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Volume 1
Madalena Zaccara
Recife, 2014
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Reitora: Maria José de Sena
Vice-Reitor: Marcelo Brito Carneiro Leão
Pró-Reitor de Administração: Moacyr Cunha Filho
Pró-Reitor de Atividades de Extensão: Delson Laranjeira
Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Maria Ângela Vasconcelos de Almeida
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Maria Madalena Pessoa Guerra
Pró-Reitor de Planejamento: Luiz Flávio Arreguy Maia Filho
Pró-Reitor de Gestão Estudantil: Severino Mendes de Azevedo Júnior
ZACCARA, Madalena.
História das Artes Visuais / Madalena de Fátima Zaccara Pekala – Recife: Unidade Acadêmica de
Educação a Distância e Tecnologia, UFRPE, 2011. 1ª edição.
ISBN
1. História. 2. Artes Visuais. 3. Educação a Distância. I. Título.
Apresentação..................................................................................................................... 5
A arte pré-histórica............................................................................................................ 7
Vamos saber um pouco mais sobre alguns artistas ou locais que
citamos até agora?.................................................................................................... 16
As expressões e modelos ancestrais: o Egito e a Mesopotâmia............................... 19
Sobre a arte na Mesopotâmia................................................................................... 21
Da arquitetura e da escultura.................................................................................... 21
Sobre a arte egípcia.................................................................................................. 23
Da arquitetura........................................................................................................... 25
Da escultura.............................................................................................................. 26
Da pintura e relevos.................................................................................................. 27
Vamos conhecer o único artista citado?................................................................... 28
Grécia e Roma: nossas referências ocidentais............................................................ 31
Sobre a Grécia.......................................................................................................... 31
Sobre períodos e expressões artísticas na Grécia ancestral.................................... 33
O período geométrico e a Grécia arcaica.........................................................................33
O século de ouro: a Grécia clássica......................................................................... 37
A arte do período helenístico: a Polis e as influências externas............................... 38
Sobre Roma.............................................................................................................. 41
A arquitetura romana como forma de registro imperialista....................................... 42
Sobre a escultura: o realismo versus idealismo........................................................ 44
Sobre o legado pictórico de Roma............................................................................ 45
Expressões artísticas medievais: o românico e o gótico........................................... 49
Sobre a arte cristã primitiva...................................................................................... 49
Sobre a escultura...................................................................................................... 53
Sobre a pintura.......................................................................................................... 54
O Gótico: o império das catedrais............................................................................. 56
Considerações sobre a arquitetura gótica................................................................ 58
A escultura gótica e o encontro com o movimento................................................... 59
Sobre a pintura gótica: a revolução italiana.............................................................. 60
Conhecendo alguns artistas...................................................................................... 62
O homem, enquanto medida de todas as coisas: a Renascença............................... 65
Sobre a escultura: o início do processo de citação................................................... 69
E a pintura? Como ela se comportou no quattrocento?............................................ 70
O século XVI: o grande momento da Renascença................................................... 72
A pintura: Leonardo, Michelangelo e Rafael............................................................. 74
Vamos conhecer novos artistas?.............................................................................. 77
Considerações Finais..................................................................................................... 82
Alguns referenciais cronológicos do volume.............................................................. 85
Referências...................................................................................................................... 86
Sobre a Autora................................................................................................................. 87
Apresentação
Para uma melhor compreensão desse contexto inicial, alguns questionamentos se fazem
necessários. Assim, vamos a eles: Como se desenvolveu essa produção artística? O
que ela queria expressar? Sob que condições trabalharam os seus autores? Essas e
muitas outras dúvidas certamente serão esclarecidas ao longo deste nosso estudo.
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própria e que, juntamente com a grega, marca toda a cultura ocidental. É o momento
chamado de greco-romano que nos serve como referência até a contemporaneidade.
Até este momento, todos nós sentimos uma espécie de “dificuldade” em compreender
o contexto e as expressões artísticas que estudamos. Entretanto, quando chegamos à
Grécia, começamos a nos tornar mais próximos, mais familiares. O que nos faz sentir
como se eles, os gregos, fossem uma espécie de membros mais velhos de nossa
família?
Assim, vamos estudar esses povos do Egeu e em seguida aqueles que ocuparam
inicialmente a região do Lácio, Itália (e que, depois, se espalharam por quase todo o
mundo conhecido) como se contássemos uma história mais familiar. Lacunas existem,
como em todo período da história, mas o quadro geral se delineia em relação ao povo
grego com mais precisão desde as suas influências miceno/minóicas até a invasão
imperialista de Alexandre da Macedônia, quando a polis e a arte grega se abriram
para o resto do mundo antigo. No que diz respeito a Roma, estudaremos a origem de
sua arte, que se divide entre etruscos e gregos. Conheceremos também o seu caráter
posterior, imperialista, que propagou esse vocabulário artístico através da Europa.
O quarto capítulo envolverá a arte cristã que chegou ao seu pleno desenvolvimento
na Idade Média. Inicialmente nos voltaremos para as expressões artísticas que
se inspiraram na arte romana. Uma produção também chamada de “Arte das
Peregrinações” ou “Arte Românica”. Em seguida buscaremos compreender as
transformações econômicas que consolidaram a burguesia e o seu contexto artístico
chamado, posteriormente, de Gótico.
A autora.
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Capítulo 1
A arte pré-histórica
Objetivos do Capítulo
Analisar e compreender as manifestações artísticas existentes entre o momento
paleolítico e o neolítico, observando-se a necessidade de contextualização da arte em
um universo mais explorado pela arqueologia.
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mesmo tomando-se como parâmetro esse primeiro capítulo do nosso
curso, onde abordaremos a sua trajetória dentro de um recorte que vai
das paredes das cavernas paleolíticas às primeiras aldeias neolíticas.
Figura 2. Bisão. C 15.000-10.000 a.C. Pintura em Caverna. Altamira. Espanha. Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:AltamiraBison.jpg
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nos proporcionam, através de suas contínuas pesquisas, uma visão
cada vez mais ampliada da maneira de viver do homem na dita pré-
história, ou seja, no período em que vulgarmente denominamos de
“Idade da Pedra” quando a escrita (já conhecida ou decodificada)
ainda não existia. Essas descobertas nos introduzem no universo da
vida humana do período e, dessa maneira, no contexto das atividades
desenvolvidas. Entre elas, a produção de imagens e artefatos a que
uns chamam de registros arqueológicos e outros de arte.
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Figura 7. Gruta de Altamira. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Altamira-1880.jpg
Saiba Mais
Altamira é o nome de uma caverna localizada perto da cidade de Santander, na Espanha.
Ela possui um dos conjuntos de pinturas rupestres mais importantes da Pré-História.
Essas represnetações paleolíticas destacam-se pelo realismo das figuras registradas
na pedra. O animal mais representado é o bisão. Há vários exemplares em diversos
tamanhos e posturas e técnica pictórica. Também encontramos cavalos e cervos.
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Através dela (da magia), encontrada na raiz da existência humana
o homem modificou o mundo que o cercava. Os xamãs entravam
em transe no espaço escuro da caverna e pintavam a diversificada
temática englobando desde animais de presa até pedradores.
Objetos materiais foram transformados em signos e conceitos e o
humano abandona sua condição de animal através da possibilidade
mágica de controlar (ou pensar fazê-lo) a natureza. Nesse contexto,
esses registros ganham o status artístico: a arte seria um instrumento
mágico que servia ao homem na evocação do sobrenatural para o
domínio do natural e no desenvolvimento das relações sociais.
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mais definitivo. As primeiras evidências da existência de estocagem
de alimentos surgem há aproximadamente 15.000 anos. É nesse
período que a arqueologia começa a identificar indícios desse
processo de fixação e da revolução agrícola que o causou.
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encontrou para si um modo real de aumentar o seu poder e de
enriquecer a sua vida. As danças tribais que precediam uma caçada
aumentavam a sensação de potência da tribo tanto quanto as pinturas
corporais serviam para atemorizar o inimigo.
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na região denominada Franco-Cantábrica. Encontramos sítios
importantes também em Portugal, Itália, Alemanha, Romênia e
Bálcãs. Na Austrália, África e América do Sul, são conhecidos
milhares de localidades. O estudo sistemático desses sítios em alguns
países não é feito de maneira satisfatória no que diz respeito ao seu
levantamento e preservação. O Brasil se encontra nesse estado de
pouca exploração científica do seu patrimônio arqueológico.
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A região sudeste do Piauí, onde hoje está
localizado o Parque Nacional Serra da Capivara,
ficou momentaneamente excluída do processo
de colonização por ter sido área em litígio. Eram
as terras doadas à Companhia de Jesus por
disposições testamenteiras de Domingos Afonso
Sertão, homem de confiança da Casa da Torre e
tristemente famoso genocida de índios4. Saiba Mais
4
Anne Marie Pessis.
Nessa região, como em bem poucos outros locais sobreviventes Imagens da Pré-História.
e conhecidos tais como alguns no Estado de Santa Catarina e em São Paulo: FURDHAM/
PETROBRAS, 2003.
Minas Gerais, é possível recuperar a imagem dos grupos étnicos que
ali habitaram e resgatar seus registros milenares. Sítios com pinturas
e gravuras continuam sendo descobertos todos os anos, poucos,
entretanto recebem a atenção profissional necessária.
Você Sabia?
Que xamã na língua siberiana quer dizer na tradução literal “aquele que enxerga no
escuro”? Ou seja, ele, entrando em transe durante os rituais, manifestava poderes
sobrenaturais chamando e incorporando espíritos da natureza.
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Que antropomorfo, por definição significa “aquele que tem a aparência humana”?
O termo é muito usado na arqueologia para designar figuras que se assemelham ao
homem desenhadas nas paredes das cavernas.
Que zoomorfo quer dizer “aquele que tem a forma de um animal” e que também aparece
ligado à Arqueologia da mesma forma que o antropomorfo?
E que fitomorfo significa “aquilo que tem uma estrutura semelhante a das plantas”? A
palavra também apararece frequentemente ligada aos estudos arqueológicos.
Que a palavra mimético vem de mimesis, que seria uma representação da natureza
para Platão e para Aristóteles, filósofos gregos? Portanto, mimético estaria ligado à ideia
de registro da realidade, sua apreensão, mesmo que de segunda mão, ou seja, traduzida
por alguém.
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até 1477. Da Vinci foi patrocinado pelos grandes mecenas italianos
nas várias cidades-estado da Renascença. Mais conhecido por
sua pintura entre as quais podemos citar a Virgem dos rochedos
(c. 1483), a Gioconda (1503-1506) e a Última ceia (1495-1497).
Ele dedicou-se também ao estudo da anatomia, física, botânica,
geologia e matemática.
Revisão
A arqueologia em sua busca, nos vários continentes, de conhecer o homem e suas
atividades no momento denominado, pelos estudiosos do século XIX, como pré-história
(admitindo como início da construção histórica a escrita) nos revela que entre os
primitivos caçadores já se encontravam artistas. Habilitado a pensar e simbolizar, esse
representante da humanidade estava apto para recriar situações e representar suas
emoções.
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Seus dedos traçaram sua vida nas paredes das cavernas, utilizando pigmentos
disponíveis na elaboração de seus registros. Suas mãos moldaram o barro criando
deuses e gravaram pedras com símbolos cujo significado ainda se perde em um contexto
ignoto.
Atividades
Neste primeiro exercício, a atividade proposta é uma pesquisa. Vamos consultar o site
da FUMDHAM (http://www.fumdham.org.br/) e vamos pesquisar sobre a arte do homem
pré-histórico no Nordeste do Brasil. Vamos ver o que nossos ancestrais produziram. Em
função do material encontrado, confeccione um pequeno texto sobre o que percebeu.
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Capítulo 2
As expressões e modelos
ancestrais: o Egito e a
Mesopotâmia
Objetivos do Capítulo
Estudar e compreender as formas artísticas expressas pelo homem urbano, no início da
formação das cidades, utilizando-se como exemplo a produção encontrada no Egito e na
Mesopotâmia.
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Figura 10. Mapa da Mesopotâmia. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mesopotamia.PNG
Entre os povos da região o controle político era exercido por uma elite
que também controlava a religião. O chefe de Estado, porém não
era um deus como acontecia entre os egípcios. Ele era apenas um
representante dos deuses e acompanhado do clero, administrava as
cidades que tinham uma organização social feita de homens livres e
escravos.
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e escribas. Sustentando-a lutavam os camponeses, artesãos,
pequenos comerciantes e escravos. Seus habitantes gostavam
tanto da vida que a fertilidade do Nilo proporcionava que adotaram a
morte. A esperança da eternidade manteve uma atividade constante
no sentido de preservar a vida após a morte com todos os confortos
terrenos. O Egito foi, portanto, a civilização das tumbas e dos templos
governados por um faraó/deus.
Da arquitetura e da escultura
A arquitetura e a escultura aparecem como os principais meios de
expressão. Poucas manifestações pictóricas sobreviveram até
nossos tempos. Na arquitetura, o templo é a expressão dominante
tendo os palácios como coadjuvantes. Monumentais, eles abrigaram
as principais atividades comunitárias. As casas agrupavam-se ao
redor de uma área considerada sagrada que formava um complexo
arquitetônico que comportava não apenas os santuários, mas também
oficinas, depósitos e alojamentos de escribas.
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ficava o templo do deus local: o zigurate. É o edifício mais típico da
civilização mesopotâmica. Este santuário se erguia sobre uma série
de degraus decrescentes e sobrepostos (Figura 11). O mais famoso
deles é a bíblica Torre de Babel, da qual só temos referências literárias
uma vez que foi completamente destruída.
Figura 11. Dur-Untash, construído no século XIII a.C. por Untash Napirisha e localizado
em Suza, no Irã, é um dos mais preservados zigurates do mundo. Zereshk. Fonte: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Choghazanbil2.jpg
Saiba Mais
O zigurate (Figura 12) é uma forma arquitetônica criada para abrigar funções de culto.
Ele foi criado pelos sumérios na Mesopotâmia e utilizado por babilônios e assírios. É
contruído na forma de uma pirâmide na qual cada andar possui uma área a menos que o
outro, inferior. Seu número (de andares) variava de dois a sete.
O centro da edificação era feito de tijolos queimados e o exterior era feito de tijolos cozidos
ao sol. Seus adornos eram envidraçados e em cores variadas. O acesso ao templo, que
se encontrava no topo da construção, era feito por uma série de rampas construídas de
forma a acessá-lo. Os exemplos mais antigos dessa tipologia arquitetônica datam de
cerca de três milênios a.C.
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Essa construção maior da civilização mesopotâmica (o zigurate) foi
planejada de forma que o fiel, partindo da base da escadaria, era
forçado a caminhar, em círculos, até chegar ao salão principal do
templo. A semelhança do zigurate com a pirâmide escalonada egípcia
nos permite observar o contato entre as duas civilizações.
Figura 14. Leão ferido. Nínive. Calcário. Museu Britânico. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/
File:Assyrian_royal_lion_hunt.jpg
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do antigo Egito e suas variações estilísticas, lentas mais existentes,
presentes nos vários períodos pelos quais passou aquela civilização:
Antigo, Médio e Novo Império.
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A arte egípcia serve a objetivos políticos e religiosos. O faraó é objeto
de homenagem constante, no universo das representações artísticas,
bem como as divindades de sua mitologia. Essa arte oscila entre uma
postura conservadora e a inovação. Entretanto, apesar de não ser
estático, o objetivo maior dessa produção artística, ao longo de suas
lentas transformações, foi elevar custosas e monumentais tumbas
para proporcionar às suas inúmeras divindades (inclusive seus
faraós) suntuosas moradias. Portanto, é nos templos e tumbas que
iremos encontrar a expressão maior dessa civilização.
Da arquitetura
Essa arquitetura, da qual os exemplos civis não existem mais, uma
vez que foi a construção religiosa que foi concebida e executada
para durar para sempre, é exemplificada através de seus templos e
de suas sepulturas. O templo egípcio não é um local voltado para a
congregação de fiéis, mas a casa do deus. As sepulturas destinam-se
a função de moradia póstuma do Ka, o que poderíamos comparar em
nossa cultura com o espírito do falecido.
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Figura 16. Pirâmides de Gisé. Ricardo Liberato. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:All_
Gizah_Pyramids.jpg
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seus títulos. Essas esculturas tinham uma função mágica, já que as
imagens deviam proporcionar ao proprietário “retratado” uma forma
de vida semelhante à desfrutada na terra.
Da pintura e relevos
O relevo pintado é a expressão maior do processo pictórico egípcio
e era empregado tanto nas tumbas quanto nos templos. Era a forma
ideal a que todos queriam ter acesso. Quando, porém, isso não era
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possível recorria-se somente à pintura. O alto custo desses relevos
pintados é uma das causas pelas quais a pintura passa a ser mais
utilizada sozinha, principalmente no Novo Império. Entretanto, ela é
mais utilizada no interior enquanto os relevos são reservados para o
exterior das construções.
Você Sabia?
Que para a Antiga Civilização Egípcia, o homem era formado por uma série de conceitos
Figura 20. Pintura parietal. presentes no momento do seu nascimento e da sua morte? O que hoje chamamos alma,
Nefertari em seu túmulo. corpo e espírito eram para os antigos egípcios o ka. A morada do Ka era o túmulo onde
Fonte: http://pt.wikipedia. esculturas representavam o morto e deveriam conter seu espírito, o Ka. Por isso a cidade
org/wiki/Ficheiro:Maler_der_
no Egito era mais voltada para os mortos do que para os vivos.
Grabkammer_der_Nefertari_004.
jpg
Revisão
Neste capítulo estudamos as manifestações artísticas que ocorreram nas civilizações
contemporâneas, que se estabeleceram nas margens dos rios Tigre/Eufrates e do Nilo: a
Mesopotâmia (atual sul da Turquia, Síria e Iraque) onde se instalaram assírios, acádios,
sumérios e babilônios; e a civilização egípcia que se desenvolveu no nordeste africano.
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A arquitetura e escultura aparecem como os principais meios de expressão e poucas
manifestações pictóricas sobreviveram até nossos tempos. Na arquitetura, o templo é
a expressão dominante tendo os palácios como coadjuvantes. O zigurate é o edifício
mais típico da civilização mesopotâmica. A escultura é marcada pelos variados estilos
dos muitos povos que ocuparam sucessivamente a região. Os sumérios, porém são os
mestres nessa expressão artística.
Atividades
A arte egípcia é antes de tudo simbólica. Suas representações estão repletas de
significados que tem implícito toda uma contextualização que estabelece a descrição das
situações estabelecidas.
A partir dessa premissa analise essa imagem familiar da IV Dinastia, Casal com seu
filho, em um texto sucinto (Figura 21).
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Capítulo 3
Objetivos do Capítulo
Buscar compreender o desenvolvimento das Artes Visuais na Grécia, em seus vários
momentos, e na Roma imperialista que a conquistou em termos bélicos, mas que foi
conquistada no que diz respeito à cultura e expressões artísticas.
Sobre a Grécia
As mais importantes culturas que floresceram no Egeu, em Creta, e
que exerceram influência sobre toda a Grécia continental, mais rude
e tosca nesta época, foram a cretense ou minóica e a micênica. Os
minóicos não falavam grego. Os micenenses, entretanto, descritos por
Homero como os personagens da guerra de Troia, foram as primeiras
tribos, que falavam este idioma naquele espaço territorial.
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O fato é que, por volta de 1450 a.C., essa civilização decai. É a hora
dos micênicos, conquistadores hábeis na violência e na pilhagem,
que passaram a controlar a ilha de Creta que perde a sua posição no
Egeu.
Figura 24. Porta dos Leões. Micenas. David Monniaux. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Mycenae_lion_gate_dsc06382.jpg
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pelas ilhas do Egeu. Foi a junção de todas estas culturas que gerou a
que conhecemos como grega.
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Figura 25. Planta baixa de templo grego. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Peripteros-
Plan-Naos-bjs.png (Modificado)
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Figura 26. Capitel dórico. Giovanni Dall’Orto. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:0422_-_Siracusa_-_Tempio_di_Apollo_-_Foto_Giovanni_Dall%27Orto_-_21-May-2008.jpg
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Kouros sempre estão representados nus, com um sorriso vago
semelhante nos lábios, denominado pelos estudiosos de “sorriso
arcaico”. A posição de seus braços, com as mãos cerradas e junto
ao corpo, bem como sua postura com a perna esquerda avançada;
seus cabelos encaracolados e a interpretação enfatizada da rótula do
joelho são outros elementos que caracterizam essa representação
escultórica. A Kore, por sua vez, é sempre representada vestida com
uma roupagem que adere a seu corpo e tambem apresenta a mesma
rigidez postural do Kouros bem como o seu “sorriso arcaico”.
Nesse vaso vemos uma cena da ilíada na qual Enéias, genro de Priamo, carrega no colo
seu velho pai Anquises e foge das ruínas da cidade destruída. O artista detalha bem os
personagens apesar da manutenção da bidimensionalidade característica deste período.
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O século de ouro: a Grécia clássica
O florescimento da cultura grega atinge seu apogeu no século V a.C.,
também chamado século de ouro, onde, sob o comando de Péricles,
ela alcança a sua maior expressão. É o chamado Período Clássico.
Podemos situar esse momento entre a invasão da Grécia pelos
persas (481-480 a.C.) e a dominação de Alexandre Magno (323 a.C.).
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Outro escultor notório, naquele momento da cultura grega, é Policleto.
Dele conhecemos, através de cópias romanas em mármore, o
Doríforo (Figura 35) feito em bronze. Trata-se de um corpo de jovem,
sereno, pensativo que carrega uma lança cujo peso recai sobre sua
perna. A sensação de movimento, comum neste período, aparece
nesta obra bem como no Discóbolo, atribuído à Míron, outro escultor
clássico conhecido que se notabilizou pelas suas representações de
atletas em ação (Figura 36).
Figura 36. Discóbolo. Míron. Alexandria, no Egito, tornou-se a metrópole da civilização helenística.
Glyptothek Munich Fonte: Entre as particularidades inerentes a essa nova situação política
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:Greek_statue_discus_ o desaparecimento da cidade-estado, a polis, que caracterizava
thrower_2_century_aC.jpg a cultura grega, resultou em uma maior abertura para informações
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exógenas. O mundo grego tornou-se cosmopolita.
Figura 38. Representação de como teria sido o Farol de Alexandria. Emad Victor
SHENOUDA (de:User:Xlance original uploader to de:). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ficheiro:PHAROS2006.jpg
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Figura 39. Laocoonte e seus filhos. Cópia romana talvez Baseada Agesandro, Atenodoro
e Polidoro de Rodes. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Laocoon_Pio-Clementino_Inv1059-
1064-1067.jpg
Saiba Mais
Entre as mais famosas esculturas de Venus, a de Milo (assim denominada porque
foi encontrada enterrada na ilha de mesmo nome) talvez seja a mais conhecida.
Provavelmente ela foi representada juntamente com Eros, o seu filho. Própria do
período helenístico grego, onde o nu feminino se faz presente, nela podemos observar a
simplicidade e clareza com que o artista modelou seu corpo.
O artista lhe atribui uma serenidade animada que caracteriza o helenístico, conhecido
por uma maior carga de emoção dada às suas representações. Essa animação das
feições, entretanto, não lhe destrói a beleza olímpica de deusa.
Figura 42. Cena da vida de Íxion, Casa dos Vetti, Pompeia. Fonte: http://pt.wikipedia.org/
wiki/Ficheiro:Pompeii_-_Casa_dei_Vettii_-_Ixion.jpg
40
dos séculos. Foi necessário nos contentarmos com os afrescos
sobreviventes de Herculano e Pompeia (Figura 42), onde a influência
helenística se fazia presente, para tentarmos ter a dimensão da pintura
do período. Certos trabalhos em afresco fornecem uma boa ideia
dessa pintura. Recentemente descoberto, o Mosaico de Alexandre
(Figura 43) pode ser uma reprodução, nesta técnica, do afresco
helenístico descrito pelo historiador Plínio, o Velho. Ele nos dá a
dimensão da magnitude da pintura mural praticamente desaparecida.
Figura 43. O Mosaico de Alexandre. Cópia romana do original Grego de Filoxeno de Erétria.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Alexmosaic.jpg
Sobre Roma
Juntamente com a arte grega, a etrusca exerceu forte influência sobre
a produção romana: um legado cultural decisivo para a formação do
que conhecemos como o mundo ocidental.
Por volta do século VII a.C., Roma era apenas uma modesta cidade
situada no Lácio, uma região situada no centro da Itália. De acordo
com Heródoto, historiador do período clássico grego, os etruscos se
estabeleceram na Toscana, região italiana, vindos da Lídia, na Ásia
Menor. Os séculos VII e VIII a.C. viram os etruscos no auge de seu
poder enquanto Roma apenas engatinhava. Como se processou essa
mudança de poder?
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Em direção ao sul, tomaram Roma que era então apenas um
aglomerado de aldeias. Acredita-se que durante o período monárquico
romano, alguns reis foram estruscos como os Tarquínios, uma dinastia
estrusca. Eles governaram Roma em torno de 616 a 509 a.C.
42
cruzam) a paisagem imperial proporcionando infraestrutura e servindo
como marco da engenharia e poder daquele povo.
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Sobre a escultura: o realismo versus
idealismo
Refletindo sobre a escultura romana, vamos observar que, em
paralelo à importação e a cópia, em massa, dos modelos gregos, ela
desenvolveu aspectos particulares. O senso prático dessa cultura,
provavelmente, foi o maior responsável pelo interesse da escultura
romana pelo realismo e pelos assuntos contemporâneos, deixando
em segundo plano os relatos mitológicos. Seus relevos minuciosos
contam as histórias de suas conquistas em detalhes e o retrato está
enraizado no imaginário da tradição artística da sociedade romana.
44
Saiba Mais
Uma das principais características da escultura romana é a expressividade. Na retratística
essa postura domina. O retrato tem que representar fielmente o modelo.
O uso do retrato em Roma remonta à sua religião primitiva onde as imagens dos
ancestrais eram transportadas nas cerimônias fúnebres. Mesmo durante o período
imperial o busto de um imperador era reverenciado.
Apesar da solenidade de suas origens a retratística romana era um gênero onde o artista
podia se permitir as maiores aproximações com o retratado. Toda marca, verrugas, falta
de cabelo ou quaisquer imperfeições eram registradas. Eram representações realistas
que, entretanto, nada tiravam da nobreza de seus modelos.
Esse busto do Imperador Vespasiano (Figura 47) nos demonstra perfeitamente a carga
emocional e a fidelidade com que o artista o representou. Não existe a menor sombra
de adulação de tão importante personagem. Para nós, parece um personagem que
podemos encontrar na esquina.
Pintura de cavalete é aquela que é móvel e que pode ser executada em um cavalete,
45
artefato de madeira que suporta a tela ou outro suporte que o artista queira utilizar. A
Mona Lisa, por exemplo, é uma pintura de cavalete.
46
a primeira escultura grega encontrada representando uma mulher
completamente nua.
Revisão
A cultura grega foi influenciada principalmente pela cretense ou minóica e pela micênica.
Podemos estabelecer três períodos principais para o desenvolvimento da arte grega: o
Arcaico ou Geométrico, o Clássico e o Helenístico.
O período Clássico representa o florescimento da cultura grega que atinge seu apogeu
no século V a.C., também chamado século de ouro. A arquitetura do momento é
marcadapela restauração de Atenas que teve seus templos e monumentos destruídos
pelos turcos em 480 a.C. Sob o comando de Fídias, o mais famoso escultor ateniense.
Essa recuperação do patrimônio da cidade envolveu a participação dos arquitetos
Ictinos e Calicrates. A escultura engloba uma temática que envolve deuses, heróis
e homens. Eles são representados não de forma real, mas ideal, com equilíbrio e
movimento. A pintura também só nos chega através das cerâmicas, mas apresenta uma
tridimensionalidade e um detalhamento admiráveis.
Poucos exemplos de pintura mural grega sobreviveram através dos séculos. Foi
47
necessário nos contentarmos com os afrescos sobreviventes de Herculano e Pompeia,
para termos ideia dessa representação pictórica desenvolvida no helenístico. Descobertas
recentes, entretanto, nos aproximam mais dessa pintura mural tridimensional e
expressiva.
Juntamente com a arte grega, a etrusca exerceu forte influência sobre a produção
romana: um legado cultural decisivo para a formação do que conhecemos como o mundo
ocidental. A arquitetura, entre todas as manifestações artísticas do povo romano, pode
ser considerada a mais criativa. Embora eles tenham aprendido a arte de construir com
os estruscos e encampado sua herança, tais como arco de plena volta, os romanos
a desenvolveram e a aplicaram como marco de sua expansão colonial imprimindo
características próprias.
Muito pouco nos chega da pintura grega ou romana. Nosso maior acervo está contido
nos restos ainda parcialmente soterrados das cidades Pompeia e Herculano. Através
destes vestígios é possivel observarmos afrescos decorativos ou cerimoniais que contêm
um grau de tridimensionalidade admirável.
Atividades
Nós estudamos os três períodos da arte grega: arcaico ou geométrico, clássico
e helenístico. Colocamos em seguida (ao lado e a seguir) três esculturas sem
identificação. Procure estabelecer a que período elas pertencem e elabore um pequeno
texto estabelecendo as razões pelas quais você as classificou como pertencentes a
determinado período.
Escultura 1
Escultura 2 Escultura 3
48
Capítulo 4
Expressões artísticas
medievais: o românico e o
gótico
Objetivos do Capítulo
Estudar as manifestações artísticas da arte cristã, no período medieval, nos momento
românico e gótico; e seu processo construtivo através das corporações de artesãos: as
guildas.
49
muçulmanos.
50
abrigavam os fiéis. Cidades surgiram por toda parte. Os mosteiros
eram o elo entre elas. Esse conjunto de fatores internacionalizou
um tipo de produção artística: o Românico, também chamado de
“arquitetura das peregrinações”, pois ele vai ter na edificação sua
maior expressão.
51
por todo o território europeu formando complexos arquitetônicos que
incluíam refeitório, celas, biblioteca, hospital entre outros serviços. Em
cada região, o Românico se adaptou, em tamanho e complexidade,
às condições econômicas e culturais admitindo ligeiras variações que,
entretanto, não tiraram a sua unidade.
Saiba Mais
Um castelo é uma estrutura arquitetônica com funções defensiva e residencial. Era
geralmente erguido em posição dominante no terreno, próximo a vias de comunicação
(terrestres, fluviais ou marítimas), o que facilitava a visão das forças inimigas.
O Castelo de Almourol (Figura 50) situa-se no Ribatejo, região de Portugal, e foi erguido
numa elevação natural de granito que se encontra em uma pequena ilha a 18 metros
acima do nível da água do Rio Tejo.
52
O sítio, segundo estudos arqueológicos, ja foi ocupado desde os tempos romanos,
passando por vários domínios e reconstruções. A que configura suas feições atuais data
da reconquista da península ibérica (cerca de 1129) pelos cristãos.
Saiba Mais
12
O Tímpano é um
Figura 50. Castelo de Almourol. Portugal. Lusitana. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ elemento arquitetônico
Ficheiro:Castelo-de-Almourol_vista-geral.jpg em arco, situado em
cima das portas que dão
acesso à igreja românica.
Normalmente, ele vem
esculpido em relevos com
Sobre a escultura temática religiosa.
Não podemos saber exatamente quando e onde teve início o
florescimento do processo escultórico românico, mas possivelmente,
a rota das peregrinações motivou a sua expansão. O caráter didático
desta escultura (ela tinha como objetivo maior ensinar a história cristã
aos fiéis analfabetos) era dirigido principalmente para o fiel leigo,
usuário dessa rota. Os monges pretendiam ensinar suas crenças
cristãs e a escultura do período foi chamada de “bíblia de pedra”,
pois, acoplada à arquitetura, se destinava ao ensino e difusão do
credo católico.
53
dessas esculturas. De acordo com Faure (1990: 192):
Sobre a pintura
A partir do ano 1100 d.C. um estilo pictórico desenvolve-se na
Europa românica. A temática dominante nessas representações é
predominantemente religiosa contemplando principalmente o Novo
Testamento católico.
54
Figura 52. Pintura românica. Museu de Arte da Catalunha, Barcelona. Espanha. Fonte:
http://fr.wikipedia.org/wiki/Fichier:MNAC.Barcelona_-_Rom%C3%A0nic_Fontal_de_Durro.jpg
Saiba Mais
13
A iluminura é um tipo de
pintura em miniatura de
caráter decorativo que é
usado nas letras iniciais
dos capítulos dos livros
medievais.
Hiperlink
Figura 53. Pintura românica. Museu de Arte da Catalunha, Barcelona. Espanha. Fonte: 14
Você pode se
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Katalanischer_Meister_001.jpg aprofundar um pouco
mais sobre a arte das
iluminuras acessando o
Essa pintura aparece em grandes murais ou como ornamento, em link
miniatura, para livros, as iluminuras13/14. Quando se destinavam às http://www2.fcsh.unl.
igrejas e aos mosteiros, geralmente eram escolhidos temas como a pt/iem/medievalista/
MEDIEVALISTA3/PDF3/
criação do mundo e do ser humano, o pecado original, a arca de Noé, bestiario-PDF.pdf
os símbolos dos evangelistas e o Cristo em majestade.
55
Saiba Mais
A iluminura românica foi confeccionada principalmente no interior dos mosteiros.
Destinava-se à ilustração dos livros manuscritos. No contexto da página ela obedece
a hierarquias e tem um lugar próprio. A sua distribuição na composição não é fruto do
acaso, principalmente se ele tem um papel simbólico a cumprir e/ou deve ilustrar fielmente
o texto. O tamanho que ocupa: se colocado de lado ou de frente, o seu tamanho no fólio,
se colocado numa inicial ornada ou historiada. A disposição dos elementos compositivos
ilustra a sua importância hierárquica.
56
compreendê-lo, é necessário saber um pouco dela: a sociedade
urbana da Idade Média. E então? Vamos saber um pouco desse
momento da história da humanidade?
57
Nesse espaço “gótico”, como se desenvolveram as artes visuais?
Já deduzimos que a arquitetura era a sua expressão maior e que
foi através dela que se instalaram a escultura e a pintura. Vamos
conhecer um pouco dela?
58
corporações de artesãos. De certa forma o estilo é reconhecível por
onde apareceu. A exceção fica por conta da Itália onde só algumas
regiões o acolheram dentro de sua tradição verticalizada. A maior
parte dos casos mal pode ser chamada de gótico. Certamente esse
fato se deve à proximidade territorial da tradição romana. Um exemplo
bastante interessante é a Catedral de Orvieto (Figura 59).
59
Esse naturalismo nas representações parece reagir ao aspecto
demoníaco, aterrorizador ou simplesmente didático da arte
românica. O escultor gótico quer compartilhar sua ideia de um divino
humanizado. Assim, por exemplo, a figura da Virgem aparece menos
entronizada e distante e mais como a mãe da criança, o Cristo.
60
necessariamente deveriam estar ligados a uma edificação.
61
Figura 63. Giotto de Bondoni. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Giotto-KissofJudas.jpg
Você Sabia?
As guildas, corporações artesanais ou corporações de ofício, eram associações de
artesãos de um mesmo ramo, isto é, pessoas que desenvolviam a mesma atividade
profissional. Essas associações procuravam garantir os interesses de classe. Esse
processo de atividade econômica ocorreu na Europa, durante a Idade Média e, mesmo,
após o medievo. Cada cidade tinha sua própria corporação de ofício. Essas corporações
tinham como finalidade proteger seus integrantes.
Saiba Mais
A leitura do livro O Nome da Rosa de Umberto Eco, nas suas tardes de domingo, o
transportarão para uma paisagem medieval indescritível. Monges, mosteiros, ações da
inquisição, o medo do saber, enfim, toda a trama nos mergulha no universo medieval.
62
●● Cinni di Pepo (Giovanni) Cimabue: nasceu em Florença (1240-
1302). Foi seguidor da tradição bizantina mas também apresentou
um naturalismo que foi, posteriormente, aperfeiçoado por seu
famoso discípulo Giotto. Foi biografado por Giorgio Vassari, o pai
da História da Arte.
Revisão
A arte cristã instalou-se em Roma no período de clandestinidade daquela religião. Com o
triunfo do cristianismo processou-se a necessidade de uma arquitetura que atendesse às
necessidades da nova religião oficial.
Por volta dos séculos XI e XII desenvolveu-se um estilo, que é uma evolução da arte
cristã primitiva e que se deve à fé e as peregrinações. Ele é chamado de românico por ter
sua arquitetura inspirada nas antigas construções romanas. Esse estilo surgiu mais ou
menos na mesma época em toda a Europa Ocidental.
O estilo gótico é o resultado do que aconteceu na sociedade da baixa Idade Média que
o produziu. O ressurgimento do comércio e o excedente de produtos rurais contribuíram
para o dinamismo e fortalecimento econômico da cidade que passou a atrair mais
pessoas motivadas por melhores condições de vida. A burguesia se fortaleceu.
63
suas construções que junto com as suas paredes delgadas, interrompidas por vitrais
proporcionam a luminosidade típica destes edifícios. Ao seu lado, uma arquitetura civil
passa a aparecer mais frequentemente.
A escultura gótica também teve como suporte, em sua maior parte, a arquitetura religiosa
e, portanto, vamos encontrá-la nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais onde ela
alcança seu maior triunfo enquanto relato iconográfico. Entretanto, contrapondo-se a
rigidez e austeridade românica, as figuras esculpidas nesse período revelam uma maior
independência, expressão e movimento.
Atividades
A arte românica foi uma das principais manifestações da Idade Média. Ela inspirou-se
nas representações romanas tanto na arquitetura, quanto na escultura. Vamos olhar essa
imagem que se segue de uma arquitetura típica do período e, em um texto, identificar os
elementos recorrentes. Ou seja: quais são os elementos reconhecíveis da arquitetura
romana que perduram nessa basílica românica? Naturalmente, além de identificar, você
deve tentar falar sobre eles estabelecendo assim uma ponte com a arte romana na qual
eles se inspiraram.
O complexo arquitetônico da cidade de Pisa (Figura 64), popular por sua famosa torre
inclinada, é um excelente exemplar da arquitetura românica daquela região. A direção das
obras foi primeiramente entregue ao arquiteto Buscheto e depois teria sido continuada
pelo mestre Rainaldo, que terá sido sucedido por outro arquiteto, Guglielmo. Desatacam-
se na fachada as portas de bronze projetadas por Pisano. O batistério foi construído
sobre uma construção dos séculos VII-VIII. O ano de 1153 marca o início das obras. No
século XIII o projeto foi retomado e concluído na segunda metade do século XIV.
A torre, de forma cilíndrica, foi construída como campanário da catedral e a sua posição
inclinada tem uma origem muito complexa, possivelmente ligada à qualidade do solo.
64
Capítulo 5
O homem, enquanto
medida de todas as
coisas: a Renascença
Objetivos do Capítulo
Estudar e compreender as manifestações artísticas ocorridas entre o século XV
e XVI, período em que o antropocentrismo se sobrepõe ao teocentrismo medieval: a
Renascença.
65
o creditava unicamente ao divino.
66
radical em sua concepção e função bem como na valorização social
do artista. O mecenas e o colecionador ao lado do ambiente humanista
daquele momento da história infundiram às expressões artísticas um
sentido laico, renovador. A referência, como dissemos anteriormente,
foi o momento greco-romano, mas não como uma cópia, porém como
modelo antropocêntrico inspirador. Se Florença foi o epicentro desse
movimento, ele logo se difundiu pelo resto da Itália e pela Europa,
alcançando, de maneira tangencial, o novo mundo.
Figura 65. Santa Maria del Fiori. Filippo Brunelleschi. Florença. Fonte: http://it.wikipedia.org/
wiki/File:Santa_Maria_del_Fiore.jpg
67
Outro nome florentino se evidenciou na construção da arquitetura
renascentista: Leone Battista Alberti, um humanista que inicialmente
voltou-se para as artes de maneira teórica. Ele escreveu tratados
sobre pintura, escultura e arquitetura que codificaram os princípios da
Atenção arte renascentista.
15
Bruno Zevi. Saber ver
Só depois desta experiência teórica é que Alberti passou à prática
a arquitetura. São Paulo:
Martins Fontes, 1996. criando um vocabulário arquitetônico que recuperava os modelos
das antiguidades sem, entretanto, buscar uma cópia. Ele adaptou
essas referências, tais como o uso de colunas e arcos, às novas
necessidades próprias de seu tempo (Figura 66). Segundo Bruno
Zevi15 discorrendo sobre esse momento da historia da arquitetura:
“já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo
lei simples do espaço possui o segredo do edifício”. A proposta de
Brunelleschi e de Alberti recuperou para o espaço da arquitetura a
escala humana.
Figura 67. Igreja de S. Andrea. Leon Battista Alberti. Mântua C. 1460. Fonte: http://commons.
wikimedia.org/wiki/File:MantovaBasilicaSantAndrea_cutnpaste_over_intrusions.jpg
Saiba Mais
Alberti fez parte da geração que se seguiu a de Brunelleschi. A ideia de seu antecessor
foi introduzir as formas dos edifícios clássicos: colunas e frontões que se inspirariam
nas ruínas romanas. Alberti segue o seu raciocínio. Nesta igreja, em Mântua, Itália, ele
concebe a fachada principal como um gigantesco arco triunfal, semelhante àqueles sob
os quais desfilavam as tropas romanas vitoriosas (Figura 67).
68
Não vamos considerar a função obviamente diversa, mas o uso que ele faz dos elementos
recorrentes. Ele os cita, mas não os utiliza da mesma forma. Os arcos e colunas não têm
função estrutural. Eles apenas compõem o vocabulário da edificação. O artista adaptou
novo programa à antiga tradição sem, entretanto o copiar.
Figura 68. O sacrifício de Isaac. Lorenzo Guiberti. 1401. Bronze. Batistério. Florença. Fonte:
http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ghiberticompetition.jpg
69
arquiteto Brunelleschi o artifício foi usado e aperfeiçoado por pintores
e escultores da Renascença. O escultor Ghiberti iniciou esse
processo em sua área de expressão. A escultura do quattrocento
italiano, portanto, já mostra corpos organizados, bem proporcionados
e articulados com naturalidade. Ela desprende-se da arquitetura e
ganha vida independente.
70
Outro artista marcante desse momento foi Piero della Francesca cujas
figuras pintadas se aproximam da estatuária grega clássica. Uma
visão matemática permeia a sua obra e ele via as partes dos corpos
que pintava como figuras geométricas. Seus afrescos (Figura 72) são
verdadeiras homenagens a humanidade reencontrada.
Figura 73. O Nascimento de Vênus. Sandro Botticelli. Galeria dos Ofícios. Florença, Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sandro_Botticelli_-_La_nascita_di_Venere_-_Google_Art_
Project_-_edited.jpg
71
Saiba Mais
Um dos trabalhos mais famosos do artista ele representa um mito grego: o nascimento
da deusa do amor e da beleza, Afrodite ou Vênus (para os romanos). Encomendado
pelos Medicis, mecenas de Botticelli, a composição representa Vênus saindo do mar. Ou
seja: de como a beleza veio ao mundo.
A ação do tema se passa quando a deusa emerge do mar em uma concha (que também
é símbolo do útero feminino) e é impelida para a praia pelos zéfiros (semi-deuses alados
que representam as brisas). Quando ela está prestes a pisar na terra uma ninfa a recebe
com um manto de púrpura. Uma chuva de flores homenageia o nascimento da deusa.
Na concepção de Botticelli as roupas dos personagens são adaptadas para o seu tempo:
a Renascença.
72
Sobre a arquitetura: Roma como referência
para a Europa da Renascença
Os arquitetos do século XVI continuaram voltados para as referências
clássicas. O centro da arte italiana, e europeia, entretanto, deslocaram-
se para Roma (que só vai perder esse prestígio para Paris no século
XIX). Foi naquela cidade que o arquiteto Bramante (cujo verdadeiro
nome era Donato D’Agnolo) que havia trabalhado para o duque de
Milão com Leonardo da Vinci, tornou-se o maior criador da arquitetura
do cinquecento.
73
Figura 76. Pietà. Michelangelo. 1499. Basílica de São Pedro. Vaticano. Rico Heil
(User:Silmaril). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Michelangelo%27s_Pieta_5450_
cropncleaned.jpg
Saiba Mais
Nessa representação escultórica o artista escolhe o momento em que a vida se esvai
do corpo plasmado no mármore. Provavelmente, a emoção que perpassa o espectador
ao testemunhar essa agonia era o efeito pretendido por Buonarroti. Os corpos por ele
esculpidos estão cheios de tensão que se contrapõem a uma serenidade aparente.
A precisão do desenho se faz notar no equilíbrio que a figura assume em sua
horizontalidade.
74
chamado de Alto Renascimento) e um homem do seu tempo: racional,
humanista, músico, engenheiro, pintor e, mesmo, caricaturista.
Figura 78. A Última Ceia. Leonardo da Vinci. C. 1495-1498. Mural. Sabta Maria delle Grazie.
Milão. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leonardo_da_Vinci_(1452-1519)_-_The_Last_
Supper_(1495-1498).jpg
Saiba Mais
16
Sfumato é uma técnica
Cabe a ele, Leonardo, na pintura, uma grande descoberta ou a
de pintura em que
recuperação de um conhecimento. Trata-se da técnica denominada sucessivas camadas de
sfumato16 que proporciona a leveza dos contornos em suas figuras. cor são misturadas em
diferentes gradações
passando para o olho
Michelangelo foi outro mestre do cinquecento. O artista morou em
humano a sensação de
Roma por muitos anos e, talvez, venha daí sua fascinação pelos profundidade, forma e
corpos da escultura helenística. Ele trabalhou em uma escala heróica volume.
Como pintor o teto da Sistina é sua obra prima (Figura 79). Nele, o
artista passou quatro anos trabalhando. O resultado é um grandioso
panorama que deixa o olhar do espectador entre o encantamento
e o assombro. O trabalho foi realizado a partir de cenas do Antigo
75
Testamento e os seus estudos anatômicos, o uso da cor, a concepção
dos personagens embasa o respeito que a posteridade vai ter por
essa obra grandiosa.
Figura 79. Interior da Capela Sistina. Afresco de Michelangelo no teto. Vaticano. Roma.
Aaron Logan. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lightmatter_Sistine_Chapel_ceiling.jpg
Rafael dedicou-se a esse tempo e foi, por isso, chamado de “pintor de madonas”. Ele as
executou com maestria por anos, apoiando-se na técnica do sfumato, utilizada por Da
Vinci.
76
Fique por Dentro
Para saber um pouco mais sobre Michelangelo acesse o seguinte site. Bom proveito!
http://www.revistacontemporaneos.com.br/n2/pdf/michelangelo.pdf
77
San Pietro in Montorio, Roma, influenciou o trabalho desenvolvido
posteriormente pelos mestres do cinquecento italiano.
78
da Renascença: de múltiplos conhecimentos e habilidades. Pintor,
escultor e arquiteto, ele trabalhou entre Florença e Roma. Iniciou
sua trajetória artística como aprendiz de Ghirlandaio, artista
florentino, e logo tornou-se protegido dos Medicis. Suas obras
mais representativas estão em Roma. Na escultura destaca-se
sua Pietà e o David. Na pintura, o Juizo Final da Capela Sistina. O
artista foi também o arquiteto no processo de reforma da Basílica
de São Pedro. Apesar de seguir os planos iniciais de Bramante ele
introduziu grandes reformas neles dando sua marca pessoal.
79
Revisão
O Renascimento teve início em princípios do século XV, momento que também é
denominado de quattrocento; e se solidificou ao longo desse século adquirindo seu brilho
máximo no seguinte, o cinquecento.
O homem da Renascença não dividiu o passado entre antes e depois do Cristo, mastomou
por inspiração um período anterior: a civilização greco-romana; e o Renascimento foi um
movimento de glorificação do homem que passou então a ser o centro de toda a natureza.
80
Atividades
A partir de duas imagens pictóricas fornecidas, uma se refere à arte medieval, românica e
outra à arte renascentista do cinquecento, estabeleça semelhanças e diferenças levando
em conta a temática, a técnica e a composição. Fale sobre elas. Sinta-as.
Figura b. A Última Ceia. Leonardo da Vinci. C. 1495-1498. Mural. Sabta Maria delle Grazie.
Milão. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leonardo_da_Vinci_(1452-1519)_-_The_Last_
Supper_(1495-1498).jpg
81
Considerações Finais
Os registros arqueológicos descobertos, ao longo dos últimos séculos, nos revelam
um homem que representa o seu entorno utilizando materiais e pigmentos que se
encontravam à mão, em seu cotidiano. Nos últimos estágios do período denominado
de Paleolítico, esse artista que viveu em cavernas ou abrigou-se em rochas grandes
e salientes, representou realisticamente seu meio ambiente com imagens de animais,
cenas de dança, sexo, signos ainda não decodificados ou mãos impressas sobre a
pedra.
Oculta nas entranhas da terra, grande parte desse imaginário deve ter se prestado a
um objetivo muito mais sério do que a decoração: a magia. Entretanto, a magia original,
que deve ter inspirado os xamãs, talvez devido a escassez de animais, foi substituída
pelo ato de plasmar com a finalidade de “criar” o objeto de desejo. Dessa forma este
mago-artista passa a “traduzir” a natureza. É nesse momento que ele inicia o processo
de fazer arte e sua produção deixa de interessar só ao estudo arqueológico e servir de
reflexão para aqueles que se interessam pelo processo de criar através da observação
da trajetória da humanidade.
A transformação da aldeia em cidade não foi uma mera mudança de dimensões, mas
uma transformação no que diz respeito à sua forma de organização. Cinco mil anos de
história urbana e talvez outro tanto de história proto-urbana se acham espalhados em
sítios arqueológicos apenas parcialmente explorados.
Na Mesopotâmia, um espaço urbano abriga uma arte destinada aos vivos mesmo que
envolva representações místicas. Na civilização egípcia, entretanto, é a necrópole que
funciona como espaço destinado aos artistas que equipam a urbe. As manifestações
artísticas específicas à arte grega e a romana nos chegam com uma fascinante
sensação de familiaridade. O fato é que elas representam uma parte importante de
nossa ancestralidade artística e cultural.
Se pararmos para refletir sobre a importância da herança grega para nossa civilização
82
contemporânea – que está cerca de 3000 anos distante dela – não é difícil imaginar
a influência que os gregos exerceram nas civilizações que lhes eram mais próximas
cronologicamente. Roma é um exemplo dessa influência.
O sistema corporativo no período conhecido como Idade Média foi a base de seu
desenvolvimento. As guildas, ou corporações de artesãos, foram a base econômica de
sustentação do feudalismo em processo adiantado de existência enquanto organização
social e, paradoxalmente, a fonte de sua destruição a partir do fortalecimento da
burguesia como classe social. Ideologicamente, porém, as expressões artísticas foram
marcadas por uma forte influência da Igreja Católica que atuava nos aspectos sociais,
econômicos, políticos, religiosos e culturais daquela sociedade.
Seu vocabulário pode ser definido em duas etapas: o Românico e o Gótico. Durante a
Alta Idade Média, que produziu o Românico, a igreja estava triunfante e a população
de artesões trabalhou para satisfazer o clero e difundir a fé sob uma forma coercitiva e
atemorizadora. É o momento basilical onde as chamadas “fortalezas da fé” congregam
para, didaticamente, estabelecer o poder da igreja aliada ao temporal do senhor feudal.
A arte gótica é filha de uma nova sociedade na qual a cidade passou a desempenhar
o papel principal. A economia se desenvolveu e as bases da falência do feudalismo
se instauraram. Uma nova classe, intermediária entre a aristocracia feudal e os
trabalhadores do campo emergiu: a burguesia. A arte gótica plasmou essa nova
realidade. O homem libertava-se do medo, humanizava-se e a guilda foi seu passaporte
para essa nova liberdade. Essa liberdade, simbolicamente, é representada pela
Catedral que faz, às vezes, daquela sociedade, centro religioso e comunitário. Nasceu,
em grande parte da iniciativa privada, da comuna, e formalmente representa também
uma espécie de necessidade “ascensão” do homem medieval aos céus que no período
anterior existia unicamente como referencial de punição.
O humanismo renascentista, por sua vez, além de se constituir em uma ruptura com
83
o teocentrismo medieval e uma retomada dos valores da antiguidade clássica foi o
resultado dos esforços de toda uma burguesia já consolidada, que pretendia se firmar
como uma classe dominante ou bem próxima do poder e o conseguiu. É também a
expressão desse novo homem que, então, representa o parâmetro do universo. O
homem é a medida de todas as coisas nessa cultura antropocêntrica.
A autora.
84
Alguns referenciais
cronológicos do volume
15.000/10.000 a.C.: Datação das pinturas rupestres da gruta de
Altamira.
85
Referências
CAVALCANTI, CARLOS. História da Arte. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1970.
86
Sobre a Autora
Madalena Zaccara
Madalena Zaccara possui graduação em Arquitetura e Urbanismo
pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), bacharelado
em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP),
mestrado (DEA) em História e Civilizações - Université Toulouse
II, Toulouse, França e doutorado em História da Arte - Université
Toulouse II, também em Toulouse, França, como bolsista Capes.
Tem pós-doutorado pela Escola de Belas Artes da Universidade
de Porto, Portugal, também como bolsista Capes. Atualmente é
professor associado III da Universidade Federal de Pernambuco.
Ensina no Programa Interinstitucional de Pós-graduação em Artes
Visuais UFPE-UFPB. Lidera o grupo de pesquisa cadastrado no
CNPq intitulado “Arte, Cultura e Memória” que se volta para a
pesquisa da História e Teoria das Artes Visuais no Brasil com ênfase
para o Nordeste. Atua principalmente nos seguintes temas: História
da Arte e Crítica de Arte. É membro da Associação Nacional dos
Pesquisadores de Artes Plásticas (ANPAP), da FAEB (Federação dos
Arte Educadores Brasileiros) e do Instituto de Investigação em Arte,
Design e Sociedade I2ADS (Porto, Portugal). É representante regional
da ANPAP-Pernambuco (Associação Nacional dos Pesquisadores
de Artes Plásticas). Tem vários livros, capítulos de livros e artigos
publicados. Endereço eletrônico: madazaccara@gmail.com
87