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Este episódio descreve uma reunião dos deuses no Olimpo convocada por Júpiter para decidir se os portugueses receberiam ajuda divina em sua viagem para a Índia. Baco opõe-se por medo de perder glória, enquanto Vénus e Marte apoiam os portugueses por admiração de sua coragem. No final, Júpiter decide ajudar os portugueses conforme prometido pelo destino.
Description originale:
Ficha síntese sobre o episódio Consílio dos Deuses de Os Lusíadas
Este episódio descreve uma reunião dos deuses no Olimpo convocada por Júpiter para decidir se os portugueses receberiam ajuda divina em sua viagem para a Índia. Baco opõe-se por medo de perder glória, enquanto Vénus e Marte apoiam os portugueses por admiração de sua coragem. No final, Júpiter decide ajudar os portugueses conforme prometido pelo destino.
Este episódio descreve uma reunião dos deuses no Olimpo convocada por Júpiter para decidir se os portugueses receberiam ajuda divina em sua viagem para a Índia. Baco opõe-se por medo de perder glória, enquanto Vénus e Marte apoiam os portugueses por admiração de sua coragem. No final, Júpiter decide ajudar os portugueses conforme prometido pelo destino.
Este episódio decorre paralelamente à Viagem da Armada (cuja
narração se inicia na estrofe 19, in media res, ou seja, já numa fase adiantada). Júpiter convoca todos os deuses para o Olimpo para escutar as suas opiniões e decidir se os Portugueses terão ou não a sua ajuda. O episódio inicia-se com a descrição da chegada dos deuses, vindos das diferentes partes do Céu, e da sua disposição hierárquica no Olimpo. Após o discurso de Júpiter, que anuncia a decisão de proteger os Portugueses, os outros deuses pronunciam-se: Baco opõe-se (por temer perder a glória e o domínio do Oriente); Vénus defende os Portugueses (por gostar deles pelas suas semelhanças, nas qualidades e na língua, com o povo romano, e por saber que será celebrada em todos os locais onde eles chegarem); Marte também defende os Portugueses (por Vénus os defender e pela sua coragem). O episódio termina com a confirmação da decisão de Júpiter e o final da reunião. Esta é a primeira narração maravilhosa d’Os Lusíadas. Marca o momento exacto em que os deuses são chamados a intervir, pronunciando-se sobre o destino dos humanos que navegam em mares desconhecidos, num empreendimento novo, extremamente importante para o futuro dos próprios deuses, como reconhecerão Vénus, Marte e Baco.
Estrutura do Episódio 1. Convocatória, objectivo e constituição da assembleia (est. 20-23)
Os deuses são convocados por Mercúrio, o seu mensageiro, e
dirigem-se ao Olimpo, onde se situa o “governo da humana gente”, vindos dos quatro cantos do Universo (Norte, Sul, Este e Oeste), para decidirem sobre o futuro dos Portugueses no Oriente. Na estrofe 22, temos uma descrição de Júpiter, o pai dos deuses, que, pela sua posição, ocupa um lugar de destaque. A sua atitude está de acordo com a sua responsabilidade. Na estrofe 23, refere-se a distribuição dos outros deuses segundo a sua importância na hierarquia divina.
2. Assembleia
2.1. Discurso de Júpiter (est. 24-29)
Júpiter começa por dizer que o Fado (Destino) considera os
Portugueses superiores aos povos da Antiguidade. Depois de se referir ao passado glorioso contra Mouros e Castelhanos, enuncia alguns heróis da História do passado, como Viriato e o astuto Sertório, que lutaram contra os romanos, e refere o presente de ousadia e persistência, aventurando-se pelo mar desconhecido, querendo chegar ao Oriente. Pois que tanto têm passado é justo que se cumpra o que Destino prometeu, estabelecendo que lhes seja dada ajuda na Costa Africana.
2.2. Intervenções de Baco, Vénus e Marte (est. 30-40)
Os deuses foram intervindo ora contra ora a favor dos
Portugueses. Baco manifesta-se contra, com medo de que a sua fama fosse esquecida no Oriente depois de lá passarem os Portugueses. Vénus pronuncia-se contra Baco, pois gostava muito dos Portugueses: pela semelhança com os romanos não só na coragem e êxito contra os Mouros, mas também pela semelhança da língua. Rapidamente surgem apoiantes de Vénus e de Baco e a confusão instala-se no Olimpo. Então Marte intervém a favor de Vénus, dizendo a Júpiter que ele deve fazer cumprir as determinações que tomou.
3. Conclusão (est. 41)
Júpiter concorda com as palavras de Marte, pelo que fica decidido
que os Portugueses serão ajudados a chegar à Índia.
Funções da Mitologia n’ Os Lusíadas
- Constituir uma parte importante do maravilhoso inerente aos poemas
épicos (obedece, pois, a uma imposição do género épico).
- Assegurar a unidade da acção, pela criação de personagens activas e
“humanizadas” que se contrapõem a personagens “desumanizadas” (os navegadores).
- Embelezar uma narração de viagem que se arriscava, de outro modo,
a tornar-se demasiado árida, transfigurando esteticamente os acontecimentos da viagem.
- Engrandecer os Portugueses: são os deuses os autores de profecias
sobre as vitórias e feitos futuros dos Portugueses no Oriente, sendo, também, o pólo de confronto permanente com os Homens, de modo a que se possa provar a supremacia destes últimos.
- Premiar os Portugueses, na ilha de Vénus (Ilha dos Amores).