Aparecida: A história da santa de barro que tinha tudo para não existir.
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Aparecida - Rodrigo Alvarez
Copyright © 2022 by Rodrigo Alvarez
Copyright das ilustrações © 2022 by Carolina Dieckmann
Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Petra Editorial Ltda. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite.
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Rio de Janeiro – RJ – Brasil
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
A472a
Alvarez, Rodrigo
Aparecida / Rodrigo Alvarez; ilustrações por Carolina Dieckmann. – 2.ed. – Rio de Janeiro: Petra, 2022.
Formato: epub com 11.877KB
ISBN: 978-65-88444-71-9
1. Jornalismo. I. Dieckmann, Carolina. II. Título.
CDD: 079
CDU: 070
André Queiroz – CRB-4/2242
Sumário
Capítulo 1 - Os milagres de Aparecida
Capítulo 2 - A noite escura e muito amarga
Capítulo 3 - A imagem reconstituída
Capítulo 4 - Retorno ao santuário
Capítulo 5 - Desaparecida
Capítulo 6 - O milagre em águas imprestáveis
Capítulo 7 - Primeiros devotos
Capítulo 8 - A primeira guardiã de Aparecida
Capítulo 9 - A basílica do baiano arretado
Capítulo 10 - Um novo tempo
Capítulo 11 - A chegada dos redentoristas alemães
Capítulo 12 - A rainha do Brasil
Capítulo 13 - Aparecida, o Brasil é vosso
Capítulo 14 - A peregrina Aparecida
Capítulo 15 - O primeiro papa em Aparecida
Capítulo 16 - Bento, o santo e a santa
Capítulo 17 - O papa argentino e a santa brasileira
Capítulo 1 - Os milagres de AparecidaDo barro da terra, o escultor fez a mulher. Deu-lhe retoques cuidadosos nas narinas para que o nariz não ficasse nem muito fino nem muito largo. Arredondou tanto as bochechas e as fez tão gordinhas que elas desabaram pelo rosto até se juntarem ao pescoço, deixando apenas uma sobrinha de queixo. Moldou-lhe os lábios carnudos e os olhos em forma de amêndoas, levemente caídos. Desenhou seus cabelos lisos para que escorressem pelas costas até quase a cintura, encobrindo parte do manto volumoso que lhe escondeu o corpo, só fazendo notar uma barriguinha maior que o normal para quem não passa dos seus 15 anos de idade.
O escultor quis enfeitar a mulher e lhe colocou quatro flores – duas acima das orelhas, duas sobre os ombros. Criou também um diadema, como aqueles usados pelas rainhas, segurando os cabelos para que não lhe caíssem sobre a testa. Além do rosto, só ficaram descobertas as mãos espalmadas em forma de amém.
Aos pés da mulher, como se sustentasse o seu peso, e sua própria existência, o escultor acrescentou-lhe a cabeça e as asas de um anjo – provavelmente o mensageiro Gabriel, que anunciou a Maria que estava grávida, proporcionando à mãe de Jesus uma de suas poucas citações nos evangelhos sagrados da Bíblia cristã. Aliás, foi a mais importante delas, conhecida como Anunciação. Enfim, o escultor deu-se por satisfeito e colocou sua obra no fogo.
Quando o processo de cozimento terminou, a santinha saiu do forno com a pele acinzentada e algumas partes rosadas. Depois que ela esfriou, o escultor aplicou-lhe uma tinta azul-escura sobre o manto ondulado que descia pelas costas, uma tinta vermelha no que seria o forro do manto, e tratou de preparar uma tinta clara, porque aquela Senhora que um dia iria se chamar Aparecida não nasceu negra. Logo que o escultor terminou, ela ficou branquinha da silva. Ou melhor… da Conceição. Pois esse era seu nome de batismo: Nossa Senhora da Conceição.
Apesar de tamanha importância histórica, não se sabe exatamente em que dia se deu essa criação. Se estava chuvoso ou ensolarado, se era sábado ou domingo, se estavam na primavera ou no inverno. Se pudéssemos voltar aos anos 1650 para investigar, é possível imaginar que o escultor desconhecido talvez se lembrasse vagamente das circunstâncias em que produziu a imagem, mas dificilmente saberia indicar qualquer detalhe. Aquela Conceição era só mais uma, e sem nada que lhe fizesse candidata ao altar principal de uma igreja, muito menos ao posto máximo da fé brasileira. Afinal, daquele barro nasceu uma mulher de pouca beleza, sem ouro, sem a madeira nobre de tantas outras Senhoras e, ainda, discreta demais, com menos de dois palmos de altura.
Pelo costume daquele tempo em que o Brasil ainda era uma colônia portuguesa, a pequena Conceição, pesando pouco mais de dois quilos e meio, jamais brilharia em grandes palcos. Serviria para ornamentar as laterais de um altar na capela de uma fazenda paulista. Ou, quem sabe, um pequeno oratório de madeira na casa de alguma família de portugueses no Rio de Janeiro.
Se aquela Nossa Senhora não chamou atenção entre as muitas outras santas de barro que saíram do mesmo forno, se um dia ela se quebrasse (como aconteceu