Vous êtes sur la page 1sur 77

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS


FACULDADE DE MATEMÁTICA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM MATEMÁTICA

CAIRO DIAS BARBOSA

GEOMETRIA FRACTAL: CONTEXTUALIZAÇÃO E


APLICAÇÃO NO ENSINO DE SEQUÊNCIAS E
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

MARABÁ
2014
CAIRO DIAS BARBOSA

GEOMETRIA FRACTAL: CONTEXTUALIZAÇÃO E


APLICAÇÃO NO ENSINO DE SEQUÊNCIAS E
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à


Universidade Federal do Pará, Faculdade de
Matemática, como parte dos requisitos necessários
para obtenção do grau de Licenciado Pleno em
Matemática.

Orientador: Profº. Dr. Ducival Carvalho Pereira.

MARABÁ
2014
CAIRO DIAS BARBOSA

GEOMETRIA FRACTAL: CONTEXTUALIZAÇÃO E APLICAÇÃO NO


ENSINO DE SEQUÊNCIAS E PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Trabalho de conclusão de curso submetida a avaliação da banca examinadora aprovada pela


Faculdade de Matemática da Universidade Federal do Pará e julgada adequada para a
obtenção do grau de Licenciatura Plena em Matemática.

APROVADO EM 26/ 06 / 2014

CONCEITO: EXCELENTE

BANCA EXAMINADORA:

Marabá - PA
2014
Dedico a Deus pelo seu imenso amor; a minha
mãe, Anezita Maria Dias, por ser uma mulher
guerreira que sempre lutou para me garantir
educação e a minha esposa, Ana Paula Jardim
Silva, por ter estado ao meu lado em grandes
desafios e conquistas.
AGRADECIMENTOS

A Deus por todas as vitórias que tenho conquistado e que irei conquistar mediante
a fé que tenho nele.
A minha mãe, Anezita Maria Dias, pelo carinho, cuidados e por estar sempre ao
meu lado nas situações boas e ruins, acreditando na minha capacidade e me dando forças para
lutar contra os desafios da vida.
A minha esposa, Ana Paula Jardim Silva, por sempre orientar e apoiar minhas
decisões, torcendo para que eu alcance meus objetivos.
Ao professor Edivan Alves Pereira, ex-coordenador do polo da Universidade
Aberta do Brasil (UAB) em marabá-Pa, que faleceu em março de 2013, nós deixando muitas
saudades e boas recordações.
A atual coordenadora, professora Sayonara Dias Vieira, que assim como o seu
antecessor, professor Edvan, desempenha um ótimo papel na coordenação do polo da UAB
em Marabá.
A todos os meus professores, tutores e colegas de curso pelos conhecimentos
compartilhados e pelas contribuições em minha formação acadêmica.
A professora Drª. Fernanda Carla Lima Ferreira que me ajudou na elaboração e
publicação de alguns trabalhos acadêmicos como artigos, estimulando dessa forma minha
produção científica.
Agradeço também ao meu orientador, professor Dr. Ducival Carvalho Pereira, pelo
apoio e orientação na elaboração deste trabalho.
"A Geometria dos Fractais não é apenas um
capítulo da Matemática, mas também uma
forma de ajudar os Homens a verem o mesmo
velho Mundo diferentemente."

Benoit Mandelbrot
RESUMO

Neste trabalho realizamos um estudo acerca da Geometria Fractal, um campo da Matemática


que a cada dia vem se desenvolvendo devido sua ampla aplicabilidade no desenvolvimento
de novas tecnologias e a possibilidade de descrever formas e fenômenos com comportamentos
"aleatórios", que não são possíveis de serem explicados pela Geometria Euclidiana. Os
fractais estão presentes por todo o universo natural, dessa forma a Geometria Fractal se
apresenta como uma nova maneira de ver e conceber a natureza. Com isso este estudo procura
mostrar que não existe apenas a Geometria Euclidiana, mas que há outras como a dos fractais
onde é possível perceber a beleza e o valor da Matemática em situações do cotidiano,
proporcionando assim um ensino mais prazeroso e instigante nas aulas de Matemática. Na
elaboração desta monografia foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o assunto,
sendo que através do estudo de alguns trabalhos já realizados na área, procurou-se apresentar
de forma clara: origem, definições, características, classificações e aplicações dos fractais em
diversas áreas. Já para a sua abordagem na Matemática foram realizadas sugestões de
atividades para serem desenvolvidas em sala de aula como a construção de alguns dos fractais
mais famosos, por meio da manipulação de matérias concretos e aplicação destes no ensino
de Sequências e Progressão Geométrica (PG) no ensino médio. Sendo assim mediante este
estudo e as propostas de atividades aqui apresentadas, buscou-se: uma metodologia que
pudesse abordar de forma menos abstrata os conceitos de Sequências e PG; uma maior
interdisciplinaridade da Matemática com outras áreas e a promoção de aulas mais
motivadoras, estimuladas principalmente pelas curiosas e belas estruturas dos fractais.

Palavras-chave: Geometria Fractal, Sequências e Progressões Geométricas.


ABSTRACT

In this work we conducted a study on the Fractal Geometry , a field of mathematics that every
day are developing due to its wide applicability in the development of new technologies and
the possibility of describing forms and phenomena with " random " behaviors , which are not
possible to be explained by Euclidean geometry. The fractals are present throughout the
natural world , so that the fractal geometry is presented as a new way of seeing and
conceiving nature. Thus this study aims to show that there is not just Euclidean geometry ,but
there are other more like fractals where you can see the beauty and value of mathematics in
everyday situations, thus providing a more pleasurable and exciting teaching in mathematics
classrooms . in the preparation of this monograph, a study on the subject was performed
considering the origin, definitions , characteristics, classifications and applications of fractals
in several areas: , and through the study of some previous work in the area , we tried clearly to
demonstrate it. For its approach in Mathematics, suggestions of activities were held to be
developed in the classroom as the construction of some of the most famous fractals , through
the manipulation of concrete materials and the application of these teaching sequences and
Geometric Progression (GP ) in high school . Sit well upon this study and proposed activities
presented here , we sought : a methodology that would address less abstractly the concepts of
sequences and GP ; greater mathematics interdisciplinarity with other areas and promoting
more motivating lessons , mainly stimulated by the curious and beautiful structures of fractals

Keywords: Fractal Geometry, Sequences and Geometric Progressions.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10

2 SEQUÊNCIAS: PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS................................................. 13


2.1 SEQUÊNCIAS OU SUCESSÃO................................................................................... 13
2.2 SEQUÊNCIAS FINITAS E INFINITAS...................................................................... 13
2.3 LEI DE FORMAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA........................................................... 14
2.4 PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS............................................................................... 14
2.4.1 Classificação das Progressões Geométricas................................................................ 14
2.4.2 Fórmula do Termo Geral............................................................................................. 16
2.4.3 Fórmula da Soma dos Termos de Uma PG Finita....................................................... 17
2.4.4 Soma dos Termos de uma PG Infinita........................................................................ 18

3 O ESTUDO DOS FRACTAIS ....................................................................................... 19


3.1 GEOMETRIA EUCLIDIANA ...................................................................................... 19
3.2 GEOMETRIA FRACTAL ............................................................................................ 20
3.2.1 Origem da Geometria Fractal ..................................................................................... 20
3.2.2 Definição de Um Fractal ............................................................................................ 21
3.2.3 Classificação dos Fractais .......................................................................................... 22
3.2.3.1 Fractais definidos por sistemas de funções interadas .............................................. 22
3.2.3.2 Fractais gerados por computador ............................................................................ 30
3.2.3.3 Fractais aleatórios .................................................................................................... 33
3.2.4 Dimensão Fractal ....................................................................................................... 35
3.2.4.1 Calculando a dimensão fractal de fractais gerados por função interadas ................ 36
3.2.4.2 Calculando a dimensão fractal de qualquer fractal - método "contagem de
caixas" ................................................................................................................................. 38
3.2.5 Características Fundamentais de um Fractal .............................................................. 40

4 BENOÎT MANDELBROT O "PAI" DOS FRACTAIS ............................................. 41

5 APLICAÇÃO DOS FRACTAIS NAS CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS.................... 44


6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES SOBRE CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DE
FRACTAIS NO ENSINO DE SEQUÊNCIAS E PROGRESSÕES
GEOMETRICAS .............................................................................................................. 49
6.1 ATIVIDADE 01 - "JOGO DO CAOS".......................................................................... 49
6.2 ATIVIDADE 02 - FRACTAL TRIÂNGULO DE SIERPINSKI ................................. 51
6.3 ATIVIDADE 03 - FRACTAL CARPETE DE SIERPINSKI (TAPETE DE
SIERPINSKI) ...................................................................................................................... 55
6.4 ATIVIDADE 04 - FRACTAL CONJUNTO DE CANTOR (POEIRA DE
CANTOR) ........................................................................................................................... 58
6.5 ATIVIDADE 05 - FRACTAL CURVA DE KOCK ..................................................... 61
6.6 ATIVIDADE 06 - FRACTAL TRIMINÓ .................................................................... 64
6.7 ATIVIDADE 07 - FRACTAL POR DOBRADURAS E CORTES - FORMA DE
PARALELEPÍPEDO .......................................................................................................... 66

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 71

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 73
10

1 INTRODUÇÃO

No cotidiano é possível visualizar algumas formas que apresentam regularidade e


que assim podem ser explicadas pela Geometria Euclidiana como: quadrados, triângulos,
círculos, esferas, cubos entre outras que são utilizadas pelos homens em suas construções,
como pode ser visto nas ruas, nos prédios, nas praças, nos monumentos, etc. No entanto,
olhando ao redor, pode-se perceber que a natureza principalmente se apresenta com formas
irregulares e em sua maioria complexas, não sendo possível serem compreendidas pela
Geometria de Euclides. No entanto, é possível definir e estudar o formato de uma nuvem, de
um relâmpago, de uma folha de árvore, de um vírus, de um câncer ou até mesmo os
batimentos do coração quando se utiliza a Geometria Fractal, também conhecida como
Geometria da Natureza (TEIXEIRA, 2010).
A Geometria dos Fractais, que recebeu esse nome pelo seu iniciador o
matemático Benoit Mandelbrot (1924 - 2010) é uma geometria Não Euclidiana que se
encarrega do estudo dos fractais que podem ser identificados como objetos, imagens
elaboradas por programas computacionais e fenômenos (da natureza, sociais e econômicos)
que possuem formas que parecem ser aleatórias, mas se vistos a diferentes escalas não perdem
sua definição inicial. Essa característica especial, onde cada uma de suas partes se assemelha
ao todo, permite encontrar padrões regulares e organizados dentro de uma aparente
irregularidade (MACEDO; FRANCO, 2008). Tal propriedade leva a Geometria Fractal a
encontrar-se correlacionada com uma ciência denominada Caos, que procura achar padrões de
organização em comportamentos aparentemente aleatórios como, um dos exemplos, a
previsão do tempo de uma região (OLIVEIRA, 2008).
A ampla aplicabilidade da Geometria Fractal possibilita a conexão com diversas
áreas do conhecimento humano e principalmente com outros conteúdos de Matemática como
Álgebra, Números Complexos, Geometria Plana, Geometria Espacial, Series, Limites, etc.
Todavia segundo Fernandes (2007), mesmo diante dos muitos fatores positivos, a Geometria
Fractal ainda é um assunto pouco aproveitado como metodologia de ensino da Matemática.
Observa-se que essa geometria não aparece nos livros didáticos e quando aparece
é apenas de forma ilustrativa. Um outro fator negativo se deve ao fato de muitos professores
nem mesmo terem tido contado com o estudo dos fractais durante sua formação, devido ser
um tema recente, em muitos cursos de matemática não consta na grade curricular
11

(NASCIMENTO; SILVA; MACIEL, 2012). Todos estes fatores têm contribuído para que
muitos educadores tenham uma certa resistência na abordagem da Geometria Fractal em suas
aulas, devido em parte a insegurança.
Outro ponto importante a se destacar se deve ao fato do estudo dos fractais estar
se tornando cada vez mais relevante nas últimas décadas, sendo utilizada nas mais diferentes
áreas como Mineralogia (prospecção de petróleo); Metalurgia (melhoramento de ligas);
Fisiologia (estudo de órgão do corpo humano); Geografia (estudo dos litorais); Hidrologia
(percurso dos rios); Artes (pinturas); Cinema (construção de cenários artificiais); Música
(composição de peças eruditas), entre outras (CARVALHO et al.,1986). Dessa forma,
verifica-se a necessidade de que os alunos, ainda no ensino médio, entrem em contato com a
Geometria Fractal, que já é estudada e aplicada em diversas ciências.
Com o desenvolvimento das tecnologias o ensino também evoluiu, a Matemática
como as demais disciplinas deve se adequar a tais mudanças, a atenção do discente deve ser
estimulada através de aulas lúdicas, que lhe proporcionem algo de novo e que assim lhe
desperte o interesse e a motivação para aprender. Para este fim, deve-se investir na procura de
novas metodologias que auxiliem na prática pedagógica do educando pois o conhecimento a
ser trabalhado deve ser significativo, aplicável e interdisciplinar (MACEDO; FRANCO,
2008).
Ministrar uma aula com situações novas e conteúdos atuais e reais, onde o aluno
possa relacionar aquilo que visualiza com o que estuda, de forma a perceber a beleza e o valor
da Matemática no seu dia a dia, torna o ambiente favorável à aprendizagem (VEJAN;
FRANCO 2009). Com isso procura-se mostrar que a Matemática não se resume apenas na
resolução de cálculos e desenvolvimento de fórmulas, mas que também pode ser uma maneira
de compreender a natureza além de levar o aluno também a perceber que na Matemática ainda
há muito a ser descoberto e que para tal depende o desenvolvimento dos mais diversos
campos do conhecimento humano (TEIXEIRA, 2010).
Pensando nisso, este trabalho apresenta um estudo sobre os fractais abordando
conceitos básicos, características, processos de construção e maneiras de aplicá-los nos
conteúdos de Sequências e Progressões Geométricas no Ensino Médio. A escolha destes
conteúdos se deve ao fato de possibilitarem o estudo e a compreensão dos efeitos de cada
interação dos fractais matemáticos que serão descritos no Capítulo 6.
Objetiva-se assim contribuir para uma melhoria no ensino de Matemática do
ensino médio, possibilitando ao aluno perceber através da Geometria Fractal, a beleza e o
valor da Matemática em situações cotidianas. Propondo uma aula com situações novas, onde
12

o educando possa fazer relações entre o que visualiza e o que estuda (Sequências e
Progressões Geométricas), tornando o acontecimento em sala de aula favorável a
aprendizagem ao estabelecer relações entre a Matemática dos fractais com a natureza e
diferentes áreas do conhecimento.
Com o intuito de alcançar tais objetivos este trabalho de aplicação teórica
apresenta seus capítulos organizados da seguinte maneira:
No capítulo 2 é realizado uma breve explanação dos conteúdos de Sequências e
Progressões Geométricas, áreas que serão trabalhadas em paralelo com a Geometria Fractal.
O capítulo 3 detalha as diferenças entre a Geometria Euclidiana e a Geometria
Fractal, mencionando seus iniciadores e o campo de estudo de cada uma. Ainda nesse capítulo
são apresentados os fractais clássicos, suas características, definições gerais, categorias de
fractais e a ideia de Dimensão Fractal.
No capítulo 4 é apresentado uma biografia de Benoit Mandelbrot, matemático que
nomeou e divulgou a Geometria Fractal. No capitulo é relatado sua trajetória desde a infância
como fugitivo da perseguição nazismo ao estudo e desenvolvimento da Geometria Fractal.
No capítulo 5, é apresentado alguns exemplos do emprego dos fractais em
diferentes áreas como na medicina, no desenvolvimento de novas tecnologias na Teoria do
Caos, entre outras.
O capítulo 6, trata de sugestões de aplicações da Geometria Fractal nos assuntos
de Sequências e Progressões geométricas, por meio de atividades lúdicas, que visam a
obtenção de alguns fractais determinísticos construídos através da manipulação de materiais
concretos.
No capitulo 7, são realizadas as considerações finais, onde são apresentadas novas
propostas de aplicação da Geometria Fractal em conjunto com outros conteúdos de
matemática, afim de promover sua inserção nas aulas de matemática do ensino médio.
13

2 SEQUÊNCIAS: PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Os conceitos descritos a seguir referente a Sequências e Progressões


Geométricas, são baseados nas obras de Iezzi e Hazzan (2006) e Dante (1999).

2.1 SEQUÊNCIAS OU SUCESSÃO

Todo conjunto de elementos, numéricos ou não, colocados numa ordem


determinada é chamado de sequência ou sucessão.
Em uma sequência, o primeiro elemento é indicado por a1 , o segundo por a2 , o

enésimo elemento por an e assim sucessivamente:

a1 = 1º termo (posição 1)
a2 = 2º termo (posição 2)
a3 = 3º termo (posição 3)

  
an = nº termo (posição n)

  
a1 , a2 , a3 ,  , an ,

2.2 SEQUÊNCIAS FINITAS E INFINITAS

De acordo com o número de elementos de uma sequência, ela pode ser finita ou
infinita.
Exemplos:
1º) 1, 2, 3, 4, 5, 6, 12 é a sequência (finita) dos divisores inteiros positivos de 12 dispostos
em ordem crescente.

2º) 2, 4, 6, 8, , 2i,  é a sequência (infinita) dos múltiplos inteiros positivos de 2.

3º) 2, 3, 5, 7, 11,  é a sequência (infinita) dos números primos positivos.


14

2.3 LEI DE FORMAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA

Interessam à Matemática as sequência em que os termos se sucedem obedecendo


a certa regra, isto é, aquelas que têm uma lei de formação, que possibilitam explicitar todos os
seus termos.
Exemplos:
A sequência an  2n  1, n  , é dada por:

 para n  1  a1  2 . 1  1  1;

 para n  2  a2  2 . 2  1  3;

 para n  3  a3  2 . 3  1  5;

 para n  4  a4  2 . 4  1  7, etc.

Portanto, a sequência é 1, 3, 5, 7,  , ou seja, a dos números naturais ímpares.

2.4 PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Chama-se progressão geométrica uma sequência dada pela seguinte fórmula de


recorrência:
a1  a

an  an  1 . q,  n  IN , n  2
Em que a e q são números reais dados.
Assim, uma PG é uma sequência em que cada termo, a partir do segundo, é o
produto do anterior por uma constante q dada.

2.4.1 Classificação das Progressões Geométricas

As progressões geométricas podem ser classificadas em cinco categorias:


1ª) crescentes - São as PG em que cada termo é maior que o anterior. Ocorre de duas formas:
a) PG com termos positivos
an
an  an  1  11
an  1

Exemplo:
1, 3, 9, 27,  em que a1  1 e q  3
15

b) PG com termos negativos


an
an  an  1  0  1 0  q 1
an  1

Exemplo:

 81,  27,  9,  3,  em que a1  81 e q  1


3
2ª) constantes - São as PG em que cada termo é igual ao anterior. Ocorre de duas formas:
a) PG com os termos todos nulos
a1  0 e q qualquer
b) PG com os termos iguais e não nulos
an
an  an  1  1 q 1
an  1

Exemplo:
9, 9, 9, 9,  em que a1  9 e q  1
3ª) decrescente - São as PG em que cada termo é menor que o anterior. Pode corre de duas
maneiras:
a) PG com termos positivos
an
an  an  1  0  1 0  q 1
an  1

Exemplo:

 2 2 2  1
 2, , , ,  em que a1  2 e q 
 3 9 27  3
b) PG com termos negativos
an
an  an  1  1 q 1
an  1

Exemplo:
 1,  3,  9,  27,  em que a1  1 e q  3
4ª) alternantes são as P.G em que cada termo tem sinal contrário ao do termo anterior. Ocorre
quando q  0 .
Exemplo:
5,  50, 500,  50000,  em que a1  5 e q  10
5ª) estacionárias são as PG em que a1  0 e a1  a3  a4  ...  0 . Isso ocorre quando q  0 .
16

Exemplo:
7, 0, 0, 0,  em que a1  7 e q  0

2.4.2 Fórmula do Termo Geral

Utilizando a fórmula de recorrência pela qual se define uma PG e admitindo


dados o primeiro termo a1  0 , a razão q  0 e o índice n  de um termo desejado, temos:

a2  a1 . q
a3  a2 . q

a4  a3 . q

  
an  an1 . q

Multiplicando essas n  1 igualdade, temos:

a2 . a3 . a4 ... . an  a1 . a2 . a3 . a4 . . . an1 . q n1


     

cancelam-se

Desse modo encontramos o termo de ordem n , denominado termo geral de uma


PG, que é dado por:

an  a1 . q n1

Nessa fórmula:
an  termo geral

a1  1º termo

n  número de termos (até an )


q  razão
17

2.4.3 Fórmula da Soma dos Termos de Uma PG Finita

Quando q  1 , todos os termos da PG são iguais a a1 ; então S  n . a1 . Por

exemplo, na PG 4, 4, 4, 4, 4, 4, 4 a soma de seus termos é:


S  7 . 4  28
Vejamos agora a soma dos termos de uma PG finita quando q  1 .

Consideremos a PG finita (a1 , a2 , a3 ,  , an1 , an ) e seja S n a soma de seus


termos:
S  a1  a2  a3    an1  an (I)

Vamos multiplicar os dois membros dessa igualdade pela razão q , obtendo:

q . S n  a1 . q  a2 . q  a3 . q    an  1 . q  an . q
   
a2 a3 a4 an

ou
q . Sn  a2  a3  a4    an  an . q (II)

Fazendo (II) - (I), temos:

q . S n  S n  a2  a3    an  an . q   a1  a2  a3    an   q . S n  S n  an . q  a1 
 S n (q  1)  an . q  a1

Fórmula que nos permite calcular a soma dos termos de uma PG finita quando
q  1.
an . q  a1
Sn  , para q  1
q 1

Podemos chegar a outra fórmula para o mesmo cálculo da soma dos termos de
uma PG finita de razão q  1
an . q  a1 n1
Vimos que S n  . Como an  a1 . q , temos:
q 1
18

Sn    
 
a1 . q n1 . q  a1 a1 . q n11  a1 a1 . q n  a1 a1 q n  1
q 1 q 1 q 1 q 1

Sn 

a1 q n  1 
, para q  1
q 1

2.4.4 Soma dos Termos de uma PG Infinita

Dada a PG infinita a1 , a2 , a3 ,  de razão q , q  0 , para determinar a soma S


dos seus infinitos termos, temos:
a) se q  1 ou q  1 | q | 1, S tende a   ou   (o que significa que é impossível
determinar S);
b)  1  q  1 (| q | 1), S converge para um valor finito.

A partir da fórmula da soma dos n primeiro termos de uma PG, S n 


 
a1 q n  1
,
q 1

temos que, quando n tende a  , q tende a zero, portanto, a fórmula para calcular S , com
n

a1  0 e | q | 1 , é:
a1 0  1  a1 a
S    1
q 1 q 1 1 q
a1
S
1 q
19

3 O ESTUDO DOS FRACTAIS

3.1 GEOMETRIA EUCLIDIANA

A geometria é uma área da Matemática preocupada com o estudo relacionado a


forma, tamanho e posição relativas de figuras no espaço. Estudiosos da área acreditam que
este ramo da Matemática surgiu no antigo Egito, no vale do rio Nilo, devido suas cheias.
Como todo o ano o rio alagava as áreas de terras que ficavam as suas margens, eram
enriquecidas com nutrientes da lama levada pelas águas, isso tornava as terras de cultivo as
mais férteis e cobiçadas da época, porém o fator negativo se dava ao fato do rio destruir as
demarcações físicas que dividiam as propriedades o que gerava conflitos pela posse da terra
(BRAZ, 2009).
Com o intuito de estabelecer fronteiras entre as propriedades existentes atingidas
pelas inundações, os faraós nomeavam funcionários agrimensores para estabelecer tais
limites. Dessa forma surgiu a palavra geometria derivada do grego geo = terra + metria =
medida, ou seja, “medir terra”. Os egípcios além de usar a geometria na agricultura, também a
usava na construção de pirâmides e casas (na engenharia) entre outras, com isso a geometria
originou-se de mensuração, ou seja, da necessidade de algo ser medido (NIEDERMEYER;
KOEFENDER; ROOS, 2009).
Os postulados de Euclides na geometria impulsionaram o estudo dos planos e das
três dimensões e deram origem a Geometria Euclidiana, em homenagem a esse estudioso que
organizou a matéria de um modo sistemático a partir de princípios e definições,
desenvolvendo os procedimentos por meio de deduções, associando à primeira concepção da
geometria como conjunto sistematizado e lógico de propriedades (TEIXEIRA, 2010).
Os cincos postulados de Euclides registrados na sua obra mais influente "Os
Elementos" escrita a aproximadamente 300 a.C. diz o seguinte:

I. Pode-se traçar uma (única) reta ligando dois pontos;


II. Pode-se prolongar (de uma única maneira) uma reta finita continuamente em uma
linha reta;
III. Pode-se traçar um circulo com centro qualquer e raio qualquer;
IV. Todos os ângulos retos são iguais;
V. Se uma reta, interceptando duas outras, forma ângulos internos de um mesmo
lado cuja soma é menor que dois retos, então estas duas retas, se prolongadas
indefinidamente, se encontram naquele lado cuja soma dos ângulos internos é menor
que dois retos (BRAZ,2009, p 12).
20

Dentre os postulados de Euclides o quinto postulado tornou-se alvo de críticas na


época e durante 2000 anos muitos matemáticos tentaram demonstrá-lo. Das tentativas
frustradas de mostrar através dos quatros primeiros postulados que o quinto era na verdade
um teorema foi fator preponderante para o surgimento das geometrias Não Euclidianas
(BARRETO; TAVARES, 2005).
No presente verifica-se que são as geometrias Não Euclidianas (geometrias que
não satisfazem um ou mais dos postulados de Euclides) que resolvem os muitos problemas do
dia a dia e do campo da Ciência e não a Geometria Euclidiana. Como exemplo destas
geometrias podem ser citadas: a Geometria Hiperbólica; a Geometria Elíptica; a Geometria
Projetiva; a Topologia e a Geometria dos Fractais (VEJAN; FRANCO, 2009).

3.2 GEOMETRIA FRACTAL

3.2.1 Origem da Geometria Fractal

A Geometria Fractal fará com que você veja as coisas diferentes. É perigoso ler
mais. Você arrisca perder a visão infantil de nuvens, florestas, flores, galáxias,
folhas, penas, rochas, montanhas, torrentes de água, tapetes, tijolos e muito mais.
Nunca mais você interpretará estes objetos da mesma forma (BARNSLEY apud
JANOS, 2008, p. IX).

A Geometria Fractal como observado faz parte das geometrias Não Euclidianas e
estuda as entidades geométricas, denominadas fractais, que são conjuntos cujas formas são
extremamente irregulares ou fragmentadas e que têm essencialmente a mesma estrutura em
todas as escalas, ou seja, cada uma de suas partes representa cópias reduzidas do todo
(MACEDO; FRANCO, 2008). Os Fractais são gerados pela repetição de um mesmo processo
periódico, apresentando autossemelhança e complexidade infinita (OLIVEIRA, 2008).
O nome fractal foi utilizado pela primeira vez em 1975, por Bernoit Mandelbrot,
considerado o pai dos fractais. Quando preparou seu primeiro trabalho para ser publicado, este
precisava de um nome para rotular suas formas, suas dimensões e geometrias. Ao folhear um
dicionário em latim do seu filho, se deparou com o adjetivo fractus, do verbo, frangere,
quebrar, fraturar. "A associação com os principais cognatos ingleses - fracture e fraction -
parecia adequada. Mandelbrot criou a palavra (substantivo e adjetivo, inglês e francês)
fractal" (GLEICK, 1989, p. 93).
A importância da contribuição de Benoit Mandelbrot deve-se ao fato deste
estudar os fractais com base nas suas habilidades em geometria e assim, aperfeiçoar técnicas
21

de estudo, definir estruturas, propriedades e aplicações (NOVAKI; BARANKIEVICZ;


SILVA, 2012). Uma observação a se fazer é que o matemático polonês não descobriu os
fractais, mas apenas difundiu e nomeou os estudos em que se dedicou e que veio a
proporcionar maiores conhecimento na área da geometria. Inclusive este se apoiou nas
pesquisas de cientistas que já haviam realizados estudos acerca destes objetos geométricos,
porém sem dar muita importância ou chegar a nenhuma conclusão exata, como os
matemáticos Georg Cantor (1845-1918) e David Hilbert. Até mesmo na Grécia Homérica,
Índia e China estes já eram conhecidos como “monstros matemáticos” por volta do século XX
(NIEDERMEYER; KOEFENDER; ROOS, 2009).
Conforme observam de Vejan e Franco (2009):

Embora não aparentem, os fractais podem ser encontrados em todo o universo


natural e em quase toda ciência, desde os aspectos das nuvens, montanhas, árvores,
brócolis, couve-flor, relâmpagos, até a distribuição das galáxias, como na arte e na
Matemática."

No entanto, somente há poucos anos, com o desenvolvimento e aprimoramento


dos computadores, a Geometria Fractal vem se confirmando (NIEDERMEYER;
KOEFENDER; ROOS, 2009). Estas formas facilmente visíveis na natureza não tinham valor
científico até que Mandelbrot, fazendo uso de computadores, desenvolvesse e apurasse
técnicas para o estudo e aproveitamento dos fractais, que se tornaram de importância
inquestionável para o estudo de outras disciplinas (FERNANDES, 2007).

3.2.2 Definição de Um Fractal

Desde o surgimento dessa nova geometria, diversos estudiosos no assunto se


propuseram a elaborar uma definição adequada aos fractais, no entanto, o conceito de fractal
ainda têm muito a ser discutido dado as suas peculiaridades e abrangência de exemplos.
Conforme Barbosa, (2005, p. 19) alguns autores renomados em suas obras
conceituarão os fractais da seguinte forma:

Mandelbrot e seu primeiro conceito de fractal - "Um fractal é por definição, um


conjunto para o qual a dimensão Hausdorff-Besicovitch excede estritamente a
dimensão topológica."
J. Feder - "Um fractal é uma forma cujas partes se assemelham ao seu todo sob
alguns aspectos".
K.J.Falconer - "Um conjunto F é fractal se, por exemplo: (1) F possui alguma forma
de "autossimilaridade" ainda que aproximada ou estatística; (2) a dimensão fractal,
definida de alguma forma, é maior que dimensão topológica; (3) o conjunto F pode
ser expresso através de um procedimento recursivo ou interativo."
22

Com base nas definições supracitadas, percebe-se a dificuldade em se conceituar


de maneira formal o que chega a ser fractais, no entanto, levando em consideração a sua
utilização na educação, pode-se apresentar conceitos mais simples, de forma a uma fácil
compreensão e entendimento, para isso, basta levar em consideração a característica mais
marcante dos fractais, a autossimilaridade (BARBOSA, 2005).
Dessa forma, visando uma abordagem mais didática pode-se dizer que:
 “Os fractais são formas geométricas que repetem sua estrutura em escalas cada
vez menores” (STEWART, 1996, p. 12).
 "Quando variamos a 'escala de observação', dentro de certos limites e
continuamos a encontrar o mesmo tipo de geometria dizemos estar diante de uma
estrutura fractal" (RICINERI, 1990, p. 84).

3.2.3 Classificação dos Fractais

Para fins didáticos, a fim de facilitar o reconhecimento das características e


propriedades dos fractais, segundo Rabay (2013), levando em consideração a forma como o
fractal é gerado e o grau de autossimilaridade que nele se observa, estes objetos geométricos
podem ser classificados em três categorias principais: fractais definidos por sistemas de
funções interadas, fractais definidos por uma relação de recorrência (por computador) e
fractais aleatórios.

3.2.3.1 Fractais definidos por sistemas de funções interadas

São fractais gerados por processos matemáticos interativos (construídos a partir da


interação de figuras geométricas), dessa forma a principal característica destes fractais é a
autossemelhança exata, onde o conjunto total é formado por pequenas réplicas fiéis delas
mesmas. Estes fractais são conhecidos como geométricos, matemáticos ou determinísticos
(FERNANDES, 2007).
Segundo Barbosa (2005) os fractais determinísticos ainda podem ser divididos em
subcategorias de acordo com a forma de construção, como: (I) Fractal pela fronteira; (II)
Fractal por remoção; (III) Fractal tipo Dürer e (IV) Fractal tipo árvore.
(I) Fractal pela fronteira - São construídos a partir da substituição de uma
determinada parte pelo seu gerador, tendo como resultado o aumento do comprimento ou da
23

área destes fractais que aumentam a cada nova interação, como exemplo, temos a Curva de
Koch (RABAY, 2013).
A Curva de Koch é um dos primeiros fractais a serem descritos, sendo
mencionado pela primeira vez em uma artigo publicado em 1906 pelo matemático sueco
Helge Von Kock (NOVAKI; BARANKIEVICZ; SILVA, 2012). Esta curva geométrica que
não tem tangente em nenhum ponto causou uma crise no cálculo, ao mostrar que uma curva
embora contínua, não é diferenciável em qualquer um de seus pontos (JANOS, 2008). A
Figura 3.2.3.1.1, mostra a Curva de Koch.
Na construção da Curva de Koch segue-se as seguintes etapas:
 Desenhe um segmento de reta com comprimento unitário;
 Divida o segmento em três partes de mesmo tamanho e retire a parte central;
 Na parte central retirada, construa um triangulo equilátero e retire sua base;
 Como esse procedimento pode ser realizado indefinidamente, repita o
procedimento quantas vezes for necessário.

Nível 0 Nível 1 Nível 2

Nível 3 Nível 4 Nível 5

Figura 3.2.3.1.1 - Curva de Koch com 5 iterações.


Fonte: Rabay (2013).

A Curva de Koch mostra a principal característica dos fractais definidos por


sistemas de funções iteradas, como visto na sua construção qualquer parcela, por menor que
seja, segue o processo de construção das parcelas maiores, dessa forma o fractal se torna
invariante à escala na qual o mesmo é observado, a autossemelhança de suas partes é tanta
que mesmo utilizando um microscópio para visualizar as ranhuras progressivamente menores
da curva de Koch não seria possível descobrir o grau de ampliação usado no microscópio
(SANTOS; NETO; SILVA, 2007).
Como mais exemplos de fractais definidos pela fronteira tem-se: O Floco de Neve
de Koch, A Curva de Peano e a Curva de Hilbert. Estes fractais podem ser visualizados
respectivamente nas Figuras 3.2.3.1.2, 3.2.3.1.3, 3.2.3.1.3 e 3.2.3.1.4
24

O Floco de Neve de Koch (FIGURA 3.2.3.1.2), também conhecido como Ilhas de


Kock, tem processo de construção semelhante a Curva de Kock, porém em vez de começar
com um segmento de reta inicia-se com um triângulo equilátero, onde em cada um dos seus
lados é construído sua Curva de Kock.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Figura 3.2.3.1.2 - Floco de Neve de Koch com 5 interações.


Fonte: Santos, Neto e Silva (2007).

Na construção da Curva de Peano (FIGURA 3.2.3.1.3) inicia-se com um


segmento de reta. Deve-se substituir esse segmento por uma curva de 9 segmentos de medida
igual a 1/3 do comprimento do segmento inicial, esse é o primeiro nível do fractal. O método
é realizado sucessivamente, sempre substituindo cada segmento anterior pela curva de 9
segmentos.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 3.2.3.1.3 - Curva de Peano com 4 interações.


Fonte: Zavala (2007).

Na Curva de Hilbert a figura primitiva é um quadrado unitário dividido em quadro


quadrados; o nível 1 da curva é composta de 3 segmentos consecutivos com extremos nos
seus pontos centrais, para o nível seguinte deve-se substituir cada quadrado por novos 4
quadrados com a mesma construção da curva iniciadora, conectando cada curva parcial com
um segmento na mesma ordem dos anteriores, e proceder assim sucessivamente conforme
mostrado na figura 3.2.3.1.4.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

Figura 3.2.3.1.4 - Curva de Hilbert com 5 interações.


Fonte: Teixeira (2010).
25

(II) Fractal por remoção - São fractais construídos a partir da remoção de partes
do mesmo de forma interativa, sendo que tais interações são matematicamente ditas infinitas.
Como exemplo de fractal por remoção temos o Triângulo de Sierpinski também conhecido
como Cesta de Sierpinski (BARBOSA, 2005).
O Triângulo de Sierpinski foi criado em 1916, pelo matemático polonês Waclav
Sierpinski (1882-1969). Trata-se de um fractal formado a partir de um triângulo equilátero em
que, através dos pontos médios de seus lados, inscreve-se um outro triângulo equilátero
invertido, gerando assim, quatro triângulos congruentes em seu interior de lados iguais a
metade do triângulo anterior. Remove-se a área do triângulo central e, em cada um dos
triângulos não eliminados, repete-se as mesmas construções anteriores. Este procedimento
continua infinitamente, originando o Triângulo de Sierpinski (FIGURA 3.2.3.1.5), cuja área
vai ficando cada vez menor (TEIXEIRA, 2010).

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 3.2.3.1.5 - Triângulo de Sierpinski com 4 interações.


Fonte: Niedermeyer, Koefender e Roos (2009).

Como mais exemplos de fractais definidos por remoção, tem-se: Tapete de


Sierpinski, Pirâmide de Sierpinski, Esponja de Menger e o Conjunto de Cantor. Estes fractais
podem ser visualizados respectivamente nas Figuras 3.2.3.1.6, 3.2.3.1.7, 3.2.3.1.8 e 3.2.3.1.9.
Para a construção do Tapete de Sierpinski (FIGURA 3.2.3.1.6), deve-se partir de
um quadrado, dividi-lo em nove pequenos quadrados congruentes e eliminar o central. Em
seguida, aplicar esse mesmo processo em cada um dos 8 quadrados restantes de maneira
sucessiva e interativa.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 3.2.3.1.6 - Tapete de Sierpinski com 4 interações.


Fonte: Rabay (2013).
26

A Pirâmide de Sierpinski (FIGURA 3.2.3.1.7), é gerado a partir de um tetraedro,


onde são removidos os volumes centrais de cada face do tetraedro constituídos por tetraedros
semelhantes e com aresta medindo 1/2 da aresta do tetraedro inicial.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 3.2.3.1.7 - Pirâmide de Sierpinski com 4 interações.


Fonte: Rabay (2013).

Na construção da Esponja de Menger (FIGURA 3.2.3.1.8), considere um cubo e


divida-o em 27 cubos usando planos secantes ortogonais às faces. Esses cubos devem ter
arestas de 1/3 da aresta do cubo que está sendo dividido. Retire o cubo do centro e os cubos
centrais da face, esse é o primeiro nível de interação. O procedimento deve ser repetido
sucessivamente nos cubos que restam a cada nova interação.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Figura 3.2.3.1.8 - Esponja de Menger com 3 interações.


Fonte: Teixeira (2010).

O Conjunto de Cantor (FIGURA 3.2.3.1.9), é uma poeira de pontos obtida a partir


de um segmento inicial, onde retira-se o terço médio; depois, retira-se o terço médio dos
segmentos restantes continuando o processo indefinidamente.

Figura 3.2.3.1.9 - Conjunto de Cantor com 5 interações.


Fonte: Rabay (2013).
27

(III) Fractal tipo Dürer - são fractais construídos a partir de interações feitas em
polígonos regulares com a inscrição de novos polígonos semelhantes ao inicial e que devem
ficar igualmente espaçados. O fractal tipo Dürer, tem esse nome em homenagem ao pintor
alemão Albrecht Dürer (1471-1528), que empregava a ideia de proporção e geometria em sua
arte, sendo assim, um dos primeiros artistas que elaborou objetos fractais, utilizando
polígonos regulares (PEREIRA, 2013). Como exemplo dessa variedade de fractal, têm-se o
fractal hexagonal tipo Dürer.
O Fractal hexagonal tipo Dürer é um fractal onde seu iniciador é um hexágono
regular que irá sofrer interações matemáticas através da inscrição de novos hexágonos que
seguem um padrão regular de construção.
Conforme Barbosa (2005), na construção do Fractal hexagonal tipo Dürer
(FIGURA 3.2.3.1.10), segue-se as seguintes etapas:
 Constrói-se seu iniciador, que no caso será um hexágono regular grande;
 Seja AB um de seus lados. Ponha hexágonos regulares menores I e II em cada um
dos extremos A e B, de tal maneira dispostos que um de seus ângulos coincida
com o ângulo do hexágono inicial, sendo que I e II tenham um vértice em comum;
 Nos demais lados deve-se repetir o mesmo procedimento, com isso forma-se 6
(seis) hexágonos regulares e ao centro surge consequentemente um polígono
regular estrelado;
 Remove-se os triângulos intermediários e o polígono estrelado central, obtendo-se
assim o nível 1 do fractal.
 Repetindo a operação em cada hexágono do nível anterior sucessivamente, obtém-
se o fractal Hexagonal Tipo Dürer.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Figura 3.2.3.1.10 - Fractal hexagonal tipo Dürer com 3 interações.


Fonte: Gomes (2007).

Como mais exemplos de fractais tipo Dürer, temos: Fractal pentagonal tipo Dürer
e Fractal octogonal. Estes fractais podem ser visualizados respectivamente nas Figuras
3.2.3.1.11 e 3.2.3.1.12.
28

Na construção do Fractal pentagonal tipo Durer (FIGURA 3.2.3.1.11) , considera-


se um pentágono regular, em cada um dos seus vértices, construa um pentágono de forma que
o ângulo deste coincida com o ângulo do pentágono regular inicial e ainda com a condição de
que os pentágonos que estão sobre a mesma aresta do pentágono inicial tenham um vértice em
comum. Deve-se remover o pentágono central da figura e os triângulos que se formam entre
os pentágonos. O procedimento deve ser repetido interativamente e sucessivamente.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Figura 3.2.3.1.11 - Fractal pentagonal tipo Dürer com 3 interações.


Fonte: Rabay (2013).

Na construção do Fractal octogonal tipo Durer (FIGURA 3.2.3.1.12) , considera-


se um octógono regular, em cada um dos seus vértices, construa um octógono de forma que o
ângulo deste coincida com o ângulo do octógono regular inicial e ainda com a condição de
que os octógonos que estão sobre a mesma aresta do octógono inicial tenham um lado em
comum. Deve-se remover a figura estrelada central e os triângulos que se formam entre os
octógonos. O procedimento deve ser repetido interativamente e sucessivamente.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Figura 3.2.3.1.12 - Fractal octogonal tipo Dürer com 3 interações.


Fonte: Rabay (2013).

(IV) Fractal tipo árvore - Possui como característica principal seu processo
interativo, constituído por ramificações que fazem lembrar as ramificações que ocorrem nas
polpas das árvores. A Árvore Bifurcada e a Árvore Pitagórica são exemplos destes fractais.
A Árvore Bifurcada pode ser apresentada de vários modelos, pois esta pode ser
construída com diferentes ângulos de bifurcação e fator de redução, no entanto, será utilizado
um modelo de acordo com Barbosa (2005), onde o ângulo de bifurcação do fractal é de 120º e
o fator de redução é 1/2 (meio).
29

Na construção segue-se os seguintes procedimentos:


 Considere um segmento de reta AB (tronco principal) de tamanho qualquer;
 Na extremidade, desenhe dois segmentos com fator de redução de 1/2 de AB
formando o ângulo de bifurcação entre eles e simétrico em relação ao segmento
anterior;
 Em cada novo segmento deve-se repetir o processo sucessivamente, conforme a
Figura 3.2.3.1.13.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 3.2.3.1.13 - Árvore Bifurcada com 4 interações.


Fonte: Zavala (2007).

Para a construção da Árvore Pitágoras (FIGURA 3.2.3.1.14), considere um


triângulo retângulo com a sua hipotenusa (base maior) na horizontal, construa um quadrado
em cada lado do triângulo e com a mesma medida desse lado, o triângulo retângulo
juntamente com os quadrados dos catetos constituem o iniciador-gerador. O tronco principal
será o quadrado construído na hipotenusa. Para construir o nível 1 do fractal construir sobre o
lado de cada quadrado oposto ao respectivo cateto novo triângulo retângulo tendo como
hipotenusa justamente esse lado. Para se obter a autossimilaridade, os novos triângulos
retângulos de cada interação devem ser semelhante ao inicial.

Figura 3.2.3.1.14 - Árvore de Pitágoras com 6 interações.


Fonte: Furuya (2014).
30

3.2.3.2 Fractais gerados por computador

São fractais de prevalência construção realizadas por computadores devido ao seu


auto grau de complexidade principalmente (FIGURA 3.2.3.2.1).

Figura 3.2.3.2.1 - Fractais Gerados por programas de computador.


Fonte: Nascimento; Silva e Maciel (2012).

Entre estes fractais o Conjunto de Julia e o Conjunto de Mandelbrot, são os mais


famosos e estudados, sendo que ambos são construídos utilizando funções que operam com
números complexos.
Segundo Rabay (RABAY, 2013, p. 27), fractais definidos por uma relação de
recorrência têm a seguinte característica:

Esses fractais são também denominados de fractais de fuga de tempo, possuem uma
forma mais livre de similaridade, definida como quase autossimilaridade, o fractal
apresenta pequenas cópias do fractal inteiro de maneira distorcida ou degenerada por
isso não são autossimilares exatamente.

Conjunto de Julia - O Conjunto de Julia foi criado no século XX pelos


matemáticos Pierre Fatou (1878 - 1929) e Gaston Julia (1893 - 1978), tal conjunto representa
a imagem no plano complexo obtida quando se aplica interadamente a função Z n1  Z n2  C ,

onde C é um complexo fixo para toda a imagem, que pode ser ajustado arbitrariamente e Z é
um complexo inicial. Este conjunto foi idealizado numa época que ainda não existiam
computadores, somente tempos depois com o surgimento destes é que foi possível verificar a
complexidade e beleza do mesmo (CARVALHO et al., 1986).
Na Figura 3.2.3.2.2, são apresentadas algumas figuras do Conjunto de Julia, para
dados valores de c.
31

c = φ − 2 onde φ é a c = (φ−2) + (φ−1)i c = -0.70176 - 0.3842i


razão áurea = -0.4+0.6i

c = 0.285 + 0.01i c = 0.285 + 0i c = 0.45 + 0.1428i c = -0.835 - 0.2321i


Figura 3.2.3.2.2- Imagens obtidas do Conjunto de Julia variando os valores de c.
Fonte: Conjunto de Júlia (2014).

Conjunto de Mandelbrot - O fractal Conjunto de Mandelbrot que virou


praticamente um símbolo dos fractais, é considerada uma expansão do Conjunto de Julia, este
foi criado em 1979 por Mandelbrot que tentando encontrar uma forma de generalizar o
conjunto de Julia, percebeu a possibilidade de criar uma imagem que continha todos estes
conjuntos agrupados (NUNES, 2006). Os pontos que pertencem ao conjunto de Mandelbrot
correspondem precisamente aos conjuntos de Julia conexos (FIGURA 3.2.3.2.2), e os pontos
fora do conjunto de Mandelbrot correspondem aos conjuntos de Julia desconexos
(MIRANDA, 2012).

Figura 3.2.3.2.2 - Conjunto de Mandelbrot como um repertório de imagens do


Conjunto de Julia.
Fonte: Elert (2002).
32

O conjunto de Mandelbrot tem uma forma muito particular de autossemelhança


aproximada se o ampliarmos o suficiente, o observador perceberá que existe uma repetição
infinita do conjunto (FIGURA 3.2.3.2.3), mas também uma infinita variedade de formas
rodeando esse conjunto. Este conjunto, talvez seja o mais complexo objeto conhecido pelos
matemáticos, em seu interior infinitas regiões podem ser observadas e é também um dos
objeto mais intricados que se conhece. (JANOS, 2008).

Figura 3.2.3.2.3 - Ampliações do Conjunto de Mandelbrot com infinitas réplicas em seu interior.
Fonte: Conjunto de Mandelbrot (2014).

Uma eternidade não seria tempo suficiente para conseguirmos observar todo este
Fractal, com os seus discos enfeitados com extremidades espinhosas, as suas espirais
e filamentos enrolando-se em todas as direções, exibindo volumosas moléculas
infinitamente variadas (RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA, 2004, p. 33).

A geração deste fractal é realizada através da função Z n1  Z n2  C , onde

e C são números complexos e . A cada iteração da função, o número


resposta fica a uma determinada posição de seu predecessor. Alguns desses novos valores
ficam a uma distância finita enquanto outros tendem para o infinito e é nessa fronteira entre
finito e infinito que é delimitado o conjunto de Mandelbrot. É importante ressaltar que o valor
de C no Conjunto de Mandelbrot é atualizado a cada interação, diferente do que acontece no
conjunto de Julia onde C é fixo para cada figura gerada (CARVALHO et al., 1986).
Uma outra observação a se fazer é que matematicamente, as imagens dos
conjuntos de Mandelbrot e de Julia são em "branco e preto", no sentido de que um ponto está
dentro ou fora do conjunto em questão. Entretanto atualmente, com o uso do computador as
imagens destes fractais são plotadas relacionando cores para os diferentes valores de Z
(Conjunto de Julia) ou C (Conjunto de Mandelbrot) indicados geralmente por uma única cor,
quando os pontos são aprisionados no conjunto e por um padrão de cores e tons que
descrevem a quantidade de interações que outros pontos levam para escapar para o infinito
(RABAY, 2013).
33

3.2.3.3 Fractais aleatórios

"Nuvens não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos,
o som do latido não é contínuo e nem o raio viaja em linha reta" (MANDELBROT apud
ADAMI, 2013, p. 10).
Também conhecidos como fractais naturais, nestes as partes em escalas menores
são apenas parecidas, ou seja, é a forma menos evidente de autossemelhança em um fractal.
Pois diferente dos fractais gerados por programas ou por interação de figuras geométricas, nos
fractais naturais a autossemelhança só atinge um certo grau de redução devido a lógica de que
estes em determinados instantes se decompõem em estruturas moleculares que não são
autossimilares ao todo (JANOS, 2008).
Na natureza são muitos os exemplos de fractais que são estatisticamente
autossimilares. Em algumas plantas como a Samambaia Renda Portuguesa (FIGURA
3.2.3.3.1), por exemplo, observa-se que suas estruturas se repetem dentro de si própria, como
se estruturas estatisticamente semelhantes e menores constituíssem as estruturas maiores
(CARVALHO et al., 1986).

Figura 3.2.3.3.1 - Samambaia Renda Portuguesa.


Fonte: Instituto (2014).

Na Figura 3.2.3.3.2 pode-se observar vários outros exemplos de fractais


encontrados na natureza, como nuvens, raios, conchas, plantas, cordilheiras, floco de neve
entre outros.
34

brócolis romanesco náutilo flocos de neve raios

flor da árvore de
cordilheiras galhos de samambaia leito dos rios no deserto
macaco

estalactites cristais de bismuto babosa nuvens

casca dos caracóis cristais de cobre neurônios repolho

penas do pavão árvore sangue do dragão asas de uma libélula

árvores concha marinha Egito visto do espaço


Figura 3.2.3.3.2- Fractais na Natureza.
Fonte: Padrões (2014).
35

3.2.4 Dimensão Fractal

Por vivermos num ambiente cuja descrição geométrica, é viável no máximo, em três
dimensões, ficamos perplexos diante às limitações em encontrar referências para
atender uma quarta ou quinta dimensão. Mas confusos, ainda, ficamos perante a
ideia de dimensões que não precisam ser expressas através de um número inteiro,
algo existente, por exemplo, entre as dimensões um e dois (CARVALHO et al.,
1986, p. 19).

Para especificar a localização de um ponto segundo a geometria euclidiana


precisamos de três números, latitude, longitude e altitude, ou seja, o espaço é concebido em
três dimensões onde os sólidos possuem três, as superfícies têm duas dimensões, as linhas
possuem uma dimensão e o ponto têm dimensão zero. No entanto essa maneira de descrever
o espaço não leva em consideração nem a forma nem o tamanho da figura, uma linha
unidimensional, por exemplo, pode se apresentar como uma reta ou uma curva, já uma
superfície é considerada bidimensional independente de ser plana ou esférica. Esta forma de
caracterização da dimensão de um objeto somente em números inteiros é denominada de
Dimensão Topológica (SERRA; CARA, 1997).
Mandelbrot porém voltou-se para uma compreensão diferente da ideia das
dimensão 0, 1, 2 e 3, devido as medidas euclidianas (comprimento, largura e altura) não
serem satisfatórias no estudo das formas irregulares, desta forma este desenvolveu o conceito
de dimensão fracionada também conhecida como dimensão fractal (FIGURA 3.2.4.1), que é
uma forma de mensurar propriedades como o grau de aspereza, ou fragmentação, ou
irregularidade de um fractal, possibilitando assim calcular o espaço que um objeto ocupa por
mais irregular que ele seja como a casca ou a folha de uma árvore, por exemplo (GLEICK,
1989).

Dimensão Euclidina Dimensão Fractal

Figura 3.2.4.1 - Comparação entre a dimensão Euclidiana e a dimensão


Fractal.
Fonte: Siqueira (2005).
36

3.2.4.1 Calculando a Dimensão Fractal de fractais gerados por funções interadas

Com base nos procedimentos descritos em Barbosa (2005), pode-se compreender


como calcular a dimensão fracionada de um objeto fractal com autossimilaridade estrita,
seguindo o raciocínio a seguir.
Considera-se as seguintes figuras geométricas euclidianas, um segmento de reta
(dimensão 1), um quadrado (dimensão 2) ou um cubo (dimensão 3) repartidas em objetos
autossimilares (FIGURA 3.2.4.1.2).

Figura 3.2.4.1.2 - Figuras geométricas euclidianas.


Fonte: Nunes (2006).

Observando as figuras acima verifica-se que cada uma é constituída por cópias
congruentes e reduzidas de si própria e para que cada peça pequena fique igual ao todo, esta
deve ser ampliada por um fator de aumento (coeficiente de proporcionalidade) igual a 4. O
número de peças em cada interação é então calculado pela função, n  m D , onde n e o
número de peças, m é o fator de aumento e D a dimensão.
Dessa forma, conforme a Tabela 3.2.4.1.1, temos as seguintes dimensões fractais
para as figuras supracitadas:

Tabela 3.2.4.1.1 - Dimensão fractal das figuras euclidianas: reta, quadrado e cubo.
Figura Reta Quadrado Cubo
Número de peças (n) 4 16 64
Fator de aumento (m) 4 4 4
16  4 D 64  4 D
4 4
1 D

Cálculo da dimensão 42  4 D 43  4 D
D 1
D2 D3
Dimensão 1 2 3

Com base nesta mesma função será mostrado que também é possível calcular a
dimensão fractal de figuras consideradas monstros matemáticos como, por exemplo, a curva
37

de Koch, obtida na Seção 3.2.3.1, onde é tomado um segmento de reta de comprimento C ,


unitário, dividido em três partes iguais e substituído o terço médio por dois outros segmentos
de comprimento igual aos que restaram (FIGURA 3.2.3.1.1).
Analisando o processo de construção da curva de Koch, calcula-se sua dimensão
da seguinte forma:
Como: n  m D , onde n  4 e m  3 segue-se que, 4  3D .
Aplicando o logaritmo em cada membro da igualdade obtemos,

log 4 0,60206
log 4  log 3 D  log 4  D log 3  D  D  D  1,262
log 3 0,47712

Como mostrado a Curva de Kock, apresenta uma dimensão espacial , entre 1 e 2,


a dimensão fracionada significa que devido o detalhamento infinito que a mesma apresenta,
esta ocupa mais espaço do que uma curva convencional, porém menos espaço do que o plano
que a contém. E foi assim, usando métodos criados pelos matemáticos no começo do século e
quase esquecidos, que Mandelbrot encontrou uma maneira de caracterizar as Dimensões
Fractais (GLEICK, 1989).
Para se calcular a dimensão fracionada de fractais com autossimilaridade estrita
pode-se então organizar a função n  m D de modo a apresentar D em função de n e m ,
como mostrado a seguir:

Para que não fique dúvidas em relação a dimensão fractal deve-se atentar para
algumas observações:
 O conceito de dimensão fractal (espacial ou fracionada) se relaciona com a
quantidade de espaço que o objeto ocupa entre Dimensões Euclidianas;
 Independente do número de interações a dimensão permanece a mesma, dessa
forma, geralmente no cálculo da dimensão espacial, se trabalha com os dados da
primeira interação por ser menos trabalhoso;
 Nas figuras perfeitas da Geometria Euclidiana a dimensão espacial coincide com a
dimensão topológica, por isso são representadas por números inteiros, nos fractais
38

isso não acontece necessariamente. A Curva de Koch, por exemplo, têm


dimensão topológica 1 e dimensão espacial aproximadamente 1,262.

3.2.4.2 Calculando a dimensão fractal de qualquer fractal - método "contagem de caixas"

Se um folha de caderno for amassada de maneira a formar uma bola de papel, esta
bola terá dimensão entre dois e três devido aos espaços vazios irregulares que surgiram, ou
seja, quanto menos espaços vazios tiver, mais próxima de três será sua dimensão, do contrário
será mais próxima de dois. Da mesma forma as dimensões de um floco de neve, do sistema
circulatório humano, ou da casca de uma árvore, também possuem dimensão fracionada.
Devido estes fractais terem autossimilaridade estatística, ou seja, serem constituídos por
cópias reduzidas distorcidas do todo, suas dimensões são medidas com valores aproximados
diferentes dos fractais matemáticos onde a dimensão é exata (JANOS, 2008).
Desta forma o método mais geral que pode ser aplicado para se determinar a
dimensão fractal de qualquer tipo de figura é a "contagem de caixas" que em se tratando de
figuras planas é denominada de "contagem de quadrados". O método apresenta um valor
aproximado. Para se calcular, por exemplo, a dimensão fractal de Fernando de Noronha deve-
se inserir o mapa da ilha em uma malha de quadrículos de lado   depois deve-se hachurar e

contar quantos quadrículos n  foram necessário para cobrir todo o objeto. Quanto mais se
reduzir o lado dos quadrículos, mais estreita será a malha e maior será a precisão no cálculo
da dimensão (SERRA; KARAS, 1997).
Para o cálculo da dimensão fractal pelo método contagem de caixas ou quadrados
utiliza-se a seguinte função:

log n
D
log 

Onde:
D = dimensão fractal
n = número de quadrados ou caixas que contém alguma parte do objeto
 = medida de redução
Como observado para figuras planas se utiliza a contagem dos quadrados
(FIGURA 3.2.4.2.1), já para o cálculo da dimensão fractal de objetos de dimensão topológica
3 como uma planta por exemplo é usado a contagem de caixas (FIGURA 3.2.4.2.2).
39

Figura 3.2.4.2.1 - Método Contagem de Caixas - Figura 3.2.4.2.2 - Método Contagem de


Mapa de Fernando de Noronha. Cubos - Planta.
Fonte: Rabay (2013). Fonte: Silva; Boudon (2007).

Para que seja possível verificar a eficiência do método contagem de quadrados


no cálculo da dimensão espacial, a seguir na Figura 3.2.4.2.3 é demonstrado a sua aplicação
em um fractal matemático (curva de Koch) que como visto na Seção 3.2.4.1, possui
dimensão 1,262.

Escala 1:16
Figura 3.2.4.2.3 - Método da contagem de quadrados aplicado a Curva de Kock.
Fonte: Rabay (2013).

Sabendo que:

log n
D , n  33 e   16
log 

Calcula-se a dimensão resolvendo a equação:

log 33 1,519
D D  D  1,261
log16 1,204
40

Como pôde ser observado através do método das caixas chegou-se a um valor
bem próximo da dimensão fractal da Curva de Kock encontrada na Seção 3.2.4.1, através do
método empregado para fractais determinísticos.

3.2.5 Características Fundamentais de um Fractal

Com base nos conceitos e peculiaridades das diferentes categorias de fractais


abordados anteriormente neste trabalho é possível agora enumerar algumas de suas
propriedades.
Conforme Nussenzveig (1999 apud RABAY, 2013) os fractais possuem as
seguintes características:
 Autossemelhança - É a similaridade que uma parte possui com o todo, sendo que
esta semelhança pode ser exata, aproximada ou estatística, porém em qualquer um
desses casos ocorre uma semelhança onde tomada uma porção menor do fractal
esta pode ser vista como uma réplica de todo o fractal numa escala inferior.
 Complexidade infinita - Por mais que se tente ampliar um objeto fractal nunca
será possível ter uma "imagem finalizada", pois mais detalhes vão se mostrando
devido o fractal ter um número infinito de interações, dessa forma, não é possível
representar a imagem completamente.
 Irregularidade - Com o sentido de rugosidade, aspereza (não suavidade) ou
fragmentação;
 Dimensão não inteira - A maioria dos objetos fractais exibem dimensão
fracionária. Este tipo de dimensão representa o grau de ocupação deste no espaço,
que está relacionado com o seu grau de aspereza (irregularidade).
É importante destacar que autossimilaridade e a complexidade infinita são duas
características entre as citadas anteriormente que caracterizam qualquer fractal, ou seja, são as
características fundamentais que todo fractal atende (ALMEIDA, 2006).
41

4 BENOÎT MANDELBROT O "PAI" DOS FRACTAIS

O matemático Benoit Mandelbrot de família judia nasceu em 1924 em Varsóvia,


na Polônia, sua mãe era médica e seu pai vendedor de roupas. Em 1936 a sua família se
mudou para a França, onde Mandelbrot passou a ser educado em casa pelo seu tio, Szolem
Mandelbrot, um renomado matemático e professor do Collège de France. Seu tio optou que
Mandelbrot aprendesse a jogar xadrez antes de conhecer as primeiras letras e de saber a
tabuada. Aos 13 anos, dois anos acima do normal, entrou para a escola oficial. Com o começo
da Segunda Guerra Mundial a família mudou-se para Tulle, no centro da França, onde bons
professores também refugiados da guerra contribuíram para um bom desempenho escolar de
Benoit Mandelbrot. Quando a França foi libertada dos nazistas ao fim da guerra, Mandelbrot
realizou exames de admissão na Escola Normal e na Escola Politécnica, obtendo ótimos
resultados. Além dos bons professores que teve em Tulle, o principal motivo do sucesso de
Mandelbrot, se deve ao dom que o mesmo tinha de ser capaz de dar uma visão geométrica a
maioria dos problemas, geometrizando assim as mais diversas matérias. Ao resolver questões
de cálculo integral chegava as soluções sem muito esforço utilizando desenhos geométricos,
com tamanha originalidade que muitas das vezes conduziam às raízes históricas das próprias
questões (SANTOS; NETO; SILVA, 2007).
Tendo sido aprovado nas escolas a que se candidatou, Mandelbrot escolheu em
primeiro momento a Escola Normal, mas permaneceu por pouco tempo, mudando para Escola
Politécnica onde estudou até concluir seu doutorado. Na época existia o movimento do grupo
Bourbaki fundado pelo seu tio Szolem Mandelbrot. O grupo tinha como membros um número
fixo de jovens matemáticos que buscavam a reconstrução da Matemática Francesa, visando
uma Matemática pura, formal e austera, sem influências de imagens que poderiam levar ao
engano pelo aspecto visual, ou seja, a geometria passou a ser desvalorizada pois não gerava
confiança. A Matemática tornou-se assim mais rigorosa, pautando-se pelo método axiomático.
Mesmo perante as ideias do seu tio, Mandelbrot avesso a abandonar sua intuição geométrica
não suportou o predomínio da abstração imposta por Bourbaki. Mudou-se da França para os
Estados Unidos em 1948, a fim estudar Ciência Aeroespacial, no entanto, conseguiu
posteriormente um cargo na IBM - Centro de Pesquisas Thomas Watson, que na época
recrutava jovens talentos com bons projetos de pesquisa (BARBOSA 2005).
42

Foi na IBM com a ajuda dos seus potentes computadores, que Mandelbrot criou a
Geometria Fractal. Ao trabalhar com problemas de economia, analisou o comportamento
gráfico de preços de algodão, os registros analisadas eram precisos, completos e antigos,
referente a um século ou mais. Quando Mandelbrot processou os dados nos computadores,
percebeu padrões existentes onde misteriosamente, as variações diárias nos preços coincidiam
com as mensais, ou seja, as sequências de variações eram independentes da escala e o mais
surpreendente é que esses dados analisados remontavam a um período conturbado que
vivenciou; duas guerras mundiais e uma depressão (GLEICK, 1989).

Na IBM deparou-se com questões de ruídos nas linhas telefônicas utilizadas em rede
entre os computadores. Mandelbrot soube dos engenheiros que algum ruído não
podia ser eliminado e interferia nos sinais; a aleatoriedade e a irregularidade dos
ruídos afastavam os engenheiros da busca de soluções. Resolveu o problema
empregando um trabalho de Georg Cantor chamado Poeira de Cantor
(BARBOSA,2005, p.12).

Os engenheiros sabiam que a informação era transmitida por pacotes separados


através de corrente elétrica e quanto maior fosse a intensidade da corrente, mais se afastavam
os ruídos, porém perceberam que não era possível eliminá-los por completo. De vez em
quando surgia um erro causado por algum ruído que apagava um sinal. A natureza dos ruídos
de transmissão eram aleatórios, porém sabia-se que ocorria em grupos, onde períodos de
transmissões sem erro eram seguidos de intervalos com erros. Mandelbrot então mostrou uma
maneira de descrever a distribuição dos erros que previa precisamente os padrões vistos,
realizou para isso uma descrição abstrata baseada no fractal Conjunto de Cantor (FIGURA
3.2.3.1.9). No modelo proposto, separações cada vez mais apuradas entre os grupos
supracitados foram realizadas, com isso, Mandelbrot exemplificou para os engenheiros que
dentro de qualquer sequência de erros, por menor que seja, sempre existirá um período de
transmissão ausente de erros, também mostrou que em escalas de uma hora ou um segundo, a
proporção de períodos livres de erro para os períodos cheios de erros permanece constante. Os
engenheiros aprenderam com Mandelbrot que os erros eram inevitáveis e que a melhor
maneira de combatê-los seria usar uma estratégia de redundância para descobri-los e corrigi-
los em vez de aumentar a intensidade da corrente elétrica (GLEICK, 1989).
Mandelbrot desenvolveu ainda a construção e a aplicação de alguns tipos de
Fractais, elaborou teorias matemáticas para métodos de autossemelhanças em probabilidades,
estudou a distribuição das galáxias e com ferramentas dessas nova geometria caracterizou os
movimentos brownianos. Mesmo diante de tantas contribuições importantes, Mandelbrot
encontrou muitas dificuldades para conseguir que outros cientistas aceitassem seu trabalho
43

devido a moda da Matemática da época (FIGURA 4.1), inclusive muitos destes o acusavam
de estar obcecado para conseguir um lugar na história, outros por ter um exagerado
sentimento de superioridade e grandeza. No entanto apesar dos entraves, sua obra publicada
foi de grande impacto e relevância pois mostrou uma nova maneira de ver o mundo
(RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA, 2004).

Figura 4.1 - Matéria sobre a Geometria Fractal de Mandelbrot.


Fonte: RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA (2004).

Mandelbrot chegou à fama tendo recebido vários prêmios, medalhas e honrarias


pelas suas descobertas e feitos, sendo convidado a ocupar vários cargos acadêmicos, dentre os
quais: o de professor de Matemática e Economia em Harvard, professor de Engenharia em
Yale e professor de Fisiologia na Faculdade Einstein de Medicina. Entre os vários trabalhos
publicados merecem destaque a sua primeira obra (Os Objetos Fractais: Forma, Acaso e
Dimensão) lançada em 1975 e sua obra reformulada e a mais famosa (A Geometria Fractal da
Natureza) publicada em 1977 (RICIERI, 1990).
Objetos naturais muito diversos, alguns dos quais, como a Terra, o céu e o oceano,
nos são bastante familiares, são estudados com a ajuda de uma grande família de
objetos geométricos, até agora considerados esotéricos e perfeitamente inúteis.
Pretendo mostrar, pelo contrário, que estes objetos, pela sua simplicidade,
diversidade e extraordinária extensão das suas novas aplicações, merecem ser
rapidamente integrados na geometria elementar. Apesar de o seu estudo fazer parte
dos campos científicos diferentes, entre os quais a geomorfologia, a astronomia e a
teoria de turbulências, os objetos naturais em questão têm em comum uma forma
extremamente irregular ou interrompida. Para os estudar, concebi, aperfeiçoei e
utilizei extensivamente uma nova geometria da natureza. (MANDELBROT apud
RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA, 2004, p. 19).

Benoît Mandelbrot, faleceu aos 85 anos, vítima de um câncer no pâncreas no dia


14 de outubro de 2010, em Cambridge, nos Estados Unidos, onde vivia com a família
(ROTHMAN, 2010).
44

5 APLICAÇÃO DOS FRACTAIS NAS CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

No presente com o desenvolvimento das tecnologias, principalmente a


informática, tornou-se possível o estudo e a aplicação cada vez mais frequente da Geometria
Fractal no desenvolvimento de várias tecnologias e no estudo dos mais diversos fenômenos
das mais diferentes áreas do conhecimento como a Física, Medicina, Economia, Geografia,
Biologia, etc.
Na Medicina a Geometria Fractal ajuda no estudo da anatomia do corpo humano
assim como também de muitos animais. A rede de vasos do sistema sanguíneo, por exemplo,
possui natureza fractal; da artéria aorta aos capilares, ocorrem tantas ramificações que nestes
os glóbulos sanguíneos são obrigados a se mover em fila indiana, devido o caminho ficar cada
vez mais estreito, com isso o sistema circulatório procura apertar em um volume limitado,
uma enorme área de superfície, permitindo assim que nos tecidos cada célula não esteja mais
de três ou quatro células de distância de um vaso sanguíneo, Figura 5.1. No aparelho digestor,
se observa ondulações dentro de ondulações o que garante uma maior absorção dos nutrientes,
Figura 5.2. Os pulmões humanos também têm a capacidade de acomodar uma espantosa área
de superfície, sendo superior a uma quadra de tênis, garantindo uma maior absorção de
oxigênio, Figura 5.3. Como outros exemplos de estruturas do corpo humano que possuem
comportamento fractal, pode-se citar ainda o sistema coletor urinário, sistema linfático, o
cérebro e o canal biliar do fígado (GLEICK, 1989).

Figura 5.1 - Vasos Figura 5.2 - Ondulações do Figura 5.3 - Pulmão humano.
sanguíneos do corpo Intestino humano. Fonte: Oliveira (2008).
humano. Fonte: SANTOS; NETO; SILVA
Fonte: SUAREZ (2013) (2007).

Com base no comportamento dos objetos fractais onde a partir de regras simples é
possível construir estruturas complexas, ao analisar estruturas fractais identificadas nos seres
45

vivos, Santos; Neto e Silva (2007) dão a seguinte explicação para que a natureza tenha esse
comportamento:
Mostra-nos uma forma de como a natureza pode sustentar a evolução de seres vivos
complexos sem haver necessidade de guardar demasiada informação. Os «planos de
construção» podem, deste modo, ser codificados em menor quantidade de
informação (basta armazenar no DNA as sementes iniciais e as regras de interação) e
esses planos seriam desenvolvidos iterando as respectivas regras.

Ainda na Medicina, a Geometria Fractal possui aplicações no diagnóstico de


muitas doenças, por exemplo, insuficiência cardíaca e alguns tipos de cânceres. Conforme
estudos já realizados é comprovado que um coração saudável bate em um ritmo fractal, e que
batimentos quase periódico, é um sintoma de insuficiência cardíaca. Já o diagnóstico de
alguns tumores cancerosos é possível devido estes possuírem dimensão fractal superior à dos
tecidos normais (FIGURA 5.4), ou seja, quanto mais agressivo for câncer, mais tortuosa e
infiltrada será as bordas do tumor.(NOVAKI; BARANKIEVICZ; SILVA, 2012).

Tecido normal Tecido canceroso

Figura 5.4 - Prognóstico de neoplasias da mucosa oral.


Fonte: Zavala (2007).

Na Pintura tem-se como exemplos as obras de alto valor do artista plástico Jason
Pollock (1912-1956) que se apresentam como um emaranhado caótico de pingos de tintas,
(FIGURA 5.5). Para descobrir se uma obra é falsa, especialistas analisam se esta possui
comportamento fractal característico das obras de Pollock que os falsários não conseguem
reproduzir, onde cada parte da pintura ampliada se assemelha ao todo original (SANTOS;
NETO; SILVA, 2007).
46

Figura 5.5 - Pintura do artista Pollock.


Fonte: Santos; Neto e Silva (2007).

Na Computação Gráfica a aplicação da Geometria Fractal é um dos campos


mais promissores devido ser bastante útil ao cinema, em Hollywood, por exemplo, utiliza-se
para se obter efeitos especiais como explosões e na criação de paisagens artificiais mais
realistas, como rios, conjunto montanhosos e plantas (GLEICK, 1989). Na Figura 5.6 é
possível visualizar algumas dessas paisagens.

Figura 5.6 - Paisagens falsas geradas por computação gráfica.


Fonte: RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA (2004).

Outra vantagem das imagens fractais geradas por algoritmos se deve ao fato de
economizarem a memória do computador, que é a parte mais cara, isso ocorre porque os
pontos que geram tais paisagens são calculados um a um através de transformações
matemáticas, dessa forma são consumidos apenas, poucos kilobytes referente ao
armazenamento da fórmula em vez de consumir megabytes de memória para guardar uma
imagem completa (JANOS, 2008). "Dizem que uma imagem pode substituir mil palavras. No
caso, um único fractal pode ocupar o espaço de 100 000 palavras na memória do computador"
(OLIVEIRA, 2008).
Na Música, a partir de alguns fractais, trabalhos em programas computacionais
pode-se criar as músicas fractais, o processo das melodias ocorre de diferentes maneiras, as
notas musicais podem se guiar, por exemplo, pela ordem de construção do fractal, ou pelas
47

cores do fractal criando assim a canção. O Conjunto de Mandelbrot é um dos fractais mais
utilizados na construção de música Fractal. Como exemplo de algumas bandas tem-se a "New
World Chaos", uma banda de música Fractal e a "Omar´s Basement", uma banda de jazz que
utilizou em 1985 em um show na Austrália, um piano tocado por um computador, baseado em
um programa fractal. No entanto merece destaque nesse estilo de música o compositor Phil
Thompson, o mais conceituado autor de música Fractal na atualidade (RESENDE; NEVES;
CASTANHEIRA, 2004).
Nas Tecnologias a Geometria Fractal tem várias aplicações como antenas fractais
e fibras ópticas fractais. As antenas fractais, por exemplo, passaram a ser utilizadas pela
Motorola em seus aparelhos portáteis (celulares), pois segundo a empresa estas são até 25%
mais eficiente do que as convencionais, com a vantagem de aumentar a capacidade de
transmissão e de funcionar em várias frequências, (FIGURA 5.7). Quanto a aplicação nas
fibras ópticas, foi comprovado que a melhor forma de empacotamento destas fibras são
aqueles que têm bordas fractais, o que proporciona um melhor contraste de imagem,
(FIGURA 5.8). Está tecnologia foi adquirida pela Incom em 1994. (INSTITUTO..., 2014).

Figura 5.7 - Antenas fractais. Figura 5.8 - Empacotamento de fibras


Fonte: INSTITUTO (2014). ópticas.
Fonte: INSTITUTO (2014).

Em fotografias a ampliação de uma imagem ocorre a custa da “clonagem” de


pixels, que procuram preencher as áreas vazias de informação, no entanto esse artifício usado
nas câmeras nem sempre garantem uma imagem de qualidade, tornando a imagem difusa a
medida em que esta é aumentada. No entanto se em vez de pixels forem usados Fractais cria-
se imagens que independem da resolução. Imagens geradas através de Geometria Fractal
podem ser ampliadas em dimensões impensáveis sem perda evidente de qualidade
(RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA, 2004).
Aplicação da Geometria Fractal na Teoria do Caos. A Teoria do Caos teve início
com os estudos do matemático e meteorologista norte americano Edward Norton Lorenz
(1917) em 1960, que percebeu que fenômenos complexos e aparentemente aleatórios, como a
48

previsão do tempo poderiam ser traduzidos por equações matemáticas simples. Dessa forma
Lorenz construiu modelos computacionais baseados em doze equações que modelavam os
fatores que influenciavam o tempo (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, 2014).
Lorenz percebeu também que num sistema dinâmico, pequenas alterações no seu início
podem provocar alterações desproporcionais, fenômeno este conhecido como "Efeito
Borboleta", uma metáfora que diz que o pequeno deslocamento de ar originado pelo bater das
asas de uma borboleta deste lado do mundo pode promover uma imensa tempestade do outro
lado do planeta (ADAMI, 2013). As observações de Lorenz desse modo deram o pontapé
inicial a Teoria do Caos, pois ele percebeu que em meio a situações consideradas
imprevisíveis e caóticas existe uma certa ordem.
O Caos portanto é um estado muito complexo, que se caracteriza pela aparente
imprevisibilidade de comportamento e também pela grande sensibilidade a mínima mudanças
na variação do sistema ou nas condições iniciais. Dessa forma, a Teoria do Caos procura
encontrar padrões de organização dentro de todos os comportamentos aparentemente casuais.
Estas características levam a teoria do Caos a estar intimamente ligado com a Geometria
Fractal, onde suas estruturas fragmentadas, extremamente belas e complexas, fornecem certa
ordem ao sistemas caóticos, sendo muita das vezes até considerada como a linguagem do
Caos, que busca a ordem em meio a aparente desordem (OLIVEIRA, 2008).
Dessa forma vários fenômenos, antes ditos aleatórios, através da Geometria
Fractal tornou-se possível compreendê-los encontrando padrões em diferentes escalas que
levam ao entendimento de como o sistema se comportará como um todo ao longo do tempo,
como por exemplo, as variações da economia, turbulência nos fluidos, aglomerações estelares,
variação populacional de espécies e produção agrícola (RABAY, 2013). Pode-se assim dizer
que a ciência Caos no presente, devido ao desenvolvimento principalmente da informática,
tem aplicação nas mais diversas áreas. Como exemplo, em 1997, dois norte americanos
ganharam o Prêmio Nobel de Economia, por desenvolverem uma fórmula capaz de prever
aplicações financeiras (RESENDE; NEVES; CASTANHEIRA, 2004).

Os mais ardentes defensores da nova ciência chegam ao ponto de dizer que a ciência
do século xx será lembrada apenas por três coisas: a Relatividade, a Mecânica
Quântica e o Caos. O Caos, dizem eles, tornou-se a terceira grande revolução do
século nas ciências físicas (GLEICK, 1989, p. 5).
49

6 SUGESTÕES DE ATIVIDADES SOBRE CONSTRUÇÃO E


APLICAÇÃO DE FRACTAIS NO ENSINO DE SEQUÊNCIAS E
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS

Com o intuito de despertar a curiosidade e entusiasmo do aluno para o assunto de


Geometria Fractal, serão apresentados algumas sugestões de atividades neste capítulo para
serem desenvolvidas em sala de aula. A atividade 1, tem o intuito de exemplificar de forma
concreta a relação existente entre a Geometria Fractal e Teoria do Caos. As demais atividades
baseadas na construção de alguns fractais matemáticos com materiais concretos aborda a
aplicação desta geometria interligada com os conteúdos da Matemática como Sequências e
Progressões Geométricas, além de abordar conceitos relativos às características dos fractais,
como: autossemelhança, interações infinitas, etc.
Segundo Nunes (2010 apud BEMFICA; ALVES, 2011)

A exploração da Geometria Fractal, em contexto de sala de aula, proporciona o


desenvolvimento das atitudes, dos valores e das competências dos alunos, na medida
em que promove a curiosidade e o gosto de aprender, de pesquisar e de investigar;
impulsiona a utilização da Matemática na interpretação do real, reconhecendo
formas e processos que envolvem conceitos matemáticos; [...] promove a pesquisa
de padrões e regularidades formulando em seguida generalizações em situações
diversas, nomeadamente em contextos numéricos e geométricos.

A atividade 1 foi adaptada do livro Geometria Fractal de Janos (2008), as


atividades 2, 3, 4, 5 e 6 foram adaptadas do livro, Descobrindo a Geometria Fractal de
Barbosa (2005) e a atividade 7 foi adaptada do Trabalho de Conclusão de Curso de Teixeira
(2010).

6.1 ATIVIDADE 01 - "JOGO DO CAOS"

A fim de mostrar de forma mais dinâmica conceitos da Geometria Fractal e a


relação que esta tem com a teoria do Caos, o professor poderá utilizar como abordagem
inicial do assunto uma atividade bastante lúdica, conhecida como o "Jogo do Caos". Esta
atividade mostra de forma interativa a criação de um fractal, a partir de interações
matemáticas e também permite ao aluno verificar que é possível encontrar ordem em sistemas
aparentemente aleatórios, levando assim a uma melhor compreensão dos conceitos de fractais,
caos e autossimilaridade.
50

Conforme Janos (2008), a construção da atividade ocorre da seguinte forma:


 Em uma folha de papel construa um triângulo equilátero ABC e marque um ponto
inicial Z0 fora do triângulo (FIGURA 6.1.1).
 De posse de um dado faça as seguintes convenções: Se ao ser lançado der 1 ou 2
seleciona-se o ponto A; se der 3 ou 4 seleciona-se o ponto B e, se sair 5 ou 6 deve-
se selecionar o ponto C. Suponha-se que o dado foi lançado e que saiu o número
2 que corresponde ao ponto A.
 Ligue Z0 com A e marque Z1 na metade da distância Z0A.
 Jogando o dado novamente, suponha que deu 5, que equivale a C; ligue Z1 com C
e marque Z2 na metade de Z1C.
 Deve-se repetir o procedimento diversas vezes, sempre marcando os pontos Zn,
quanto maior o número de interações mais evidente ficará a imagem do fractal.

Figura 6.1.1 - Jogo do Caos.


Fonte: Nunes (2006).
51

Através desta atividade pretende-se chamar a atenção dos alunos para o assunto,
mediante a estrutura extremamente ordenada que se forma a partir do conjunto de infinitos
pontos aleatórios obtidos através dos sorteios realizados e que assim se sintam entusiasmados
e curiosos em conhecer mais sobre esta geometria que põe ordem ao caos, ou em outras
palavras, que procura padrões "escondidos" dentro de fenômenos vistos como aleatórios . A
Figura 6.1.2 a seguir mostra os resultados visuais obtidas mediantes algumas interações
realizadas.

500 interações 5000 interações 50000 interações

Figura 6.1.2 - Algumas interação do Jogo do Caos.


Fonte: Nunes (2006).

6.2 ATIVIDADE 02 - FRACTAL TRIÂNGULO DE SIERPINSKI

Materiais para construção: Malha triangulada e lápis de cor (ou pincel).


Etapas de construção:
1. Deve-se considerar um triângulo equilátero (NÍVEL 0);
2. Marcar os segmentos dos pontos médios originando quatro triângulos equiláteros;
3. Eliminar (remover) o triângulo central o que pode ser codificado, por exemplo,
através de uma cor diferente da cor do triângulo inicial, (NÍVEL 1);
4. Repetir em cada um dos triângulos que permaneceram as construções 2 e 3;
5. Repetir o passo 4 sucessivamente, como pode ser visto na Figura 6.2.1.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 6.2.1 - Interação do Triângulo de Sierpinski até o nível 4.


52

Sendo L0 o comprimento do segmento inicial e A0 a área inicial temos:

Tabela 6.2.1 - Análise das interações do Triângulo de Sierpinski.

Nível 0 1 2 3 ... n-ésima

Número de
triângulos 1 31  3 32  9 33  27 ... 3n

Comprimento 1 L 1 L 1 L L
L .L .L .L ...
do lado 21
2 2 2
4 2 3
8 2n

Área de cada 1 A 1 A 1 A A0
A0 . A0  0 . A0  0 . A0  0 ...
triângulo 41
4 4 2
16 4 3
64 4n
1 3 n
 3 3A 2 3 27 A0 3
Soma das A0   . A0  0  3 9A   . A0    . A0
Áreas 4 4   . A0  0 4 64 ... 4
4 16

Exemplos de aplicações
1ª) Verifique se cada sequência dada é uma progressão geométrica. Em caso positivo, diga se
é crescente ou decrescente e dê o valor da razão q :

 A A A 
a) (1, 2, 3, 9, 27...) c)  A0 , 0 , 0 , 0 ,...
 4 16 64 

 3 A 9 A 27 A0 
 L L L  d)  A0 , 0 , 0 , ,...
b)  L, , , ,...  4 16 64 
 2 4 8 

Respostas:
a) (1, 2, 3, 9, 27...)

3n 3n 1
q n 1
 q  n 1
 q   q  3 (PG crescente)
3 3 .3 1
3

 L L L 
b)  L, , , ,...
 2 4 8 
53

L
n L 2 n1 2 n. 2 1 1
q 2 q n. q n
 q  2 1  q  (PG decrescente)
L 2 L 2 2
2 n1

 A A A 
c)  A0 , 0 , 0 , 0 ,...
 4 16 64 

A0
n A 4 n1 4 n. 4 1 1
q  4  q  n0 . q n
 q  4 1  q  (PG decrescente)
A0 4 A0 4 4
4 n1

 3 A 9 A 27 A0 
d)  A0 , 0 , 0 , ,...
 4 16 64 

n n
3 3
  A0  
q   n1  q  4
4 1 1 3
n 1
q 1
q q (PG decrescente)
3 3 3 3 4 4
  A0   .    3
4 4 4 4

2ª) No Triângulo de Sierpinski matematicamente sempre será possível fazer novas interações,
ou seja o processo é infinito. Dessa forma a área total removida se aproxima de qual valor?
Resposta:
A área total removida é igual a soma de todas as áreas relativas aos novos
triângulos removidos nas n interação. Sendo assim analisando as interações pode-se
encontrar os seguinte dados:
A0
Área removida na 1ª interação =
4
A0 3 A0
Área removida na 2ª interação = 3. 
16 16
A0 9 A0
Área removida na 3ª interação = 9. 
64 64
A área removida por interação é uma sequência, mais precisamente uma PG
decrescente:

 A0 3 A0 9 A0 
 , , ,...
 4 16 64 
54

Calculando a razão:

3 A0
a2 3A 4 3
 16  0 . 
a1 A0 16 A0 4
4
9 A0
a3 9 A 16 3
 64  0 . 
a 2 3 A0 64 3 A0 4
16

Aplicando a fórmula da soma dos termos de uma PG infinita,

a1
S
1 q

temos,

A0 A0
A
S  4  4  0 . 4  A0
3 1 4
1
4 4

Assim, o valor total da área removida converge para o mesmo valor da área do
triângulo inicial.

3ª) Qual a área restante no Triângulo de Sierpinski na quinta interação?


Resposta:
Observação: Analisando a tabela percebe-se que qualquer n interação no fractal
equivale ao termo a n1 da PG (soma das áreas). Sendo assim, a 5ª interação corresponde ao

termo a6 da PG.
Dessa forma segue-se:
Área restante na 5ª interação, Ar  a1 . q n1 ,
3
Onde: q  e n6
4

5
3 243 A0
Ar  A0 .    Ar   Ar  0,24 A0
4 1024
55

6.3 ATIVIDADE 03 - FRACTAL CARPETE DE SIERPINSKI (TAPETE DE SIERPINSKI)

Materiais para construção: Malha quadriculada e lápis de cor (ou pincel).


Etapas de construção:
1. Considera-se um quadrado, divida-o em nove quadrados congruentes;
2. Elimine (remova) o central o que pode ser codificado, por exemplo, através de
uma cor diferente da cor do quadrado inicial, (NÍVEL 1);
3. Repetir em cada um dos quadrados não eliminados as construções 2 e 3;
4. Repetir o passo 4 sucessivamente e interativamente, como pode ser visto na
Figura 6.3.1.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Figura 6.3.1 - Interação do Carpete de Sierpinski até o nível 3.

Sendo L0 o comprimento do segmento inicial e A0 a área inicial temos:

Tabela 6.3.1 - Análise das interações do Carpete de Sierpinski.

Nível 0 1 2 3 ... n-ésima

Número de
1 81  8 82  64 83  512 ... 8n
quadrados

Comprimento 1 L 1 L 1 L L
L .L .L .L ...
do lado 31
3 3 2
9 33
29 3n

Área de cada A0 1 A 1 A 1 A A0
1
. A0  0 2
. A0  0 3
. A0  0 ...
quadrado 9 9 9 81 9 729 9n
1 2 3 n
Área total 8 8A 8 64 A0 8 512 A0 8
(área
A0   . A0  0   . A0    . A0  ...   . A0
9 9 9 81 9 729 9
restante)
56

Exemplos de aplicações
1ª) Verifique se cada sequência dada é uma progressão geométrica. Em caso positivo, diga se
é crescente ou decrescente e dê o valor da razão q :

a) 1, 8, 64, 512,...  A A A 


c)  A0 , 0 , 0 , 0 ,...
 9 81 729 

 L L L   8 A 64 A0 512 A0 
b)  L, , , , d)  A0 , 0 , , ,...
 3 9 27   9 81 729 

Respostas:
a) 1, 8, 64, 512,...

8n 8n 1 1
q  n1  q  n 1  q  1  q   q  8 (PG crescente)
8 8. 8 8 1
8

 L L L 
b)  L, , , ,
 3 9 27 

L
n L 3n1 3n1 3n. 31 1
q 3 q n. q n q n
 q  31  q  (PG decrescente)
L 3 L 3 3 3
3n1

 A A A 
c)  A0 , 0 , 0 , 0 ,...
 9 81 729 

A0
n A 9 n1 9 n1 9 n. 9 1 1
q  9  q  n0 . q n q n
 q  9 1  q  (PG decrescente)
A0 9 A0 9 9 9
9 n1

 8 A 64 A0 512 A0 
d)  A0 , 0 , , ,...
 9 81 729 
57

n n
8 8
  . A0   . A0
q   n1 9
9 1 1 8
q n 1
q 1
q q (PG decrescente)
8 8 8 8 9 9
  . A0   .   A0   8
9 9 9 9

2ª) No Carpete de Sierpinski, nos níveis 1, 2 e 3 são retirados respectivamente 1, 8 e 64


quadrados. Sabendo que essa quantidade de quadrados retirados por interação a partir do
nível 1 em diante se configura uma PG de razão 8. Qual a quantidade total de quadrados
retirados no Carpete de Sierpinski até o 5º nível?
Resposta:
Como qualquer n interação no fractal equivale ao termo an da PG (número de

quadrados retirados por interação). Sendo assim, o 5º nível corresponde ao termo a5 da PG.

Dessa forma, a soma de todos os quadrados retirados até o 5º nível é:

Sn 

a1 q n  1 
, para q  1
q 1

Como a1  1 , q  8 e n  5 , temos:

Sn 

1 85  1 
 Sn 
1 32768  1
 Sn 
32767
 S n  4681
8 1 7 7

Logo, a soma total de quadrados retirados até o 5º nível é de 4681 quadrados.

3ª) No Carpete de Sierpinski matematicamente sempre será possível fazer novas interações,
ou seja o processo é infinito. Dessa forma a área final (área que resta) se aproxima de qual
valor?
Resposta:
A área final é igual a área inicial menos a soma de todas as áreas relativas aos
novos quadrados removidos nas n interação.
Sendo assim, analisando-se as interações pode-se encontrar os seguinte dados:
A0
Área removida na 1ª interação =
9
A0 8A
Área removida na 2ª interação = 8. . 0
81 81
58

A0 64 A0
Área removida na 3ª interação = 64. 
729 729
A área removida por interação é uma sequência, mais precisamente uma PG
decrescente:

 A0 8 A0 64 A0 
 , , ,...
 9 81 729 

Calculando a razão:

8 A0
a2 8A 9 8
 81  0 . 
a1 A0 81 A0 9
9
Fórmula da soma dos termos de uma PG infinita:

a1
S
1 q

A0 A0
A
S  9  9  0 . 9  A0
8 1 9
1
9 9

a1
Área final = A0  S  A0   A0  A0  0
1 q

O valor total da área removida converge para o mesmo valor da área inicial  A0 
do quadrado, ou seja, a área restante no Triângulo de Sierpinski converge para zero.

6.4 ATIVIDADE 04 - FRACTAL CONJUNTO DE CANTOR (POEIRA DE CANTOR)

Materiais para construção: Malha quadriculada e lápis de cor (ou pincel).


Etapas de construção:
1. Considere um segmento de reta (NÍVEL 0);
2. Divida-o em três partes iguais e elimine a central, (NÍVEL 1);
3. Repetir a construção 2 em cada segmento sucessivamente e interativamente, como
pode ser visto na Figura 6.4.1.
59

Nível 0

Nível 1

Nível 2

Nível 3
Figura 6.4.1 - Interação do Conjunto de Cantor até o nível 3.

Sendo L o comprimento do segmento inicial, temos:

Tabela 6.4.1 - Análise das interações do Conjunto de Cantor.


Quantidade de Comprimento de Comprimento total
interação
segmentos cada segmento do conjunto

0 1 L L

1 1
1 L 2 2L
1 2 2
1
  .L   .L
3 3 3 3

2 2
1 L 2 4L
2 2 4
2
  .L   .L
 3 9 3 9

3 3
1 L 2 8L
3 23  8   .L   .L
3 27 3 27

... ... ... ...

n n
1 2
n-ésima 2 n
  .L   .L
3 3

Exemplos de aplicações
1ª) Verifique se cada sequência dada é uma progressão geométrica. Em caso positivo, diga se
é crescente ou decrescente e dê o valor da razão q :

a) 1, 2, 4, 8,

 L L L 
b)  L, , , ,
 3 9 27 
60

 2 L 4 L 8L 
c)  L, , , ,
 3 9 27 

Respostas:
a) 1, 2, 4, 8,

2n 2n 1 1
q n 1
 q  n 1
 q  1  q   q  2 (PG crescente)
2 2 .2 2 1
2
 L L L 
b)  L, , , ,
 3 9 27 

n n
1 1
  L   L
q  3
q  3 q
1
q
1
(PG decrescente)
n 1 n 1 1
1 1 1 1 3
  L   .  L  
3  3  3  3

 2 L 4 L 8L 
c)  L, , , ,
 3 9 27 

n n
2 2
  L   L
q  3
q 3 q
1 1
q q
2
(PG decrescente)
n 1 n 1 1
2 2 2 2 3 3
  L   .  L   2
3 3 3 3

2ª) Qual o número de interações deve-se realizar no Conjunto de Cantor para se obter 512
segmentos?
Resposta:
Fórmula do termo geral de um PG:

an  a1 . q n1

512  1 . 2 n1  29  2 n1  9  n  1  n  10

Logo,

a10  512
61

Observação: Analisando a tabela percebe-se que qualquer n interação no fractal


equivale ao termo a n1 da PG (quantidade de segmentos). Sendo assim, o termo a10 desta PG
equivale a interação 9. Portanto para se obter 512 segmentos no conjunto de cantor deve-se
realizar 9 interações.

3ª) Analisando os dados da tabela, a medida que as interações aumentam no conjunto de


cantor o que acontece matematicamente com:
a) O número de segmentos?
b) O comprimento de cada segmento?
c) O comprimento total ou seja a soma dos segmentos restantes do conjunto?
Respostas
a) O número de segmentos aumentam infinitamente.
b) O comprimento dos segmentos ficam menor a cada interação aproximando-se cada vez
mais de zero.
c) O comprimento total tende a zero, mesmo restando infinitos pontos.

6.5 ATIVIDADE 05 - FRACTAL CURVA DE KOCK

Materiais para construção: Malha pontilhada, régua e pincel.


Etapas de construção:
1. Desenhe um segmento de reta com comprimento unitário, (Nível 0);
2. Divida o segmento em três partes de mesmo tamanho e retire a parte central, no
lugar construa um triângulo equilátero e depois remova sua base (Nível 1);
3. Repita construção interativamente e sucessivamente quantas vezes for necessário,
conforme a Figura 6.5.1.

Nível 0 Nível 1

Nivel 2 Nivel 3

Figura 6.5.1 - Interação da Curva de Kock até o nível 3.


62

Sendo L o comprimento do segmento inicial, temos:

Tabela 6.5.1 - Análise das interações da Curva de Kock.


Comprimento do
Níveis de interação Nº de segmentos Comprimento total
segmento

0 1 L L

1
1 L L 4L

1 4 4
1
  .L 4.
3 3 3 3

2
1 L L 16 L

4  16   .L 4 2.
2
2
 3 9 32 9

3
1 L L 64 L

4  64   .L 43.
3
3
3 27 33 27

... ... ... ...

n n
1 4
n-ésima 4 n
  .L   .L
3 3

Exemplos de aplicações
1ª) Verifique se cada sequência dada é uma progressão geométrica. Em caso positivo, diga se
é crescente ou decrescente e dê o valor da razão q :

a) 1, 4, 16, 64,

 L L L 
b)  L, , , ,
 3 9 27 

 4 L 16 L 64 L 
c)  L, , , ,
 3 9 27 

Respostas:
a) 1, 4, 16, 64,
63

4n 4n 1 1
q n 1
 q  n 1
 q  1  q   q  4 (PG crescente)
4 4 .4 4 1
4

 L L L 
b)  L, , , ,
 3 9 27 

n n
1 1
  L   L
q  3
q  3 q
1
q
1
(PG decrescente)
n 1 n 1 1
 
1    
1 1  
1 3
  L   .  L  
3  3  3  3

 4 L 16 L 64 L 
c)  L, , , ,
 3 9 27 

n n
4 4
  L   L
q   n1  q  3
3 1 4
n 1
q 1
q (PG crescente)
4 4 4 4 3
  L   .  L  
3 3 3 3

2ª) Determine o número de segmentos da sexta interação da Curva de Kock?


Resposta:
Como o número de interações da Curva de Kock vai de 0 (zero) a mais infinito e o
número de termos da PG gerada pela quantidade de segmentos vai de a1 a mais infinito,
ocorre que, a sexta interação da Curva de Kock equivale ao termo a 7 da PG. Dessa forma
verifica-se que:

a7  a1 . q 71  a7  1 . 46  a7  4097

Logo, na sexta interação da Curva de Kock, existem 4097 segmentos.

3ª) Se no nível 0 (nível inicial) a Curva de Kock possui um comprimento de 100 cm. Qual
será o comprimento desta curva em metros quando for realizada a 5ª interação?
Resposta:
64

Analisando a tabela percebe-se que qualquer n interação no fractal equivale ao


termo a n 1 da PG (comprimento total). Sendo assim, a 5ª interação corresponde ao termo a 6
da PG.
Dessa forma considerando-se a fórmula do termo geral de uma PG:

an  a1 . q n1

e, como 100 cm = 1 m, então,

61 5
4 4 1024
a6  1.    a6  1.    a6 
3 3 243

a 6 = 5ª interação  4,21 metros

6.6 ATIVIDADE 06 - FRACTAL TRIMINÓ

Materiais para construção: Malha quadriculada e lápis de cor (ou pincel).


Etapas de construção:
1. Deve-se realizar a conexão de três quadrados em forma de L, que será o fractal de
nível 1;
2. Depois deve-se substituir cada peça quadrada por um triminó L (fractal 1, que
corresponde a construção utilizando três figuras iguais) obtendo assim o fractal de
nível 2;
3. Novamente para a construção do fractal de nível 3 deve-se substituir cada quadrado
por um fractal de nível 1;
4. Aplique o procedimento sucessivamente e interativamente até chegar no nível
pretendido, conforme exemplificado na Figura 6.6.1.

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Figura 6.6.1 - Interação Fractal Triminó até o nível 4.


65

Tabela 6.6.1 - Análise das interações do Fractal Triminó.


Nível de interação Número de quadrados
0 1

1 31  3

2 32  9

3 33  27

4 34  81

... ...

n-ésima 3n

Exemplos de aplicações
1ª) Quantas peças são necessárias para construir um fractal trimino com 7 interações?
Resposta:
Verificar se a sequência 1, 3, 9, 27, 81,, 3 
n
representada pelo total de
quadrados por interação é uma PG.

3n 3n 1
q n 1
 q  n 1
q q3
3 3 .3 1
3

Logo a sequência é uma PG crescente de razão 3, portanto pode-se aplicar a


fórmula do termo geral de uma PG:

an  a1 . q n1

Observação: Analisando a tabela percebe-se que qualquer n interação no fractal Triminó


equivale ao termo a n 1 da PG (número de quadrados). Sendo assim, a 7ª interação

corresponde ao termo a8 desta PG.


Dessa forma, realiza-se o seguinte cálculo:

a8  a1 . q 81  a8  a1 . 37  a8  2187 peças


66

2ª) O que acontece com o número de quadrados a cada nova interação no fractal triminó?
Esses valores representam uma sequência?
Resposta:
O número de quadrados aumenta, de forma infinita, pois matematicamente é
 
impossível representar todas as interações possíveis. Os valores 1, 3, 9, 27, 81, 243, , 3n ,
referente ao número de quadrados por interação em ordem crescente representam uma
sequência crescente, mais precisamente uma PG de razão q  3 , pois:

3n 3n 1
q n 1
 q  n 1
q q3
3 3 .3 1
3

3ª) Em qual interação o Fractal Triminó atinge 2187 peças?


Resposta:
Termo geral de uma PG:

an  a1 . q n1

Logo:

2187  1 . 3n1  37  3n1  n  1  7  n  8  a8  2187

Observação: Como qualquer n interação no fractal equivale ao termo a n 1 da PG


(número de quadrados). O fractal triminó possui 2187 peças na interação 7 que corresponde
ao termo a8 .

6.7 ATIVIDADE 07 - FRACTAL POR DOBRADURAS E CORTES - FORMA DE


PARALELEPÍPEDO

Materiais para construção: Folha de papel cartão, régua, tesoura (ou estilete) e
lápis.
Passos para construção:
1. Pegue uma folha de tamanho A4;
2. Dobre a folha ao meio, ao longo de sua altura;
67

3. Com a folha dobrada ao meio, faça dois cortes verticais simétricos a uma distância
x a x x
das extremidades da folha, de altura . Observe que: a  2.  ;
4 2 4 2
4. Dobre o retângulo formado para cima, fazendo um vinco na dobra;
5. Volte o retângulo dobrado para a posição inicial e puxe o centro da figura em
relevo. Pode-se dizer que esta é a primeira geração do cartão fractal.

Passo 1 e 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5(1ª interação)

Figura 6.7.1 - Construção da primeira interação do fractal por dobraduras.

6. Dobre a folha novamente, pois as gerações serão obtidas seguindo os mesmos


passos do item 3 ao item 5, porém em uma escala menor, apenas na região dobrada.
7. Dobre o retângulo para cima, fazendo um vinco na dobra.
8.Volte o retângulo dobrado para a posição inicial e puxe a figura em relevo. Neste
momento, tem a primeira e a segunda geração do cartão fractal.

Passo 6 Passo 7 Passo 8(2ª interação)

Figura 6.7.2 - Construção da segunda interação do fractal por dobraduras.

9. Para obter mais gerações, repita esse processo enquanto for possível realizar os
cortes e as dobraduras no papel, sempre usando a regra de corte estabelecida no
passo 3. Por fim, desdobre todos os recortes e puxe as figuras em relevo. A Figura
6.7.3 mostra a 3ª geração do Fractal por Dobraduras e Cortes.
68

Passo 9 (3ª interação)

Figura 6.7.3 - Construção da terceira interação do fractal por dobraduras.

Tabela 6.7.1 - Análise das interações do Fractal Dobraduras e Cortes.


Nº de Volume total
Níveis de
paralelepípedos Volume do novo paralelepípedo (Soma dos volumes de
interação
novos todos os paralelepípedos)
2
a a3 a3 a3
0 1   a  0 2 
2 2 2 4 4

2
a a a a3 a 3 5a 3
3
a3 a3
1 2     5  3 2   2. 
4 2 2 2 2 32 4 32 16

2
a a a 5a 3 a3 21a 3
3
a3 a3
2 4        4. 
8 4 2
8
26  2 2 256 16 256 64

... ... ... ...

a3 a3   1  n1 
n-ésima 2 n
1    
2 3n  2 3   4  
69

Exemplos de aplicações
1ª) Verifique se cada sequência dada é uma progressão geométrica. Em caso positivo, diga se
é crescente ou decrescente e dê o valor da razão q :

a) 1, 2, 4, 8,

 a3 a3 a3 
b)  , , , 
 4 32 256 

Respostas:

a) 1, 2, 4, 8,

2n 2n 1 1
q n 1
 q  n 1
 q  1  q   q  2 (PG crescente)
2 2 .2 2 1
2

 a3 a3 a3 
b)  , , , 
 4 32 256 

a3 a3 a3
3
2 3n  2
2 3n  2
2 3n 2 1 3 1 1
q q q 3 q  q  1. 2    
2
3 3
a a a 1 1 8
3 n 1 2 3 n 3 2 3n 2
. 3 3
2 2 2 2 2
(PG decrescente)

2ª) Analisando o processo de construção do fractal e a tabela de valores referentes as


interações, diga o que acontece a cada nova geração com o número de paralelepípedos novos
e o volume total do fractal?
Resposta:
A quantidade de novos paralelepípedos a cada interação é o dobro da interação
anterior. Quanto ao volume total percebe-se que a cada passo subsequente, surgem novos
paralelepípedos, o que implica que o volume total aumenta. Porém, a diferença de volume de
um nível para outro é cada vez menor, uma vez que o volume de cada novo paralelepípedo
diminui.
70

3ª) Encontre os valores que faltam na tabela referente as interações no fractal por cortes e
dobraduras - Forma de paralelepípedos:

Níveis de interação Nº de paralelepípedos novos Nº total de paralelepípedos


0 1 1

1 2 3

4 7
2
... ... ...

8 ? ?

Respostas:
Como a sequência de paralelepípedos novos por interação é uma PG de razão 2 e
o número total de paralelepípedos em cada interação representa a soma de todos os termos
desta PG no nível. Basta utilizar no primeiro caso a fórmula do termo geral de uma PG e na
segunda situação a fórmula da soma dos termos de uma PG finita.
Observação: Analisando a tabela percebe-se que qualquer n interação no fractal equivale ao
termo a n 1 da PG. Sendo assim, a 8ª interação corresponde ao termo a9 da PG (número de
peças por interação).
Dessa forma realiza-se os seguintes cálculos:

an  a1 . q n1  a9  1 . 291  a9  1 . 28  a9  256

Nº de paralelepípedos novos na oitava interação = 256

Sn 

a1 q n  1 
, para q  1
q 1

S9 

1 29  1 
 S9 
1 512  1
 S 9  511
2 1 2 1

Nº total de paralelepípedos na oitava interação = 511


71

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No estudo, ficou evidenciado a ampla aplicabilidade dos fractais em diversas


campos do conhecimento humano, possibilitando assim que o professor de Matemática possa
realizar a interdisciplinaridade com áreas diversas como Biologia, Medicina, Física, Arte, etc.
Acredita-se que através dos vários exemplos aqui expostos de aplicação dos fractais na
natureza e em fenômenos ditos "caóticos", o aluno possa começar a ver a natureza de forma
diferente, verificando a importância da Geometria Fractal na explicação de fenômenos
naturais, sociais e econômicos.
Através das sugestões de atividades com matérias manipuláveis descritas no
capítulo 5, torna-se evidente a possibilidade de fornecer aos alunos conceitos menos abstratos
dos conteúdos de Sequências e Progressões Geométricas, pois na construção de um fractal, o
educando pode visualizar melhor as situações apresentadas nos problemas propostos, ou seja,
por meio desta metodologia de ensino, consegue-se acionar mais canais sensoriais durante a
transmissão do conhecimento, o que garante um aprendizado mais alicerçado, devido os
discentes assimilarem as informações por meio das discussões geradas e daquilo que eles
observam e constroem.
Dessa forma ao se trabalhar com a Geometria Fractal, além dos conteúdos aqui
trabalhados, o professor poderá realizar um paralelo com outros temas da Matemática como
os sugeridos a seguir:
 Introdução ao estudo de limites, pois como as interações em um fractal são
infinitas, pode-se abordar conceitos de área limite, volume limite e comprimento
limite;
 Aplicação de regras de potência e logaritmo, ao se realizar cálculos de dimensão
fractal.
 Cálculo de áreas e perímetros através dos fractais como Triângulo de Sierpinski e
o Tapete de Sierpinski entre outros;
 Cálculo de volumes, através de Fractal cortes e dobraduras e a Esponja de
Menger.
Como visto as são muitas as possibilidades de abordagem da Geometria Fractal
em outros conteúdos de matemática, no entanto, seu ensino têm sido discriminado nas
escolas, ocorrendo uma maior valorização da Geometria Euclidiana em detrimento das demais
72

geometrias. Dentre alguns dos fatores que dificultam a aplicação da Geometria Fractal nas
aulas de Matemática, pode-se citar: A não abordagem deste assunto nos livros didáticos e o
fato de muitos professores nem mesmo dominarem o assunto.
Pensando nessa problemática este trabalho trouxe um estudo acerca do tema,
visando ser utilizado como fonte de pesquisa e como material complementar para professores
de Matemática principalmente, que tenham interesse em estudar o assunto ou necessitem
abordar a Geometria Fractal em suas aulas, contribuíndo desse modo para o Ensino de
Matemática.
73

REFERÊNCIAS

ADAMI, Paulo Sérgio. FRACTAIS NO ENSINO MÉDIO: uma sequência didática. 2013.
55 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática) - Universidade Federal de São
Carlos. São Carlos, 2013. Disponível em: < http://bit.profmat-
sbm.org.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/580/2011_00185_PAULO_SERGIO_ADAMI
.pdf?sequence=1>. Acesso em 07 de maio de 2014.

ALMEIDA Theodoro Becker et. al. Fractais no Ensino Fundamental: Explorando essa
nova geometria. [S.I. : s. n.], 2006. 18 P. Disponível em: <
http://www.leoakio.com/wa_files/fractais_20no_20ensino_20fundamental.pdf >. Acesso em
03 de abr. de 2014.

BARBOSA, Ruy Madsen. Descobrindo a Geometria Fractal: para a sala de aula. 3. ed.
Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 160 p.

BARRETO, Mylane dos Santos; TAVARES, Salvador Tavares. Do Mito da Geometria


Euclidiana ao Ensino das Geometrias Não Euclidianas. Campos dos Goytacazes: [s. n.],
2005. 10 f. Disponível em: < file:///C:/Users/BARBOSA/Downloads/53-189-1-PB.pdf>.
Acesso em 07 de maio de 2014.

BEMFICA Andrios; ALVES Cassiana. Fractais: Progressão e Série Geométrica. Uma


metodologia de ensino. [S.I. : s. n.], 2011. Não paginado. Disponível em:
<http://professorandrios.blogspot.com.br/2011/06/geometria-fractal-arte-e-matematica-
em.html>. Acesso em 07 de abr. de 2013.

BRAZ, Fernanda Martins. História da Geometria Hiperbólica. 2009. 34 f. Trabalho de


Conclusão de Curso (Especialização em Matemática para Professores) - Instituto de Ciências
Exatas, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009. Disponível em: <
http://www.mat.ufmg.br/~espec/monografiasPdf/Monografia_FernandaMartins.pdf>. Acesso
em 07 de maio de 2014.

CARVALHO, Maria Cecília Costa e Silva et al. Fractais: uma breve introdução. [S.I.]:
Edição Própria, 1986. 189 p.

CONJUNTO de Julia. Wikipédia Enciclopédia Livre. Disponível em: <


http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjunto_de_Julia > Acesso em 03 de abr. de 2014.

CONJUNTO de Mandelbrot. Wikipédia Enciclopédia Livre. Disponível em: <


http://pt.wikipedia.org/wiki/Conjunto_de_Mandelbrot> Acesso em 03 de abr. de 2014.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática: Contexto & Aplicações. São Paulo: Ática, 1999. v. 1.
367 p.
74

ELERT, Glenn. The Chaos Hypertextbook - mathematics in the age of the computer. [S.I. :
s. n.], 2002. Não paginado. Disponível em: <http://hypertextbook.com/chaos/22.shtml>.
Acesso em 03 de abr. de 2014.

FERNADES, Jaqueline Aparecida. Fractais: Uma Nova Visão da Matemática. 2007. 45 f.


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Matemática) - Centro Universitário de
Lavras. Lavras, 2007. Disponível em: <
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/artigos_teses/MATEMATICA/
MonografiaFractais.pdf >. Acesso em 07 de maio de 2014.

FURUYA, Yolanda Kioko Saito. Hipertexto Pitágoras: a árvore de Pitágoras. Disponível


em: <http://www.dm.ufscar.br/hp/hp0/hp0.html#inicio>. Acesso em 03 de abr. de 2014.

GLEICK, James. Caos: a criação de uma nova ciência. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989. 310 p.

GOMES, Andreia dos Santos. Motivação do Estudo de Áreas e Perímetros de Figuras


Geométricas Através de Fractais. 2007. 57 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização para Professores de Matemática) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba,
2007. Disponível em: <http://people.ufpr.br/~ewkaras/especializa/andreia.pdf>. Acesso em 07
de maio de 2014.

IEZZI, Gelson; SAMUEL, Hazzan. Fundamentos da Matemática Elementar: Sequências,


matrizes, determinantes e sistemas. São Paulo: Saraiva, 2006. v. 4. 232 p.

INSTITUTO de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Lisboa. Fractais e a


Geometria da Natureza. [S.I. : s. n.]. Disponível em:
<http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/capitulos/capitulo2/modulo4/>. Acesso em 03 de abr. de
2014.

JANOS, Michel. Geometria Fractal. Rio de janeiro: Ciência Moderna, 2008. 100 p.

MACEDO, Julia Satiko Kawamoto; FRANCO, Valdeni Soliani. Fractais - uma abordagem
em sala de aula com o auxilio de softwares geométricos. [S.I. : s. n., 2008]. 27 p.
Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2204-6.pdf >.
Acesso em 03 de jan. de 2013.

MIRANDA, Aldicio J. Fractais: Conjuntos de Julia e Conjuntos de Mandelbrot. [S.I. : s.


n.], 2012. p. 110 - 118. Disponível em: < file:///C:/Users/BARBOSA/Downloads/97-273-1-
PB.pdf>. Acesso em 03 de abr. de 2014.

NASCIMENTO, Maristel do; SILVA, Sani de Carvalho Rutz da; MACIEL, Nilcéia
Aparecida. Uma Proposta Didática para o Ensino de Geometria Fractal em Sala de Aula
na Educação Básica. Santa Maria: VIDYA, v. 32, n. 2, p.113-132, jul./dez., 2012.
Disponível em < http://sites.unifra.br/Portals/35/2012/08.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2014.
75

NIEDERMEYER, Catiana Inês; KOEFENDER Catiane; ROOS, Liane Teresinha Wendling.


Geometria fractal e ensino de Matemática: GT 01 – Educação Matemática nos anos iniciais
e ensino fundamental. Ijuí: [s. n.], 2009. 9 p. Disponível em: <
http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/cd_egem/fscommand/CC/CC_52.pdf>. Acesso
em 07 de maio de 2014.

NOVAKI, Cristiane; BARANKIEVICZ, Josiane da Silva Nassar; SILVA, Maria Eugênia de


Carvalho e. Fractais, na Sala de Aula. [S.I. : s. n.], 2012. 20 p. Disponível em:
<http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2012/07/FRACTAIS-NA-SALA-DE-
AULA.pdf>. Acesso em 03 de abr. de 2014.

NUNES, Raquel Sofia Rebelo. Geometria Fractal e Aplicações. 2006. 78 p. Dissertação


(Mestrado em Ensino da Matemática) - Departamento de Matemática Pura, Faculdade de
Ciências da Universidade do Porto. [S.I.], 2006. Disponível em: <
http://www.fc.up.pt/pessoas/jfalves/Teses/Raquel.pdf>. Acesso em 07 de maio de 2014.

OLIVEIRA, Dejanir. A Geometria Fractal no Ensino Fundamental e Médio. 2008. 54 f.


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Matemática) - Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Presidente Venceslau. Presidente Venceslau, 2008. Disponível em: <
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAJ_0AI/a-geometria-fractal-no-ensino-
fundamental-medio>. Acesso em 07 de maio de 2014.

PADRÕES fractais hipnotizantes encontrados na natureza. [S.I. : s. n.], 2014. Não paginado.
Disponível em: <http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=30380>. Acesso em 03 de abr.
de 2014.

PEREIRA, Alceu Sergio. FRACTAIS CIRCULARES: Algumas considerações e atividades.


2013. 82 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática) - Centro de Ciências Exatas,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013. Disponível em: < http://bit.profmat-
sbm.org.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/280/2011_00131_ALCEU_SERGIO_PEREIR
A.pdf?sequence=1>. Acesso em 07 de maio de 2014.

RABAY, Yara Silvia Freire. Estudo e Aplicações da Geometria Fractal. 2013. 103 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática) - Centro de Ciências Exatas e da
Natureza, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013. Disponível em: <
file:///C:/Users/BARBOSA/Downloads/2011_00319_YARA_SILVIA_FREIRE_RABAY.pdf
>. Acesso em 07 de maio de 2014.

RESENDE, Ana Isabel; NEVES, Catarina; CASTANHEIRA, Sandra. Geometria Fractal e


Teoria do Caos. [S.I. : s. n.], 2004. 101 p. Disponível em: <
http://www.mat.uc.pt/~mcag/FEA2004/Geometria%20Fractal%20e%20Teoria%20do%20Cao
s.pdf>. Acesso em 03 de abr. de 2014.
RICIERI, Aguinaldo Prandini. Fractais e Caos: a Matemática de hoje. São Paulo: Parma,
1990. 132 p.
76

ROTHMAN, Paula. Morre o pai da Geometria Fractal. [S.I. : s. n.], 2010. Disponível em: <
http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/morre-o-pai-da-geometria-fractal-18102010-42.shl>.
Acesso em 02 de jun. de 2014.

SANTOS, Carlos Pereira dos; NETO, João Pedro; SILVA, Jorge Nuno. Os fractais + Puzzle
‘Torres de Hanói’. [S.I. : s. n.], 2007. 47 p. Disponível em: <
http://jnsilva.ludicum.org/hm2008_9/Livro5.pdf>. Acesso em 03 de abr. de 2014.
SERRA, Celso Penteado; KARAS, Elizabeth Wegner.Fractais Gerados por Sistemas
Dinâmicos Complexos. Curitiba: Champagnat, 1997. 191 p.

SILVA David da, BOUDON Frédéric. Análise Fractal. [S.I. : s. n.], 2007. Disponível em:
<http://openalea.gforge.inria.fr/wiki/doku.php?id=documentation:demo:fractal> Acesso em
03 de abr. de 2014.

SIQUEIRA, Rodrigo. Introdução aos fractais. Desenvolvido por um grupo de


pesquisadores, Fractarte. [S.I. : s. n.], 2005. Disponível em:
<http://www.insite.com.br/fractarte/artigos.php> Acesso em 03 de abr. de 2014.

STEWART, Ian. Os Números da Natureza: a realidade irreal da imaginação Matemática.


Rio de Janeiro: Rocco, 1996. 122p.

SUAREZ, Eduardo. Imagen destacada: vasos sanguíneos del cuerpo humano preservados por
plastinación. [S.I. : s. n.], 2013. Disponível em:
<http://discoverytumundo.blogspot.com.br/2013/07/imagen-destacada-vasos-sanguineos-
del.html > Acesso em 03 de abr. de 2014.

TEIXEIRA, Heloiza Malta. A integração da geometria fractal em sala de aula. 2010. 60 f.


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Matemática) - Instituto Superior de
Educação, Faculdade Alfredo Nasser, Aparecida de Goiânia, 2010. Disponível em:
<http://www.unifan.edu.br/files/pesquisa/A%20GEOMETRIA%20FRACTAL%20NA%20S
ALA%20DE%20AULA%20-%20Heloiza%20Malta%20Teixeira.pdf>. Acesso em 07 de
maio de 2014.

UNIVERSIDADE Federal Fluminense. A Teoria Do Caos. [S.I. : s. n.]. Disponível em:


<http://www.professores.uff.br/salete/caos.htm>. Acesso em 03 de abr. de 2014.
VEJAN, Margareth angoni; FRANCO, Valdeni Soliani. Geometria Não-Eucridiana /
Geometria dos Fractais. [S.I. : s. n.], 2009. 20 p. Disponível em: <
http://www.oliveirabk.xpg.com.br/Materiais/Geometria%20Fractal.PDF>. Acesso em 03 de
abr. de 2014.

ZAVALA, Alessandra Beatriz Pachas. O Estudo de Funções Exponenciais e Logarítmicas


Motivado pela Geometria Fractal. 2007. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Especialização para Professores de Matemática) - Universidade Federal do Paraná. Curitiba,
2007. Disponível em: < http://people.ufpr.br/~ewkaras/especializa/zavala.pdf>. Acesso em 07
de maio de 2014.

Vous aimerez peut-être aussi