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Narradora – Era uma vez uma cor muito rara e muito triste que se chamava Flicts. Não
tinha a imensa luz do Amarelo, nem a paz que tem o azul. Era apenas o frágil e aflito
Flicts. Tudo no mundo tem cor, o céu é azul o sol é amarelo, mas nada é Flicts.
(Coreografia das cores. Primeiro entra o azul faz uma dança suave, todas as outras
cores assistem a dança e no final aplaudem. Depois o Vermelho, entra com uma dança
forte, enérgica as outras cores aplaudem depois o Amarelo, Verde, e assim por diante.
Flicts dança por último, mas na sua vez todos viram de costas e começam a conversar
e rir em grupo).
Narradora- Na escola a caixa de lápis de cor não inclui Flicts . Quando volta a primavera
e o parque todo se cobre de cores, nenhuma cor ou ninguém quer brincar com Flicts.
Um dia ele viu no céu depois da chuva Cinzenta a turma toda feliz saindo para o recreio
e se chegou pra brincar.
(Todas as cores estão sentadas em roda balançando de um lado para o outro Flicts se
aproxima).
Azul – Eu que ficarei na Berlinda! Se enxerga! Nós cores temos um nome a zelar.
Flicts – Meu nome é Flicts. Eu também sou uma cor como vocês.
Vermelho – Já sou eu. Ai ai...sete é um número tão bonito. E além do mais para ser o
cavalinho tem que ser uma cor forte, não percebe?
Verde – Eu já estou. Não está vendo. Olha, não me leve a mal, mas nós cores somos
uma grande família. Não tem espaço para você.
Violeta (brava) – Por favor, não vá querer quebrar a ordem natural das coisas!
Narradoras – Mas um dia Flicts foi procurar trabalho, queria pertencer a alguma coisa;
ter uma função.
Flicts – Será que não tem algum cantinho para mim aqui? Na bandeira do Brasil, na do
Japão ou em algum brasão ou estandarte?
Narradoras – Mas nem mesmo as terras mais jovens nem as bandeiras mais novas
lembraram de Flicts, ou pensaram nele para ser sua cor. Nada no mundo é Flicts.
Flicts (pensando) – Humm quem sabe eu ache um espaço no mar. O mar é tão
inconstante. Tem tantas cores o mar. É cinzento se o dia é cinzento, como um imenso
lago de chumbo...(se animando) É! Quem sabe no mar? Eu vou pegar minhas coisas e
vou...
(Sons de carros passando. Entram as três cores como se estivessem no trânsito, depois
param enfileirados como o semáforo).
Vermelha – Nos fins das tardes de outono, do outro lado do mar ela é igualzinha a
mim, parece uma bola de fogo.
(Entra narradora)
Narradora- E todas as outras cores que gostavam de ficar olhando lá para o alto,
admirando a lua, não sabiam a verdade. Apenas os astronautas sabiam. Que de perto,
bem de pertinho a Lua é Flicts.