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É verdade que o movimento LGBT já luta há Conhecida por sua participação em um reality
muito tempo contra a violência heteronormativa, mas show musical na TV, a cantora transexual Valéria
muitos militantes parecem esquecer que travestis e Houston diz que foi vítima de agressões homofóbicas
transexuais estiveram nessa luta desde o princípio, na tarde de domingo (30) enquanto passeava com o
enfrentando bravamente o preconceito e lidando com namorado na Rua da República, bairro Cidade Baixa,
estigmas difíceis de transpor. Esquecê-las é também em Porto Alegre.
um ato de ingratidão e revela a face misógina de um A cantora relata que, apesar de não estarem
movimento que fala muito mais em homens caminhando de mãos dadas, ambos foram ofendidos
homossexuais do que em mulheres lésbicas e por um senhor. Valéria diz que o homem, ao passar
pessoas trans. De modo similar, muitas correntes pelo casal, iniciou uma série de xingamentos e
feministas e ativistas parecem esquecer que travestis ameaças. Em seguida, partiu para as agressões
e transexuais também lidam com o machismo: para físicas.
as travestis e mulheres trans, a objetificação, “Ele disse que a gente tinha que morrer. Meu
hipersexualização e violência sexual é uma triste namorado perguntou por que ele estava fazendo
realidade diária, enquanto para os homens trans, aquilo e, então, ele veio para cima de nós e começou
resta a exotificação, que só não se transforma com a a nos agredir com uma chave de fenda”, conta a
mesma frequência em violência devido ao cantora.
esquecimento de sua existência. É evidente que O caso ocorreu por volta das 16h. Segundo Valéria,
essas questões são problemáticas de gênero – o o homem a feriu nas costas com a ferramenta e
Feminismo precisa acolher e buscar solucionar a causou vários ferimentos. Luis Machado, namorado
transfobia, pois rejeitar essa pauta somente colabora da cantora, tentou protegê-la e também foi ferido no
com a manutenção do patriarcado. braço. Após as agressões, conta Valéria, Luis tentou
Esse embate dentro dos movimentos sociais não é perseguir o agressor, que o intimidou mostrando uma
nenhuma novidade. As feministas negras vêm faca e atirando pedras contra ele.
lutando para serem incluídas no movimento Enquanto isso, a cantora conta que foi atrás
Feminista “generalizado” desde a década de 70 e, de de ajuda da polícia militar no Parque da Redenção.
modo similar, há séculos mulheres de todas as etnias Como não encontrou nenhum policial por perto, ela
lutam por voz e espaço nos meios políticos. Essas correu até o posto da Brigada Militar na Rua José
batalhas fazem parte da evolução de nossas pautas Montaury, no Centro. Lá, a cantora relata que o
e no crescimento humano do mundo. Precisamos policial de plantão disse que não poderia fazer nada,
compreender esses contextos e trabalhar por nem registrar a ocorrência.
movimentos sociais que abracem a diversidade do Sem atendimento na polícia, Valéria e Luis foram
indivíduo humano. para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) da capital
No fim das contas, a transfobia se faz uma para cuidar dos ferimentos causados pelas
realidade gritante. Não é necessária nenhuma teoria agressões. O celular da cantora também foi
complexa, pois a violência é explícita: há uma danificado no ataque, que ela classifica como
epidemia de morte de travestis e transexuais e todos homofóbico.
– independente de quem somos ou por quem "Ele nos xingou de tudo. Me chamou de
militamos – precisamos trabalhar para combater esse negra, traveco, sem vergonha, lixos, aberrações, um
quadro. monte de coisa. Nos chutou e nos feriu com a chave
de fenda", relata. Ainda sem entender o motivo da
(http://www.revistaforum.com.br/questaodegenero/2014/07 fúria do agressor, Valéria disse que vai registrar
/03/transfobia-epidemia-que-os-movimentos-sociais- ocorrência na polícia e denunciar o caso para a
precisam-combater/) Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB-RS).
"Lembro bem do rosto dele. Vou buscar os meus
direitos. Não vou deixar isso ficar assim, impune.
Texto III
Não pode passar em vão", avisa.
Responsável pelo policiamento na região
Cantora transexual sofre agressão homofóbica
central de Porto Alegre, a capitã Martha Richter de
em Porto Alegre
Oliveira diz que não há nenhum registro da
ocorrência feita por Valéria na Brigada Militar. A surpreende por conta da idade: geralmente entre 13
capitã diz que a reclamação "causa estranheza" por e 15 anos.
não ser a postura esperada de um policial e que, [Folha de S.Paulo, 08 de junho de 2010. Texto
caso ela tenha anotado o nome do PM envolvido, é adaptado]
possível realizar uma investigação disciplinar.
(http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-
ul/noticia/2015/08/cantora-transexual-diz-ter-sofrido- Texto II
agressao-homofobica-em-porto-alegre.html)
Status e amadurecimento
PROPOSTA 2: Juventude e alcoolismo: um (...) O porre pode, para muitos, parecer só uma
problema social
brincadeira da garotada. Mas evidencia o sintoma de
uma conduta social que inconscientemente aprova o
A partir da leitura dos textos motivadores consumo de álcool.
seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto Nos lares brasileiros, os jovens crescem assistindo a
dissertativo-argumentativo em norma padrão da familiares e amigos consumirem bebidas alcoólicas
língua portuguesa sobre o tema “Juventude e nos mais variados eventos. Ou, ainda, após as
alcoolismo: um problema social.”, apresentando tradicionais partidas de futebol, numa combinação
proposta de intervenção, que respeite os direitos contraditória entre álcool e esporte.
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de Para o jovem, beber parece estar associado com
seu ponto de vista. status, suposto amadurecimento e possibilidade de
mais relações pessoais e afetivas. Por essas razões,
é preciso apostar fortemente na prevenção desde a
Texto I infância. A proposta não surtirá efeito se os menores
continuarem expostos à publicidade de bebidas,
sempre associadas a cenários paradisíacos, formas
A pesquisa perfeitas e diversão.
Dados inéditos de uma pesquisa sobre o uso [Carlos Salgado, psiquiatra e presidente da Abead -
de drogas entre os alunos de escolas particulares da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras
cidade de São Paulo revelam que um em cada três Drogas - para a Folha On-Line]
estudantes do ensino médio se embriagou pelo
menos uma vez no mês anterior ao levantamento.
praticar bullying contra uma terceira pessoa ou ato de violência física ou psicológica, intencional e
grupo). repetitivo que ocorre sem motivação evidente,
As principais vítimas são crianças em torno praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais
dos 11 anos e com alguma característica marcante pessoas, com oobjetivo de intimidá-la ou agredi-la,
(obesidade, baixa estatura etc.). causando dor e angústia à vítima, em uma relação
de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
BULLYING atinge 45% dos alunos do ensino […]
fundamental. Especial Cidadania,n. 213. 8 maio Art. 4º Constituem objetivos do Programa
2008. referido no caput do art. 1º
[…]
Texto II IX - promover medidas de conscientização,
prevenção e combate a todos os tipos de violência,
Bullying: É Preciso Levar A Sério Ao Primeiro com ênfase nas práticas recorrentes de intimidação
Sinal sistemática (bullying), ou constrangimento físico e
psicológico, cometidas por alunos, professores e
[…] outros profissionais integrantes de escola e de
Para o presidente do Centro Multidisciplinar de comunidade escolar.
Estudos e Orientação sobre o Buylling Escolar, José
Augusto Pedra, o fenômeno é uma epidemia BRASIL. Lei nº13.185, de 6 de novembro de 2015.
psicossocial e pode ter consequências graves. O Presidência da República, Casa Civil, Subchefia para
que, à primeira vista, pode parecer um simples Assuntos Jurídicos, Brasília, 6 nov. 2015.
apelido inofensivo pode afetar emocional e
fisicamente o alvo da ofensa. Crianças e Texto IV
adolescentes que sofrem humilhações racistas,
difamatórias ou separatistas podem ter queda do […]
rendimento escolar, somatizar o sofrimento em Questionados sobre a frequência com que os
doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de colegas da escola esculacharam, zoaram,
trauma que influencie traços da personalidade. “Se mangaram, intimidaram ou caçoaram tanto que o
observa também uma mudança de comportamento. aluno ficou magoado, incomodado, aborrecido,
As vítimas ficam isoladas, se tornam agressivas e ofendido ou humilhado nos 30 dias anteriores à
reclamam de alguma dor física justamente na hora pesquisa, 7,4% dos escolares brasileiros afirmaram
de ir para escola”, detalha José Pedra. que na maior parte do tempo ou sempre se sentiram
humilhados por provocações. Os percentuais foram
BARROS, Andreia. Bullying: é preciso levar a sério próximos para os estudantes do sexo masculino
ao primeiro sinal. Nova Escola, abr. 2008. (7,6%) e feminino (7,2%), como é demonstrado no
Gráfico 15. Entre os alunos das escolas públicas, o
Disponívelem:<http://acervo.novaescola.org.br/formacao/bullying- percentual foi de 7,6% e entre os das escolas
preciso-levar-serio-431385.shtml?page=1>. Acesso em: 27 jan. privadas, 6,5%. Dos escolares entrevistados, 53,4%
2017.
responderam nenhuma vez, e 39,2%, raramente ou
às vezes se sentiram humilhados por provocações
feitas pelos colegas de escola nos 30 dias anteriores
Texto 3
à pesquisa. […]
Quando perguntados se o escolar já havia
LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015
esculachado, zombado, mangado, intimidado ou
[…]
caçoado algum de seus colegas de escola nos 30
Art. 1º
dias anteriores à pesquisa, 19,8% responderam que
Fica instituído o Programa de Combate à
sim. Dentre os meninos, esse percentual foi de
Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o território
24,2% e entre as meninas, 15,6%. […]
nacional.
§ 1ºNo contexto e para os fins desta Lei,
IBGE. Pesquisa nacional de saúde escolar 2015. Rio
considera-se intimidação sistemática (bullying) todo
de Janeiro, 2016. p. 68 e 71.
http://oglobo.globo.com/cultura/artigo-sem-festa-por-
caetano-veloso-19308827