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Resumo:
Este trabalho tem como objetivo discutir a importância do Marketing Pessoal e fazer
uma análise dos equívocos quanto a sua interpretação, pois ainda é confundido com
lavagem cerebral, indutor de conduta e/ou técnica de persuasão. O que se pretende é
esclarecer, apesar dos poucos estudos com relação ao assunto com bases cientificas, que
Marketing Pessoal é uma ferramenta que proporciona a pessoa um diferencial na vida
particular e profissional. Mostrar que é diferente de etiqueta empresarial, autopromoção,
que está além da imagem, pois se inicia de dentro para fora, se expressando nas atitudes,
no que se faz e no comportamento. Apresenta também a Marca pessoal como um
requisito importantíssimo para a credibilidade, pois exige autenticidade o que é
fundamental para sua construção. A metodologia utilizada para a realização do trabalho
foi a pesquisa bibliográfica.
INTRODUÇÃO
Com a competição acirrada do mercado atual ter ao menos um pequeno diferencial pode
garantir o sucesso profissional. No dia-a-dia é essencial o reconhecimento de
competências e habilidades que diferenciem e determinem a posição do indivíduo no
contexto em que atua.
A questão é discutir o marketing pessoal para esse homem que procura desenvolver seu
projeto de vida numa sociedade hedonista, individualista, competitiva, instável, que
desvaloriza o humano… Para traçar um plano é necessário ter consciência do mundo em
que se vive e das leituras que se faz dele, pois não é possível ter sucesso estando sempre
à margem observando e plagiando.
É neste turbulento palco que será pensado o marketing pessoal como estratégia para se
alcançar o sucesso pessoal e profissional sem perder de vista o contexto em que vive e a
complexidade que é o ser humano como ser único.
CONCEITO DE MARKETING
Marketing é uma ciência relativamente nova, muito estudada especialmente nos cursos
de administração, que tem sofrido algumas modificações nas últimas décadas.
A definição mais conhecida é a de Philip Kotler (1996, p.25), onde afirma que:
“Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que
necessitam e desejam, através da criação, oferta e troca de produtos de valor com
outros.” O autor (Kotler, 1996, p. 26) também ressalta que “o verdadeiro marketing,
porém, não é a arte de vender o que se produz, mas o que deve ser produzido”, ou seja,
sua prioridade não é a venda, mas sim conhecer e entender o perfil do consumidor, a
venda é conseqüência desse processo. Nota-se que esse processo se preocupa com o que
o cliente quer tendo consciência que ele não busca um produto ou serviço em especial,
mas sim satisfazer uma necessidade através do produto ou serviço ofertado.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a indústria muda seu foco da produção de
armamento para a fabricação de bens de consumo e é nesse novo cenário que surge o
marketing buscando detectar as necessidades e desejos do consumidor que até então não
tinha poder de troca e a concorrência praticamente não existia.
Essa nova maneira de conceber o marketing estende os benefícios do produto para além
da satisfação do consumidor atingindo o meio ambiente e a sociedade. Richers (2000,
p.5) afirma que essa ciência transpôs os limites comerciais se associando as funções
sociais e culturais usando-as como promotoras de produtos, marcas e organizações.
Assim é percebido como uma ferramenta que possibilita a satisfação entre indivíduos,
onde uma parte oferece algo que para a outra tem valor gerando assim uma troca. Com
isso entende-se que esse processo é uma ferramenta que busca a satisfação do cliente.
MARKETING PESSOAL
Quanto à interpretação do que seja marketing pessoal o que se percebe é uma grande
confusão quanto ao seu significado que é confundido como indutor de conduta ou
técnica de persuasão. A esse respeito Rizzo (1998, p19) diz que há um grande engano,
pois é confundido com condicionador de conduta, deformação da personalidade,
robotização, especialmente quando se apresenta no mercado de trabalho.
O Marketing Pessoal surge para atender as atuais exigências de mercado que reclama
cada vez mais profissionais capacitados para suprir suas necessidades. É uma
ferramenta que qualquer profissional pode e deve lançar mão para ter um diferencial na
carreira. É um esforço individual planejado que busca meios para aprimorar a maneira
de pensar, as habilidades e as competências gerando conexões que levem ao sucesso
pessoal e profissional. Ritossa (2009, p. 17) afirma que devemos entendê-lo como “um
conjunto de ações planejadas que facilitam a obtenção de sucesso pessoal e
profissional”, seja para conquistar uma nova posição no mercado de trabalho, seja para
manter sua posição atual.
Diferente do que se pensa está além da imagem que passamos, ele se inicia de dentro
para fora, se expressa nas atitudes, no que se faz como se comporta. Por isso, para
realizar um Marketing Pessoal original é preciso ter disciplina, autoconhecimento e
estabelecer metas para alcançar o autodesenvolvimento.
Outra confusão com relação ao Marketing Pessoal é com a etiqueta empresarial que é o
mesmo que boa educação, ou seja, boas maneiras, boa postura, boa apresentação
pessoal, bom senso, bom gosto, revelando assim certo refinamento. A diferença é que a
etiqueta empresarial sendo um conjunto de regras cerimoniais podem ser aprendidas por
qualquer pessoa, enquanto que o Marketing Pessoal está relacionado com a essência do
individuo, com suas experiências, com suas competências e habilidades. As regras de
boa conduta servem para nos orientar no dia a dia e são essenciais para o marketing
pessoal. Elas são uma importante ferramenta para uma imagem positiva, pois envolvem
aparência, comportamento, comunicação e outros itens. Através da aparência pode se
passar uma imagem de sobriedade ou de desleixo, rebeldia; atrasos constantes para
realização de tarefas ou em compromissos denotam um comportamento de descaso, de
falta de compromisso; a comunicação excessiva, desmedida significa falta de
profissionalismo, como também a falta de comunicação revela dificuldade de
relacionamento.
Os quadros abaixo mostram segundo Vieira (2009) o que envolve, favorece, prejudica e
compromete o Marketing Pessoal.
Autoconhecimento Artificialismo
Naturalidade Inadequação
Saber o que quer e como atingir objetivos Não olhar o interlocutor nos olhos
PLANO DE MARKETING
É preciso estar atento a imagem e de que maneira ela está sendo absorvida pelo público-
alvo. Essa análise leva a perceber que ações devem ser estabelecidas para se alcançar o
objetivo desejado e também quais deficiências devem ser sanadas para que o produto,
pessoa, tenha bom êxito. Ritossa (2009, p 17) diz que essas ações servem não só para
divulgar a imagem, mas também para aprimorar as deficiências e aprimorar as
qualidades.
• Decidir quais ações são necessárias para alcançar os objetivos e estabelecer prazos.
VIEIRA (2009, p.126) afirma que o importante é sair das ideias e partir para a ação, na
vida é necessário definir alguns projetos que com o tempo podem ser ajustados ou até
mesmo mudados, desde que os objetivos sejam atingidos.
Imagem Pessoal
Refletir Agir
Implementação
Na vida, muitas vezes, sem perceber ou até mesmo conscientemente se deixa que outros
interfiram na autoria de nossa história. E delegar a tarefa de escrever nossa história aos
outros pode parecer confortável, mas com o passar do tempo sente-se um vazio, uma
sensação de nulidade. Segundo Vieira (2009, p.127) “Não se pode delegar o roteiro, o
desenho, a estrutura da própria história. Esses… cada um escreve o seu”.
Esperar pelo julgamento dos outros é mais fácil, mas decidir como quer ser julgado
implica em assumir a autoria da própria vida e deixar para trás o fracasso e o desânimo.
Significa ir atrás daquilo que deseja com firmeza, levantando quando cair, decidindo
que caminho seguir, agindo quando necessário, fazendo escolhas…
O planejamento para ser eficaz deve ter equilíbrio entre a vida pessoal e profissional,
não é possível desvincular uma da outra, afinal a pessoa é única e quando uma área não
vai bem a outra sente também os efeitos.
É mais fácil comandar um navio até o porto quando o mar está favorável, o maquinário
em bom funcionamento e o condutor está bem de saúde e bem consigo mesmo, porém
se algum dos itens citados começar a dar problemas os obstáculos naturalmente irão
surgir e a harmonia será quebrada. Quando existe um planejamento bem estruturado os
obstáculos se tornam desafios, pois se está preparado para os acertos como para os
imprevistos.
Sonhos
Geralmente se tem um objetivo que se diz geral e para alcançá-lo é necessário dividi-lo
em partes, ou seja, ter bem claro quais as habilidades e competências devem ser
desenvolvidas para se alcançar o objetivo geral.
Como desenvolver?
Para se destacar, ser conhecido e reconhecido; ser necessário é preciso construir uma
marca. Ela é o elemento que concede identidade ao produto gerando credibilidade. A
marca imprime impressões no psicológico do consumidor sugerindo qualidade,
lembranças e desejos, promete confiabilidade. Não há como prometer algo que não seja
verdadeiro, pois em algum momento o deslize vai acontecer. Por isso mentir com
relação à formação, qualificação, competência pode causar sérios problemas para a
marca pessoal. Fingir o tempo todo é impossível, pois o ser humano reflete seu interior
na maneira como age, por exemplo, no tom de voz, na expressão de seu rosto, como se
comporta, nas suas atitudes, nos relacionamentos, é impossível evitar, o corpo reflete o
inconsciente, logo ele fala.
Santos (2008, p.2) afirma que o ser humano não se comunica apenas verbalmente, mas
também através de sinais corporais que transmitem mais mensagens que as próprias
palavras. O corpo humano mostra o que está oculto na fala ele denuncia os sentimentos,
os medos, inseguranças, funciona como um espelho do inconsciente, mesmo que se
queira disfarçar, esconder o que está latente no interior.
Nessa busca é necessário ter consciência que o ser humano é um ser inacabado, que sua
busca pelo ser mais é infinita. Nessa linha de pensamento se percebe o quanto o Plano
de Marketing é importante, pois permite uma visão de onde se está, aonde quer chegar e
o que é necessário para o aprimoramento pessoal para alcançar os objetivos desejados.
Ninguém a não ser a própria pessoa é que cria a sua marca pessoal e essa deve estar em
comunhão com a marca profissional, pois além de integridade pessoal é necessário
competência profissional.
No contexto atual o ser humano é avaliado o tempo todo e é preciso estar atento as
impressões que são passadas aos outros. Lembrando que nem sempre o que se acredita
ser é a mesma impressão que os outros percebem de nós. Segundo Ritossa (2009, p. 20):
“Consciente ou inconscientemente, a percepção dos outros sobre nós torna-se a
realidade para eles”. Já que a marca age no psicológico do consumidor é fundamental
saber que imagem está associada a marca pessoal. Ritossa (2009, p.21) sugere um
questionário para auxiliar na avaliação pessoal como
“a). Quais são os dez atributos que melhor definem minha imagem?
Todo produto, por mais eficiente que seja para ser colocado no mercado precisa de uma
estratégia de marketing e só depois de muita informação e comprovação da veracidade
dos fatos expostos sobre o mesmo é que se perceberá sua aceitação pelo público-alvo.
O mesmo ocorre com o profissional que é percebido como um novo produto pelas
empresas que analisa suas informações sobre suas qualificações e o compara com os
demais para elegê-lo ou não ao cargo pretendido. Pode-se dizer que essa é a fase
introdutória, pois para se manter na função, as informações sobre suas competências e
habilidades terão que ser comprovadas na prática.
O suporte que o Marketing Pessoal oferece como alavanca para multiplicar o sucesso
profissional e pessoal, permite divulgar-se para o mercado de trabalho e para o ambiente
de convivência revelando as qualidades e competências. Também é importante ter
consciência de como funciona o mecanismo de venda de um produto, pois o Marketing
Pessoal se assemelha ao marketing convencional, por isso promove ações que levam a
conhecer o mercado que quer atuar, suas exigências e suas necessidades.
O Marketing Pessoal provoca uma tomada de consciência que permiti uma analise dos
pontos fortes e fracos e que providencias devem ser tomadas para aprimorar-se. Tendo
em mente que Marketing Pessoal não é apenas a criação de uma imagem, mas sim ser a
imagem que se apresenta.
A ideia que a ética está subjugada ao lucro, ao poder, ao privilégio é ultrapassada, mas
ainda persiste. Porém com o Marketing Pessoal se percebe que isso é um grande
engano, pois no mercado atual quem quer se destacar deve ter compromisso e
integridade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa foi feita uma reflexão sobre a atual conjuntura mercadológica e suas
implicações na vida pessoal e profissional e o que esse momento de aceleradas
mudanças e transformações exigem do profissional para entrar e se manter empregado.
Com essa pesquisa também foi possível perceber que há poucos estudos com bases
cientificas sobre o assunto, porém se constatou a seriedade desta ferramenta que
proporciona o autoconhecimento e a auto-avaliação aprimorando assim a essência do
ser humano como ser único.
Diferente do que se pensa o Marketing Pessoal não inventa ou cria uma marca, mas
coloca a marca, já existente, em evidência. Isto proporciona uma consciência de si
mesmo e a percepção de que cada um deve assumir a autoria de sua história, não
delegando aos outros essa tarefa, pois é responsabilidade de cada ser o sucesso ou
insucesso vivenciado.
Como se percebe o Marketing Pessoal é um processo que se inicia de dentro para fora,
pois o contrário é puro engodo. Para sua eficácia o “eu interior” deve estar em harmonia
com o “eu exterior”, é necessário ter conhecimento da dimensão humana e ter sempre
em mente que a técnica está a serviço do homem e não o contrário.
REFERÊNCIAS
CASTELO BRANCO. Valdec R. Rumo ao sucesso: aprenda como transformar sua vida
profissional em uma carreira de sucesso. Disponível em: . Acesso em 28/03/2010.
COSTA, Eliane M. Plano de Marketing Pessoal: você já fez o seu?. 2009. Disponível
em: < http://www.maiscommenos.net/blog/2009/02/plano-de-marketing-pessoal-voce-
ja-fez-o-seu/ >. Acesso em 06/11/2010.
LINKEMER, B. Cuide bem de sua imagem profissional. São Paulo: Nobel, 1991. 84 p.
SANTOS, Rosana S. O corpo fala – a linguagem dos gestos. [2009?] Disponível em: .
Acesso em: 12/05/ 2010.
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo:
Companhia das letras, 2001.p.24.
VIEIRA, Maria C. de A. Marketing pessoal: das ideias aos projetos [gestão de carreira].
V.2. Curitiba:Ibpex. 2009.