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\
DE EDUCAÇ~O POPULAR NO MARANH~O
ARNO KREUTZ
,
-
o PROJETO JOAO DE BARRO
ARNO KREUTZ
o PROJETO JOAO DE BARRO
~ -
UMA EXPERIENCIA OFICIAL DE EDUCAÇAO POPULAR NO MARANHAO
ARNO KREUTZ
Rio de Janeiro
Fundação Getúlio Vargas
Instituto de Estudos Avançados em Educação
Departamento de Filosofia da Educação
1982
à minha esposa Maria de Lourdes
Ao meu filho Álvaro.
R E S U MO
Página
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I - O MARANHÃO: SUA REALIDADE NOS ANOS 60 ... 18
INTRODUÇÃO 18
ECONOMIA ......................................... . 18
VIOLENCIA NA ZONA RURAL 27
CONDIÇOES HABITACIONAIS ........................... 32
SAODE ............................................. 33
EDUCAÇÃO .......................................... 34
SITUAÇÃO POL!TICA ................................. 40
SINTESE .,........................................... 42
BE LA V I S TA ........................................ 43
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA .......................... 48
CAPITULO 11 - A EDUCAÇÃO NO GOVERNO SARNEy.......... SO
TELEVISÃO EDUCATIVA ........... ~................... 59
PROJETO BANDEIRANTE ................... .... ........ 66
O PROJETO "JOÃO DE BARRO" ......................... 68
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA .......................... 79
CAPITULO 111 - O ESTADO E A EDUCAÇÃO POPULAR ........ 81
O QUE E O ESTADO .................................. 81
A AUTONOMIA NO ESTADO ............................. 86
O PAPEL DO ESTADO NA EDUCAÇÃO ......... ............ 88
ESTADO E EDUCAÇÃO POPULAR ................. ........ 95
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA .......................... 108
CONCLUSÃO.:......................................... 112
BIBLIOGRAFIA ........................................ 116
ANEXO:, PROJETO JOÃO DE BARRO 120
INTRODUÇÁO
8
9
lar?
- Numa sociedade de classes há alternativas para uma
educação que não seja reprodutora dos valores e ln
teresses das .classes dominantes?
- Que papel cabe ao Estado na educação popular?
12
lar?
o Estado, na concepção de Gramsci, e a unlao dialeti
ca da sociedade civil e da sociedade política, sendo da pr!
meira a função de hegemonia e da segunda a função de domina
13
REFERENCIA BIBLIOGRÃFrcA
INTRODUÇÃO
ECONOMIA
18
19
- .
economlca dos equipamentos. A maioria desses equipamentos
foi implantada na década de 1890, sendo que os empresários os
mantiveram obsoletos, preferindo aplicar os· lucros obtidos
em inversões imobiliárias no sul do país2. Como consequência
da decomposição do parque têxtil, a agricultura abandonou
paulatinamente, o plantio de algodão; os gêneros de subsis
tência, principalmente o arroz e o extrativismo (babaçu e
peixe) aumentaram coüsideravelmente o seu peso na produção
do setor primário.
ESTADO DO MARANHAO
TABELA I - PESSOAL OCUPADO E RENDA GERADA NOS SETORES DA
ECONOMIA - 1970
SETORES %
PRIMÁRIO
Pessoal ocupado 863.900 80 ,1
Valor da produção (Em cr$) 478.866.900 47 ,4
:)
SECUNDÁRIO
Pessoal ocupado 49.184 4,5
Valor agregado (Em Cr$) 87.918.500 8,4
TERCIÁRIO
Pessoal ocupado 164.076 15,4
Receita (Em Cr$) 447.995.500 44,3
TOTAL
Pessoal ocupado 1.077.160 100,0
Renda gerada (Em Cr$) 1.014.780.400 100,0
.
Por sua vez, a história agrária do Maranhão do século
xx se confunde ,em boa medida, com a história da ocupação do
seu território a partir dos anos 50. Antes, excluídos os p~
ríodos áureos do algodão dos séculos XVIII e XIX, a economia
do Estado permaneceu estagnada. A partir dos anos 20, com a
derrocada da borracha na Amazônia, os migrantes nordestinos
procuram as.terras virgens do Maranhão. Este fluxo migrat~
rio se intensifica após 1945 e atinge seu ápice com a seca
de 1958 como já haviamos dito. Com estes movimentos migrat~
rios se inicia, no Maranhão, uma economia de pequenos produ-
tores posseiros,predominando a pr?dução para a subsist~ncia.
Como a abundância das terras era uma constante sua ocupaçao
se processou por métodos extremamente predatórios. -As roças
eram constituídas a partir da destruição da floresta pelo
fogo. Nelas plantava-se feijão, arroz, milho e mandioca du
rante dois ou, no máximo, tr~s anos e, depois, voltava-se a
destruir novas florestas para preparar novas roças.
"O IMPARCIAL"
JORNAL PEQUENO
JORNAL DO MARANHÃO
o JORNAL
O IMPARCIAL
ESTADO DO MARANHÃO
DIÁRIO DO POVO
CONDIÇOES HABITACIONAIS
SAODE
EDUCAÇÃO
ESTADO DO MARANHÃO
TABELA 11 - CAUSAS ALEGADAS DE NÃO-ESCOLARIDADE - 1964
1 TOTAL
CAUSAS DE NÃO-ESCOLARIDADE URBANA RURAL
!Abso1uta I o
ó
ESTADO DO MARANHÃO
TABELA rII - TAXA DE CONCLUSÃO DE CURSO NO ENSINO MBDIO
1963-67
MATRrCULA CONCLUSOES I
I
o
i>
ANO I
ESTADO DO MARANHÃO
TABELA IV - TAXA DE CONCLUSOES NO ENSINO SUPERIOR-1958-67
~
ANO MATRTcULA CONCLUSOES o
INICIAL (A) (B) (B/A)
.SITUAÇÃO POLITICA
SINTESE
BELA VISTA
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
so
51
ESTADO DO MARANHÃO
TABELA V - I PROGRAMA DE GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO - ADMINISTRAÇÁO JOSE SARNEY - 1967-1971
lr1
+:-
..--------.-. - ------j
METAS
L.. PROGRAMAS
----~_._~ ----- .. ~.~_._._----
SUBPROGRAMAS
VI
VI
Alguns dos projetos enunciados no I Programa nunca fo
ram executados como, por exemplo, a instalação de regiões es
colares e a academia de mGsica. Entretanto,.virios projetos
desenvolvidos durante o Governo José Sarney não constavam de
seu I Programa. Apenas na área de educação podemos citar~omo
exemplo deste fato, a implantação dos ginásios "Bandeirantes"
e a Televisão Educativa.
No seu todo, o I Programa estava integrado na planifi
cação da Região Nordeste elaborada pela SUDENE e sintetizada
em seus Planos. O Governo José Sarney e abrangido, em parte,
pelo 111 Plano Diretor da SUDENE, mas e sobretudo com o IV
Plano que se evidencia maior integração do I Programa. Isto
não é de estranhar; embora o IV Plano atingisse o período
1969-73, a sua elaboração vinha sendo preparada hi bastante
tempo e sua 'definição baseou-se na experiência adquirida na
execução dos planos anteriores. Por isso, confrontando-se a
programação do I Programa com a do IV Plano nota-se grande
identidade entre ambos. Provavelmente por causa desta identi
dade e do respaldo que teve da SUDENE, o Governo José Sarney,
conseguiu, pelo menos em parte, mudar o panorama do Estado.
A administração de Sarney foi marcada, efetivamente ,
por seus aspectos modernizantes. A partir da grande ênfase
dada ao estabelecimento da infra-estrutura, como a geração e
distribuição de energia elétrica, ã abertura de estradas e
aos transportes, assim como o estímulo ã produção fez comque
ocorresse no Estado sensível ampliação do mercado de traba
lho, melhores salários e, como consequência, melhoria do ní
vel de vida.
Mas, como Ja vimos, o Maranhão apresentava um percen-
tual muito elevado de analfabetismo, um índice m~ito baixo
da população em idade escolar frequentando as escolas e um e
norme percentual de professores sem qualificação ensinando
no reduzido número de escolas existentes: Por tudo isso,gra~
de parte da população se sentia impossibilitada de prestar
seu concurso ã execução do I Programa,apesar do expresso con
57
TELEVISÃO EDUCATIVA
."
65
PROJETO BANDEIRANTE
nidade;
No município-centro escolhido na primeira etapa;
- Com duração de 20 a 30 dias;
- Com a possibilidade de participação (de mais alguém)de
uma mesma comunidade, além do monitor,que represente
a liderança 10cal,,29
ESTADO DO MARANHÃO
TABELA VI - EXPANSÃO DAS ESCOLAS IlJOÃO DE BARRO"-1967-l972
Municípios atingidos 3 13 34 34 41 77
Escolas funcionando 49 291 852 835
Monitores trabalhando 52 344 1.002 88b'
Matrícula de adultos 637 7.495 27.872 21.955 79.750
Matrícula de .crianças 2.142 12.925 48.020 37.424 35.251
. Matrícula total 2.779 20.420 75.892 59.379 52.779 115.021
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
O QUE E O ESTADO
81
82
A AUTONOMIA NO ESTADO
ducativas.
A reprodução ou difusão da ideologia da classe domi
nante (de uns poucos) se efetua por uma série de organismos
sociais. Entretanto, para Gramsci, a organização escolar é o
primeiro dentre eles e para evidenciar esta importância cons~
gra vários escritos aos diversos tipos de escola que o prole-
tariado deveria organizar assim que tivesse conquistado o PQ
der. Enfatiza, sobretudo, a academia como organismo-chave da
organização escolar, que deveria:
"a) Aumentar as possibilidades de reflexão na vida do
trabalhador manual e permitir aos mais talentosos de
entr; eles o acesso às funções intelectuais;
b) Sensibilizar os universitârios aos problemas concre
tos dos trabalhadores manuais; -
c) Favorecer a integração da herança intelectual das
gerações precedentes à cultura presente;
d) Elaborar uma cultura nacional homogênea e unitária
estreitamente ligada à vida coletiva e ao unIverso
da produção;
e) Unir estreitamente os intelectuais aos não intelec-
tuais .. 25 •
minações do Estado"44.
8IBLlOTECA
l"JtlWACAO GETULIO vARGAlt
101
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
Educa
ção e recursos humanos. Brasília, 1967, p.l~.
48. I de m, p. 1 3 .
112
113
BIBLIOGRAFIA
1980.
HORTA, Jos~ Silv~rio Baia. Planejamento educacional. Rio de
Janeiro, IESAE, mimeo., s.d.
IANNI, Octávio. A luta pela terra. Petrópolis, Vozes, 1979.
118
(Cópia do original)
120
121
, ~PRESENTAÇÃO
1 - JUSTIFICATIVAS
1967 607.322
1968 658.337
1969 713.637
1970 773.582
1971 840.110
2 - OBJETIVOS
jntelec::ual;
política;
artística;
religiosa;
física;
cooperativista;
3.Ttezanal;
doméstica;
agrícola;
s~nitária, e para outras atividades que cap~
citem.
125
3 - METAS IMEDIATAS
4 - ETAPAS
DESPESAS CORRENTES
1 - PESSOAL
2 - REMUNERAÇÃO DO MONITOR
3 - MATERIAL DIDÃTICO
4 - INVESTIMENTOS
5 - OUTRAS DESPESAS
/
132
% INCREMENTO DE MATRIcULAS
1962 11,8
1963 14,5
1964 8,4
1965 3,5
1
1966 6,6
1967 16,0
TOTAL 60,0
1 - PESSOAL
Docente 500 30,00 90.000,00
Técnico 15 350,00 43.500,00
Gratificação Coordenador 2 100,00 2.000,00
Datilógrafo 1 150,00 1.500,00
Escriturário 1 200,00 2.000,00
Motoristas 2 150,00 3.000,00
Diárias 2.000 15,00 30.000,00 172.000,00
2 - MATERIAL DIDÁTICO
Rádios 100 350,00 15.000,00
Cartilhas 15.000 0,80 12.000,00
Audio Visual 11.000,00
Máquina Fotográfica 3 200,00 600,00 38.600,00
3 - INVESTIMENTOS
Ajuda equipamento escolar 300 200,00 60.000,00
Conservação de bens .1.500,00
Rural Wi11s 2 12.000,00 24.000,00 85:'.500,00
4 - SERVIÇOS
Manutenção de veiculo 7.000,00 7'.000,00
5 - OUTRAS DESPESAS
Treinamentos 3 12.000,00 36.000,00
Programa Radiofônico 1 3.000,00 39.000,00
f-I
6 - OUTROS MATERIAIS 4.400,00 4.400,00 t".l
7 - DIVERSOS 8.500,00 8.500,00 c".J
355.000,00
JUSTIilCATJ:vA~--- ··~~~l--- OBJETIVOS METAS lMEDITAS
1. O desenvolvimento que se desco 1. Levar a população asstunir tun tra 1. Dar continuidade aos trabalhos do
tina no Estado exige a particI balho conjunto dentro de um pro plano experimental deste Projeto
pação 'do homem rural que estã cesso de Educação Connmitária. - iniciados nos municípios de Ita-
marginalizado. pecuru-Mirim, Vargem Grande e
Cllapadinha.
2. O "defici tI! de salas de aula 2. Dar ao homem do campo condições 2. Atingir nos próximos 8 meses 4
no Estado mostra que os Pode - básicas para sua promoção: alfa- áreas sendo com tun número de es
res PÚblicos não têm podido a betização e elementos de cálculo colas não inferior a 120 e nao
tender a população em idade es como meios para uma educação in superior a 240 em 4 novas áreas
colar. tegral. sendo cada tuna composta de 3 mu
nicípios.
tM
"""
1. LOCALIDADE · .2 •. ETAPAS 3. ATIVIDADES
- - - - - ._--_.. _~- .. --
......
tN
VJ
4. MEIOS 5. RECURSOS . . . .. j 6. DURAÇÃO
- observação A. Humanos: Equipe 18 pessoas
- Contato Direto B. Materiais: Recursos audiovisuais 45 dias
- Discursão Transporte
- Observação A. Ht.onanos:
Reuniões - equipe supervisora
- Discurssão B. Materiais
- Contato Direto - recursos audiovisuais
.. ...
.. ~
_.... "'. "J
Tese apresentada aos Srs.:
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( ,;;
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i. -;-'!I, i I"
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Nome dos
Componentes da
banca examinadora
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Coordenador Geral de Pesquisa
I,
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