MAT 2455 - Cálculo Diferencial e Integral III para Engenharia

3a Prova - 1o semestre de 2002

Questão 1. Seja ~v (x, y, z) = ez ln (z 2 + y 4 + 1)~i + sen (x2 + z 2 )~j + z~k e S a semi-esfera

2

x2 + y 2 + z 2 = 2z, z ≥ 1, orientada pela normal exterior. Calcule

ZZ
~v · ~n dS
S

Solução:

2
1.75
1.5 1

1.25 0.5
1
-1 0
-0.5
0 -0.5
0.5
1 -1

Figura 1: Superfı́cie S.

1
0.5
0
-0.5
-1
2

1.5

0.5

0
-1
-0.5
0
0.5
1

Figura 2: Superfı́cie S1 .

Observemos que div ~v = 1 e Dom ~v = R3 . A semiesfera S não é uma superfı́cie fechada.

Consideremos S1 o disco dado por S1 = {z = 1 , x2 + y 2 ≤ 1}. A superfı́cie S ∪ S1 é fechada
em R3 e limita a região R = {x2 + y 2 + z 2 ≤ 2z , 1 ≤ z}. Pelo Teorema de Gauss temos
Z Z Z Z Z Z Z
1 dx dy dz = ~v · ~n dS + ~v · ~n dS
R S S1

onde ~n é a normal exterior à R. Agora

2π
Z Z Z
1 dx dy dz = vol(R) =
R 3

pois é uma semiesfera de raio 1. Também, como ~n é a normal exterior, e ~v · (−~k) = −z = 1 em

S1 segue que
Z Z Z Z Z Z Z Z
~v · ~n dS = ~v · (−~k) dS = − z dS = − dS = −Area(S1 ) = −π
S1 S1 S1 S1

1
Finalmente
2π 5π
Z Z Z Z Z Z Z
~v · ~n dS 1 dx dy dz − ~v · ~n dS = − (−π) =
S R S1 3 3

2
 Questão 2. Calcule Z
~v dγ
γ

onde γ é a intersecção das supefı́cies z = sen 6 y + 10 e x2 + y 2 = 1, orientada de modo que a

sua projeção no plano xy seja percorrida no sentido horário e ~v (x, y, z) = (xy , z, y + z 10 ).

Solução:

15

10

5 1

0
0
-1

0
-1
1

Figura 3: Interseção das superfı́cies.

Como o cálculo direto com a parametrização natural da curva pode ser complicado, tentamos
aplicar o Teorema de Stokes. Observamos que Dom ~v = R3 e que ∇ × ~v = (1 − 1, 0 − −x2 ) =
(0, 0, −x2 ). Consideramos a superfı́cie S = {z = 10+sen 6 y , x2 +y 2 ≤ 1}. Notemos que ∂S = γ.
Parametrizamos σ(u, v) = (u, v, 10 + sen 6 v). O vetor normal é σu ∧ σv = (0, −6sen 5 v cos v, 1)
2 2
e o dominio de integração é D =R {u
R + v ≤ 1}. R
Pelo Teorema de Stokes temos S
∇~v · ~n dS = γ ~v dγ, com as orientações adequadas. Se ~n
apontar para acima, ou seja, ~n · ~v > 0, temos que γ está no sentido antihorario. Assim
Z Z Z Z
5 2
(0, −6sen v cos v, 1) · (0, 0, −u ) du dv = − u2 du dv
D D
Em coordenadas polares
1 2π
ρ4 1 π
Z Z
ρ(−ρ2 cos2 θ) dθ dρ = −  π=−
0 0 4 0 4
Portanto
π
Z
v dγ =
γ 4

3
 Questão 3. Calcule
x2 z
Z Z
√ dS
S 1 + 2z 2
2 2 2
onde S é o hiperboloide x + y = 1 + z , 1 ≤ z ≤ 2.

Solução:

2
-2
1
0
-1
-1
-2
0
2
1.75
1.5
1.25 1
1
2

Figura 4: Superfı́cie S.

Parametrizamos o hiperboloide
 √
 x = √ 1 + z 2 cos θ
y = 1 + z 2 sen θ
z=z


Então √
σθ = 1 + z 2 (−sen θ, cos θ, 0)
z z
σz = ( √ cos θ, √ sen θ, 1)
1+z 2 1 + z2
Logo √ √
σθ ∧ σz = ( 1 + z 2 cos θ, 1 + z 2 sen θ, −z)
√
Portanto, como |σθ ∧ σz | = 1 + z 2 , temos que

(1 + z 2 ) cos2 θ z √
Z 2π Z 2 Z 2π Z 2
x2 z
Z Z
√ dS = √ 1 + 2z dz dθ =
2 (z + z 3 ) cos2 θ dz dθ =
S 1 + 2z 2
0 1 1 + 2z 2
0 1

2π 2
z z 4 2 1 1 2π 1 + cos 2θ 3 21
Z Z
2
+  cos θ dθ = (2 + 4 − − ) dθ = (6 − )π = π
0 2 4 1 2 4 0 2 4 4