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Unidade 1

IDENTIFICAÇÃO e CLASSIFICAÇÃO de solos


O enfrentamento de praticamente todos os problemas de Engenharia Civil envolvendo solos deve partir
da identificação e/ou classificação destes, pois só assim ficaremos aptos a equacioná-los e solucioná-
los. Tal procedimento procurará enquadrar o solo numa classe com características peculiares e então
será possível prever o seu provável comportamento mecânico.
Na Engenharia Civil, classificar solos é particularmente importante nos casos de prospecção de jazidas
ou sempre que o solo é empregado como material de construção.
Frações constituintes dos solos, de acordo com a NBR 6502 da ABNT:
A distribuição granulométrica do solo (variação do tamanho dos seus grãos) influi no seu
comportamento mecânico e é uma informação importante na sua descrição.
A ABNT padronizou a seguinte Escala Granulométrica:
Argila Silte Areia fina Areia média Areia grossa Pedregulho
0,005 0,05 0,42 2 4,8 76
Diâmetro equivalente do grão (mm)
Outras designações complementares:
Pedra (-de-mão) (cobble) Matacão (boulder) Bloco de rocha
7,6 25 100
Tamanho (cm)
Identificação granulométrica dos solos
Raramente se encontra na natureza as partículas primárias do solo de modo isolado. Em geral são
encontradas agrupadas, com seus constituintes individuais independentes porém cimentadas entre si em
agregações secundárias ou torrões, por meio de ligantes orgânicos ou inorgânicos. Estes solos assim
agrupados são designados pelo nome do tipo da fração predominante seguido do nome daquele de
proporção imediatamente inferior.
A designação baseia-se nas quantidades percentuais (em peso) das frações presentes no solo, a partir de
10 %, possibilitando as seguintes combinações:
Areia Silte Argila
Areia siltosa Silte arenoso Argila arenosa
Areia argilosa Silte argiloso Argila siltosa
Areia silto-argilosa Silte areno-argiloso Argila areno-siltosa
Areia argilo-siltosa Silte argilo-arenoso Argila silto-arenosa
Caso os percentuais sejam iguais, adota-se a seguinte ordenação:
1º) argila, 2º) areia e 3º) silte.
Quando a fração comparecer com menos de 5 %, usa-se o termo “com vestígios de...” e se estiver entre
5 e 10 %, usa-se “com pouco ...”.
Se a presença de pedregulho for de 10 a 30 %, acrescenta-se “com pedregulho”; além disto, acrescenta-
se “com muito pedregulho”.
Obs.: A NBR 7250 da ABNT recomenda que não se utilize nomenclatura onde aparecem mais do que
duas frações (por exemplo: argila silto-arenosa). Porém, quando for o caso, pode-se acrescentar
“com pedregulhos”.
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Alguns exemplos:
Argila (%) Areia (%) Silte (%) Pedregulho (%) Identificação
12 61 27 Areia silto-argilosa
22 22 56 Silte argilo-arenoso
03 39 04 54 Areia c/ vestígios de silte, argila e muito pedregulho
18 42 23 17 Areia silto-argilosa com pedregulho

Testes de identificação dos solos pela inspeção expedita


Consistem na descrição de todos os aspectos perceptíveis da amostra do solo, como a textura, a cor, o
odor (solos orgânicos), a presença de minerais evidentes etc., a partir de uma análise simples baseada
principalmente nos sentidos (visão, olfato, tato, até mesmo o paladar!) e/ou uso de instrumentos
comuns ou rudimentares (lâmina de gilete, folha de papel, água ou saliva!)... e na experiência pessoal.
Exemplo: Silte argiloso marrom escuro, com pedregulhos.
Procura-se em especial distinguir entre solos grossos e finos, ou melhor, entre solos de
comportamento argiloso ou arenoso.
 Teste visual (exame de granulometria)
Consiste na observação visual do tamanho, forma, cor e constituição mineralógica dos grãos do
solo. Permite distinguir entre solos grossos e finos.
 Teste do tato
Consiste em apertar e/ou friccionar entre os dedos, a amostra de solo: os solos “ásperos" são de
comportamento arenoso e os solos "macios" são de comportamento argiloso.
 Teste do corte
Consiste em cortar a amostra com uma lâmina fina e observar a superfície do corte: sendo "polida"
(ou lisa), trata-se de um solo de comportamento argiloso; sendo "fosca" (ou rugosa), trata-se de um
solo de comportamento arenoso.
 Teste da dilatância (ou da mobilidade da água ou ainda, da "sacudidela").
Consiste em colocar na palma da mão uma pasta de solo (em umidade escolhida) e sacudi-la
batendo leve e rapidamente uma das mãos contra a outra. A dilatância se manifesta pelo
aparecimento de água à superfície da pasta e posterior desaparecimento ao se amassar a amostra
entre os dedos: os solos de comportamento arenoso reagem sensível e prontamente ao teste,
enquanto que os de comportamento argiloso não reagem.
 Teste de resistência seca
Consiste em tentar desagregar (pressionando com os dedos) uma amostra seca do solo: se a
resistência for pequena, trata-se de um solo de comportamento arenoso; se for elevada, de solo de
comportamento argiloso.
 Teste de desagregação do solo submerso
Consiste em colocar um torrão de solo em um recipiente contendo água, sem deixar o torrão imerso
por completo: desagregação da amostra é rápida quando os solos são siltosos e lenta quando são
argilosos.
 Teste de sujar as mãos
Consiste em umedecer uma amostra de solo, amassá-la fazendo uma pasta e esfregá-la na palma da
mão, colocando, em seguida, sob água corrente: o solo arenoso lava-se facilmente, isto é, os grãos
de areia limpam-se rapidamente das mãos. O solo siltoso só limpa depois que bastante água correu
sobre a mão, sendo necessário sempre alguma fricção para limpeza total. Já o solo mais argiloso
oferece dificuldade de se desprender da palma da mão, porque os grãos muito finos impregnam-se
na pele, sendo necessário friccionar vigorosamente para a palma da mão se ver livre da pasta.
 Teste de dispersão em água
Consiste em desagregar completamente uma amostra de solo e colocar uma porção num recipiente
de vidro contendo água. Agita-se o conjunto, em seguida imobiliza-se o recipiente, deixando-o em
repouso e observa-se o tempo de deposição da maior parte das partículas do solo: os solos mais
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arenosos assentam suas partículas em poucos segundos enquanto que os argilosos podem levar
horas.
 Teste de plasticidade (ou da "cobrinha")
Consiste em umedecer uma amostra de solo, manipular bastante essa massa entre os dedos e tentar
moldar com ela uma “cobrinha": se isto não for possível, o solo é arenoso. Se for possível, mas ela
se quebrar ao se tentar dobrá-la, o solo é areno-argiloso. Se a cobrinha se dobrar, mas se quebrar ao
se tentar fazer um círculo, o solo é argilo-arenoso. Se a cobrinha for dobrada em forma de círculo
sem se quebrar, o solo é argiloso.

Identificação trilinear
Consiste num diagrama triangular (um gráfico de 3 eixos) – Fig. 1.1-a, artifício atribuído a FERET, em
que cada lado corresponde à quantidade percentual (de 0 a 100) das frações areia, silte e argila contidas
no solo analisado. As 3 coordenadas (bastam duas) definem um ponto no interior do diagrama, inserido
numa área poligonal pre-delimitada empiricamente, correspondente ao tipo de solo, como no exemplo
da Fig. 1.1-b, do Bureau of Public Roads.

Fig. 1.1-a

Matriz

Fig. 1.1-b

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Existem inúmeras versões deste tipo de diagrama. Um outro exemplo pode ser visto na Fig. 3-9 do
livro Mecânica dos Solos e suas aplicações - Vol. 1, H. P. CAPUTO – L.T.C., R.J. 88, que é a
proposta do FHWA. Você poderá encontrar outras semelhantes, em outros livros que consultar. Procure
obter pelo menos mais uma.
Segue abaixo – Fig. 1.1-c, um exemplo de outro tipo de gráfico, equivalente à Fig. 1.1-b, parecido com
o trilinear, mas na verdade é um gráfico comum (sistema cartesiano de eixos ortogonais) de dupla
entrada.

Fig. 1.1-c

Obs.: Aplica-se para  máx. = 2 mm. A fração ARGILA % não aparece.

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
Consiste em se efetuar ensaios de laboratório com a amostra do solo e com os resultados obtidos
enquadrá-los num critério técnico padronizado por normas, reconhecido regional, nacional ou
internacionalmente, dentro da especialidade, no caso a Engenharia Civil. Existem diversos sistemas de
classificação geotécnica, sendo os mais difundidos mundialmente – inclusive aqui no Brasil - os que
serão apresentados adiante. Em geral os sistemas exigem dados sobre a granulometria do solo (tais
como: P4, P10, P40, P200, 10, 30, 60) e plasticidade (LL e LP).
Lembre-se que:
- P4, P10, P40, P200 = Porcentagens que passam na peneira n 4 (4,8 mm), 10 (2 mm), 40 (0,42 mm) ou
200 (0,075 mm), extraídas da curva granulométrica.
- 10, 30, 60 = diâmetro dos grãos correspondente a 10%, 30% e 60% que passam, também extraídos
da curva granulométrica.
- LL = Limite de Liquidez, que é o teor de umidade para o qual o sulco se fecha com 25 golpes no
Aparelho de Casagrande (concha que bate numa base dura à medida que se gira a manivela). É o
teor de umidade que separa os estados de consistência plástico e líquido.
- LP = Limite de Plasticidade, que é o teor de umidade de um bastonete de solo com 3 mm de
diâmetro e 10 cm de comprimento, o mais seco possível sem se fragmentar, ao ser rolado sobre
uma placa de vidro. É o teor de umidade que separa os estados de consistência semi-sólido e
plástico.
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PRINCIPAIS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO GEOTÉCNICA

Classificação Geotécnica é a classificação quanto às aplicações dos solos como materiais de construção
(aterros, barragens, pavimentos etc.)

Sistema Rodoviário de Classificação – TRB (ou HRB / AASHTO).

O sistema original foi desenvolvido pelo “US Bureau of Public Road” (na década de 20, baseado em
trabalhos de TERZAGHI e HOGENTOGLER) e publicado pelo “US Public Roads Administration”
(atual AASHTO – “American Association of State Highway and Transportation Officials”) em 1942.
Posteriormente (1945) foi adotada, com alterações, pelo “US Highway Research Board”, que hoje é o
TRB – “Transportation Research Board”.
Assim, todas estas siglas (em negrito) são usadas para designar o método.

Divide os solos em grupos e subgrupos, conforme o quadro abaixo (Fig. 1.2):

SISTEMA RODOVIÁRIO DE CLASSIFICAÇÃO TRB ( HRB / AASHTO )


Tipo de Sub- Granulometria Plasticidade
Grupo IG
material grupo P10 P40 P200 LL IP
a  50  30  15
A.1 6
b  50  25
A.3  50  10 NP
0
4  40
Granular  10
5  40
A.2  35
6  40
 10  4
7  40
A.4  40  8
 10
A.5  40  12
Silto- 
argiloso
A.6 35  40  10  16
5 10 < IP  (LL - 30)
A.7  40 10 < IP > (LL - 30)  20
6
Cor e odor típicos, partículas fibrosas, fofo, altamente compressível,
Turfoso A.8
muito leve e inflamável quando seco, não-plástico. Testes.

Fig. 1.2

(O sistema compreendia, inicialmente, dois grupos, A e B, sendo os solos A de bom comportamento e


os B de mau comportamento. Abandonou-se o símbolo B, ficando apenas com o A, que não tem hoje
nenhum significado específico.)

IP = Índice de Plasticidade = LL – LP

NP = Não-plástico.

IG = Índice de Grupo, elemento definidor da “capacidade de suporte” do terreno de fundação do


pavimento, representado por um número inteiro variando de 0 a 20 que retrata o duplo aspecto de
plasticidade e graduação do solo. Calculado por fórmula empírica, segundo método concebido por D.J.
STEELE, engenheiro do antigo “US Bureau of Public Roads”, baseada nos estudos e verificações de
materiais de subleito examinadas por diversas organizações rodoviárias. Em condições normais de boa
drenagem e forte compactação, a capacidade-suporte de um material para subleito é inversamente
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proporcional ao seu Índice de Grupo, isto é, um IG = 0 representa um “bom” material e um IG = 20
representa um material “muito fraco” para subleito.
Geralmente os solos granulares apresentam IG menores (até 4), os siltosos valores intermediários (até
12) e os argilosos maiores (até 20).
Cálculo do IG
(a) analiticamente: IG = 0,2.a + 0,005.a.c + 0,01.b.d Eq. 1.1, onde:

a = P200 – 35 Devem variar só de 0 a 40 (se der negativo, coloque zero e se


b = P200 – 15 for maior que 40, coloque 40)

c = LL – 40 Devem variar só de 0 a 20 (se der negativo, coloque zero e se


d = I P – 10 for maior que 20, coloque 20)

P200  15%  IG = 0

A Eq. 1.1 pode então ser apresentada da seguinte forma:

IG = (P200 - 35)[0,2 + 0,005(LL - 40)] + 0,01(P200 - 15)(IP - 10) Eq. 1.1’


0 a 40 0 a 20 0 a 40 0 a 20

(b) graficamente:
- veja a figura 13-3 do livro Mecânica dos Solos e suas aplicações - Vol. 1 - H. P. CAPUTO – L.T.C.,
R.J. 88 e também o ábaco Fig. III-24 do livro Pavimentação Rodoviária – M. L. DE SOUZA – 2a ed. –
Vol.1 – LTC IPR / DNER / MT – R.J. 80.

 A classificação neste sistema é feita simplesmente enquadrando-se os dados do solo (P10, P40, P200,
LL e IP – obtidos em laboratório) no quadro da Fig. 1.2. A 1a linha de cima para baixo do quadro em
que todos os dados se encaixarem, fornece a classificação – grupo, subgrupo (se houver) e sempre se
indica, entre parênteses, o valor do IG. Exemplos: A.1-b (0), A.5(10).

O livro Prospecção geotécnica do subsolo de M. J. C. P. A. DE LIMA - L.T.C., R.J. 79, apresenta, na


Fig. 3.2 – pág. 15, um relatório de sondagem onde os solos foram classificados por estes sistema.[Há
um erro na designação de um dos solos (encontre-o) e faltam, em todas, a indicação dos IG`s].
Os campos em branco nas colunas Granulometria e Plasticidade significam que “qualquer valor serve”.
No caso dos solos finos (silto-argilosos, P200  35%) as condições de plasticidade do quadro podem
ser representadas pelo seguinte gráfico LL “versus” IP:
70

A.6 A.7-6 Equação desta linha:


IP IP = LL - 30
A.7-5 (Eq. 1.2)

10
A.4 A.5

0 40 100 LL
Fig. 1.3 (fora de escala)

20
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA – USC / ASTM.

Este sistema, chamado originalmente de sistema de classificação para aeroportos (“Airfield


Classification System” – AC) foi proposto por ARTHUR CASAGRANDE (em 1942/48) e em 1952 o
“US Bureau of Reclamation” e o Corps of Engineers of the United State Army” o apresentaram com
ligeiras modificações, como “Unified Soil Classification System” – USC, ou Sistema Unificado de
Classificação de Solos – SUCS. Foi homologado pela ASTM – “American Society for Testing
Materials”.

A Fig. 1.4, apresenta um quadro síntese que permite classificar solos por este sistema, conforme
descrição a seguir. As classificações são representadas por combinações de letras (provenientes de
termos estrangeiros), sendo que algumas se referem à designação principal do solo e outras às
designações complementares ou secundárias. São elas:
- designação principal: G = pedregulho (“gravel”) ou S = areia (“sand”)
- designação complementar: W = bem graduado (“well graded”) ou P = mal graduado (“poorly
graded”). M = silte (“mo” em sueco, já que em ingles é “silt” e o S já foi empregado para areia), C
= argila (“clay”). O = orgânico (“organic”). L = baixa (“low”) ou H = alta (“high”)
compressibilidade. Pt = turfa (“peat”).

O processo de classificação consiste no seguinte:


1) Comece pelo P200. Se ele for menor ou igual a 50 trata-se de solo grosso e então tem-se que definir
se ele é G ou S. Para isto basta verificar qual destas frações predomina no solo, calculando:
G = 100 – P4 e S = P4 – P200. O que for maior define o tipo de solo.
2) Se o P200 for menor ou igual a 5, deve-se dizer se o solo é W ou P (além de G ou S). Para isto
calculam-se os coeficientes de curvatura (Cc = 302 / 60.10) e de Uniformidade (Cu = 60 / 10).
Para que o solo seja W, é necessário que o Cu seja maior que 4 no caso do G e maior que 6 no caso
do S e, simultaneamente, que o Cc esteja compreendido entre 1 e 3, em ambos os casos. Caso uma
ou as duas condições não sejam atendidas, ele é P. As alternativas são, portanto: GW, GP, SW ou
SP.
3) Se o P200 estiver entre 5 e 12, o solo grosso (G ou S) recebe dupla classificação. Além de dizer se
ele é W ou P, tem-se que acrescentar se ele é M ou C. Para isto utiliza-se o Gráfico de Plasticidade
de CASAGRANDE ( Fig 1.5) ou apenas a Eq. 1.3. Se o ponto LL x IP cair acima da Linha A é C,
se cair abaixo é M. As alternativas são, portanto: GW-GC, GW-GM, GP-GC, GP-GM, SW-SC,
SW-SM, SP-SC, SP-SM.
4) Se o P200 for maior que 12 (e menor que 50), não precisa mais dizer nada sobre a granulometria,
isto é, se ele é W ou P, mas continua sendo necessário dizer se ele é M ou C. Para isto basta, do
mesmo modo anterior, usar o Gráfico de Plasticidade de CASAGRANDE (Fig 1.5). As alternativas
são: GC, GM, SC ou SM.
5) Se o P200 for maior que 50 (mas naturalmente menor que 100), ele é fino. Nestes casos basta usar o
Gráfico de Plasticidade de CASAGRANDE (Fig 1.5). A região que contiver o ponto LL x IP do
solo define a classificação. Acima da Linha A está o C. Abaixo da Linha A estão o M e o O. À
esquerda de LL = 50 está o L e à direita o H. As alternativas são, portanto: CH, CL, MH, ML,
OH e OL. Existe ainda uma região de transição, acima da Linha A, com IP entre 4 e 7, que é
CL-ML. Para distinguir entre solo M ou O, é necessário dispor de mais informações, geralmente
fornecidas pelo laboratório, do tipo: cor, odor e outras características que permitam deduzir que o
solo seja orgânico (mas não propriamente turfoso, este altamente orgânico). Um dos elementos de
diferenciação consiste em comparar os Limites de Liquidez do solo, sob o seguinte critério:
LLsec o
 0,75  O
LL
onde LL seco = Limite de Liquidez realizado com a amostra previamente seca em estufa.

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Se a dúvida persistir, indique as duas classificações, assim: ML ou OL, MH ou OH; use OU e não
hífen ou barra etc.
Agora procure entender o quadro da Fig. 1.4 a partir das instruções acima.
- No Brasil não se usam 3 letras juntas, como SMW. Se for o caso, repete-se a designação principal:
SM-SW, separadas por hífen.
- Também não existe tripla classificação, como SW-SM-SC.
- Nunca se usam numa mesma classificação as letras G e S, como GS ou GM-SM.
- Para solos grossos (G, S) nunca se usam os complementos L, H ou O, como GL, SO etc.
- Observe que tanto o sistema TRB quanto o USC utilizam o percentual passado na peneira número 200
(P200) para distinguir entre solos grossos ou finos. Só que um considera 35% e o outro 50%. Assim,
podem ocorrer discrepâncias entre os dois sistemas. Verifique.
- Como decidir nos casos duvidosos:
(a) quando P200  50, a regra é favorecer a classificação menos plástica.
Exemplo: um pedregulho com 10% de finos, Cu = 20, Cc = 2 e IP = 6 será classificado com mais razão
como GW-GM do que GW-GC.
(b) quando P200  50, a regra é favorecer a classificação mais plástica.
Exemplo: um solo de granulometria fina com LL = 50 e IP = 22 será classificado com mais razão como
CH-MH que como CL-ML.
(b.1) se o ponto LL x IP cair sobre, ou praticamente sobre a Linha A ou mesmo caindo acima mas
tendo IP entre 4 e 7, deverá ser dada ao solo uma classificação intermediária adequada, tal como
CL-ML ou CH-OH.
(b.2) se o ponto LL x IP cair sobre ou praticamente sobre a linha LL = 50, deverá ser dada ao solo uma
classificação intermediária apropriada, tal como CL-CH ou ML-MH.
Não deixe de conhecer as tabelas de comparações que Liu (1967) fez entre as classificações obtidas pelos dois
sistemas e que podem ser encontradas no item 11 – pág. 71 – Cap. III do livro Pavimentação Rodoviária – M.
L. de Souza – 2a ed. – Vol.1 – LTC IPR / DNER / MT – RJ, 80 ou nas Tabelas 4.4 e 4.5 do livro de Braja M.
Das, indicado na Bibliografia.

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SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA ( USC / ASTM )
Tipo de Granulometria Plasticidade
Classificação
Material P200 (%) P4 (%) Cc, Cu IP LL
GW
5 GP
SW
1  Cc  3 e SP
Cu > 4 (para G) W GW – GC
5 < P200  12 Cu > 6 (para S) GW – GM
7 < IP > 0,73(LL – 20) : C GP – GC

( 100 – P4 ) > ( P4 – P200 ) : G

( 100 – P4 ) < ( P4 – P200 ) : S


GP – GM
Fora destas faixas: P IP  0,73 (LL – 20) M SW – SC
Grosso ou IP  7 SW – SM
SP – SC
SP – SM
IP
“A”
12 < P200  50

GC
C GM
SC
7 M SM

LL
7 < IP > 0,73(LL – 20) : C
> 50 : H CH
MH ou OH
IP  0,73 (LL – 20) M
Fino > 50 ou IP  4
CL
 50 : L ML ou OL
(4 < IP  7 ) e [ IP > 0,73 (LL – 20)] : C – M CL - ML
Caracterizado pela cor e odor típicos, partículas fibrosas, fofo, altamente compressível, muito leve e
inflamável quando seco, não-plástico. Teste de perda ao fogo (rubro). Limites de consistência antes e depois
Turfoso Pt
da secagem. Segundo a NBR 6502, “são solos com grande porcentagem de partículas fibrosas de material
carbonoso ao lado de matéria orgânica no estado coloidal”.

Fig. 1.4

23
Gráfico (ou Carta) de Plasticidade de CASAGRANDE (para ser usado sempre que P200  5%):

IP
Limite teórico*: CH
IP = LL Equação desta linha
(denominada “Linha A”):
IP = 0,73(LL-20)
(Eq. 1.3)
CL
7
CL – ML
4 ML ou OL MH ou OH

50 LL
Fig. 1.5 (fora de escala)

* Segundo o “US Corps of Engineeres”, existe também um limite prático (“upper-limit line”), verificado para os solos naturais, dado pela
equação IP = 0,9(LL - 8).
Compare o gráfico da Fig. 1.3 com o da Fig. 1.5

Referências bibliográficas adicionais:


- DNER (atual DNIT) - “Manual de Pavimentação” – vol. 1. Edições Engenharia 16/77.
- GENE STANCATI, JOÃO BAPTISTA NOGUEIRA, ORÊNCIO MONJE VILAR - “Ensaios de Laboratório em Mecânica dos Solos”.
Departamento de Geotecnia da Escola de Engenharia de São Carlos / USP, 1981
- SAMUEL DO CARMO LIMA - “Como Observar e Interpretar Solos”. Revista Sociedade & Natureza. Uberlândia – MG, 1994

- Item 1.4 do CRAIG.


- Capítulo 4 do BRAJA.
- Capítulo 3 do CARLOS DE SOUSA PINTO..

24
CLASSIFICAÇÃO MCT (Noções)

É uma proposta brasileira (NOGAMI e VILLIBOR, 1981) de classificação geotécnica ajustada a solos tropicais,
originalmente desenvolvida para fins rodoviários. Ela parte do princípio que os sistemas tradicionais, importados,
baseados na granulometria e características plásticas dos solos não devem ser aplicados diretamente aos solos
tropicais, pois isto leva frequentemente a resultados não condizentes com o desempenho real nas obras, no caso
de solos tipicamente tropicais, face às suas peculiaridades. A metodologia baseia-se na obtenção de propriedades
de corpos de provas de dimensões reduzidas compactados, daí a sigla MCT – Miniatura, Compactados, Tropicais.
A classificação MCT divide os solos tropicais em duas grandes classes, quais sejam, os solos de comportamento
laterítico e de comportamento não-laterítico (classe esta na qual se incluem os saprolíticos, os transportados e
outros) e então enquadra os solos tropicais em 7 grupos: NA, LA, NS`, NA`, NG` e LG`, onde L significa
laterítico, N = não-laterítico, A = areia, A` = arenoso, G`= argiloso e S´= siltoso. A separação nas duas classes
não se baseia em critérios geológicos ou pedológicos, mas sim em considerações essencialmente tecnológicas
ou geotécnicas. As propriedades dos solos utilizadas na classificação são provenientes de ensaios mecânicos
e hidráulicos simplificados, como o método de compactação mini-MCV – Moisture Condition Value,
(sem imersão / perda por imersão), expansão / contração, coeficiente de permeabilidade, coeficiente de sorção
e algumas correlações. Uma das limitações do método é a ainda baixa representatividade estatística
(“... apenas meia centena de solos típicos das rodovias do Estado de São Paulo”). Outra é não se aplicar a solos
granulares, por não serem compactáveis.

Fontes de consultas:
- “Uma nova classificação de solos para finalidades rodoviárias” – JOB SHUJI NOGAMI e DOUGLAS FADUL
VILLIBOR. Simpósio Brasileiro de Solos Tropicais em Engenharia – COPPE/UFRJ, CNPq, ABMS.
Rio de Janeiro, 21 a 23/09/1981.
- “Classificação Geotécnica MCT para solos tropicais” – VERA M. N. COZZOLINO e JOB S.NOGAMI.
Solos e Rochas – revista brasileira de Geotecnia, vol. 16, n. 2, agosto de 1993.

25
Prática

1) O que são os “Testes de Identificação pela Inspeção Expedita dos Solos” ? Qual é seu objetivo principal?
2) Em que consiste a Identificação Trilinear dos solos?
3) Quais são as diferenças geotécnicas mais marcantes entre um solo arenoso e um argiloso?
4) Em que consiste a identificação dos solos ? Cite exemplos.
5) Descreva detalhadamente, quais procedimentos você adotaria para identificar amostras de solos no campo,
caso não pudesse contar com qualquer apoio de um laboratório no momento.
6) Como são obtidos e para que servem os Limites de ATTERBERG?
7) Qual é a importância e a utilização prática de se fazer a classificação (geotécnica) dos solos e quais são os
elementos necessários para tal ?
8) O que é e para que serve o Gráfico de Plasticidade de A. CASAGRANDE adotada no SUCS?
9) Um mesmo solo pode ser classificado como grosso pelo sistema TRB / AASHTO e fino pelo sistema
USC / ASTM? E o contrário? Por quê?
10) Pesquise e forneça o significado dos seguintes termos da Geotecnia: Solos tropicais, solos saprolíticos e solos
lateríticos. Pesquise também e apresente uma breve síntese sobre a Classificação Resiliente (Pinto, Preussler,
Medina, COPPE/UFRJ 1976).
11) Recolha com cuidado uma pequena amostra de solo; anote a localização precisa de onde foi extraída (num mapa)
e identifique-a. Faça um relatório descrevendo todos os procedimentos adotados para tal. Recorra a profissionais
mais experientes. Acondicione a amostra num saquinho plástico ou vidro de boca larga, bem fechado e etiquetado
e leve para a sala de aula.
12) Identifique, usando o diagrama trilinear do FHWA , o do BPR e mais um outro geotécnico (a seu critério), um solo
que apresentou em laboratório, a seguinte composição granulométrica:
Areia = _ _ _ %, Silte = _ _ _ % e Argila = _ _ _% (Atribua valores a seu critério, lembrando que a soma
dos 3 deve totalizar 100).
Agora responda:
- você acha que os 3 resultados são coerentes entre si?
13) Classifique todos os 16 solos (Mi) abaixo, pelos Sistemas TRB / AASHTO e USC / ASTM, cujas
características geotécnicas determinadas em laboratório, estão informadas nos quadros.
% Ø
Solo M1 Solo M2 Solo M3 Solo M4
Peneira nº 4 97 98 85 100
Peneira nº 10 96 94 80 93
Peneira nº 40 93 80 60 69
Granulometria Peneira nº 200 87 57 28 32
Peneira nº 270 84 50 27 26
0,005 mm 50 20 9 9
0,001 mm 25 15 3 3
Limite de Liquidez 32 47 21 42
Plasticidade
Limite de Plasticidade 23 35 16 34

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Solo P4 (%) P10 (%) P40 (%) P200 (%)  2 (%) LL (%) LP (%)
M5 100 40 10 2 0 - -
M6 72 62 55 48 10 36 26
M7 100 100 95 86 39 50 22
M8 48 32 8 0 0 - -
M9 100 98 80 62 27 64 38
M10 81 60 32 10 01 26 16
M11 90 82 65 50 31 25 22
 2 (%) significa porcentagem de grãos do solo com tamanho inferior a dois microns. 1 = 10-6m = 10-3 mm

Granulometria Plasticidade
Solo
P4 (%) P10 (%) P40 (%) P200(%) Ø10(mm) Ø30(mm) Ø60(mm) LL (%) LP (%)
M12 82,5 52,8 23,8 10 0,075 0,66 2,57 50 30
M13 100 100 78 43 25,5 20,5
M14 66 44 21 09 0,1 0,9 4,0 75 67
M15 47 37 23 14 0,03 1,0 10 15 10
M16 100 100 100 86 0,005 0,01 0,022 80 55
Legenda: P = porcentagem que passa. Ø = diâmetro equivalente do grão. LL = Limite de Liquidez. LP
= Limite de Plasticidade.
14) Classifique, pelos sistemas USC / ASTM e TRB / AASHTO o solo M17 que apresentou os seguintes
resultados em laboratório: n
- Equação da Curva Granulométrica:   
onde P  
 x100
 máx. 
P = porcentagem que passa (em %)
 = diâmetro equivalente do grão do solo (em mm)
máx.= diâmetro equivalente da maior partícula presente no solo = 1,1.N - 0,6 = _ _ _ mm
n = expoente empírico = (N + 14)/100 = _ _ _ (adimensional).
- Plasticidade:
Limite de Liquidez, LL = 93 - 2 N = _ _ _ %
Limite de Plasticidade, LP = 10%.
Apresente todos os passos da sua resolução.
15) Classifique, pelos sistemas USC e TRB, os 2 solos que apresentaram os resultados de laboratório expostos
a seguir. Apresente todos os passos necessários à resolução, inclusive marque no gráfico os pontos usados.
GRANULOMETRIA

Solo M18 Solo M19

100

90 PLASTICIDADE

80
Solo LL IP
70
M18 71 61
60
M19 NP
% Passa

50

40

30

20

10

0
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro (mm)

27
16) Classifique, pelos sistemas USC e TRB, os 2 solos que apresentaram os seguintes resultados em
laboratório:
- Granulometria:

100

90

80

70
Porcentagem que passa (%)

60

50

40

30

20

10

0
0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro (mm) - Esc. log.

- Plasticidade (vale para ambos os solos): Abertura de algumas peneiras:


N 4 = 4,8 mm
Limite de Liquidez = (3.No +7) /2 = _ _ _ % N 10 = 2,0 mm
Limite de Plasticidade = 3(No -1) / 4 = _ _ _%. N 40 = 0,42 mm
N 200 = 0,075 mm
Apresente todos os passos da sua resolução, inclusive
marque no gráfico os pontos que você utilizou.

17) Classifique, pelos sistemas USC e TRB, um solo (M22) cuja curva granulométrica pode ser expressa
com suficiente precisão, pela equação P = (Ø / 76)n  100, onde P é a porcentagem que passa (%),  é
o diâmetro equivalente do grão (mm) e n é um expoente empírico adimensional = (No + 9) / 100 = _ _ _
O Limite de Plasticidade = 66 - No = _ _ _% e o Limite de Liquidez = 2  LP.

Obs.: N deve ser substituído por um número específico para cada aluno, conforme indicação do professor.

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Gabarito – Solos M1 a M16:

SOLO P200 IP LL IP ord. "A" IP ord. a b c d IG S G 10 30 60 Cu Cc TRB USC
M1 87 9 32 8,76 (52) 40 (72) 40 (-8) 0 (-1) 0 8 A.4(8) CL
M2 57 12 47 19,71 17 22 (42) 40 7 2 (5,97) 6 A.7-5(6) ML ou OL
M3 28 5 21 0,73 (-7) 0 13 (-19) 0 (-5) 0 0 57 15 A.2-4(0) SM
M4 32 8 42 16,06 (-3) 0 17 2 (-2) 0 0 0 A.2-5(0) SM
M5 2 NP 0 0 0,42 1,25 2,93 7 1,3 A.1-a(0) SW
M6 48 10 36 11,68 13 33 (-4) 0 0 (2,6) 3 24 28 A.4(3) GM
M7 86 28 50 21,9 20 40 40 10 18 (17,2) 17 A.7-6(17) CL/CL-CH
M8 0 NP 0 52 0,5 1,9 8,91 18 0,8 A.1-a(0) GW/GP
M9 62 26 64 32,12 34 27 40 20 16 (14,5) 15 A.7-5(15) MH ou OH
M10 10 10 26 4,38 0 71 19 0,075 0,37 2 27 0,9 A.2-4(0) SW-SC
M11 50 3 25 3,65 15 35 (-15) 0 (-7) 0 3 40 10 A.4(3) SM/ML
M12 10 20 50 21,9 0 72,5 17,5 0,075 0,66 2,57 34,28 2,26 A.2-7(0) SW-SM
M13 43 5 25,5 4 8 28 14,5 (-5) 0 (1,6) 2 57 0 A.4(2) SM
M14 9 8 75 40,15 (-26) 0 (-6) 0 (35) 20 (-2) 0 0 57 34 0,1 4 40 2,025 A.2-5(0) SW-SM
M15 14 5 15 -3,65 (-21) 0 (-1) 0 (-25) 0 (-5) 0 0 53 A.1-a(0) GM
M16 86 25 80 43,8 50 (51) 40 (71) 40 (40) 20 15 18 A.7-5(18) MH ou OH

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