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A investigação empresarial como

ferramenta para combater as


fraudes corporativas
Cases, relatos, reportagens, ferramentas e metodologias

Magna L. Fernandes
FORTHYS EMPRESARIAL

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Agradecimentos

Agradeço a Deus em primeiro lugar por me dar forças


quando o desanimo e o cansaço estiveram presentes em alguns
momentos da minha vida.

Aos meus colegas de sala de aula que muito contribuíram


ao manifestar suas experiências vividas no mundo corporativo,
enriquecendo os trabalhos e o conhecimento profissional.

Deixo também meu sincero agradecimento a todos os


mentores deste curso de MBA em Gestão de Riscos
Corporativos que contribuíram para a minha formação, em
especial ao Doutor Antônio Celso Ribeiro Brasiliano, que muito
me honrou ao estar em sala de aula com uma referência de
mercado em Consultoria Empresarial, além de ser minha
referência profissional e ídolo dentro do seu ramo de atuação.

Magna Leonila Fernandes


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Sumário

Agradecimentos ......................................................1
Sobre o Autor ..........................................................3
Resumo
..................................................................................4
Objetivos do trabalho .............................................5
Metodologia ............................................................5
Prefácio ...................................................................7

1. Introdução ...................................................... 26
2. Fraudes Empresariais ................................... 27

3. Espionagem Industrial .................................. 48

4. Investigação Empresarial .............................. 60

5. Case Investigativo Empresarial .................... 97

6. Conclusão ....................................................... 97

7. Referências ................................................... 100

Magna Leonila Fernandes


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SOBRE O AUTOR

MAGNA LEONILA FERNANDES


CEO da Forthys Empresarial, Palestrante, Executive and Busines
Coaching, desde 2001 atuou na área de SEGURANÇA PATRIMONIAL
desde a operação até o gerenciamento de equipes. Com MBA em
GESTÃO DE RISCOS CORPORATIVOS pela Universidade Fasp
Faculdade de Administração de SP, ministrado pelo Doutor Antônio
Celso Ribeiro Brasiliano. TÉCNICA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
MT|30972|SP pela Escola Vital Brasil e Graduada em GESTÃO DE
SEGURANÇA EMPRESARIAL pela Universidade Bandeirante de SP –
ESPECIALISTA EM INTELIGÊNCIA INVESTIGATIVA pelo Instituto
Universal dos Detetives Particulares. De 2009 a 2011 atuou como
TÉCNICA DE INVESTIGAÇÃO na Companhia Siderúrgica Nacional, de
2011 a 2013 assumiu a liderança como SUPERVISORA DE
INVESTIGAÇÃO E SEGURANÇA na Companhia Siderúrgica Nacional,
foi treinada por Coronéis da Inteligência do exército Brasileiro e
promovida por mérito em resultados. Em 2013 assumiu o cargo de
GERENTE DE PREVENÇÃO E RISCOS na Global Advising, empresa
de origem Israelense.
Finalmente em agosto de 2013 tornou-se empresaria, proprietária da
Forthys Empresarial, uma empresa de consultoria e assessoria focada
em Prevenção de Perdas e Riscos Corporativos, Segurança
Patrimonial, Investigação Empresarial e Treinamentos.

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RESUMO

A abordagem principal desse estudo era o de apresentar a INVESTIGAÇÃO


CORPORATIVA COMO FERRAMENTA PARA COMBATER AS FRAUDES
EMPRESARIAIS. Para atingir esse objetivo foi realizada pesquisas em diversos meios
de comunicação, notícias de jornais, revistas e internet retratam a realidade das
fraudes empresariais nas indústrias e seus consequentes prejuízos sofridos por ações
criminosas externas e internas. A pesquisa revela que as indústrias nacionais sofreram
maiores perdas. A investigação tratada como estratégia nas empresas reduz os riscos
e gera lucro, evitando ou reduzindo o impacto no negócio. É citado que todo o
planejamento de uma investigação deve ser realizado por um profissional, aqui
denominado como Técnico de Investigação. Concluiu-se que a investigação é uma
nova estratégia para apresentar autores de grandes fraudes empresariais, interagindo
com o ambiente da organização.
Palavras-chave: Gestão de Riscos Corporativos. Estratégia. Investigação Corporativa.
Fraudes Empresariais

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OBJETIVO DESTE TRABALHO
Este trabalho tem como objetivo auxiliar profissionais da área de investigação na
condução de apurações de irregularidades, técnicas de entrevista, ilícitos, desvios
internos ou qualquer ato que venha promover a perda percebida ou invisível de
qualquer organização.

Também serve de apoio as empresas que conhecerão melhor está ferramenta


ainda pouco praticada no mercado de trabalho brasileiro, a investigação empresarial.
Muitos empresários reconhecem que sofrem perdas “invisíveis”, mas que não sabiam
até o presente momento de como trata-las de forma que a empresa não sofra
consequência com a sua imagem. Ainda temiam com a apresentação de autoria de
algum ato ilícito, desta forma permitindo a perda, temendo com o medo.

O que é fato é que a ferramenta é um serviço reservado apenas aos interessados


que contratam este tipo de trabalho, é uma forma de preservar a empresa e o próprio
profissional que conduz uma investigação. O único intuito é a de apresentar autorias
que promovem atos que atingem diretamente os ganhos financeiros finais e que
colocam em risco a imagem da empresa com ações que podem repercutir em mídias,
transformando informações em verdadeiras armas catastróficas contra a empresa.

METODOLOGIA DE PESQUISA UTILIZADA


Diversas metodologias são apresentadas no mercado de trabalho como opção de
ferramenta de trabalho, neste trabalho a principal utilizada é a metodologia Brasiliano,
seguindo o Framework – Auditoria Investigativa:
1. Definição do problema;
2. Avaliação da situação real;
3. Análise dos dados;
4. Elaboração das hipóteses das fraudes;
5. Planejamento operacional.

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A investigação é um dos segmentos da segurança empresarial, que deveria possuir
ciência e não só arte para realizar o serviço. No Brasil, ainda o empresariado pensa
que a investigação depende só de “intuição e faro” para poder ter sucesso. Por esta
razão é que se exige verdadeiros milagres ou resultados a curto prazo.
Na verdade, o milagre não pode existir, sem que haja uma metodologia científica. Ou
seja, não existe arte na investigação, mas sim ciência.
Brasiliano

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PREFÁCIO
O ser humano é o único responsável por estabelecer as regras morais do que é
certo e, consequentemente, do que é errado em seu meio social, portanto, todo desvio
de conduta que possa caracterizar o “errado” é conhecido e entendido por todos.
Considerando esse raciocínio lógico, todas as sociedades modernas organizadas
estabeleceram regras e muitas delas se tornaram leis, que procuram conduzir o povo a
comportamento social aceitável.

Segundo Brasiliano, A fraude só é visível, só apresenta sinais porque os agentes


repetem seu estratagema doloso permitindo que evidências de situações estranhas
aflorem.
Fraude é o ato de lesar alguma pessoa ou organização em busca de beneficio
próprio e por questões financeiras. Podemos dizer que se trata de um desvio de
conduta no intuito de causar prejuízo ao próximo obtendo com isto algum tipo de
vantagem ou então pelo simples desejo de prejudicar alguém.
Em 1973 Donald Cressey, Ph.D. em criminologia pela Universidade de Indiana e
grande estudioso dos crimes financeiros nos Estados Unidos, desenvolveu a teoria do
“triângulo da fraude” (fraud triangle), onde segundo ele se fazem necessários três
componentes básicos para que uma determinada fraude possa ocorrer: Motivo, técnica
e oportunidade.

Oportunidade: Ex.: “Controles internos ineficazes”, ausência de fiscalização/regulamentação“.

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Racionalização: Justificativa para cometer a fraude, e/ou possibilidade de criar situações para que o
responsável pela irregularidade possa justificar os seus atos.
Pressão: Por desempenho ou problemas pessoais.

Em “The Fraud Diamond: Considering the Four Elements of Fraud,” (The CPA
Journal, December 2004) ("O Diamante da Fraude: Considerando os Quatro Elementos
da Fraude "), David T. Wolfe e Dana R. Hermanson apresentam um Diamante da
Fraude de quatro lados que se estende do Triângulo da Fraude para incorporar a
capacidade de um indivíduo: traços pessoais e habilidades que desempenham um
papel importante em saber se vai realmente ocorrer a fraude com a presença de
pressão, oportunidade, e racionalização.

“O Diamante da fraude” é uma evolução do clássico “triangulo da fraude”.

Houfe e Hermanson sugerem quatro características que poderiam levar a fraude:

1) Posição de autoridade ou função dentro da organização;


2) Capacidade de entender e explorar os sistemas contábeis e as fraquezas dos
controles internos, possivelmente aproveitando suas responsabilidades e
abusando de sua autoridade para completar e esconder a fraude;
3) Confiança (ego) que não será detectado, ou, se for pego, que se safará do
problema;

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4) Capacidade de lidar com o stress criado dentro de uma pessoa boa que antes
agia de outra maneira, com uma outra pessoa que comete maus atos.

Fonte: Brasiliano

Os 10 fatores que podem levar o homem ao ilícito:

1. Origem/Índole
2. Cultura
3. Motivação
4. Necessidades
5. Imagem organizacional fraca
6. Controles inconsistentes
7. Oportunidades
8. Pressão social
9. Racionalização
10. Corrupção

Fonte: João R. Peres – Dez 2012

Hoje as empresas brasileiras enfrentam um grande desafio: minimizar os riscos


das fraudes internas causadas pelos seus próprios colaboradores. Os desvios dos
preceitos morais e éticos, o oportunismo e a escalada da violência têm se tornado cada
vez mais evidente na nossa população. Precisamos avaliar a origem e as causas, já
que os efeitos são bastante conhecidos.

Fraudes no Brasil está intimamente ligada à cultura da população brasileira, aos


seus usos e costumes tradicionais, que contribui até hoje para a imagem genérica
como sendo o Brasil o país do “Carnaval, Samba e Futebol”. Temos de mudar essa
situação, aculturando os cidadãos brasileiros através da conscientização coletiva sobre
moral e ética, mesmo que, a partir de pequenas células, como as “empresas”, que
podem efetivamente contribuir com a educação dirigida e disciplinada para formar mão-
de-obra ajustada ao futuro que bate a nossa porta.

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Em 02/04/2013 | 10:11h
Empresas sofrem uma tentativa de fraudes interna por semana

Em médias as empresas sofrem cerca de uma tentativa de fraude por


semana, e mesmo assim 44% delas não consideram iniciativas de
prevenção contra fraudes internas prioridade, despreocupação
aumenta desde 2011, de acordo com a pesquisa realizada pela
Attachmate Corporation e o Ponemon Institute.

A pesquisa foi feita com 700 pessoas de grandes empresas


multinacionais e revela outras tendências com relação à segurança de
dados corporativos internos. Em média, as empresas demoram 87 dias
para detectar a ocorrência de uma fraude interna e mais de três meses
para descobrir a causa.

Cerca de 79% das empresas dizem que em suas empresas um usuário


privilegiado já alterou ou tentou alterar comandos dos aplicativos para
obter acesso ou modificar informações confidenciais, e depois
reconfigurou os comandos. Segundo 73%, um equivoco de um
funcionário já causou prejuízo e possível dano à marca da empresa.

O estudo define fraude interna como ataques maliciosos ou criminosos


perpetrados em empresas públicas e privadas por funcionários e
temporários. Normalmente o objetivo é roubar bens financeiros ou
informações, incluindo dados de clientes, segredos comerciais e
propriedade intelectual.

Fonte: Corpbusiness

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Cabe então a cada indivíduo e a cada organização conduzir seus procedimentos
com foco na investigação empresarial, atuando de forma preventiva na identificação
de oportunidades que sejam capazes de submetê-los a eventuais situações de fraude.

A investigação empresarial é fundamental á saúde da Empresa, sabemos a


importância que tem a boa imagem da empresa, mas essa imagem pode ser
comprometida de forma desleal, por pessoas que tentam obter vantagens para
benefício próprio.

No Brasil empresas de investigação e detetives particulares oferecem uma


infinidade de serviços de investigação sem conhecer suas fases, sem um bom
planejamento estratégico oferecem serviços como infiltração, varreduras ambientais,
sistemas de contraespionagem, campanas, etc. Ainda oferecem softwares piratas de
espionagem que garantem grampear um telefone celular com infinidades meios de
obter os dados da vida pessoal, supostamente clandestina da pessoa a ser
investigada.

As promessas do vendedor e os milagres do aparelho

▪ Grava as chamadas e envia por e-mail;


▪ Faz uma cópia das mensagens de texto SMS e torpedo e envia por e-mail;
▪ Grava todas as teclas digitadas para acesso a internet;
▪ Permite monitorar Facebook, Whatsapp e-mail ou qualquer comunicação por
texto;
▪ Sistema de rastreamento tipo telemetria por GPS, LBS e Google latitude.

Todo este sistema impressionante de espionagem é vendido por apenas R$


100,00 (cem reais).

Eu fiz um teste para documentar neste artigo como forma de oferecer as pessoas
a realidade do processo, a informação e a realidade do Brasil. O usuário compra tudo
por internet e você recebe um retorno para o seu e-mail o qual o “consultor” solicita o
telefone ao qual o usuário deseja grampear. Antes de enviar o suposto número a ser

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espionado eu liguei para solicitar informações de como utilizar o software e o consultor
de imediato me disse: “...brasileiro gosta de facilidade e não tem o hábito de ler e
depois fica me ligando, não posso oferecer todas estas vantagens por apenas cem
reais, se quer ter todos estes benefícios o valor real é de 2 mil reais e se não puder
pagar, o valor já pago não tem reembolso...”, pronto, você acaba de perder cem reais.

Mas como combater as fraudes utilizando a Investigação Empresarial contra


concorrência desleal, funcionários de má índole, roubo de informações, processos
trabalhistas, desvios de estoques, entre outros.

Atualmente, a informação tem demandado especial atenção dentro das


empresas, pois ela concentra valores. Assim hoje para se obter e manter uma
vantagem competitiva é necessário um controle efetivo das informações que trafegam
em suas empresas, ou seja, os dirigentes e donos das empresas tem que estar certos
da conduta de sua equipe, e seguros que a informação esteja protegida contra
terceiros.

Fases da investigação segundo Brasiliano

1) Definição do problema;
O que vou investigar? Qual o meu objetivo da investigação.
2) Avaliação da Situação real;
Entender o contexto. Entender o delito.
3) Análise dos dados disponíveis;
Interpretação, percepção, Filtragem dos fatos, identificar “Red Flags”, identificar
“disrupções”, Cruzamento de dados, ver/enxergar o que, “quadro fala”, existe
nexos causais? Quais? Onde estão?
4) Elaboração de hipóteses;
Análise (Red Flags, Disrupções, Cruzamento).
5) Estabelecimento de um plano de ação e linhas de trabalho, com definição dos
meios necessários e técnicas.
Quais ferramentas vou usar, com quais técnicas, métodos e recursos?

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Uma investigação é um processo sistemático de construção do conhecimento que
tem como metas principais gerar novos conhecimentos, e/ou corroborar ou refutar
algum conhecimento pré-existente.

A investigação de campo procede à observação de fatos e fenômenos


exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes aos mesmos e,
finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação
teórica consistente, objetivando compreender e explicar a apuração de irregularidade.

Nas indústrias a investigação empresarial esta engatinhando, tendo em vista o


despreparo dos profissionais que investigam sem um planejamento básico e
estratégico.

Seguem apenas uma intuição e usam informações dadas por funcionários que
imaginam e apontam autores sem nexos causais, apenas pelo famoso “disse que me
disse” ou a famosa “rádio peão”, onde uma fofoca se torna algo imaginário e relevante
para se iniciar uma investigação.

Colaboradores que são apontados como meliantes de apurações de


irregularidades e são julgados e demitidos sem uma justificativa plausível e relevante.

Funcionários denominados agentes e técnicos que arriscam suas vidas atrás de


resultados os quais os mesmos não sabem nem mesmo o que procuram, capturam
imagens, instalam câmeras camufladas, fazem campanas, seguem caminhões
suspeitos de desvios, viram a noite no meio no nada, buscando o melhor ângulo de
capturar uma foto acusativa, se infiltram entre os funcionários buscando coletar
informações de supostos desvios e no dia seguinte vestem a camisa da empresa e se
colocam na posição de chefe e apertam as mãos dos suspeitos como se estes fossem
ingênuos e indefesos contra a política interna do ditador “investigador”.

Nas entrevistas as únicas técnicas utilizadas são as do “achismo”, sentam atrás


de suas mesas, perguntam sem planejamento e dado um momento o silêncio toma
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conta do ambiente, não por técnica, mas sim por um instante estar pensando em que
perguntar e como fazer daquele colaborador o seu principal suspeito. O seu chefe
exige um resultado e tudo que o entrevistado precisa é de uma palavra mal colocada
do entrevistado para se levantar de sua cadeira de dominador, agradecer e produzir um
relatório colocando o entrevistado como principal suspeito da autoria por desvios
internos.

Certo dia o agente (investigador) foi acionado por seu chefe, solicitava seu retorno
imediato para a empresa. Sua missão seria pegar a “viatura” e seguir por 700km para
capturar uma imagem de um provável roubo de carga.

Duas equipes iniciaram a missão sem fundamento, induzidos apenas por uma por
uma ligação anônima do disk denúncia, exaustos pela consequência da distância
dirigiam sem coordenadas e como as equipes saíram de lugares distintos sem
planejamento, constantemente acionavam uns aos outros perdidos pelas rodovias
intermináveis. Finalmente, uma placa de veículo identificada, teoricamente a informada
pelo denunciante e confirmada em documentos confeccionados pela área da
expedição, muitas imagens foram capturadas, mas nada que denunciassem um
suposto roubo de carga, desta forma a equipe retorna ao ponto de partida com
milhares de imagens que não conseguem justificar ou encaixar em algum nexo causal
da denuncia.

Após horas de análises e verificações fora então descoberto os motivos


infundados do insucesso da investigação, uma letra, sim, uma letra anotada
erroneamente por um agente da expedição, não era a carga informada, era apenas
qualquer carreta que trafegava pela região e procurava o endereço para efetuar
carregamento.

A moral desta apuração é que havia apenas uma ligação que se transformou em
uma operação infundada, sem planejamento que em seu encerramento totalizou um
custo alto demais, até mesmo para o material que supostamente era desviado,
combustível, milhares de pedágios, alimentação e principalmente desgaste físico dos
agentes que sem dormir percorreram 700KM Ida sem ao menos saber o que
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procuravam. Ainda se ressalta que o resultado de uma ação trabalhada apenas no
“faro” traz resultados inquestionáveis.

Para Brasiliano (2007), a investigação sempre atende uma demanda, originada de


determinação superior, auditoria, denúncias ou percepção de problemas em processos
ou pessoas. Não é difícil perceber que em um sistema bem estruturado, controlado e
auditado, as investigações ocorrerão mais por iniciativas da própria área responsável
da empresa do que por denuncias ou determinações superiores. Quando não há
métodos de trabalho para detectar delitos, trabalha-se com a base em denúncias, cuja
origem e autenticidade é um problema a mais.

A coleta e análise de dados e informações são a base de processo, e sempre é


preciso verificar se o dado e a fonte é confiável. A partir dos dados e da sua avaliação
deve-se estabelecer hipóteses, que podem surgir mais facilmente se tentarmos
responder ao Quem – Como – Onde – Quanto – Por que?

Fica claro o quanto as empresas brasileiras sofrem com perdas resultantes de


fraudes corporativas e como a investigação empresarial se torna uma ferramenta
altamente eficaz para detectar os ilícitos internos e mitigar ou ao menos minimizar as
perdas muitas vezes invisíveis.

Muitas vezes as empresas estão tão preocupadas em vender o seu produto ao


mercado que não percebem que os seus lucros estão sendo perdidos, seus esforços
em prol crescimento é uma ilusão cada vez mais distante de uma realidade a qual o
empresário deve visualizar a investigação empresarial como investimento para garantir
o seu crescimento.

Uma investigação planejada por um profissional dotado de habilidades e técnicas


para entrevistar um suspeito de ato ilícito pode ser uma ferramenta crucial para os
negócios, pode ser a garantia de que as perdas se tornarão visíveis, controladas e
monitoradas.

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O que considerar em uma Informação ou fonte?

A informação é um conjunto organizado de dados, que constitui


uma mensagem sobre um determinado fenômeno ou evento. A informação permite
resolver problemas e tomar decisões, tendo em conta que o seu uso racional é a base
do conhecimento.

Como tal, outra perspectiva indica-nos que a informação é um fenômeno que


confere significado ou sentido às coisas, já que através de códigos e de conjuntos de
dados, forma os modelos do pensamento humano.

Existem diversas espécies que comunicam entre si através da transmissão de


informação para a sua sobrevivência; a diferença para os seres humanos reside
na capacidade de criar códigos e símbolos com significados complexos, que
conformam a linguagem comum para o convívio em sociedade.

Os dados são analisados através dos sentidos e, uma vez integrados, acabam
por gerar a informação necessária para produzir o conhecimento. Considera-se que a
sabedoria é a capacidade para julgar corretamente quando, como, onde e com que
objetivo se aplica o conhecimento adquirido.
Os especialistas afirmam que existe uma relação indissolúvel entre a informação,
os dados, o conhecimento, o pensamento e a linguagem.

As fontes têm um peso significativo na investigação e são relevadas no discurso


como forma de validar a informação.

Fontes Primárias

▪ Proximidade e envolvimento com o objeto de estudo.


▪ Quando o próprio investigador recolhe informação através de métodos de
recolha como questionários ou entrevistas.

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▪ A informação recolhida é única para o investigador e para a sua análise e até à
confecção final do seu relatório conclusivo ninguém tem acesso à referida
informação.

Ex: relatos na primeira pessoa, correspondência e diários, textos literários e narrativos,


Jornais periódicos, escrituras/editais.

Fontes Secundárias

▪ Generalizações, interpretações, sínteses, reflexões ou avaliações da


informação original.
▪ Trata-se da obra de alguém que estuda/faz referência ao pensamento de outro
autor ou a informação gerada por outros.

Ex: cartas memorandos, comunicados, agendas, planos, propostas, cronogramas,


jornais internos etc.

Deve-se considerar o conjunto particular de princípios, objetivos e requisitos para


o processamento da informação que uma investigação tem que desenvolver para
apoiar suas operações.

Deve-se assegurar a preservação da confidencialidade, integridade e


disponibilidade.

▪ Confidencialidade: Garantia de que o acesso á informação seja obtido somente


por pessoas autorizadas.
▪ Integridade: Salvaguarda da exatidão e completeza da informação e dos
métodos de processamento.
▪ Disponibilidade: Garantia de que os usuários autorizados obtenham acesso a
informação e aos ativos correspondentes sempre que necessário.

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A informação possuí vários níveis de sensibilidade e criticidade. Alguns itens
podem necessitar um nível adicional de proteção ou tratamento especial, para ser
rotulado de acordo com o seu valor e a sua sensibilidade para a investigação. Também
pode ser apropriado rotular a informação em termos de quão crítica ela é para a
investigação como, por exemplo, quando a informação se torna pública. Convém que
estes aspectos sejam levados em consideração, pois uma classificação superestimada
pode levar a custos adicionais desnecessários. Convém que as regras de classificação
previnam e alertem para o fato de que um determinado item de informação não tem
necessariamente uma classificação fixa podendo sofrer modificação no decorrer de
uma apuração.

Fontes anônimas
Fontes anônimas têm sido há tempo uma questão controversa. Críticos dizem que
seu uso prejudica a credibilidade em uma construção investigativa. Defensores dizem
que sem elas histórias importantes jamais seriam contadas.

Fontes qualificadas
Características e definição das fontes qualificadas:

Basicamente, uma fonte qualificada emite informação que merece ser levada a
sério em uma investigação.

Para que possamos dizer se uma informação merece ser levada a sério ou não, é
necessário conhecer a natureza da fonte, saber o quanto ela está familiarizada com o
assunto e seu interesse nele. Somente após conhecermos a sua natureza, é possível
avaliarmos a informação emitida por ela, e decidirmos se é importante ou não para nós.

Outro aspecto a considerar é o fato de que toda a informação emitida por uma
fonte deve ser de uma espécie que pode ser recebida e compreendida corretamente.
Informações modificadas ou incompletas, de forma a não corresponder às reais
intenções do autor, devem ser ignoradas.

Uma fonte é qualificada quando obrigatoriamente exibe as seguintes


características:

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▪ É possível determinar de forma inequívoca a natureza da fonte, o seu grau de
familiaridade e conhecimento sobre o assunto e interesses pessoais.
▪ A informação emitida pela fonte não foi modificada ou está incompleta de forma
a não corresponder às reais intenções da fonte.

É ainda extremamente desejável, porém não obrigatório:

▪ Que a informação emitida pela fonte seja importante.

Toda fonte merece ser considerada não qualificada se não for possível determinar
a sua natureza. Também não merece ser considerada qualificada toda fonte cuja
informação não é transmitida na íntegra, a não ser que seja essa informação um
resumo ou trecho representativo das reais intenções do autor.

Não é obrigatório que o agente de investigação concorde com todas as opiniões


emitidas por uma fonte qualificada.

Apenas dizer o nome ou ocupação, cargo ou profissão de uma fonte, pode não
ser suficiente para qualificá-la. É necessário que esteja claro o papel da participação da
fonte na história.

Fonte: Wikinotícias

Os limites éticos e legais das investigações privadas e das auditorias

As auditorias e investigações privadas devem submeter-se aos limites da lei. A


empresa que realmente é ética, e não apenas se diz ser, preocupa-se com a
contenção de tais atividades dentro dos limites permitidos pelo ordenamento jurídico
aplicável, que aqui no Brasil, como se sabe é o brasileiro.

As empresas multinacionais, especialmente as norte-americanas, foram


responsáveis pela disseminação da ética empresarial em nosso ambiente de
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negócios. Todavia, alguns aspectos dos seus comportamentos são algumas vezes
conflitantes com os valores e princípios que apregoam.

Os boatos sobre a liberalidade nas auditorias e investigações privadas,


especialmente nessas empresas multinacionais e nas grandes organizações locais
sempre foram motivo de preocupações para os estudiosos do assunto.

Aparentemente a teoria ética utilizada nessas situações sempre foi a dos filmes
policiais: se alguém descumpre a lei (ainda que seja uma norma interna), tolera-se
que o agente repressor também a viole para fazer a investigação e concretizar a
captura e até a punição.

Essa prática é particularmente perigosa para as empresas, mesmo para


aquelas que possuem códigos de conduta ética ou equivalentes em pleno vigor.

São dois os tipos de procedimentos que deveriam causar preocupação: os


levantamentos e investigações internos, também chamados de auditoria, e os
externos, estas simples investigações.

Os primeiros são mais usados em situações nas quais há suspeitas de


violações de deveres, inclusive éticos, por parte de administradores e empregados.
Nas empresas multinacionais essas tarefas são geralmente atribuídas a rapazes
integrantes da estrutura da controladora, residentes no país de origem do capital e
nem um pouco acostumados com a existência de outras jurisdições e soberanias
além daquela em que nasceram e foram criados.

Esses rapazes chegam ao Brasil investidos da autoridade interna de “auditores


internacionais” e sentem-se à vontade para aplicar os chamados “programas de
investigação” tais como elaborados e aprovados em seus países. Muitas vezes não
são sequer informados de que no Brasil uma simples pergunta direta sobre a
violação de uma norma pode se constituir em crime contra a honra. E o crime pode
ser ampliado e multiplicado quando se soma à injúria a difamação, configurada pelo
descaso em proteger a honra e a imagem dos “investigados”.
Magna Leonila Fernandes
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Nos casos acima, além das responsabilidades penais tais “heróis” criam para
as suas organizações riscos de indenização por dano moral. Portanto, os
administradores locais precisam se precaver, porque poderão responder
pessoalmente pelas imputações criminais daí decorrentes.

Os excessos se agravam com as chamadas investigações externas. Por que


uma empresa ética promove tais investigações? Pode haver causas legítimas para
isso, como, por exemplo, a verificação da inexistência de mácula na reputação de um
candidato a representante comercial. É claro que alguém que foi processado e
condenado no passado por oferecer propina a uma autoridade pública não será um
agente que possa ser credenciado por uma organização ética.

Outra necessidade de investigação externa é o da conferência da vida


pregressa de certos executivos. Qual empresa gostaria, por exemplo, de nomear
como diretor financeiro um profissional que já tivesse sido condenado por
estelionato?

Um último grupo de necessidade refere-se aos devedores das organizações.


Muitas vezes tais pessoas ou organizações transferem do ativo da
empresa devedora bens ou direitos para terceiros, com o único objetivo de furtar-lhes
às ações dos credores. Nesses casos só um levantamento paciente poderá dar aos
agentes de investigação os elementos de prova necessários para apresentação em
Juízo dos pleitos de vinculação desses ativos aos débitos em aberto.

Mas as possibilidades de levantamentos e investigações externas legítimas


não vão muito além dessas. Todas as demais podem se constituir em usurpação das
funções da Polícia ou do Ministério Público.

Mesmo naquelas situações por nós apontadas como legítimas, a prática da


ética empresarial recomenda total apego e observância das normas jurídicas
aplicáveis, especialmente daquelas que protegem a honra, a imagem e a privacidade
de pessoas e das suas comunicações.

Magna Leonila Fernandes


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Na realização de tais serviços a pessoa ou empresa contratada deverá se valer
apenas e tão somente dos bancos de dados públicos, como, por exemplo, dos
cartórios de protestos ou distribuidores cíveis e criminais, que fornecem certidões a
qualquer interessado, na forma da lei.

Ou seja, em nenhuma hipótese a empresa ética deve contratar pessoas ou


organizações que empreguem em seus métodos de trabalhos práticas ilegais ou
antiéticas.

Cumpre aos administradores da empresa ética não adotarem nem mesmo o


chamado de conhecimento consciente, fechando os olhos aos métodos quando
sabem que o alcance do objetivo a que se comprometem seus contratados só
poderá ser atingido com a violação das normas, como a que protege o sigilo das
comunicações telefônicas, por exemplo.

Certos indicadores, como furto e suborno, possuem maior diferença entre as


variáveis, indicando que a conduta de acordo com a regra (compliance) ou a corrupta
tiveram várias causas, sendo influenciadas pelas circunstâncias. Já outros indicadores,
como presentes e culpa, estão mais vinculados à visão ética do indivíduo, sendo assim
mais suscetíveis a reflexões éticas que podem ser orientadas pelas organizações.

Análise Comparativa entre as Variáveis Gênero, Instrução e Idade com os Indicadores de


Percepção Moral Utilizando os Valores
Fonte: Revista de Administração (São Paulo)

Magna Leonila Fernandes


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Finalmente, como a ética recomenda que qualquer informação sobre a
concorrência, ainda que tal concorrência se desenvolva no plano dos investidores,
seja obtida somente através de fontes públicas legítimas, será antiético a contratação
de “arapongas” para proceder a tais levantamentos. Salvo se comprometidos a
utilizar apenas de bancos de dados públicos, aos quais tenham acesso somente na
forma da lei. Mas nesse caso não será melhor e mais econômico pedir a um
estagiário que obtenha certidões do que contratar empresas internacionais de
investigação?

Fonte: Manhães Moreira

Entrevistas, uma ferramenta eficaz se bem planejada

Vantagens
▪ Permite uma recolha rica de dados e bom grau de profundidade.
▪ Pode ser utilizada para todos os segmentos da população.
▪ Há flexibilidade, perguntas podem ser esclarecidas e complementadas.
▪ Oferece a oportunidade para avaliar atitudes e gestos.
▪ Permite que os dados sejam posteriormente quantificados e submetidos a
tratamento estatístico.

Limitações
▪ Dificuldade de expressão e comunicação por ambas as partes.
▪ Incompreensão por parte do entrevistado que pode levar a uma falsa
interpretação.
▪ Possibilidade do entrevistado ser influenciado.
▪ Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

Recomendações

Planejamento da entrevista

▪ Conhecimento prévio do entrevistado

Magna Leonila Fernandes


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▪ Marcação com antecedência
▪ Garantir a confidencialidade dos dados

As entrevistas segundo Brasiliano, são as técnicas mais utilizadas com o objetivo


de obter informações entre duas pessoas com interesses contrapostos, e deve-se
planejar muito bem para poder garantir o sucesso.

Etapas da entrevista (Brasiliano):


▪ Preparação preliminares
▪ Conhecendo o entrevistado
▪ Introdução
▪ Versão inicial
▪ Perguntas esclarecedoras

Conhecendo o entrevistado (Brasiliano):


▪ Quebrar o gelo
▪ Avaliar o entrevistado
▪ Estabelecer normas
▪ Estabelecer autoridade
▪ Desarmar antagonismo
▪ Papéis – conflitos inter-pessoais

Geral
▪ Definir direção e não tempo
▪ Empatia
▪ Ouvir com atenção
▪ Credibilidade
▪ Autoridade

Táticas
▪ Começar usando perguntas do formulário
▪ Perguntas encadeadas
▪ Sentimentos
Magna Leonila Fernandes
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▪ Laço – coisas em comum
▪ Evitar julgamento
▪ Ouvir com atenção
▪ Empatia

CONCLUSÃO
Toda ação obrigatoriamente deve ser conduzida a partir de um planejamento,
estruturada e analisada antes de colocar a equipe na rua para realizar qualquer
operação, não se deve iniciar uma ação a partir da improvisação. Na verdade, o
milagre não pode existir, sem que haja uma metodologia cientifica. A natureza do
problema da a complexidade do processo, mas de qualquer forma deve ser utilizado
um método, dando racionalidade á ação para reunir dados a serem trabalhados,
analisados e comparados.

Magna Leonila Fernandes


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ORTHYSEMPRESARIAL
1.INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por finalidade realizar uma investigação baseada em riscos
OPERACIONAIS e ESTRATÉGICOS.
Para tanto, é importante termos em mente que o foco estratégico é o
comprometimento, a participação de toda construção do planejamento de investigação,
juntamente com engajamento das pessoas que transmitem informações e dados de
suma importância para o sucesso de desenvolvimento das averiguações e análises dos
nexos causais.

Uma série de informações como Entrevistas com os envolvidos, as respostas


sobre os questionamentos, serão importantes para entender identificar um possível
autor de uma apuração de irregularidade. Também se faz importante à avaliação de
documentos, a coleta de dados ou a aplicação de testes como, de compreensão e
observância, que respectivamente servem para conhecer os processos e identificar
possíveis falhas que poderiam servir de oportunidade para uma anormalidade
encontrada na empresa.

Contudo, uma vez que as partes envolvidas podem ter um impacto significativo
nas decisões tomadas em uma investigação, é importante que sua percepção do risco,
bem como dos benefícios, seja identificada e documentada, compreendidas e
abordadas durante o projeto.

A presente pesquisa é relevante às indústrias de médio e grande porte para


garantirem o lucro, através de uma nova estratégia, aqui denominada, a investigação
corporativa como ferramenta para combater as fraudes empresariais, visando
identificar fraudes empresariais e prevenir ou reduzir perdas contra as práticas de
crimes externos ou internos, resultantes do atual cenário político (de impunidade),
aumento da criminalidade, desigualdade social, desemprego e do crime organizado.

As indústrias, além das concorrências e turbulências econômicas do mercado,


agora precisam preocupar-se na prevenção de seu patrimônio para atingir as metas e o
lucro desejado. Nesse mundo de violência e criminalidade em ascensão, as indústrias

Magna Leonila Fernandes


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ORTHYSEMPRESARIAL
passaram a ter mais uma responsabilidade social: garantir a segurança de seus
funcionários, prestadores de serviços e, principalmente, de seus clientes para evitar
perdas. Mas, será preciso agir de forma planejada e com conhecimentos científicos, ao
invés do “empirismo”, tendo em vista que os meliantes aperfeiçoaram suas técnicas e
muitos até são integrantes do crime organizado.

Toda organização que visa lucro está sujeita a riscos externos e internos e, por
consequência, sofrer danos ou prejuízos catastróficos, dependendo do impacto que o
sinistro tenha sobre o negócio. Isso pode ocorrer em virtude de variáveis internas e
externas, que aqui serão denominadas como riscos, e também pela falta de estratégia
nas empresas e poucos profissionais qualificados na investigação corporativa.

O presente estudo visa a analisar como a investigação é aplicada nas indústrias


nacionais para combater as fraudes empresariais, para embasar ainda mais essa
pesquisa, consulta bibliográfica de autores especializados no assunto, jornais, revistas
e artigos publicados na internet. Também foi mencionado neste estudo a experiência
vivida em uma multinacional de grande porte, onde em inúmeras investigações foram
apresentados fraudadores e meliantes que provocavam desvios internos e repassavam
informações confidenciais, a fim de conquistar um retorno financeiro imediato.

Tem como objetivo principal evidenciar aos empresários e profissionais do setor


industrial que a investigação planejada é uma nova ferramenta para garantir o lucro,
prevenindo ou reduzindo perdas.

2. FRAUDES EMPRESARIAIS

2.1 Fraudes
O dicionário da língua portuguesa (FERREIRA, 1993, p.261) define fraude como
“Abuso de confiança”. Partindo do conceito não técnico anteriormente apresentado,
passa-se para a conceituação de Sá e Hoog (2005, p.19) que afirmam que “a fraude é
um ato doloso cometido de forma premeditada, planejada, com a finalidade de obter
proveito com o prejuízo de terceiros”.

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2.2 Diferenças entre o erro e a fraude


Quando se estuda a fraude, ponto fundamental é diferenciá-la do erro, pois
ambos os conceitos são muito próximos. Para Sá e Hoog (2005, p.18), “a fraude é
sempre um delito” enquanto o “erro é sempre um ilícito”.

Para a conceituação de delito e ilícito recorre-se a Hoog (2005, p.153), o qual


afirma que delito é um fato que a lei declara de forma expressa como sendo punível por
ser crime, do tipo doloso como: conluio, roubo, fraude, estelionato, apropriação
indevida de recursos, ou qualquer tipo de crime contra a ordem tributária, a relação de
consumo e o sistema financeiro nacional.

Enquanto ilícitos, são os atos proibidos por lei e prejudiciais à moral, à qualidade
de vida, à função social da propriedade e ao sossego público, tais como: erro,
ignorância, desídia, imperícia, omissão; também são considerados atos ilícitos os que
violarem direitos ou causarem dano material ou moral a outrem.
Apesar de existir certa dificuldade para o julgamento se determinada
inconformidade foi erro ou fraude, tecnicamente, ambos conceitos são bem diferentes.

A fraude é um ato doloso, propositalmente praticado, já o erro é um ato culposo,


em que não há intenção do agente na sua prática. Geralmente, o fraudador procura
esconder a fraude, fato que gera mais trabalho e inteligência para a sua detecção. De
acordo com Sá e Hoog (2005, p.19).

Erro pode ser fruto da desídia ou ignorância, neste caso considerado como invito;
são os ilícitos denominados culposos e têm sua origem na: negligência quando não é
aplicado um procedimento prescrito na lei, ou em uma ordem superior; imperícia que é
a incapacidade para o desempenho da tarefa; imprudência que é a ausência de
cautela, precaução; e desídia que é a preguiça, indolência, inércia, negligência.

Após diferenciado o erro da fraude, passa-se a apresentar as principais


modalidades de fraude.
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2.3 Tipificação
A fraude é “intensamente praticada, repudiada pela ética e pela moral, a fraude é
considerada perante a lei como algo que merece reprovação”. Devido a certo
enfraquecimento de valores éticos, morais e sociais as fraudes vêm se tornando cada
vez mais citadas em jornais especializados em negócios no Brasil.

A fraude assume múltiplas modalidades que se dividem em:


▪ Não-encobertas: são aquelas que o autor não considera necessário mascarar,
porque o controle interno é muito fraco. Um exemplo seria a retirada de
dinheiro do caixa, sem se efetuar nenhuma contabilização;
▪ Encobertas temporariamente: são feitas sem afetar os registros contábeis; por
exemplo, retirar dinheiro proveniente das cobranças, omitindo o registro delas
de modo que seu montante possa ser coberto com o registro de cobranças
posteriores, e assim sucessivamente; e
▪ Encobertas permanentemente: nesses casos, os autores da irregularidade
preocupam-se em alterar a informação contida nos registros e outros arquivos,
para assim ocultar a irregularidade. Por exemplo, a retirada indevida de
dinheiro recebido de clientes poderia ser encoberta, falsificando-se as somas
dos registros de cobranças; porém, isto não bastaria, pois, como o valor a
creditar aos clientes não poderia ser alterado com o risco de futuras
reclamações, deve-se procurar outro artifício.

2.4 Pesquisa

Empresas sofrem uma tentativa de fraude interna por semana

Apesar de as empresas sofrerem em média cerca de uma tentativa de fraude por


semana, 44% delas não consideram iniciativas de prevenção contra fraudes internas
prioridade, despreocupação aumenta desde 2011. Esta conclusão faz parte da
pesquisa anual “O Risco das Fraudes Internas”, realizada em conjunto pela Attachmate
Corporation e o Ponemon Institute.

Magna Leonila Fernandes


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A pesquisa foi feita com 700 pessoas de grandes empresas multinacionais e
revela outras tendências com relação à segurança de dados corporativos internos. Em
média, as empresas demoram 87 dias para detectar a ocorrência de uma fraude
interna e mais de três meses (105 dias) para descobrir a causa.

A maioria (79%) diz que em suas empresas um usuário privilegiado já alterou ou


tentou alterar comandos dos aplicativos para obter acesso ou modificar informações
confidenciais, e depois reconfigurou os comandos. Segundo 73%, um equivoco de um
funcionário já causou prejuízo e possível dano à marca da empresa.

“Estes dados demonstram a invisibilidade das ações praticadas pelos funcionários


dentro das empresas”, diz Larry Ponemon, presidente do conselho e fundador do
Ponemon Institute. “Embora as empresas adotem políticas e procedimentos para tentar
inibir a fraude internas, isso não significa que eles serão seguidos pelos funcionários,
principalmente com o aumento das práticas do modelo ‘traga seu próprio dispositivo’
(BYOD) ”.

Mais de oitenta por cento (81%) dos ouvidos dizem que algum funcionário já usou
credenciais de alguém para obter direitos adicionais ou controles especiais.
Praticamente metade (48%) diz que essas práticas resultaram em um aumento
significativo do risco de fraude e 77% que a falta de protocolos de segurança nos
dispositivos de borda é um grande risco.

“A segurança dos dados e a fraude interna prosseguem como um desafio para as


empresas, principalmente com a prática do modelo BYOD, aumentando a
complexidade no ambiente corporativo”, diz Christine Meyers, diretora de soluções para
gerenciamento de fraudes corporativas da Attachmate.

O estudo define fraude interna como ataques maliciosos ou criminosos


perpetrados em empresas públicas e privadas por funcionários e temporários.
Normalmente o objetivo é roubar bens financeiros ou informações, incluindo dados de
clientes, segredos comerciais e propriedade intelectual.

“Com essa pesquisa queremos reiterar que as empresas não estão imunes”, diz
Meyers. “A ameaça da fraude interna é um risco que está aumentando e que pode

Magna Leonila Fernandes


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resultar em prejuízo financeiro tangível. Quanto mais tempo a empresa demorar para
perceber isso, mais caro vai sair para ela. ”

2.5 Prevenção
Os gestores podem implementar diversas medidas para reduzir o risco de
ocorrência de fraudes tais como: segregação de função; rodízio de profissionais, de
cargos ou de funções; normas de procedimentos; realização de pesquisa sobre a vida
profissional e os antecedentes criminais dos candidatos ao quadro de funcionários da
empresa; auditoria interna para estabelecer procedimentos mínimos de controle
capazes de identificar e coordenar serviços de inteligência a fim de coibir a prática de
fraudes; elaboração de código de conduta profissional, abrangendo o que a empresa e
os gestores entendem por comportamento ético e ainda canais para denúncias
anônimas. Gomes (2000 p.326) entende que: “quanto mais à empresa conhecer sobre
o perfil do fraudador, sua identidade, forma de agir e os motivos que conduzem a esta
ação, será melhor para a prevenção de fraudes”.

A direção da empresa tem a responsabilidade de implementar e manter os


controles internos atualizados. Os auditores verificam se a organização estabeleceu
objetivos realísticos, metas e código de conduta, nos quais devem constar as
atividades não permitidas e as consequências oriundas da violação. O procedimento
usado com mais frequência na prevenção das fraudes é a auditoria operacional e o
menos usado é a análise digital. O mundo digital deixa muitos rastros que o mundo
presencial. Não é possível apagar todas as evidências, sempre fica algum resíduo. Em
caso de fraude na empresa, se o fraudador utilizou o computador para qualquer
movimentação ou troca de informação, ainda que ele apague tudo, tudo é recuperável.

Pode haver alguma dificuldade em mensagens criptografadas, porque os dados


serão recuperados, mas nem sempre é possível decifrar o código criptográfico.
Portanto, a prevenção dessa ocorrência se torna mais importante que a detecção.

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2.6 Punição
Em alguns casos, as empresas que não querem se expor a propagação
indesejável do escândalo, acabam dificultando o ato de punir. Segundo Gil (1998, p.97)
“a punição mais frequente é a demissão dos profissionais considerados fraudadores”.
Em caso de dificuldade de se obter provas para incriminar somente os fraudadores, os
colaboradores inocentes rotulados de coniventes também podem ser atingidos. A
definição de conivência como sendo a não adoção de uma atitude proativa por
profissional exercendo função ou cargo na empresa, quando da ocorrência de eventos
fora dos padrões de normalidades – formais ou informais, junto à operacionalização
das linhas de negócios organizacionais. A conivência é um aspecto que sempre
merece atenção quando se verifica um processo fraudulento e requer a investigação,
apuração e tomada de medidas adequadas de natureza preventiva.

A chamada espionagem empresarial é crime previsto na Lei 9.279, de maio de


1996, que regula os direitos e as obrigações relativos à propriedade industrial. No
artigo 195, estão listadas 14 práticas de concorrência desleal, entre as quais
divulgação e exploração de segredos industriais e comerciais tanto por concorrentes
quanto por funcionários. Se condenado, o réu pode pegar de três meses a um ano de
prisão, além do pagamento de multa por perdas e danos e da interrupção do ato ilegal.

2.7. Breve conclusão


Esta pesquisa nos proporcionou uma conclusão do que as organizações vêm
sofrendo cada vez mais com a incidência das fraudes, isso ocorre pela facilidade que
as empresa muitas vezes disponibilizam meios pelos quais abrem oportunidades para
ação dos fraudadores.

Geralmente essas ações são fraudes financeiras, subornos, furtos, conflitos de


interesses, corrupção, furto de informações dentre outros. Como consequência desses
atos as empresas deixam de ter crescimento financeiro, perde clientes por falta de
produtos, deixam de criar oportunidades, pois não abrem novas lojas em consequência
desses atos podendo até mesmo chegar à falência.
A punição mais frequente é a demissão dos profissionais considerados
fraudadores. Em caso de dificuldades de se obter provas para incriminar somente os
Magna Leonila Fernandes
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fraudadores, os colaboradores inocentes rotulados de coniventes também podem ser
atingidos.
Em alguns casos, as empresas que não querem a propagação indesejada do
escândalo, acabam dificultando o ato de punir.

Para prevenir a ocorrência das fraudes dentro da organização existem normas e


regras para ser usadas, como rodízios de funcionários auditoria interna para
estabelecer procedimentos mínimos de controle capazes de identificar e coordenar
serviços de inteligências a fim de coibir a pratica de fraudes, código de conduta e ética.

▪ O índice de respondentes que vivenciaram fraudes em suas organizações foi


de 69%. Todavia, no universo empresarial, pela relutância em responder ou
pela impossibilidade de algumas empresas quantificarem suas experiências ou,
ainda, considerando as numerosas fraudes que podem passar despercebidas,
é possível presumir que tal número não representa a totalidade real de perdas.
▪ Para 74% de todos os respondentes, a fraude é ou pode tornar-se um grande
problema para sua empresa.
▪ Para 55% dos respondentes, a fraude aumentará no futuro – apenas 18%
acreditam que ela diminuirá. As razões citadas para essa expectativa de
aumento futuro são, principalmente, o enfraquecimento dos valores na
sociedade, falhas no sistema de controle, impunidade e pressões econômicas.
▪ Assim como controles internos deficientes permitiram a ocorrência de fraudes
(71%), bons controles internos foram citados como um dos métodos mais
comuns de sua detecção (52%). Isso ressalta o papel central dos controles
internos no combate à fraude.
▪ Como parte de seus planos para diminuir a possibilidade de fraudes, as
organizações pretendem se concentrar em métodos internos de detecção, em
treinamento de pessoal e no estabelecimento de um código de conduta ou de
um manual de comportamento profissional.
▪ Os tipos de fraudes que resultaram nas maiores perdas foram falsificação de
cheques ou documentos, roubo de ativos e contas de despesas.

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▪ Para 83% dos respondentes, os montantes envolvidos em fraude foram
inferiores a R$ 1 milhão; porém, em 49% dos casos, não se recuperou
nenhuma parte do valor.
▪ Os respondentes acreditam que seus próprios funcionários (58%) são a maior
fonte de ameaça, especialmente seu pessoal de suporte (57%).
▪ O fraudador típico é homem (83%), situa-se na faixa etária de 26 a 40 anos
(70%) e percebe, mensalmente, entre R$ 1.000,00 e R$ 4.500,00 (61%). A
maioria das fraudes reportadas foi cometida por funcionários com mais de dois
e menos de cinco anos na empresa.
▪ O crime organizado representa uma ameaça/perigo para a indústria ou a
empresa, segundo 77% dos respondentes. As maiores preocupações são
fraudes e roubos, bem como a utilização de informações privilegiadas.
▪ A espionagem corporativa representa uma ameaça ou perigo para a área de
atuação e/ou para a própria empresa de 66% dos respondentes.
▪ Os negócios por meio de comércio eletrônico foram realizados por 44% dos
participantes. Destes, 51% atuam no Business to Business (B2B), 15% no
Business to Consumer (B2C) e 34% em ambas as áreas.
▪ Apenas 11% dos usuários do comércio eletrônico tiveram problemas de
segurança em seus sistemas.
▪ A rejeição por parte dos clientes e/ou fornecedores é o motivo que prevalece
para aqueles que não estão realizando negócios por meio de comércio
eletrônico, enquanto questões de segurança tendem a ser uma preocupação
secundária.
▪ Como uma constante, as respostas quanto à origem do fraudador deixam claro
que o maior deles está dentro da empresa: é o funcionário (quase 60%). Houve
um crescimento de 14,5% no índice do empregado fraudador.
▪ O pessoal de suporte (staff) gerou a maioria das perdas incorridas nas
organizações (57%). Funcionários em posição de chefia e gerência foram
também responsáveis por uma considerável parcela dos casos: 26% e 16%,
respectivamente.

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2.8. As 30 fraudes

1. CNH falsa
Alguém ligado a uma autoescola oferece CNHs expedidas em outra localidade, sem o
motorista precisar fazer o curso de 50 horas e a prova. Se pego, o motorista que sabia
da fraude é processado por uso de documentos falsos.

2. Fraude no INSS
A fraude consiste em facilitar, por meio de documentações falsas, a liberação de
benefícios como aposentadoria por idade; salário maternidade; e pensão por morte.
Crimes: inserção de dados falsos em sistema de informações; corrupção ativa e
passiva; e formação de quadrilha.

3. Golpe do empréstimo
Quadrilhas usam o nome de grupos sólidos e confiáveis para enganar o consumidor.
Os golpistas se aproveitam do desespero das vítimas endividadas e prometem
emprestar dinheiro com juros baixos e sem comprovação de renda. Atrai o cliente com
propaganda em jornais. Para liberar o empréstimo, é preciso pagar uma taxa
antecipada. Aí está o golpe.

4. Sedutores do webcam
Homem que seduzia e extorquia mulheres na internet Ele se apresenta em sites de
relacionamentos como psicólogo, médico, advogado ou empresário e seduz mulheres
com o intuito de realizar futuras extorsões. Vídeos é fotos íntimas das vítimas são
usados no golpe. Mas mulher também já foi acusada de praticar golpes contra
jogadores e treinadores de futebol. Crime de estelionato e contra a honra.

5. Cartão clonado
Uso ilegal de dados bancários para efetuar compras na internet. Obtenção de forma
ilícita de dados de cartões de crédito verdadeiros, por chupa-cabras ou invasão do
computador via e-mail falso.

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6. Dinheiro bom por dinheiro falso
Grupo propõe a vítima de cooperar em um esquema de troca de dinheiro falso por
dinheiro bom (promete lucro fácil e alto). São feitos alguns testes, sempre bem-
sucedidos e envolvendo pequenas quantias, para atiçar a ganância da vítima. Depois
na hora da primeira operação com valores elevados, alguma coisa não dá certo e a
vítima perde tudo.

7. Dinheiro pintado
Alguém contata a vítima dizendo que por alguma razão bem sigilosa possui uma
grande quantia de dólares "pretos". A história: A CIA ou um traficante (para se proteger
dos -comparsas, ou algum ditador) pintou dólares com uma tinta preta especial para
facilitar o transporte, evitar fiscalizações ou por questões de segurança. Seja qual fora
história, lhe dirão que para remover a tinta é necessário realizar um processo delicado
com um produto químico extremamente raro e especial (e, portanto, caro). Eles sabem
qual é o produto (Usam os nomes SSD Solutions, Vectrol Paste, Lactima Base 98%,
Microtectine, entre outros): Fazem uma demonstração e dá cédula preta aparece 100
dólares. Mas dizem que têm o contato com alguém que vende este produto, mas não
tem o dinheiro para comprá-lo e se financiar a compra do produto, metade dos dólares
serão do 'parceiro'. Dá para sacar que eles pegam o dinheiro e desaparecem, né?

8. Falso doleiro
Um golpista se apresenta como suposto doleiro ou intermediário de "casa de câmbio"
dizendo-se em condições de realizar operações de câmbio de reais por dólares ou
vice-versa ou ainda transferências de valores pela modalidade "cabo" (ou seja,
mercado paralelo ilegal) em entrada ou saída do Brasil. As vítimas mais comuns são
empresas com caixa dois, empresas de trading ou construtoras. Uma vez entregue o
dinheiro para a suposta operação de câmbio, o intermediário ou doleiro desaparece ou
alega problemas, fiscalizações, ações policiais (falsas), bloqueios, desvios para não
cumprir o combinado e ficar com o dinheiro.

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9. Links falsos
Uso de sites de busca com links falsos. O sujeito digita o nome do banco e aparece na
seção de links patrocinados a indicação de falsos sites de grandes bancos. Para evitar,
grave seu banco nos favoritos e prefira este caminho.

10. SPAM do carro


Montadoras alertam usuários de internet que hackers que estão enviando falsos e-
mails, em nome das empresas, convidando-os para as mais diversas promoções. Estes
e-mails contêm vírus que podem se instalar no computador do usuário e transferir suas
informações privativas para uso indevido. Portanto, não abra estes e-mails e delete-os
imediatamente.

11. Mensagens nas redes sociais


Usando redes de relacionamento (como antigo Orkut, Myspace e Facebook), hackers
criam perfis falsos e envia links maliciosos. Importante ter cuidado ao clicar em links
desconhecidos que o direcionem para sites diferentes de fora da rede de
relacionamento. O Google (dono do Orkut) passou a invalidar diversos links que
seguem a mensagem como "Dá uma olhada nas fotos da nossa festa, ficaram ótimas".

12. Golpe da lista telefônica


Entidades empresariais alertam aos seus associados que empresas estão enviando
indevidamente boleto bancário referente à publicação em guias telefônicos. A empresa
entra em contato por telefone, pedindo nome do proprietário e dados da empresa além
dos dados pessoais. Posteriormente envia por fax uma autorização da publicação e
pedindo para o proprietário assinar e reenviar para eles.

13. Golpe do boleto (anuidade)


O golpe da lista é semelhante ao da mensalidade, que a ACIEG divulga há anos e
empresários ainda pagam. Entidades criadas em outros Estados, com o objetivo de
arrecadar e com nomes parecidos com as principais entidades, enviam boletos
cobrando anuidade. Quando o boleto cai nas mãos de uma pessoa desinformada e que
não confere o nome da entidade que é filiado, o pagamento é feito e de difícil
recuperação. O início do ano é propício para o golpe, apesar de ocorrer o ano todo.
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14. Falso funcionário
É bom verificar a procedência de fiscais que aparecem na sua loja. Várias denúncias
apontam pessoas não (ou mal) identificadas estariam solicitando dinheiro aos
empresários para apoiar uma publicação de algum órgão ou livrar a empresa de
alguma punição. Órgão público não deve solicitar contribuição financeira a nenhuma
empresa. As taxas são regulamentadas e públicas. Quem paga por 'fora' comete crime
e não tem onde reclamar.

15. Ajudinha na Receita


A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou recentemente que
estelionatários têm entrado em contato com empresas em nome do órgão oferecendo
serviços de regularização de débitos mediante depósitos em contas bancárias. O
sujeito entra em contato, por telefone, dizendo que é procurador da Fazenda e usam
nome de verdadeiros servidores. Oferecem regularização de debitou ou aviso
antecipado de fiscalização. Nem precisa falar que é golpe.

16. Atualização de cadastro


Gol, TAM, Correios, Itaú, Bradesco, Receita Federal, Microsoft e outras centenas de
empresas alertam que já foram vítimas de hackers que usam suas marcas com o
objetivo de "atualizar cadastro," mas é golpe. Em dúvida, fique para a empresa antes
de passar suas informações pela internet ou telefone.

17. Roubo de senhas do INSS


Aposentados têm sido vítimas fáceis de golpistas em terminais de autoatendimento. O
Segundo o INSS, na maioria dos casos, as fraudes são praticadas porque o fraudador
consegue obter a senha do segurado, ao observar a digitação no caixa eletrônico. Em
caso de dúvida na operação do caixa eletrônico, a orientação é que o segurado se
dirija a um funcionário do estabelecimento bancário e nunca aceite ajuda de estranhos
ou de pessoas não autorizadas. Jamais fornecer a senha a terceiros; não permitir que
estranhos examinem o cartão sob qualquer pretexto, pois pode haver troca sem que se
perceba; não anotar a senha em papéis ou rascunhos.

Magna Leonila Fernandes


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18. Golpe da seguradora
Os criminosos entram em contato com a vítima, dizendo que ela vai receber R$ 30 mil
ou R$ 50 mil por ter ganho um processo judicial. Desse total, a pessoa tem de
depositar antecipadamente 10% do valor - referentes às obrigações fiscais, taxas de
cartórios e outras despesas. É importante que a população esteja alerta às ligações
estranhas. Ah, é bom não se alegrar com fax com as informações do processo em
papel timbrado de Tribunal de Justiça. É falso. Este crime é estelionato e a pena, em
caso de condenação, varia de um a cinco anos de cadeia, além da multa.

19. Vale-transporte falso


Em alguns Estados, pessoas estão comercializando indevidamente vale transporte. As
mesmas visitam as empresas e ludibriam os empresários, emitindo recibo de venda de
vale-transporte falsificado.

20. Troca do hidrômetro


Serve para outros serviços públicos, mas tem caso registrado de pessoa, que se
identifica como funcionário de empresa pública de água e esgoto, pede para vistoriar
as instalações da residência e, em seguida, cobra R$ 300,00 para efetuar a troca de
hidrômetro ou outras peças. Conversa fiada.

21. Papéis paraguaios


O Banco Central do Paraguai emitiu um alerta sobre a existência de notas falsas de
50.000 Guaranis, série C emissão do ano 2005, com características inexistentes em
notas autenticas. Estelionatários estão tentando trocar estas notas por dólares ou reais.
São contatados empresários e investidores oferecendo margens de lucro muito altas e
alegando necessidade de sigilo na operação.

22. Golpe do caminhoneiro


Golpista enviam boletos bancários para pagamento do Registro Nacional do
Transportador Rodoviário de Cargas. Ocorre que o registro é emitido gratuitamente.

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23. Golpe do BBB
Falsos convites para se inscrever no Big Brother Brasil, da Rede Globo, sempre são
espalhados. O interessado precisa mandar; uma lista de documentos e um vídeo para
um endereço da Globo. Por trás disso, há um golpe que pode resultar na invasão da
conta bancária da vítima. A Globo afirma em seu site que não envia informações sobre
as inscrições do programa por e-mail. Tudo sobre a atração está no site oficial. Então,
atenção.

24. Trote do SBT


O SBT também já foi usado por golpistas. Trotes que usam o nome da emissora para
conseguir dados pessoais e dinheiro já ocorreram algumas vezes. O golpe começa
com uma mensagem enviada ao celular ou mesmo um telefonema avisando sobre
supostos prêmios que o dono do aparelho teria ganhado da emissora, como
automóveis e carros. O golpista diz que por ter participado de uma promoção do SBT, a
pessoa foi contemplada com o prêmio e para recebê-lo precisa efetuar um depósito em
conta bancária. Como variante os golpistas solicitam que sejam fornecidos os números
de alguns cartões telefônicos pré-pagos. O SBT informa que nunca exige pagamentos
para entrega de prêmios e que tudo não passa de um trote. A emissora garante que
não entra em contato com os ganhadores de suas promoções via mensagens de
celular. De novo, atenção.

25. Golpe da fotosensor


Os golpistas ficam próximos de cruzamentos onde há sinais com fotosensor, aqueles
que registram se você passou no sinal vermelho ou não, ou outros pontos críticos de
transito. Estão equipados com uma pequena câmera digital e fotografam as traseiras
dos carros que passam infringindo as leis de transito (ou as vezes não). Depois de
posse das placas e das fotos, com a ajuda de despachantes, descobrem os endereços
e nomes dos proprietários desses veículos. Usando um computador e uma impressora
laser, imprimem boletos com o mesmo aspecto das multas reais, só que os dados para
liquidação são de uma conta de uma laranja. A vítima recebe pelo correio, pode ficar na
dúvida se passou ou não, mas acaba pagando no banco ou via internet, normalmente
sem verificar no site do Detran se essa multa existe mesmo. Picaretagem pura. Antes

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de pagar qualquer multa de trânsito, entre no site do Detran e veja se ela existe
mesmo.

26. O falso sequestro


Esse é batido, mas compensa reforçar. O golpe funciona assim, os criminosos ligam
para um familiar dizendo que outro familiar foi sequestrado e que se não for depositada
uma quantia (normalmente entre R$ 2 mil e R$ 5 mi imediatamente será ferido ou
morto). O teatro muitas vezes inclui gritos no fundo do telefonema e fornecimento de
detalhes da pessoa supostamente seqüestrada para convencer o interlocutor. Na
realidade a pessoa não é seqüestrada, mas recebeu logo antes um telefonema de
alguém que com alguma desculpa (participação num concurso ou programa televisivo,
sorteio, cadastramentos de algum tipo etc) conseguiu obter várias informações
pessoais (que serio usadas depois pra convencer que a pessoa é mesmo
seqüestrada), inclusive o telefone do familiar. O conselho é que ligue para a polícia
denunciando o fato.

27. Emprego de mentira


O sujeito aproveita de quem está à procura de trabalho. Ele se apresenta como
psicólogo e diz que trabalha no setor de recursos humanos de uma agência bancária.
Seleciona algumas pessoas e recebe valor que será reembolsado pelo banco. Depois
de tomar dinheiro da vítima, recomenda que vá à agência do banco, para entregar a
documentação a uma funcionária. Claro, que não existe.

28. Esquema da pirâmide


O esquema em pirâmide existe há pelo menos um século e ocorre em muitas
variações. Efetivamente, o esquema é bancado muito mais pelas compras
superfaturadas dos novos associados do que pela "taxa de adesão" inicial. Quem entra
por último paga o pato.

29. Venda de diploma de mentira


Venda de diplomas é um crime antigo e cada vez mais praticado com qualidade das
máquinas de impressão. Dezenas de sites vendem diplomas de graduação e pós-

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graduação (inclusive mestrado e doutorado) de universidades - em muitos casos à
escolha do interessado.

30. Corrupção política


Essa nem precisa muito explicitar, pois está \ sempre no noticiário. Mas ocorrem
normalmente por superfaturamento de obras e serviços. Atenção especial com este
crime.
Fonte: Revista Gestão Empresas & Produtos

2.9 Grandes fraudes corporativas no mundo

Para evidenciar ainda mais a realidade da criminalidade e os consequentes


prejuízos que as indústrias sofreram por uma invasão armada, abaixo estão notícias de
jornais a respeito, extraídas da internet:

Empresas Principais Irregularidades


Enron Admitiu inflar os lucros e ocultar o endividamento, manipulando
parcerias não explicitadas no balanço. Pediu concordata em
novembro de 2001 por dívidas no valor de US$ 31,2 bilhões;
Adelphia Alvo de Investigação da Comissão de Valores Mobiliários norte-
americana (SEC) sobre US$ 3,1 bilhões em empréstimos
nãorelacionados nos balanços;
Duke Energy Admitiu ter inflado suas receitas em US$ 1 bilhão, ao longo de três
anos, com negócios fictícios – como dois operadores comprando e
vendendo contratos entre si;
Global Crossing Sofreu investigação da SEC sobre contrato de venda de energia no
mercado atacadista de longo prazo. Pediu concordata em janeiro em
2002 por dívidas de US$ 12,4 Bilhões;
Merck Reconheceu ter contabilizado como receita sua 9e também despesa)
o faturamento de sua subsidiária Medco, no valor de 12,4 US$
Bilhões;
Rite Aid Recalculou, com diferença de US$ 2,3 Bilhões o lucro antes dos
impostos;

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WorlCom Pediu concordata por dívidas de US$ 32 Bilhões após reconhecer que
fraudou balanços em US$ 3,85 Bilhões, contabilizando despesas
como investimento. Posteriormente descobriu-se que o rombo era
US$ 2 Bilhões maior;
Sumitomo Yasuo Harmanaka era responsável pelas atividades de cobre. Fez a
empresa perder US$ 2,6 Bilhões, ao realizar transações fraudulentas
por dez anos de 1986 a1996;
Barings O banco de negócio mais antigo na Grã Betanha ficou sob controle
judicial após a fuga de um de seus corretores (Nick Leeson).
Acumulou US$ 1,2 Bilhão de perdas, escondidas em uma conta
secreta;
Amaranth Advisiors Em 2006, apostas infelizes do trader – chefe de energia BR’AAN
HUNTER no mercado de gás natural levaram o fundo de hege da
Americana Amaranth a perder mais de US$ 6 Bilhões em questão de
semanas.

Fonte: Silva (2010, p. 199-201)

2.10 Grandes fraudes em empresas brasileiras

Empresas Ano Fraudes


Coroa Brastel 1983 R$ 1,2 bilhão
Banco Nacional 1995 R$ 28 bilhões
Banco Econômico 1995 R$ 10,5 bilhões
Banco Bamerindus 1997 R$ 5,7 bilhões
Banco Marka 1999 R$ 1,05 bilhões
Banco Fonte Cidan 1999 R$ 522 milhões
Precatórios 1997 R$ 1,5 bilhão
Papatudo 1994/95 R$ 168 milhões
Banco Santos 2004/05 R$ 2,3 bilhões
Banco Panamericano 2010 R$ 4,3 bilhões
Total R$ 55,24 Bilhões

Fonte: Silva (2010, p. 202)

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17/07/2013 - 11h58
Polícia Federal investiga fraudes relacionadas ao Minha Casa,
Minha Vida
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quarta-feira (17), oito
mandados de busca e apreensão durante a Operação "1905", que
investiga fraudes relacionadas à execução do programa Minha Casa,
Minha Vida, do governo federal. A ação conta com o apoio da
Controladoria Geral da União (CGU).

Os mandados de busca foram expedidos pela Justiça Federal e


cumpridos nas cidades de São Paulo, Brasília e Fortaleza. De acordo
com a PF, um esquema que envolve instituições financeiras,
correspondentes bancários e empresas de fachada estaria desviando
recursos destinados à construção de casas populares em municípios
com menos de 50 mil habitantes.

Ainda de acordo com a polícia, há indícios de que ex-servidores do


Ministério das Cidades atuariam junto ao Minha Casa, Minha Vida
prestando serviços inexistentes. Eles receberiam, segundo as
investigações, uma comissão das empresas contratadas para
concessão e fiscalização das obras.

São investigados crimes contra o sistema financeiro nacional,


estelionato, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, cujas penas
podem atingir 32 anos de prisão.

17/07/2013 – 17h16
Presidente da Pirelli é condenado por espionagem no caso Brasil
Telecom
O presidente do conselho da fabricante italiana de pneus Pirelli, Marco
Tronchetti Provera, recebeu uma pena de 20 meses de prisão nesta
quarta-feira (17), pelo tribunal de Milão.

Ele foi condenado por receber dados roubados quando era presidente
da Telecom Itália (TIM). Na época, ela disputava o controle da empresa
de telefonia Brasil Telecom, hoje Oi. Outro que disputava o controle da
Brasil Telecom era o banco Opportunity, comandado por Daniel
Dantas.

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O processo na Justiça começou depois de vir à tona um escândalo de
venda de informações privilegiadas. Tronchetti foi acusado de receber,
em 2004, informações roubadas de uma agência de segurança no
Brasil sobre as atividades do banco Opportunity.
O executivo italiano sempre negou irregularidades, afirmando que
entregou as informações sigilosas para as autoridades, após tê-la
recebido de forma anônima.

Com o escândalo, a Telecom Itália desistiu de tentar assumir o controle


da Brasil Telecom.

Funcionário rouba R$ 04 Milhões do chefe para apostar na


internet
Um contador britânico, segundo o jornal Daily Mirror admitiu ter
roubado mais de 1 milhão de libras (cerca de R$ 4 milhões) dos chefes
com o objetivo de apostar o dinheiro em jogatinas na internet, prática
na qual alegou ser viciado. Bryan Benjafield, 23 anos, roubou dinheiro
da construtora Charminster Ltda., localizada na cidade de Dorchester,
no condado de dorset, na Inglaterra. Ele trabalhava no departamento
de contas a pagar.
O funcionário foi indiciado pela Justiça local. Ele desviou gradualmente
o dinheiro da conta da empresa para uma outra conta fantasma, criada
por ele. O roubo ocorreu entre janeiro de 2004 e outubro de 2005.
Segundo o processo, o funcionário desviava cerca de 17 mil libras (em
torno de R$ 68 mil) por dia. Ele foi pego quando uma conta não foi
paga pela empresa por falta de caixa.

A fraude da Parmalat
Em dezembro de 2003, a revista ISTOÉ divulgou que a Parmalat, um
dos maiores grupos alimentícios do mundo, teve um rombo de cerca de
R$ 15 bilhões exposto em uma fraude contábil na matriz, na Itália,
arrastando consigo a economia dos 29 países em que está instalada,
dentre eles o Brasil. A crise internacional do capitalismo trouxe à tona

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as enormes falsificações no orçamento de mais uma megacorporação.
A exemplo de outras gigantescas fraudes, como a da norte-americana
Enron, foi a vez da italiana Parmalat sucumbir à crise que tem afetado
também outras empresas na Itália, como a Fiat. A Parmalat está
instalada em 29 países e possui mais de 36 mil funcionários mundo
afora. No último balanço apresentado em 2003 dispunha de 4,2 bilhões
de euros em liquidez. Com esta quantia em caixa a empresa só
conseguiu pagar 150 milhões em títulos atrasados com o auxílio de
bancos credores e do governo italiano.

A dívida se aprofundou com o vencimento, no final da terceira semana


de dezembro, de uma parcela de 400 milhões de dólares, devida a
acionistas minoritários, referente à recompra de 18,9% das ações a
filial brasileira, a Parmalat Empreendimentos e Administração, em
poder do Bank of América, que negou a existência de uma conta nas
Ilhas Cayman onde uma subsidiária da Parmalat, a Bonlat Financial
Corporation, teria aplicado 3,95 bilhões de euros por seu intermédio no
paraíso fiscal. A confissão viria em seguida, quando a Parmalat
admitira que o montante havia sido usado para liquidar as contas da
Bonlat em 2002. Não bastasse a quantia devida, os fatos que foram
expostos durante o escândalo em que a empresa se envolveu no
último mês abalaram a credibilidade dos investidores. A agência de
classificação de crédito, Standard & Poor´s (S&P), baixou o índice de
confiabilidade na empresa para “D”, que significa que a empresa está
inadimplente em seus compromissos financeiros. A queda das ações
do grupo na Bolsa de Milão no final da terceira semana de dezembro
fez com que os papéis da empresa deixassem de fazer parte do grupo
das 30 ações mais negociadas.

Como medida para conter a situação crítica exposta a Parmalat decidiu


pela troca de seu presidente, tendo Enrico Bondi assumido o comando
da empresa e, portanto, das negociações e manobras para recuperar
seu capital. O fundador da empresa, Calisto Tanzi, afastou-se do cargo
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alegando precisar de um tempo para se recuperar do impacto das
acusações. Permaneceu foragido por quase uma semana até ser
localizado e indiciado pela justiça italiana.

A prisão de Tanzi
Foi publicado no dia 27 de dezembro, pela revista ISTOÉ que Calisto
Tanzi, fundador, acionista majoritário e ex-presidente da Parmalat foi
preso em Milão, na Itália. Chegou a deixar o país na quarta-feira, não
comparecendo a um depoimento que havia sido marcado. Nesse dia a
empresa havia pedido concordata e horas antes dele ser preso, um
tribunal de falências italiano havia declarado a insolvência do braço
principal da Parmalat. Com a insolvência, a empresa poderá continuar
operando, pagando seus empregados e os produtores de leite.

Tanzi chegou a declarar que não teria desviado recursos da empresa.


Seu advogado, Michele Ributti chegou a declarar que: “Nenhum
dinheiro desapareceu. Havia apenas ativos inexistentes [no balanço da
empresa]”. Em investigações posteriores detectou-se o desvio ao longo
dos anos de cerca de 800 milhões de euros, equivalentes a cerca de
R$ 1,8 bilhão, para empresas que não faziam parte do grupo Parmalat.

O empresário foi também acusado de falência fraudulenta, fraude,


especulação abusiva, manipulação de mercado e falsificação, entre
outros. Essas acusações podem levar a uma condenação de 15 anos
de prisão. Foram decretadas também as prisões de dois ex-vice-
presidentes financeiros da Parmalat e de dois executivos da subsidiária
italiana do grupo norte-americano de auditoria Grant Thornton, dos
quais os últimos negaram quaisquer delitos.

Tanzi foi mantido preso, pois sua liberdade poderia danificar as provas,
segundo os juízes. A crise é tamanha que Tanzi se ofereceu para
colocar seu patrimônio à disposição dos investidores. Segundo seus
advogados ele cederia o controle à Parmalat da firma de turismo
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pertencente à sua família, a Coloniale Spa, que detém 50% das ações
da Parmalat Finanziaria, e inclusive da própria Parmatour.

Para manter suas fábricas operando, a Parmalat pediu empréstimo


bancários, aos bancos Capitalia, Intesa e San Paolo IMI, aos quais já
deve mais de 1 bilhão de euros. Para pagar os salários e os
fornecedores seriam necessários de 50 a 100 milhões de euros, uma
soma muito mais alta do que os 25 milhões que emprestou em
dezembro para impedir a crise que se alastra até hoje. Os juízes que
investigam o caso já identificaram cerca de 20 pessoas envolvidas na
suposta fraude, incluindo atuais e ex-diretores do grupo e auditores
externos, entre eles Fausto Tonna, ex-diretor financeiro da Parmalat e
Giovanni Bonici, responsável pela subsidiária Bonlat, com sede nas
Ilhas Caymann, o principal responsável pelas fraudes.

3. ESPIONAGEM INDUSTRIAL

A espionagem é um conceito que existe há milênios, desde os primórdios da


civilização que, de uma maneira ou outra, a espionagem era feita. Mas esta atingiu a
sua plenitude durante a Guerra Fria, onde, na altura, os E.U.A. e a União Soviética
disputavam informações estratégicas no cenário mundial.

Após a Guerra Fria, a atividade de Espionagem virou-se então para a área


comercial, financeira e industrial.

A Espionagem Industrial pode ser definida por uma ação de pessoas ou grupos,
que no seu interesse ou interesse de terceiros, têm como objetivo obter informações
confidenciais ou segredos comerciais sem a autorização dos detentores dessa
informação, com fim de se alcançar uma certa vantagem econômica. Com o tempo, a
espionagem industrial tem tomado uma definição mais alargada. Por exemplo,
tentativas de sabotar uma empresa, pode ser considerado espionagem industrial, desta

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maneira, e com o avanço das tecnologias, malware e spyware entraram no âmbito de
espionagem industrial.

3.1 Informação alvo


Não existe uma informação alvo na atividade da espionagem, em qualquer ramo,
numa determinada empresa, se pode obter informação sobre os seus rivais de forma a
que esta permita obter vantagem. Isto pode acontecer no campo das tecnologias, como
bens de consumo, como vestuário. Tudo onde haja competitividade e informações
confidenciais sobre o que uma empresa produz, pode ser alvo da Espionagem
Industrial.

3.2 Ferramentas usadas


No campo da espionagem tudo vale para se conseguir aquela informação que
tanto se quer. O mais comum e utilizado, é recorrer a análise do lixo duma empresa, na
esperança de que um funcionário mais distraído tenha deitado informação mais
delicada ao lixo. Passa também pela infiltração na empresa por parte de uma agente,
muitas vezes disfarçado como um funcionário da própria empresa ou, também usado
frequentemente por empresas de prestação de serviços (limpezas, técnicos, etc). Uma
vez infiltrado, recorre-se a um enumerando conjunto de estratégias, como por exemplo,
a recolha fotográfica de documentos mais sensíveis, a colocação de escutas
telefônicas ou em locais mais sensíveis, etc. Com o avanço das tecnologias, novos
meios de espionagem/sabotagem foram aparecendo, recentemente malware e spyware
são utilizados para isso, bem como trojans ou Keylogger, permitindo assim o acesso
remoto a informação muitas vezes confidencial, mas claro, este tipo de abordagem,
está muito dependente dos utilizadores dos terminais nas empresas a ser alvo da
espionagem.

3.3 Medidas de Proteção


A prevenção da espionagem industrial, começa primariamente nos trabalhadores
de todas as empresas, já que, majoritariamente as fugas de informação ocorrem devido
a desleixos de trabalhadores, trabalhadores insatisfeitos, subornos ou chantagens aos

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mesmos.

Tomar sempre atenção ao lixo da sua empresa. Muitas das fugas de informação
surgem de fragmentos que são recolhidos do lixo, deitados lá por trabalhadores quer
por desleixo ou por julgarem não ser importante. O ideal era destruir toda e qualquer
informação em papel que seja atirada ao lixo, informação muito sensível deve ser
guardada com extrema precaução e evitar que haja cópias em papel.
Ao solicitar um determinado serviço a uma empresa contratada, verifique as
credenciais do profissional que eles enviam e certifiquem que é absolutamente
necessário, principalmente em serviços do tipo:

- Técnicos de telecomunicações
- Técnicos de informática
- Técnicos de manutenção de equipamentos
- Equipas de limpeza
- Eletricistas
- Técnicos de alarme.

E acima de tudo, tenha alguém de confiança a acompanhar estes profissionais,


durante a estadia na empresa.

Devido aos novos ataques derivados da globalização da internet, os


computadores são armas contra a própria empresa se não forem bem administrados.
Por isso, garanta que tem um profissional de confiança a administrar a rede interna e
cada um dos computadores que possui, de forma a evitar o aparecimento de software
malicioso, quer por desleixo ou má vontade dos seus trabalhadores.

Mais algumas precauções a ter em conta:


 Desenvolver um senso comum de responsabilidade em matéria de segurança.
Limite o acesso físico de estranhos aos computadores.
 Limite o acesso por software. Use chaves não convencionais.

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 Nunca deixe um terminal ativo. Sempre encerre sua sessão.
 Comunique as invasões suspeitas e/ou dados alterados.
 Apague os discos antes de se desfazer deles ou transferi-los para outro usuário
desmagnetizando-os.
 Desligue o PC da rede quando não for usar.
 Os computadores com acesso via telefone precisam de proteção de acesso.
 Não use software emprestado ou pedido.
 Faça um back up dos seus dados frequentemente.
 Formate ou retire os discos rígidos antes de inutilizar os computadores
obsoletos.
 Não fale sobre a segurança do seu sistema com ninguém que não conheça, não
importando o que eles lhe digam.

3.4 Consequências
Espionagem Industrial, à primeira vista, pode apenas trazer problemas e
desvantagens para as empresas, mas olhando mais a fundo, podemos notar que pode
trazer alguns benefícios as empresas e sem dúvida ao consumidor final.

Apesar de trazer problemas as empresas, visto terem investido numa


determinada tecnologia e depois verem a concorrência obtê-la sem qualquer esforço
financeiro, podendo assim obter mais lucros fruto daquela descoberta, a Espionagem
também aumenta o nível de concorrência do mercado, proporcionando assim uma
melhor oferta para o consumidor, resultando em melhores preços e por esta razão que
em alguns países a espionagem industrial é aceite e incentivada.

Outra das consequências é o eventual aumento de rivalidade e tensão entre as


empresas, podendo levar a atividades mais extremas da espionagem industrial, a
sabotagem. Isto por vezes leva mesmo as empresas a falência, se a sabotagem for
suficientemente bem executada.

É claro que dependendo do sector que estão inseridos. Num setor de puramente

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competição, por exemplo Fórmula 1, esta espionagem é proibida e banida, havendo
sérias sanções a uma empresa que se prove ter recorrido a estes meios.

3.5 Dez casos de espionagem industrial

Renault é abatida por “guerra econômica”

A disputa das montadoras pelo novo mercado de carros elétricos foi levada às
últimas consequências. Na primeira semana de janeiro, a Renault suspendeu três
diretores suspeitos de vazar informações importantes sobre o projeto mais recente da
empresa de um modelo de carro elétrico. Os líderes da companhia consideram o caso
como “muito grave”, mas afirmam que o trabalho não será prejudicado, pois os espiões
não conseguiram roubar nenhum segredo tecnológico ou estratégico.

Até o governo francês tomou as dores da Renault e comparou o caso a uma


“guerra econômica”. Sem citar nomes, os representantes da empresa dizem ter sido
vítimas de uma rede organizada internacional. As investigações para descobrir quem
está por trás do caso de espionagem estão sendo feitas pela polícia francesa. E a
China entrou para a lista de suspeitos.

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Hilton olha pela fechadura da Starwood

No início deste ano, terminou a briga entre as redes de hotelaria Hilton Hotels e
Starwood Hotels & Resorts, iniciada em abril de 2009, quando a Starwood acusou a
Hilton de roubar seus planos para o conceito de estilo de vida para propriedades da
marca W, o chamado The Den Zen. Sem cerimônia, o Hilton, aliado a dois executivos
da concorrente, não só roubou as informações, como também deu a seu novo
empreendimento o nome Denizen.

A decisão judicial considerou o Hilton culpado e ordenou a empresa que


devolvesse os documentos surrupiados. Além disso, a rede de hotéis está proibida, até
janeiro de 2013, de usar qualquer estilo de marca parecido com a da concorrente e de
criar produto ou marca parecida com sua antiga Denizen, originada depois da
espionagem. Ainda nesse prazo, o Hilton não vai poder contratar nenhum ex-
funcionário da Starwood para seu grupo de luxo ou marcas de estilo mais requintado.
Em comunicado, o presidente do Hilton lamentou o caso e declarou que a empresa
está comprometida com a concorrência leal e a ética. A Starwood espera que sim.

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Furto na Petrobras leva a suspeita de espionagem

O sumiço de notebooks e discos rígidos da Petrobras, em 2008, deixou o Brasil


com a pulga atrás da orelha. O que, a princípio, parecia ser um furto comum foi dado
como um caso preocupante de espionagem industrial, já que o material perdido
continha informações sigilosas da Petrobras sobre as descobertas do pré-sal. Em
pouco tempo, a Polícia Federal voltou atrás e desconsiderou a hipótese de
espionagem, depois de prender quatro suspeitos que trabalhavam no terminal de
contêineres na zona portuária do Rio.
Praticamente todo o material foi recuperado, e a PF garantiu que não houve
vazamento de informações. Mesmo assim, o caso trouxe à tona ocorrências mais
antigas de roubos de equipamentos e computadores da Petrobras, que também foram
interpretados como espionagem industrial. Em declaração à imprensa, em 2008,
Fernando Siqueira, presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET),
afirmou que vários laptops com informações importantes da Petrobras foram roubados
das casas de engenheiros e outros profissionais. Na lista de suspeitos de Siqueira, só
três empresas conseguiram se safar: as parceiras Galp e British Gas, e a OGX, de Eike
Batista.

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Os mestres dos disfarces da Mattel

Fora das prateleiras, as bonecas Bratz e Barbie são rivais também no tribunal. Em
agosto do ano passado, a MGA Entertainment, fabricante da Bratz, acusou a Mattel, da
Barbie, de fazer espionagem industrial há mais de 15 anos. E o método que teria sido
usado pelos espiões é digno de Oscar.
Segundo a MGA, funcionários da Mattel usaram crachás de identificação falsos
para burlar a segurança das fábricas, inclusive da empresa Hasbro, para tirar fotos dos
novos produtos das marcas. A querela está prevista para continuar no início deste ano,
com um novo processo aberto em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos.

Espião da LG teria usado disfarce

O gerente de qualidade da LG Eletronics, em 2007, poderia ser considerado um


espião clássico. Ele foi acusado por quatro funcionários da Philips da Amazônia (Zona

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Franca de Manaus) de usar uma identidade falsa para entrar na unidade e ter acesso a
detalhes sobre um novo produto da concorrente, a TV de LCD de 52 polegadas.

A espionagem foi descoberta durante uma visita de quatro funcionários da


fornecedora coreana LPL (joint venture da LG e Philips, que faz produtos para ambas)
à fábrica da Philips em Manaus. Um dos visitantes, cujo nome apresentado era Justin
Cho, foi reconhecido como gerente de qualidade da LG Eletronics de Manaus, que, na
verdade, se chama Yul Rae Cho. Na tentativa de se defender, ele afirmou que era
funcionário novo da LPL e não portava seu cartão naquele momento. A desculpa não
colou e a Philips pediu investigação à polícia do Amazonas.

O toma lá, dá cá da HP

Vítima de vazamento de informações e documentos sigilosos para a imprensa, a


Hewlett-Packard resolveu pagar na mesma moeda: grampeou telefones e contratou
detetives particulares com identidades falsas. Se dizem que “chumbo trocado não dói”,
desta vez, o ditado não funcionou.

Em 2005, a Justiça americana acusou o conselho de administração da empresa –


que, na época, era chefiado por Patrícia Dunn e pela CEO Carly Fiorina – de usar
meios ilegais para investigar os autores dos vazamentos. Com o burburinho, Jay
Keyworth, um diretor mais antigo da HP, confessou ter passado documentos da
empresa para o The Wall Street Journal. O escândalo custou os empregos de Dunn,
Fiorina e Keyworth, além de uma mancha considerável na imagem da empresa.

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Na Pepsi, as paredes têm ouvidos

Em 1994, quando ainda era uma franquia do grupo argentino Buenos Aires
Embotelladora S/A (Baesa), a Pepsi resolveu partir para cima da concorrente Coca-
Cola, que, na época, dominava 50% do mercado de refrigerantes. Com um plano
estratégico confidencial, a Pepsi queria ampliar o número de pontos de venda, fábricas
e caminhões para sair de vez dos 6% de vendas no país e chegar aos 30%, em poucos
anos. A empresa só não contava com o fato de que sua maior rival teve acesso a todas
as ideias antes.

As informações chegaram por meio de um técnico de som, que entregou quatro


fitas à Spal, empresa engarrafadora da Coca-Cola, em São Paulo. De lá, as fitas
partiram para a sede da Coca no estado, onde foram transcritas pelo então gerente de
operações Antônio Cesar Santos de Azambuja. A história só veio à tona quando o
funcionário denunciou o ocorrido, depois de ser demitido sem motivo aparente.
Enquanto, na Coca-Cola, diretores negavam ter ordenado a transcrição das fitas, a
Pepsi não viu seus planos concretizados. Pior, teve uma forte queda nas vendas e
acabou sendo vendida para a Brahma.

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Procter & Gamble procura informações até no lixo

Na ânsia por manter a competitividade com a Unilever, a Procter & Gamble meteu
os pés pelas mãos, em 2001. Na época, a P&G contratou uma empresa especializada
em investigação para ter mais informações sobre os negócios da concorrente nos
Estados Unidos, principalmente os projetos voltados para cuidados com os cabelos.

A espionagem foi descoberta depois que um dos detetives contratados foi


surpreendido revirando o lixo da Unilever, em busca de dados secretos da empresa.
Para evitar um processo na Justiça, a P&G teve que aceitar um acordo com a Unilever
e pagar a ela uma indenização de 10 milhões de dólares.

GM foi traída por ex-diretor

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Se trocar de lado e bandear-se para a concorrência já pode ser interpretado como
um ato de ingratidão ou falta de lealdade, imagine fornecer informações secretas do
antigo empregador para o novo. Em 1993, o executivo José Ignácio López de Arriortúa,
ex-diretor da General Motors na Europa, foi acusado de fazer exatamente isso, quando
foi contratado para um alto cargo na Volkswagen. Junto com alguns assistentes, López
teria roubado documentos e planos sigilosos da montadora americana para entregar de
mão beijada à Volks.

Uma das informações mais importantes que vazaram da GM foi o projeto de uma
fábrica que poderia revolucionar a indústria de automóveis. Esse plano teria dado
origem à unidade de fabricação de caminhões e ônibus da Volks em Resende, no Rio
de Janeiro. Depois de uma guerra de quatro anos, a empresa alemã aceitou pagar uma
indenização de 100 milhões de dólares e, ainda, gastar 1 bilhão na compra de peças
da concorrente. O executivo López acabou saindo do mundo dos negócios e foi viver
em uma fazenda no interior da Espanha.

Motorola teria sido espionada desde 2001

Em julho do ano passado, veio à tona uma séria denúncia de espionagem contra
a empresa chinesa de telecomunicações Huawei, acusada pela Motorola de bisbilhotar
informações sigilosas e importantes desde 2001. No processo judicial, a companhia
americana afirma que 13 empregados Huawei usaram o nome da fornecedora Lemko
para ter acesso aos dados.

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A Motorola quer ser indenizada e exige a devolução dos dados supostamente
roubados. A disputa ainda não tem previsão para acabar, já que a Huawei negou todas
as acusações e ainda rebateu, dizendo que vai lutar “vigorosamente” durante o
processo. A Lemko, por sua vez, tomou as dores da acusada e alfinetou a Motorola ao
afirmar que tudo isso foi uma forma encontrada pela companhia para melhorar sua
imagem diante dos consumidores e denegrir a imagem da concorrência.

4. INVESTIGAÇÃO EMPRESARIAL

4.1 Investigação

De acordo com as definições apresentadas pelo Dicionário da Língua Portuguesa


da Porto Editora acerca da palavra “investigar” (do latim investigare), este verbo refere-
se à ação de seguir os vestígios de algo ou alguém. Também faz referência à
realização de atividades intelectuais e experimentais de modo sistemático (pesquisar),
com o objetivo de ampliar os conhecimentos sobre uma determinada matéria.

Nesse sentido, pode-se dizer que uma investigação é a procura de


conhecimentos ou de soluções para certos problemas. Cabe destacar que uma
investigação, mais concretamente na área científica, é todo um processo sistemático
(são recolhidos dados a partir de um plano previamente estabelecido que, uma vez
interpretados, modificarão ou acrescentarão conhecimentos aos já existentes),
organizado (é necessário especificar os detalhes relacionados com o estudo) e objetivo
(as suas conclusões não assentam em impressões subjetivas, mas sim em fatos que
tenham sido observados e avaliados).

As atividades que se realizam dentro de um processo investigativo incluem a


medição de fenômenos, a comparação dos resultados obtidos e a interpretação dos
mesmos em função dos conhecimentos atuais. Também podem ser feitos inquéritos
em busca de um dado objetivo.

Existem dois grandes tipos de investigação: a investigação básica (igualmente

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chamada pura ou fundamental), que costuma ocorrer em laboratórios e permite a
ampliação do conhecimento científico graças à criação ou modificação de teorias; e a
investigação aplicada, que consiste na utilização dos conhecimentos na prática.
As investigações também podem ser classificadas consoante o nível de interação entre
as disciplinas participantes (multidisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar).

4.2 Causas de perdas nas empresas


As pequenas e médias empresas sofrem mais para controlar a ação de
funcionários desonestos, pois costumam ter menor rigidez nas relações profissionais,
nos processos e falta de monitoração e quantidade de ocorrências. De acordo com o
levantamento de pesquisas, os negócios com menos de cem funcionários registram
perda média quatro vezes maior que as grandes companhias. "O dono de um
restaurante ou pequeno varejo, por exemplo, tem a tendência de tratar a equipe como
uma grande família. E nem cogita desconfiar dos subordinados"

NÚMEROS DA FRAUDE* | Roubos, notas frias e propinas causam um rombo bilionário

77% das empresas registram prejuízos com fraudes abaixo de R$ 1 milhão por ano
R$ 2,2 bilhões são furtados todo ano por funcionários do comércio
R$ 428 é o prejuízo médio por ocorrência de furtos internos

Em geral, a pessoa se torna fraudadora quando vê a possibilidade, percebe uma


fraqueza em determinado controle e inventa uma justificativa para o desvio. O
funcionário se coloca como vítima e cria uma fantasia na qual o ato ilícito compensa
uma injustiça contra ele, como um salário baixo. Também é comum o indivíduo
enxergar a ação como um tipo de vingança direcionada ao chefe ou à empresa.

4.3 Impunidade estimula crimes internos

Um estudo sobre fraudes no Brasil, realizado pela consultoria KPMG em 2009


com mais de mil empresas, revela um quadro alarmante: 70% das organizações foram
fraudadas nos últimos dois anos e 68% não conseguiram recuperar os valores. Os

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casos mais comuns são superfaturamento de contas de viagem, reembolso com notas
frias, propinas e roubo de equipamentos. O levantamento mostra ainda que 77% das
perdas são inferiores a R$ 1 milhão por ano. Valores relativamente baixos podem levar
os empreendimentos, em especial os menores, a fazer vista grossa em lugar de investir
em prevenção. No entanto, a impunidade acaba por tornar o problema cada vez maior.

Pequenas fraudes são comuns na maioria das empresas. Prova disso são os
resultados alcançados pelo sistema de pagamento de táxis por celular criado pela
Wappa. O produto, destinado ao mercado corporativo, substitui voucher, boleto e
reembolso. A transparência do processo - o gestor acompanha em tempo real as
transações - gera economia de até 40% nos gastos de clientes. A solução é uma
cultura nova de eficiência e segurança.

A tecnologia é uma das principais aliadas na prevenção de fraudes. Para prevenir


o roubo interno, os sistemas como câmeras de TV têm de ficar evidentes, ou seja, a
empresa precisa demonstrar controle.

Antes de adotar qualquer tipo de solução, a empresa deve avaliar o prejuízo. É


preciso saber quanto se está perdendo para depois decidir o investimento a ser feito.
Não adianta ter um orçamento de prevenção maior que as próprias perdas. O passo
seguinte é identificar as vulnerabilidades em cada etapa de operação do negócio e,
então, implementar os controles. As câmeras, por exemplo, são equipamentos que
devem ter um uso planejado. Um caso de aplicação eficiente acontece nas grandes
redes de supermercados, que costumam colocar uma unidade de captação de imagem
em cada caixa para detectar eventuais desvios de mercadoria.

FIQUE DE OLHO NOS PRODUTOS MAIS COBIÇADOS | Mercadorias mais furtadas por segmento

Atacado >>> Pilhas, gomas de mascar e azeite


Eletroeletrônico >>> Celular, DVD player, DVDs (filmes) e CDs
Drogaria >>> Desodorante, analgésico, aparelho e lâmina de barbear
Material de Construção >>> Fios e cabos elétricos, válvulas e tintas
Vestuário >>> Camisas de futebol, tênis e meias

Fonte: 9ª Pesquisa Perdas no Varejo Brasileiro, do Instituto Provar/Fia


*fontes: Instituto Provar/Fia e KPMG

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Prevenir é melhor do que remediar, diz a sabedoria popular. Para as três, as
soluções após os incidentes deixaram o gosto amargo de perdas que não se
recuperam.

Mediação

Realizar inventários a cada dois meses, pelo menos, é uma maneira de descobrir
eventuais furtos internos. No caso de produtos de alto valor agregado, pode ser
necessário um controle diário de estoque e vendas. Coletores portáteis de dados, que
leem códigos de barras ou etiquetas eletrônicas, armazenam informações da
mercadoria e agilizam esse tipo de levantamento.

Diagnóstico

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Só depois de avaliar quanto perde com furtos e fraudes, a empresa pode definir o
orçamento de prevenção. O valor não deve ser maior que o prejuízo para compensar o
investimento. Faça a análise de toda a operação para detectar vulnerabilidades.

Equipamentos

As tecnologias de segurança mais difundidas são etiquetas eletrônicas ou


magnéticas, caixas acrílicas com sensor, circuito fechado de TV(CFTV), alarmes,
software de vigilância eletrônica de mercadorias, cofres eletrônicos e sistemas de
acesso (fechaduras com senha, catracas digitais). Os aparelhos só devem ser
instalados após a definição das vulnerabilidades. Pequenas empresas têm de saber
dosar esse tipo de solução. Não adianta ter câmeras de alta definição e quem controla
ter de cuidar do caixa e do atendimento. Um CFTV faz mais sentido em
estabelecimentos grandes.

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Recursos humanos

Os cuidados com a equipe devem começar ainda no recrutamento. O


entrevistador pode avaliar a postura ética de um candidato com perguntas como, por
exemplo: ‘O que você faria se testemunhasse um colega de trabalho roubando a
empresa? Treinar os funcionários parece óbvio, mas funciona. Implementar rotinas,
que vão desde bloquear o computador na hora do almoço até estabelecer
procedimentos no acesso a estoques, diminui as vulnerabilidades. Políticas de
benefícios e campanhas também ajudam a envolver a equipe.

Controles

Processos e regras podem ser instituídos para vulnerabilidades específicas,


como checagem do lixo, área controlada no estoque para produtos de alto valor

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agregado, sistema eletrônico para pagamento de despesas de funcionários e canal de
denúncias. O uso de crachás permite fiscalizar o acesso de desconhecidos. As
auditorias ajudam a detectar fraudes financeiras e falhas operacionais

4.4 Estratégias e princípios para conduzir entrevistas

RAZÕES COMUNS DAS FALHAS:


Os entrevistadores de sucesso são capazes de convencer que irão,
inevitavelmente, encontrar a verdade.
Devem ser capazes de manipular emoções, incluindo a tensão e a empatia, de tal
forma que admissões de culpa e confissões surgem naturalmente.
1. O entrevistador não estabelece objetivos claros, não prepara a entrevista;
2. A entrevista não é estruturada, oscila de tópico a tópico, sem nenhum plano para
alcançar a verdade;
3. O entrevistador não entende plenamente os mecanismos da “questão “- delito, “as
pistas”;
4. O entrevistador não se coloca na posição do entrevistado, desculpas - medos -
esperanças ambições;
5. O entrevistador falho na formulação das perguntas por falta de detalhes, permitindo
evasivas;
6. O entrevistador não diz ao suspeito que o julga responsável ou que ele não está
dizendo verdade, com medo de ações de calúnia e difamação;
7. O entrevistador falho em não manter a entrevista em uma forma privada e espera
que os suspeitos confessem ou forneçam informações delicadas em frente a um grupo
de pessoas;
8. O entrevistador desiste muito facilmente e muitas vezes nem chega a tentar;
9. O entrevistador tenta se sair bem sendo afoito e ruidoso, falhando em não
estabelecer empatia com o sujeito;
10. O entrevistador tem tendência a ficar zangado, acaba demonstrando isso, quando
não sai como deseja;
11. O entrevistador fracassa no reconhecimento de sintomas, saber escutar ativamente
é vital;
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12. O entrevistador não comanda a entrevista, deixa que o sujeito se saia bem com
inverdades óbvias;
13. O entrevistador permite que prejulgamentos interfiram em seu relacionamento com
o suspeito e na objetividade da entrevista;
14. O entrevistador não utiliza técnicas que se adaptam à sua própria personalidade,
não pode ser Rambo, mas sim uma abordagem em voz baixa, austera, profissional,
aberta, com empatia é muito mais eficiente;
15. O entrevistador nunca encontra o ponto no qual o suspeito confronta-se com suas
responsabilidades e sente-se encorajado a contar a verdade;
16. O entrevistador não dá ao suspeito uma boa razão para que ele confesse
Todas estas falhas podem ser corrigidas, selecionando-se as técnicas
apropriadas, pela prática e experiência.

4.5 Informações coletadas utilizando a Técnica de Indução


A. Que o marido ficaria dias fora de casa;
B. Hora aproximada de partida;
C. Que o seu meio de transporte seria uma lancha a vapor;
D. A quantidade de carvão para navegar;
E. A cidade onde o marido parava com sua lancha;
F. Que havia um homem com perna de pau junto com o marido;
G. Tipo de voz do homem que o acompanhou;
H. Que o homem estava sozinho;
I. Descrição da lancha.

A indução percorre um caminho contrário ao da dedução: de casos particulares


para uma lei, uma definição ou uma teoria geral.
Dedução e indução possuem regras precisas que devem ser respeitadas para que as
conclusões obtidas possam ser consideradas válidas. A verdade de qualquer
conclusão, numa investigação, dependerá da validade dos raciocínios que a ela
possam ter conduzido.

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4.6. Como pegar um mentiroso
Os segredos dos especialistas para saber se alguém fala a verdade
Fonte: BBC Brasil .com em 24 agosto de 2016

“Fui roubado. Um homem apontou uma arma para mim...", denuncia uma pessoa à
polícia.

Em um interrogatório, os detetives prestam atenção à consistência da versão e à


linguagem corporal de quem a conta
Foto: iStock

"Ok, ok", responde o detetive. "Onde você estava quando tudo aconteceu?"

"Estávamos em um posto de gasolina."

"Às 4h da manhã, vocês pararam em um posto de gasolina. Por quê?"

"Para usar o banheiro."

"Então, vocês foram ao banheiro..."

"Sim, e um sujeito apareceu..."

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"Espera, espera", interrompe o detetive. "Vocês entraram no banheiro. Aconteceu
alguma coisa nesta hora?"

"Quê?"

"Falaram com algum funcionário. Houve algum desentendimento..."

"Ah... Não! Nada disso..."

(Silêncio)

"Toquei num ponto sensível", pensa o detetive. "Por que será que não quer falar de
algo que aconteceu no banheiro, mas do resto das coisas, sim?"

Joe Kenda ouve os relatos durante interrogatórios com muito ceticismo


Foto: Getty Images

Esse é um diálogo imaginário usado pelo tenente Joe Kenda, veterano do


Departamento de Polícia de Colorado Springs, no oeste dos Estados Unidos, para
explicar à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, para explicar seu método de
detectar mentiras.

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Fez isso tendo como referência o caso envolvendo Ryan Lochte e outros três
nadadores americanos que foram pegos mentindo, após denunciarem um assalto a
mão armada no Rio de Janeiro durante uma noite em que saíram para celebrar as
medalhas conquistadas no Rio 2016.

'Exagero'

A polícia brasileira contestou a versão dos atletas e os acusou de terem cometido


vandalismo em um posto de gasolina. Para poder investigar o caso, três deles foram
impedidos de sair do país - Lochte já estava em casa quando a ordem foi expedida.

Uma vez nos Estados Unidos, Lochte foi a um programa da emissora NBC para dizer
que assumia toda a culpa pelo ocorrido.

"Exagerei a história e, se não fosse por isso, não estaríamos envolvidos nesse
problema. Nada disso teria acontecido se não fosse por meu comportamento imaturo",
reconheceu o campeão olímpico.

Ryan Lochte reconheceu que havia 'exagerado' em sua versão e pediu desculpas
Foto: Getty Images

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"Quando as pessoas mentem, tendem a não ser muito boas em fazer isso", destaca
Kenda. "Deveriam ao menos ter a decência de serem boas mentirosas. A maioria não
é."

Kenda agora apresenta o programa "Caçador de Homicídios", no canal Investigation


Discovery, nos Estados Unidos. Quando era policial, seu departamento tinha a maior
taxa de resolução de casos de todo o país.

Mas como saber se uma pessoa está mentindo?

O método "Columbo"

"Como policial, não confio nem acredito em ninguém", diz sem rodeios.

"O comportamento humano é muito previsível, e, se você me conta algo fora do


comum, isso chama atenção. 'Por que você fez isso? Não conheço outra pessoa que
teria feito isso neste caso, mas você disse que o fez. Por quê? ”

O detetive Columbo, interpretado por Peter Falk, costumava fazer perguntas


aparentemente inócuas
Foto: MCA

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Quando alguém chega com um relato ou denúncia, Kenda faz questão de repassar
tudo ponto a ponto. A suposta vítima sempre quer ressaltar o fato central do relato, mas
o detetive deve explorar o entorno, os detalhes menores.

É uma técnica que segue o método da famosa série policial "Columbo", exibida nos
anos 1970, em que o protagonista insiste em fazer perguntas aparentemente inócuas.

"Ah, uma coisa antes de eu ir. Você foi ao supermercado antes ou depois de ver sua
namorada", perguntaria Columbo.

É exatamente esse o jogo que o bom detetive faz com o interrogado, destaca Kenda.
Porque as pessoas podem não se lembrar de tudo que disseram quando o relato é
uma invenção, argumenta ele.

No pôquer e na sociedade

A análise também deve ir além das palavras e envolver uma leitura do comportamento
do indivíduo.

"Se em algum momento da conversa, você levanta a voz, fica na defensiva ou é


evasivo, está mentindo", aposta o ex-policial.

Bons jogadores de pôquer são especialistas em 'ler' o comportamento dos adversários

Foto: iStock

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Quando alguém mente e sabe que está fazendo isso, há sinais que delatam. É por isso
que buscam os detetives, como quando se joga pôquer.

Esse jogo de cartas se baseia em quem consegue enganar melhor o adversário, então,
os bons jogadores são especialistas em detectar os sinais corporais dos rivais para
extrair informação sobre as cartas que escondem: uma piscadela, uma pulsação quase
imperceptível da carótida, um lance fugaz com o olhar.

Os detetives fazem o mesmo em um interrogatório.

"Onde estão seus olhos? Você mantém contato visual? Está nervoso? Fica batendo os
pés? Batendo na mesa com os dedos? Fica olhando a porta? Os pés estão firmemente
plantados no chão para sair rapidamente assim que possível?", explica Kenda.

Kenda (esq.) faz parte de um painel de especialistas de um programa de TV


Foto: Getty Images

Todos esses movimentos corporais ocorrem inconscientemente quando se conta uma


mentira ou se tenta enganar alguém.

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É nisso que ele presta atenção. "Por que esta pessoa age de forma diferente? O que
está acontecendo?"

Os "bons" mentirosos

Naturalmente, há pessoas que são boas em mentir, e, em sua longa carreira, Kenda
encontrou uma ou outra. "São sociopatas", diz ele.

"Uma personalidade assim não tem emoções humanas. Não sente amor, nem culpa,
nem compaixão."

Assim, é difícil detectar quando mentem. Curiosamente, a única coisa que conseguem
manifestar é raiva: "Não me deixe furioso. Se ficar, vou te matar", explica. É aí que
pessoas assim podem se entregar.

Kenda usa seu método não só em seus casos, mas para analisar declarações de
políticos e pessoas em posições de poder.

Um exemplo foi em 1998, quando o então presidente americano Bill Clinton, envolvido
no escândalo com a secretária da Casa Branca Monica Lewinsky, disse diretamente às
câmeras de TV: "Não tive relações sexuais com essa mulher".

Para Kenda, os gestos e o tom de voz de Bill Clinton foram suficientes para saber que
o então presidente mentia
Foto: Getty Images

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Quando viu isso, Kenda achou imediatamente que ele estava mentindo.

Ele diz que a expressão no rosto de Clinton, sua aparente raiva e o tom de repugnância
em sua voz eram meticulosamente calculados para que o telespectador sentisse
empatia pelo falso sentimento expressado por ele: "Como alguém pode me acusar de
algo assim?".

A primeira coisa que Kenda especulou foi o motivo de Clinton estar tão na defensiva.
"Isso me deixou imediatamente intrigado."

Durante a declaração, Clinton levantou uma das sobrancelhas e fez gestos indignados
com o dedo. O ex-policial concluiu que estava fazendo o que todos os culpados fazem:
"Acreditam que a melhor defesa é o ataque".

Mas a mentira teve pernas curtas em ambos os casos. Clinton sobreviveu ao


julgamento político a que foi submetido no Congresso após o escândalo.

Por sua vez, Lochte está vendo sumir seus milionários contratos de patrocínio com
marcas internacionais.

Fonte: BBC BRASIL.com >>> https://noticias.terra.com.br

4.7 Tipos de perguntas

A) ABERTAS
Exigem que a pessoa dê resposta detalhada:
O que você fez a seguir? Como é que isso foi feito?
São úteis em entrevistas com testemunhas, seleção de pessoal e em negociações,
uma vez que elas permitem que a pessoa explique, em detalhes, exatamente o que
fez, viu e ouviu, ou o que realmente aconteceu.

B) FECHADAS E OBJETIVAS
Sim ou Não. E então você atirou os papéis no cesto? E ele lhe pediu para não dizer
nada?

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São úteis em entrevistas para levar suspeitos a falar e para confirmar respostas
abertas. Não provocam respostas fluentes, embora sirvam para aumentar a tensão e o
ritmo da entrevista.

C) PERGUNTAS NEGATIVAS
É um método comum, apesar de ser normalmente inútil. Você não pegou o dinheiro,
pegou? Então João, você não pôs fogo no gato, não é?
Elas provocam o óbvio do Não. As perguntas negativas são fracas, sempre provocam
respostas negativas, devendo ser evitadas.

D) PERGUNTAS REGRESSIVAS
É uma forma de inquirição que se baseia em retornar à resposta do suspeito
literalmente: Então eu joguei os papéis na caixa!
Então você jogou os papéis na caixa? Sim e daí? Então eu saí até o bar!
Então você foi até ao bar? Sim, eu fui ao bar - irritado
Esta técnica geralmente causa irritação mas pode ser usada com bons resultados
contra suspeitos superconfiantes e arrogantes.

E) PERGUNTAS COMPLEXAS
Estas perguntas desorientam o suspeito e podem ser usadas com bons resultados
contra paranoias e superconfiantes. A regra de ouro é perguntar uma questão por vez.
Assim, você acha que foi um carro preto e, sendo assim, como estava vestido o
motorista?
Sim - podem levar a mal-entendidos.

F) ALTERNATIVAS
Isso começou acidentalmente ou alguém lhe sugeriu a ideia?

G) SILÊNCIO
O entrevistador não deve nunca temer o silêncio, nem fazer perguntas irrelevantes
apenas para fugir de uma pausa desconfortante na conversação. Os períodos de
silêncio podem ser usados para aumentar a tensão.
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Dar tempo ao entrevistador para uma nova linha de inquirição e para comandar uma
entrevista.
“O entrevistador pode dizer: Se você não está preparado para dizer a verdade, eu lhe
sugiro que não diga nada” O silêncio aumenta a tensão!

Perguntas detalhadas forçam o mentiroso a uma espiral de falsificações autodestrutiva


- medo de ser descoberto - dúvida de si mesma - vazamentos - admissão e, finalmente,
confissão.

4.8 Sinais suspeitos


É quase impossível, mesmo para o mais consumado mentiroso, a eliminação de
todos os sintomas de fraude. É quase certo ocorrer vazamento de pistas. A extensão
deste vazamento depende, entre outras coisas, do tempo que o mentiroso tem para se
preparar para a entrevista, da sua habilidade em prever perguntas e em ensaiar as
respostas e da habilidade do entrevistador.
O vazamento de pistas para a descoberta de fraudes pode ser examinado sob quatro
pontos:
1) o que é dito;
2) como as respostas são expressas;
3) atitudes;
4) comportamento geral e linguagem corporal.

1) o que é dito:
Sempre que possível o mentiroso irá preferir dissimular a falsificar. Temos assim
recusa a responder a perguntas.
A maior parte é normalmente mais passiva nos interrogatórios, seja qual for o seu
caráter normal.
Ele mantém suas posições em aberto.

2) como as respostas são expressas:


O mentiroso tem de minimizar a chance de dizer alguma coisa que revele sua culpa.
Frequentemente as respostas são censuradas:
* pausas longas;
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* períodos de silêncio;
* olhos vidrados.

Mudanças no tom de voz do mentiroso são dificilmente controladas por ele:


- Com frequência o tom sobe sob tensão, enquanto o volume cai;
- Gaguejos, longos suspiros ou bocejos;
- Pigarrear excessivo;
- Ranger de dentes, mordidas dos lábios.

3) Atitudes:
Normalmente os culpados aparentam estar super interessados nas evidências
possuídas pelo entrevistador e mostrarão a tendência a minimizar a gravidade do
assunto em discussão.
Na tentativa de reagir de uma maneira que pareça natural para os outros, eles se
tornam sem naturalidade, deixando escapar pistas óbvias - a artificialidade.

Algumas pessoas possuem naturalmente uma boa comunicação pelos olhos, enquanto
outras não.
Isto significa que o mais importante são as mudanças na maneira de olhar. É muito
difícil para a maior parte das pessoas olhar uma vítima nos olhos quando elas sabem
estar cometendo fraude.

Assim o entrevistador deve olhar para o suspeito bem de perto, quando for fazer
perguntas particularmente importantes ou que gerem tensões. Outra atitude é não dar
nomes de outras pessoas como responsável, de maneira a desviar a culpa para longe
de si mesmo. Um inocente dará o nome de alguém ou reagirá fortemente a acusação.
O culpado provavelmente irá responder que não sabe, ou dar indicação de um grupo
de pessoas.

4) comportamento geral e linguagem corporal


Sob tensão - quando o mentiroso não está relaxado - o uso de demonstrações diminui.
Inversamente, as mãos serão usadas para manipular ou confortar outras partes do
corpo - nariz e boca.
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Sob tensão o uso de manipulações - tocar nariz, boca, cabeça, pescoço ou virilha -
aumenta.
Ato de limpar ou ficar catando ciscos imaginários da roupa está intimamente associado
à fraude. Da mesma forma, uma pessoa que se senta sobre suas mãos, não está
dizendo a verdade.
Os mentirosos com frequência sofrem de falta de ar, suas bocas ou lábios ficam secos,
podendo ter dificuldade real de engolir.
Alguns podem vomitar ou ter dificuldade em controlar os movimentos de seus
intestinos.

Rubor ou embranquecimento das faces, muito suor, aceleração de batimentos


cardíacos e rápidos movimentos de pés e mãos são indicações de extrema tensão.
Inversamente, o corpo mentiroso permanecerá gelado, com braços e pernas
fortemente dobrados, ou com as mãos apertando o canto da cadeira ou outro objeto.
Basicamente a tensão faz com que as pessoas reajam de forma não natural. Assim
qualquer comportamento artificial: falso bocejo; esfregar as mãos; roer unhas;
espreguiçar-se; falsos sorrisos; caretas e outras expressões faciais estranhas são
sinais que devem chamar a atenção.

O mentiroso pode tentar aumentar o seu nível de espaço pessoal quando não está
dizendo a verdade. Pode puxar a cadeira para mais longe do entrevistador, ou inclinar-
se para trás, muitas vezes em direção à porta ou janela.

Magna Leonila Fernandes


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4.9 Sinais de avaliação e fraude
Os oito gestos mais comuns associados a mentira:

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4.9 Estilo de entrevistar


Os entrevistadores bem-sucedidos “entram” nas mentes dos suspeitos, sendo
capazes de criar empatia e confiança a ponto de fazer com que as admissões de culpa
e confissões se tornem quase que obrigatórias.
Um estilo de tom de voz baixo é normalmente o mais recomendado.

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Sob nenhuma circunstância um suspeito deve ser entrevistado por mais de duas
pessoas por vez, devendo a segunda pessoa ficar fora da linha de visão do suspeito e
permanecer em silêncio, a menos que seja inquirida pelo entrevistador.

4.10 Coleta de informação


Técnicas de indução
É o processo de coleta de informações que evita questões diretas e emprega um
estilo de conversação para ajudar reduzir desconfianças e suspeitas – tanto durante o
contato quanto nos dias e semanas que se seguem – no interesse de maximizar o fluxo
de informações.

O propósito de uma sessão de indução é, então, obter a informação que você


quer, de alguém que provavelmente a tem, que não tenha necessariamente admitido
que a tenha, que possa ou não estar disposto a partilhá-la e que possa ou não saber —
ou até desconfiar — quem é o indutor.
Tipicamente, envolve a coleta de informações sem fazer perguntas, ou quando você as
faz, fá-las com razões específicas como parte de seu plano de aproximação para a
conversação.
Isto não quer dizer que se evite o uso de qualquer pergunta. Na verdade, quando
estruturando uma conversação, perguntas são intencionalmente colocadas em lugares
certos e planejadas para alcançar propósitos certos e específicos.

4.11 Coleta de informação


A (In) segurança dos atores da rede
O FATOR HUMANO sempre é e será um risco. A informação nunca permanece nos
computadores!
• as pessoas não percebem o risco;
• as pessoas lidam mal com a exceção;
• comodidade x segurança.
Fonte: Brasiliano

Magna Leonila Fernandes


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5. CASE INVESTIGATIVO EMPRESARIAL (real)

5.1 Introdução
A COMPANHIA METALÚRGICA FIOS DE COBRE em toda sua cadeia sofre com
desvios internos conhecidas e desconhecidas, pela atratividade do valor agregado dos
fios de cobre, facilidade de revenda no mercado negro e deficiência em seus processos
e controles internos.
A empresa não possui uma área de gestão de riscos e investigação empresarial e
trabalha de forma descentralizada, alocando responsáveis por site, sem inter-relação.

A empresa possui um centro de distribuição em Embu das Artes que atende seus
clientes do estado e Rio de Janeiro, assim como matéria prima de fábrica para fábrica.

5.2 Descrição básica da empresa FIOS DE COBRE

No mercado desde 1976, a Fios de Cobre atua na área de embalagens metálicas


de aço, produzindo o que há de melhor e mais seguro em latas, baldes e aerossóis.
Atende aos segmentos químico e alimentício fornecendo embalagens e serviços de
litografia para as principais empresas do mercado.

Tecnologia, inovação, pontualidade, competência e preocupação com o meio


ambiente. Assim é a Fios de Cobre, sempre em busca da melhoria e da superação dos
padrões de excelência de sua embalagem.

Como líder de mercado no segmento de embalagens metálicas, a Fios de Cobre


possui o maior parque industrial do setor no Brasil.

Com cerca de 68 empregados, a Fios de Cobre entende que evoluir é crescer


com responsabilidade e comprometimento. Assim, a empresa cuida de cada área com
total atenção, da criação à entrega do produto, para garantir sempre pontualidade e o
melhor atendimento.

Se consagrou como líder de mercado e em 2001, obteve o certificado ISO 9002


para fabricação de embalagens metálicas. No ano de 2005, se torna a primeira
empresa em seu segmento a obter a certificação ISO 9001:2000.
Magna Leonila Fernandes
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Missão

Gerar valor sustentável para nossos acionistas através da produção de embalagens de


aço com qualidade total, respeitando nossos valores institucionais.

Visão

Ser um facilitador e incentivador do uso de embalagens de aço no mercado brasileiro,


atingindo um processamento de 80.000 toneladas anuais em 2013.

Valores

Ter a preferência do CLIENTE


SEGURANÇA das pessoas acima de tudo
PESSOAS respeitadas, comprometidas e realizadas
EXCELÊNCIA com SIMPLICIDADE
Foco em RESULTADOS
INTEGRIDADE com todos os públicos
SUSTENTABILIDADE econômica, social e ambiental

Código de ética
Ao reunir e expressar as diretrizes a serem observadas por todos os
seus empregados e administradores, a Companhia Metalúrgica Fio de Cobre busca
alcançar os padrões éticos adequados ao exercício de suas atividades e, também, de
suas empresas controladas e coligadas. O Código de Ética Companhia representa,
ainda, a identidade cultural e os compromissos profissionais e sociais que assumem
todos os seus empregados, nos mercados e comunidades em que atuam.

Os valores éticos do Fio de Cobre têm como base o respeito mútuo em benefício
do bom relacionamento empresarial e social. Além disso, os princípios éticos que
orientam a sua atuação constituem-se no fundamento da sua própria imagem, de
empresa sólida e confiável.

Magna Leonila Fernandes


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A empresa é constituída por 02 Presidentes, com participação acionária
desiguais. Os dois presidentes trabalham na alta gestão da empresa, ocupando os
seguintes cargos:

Presidente
01

Consultoria
01

Comercial ADM. / Fin. Industrial


10 06 50
Vendas Marketing RH Financeiro Produção Logística P&D

Contas a pagar Contas a receber

Com capacidade de armazenagem de aproximadamente 65.000 m3, em uma


área de 10.000 m2, garantimos a integridade do produto na distribuição. Os veículos
utilizados para transporte de embalagens são inspecionados a cada carregamento,
conforme padrão ISO 9001:2000.

Com investimento de R$ de 338.000.000,00 milhões, em suas unidades de


produção – Embu das Artes, – começou a operar em junho 1976, produzindo mais de 1
bilhão de latas de aço ao ano, o que gera toneladas de fios de cobre e um desempenho
que se deve a uma associação de atributos presentes na trajetória da empresa desde a
sua fundação. O retorno é previsto para 11 anos, com uma taxa de juros anual de 5%
ao ano.

A FIOS DE COBRE possui uma estrutura organizacional extremamente enxuta,


com um alto índice de informatização e alta tecnologia em todos os seus processos
industriais. Possui apenas 68 colaboradores diretos.

Uma prática adotada pela empresa para maximizar o aproveitamento e o


aprendizado da alta gestão é o Job Rotatin. Neste processo, o funcionário passa por
diversas áreas da empresa durante um determinado período de tempo, a fim de
conhecer todos os processos, atividades e especificidades de cada área.

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5.3 Situação Atual

A Fios de Cobre teve um faturamento 30% superior previsto pela alta gestão. Sua
margem de lucratividade também atingiu seu planejamento anual.

Em 2009, 2010 e 2011 a empresa sofreu uns desvios com autores não
identificados, as perdas com dados de nota fiscal, na ordem de R$ 400.000,00.

Todos os desvios internos de fios de cobres foram retirados em cestos de aços


que suportam o equivalente a mil toneladas cada, sendo que em cada desvio,
desapareceram cerca 25 cestos. No mercado o material é fortemente disputado, pelo
seu valor agregado e facilidade de repasse.

Tudo indica que os desvios se deram por volta das 23:00hs, momento em que os
cestos são retirados do almoxarifado para serem carregados em carretas de grande
porte. Os mesmos modus operandi foi usado no segundo desvio, sendo que neste o
gerente de almoxarifado foi trancado na sala do seu ajudante minutos antes do suposto
horário do desvio.

A empresa que prestava serviços de vigilância patrimonial perdeu o processo de


licitação e a maioria dos vigilantes foram realocados em outras empresas.

A empresa possuí sistema de monitoramento com 16 câmeras distribuídas nas


principais áreas de risco, inclusive no almoxarifado, onde é estocado os cestos de fios
de cobre.

Os botões de pânico que fica localizado na gerencia de segurança patrimonial


não foi acionado pelo líder de vigilância, tendo em vista que o mesmo foi surpreendido
no momento que pretendia acionar o dispositivo.

A portaria e a vigilância que monitorava a frente do local informou que minutos


anteriores homens com mascaras passaram por diversas vezes na frente da empresa e
que as gravações digitais identificaram o horário da passagem dos suspeitos, 23:00hs,
mesmo horário que se deu os dois desvios anteriores.

Magna Leonila Fernandes


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A entrada constante de ajudantes e motorista acontece por uma catraca que se
encontra danificada e nenhum registro é realizado pela portaria.

Os departamentos de vendas e expedição possuem informações privilegiados,


pois conhecem o tipo de material, quantidade e horários que os materiais são
deslocados do almoxarifado para o carregamento.

Em 2009 um novo Diretor de vendas foi contratado e sob a sua gestão grande
parte do quadro de vendedores foram desligados da empresa, permanecendo apenas
os mais antigos de empresa.

Grande parte dos funcionários da produção se aposentaram e foram substituídos


por novos funcionários, indicados pelos mais antigos em suas áreas. No momento da
contratação devido a urgência de produção, nenhum contratado passou por uma
investigação social.

5.4 Dados

Site: Centro de Distribuição Fios de Cobre


Localização: Rodovia Régis Bittencourt km 276 – Embu das Artes.
Número de funcionários Fios de cobre: 68
Destino das expedições: Rio de Janeiro.
Recebimentos diários: 50
Produtos armazenados: Latas de aço, Fios de cobre, sucata de cobre, sucata de
latão e sucata de alumínio.
Funcionamento: segunda a sexta das 06:00 as 18 horas.

5.5 Condições do Centro de Distribuição

A empresa fica localizada no meio do polo industrial, terrenos abandonados


viraram pontos de paradas para motoristas de transportes de cargas. As ruas são

Magna Leonila Fernandes


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disputadas por motoristas que encostam suas carretas frente a área que percorre o
trem da região, até então, pouco habitada e com pouca iluminação.

A portaria é controlada durante a movimentação de cargas por cancelas manuais


e o portão é fechado durante o período noturno.

5.6 Contexto Estratégico


Neste tópico devemos levar em consideração três contextos:
• O Contexto Empresarial – Interno, neste contexto são abordados os itens, Missão,
Visão, Valores, Estratégias e objetivos, bem como a estrutura e os níveis de
comando da companhia.
• O Contexto Externo – Neste contexto, o foco se dá nas situações macros, ou seja,
aquelas que não podemos controlar, onde devemos avaliar e traçar cenários
para criar nexos causais e metodologias a serem aplicadas, neste projeto a
ferramenta e metodologia a ser utilizada será a do Brasiliano.
• O Contexto de Gestão de Riscos – Metodologia e critérios. Nesta fase temos o
objetivo de identificar as principais causas das falhas versus os processos da
empresa, alinhada com a visão estratégica e seus respectivos objetivos.

Empresa: Companhia Metalúrgica Fios de Cobre


Core: Produção de latas metálicas
Faturamento Anual: R$ 338.000.000,00
Localização: Município de Embu das Artes na Rodovia Regis Bittencourt

5.7 Histórico de ocorrências


Foram três assaltos sendo um por ano, respectivamente em 2009, 2010 e 2011. Todos
no valor de R$ 420.000,00 refletidos em produtos prontos para distribuição conforme
notas fiscais emitidas.

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5.8 Definições do problemas e avaliação da situação real.

1. Definição do Problema:
• Envolvimento de funcionários nos assaltos, com fuga de informação.

2. Avaliação da situação real:

2.1 Análise Lógica


✓ CFTV principais
✓ Equipe terceirizada remanejada
✓ Portaria acesso fácil
✓ Controle de acesso armazenagem
✓ Botão pânico
✓ Investigação social
✓ Visa à carga pronta para a distribuição
✓ Delito sempre às 23h00min
✓ Marginais conhecem detalhe da planta da empresa
✓ Marginais possuem informações privilegiadas
✓ Carga roubada 420.000, representa 1.24% do faturamento
✓ Carga no mercado paralelo 50% do valor
✓ Fluxo intenso de motoristas e ajudantes sem registro pela portaria
✓ Não teve investigação social dos novos funcionários da fabrica
✓ Troca de equipe de vendas em 2009
✓ Houve troca de equipe após o 2º assalto devido a perda de licitação
✓ Localização na Rodovia Régis Bittencourt
✓ Suspeitos passaram na frente da empresa usando mascaras
✓ No ultimo assalto o gerente de almoxarifado foi sequestrado (chave de entrada)
✓ Funcionários da fabrica foram utilizados para carregamento de carretas
✓ Vendas e expedição possuem informações sobre carregamento (sem isso não
tem assalto)
✓ Modus operandi parecidos.

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2.2 Atores
✓ Concorrentes
✓ Gerente Almoxarifado
✓ Produção
✓ Expedição
✓ Segurança
✓ Ex-colaboradores de vendas
✓ Motorista

2.3.1 Diagrama de causa e efeito

Lógica de Controle Falha Provável Controle Alternativo


Sistema de CFTV Botão de pânico não foi acionado

Sistema informatizado de controle de


Controle de acesso insuficiente
acesso
Falta de normas e procedimentos/Políticas
Botões de pânico
de segurança da informação

Vigilância Terceirizada Central de Segurança

Falta capacitação e treinamento da


Portaria
segurança Risco

Assalto

Tem informação interna Ganho financeiro Impunidade

Incapacidade de reação da equipe de A empresa não toma nenhuma ação contra


sergurança/falta de procedimentos de os assaltos

Falta de central de segurança

Sequestro do gerente de logística

Materiais prontos para desembarque e


distribuição

Lógica do Agressor Motivação do Agressor Aposta do Agressor

3. Analise dos dados: Interpretação

3.1 Receptadores:
▪ Carga específica – Mercado Paralelo
▪ Equipe de vendas atual e antiga
▪ Expedição
▪ Concorrente*
▪ Segurança

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▪ Motoristas
▪ Gerente de Logística*

* Os valores dos assaltos são baixos quando pensamos no faturamento anual,


com essa situação a empresa não tomou medidas anteriores, tal fato também exclui a
possibilidade de participação da concorrência e do Gerente de Logística, que tem
rendimentos brutos mensais em torno de R$ 30.000,00.

3.2 Fatos:
▪ Mercado receptador
▪ Logística / Processo
▪ Hora exata / Rotina
▪ Segurança
▪ Planta

3.3 Nexo Causal

Receptadores / Fatos Mercado Logística Hora Segurança Planta


receptador Processo exata
Equipe de Vendas atual e antiga SIM SIM SIM SIM SIM
Rotin
Expedição NÃO SIM a
SIM SIM SIM

Segurança NÃO NÃO SIM SIM SIM

Motoristas NÃO SIM SIM SIM SIM

Obs.: Se “SIM” ligação entre Receptadores e Fatos (Nexo Causal).


Sendo: 1º-Força de vendas; 2º-Expedição/Motorista; 3º-Segurança.

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3.4 Hipóteses

HIPÓTESES ASSALTO

Quanto
Quem? O que? Por que? Quando? Onde? Como?
Custa?
Who? What? Why? When? Where? How? How Much?
Percentual de
Forneceu Nos momentos de maior
Equipe de vendas Para obtenção de ganho Fora da empresa, por telefone Através de datas e situações que valores sobre
informação carga, com mais
atual e antiga financeiro ou internet/e-mail pudessem orientar os assaltantes a carga
interna facilidade para o roubo
roubada
Forneceu Através de datas e situações que
Para obtenção de ganho Fora da empresa, por telefone Valor por
Expedição informação Nas datas exatas pudessem orientar os assaltantes, bem
financeiro ou internet/e-mail informação
interna como ajudar nas ocorrências
confirma a
Valor por
informação Para obtenção de ganho No momento da saida
Motorista durante a ocorrência Dirigindo a carreta ajuda em
interna sobre a financeiro com a carga
ocorrência
coleta
Valor por
Liberou o acesso liberação ou
ou indicou a exata Para obtenção de ganho Permitiu o acesso na empresa e não por não
Segurança Na ocorrência Portaria
hora para financeiro chamou a polícia acionar o
ocorrência botão de
pânico

3.5 Plano de ação

PLANO DE AÇÃO

Por que o assalto pode Quem faz parte neste Quando deve ser Onde ou em que momento deve Como deve ser realizada
O que ocasiona a? Criticidade
ocorrer? processo? realizada a ação? ocorrer à ação? para melhoria?
What? Importância Why? Who? When? Where? How?
Melhorias e criação de
Descontentamento das
Contratações: Avaliação de vida procedimentos internos,
Equipe de vendas Alta, ponto de equipes, necessidades Nas contratações e nos
Diretoria, Gerentes, RH pregressa, assinatura de termos código de ética e sansão a
atual e antiga maior relevancia financeiras, desvio de conduta desligamentos
de confidencialidade. todos os atos ilicitos dentro
ou má formação moral
da organização
Melhorias e criação de
Baixos salários necessidades Contratações: Avaliação de vida procedimentos internos,
Nas contratações e nos
Expedição Media financeiras, desvio de conduta Gerentes, RH pregressa, assinatura de termos código de ética e sansão a
desligamentos
ou má formação moral de confidencialidade. todos os atos ilicitos dentro
da organização
No aceite dos fornecedores e nos Melhorias e criação de
Baixos salários necessidades
Gestão de contratos de contratos com termos de procedimentos internos,
Motorista Media financeiras, desvio de conduta Nos contratos firmados
terceiros e RH responsabilidades e estender o código de ética
ou má formação moral
confidencialidade aos terceiros
No aceite dos fornecedores e nos Melhorias e criação de
Baixos salários necessidades
Gestão de contratos de contratos com termos de procedimentos internos,
Segurança Baixa financeiras, desvio de conduta Nos contratos firmados
terceiros e RH responsabilidades e estender o código de ética
ou má formação moral
confidencialidade aos terceiros

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3.6 Fios de Cobre picotado

A sucata de fios gerado pela lacração das latas tem o seu valor basicamente
devido ao cobre nela contido. A separação com velocidade e eficácia desse
componente agrega muito valor tantos às indústrias que tem esse material como
resíduo, como as empresas que comercializam esse tipo de material.

Atualmente, valor que o cobre proporciona aos condutores elétricos acaba os


tornando grande alvo de furtos e roubos.

A indústria brasileira do cobre inicia 2012 com um grande prejuízo. Apenas no


mês de fevereiro, o setor registrou perda de R$ 1,8 milhão com o desvio do cobre.
Foram desviadas 100 toneladas de fios, cabos e semimanufaturados de cobre e
registradas 11 ocorrências.

O estudo mostra ainda que houve um aumento do roubo do metal nos dois
primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado, com prejuízo
de mais de R$ 2 milhões, ante os R$ 131 mil registrados em 2011.

As empresas já estão tendo de lidar com a questão da competitividade industrial


brasileira e ainda sofre fortemente com o roubo de cobre.

É necessário intensificar a fiscalização sobre a origem dos materiais vendidos


principalmente no comércio de sucata e do metal em geral. Só assim, é possível coibir
a comercialização sem procedência comprovada.

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Investigação "Face Oculta" refere desvio de toneladas de cobre de


refinaria da Galp
03 novembros 2009, 09:09 por Miguel Prado
| miguelprado@negocios.pt

A operação "Face Oculta" tem sob investigação a venda, pela Galp


Energia, de toda a sucata resultante do incêndio na refinaria de
Sines, havendo a suspeita de que paralelamente a esse contrato o
empresário Manuel Godinho se tenha apropriado de toneladas de
cabos de cobre.

A operação “Face Oculta” tem sob investigação a venda, pela Galp


Energia, de toda a sucata resultante do incêndio na refinaria de Sines,
havendo a suspeita de que paralelamente a esse contrato o empresário
Manuel Godinho se tenha apropriado de toneladas de cabos de cobre.

Segundo escreve na sua edição de hoje o jornal “Público”, o mandado


de busca da operação refere em concreto a retirada de pelo menos
cem toneladas de resíduos nobres, do complexo industrial de Sines e
avalia em cerca de 300 mil euros os cabos de cobre e quadros elétricos
levados das instalações.

Esta ação ocorreu entre 22 e 24 de abril deste ano e os investigadores


apuraram que, para iludir a vigilância administrativa e/ou policial, os
cabos de cobre foram cobertos por resíduos ferrosos, frisando que as

Magna Leonila Fernandes


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empresas de Manuel Godinho apenas podiam transportar os resíduos
ferrosos, escreve ainda o “Público”.

A Galp não comentou o negócio, embora o despacho judicial refira os


nomes de um quadro da Galp e de um chefe de armazém da Petrogal
em Sines, como alvo de ofertas do empresário Manuel Godinho,
nomeadamente um Mercedes CL 65 AMG, avaliado em 300 mil euros,
e uma verba de 10 mil euros antes da remoção dos resíduos
resultantes do incêndio que ocorreu no início do ano na refinaria da
Galp.

A imprensa desta terça-feira dá conta de novos avanços na


investigação. O “Correio da Manhã” noticia que Rui Nunes,
coordenador da Polícia Judiciária do Porto, que liderava o combate à
moeda falsa, tomou ontem posse na Polícia Judiciária de Aveiro. O
investigador vai ter a seu cargo o processo ‘Face Oculta’, reforçando
assim a equipa que está a investigar um dos maiores casos de
corrupção dos últimos tempos.

Este caso, conforme o Negócios escreve na sua edição de hoje, já


chegou a várias empresas de capitais públicos, incluindo a Estradas de
Portugal e a Empordef. A Estradas de Portugal, a Carris, a EDP e a
Portucel já estão a promover auditorias internas para analisar o
possível envolvimento de funcionários seus em esquemas de
corrupção com o empresário Manuel Godinho, o único detido até agora
na operação “Face Oculta”.

Entre os arguidos estão José Penedos, presidente da REN, e Armando


Vara, vice-presidente do BCP. Mas o banco presidido por Carlos
Santos Ferreira não é objeto de investigação. Aliás, conforme noticia
hoje o “Diário de Notícias”, Santos Ferreira chegou a questionar
diretamente o juiz de instrução que comandou as buscas ao gabinete
de Armando Vara se havia suspeitas sobre o banco, mas o juiz terá
Magna Leonila Fernandes
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dito, segundo fontes do BCP, que as diligências nada tinham a ver com
o banco.

28/03/2009 | 16h20min

Polícia descobre esquema de desvio de cobre em Joinville


Nove pessoas foram presas em flagrante
Um esquema de receptação e desvio de carga foi descoberto na
manhã deste sábado no bairro Morro do Meio, em Joinville. Mais de 15
toneladas de cobre foram descobertas em um depósito de reciclagem.
Nove pessoas foram presas em flagrante quando faziam o corte dos
cobres que seriam revendidos. Um adolescente que estava junto com o
grupo foi detido pela polícia.

A carga seria de uma empresa joinvilense instalada no Parque Perini,


no Distrito Industrial. Os 15 mil quilos de cobre estão avaliados em R$
500 mil. O proprietário do depósito de reciclagem, Osni Benevenutti, 41
anos, explicou que a carga foi deixada por um caminhoneiro, mas que
não sabia que era desviada de uma empresa. Ele ganharia cerca de
R$ 6,00 por cada quilo de cobre. Na casa de Osni, a polícia encontrou
uma espingarda, um revólver calibre 38 e munição.

3.7 Desvio de conduta nas empresas


Uma maneira de trabalhar com a problemática do desvio de conduta, de forma a
obter resultados positivos, é reforçar o elo entre empregado e empresa de modo que
haja alinhamento de valores de ambos, e com isso eliminar possíveis distorções das
percepções acerca dos papéis e atitudes que constituem a realidade do ambiente
organizacional. É preciso um trabalho de reeducação do individuo no sentido de
priorizar suas necessidades, sejam de ordem inferior, sejam de ordem superior.
Desenvolver uma gestão alicerçada em um clima ético, baseado em códigos que
sejam, não moralistas, que visem somente o interesse da organização, mas

Magna Leonila Fernandes


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moralizantes no sentido aristotélico, de modo a criar condições reais de sanar as
distorções percebidas pelo indivíduo.

A motivação para a má conduta parece estar crescendo em inúmeros setores,


efetivamente, numa velocidade exponencial. A perda do sentido da ética pessoal e
profissional está dando lugar a comportamentos antes inadmissíveis. A lealdade, antes
base do relacionamento nas empresas, hoje se mascara e se esconde sob o véu do
discurso da boa vontade e da competência. O bom caráter não é mais um valor
essencial para muitas pessoas.

Por causa disso, as organizações buscam maneiras inovadoras de se proteger


contra empregados que a lesam de forma habitual. Esses fatos indicam a necessidade
de se despender um esforço para manter o nível ético alto, e trabalhar tanto para a
formação pessoal do caráter, como a construção de um clima ético institucional.

Espera-se que este estudo forneça uma visão e compreensão dos aspectos que
caracterizam, no âmbito das organizações, o desvio de conduta e os diversos e
complexos determinantes desses comportamentos, provenientes do enfraquecimento
do clima organizacional. E, também, incitar uma discussão mais profunda a respeito da
relação clima organizacional e desvio de conduta.

6. CONCLUSÃO

A investigação empresarial é uma ferramenta altamente eficaz para eliminar as


fraudes corporativas, bem planejada uma investigação pode pontuar precisamente a
autoria de uma irregularidade.

Investigar além da arte de desvendar um ato ilícito, faz com que estratégias sejam
criadas para mitigar qualquer oportunidade futura de uma nova ação praticada por
colaboradores, prestadores ou fornecedores.

Magna Leonila Fernandes


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Segundo Brasiliano (janeiro/fevereiro 2006), em qualquer investigação, a
aplicação rigorosa de um método de trabalho é muito importante, pois buscamos reunir
dados, e os dados somente podem ser trabalhados, analisados e comparados se o
trabalho for organizado, caso contrário, se o trabalho for disperso, nem sequer
saberemos se estamos na direção certa.
Rigor no trabalho também é importante para impedir investigações com motivações
pessoais, e para impedir que o processo seja conduzido segundo critérios pessoais do
investigador, sua cultura e seus julgamentos internos. Ao contrário, os critérios devem
estar associados ao problema, e as hipóteses formuladas devem ser plausíveis. Ao
longo do processo precisamos rever as perguntas iniciais e aperfeiçoá-las, para
verificar o que ainda não sabemos, e a dedicação intensa à solução não pode
descuidar do planejamento geral e da articulação com as áreas de suporte e decisões
superiores ou má condução política do assunto.

A coleta e análise de dados e informações são a base do processo, e sempre é


preciso verificar se o dado é confiável e se a fonte é confiável. A partir dos dados e da
sua avaliação deve-se estabelecer as linhas de trabalho, utilizando técnicas de análise
desses dados para estabelecer hipóteses, que podem surgir mais facilmente se
tentarmos responder ao Quem –Como – Onde – Quanto - Por que?

Seguindo esta metodologia, com ou sem apoio de tecnologia da informação, a


maximização do tempo e dos recursos será muito grande. O ponto mais importante é
acreditar no processo e investir tempo para analisar os dados e elaborar hipóteses
exequíveis. O resultado será fatal!!

As fraudes corporativas causam perdas capazes de derrubar em minutos uma


organização, promove desvios catastróficos e induzem a prática do ato mais de uma
vez, quando em um primeiro envolvimento o autor ganha vantagens financeiras sem
ser descoberto, este que era um fraudador ocasional, passa a ser um fraudador
predador, que cria oportunidades e estuda as fragilidades para planejar um novo golpe.

Aos longos de alguns anos me especializei em diversas áreas e conheci diversas


empresas que sofrem com as perdas produzidas por colaboradores e posso afirmar
Magna Leonila Fernandes
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que um profissional que atua na segurança patrimonial sem habilidade em investigação
empresarial corre o risco de estar fora do mercado.
As poucas empresas constituídas neste ramo esta carente de profissionais
especialistas em investigação, as empresas contratam serviços voltados a segurança
patrimonial, mas querem além de criar controles e manuais, identificar os autores que
praticam irregularidades internas na organização.

A arte de criar controles internos, desenhar manuais de normas e procedimentos


ou instalar câmeras de ponta a ponta nas áreas sensíveis passou a ser um ato básico,
apenas uma ação preventiva para inibir ou apenas minimizar o risco de perdas.

Grandes organizações do mercado brasileiro estão formando áreas


independentes de inteligência e investigação para combater o crime internos.
Especializações estão sendo oferecidas por instituições que percebem a procura
crescer a todo momento.

Experiência, determinação, paciência, habilidade e coragem são alguns requisitos


para quem deseja se tornar um profissional completo na arte da investigação
empresarial, pois é uma profissão de risco, onde o profissional aponta uma pessoa que
construiu riquezas, adquiriu bens e viveu uma vida acima dos padrões que poderia ter
o seu cargo. Quando tudo isso é afetado ou corre risco de perda, o autor vira um
predador perigoso, que em casos reias é capaz de escrever uma história de terror ou
até mesmo morte.

Financeiramente o profissional pode alavancar honorários altos, talvez nunca


conquistados como CLT, a concorrência ainda é pequena e com um bom trabalho a
chance de crescimento da empresa é rápida e solidez do nome é questão de tempo.

Tanto se falou aqui de fraudes, espionagem, golpes e perdas que esta conclusão
não poderia ser diferente, deveria tratar da solução, ou melhor, desta ferramenta que
bem planejada se torna uma área essencial dentro de uma organização.

Magna Leonila Fernandes


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.
7. REFERÊNCIAS
Terra magazine. Disponível em: www.terra.com.br
KPMG. Disponível em: www.kpmg.com.br
Revista da FAE. O comportamento da fraude nas empresas brasileiras. 2008.
Tinello, Maurício Ricardo. A Arte da fraude: quando nada é o que parece. São Paulo:
Sicurezza, 2006.
Resende, Leandro. Revista Gestão Empresas & Produtos.
Costa, Gilson Tavares. As duas faces da governança corporativa, 2011.
Agência IPNews
www.administradores.com.br. As fraudes no mundo empresarial, 2008.
www.brasileconomico.ig.com.br. Indústria do cobre tem perda de R$ 1.8 milhão com
roubo
Exame.com.br. Os 10 casos de espionagem

Magna Leonila Fernandes


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