Carolina Dieckmann. Chegou a vez de também eles descobrirem que não importa a geração: desde que foi encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul, a proteção e o carinho da Mãe do Brasil dizem respeito a todos.
LanguagePortuguês
PublisherPetra
Release dateJun 24, 2022
ISBN9786588444719
Aparecida: A história da santa de barro que tinha tudo para não existir.

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    Aparecida - Rodrigo Alvarez

    Rodrigo Alvarez. Aparecida. A história da santa de barro que tinha tudo para não existir. Ilustrações de Carolina Dieckmann. A versão juvenil do livro que vendeu mais de 400 mil exemplares. Petra.Rodrigo Alvarez. Aparecida. A história da santa de barro que tinha tudo para não existir. Ilustrações de Carolina Dieckmann. Petra.

    Copyright © 2022 by Rodrigo Alvarez

    Copyright das ilustrações © 2022 by Carolina Dieckmann

    Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Petra Editorial Ltda. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite.

    Editora Nova Fronteira Participações S.A.

    Rua Candelária, 60 – 7º andar – Centro – 20091-020

    Rio de Janeiro – RJ – Brasil

    Tel.: (21) 3882-8200

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    A472a

    Alvarez, Rodrigo

    Aparecida / Rodrigo Alvarez; ilustrações por Carolina Dieckmann. – 2.ed. – Rio de Janeiro: Petra, 2022.

    Formato: epub com 11.877KB

    ISBN: 978-65-88444-71-9

    1. Jornalismo. I. Dieckmann, Carolina. II. Título.

    CDD: 079

    CDU: 070

    André Queiroz – CRB-4/2242

    Sumário

    Capítulo 1 - Os milagres de Aparecida

    Capítulo 2 - A noite escura e muito amarga

    Capítulo 3 - A imagem reconstituída

    Capítulo 4 - Retorno ao santuário

    Capítulo 5 - Desaparecida

    Capítulo 6 - O milagre em águas imprestáveis

    Capítulo 7 - Primeiros devotos

    Capítulo 8 - A primeira guardiã de Aparecida

    Capítulo 9 - A basílica do baiano arretado

    Capítulo 10 - Um novo tempo

    Capítulo 11 - A chegada dos redentoristas alemães

    Capítulo 12 - A rainha do Brasil

    Capítulo 13 - Aparecida, o Brasil é vosso

    Capítulo 14 - A peregrina Aparecida

    Capítulo 15 - O primeiro papa em Aparecida

    Capítulo 16 - Bento, o santo e a santa

    Capítulo 17 - O papa argentino e a santa brasileira

    Capítulo 1 - Os milagres de Aparecida

    Do barro da terra, o escultor fez a mulher. Deu-lhe retoques cuidadosos nas narinas para que o nariz não ficasse nem muito fino nem muito largo. Arredondou tanto as bochechas e as fez tão gordinhas que elas desabaram pelo rosto até se juntarem ao pescoço, deixando apenas uma sobrinha de queixo. Moldou-lhe os lábios carnudos e os olhos em forma de amêndoas, levemente caídos. Desenhou seus cabelos lisos para que escorressem pelas costas até quase a cintura, encobrindo parte do manto volumoso que lhe escondeu o corpo, só fazendo notar uma barriguinha maior que o normal para quem não passa dos seus 15 anos de idade.

    O escultor quis enfeitar a mulher e lhe colocou quatro flores – duas acima das orelhas, duas sobre os ombros. Criou também um diadema, como aqueles usados pelas rainhas, segurando os cabelos para que não lhe caíssem sobre a testa. Além do rosto, só ficaram descobertas as mãos espalmadas em forma de amém.

    Aos pés da mulher, como se sustentasse o seu peso, e sua própria existência, o escultor acrescentou-lhe a cabeça e as asas de um anjo – provavelmente o mensageiro Gabriel, que anunciou a Maria que estava grávida, proporcionando à mãe de Jesus uma de suas poucas citações nos evangelhos sagrados da Bíblia cristã. Aliás, foi a mais importante delas, conhecida como Anunciação. Enfim, o escultor deu-se por satisfeito e colocou sua obra no fogo.

    Quando o processo de cozimento terminou, a santinha saiu do forno com a pele acinzentada e algumas partes rosadas. Depois que ela esfriou, o escultor aplicou-lhe uma tinta azul-escura sobre o manto ondulado que descia pelas costas, uma tinta vermelha no que seria o forro do manto, e tratou de preparar uma tinta clara, porque aquela Senhora que um dia iria se chamar Aparecida não nasceu negra. Logo que o escultor terminou, ela ficou branquinha da silva. Ou melhor… da Conceição. Pois esse era seu nome de batismo: Nossa Senhora da Conceição.

    Apesar de tamanha importância histórica, não se sabe exatamente em que dia se deu essa criação. Se estava chuvoso ou ensolarado, se era sábado ou domingo, se estavam na primavera ou no inverno. Se pudéssemos voltar aos anos 1650 para investigar, é possível imaginar que o escultor desconhecido talvez se lembrasse vagamente das circunstâncias em que produziu a imagem, mas dificilmente saberia indicar qualquer detalhe. Aquela Conceição era só mais uma, e sem nada que lhe fizesse candidata ao altar principal de uma igreja, muito menos ao posto máximo da fé brasileira. Afinal, daquele barro nasceu uma mulher de pouca beleza, sem ouro, sem a madeira nobre de tantas outras Senhoras e, ainda, discreta demais, com menos de dois palmos de altura.

    Pelo costume daquele tempo em que o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, a pequena Conceição, pesando pouco mais de dois quilos e meio, jamais brilharia em grandes palcos. Serviria para ornamentar as laterais de um altar na capela de uma fazenda paulista. Ou, quem sabe, um pequeno oratório de madeira na casa de alguma família de portugueses no Rio de Janeiro.

    Se aquela Nossa Senhora não chamou atenção entre as muitas outras santas de barro que saíram do mesmo forno, se um dia ela se quebrasse (como aconteceu

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