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Matemática Financeira e

Engenharia Econômica
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
2013
v.5.6
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

A958m AVILA, Antonio Victorino.


Matemática financeira e engenharia econômica / Antonio
Victorino Avila; Florianópolis. ”Programa de Educação Tutorial
da Engenharia Civil – UFSC”, 2013.
228 p.: il. color. ; 24 cm.

Inclui Bibliografia.

1. Matemática financeira. 2. Engenharia econômica. 3.


Juros. 4. Capital. 5. Comissionamento de Ativos. 5.
Substituição de Ativos. I. Título.
MATEMÁTICA FINANCEIRA E ENGENHARIA ECONÔMICA
CDU 624 Copyright do autor

Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191

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ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
2.4.2 – Relação entre taxas. .................................................................. 37
2.4.3 – Inflação e Índices. ...................................................................... 38

ÍNDICE 2.5 – Inflação Acumulada. ...................................................................... 40


2.5.1 – Fórmulas Básicas. ..................................................................... 40
2.5.2 – Atualização de valores monetários............................................ 41
2.5.3 - Aplicação .................................................................................... 43
PRÓLOGO ..................................................................................................... 7
2.6 – Exercícios Considerando Inflação. .............................................. 43
1. Premissas e Conceitos......................................................................... 8
3. Séries de Capitais .............................................................................. 50
1.0 – Introdução. ....................................................................................... 8
3.0 – Definição e Tipos. .............................................................................. 50
1.1 – Remuneração dos Fatores de Produção. ...................................... 8
3.1 – Série Uniforme Postecipada. ........................................................ 50
1.2 – Premissas. ........................................................................................ 9 3.1.1 - Valor Presente ou Valor Atual da Série Postecipada................. 51
1.3 - Nomenclatura das taxas de juros. ................................................ 12 3.1.2 - Valor Futuro da Série Postecipada. ........................................... 52
3.1.3 - Exemplo...................................................................................... 54
1.4 – Composição da Taxa Real ........................................................... 13 3.1.3 - Comparando Juros Simples e Compostos. ................................ 54
1.5 – Definições ....................................................................................... 14 3.2 – Série Infinita. ................................................................................... 55
2. Matemática Financeira .................................................................. 16 3.2.1 – Conceituação. ............................................................................ 55
3.2.2 – Exercício Resolvido. .................................................................. 56
2.0 - Introdução ....................................................................................... 16
3.3 – Série Uniforme Antecipada. .......................................................... 58
2.1 – Conceituações de Juros ............................................................... 16 3.3.1 – Valor Presente da Série Antecipada ......................................... 58
2.2 – Juros Simples ................................................................................ 17 3.3.2 – Valor Futuro da Série Antecipada. ............................................ 59
2.2.1 – Definição de Juros Simples....................................................... 17 3.3.3 – Aplicação. .................................................................................. 60
2.2.2 - Equações. .................................................................................. 17 3.4 – Série Diferida. ................................................................................. 62
2.2.3 - Operações de desconto. ............................................................ 18 3.4.1 – Metodologia ............................................................................... 62
2.2.4 - Relações entre Descontos e Taxas ........................................... 21 3.4.2 - Aplicação .................................................................................... 63
2.2.5 – Tempo Exato e Comercial......................................................... 22
2.2.6 – Exercícios Resolvidos ............................................................... 22 3.5 – Exercícios Propostos. ................................................................... 64
2.2.7 – Exercícios Propostos. ............................................................... 24 4. Amortizações de Dívidas ................................................................ 68
2.3 – Juros Compostos. ......................................................................... 26 4.1 – Tipos de Sistemas. ......................................................................... 68
2.3.1 - Definição. ................................................................................... 26
2.3.2 - Fórmulas Básicas:...................................................................... 26 4.2 - Sistemas de Amortização Constante - SAC ................................. 69
2.3.3 – Valor Presente e Valor Futuro................................................... 27 4.2.1 – A metodologia ............................................................................ 69
2.3.4 - Exemplos ................................................................................... 30 4.2.2 - Exemplo ...................................................................................... 70
2.3.5 – Correlação Entre Taxas de Juros Compostos. ......................... 31 4.3 - Sistemas de prestação constante ................................................. 71
2.3.6 - Cuidados a observar. ................................................................. 32 4.3.1 - Conceituação.............................................................................. 71
2.3.7 - Exercício Resolvido. ................................................................. 34 4.3.2 – Metodologia de Calculo. ............................................................ 71
2.4 - Relação entre as taxas nominal e real. ........................................ 35 4.3.3 - Exemplo ...................................................................................... 72
2.4.1 – Efeito da Inflação ...................................................................... 35
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4.4 – O sistema de amortização variável. ............................................. 72 5.5 – A TMA: Taxa de Mínima Atratividade ........................................ 101
4.4.1 – Conceituação. ........................................................................... 72 5.5.1 – Conceito de TMA ..................................................................... 101
4.4.2 - Metodologia................................................................................ 73 5.5.2 – Definição da TMA .................................................................... 102
4.4.3 – Comentários .............................................................................. 73
5.6 – A TIR – Taxa Interna de Retorno................................................. 103
4.4.3 - Exemplo ..................................................................................... 74
5.7 - Previsão de Fluxo de Caixa. ....................................................... 105
4.5 - O sistema americano. .................................................................... 74
5.7.1 – Modelo de Procedimento......................................................... 105
4.5.1 - Metodologia................................................................................ 74
5.7.2 – Informações Gerenciais. .......................................................... 106
4.5.2 - Exemplo. .................................................................................... 75
4.6.1 – Característica ............................................................................ 75 5.8 – Tributos e Depreciação ............................................................... 106
4.6.2 – Relação entre Amortizações. .................................................... 76 5.8.1 – Influência dos Tributos. ........................................................... 106
4.6.3 – Determinação da Prestação...................................................... 76 5.8.2 – Influencia da Depreciação. ...................................................... 107
4.6.4 – Equivalência Financeira. ........................................................... 77
4.6.5 – Exemplo. ................................................................................... 78 5.9 – Classificação dos Investimentos................................................ 108
5.9.1 – Pela Variação dos Fluxos de Caixa......................................... 108
4.7 – O sistema de amortização crescente - SACRE........................... 79 5.9.2 – Disponibilidade de Recursos. .................................................. 109
4.7.1 – O Sistema.................................................................................. 79
4.7.2 – A metodologia. .......................................................................... 79 5.10 - O processo de decisão ............................................................... 110
4.7.3 – Exemplo .................................................................................... 80 5.11 – Exercícios Resolvidos. .............................................................. 111
4.7.4 - Comentários ............................................................................... 81
5.12 - Exercícios Propostos. .............................................................. 111
4.8 – Correção do saldo devedor. ......................................................... 81
4.8.1 – Procedimentos .......................................................................... 81 6. Método do Valor Presente. ............................................................ 114
4.8.2 – Metodologia ............................................................................... 82 6.1 – Coerência de resultados. ............................................................ 114
4.8.3 – Aplicação ao Sistema SAC ....................................................... 83 6.1.1 - Projetos na mesma classe de risco.......................................... 114
4.9 – Exercícios. ................................................................................. 84 6.1.2 - A mesma taxa de desconto. .................................................... 114
6.1.3 - Projetos com idêntica vida útil. ................................................ 114
5. –Engenharia Econômica. ................................................................ 91 6.1.4 - Distinguir projetos de longa duração ........................................ 115
5.1 – Conceituação. ................................................................................ 91 6.2 – O Método do valor presente........................................................ 115
6.2.1 – Incremento de Riqueza. .......................................................... 115
5.2 – Análise de Viabilidade. .................................................................. 92
6.2.2 - Decisão..................................................................................... 116
5.2.1 - Conceito de Viabilidade ............................................................. 92
5.2.2 – Premissas.................................................................................. 92 6.2.3 – Diagrama de valor presente .................................................... 121

5.3 – O Fluxo de Caixa ........................................................................... 95 6.3 - Análise de Sensibilidade - Risco. ................................................ 123
6.3.1 – Conceituação. .......................................................................... 123
5.3.1 – Conceituação ............................................................................ 95
5.3.2 - Diagrama de Fluxo de Caixa – DFC. ........................................ 95 6.3.2 – Domínio viável de produção. ................................................... 124
5.3.3 – Calculo do Fluxo de Caixa ........................................................ 96 6.4 – Aplicação. ..................................................................................... 125
5.4 – Valor Presente. ............................................................................... 97 6.5 - Equalização de tempos de projetos. .......................................... 128
5.4.1 – Valor de um Ativo. ..................................................................... 97 6.5.1 – Reinvestimento em ativos semelhantes .................................. 128
5.4.2 – Calculo do Valor Presente Líquido. .......................................... 98 6.5.2 – Caso de Rigidez das Alternativas............................................ 129
5.4.3 – Diagrama de Valor Presente ..................................................... 99 6.5.3 – Caso de Outras Oportunidades. .............................................. 130
5.4.4 – Exemplo de Aplicação ............................................................. 100
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ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
6.6 – Exercício Resolvido. .................................................................... 131 9.6 - Existência de múltiplas TIR ......................................................... 166
9.6.1 – Conceituação. .......................................................................... 166
6.7 – Exercícios Propostos .................................................................. 132
9.6.2 – Exemplo ................................................................................... 168
7. Método da Recuperação de Capital ........................................... 140
9.7 – Exercícios. .................................................................................... 168
7.1 - Introdução ..................................................................................... 140
10. Métodos Algébricos. ....................................................................... 171
7.2 - Metodologia................................................................................... 140
10.1 – Fórmulas de Karpin.................................................................... 171
7.3 – Exercício. ...................................................................................... 142
10.2 - Caso de Prestações Constantes. .............................................. 172
8. Valor Uniforme Equivalente ........................................................ 143 10.2.1 – O método .............................................................................. 172
10.2.2 – Aplicação ............................................................................... 173
8.1 – Introdução .................................................................................... 143
10.3 - Caso de Prestações Crescentes. .............................................. 173
8.2 - Decisão .......................................................................................... 144 10.3.1 – O Método ............................................................................... 173
8.3 – Metodologia. ................................................................................. 145 10.3.2 – Aplicação ............................................................................... 174
8.4 – Aplicação da Metodologia. ......................................................... 146 10.4 – Caso de Prestações Decrescentes........................................... 174
8.4.1 – Procedimentos. ....................................................................... 146 10.4.1 – O Método. .............................................................................. 174
8.4.2 - Resolução do Caso ................................................................. 146 10.4.2 – Aplicação. .............................................................................. 175
8.5 - Caso de Reinvestimento. ............................................................ 149 10.5 - Exercícios. ................................................................................... 176
8.5.1 – Conceituação e Artifício. ......................................................... 149 11. – Comissionamento de Ativos. ................................................... 178
8.5.2 – Manutenção em Comissionamento......................................... 150
8.5.3 – Análise Crítica. ........................................................................ 152 11.1 – Definição ..................................................................................... 178
8.6 – Exercício Resolvido ..................................................................... 153 11.2 – Tipos de Comissionamentos .................................................... 178
8.7 – Exercício Proposto. ................................................................ 155 11.3 – Metodologia. ............................................................................... 178
11.3.1 – Decisão. ................................................................................. 178
9. Taxa Interna de Retorno ............................................................... 157 11.3.2 - Compra a vista ....................................................................... 179
9.1 - Definições...................................................................................... 157 11.3.3 - Compra a prazo ...................................................................... 180
11.3.4 - Aluguel com devolução do bem ............................................. 180
9.2 - Decisão .......................................................................................... 157 11.3.5 - Aluguel sem devolução do bem ............................................. 181
9.3 – Discutindo a TIR e a TMA............................................................ 158 11.4 - Leasing-back. .............................................................................. 181
9.4 – Utilização recomendada. ............................................................. 159 11.5 – Exercício ..................................................................................... 182
9.4.1 - Caso de títulos mobiliários. ...................................................... 159
9.4.2 - Caso de financiamentos. ......................................................... 160 12 – Alienação de Ativos. .................................................................... 187
9.4.3 – Caso de investimentos produtivos .......................................... 161
12.1 – Introdução. .................................................................................. 187
9.5 – Calculo da TIR. ............................................................................. 162 12.2 - Baixa Sem Reposição. ................................................................ 188
9.5.1 – Função Polinomial ................................................................... 162 12.2.1 – Processo de decisão. ............................................................ 189
9.5.2 - Processo da Bisseção. ............................................................ 163
12.2.2 – Exemplo. ................................................................................ 189
9.5.3 – Aplicação da metodologia ....................................................... 165
12.3 - Baixa com Reposição. ................................................................ 190
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ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
12.3.1 - Reforma ou Substituição por não Similar. ............................. 190
12.3.2 - Continuidade da Produção com Equipamento Similar. ......... 191
12.4 - Mudança de Tecnologia. ............................................................ 192
12.5 - Ativos Com Longa Vida Útil ...................................................... 193
12.6 – Exercícios. .................................................................................. 193
12.6.1 - Análise de alienação de ativo ............................................... 193
12.6.2 - Data de Alienação. ................................................................. 194
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 200
ANEXOS - Casos e Trabalhos ................................................................ 201
Anexo I ....................................................................................................... 202
– Trabalhos. .............................................................................................. 202
I.1 – Trabalho: Análise de Fluxo de Caixa. ........................................ 203
I.2 - Trabalho: Métodos de amortização. ............................................ 206
I.3 – Trabalho: Viabilidade de troca de lâmpadas ............................ 208
Anexo II ...................................................................................................... 211
- Casos em Engenharia Econômica. ..................................................... 211
II.1 – Caso: Ampliação da Sede. ........................................................ 212
II.2 – Caso: Fabrica de protendidos. ................................................... 213
II.3 – Caso: Implantação de Termelétrica. .......................................... 214
II.4 – Caso: Viabilidade de construção de ponte. .............................. 215
II.5 – Caso: Refinaria de petróleo ........................................................ 215
II.6 – Caso: Aquisição de prensas....................................................... 216
II.7 – Caso: Financiamento de residência. ........................................ 216
II.8 – Caso: Venda de Apartamento.................................................... 217
II.9 – Caso: Plano de Construção ....................................................... 217
Anexo III ..................................................................................................... 219
– Tabelas Financeiras. ............................................................................. 219

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ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Além disso, a análise de viabilidade financeira de
projetos é uma das atividades profissionais dos engenheiros
PRÓLOGO definidas pela Lei 5.194 e pela Resolução 1.010 do CONFEA
quando elencam o campo das atividades do profissional.

O objetivo desta publicação é dispor ao aluno de uma No Brasil, cinco erros são comumente efetuados:
expressão documental coerente com o conteúdo apresentado
em sala de aula. E, assim, permitir o acompanhamento e a  Desconsiderar a perda do valor aquisitivo da moeda no
participação nas discussões realizadas em sala de aula. tempo;
 Não distinguir entre juros descontados de juros
O conteúdo abordado abrange a Matemática Financeira postecipados;
e a Engenharia Econômica.  Utilizar a matemática dos juros simples em lugar de juros
compostos;
A Engenharia Econômica corresponde ao campo do
 Confundir juros nominais com juros reais;
conhecimento que abrange métodos ou modelos que,
 Respeitar a aritmética dos juros compostos, mas, supondo
baseados em fatores técnicos, financeiros e sociais, permitem
que as taxas de juros se mantenham inalteradas no tempo.
o julgamento de conjunto de alternativas propostas para a
aplicação ou utilização de recursos, sejam naturais,
Erros que podem levar a decisões equivocadas sobre
tecnológicos ou, financeiros, favorecendo a sua otimização.
decisões de investimentos. E, incorrer em algum erro de
decisão pode ser fatal para a rentabilidade de um projeto ou da
A Engenharia Econômica inicia pelo conhecimento da
liquidez da empresa.
Matemática Financeira, campo da matemática destinada à
análise de juros, equivalência de capitais de capitais
Assim sendo, o conhecimento de Engenharia Econômica
considerando, especialmente, sob a ótica do binômio juros
é uma ferramenta de decisão imprescindível ao profissional
versus tempo.
enquanto tomador de decisão, pois instrumento de decisão no
campo financeiro.
A importância desta área do conhecimento para o
engenheiro é que, inexoravelmente, no exercício da sua
Finalizando, recomenda-se ao interessado consultar a
profissão e como gestor, se deparará com decisões de
bibliografia apresentada, pois o conteúdo exposto não esgota o
inversão de capital em: alternativas de investimentos em ativos
assunto.
e equipamentos; aplicação de capital financeiro; manutenção,
baixa e substituição de ativos; previsão de exigibilidades de
Eng.º Civil Antonio Victorino Avila
caixa; etc..
MSc Eng.ª Produção

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ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
sistemas de produção ou de serviços; a baixa e a
substituição de equipamentos; etc..

1. Premissas e Conceitos
1.1 – Remuneração dos Fatores de Produção.

1.0 – Introdução. No sistema econômico em que vivemos a, demanda por


fatores de capital necessários à produção de bens e serviços
O objetivo deste capítulo é apresentar ao interessado são: mão de obra; capital; terra; empresas; e a capacidade
uma série de premissas, conceitos e definições que amparam o técnica, requer remuneração.
processo de decisão financeira e os métodos de decisão
utilizados na Matemática Financeira e na Engenharia Conforme o caso, esta remuneração recebe
Econômica. denominação distinta. Assim sendo, o capital é remunerado
pelos juros; a terra pelo aluguel; a técnica ou patentes pelos
Matemática Financeira é definida como sendo a área da royalties; a empresa pelo lucro ou taxa de mínima atratividade,
matemática que descreve as relações entre o binômio tempo e TMA; a mão de obra pelo salário. Ver esquema da Figura 1.1 –
dinheiro necessárias a amparar o calculo de decisões Remuneração dos Fatores de Produção.
financeiras.
Fatores de Capital
Assim sendo, a matemática financeira estuda,
basicamente, a formação dos juros, os montantes de capital
gerados, o valor de prestações em séries e a amortização de
dívidas. Mão de Empresa
Capital Terra Técnica
Obra H
A Engenharia Econômica contempla um conjunto de H H H
H Lucro
Juros Aluguel Royalties
conhecimentos e metodologias que, amparadas na Salário -TMA-
matemática financeira, permite realizar o processo de
tomada de decisão quanto à eleição ou a classificação de Figura 1.1 - Remuneração dos Fatores de Produção
alternativas de investimentos financeiros.

Esses investimentos podem ser referentes a: Os juros, tanto podem ser relacionados a um
aplicação de capital em ações; renda fixa ou variável; empréstimo tomado por pessoa física ou jurídica, como ao
aquisição de bens e equipamentos; implantação de financiamento tomado na aquisição de bens ou a remuneração
do capital de sócios.
8
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
deverá basear-se em perspectivas futuras e não em resultados
O objetivo desta obra será discutir a remuneração do passados.
capital, ou seja, os juros. E, o aumento de riqueza propiciado
pela aplicação de capital em projetos de investimentos Só se decide sobre ações relativas ao futuro. O passado
produtivos ou financeiros. já ocorreu e sobre ele nada há que decidir. Em relação ao
futuro só temos expectativas. De modo que as decisões são
Para tanto, será discutido um conjunto de metodologias sempre formadas sobre expectativas.
que permitam a realização de um coerente processo de
decisão quanto à escolha de investimentos produtivos ou da A 2ª Premissa estabelece que o momento da decisão
aplicação de capital que atenda, corretamente, aos preceitos seja sempre a data em que a mesma foi tomada: HOJE.
da Matemática Financeira e da Engenharia Econômica.
Como se decide sobre expectativas futuras, há que se
considerar a variação do valor aquisitivo da moeda no tempo
1.2 – Premissas. para que haja consistência quando se compara valores
monetários.
A matemática financeira e a engenharia econômica,
como instrumentos de apoio à tomada de decisão, se apoiam Isto porque, é de entendimento comum e mesmo de
nas seguintes premissas: modo intuitivo que, disponível uma quantidade de moedas na
data de hoje, em data futura a quantidade de bens a adquirir
1ª Premissa – MAXIMIZAÇÃO DA RIQUEZA. com a mesma quantidade de moeda é diferente daquela
anterior.
O objetivo de utilizar a engenharia econômica e a
matemática financeira é amparar um processo de decisão
capaz de eleger a alternativa de investimentos que maximize o Atenção! Coerência !
lucro e a riqueza dos proprietários, sempre.
Somente se somam ou se subtraem
2ª Premissa – MOMENTO DA DECISÃO. valores monetários
correlacionados à mesma data.
As decisões financeiras devem enfocar o quanto uma
ação efetuada no presente resultará em termos de aumento de
riqueza no futuro. Sob essa consideração, toda operação efetuada com
valores monetários, seja de adição de valores, ou seja, as
Assim, ao ser analisado um empreendimento já em entradas de caixa. Ou, a diminuição de valores, a exemplo de
curso, a decisão em data presente em continuá-lo, em alterar a custos incorridos, investimentos realizados ou impostos
sua aplicação ou objetivo, ou simplesmente descontinua-lo devidos, deve ser correlacionada à data da tomada de decisão.
9
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
aplicado com um retorno equivalente à taxa de oportunidade
Dado o exposto, somente se somam ou se subtraem definida pela empresa ou adotada pelo investidor.
valores monetários financeiros quando correlacionados à
mesma data, dada a variação do valor da morda no tempo. Como exemplo, seja um investidor dispondo de uma
soma de capital equivalente a R$ 200.000,00 e havendo a
oportunidade de aplicá-la a taxa de juros i=14,50 % ao ano, ao
3ª Premissa - VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO. final de um ano a importância inicial montará em R$
229.000,00.
Financeiramente falando, uma soma de dinheiro na data
de HOJE, e sob determinadas condições, pode ser O valor de R$ 229.000,00, nas condições relatadas é
monetariamente equivalente à outra soma diferente de dinheiro financeiramente equivalente ao valor inicialmente aplicado.
considerando a variação do tempo.
Outro exemplo seja o caso do financiamento de um
Sob tal premissa, os critérios de decisão de televisor, cujo preço de aquisição é de R$ 1.500,00 a ser
investimentos devem reconhecer o valor do dinheiro no tempo quitado em cinco prestações iguais, mensais e consecutivas no
e, como corolário dessa premissa, a perda do poder aquisitivo valor de R$ 385,00. Ver Figura 1.2 – Equivalência de valores
do dinheiro com o passar do tempo. Monetários.

R$ Sob o conceito de equivalência financeira do valor da


moeda no tempo, o montante das cinco prestações, a um custo
de oportunidade de 8,94% ao período, é equivalente ao valor
1.500 ≡ do financiamento. Ou seja: R$ 1.500,00 ≡ 5 × 385,00 R$.

5 x 385,00 R$
4ª Premissa – CUSTO DE OPORTUNIDADE.

O custo de oportunidade corresponde à melhor


tempo remuneração a ser obtida por um fator de produção que seria
1 2 3 4 5
obtida por ele, caso fosse aplicado em outra alternativa de
investimento, mantida a mesma classe de risco. (Sotto Costa &
Figura 1.2 – Equivalência de Valores Monetários Attie, 1984).

Como corolário da definição acima, o custo de


Para que um ativo mantenha o seu valor aquisitivo e, oportunidade corresponde à maior taxa de desconto a ser
consequentemente, não perca valor no tempo, há que ser adotada quando se compara a rentabilidade de um dado
10
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
projeto com a rentabilidade da melhor alternativa já disponível, seus ganhos num determinado patamar de lucratividade, o que
considerando projetos situados na mesma classe de risco. contraria a 1ª Premissa.

A literatura existente trata o custo de oportunidade sob Como exemplo da evolução da taxa de oportunidade,
diversas denominações, tais como: taxa de rentabilidade, taxa seja uma empresa que, tradicionalmente, remunera seus ativos
de oportunidade; taxa de retorno; taxa de atratividade; taxa de à taxa de 15% ao ano. Esta é a sua taxa de oportunidade e
desconto ou taxa de mínima atratividade - TMA. Como ela não aceita em aplicar recursos á uma taxa inferior a ela.
nomenclatura nesta obra será a adotada denominação de TMA Porém, se conseguir remunerar a uma taxa mais elevada, tal
para a taxa de oportunidade. como 18% ao ano, esta passará a ser a sua nova taxa de
oportunidade.
Dentro dessa premissa, um investidor que dispõe da
oportunidade de aplicar seus recursos a X%, e os vinha O conceito de considerar ou definir a remuneração do
fazendo a taxa y% < X%, sua taxa de oportunidade passará a capital a ser investido como um custo de oportunidade parte do
ser X%, pois esta será a melhor aplicação disponível para seus entendimento de que ao ser aplicado um capital numa
ativos. alternativa qualquer, a empresa estaria perdendo a
oportunidade de aplicá-lo em alternativas mais rentáveis a
ocorrerem no futuro.
Tradicionalmente:
Remuneração a k%
5ª Premissa – DECISÃO & RESULTADO.

Oportunidade: Remuneração É importante observar a diferença entre boas decisões e


a X% sendo X% > k% bons resultados, pois, nem sempre, são diretamente
proporcionais.

Uma boa decisão é a melhor possível, considerando o


TMA E X%
conhecimento disponível sobre qualquer ação em julgamento,
no momento de sua realização. Havendo alteração do cenário
previsto ou ocorrendo azar, uma boa decisão pode redundar
Figura 1.3 – Evolução da Taxa de Oportunidade num mau resultado. É um fato a ser considerado.

Qualquer aplicação efetuada a taxa inferior que a de A recíproca, porém, dificilmente se mostrará verdadeira,
oportunidade reduz a realização ou a perspectiva de manter ou seja, uma má decisão propiciando em bom resultado. Esta
assertiva contraria a lei de Murphi que diz: “existindo a

11
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
probabilidade de algum fenômeno dar errado, com certeza ele b) Taxa Real – corresponde à taxa básica acrescida de
dará errado...“. outros custos, tributos e do risco vinculado ao tomador do
recurso.
A ocorrência de uma boa decisão esta vinculada a
disponibilidade de dados e informações confiáveis e que as c) Taxa Nominal – corresponde à remuneração do capital
alternativas reflitam as condições de mercado da época em que expressa em termos de valores de moeda corrente. Esta
foram desenvolvidas. São dados perfeitamente controláveis e taxa engloba a taxa real e a inflação prevista. Também
dependentes da acuidade do decisor. Cabe ao analista, pode ser denominada de taxa efetiva. Neste caso
elaborar um processo com a melhor qualidade possível, corresponde à taxa empregada para a atualização e
visando à fidedignidade dos resultados. pagamento de valores monetários.

Recomenda-se a realização de auditorias pós - decisão d) Taxa Efetiva – É a que corresponde, exatamente, ao custo
visando analisar o processo decisório passado e aperfeiçoar a do dinheiro empregado ou tomado emprestado. Pode ser
qualidade das decisões futuras. É um processo que educa os definida, também como aquela que incide sobre o capital
responsáveis por decisões possibilitando avaliar o desempenho efetivamente exposto ao risco.
da organização.
A Taxa Efetiva, então, corresponde à razão entre o custo
do capital tomado e o valor efetivamente recebido. E, deve ser
1.3 - Nomenclatura das taxas de juros. entendida como a efetiva taxa de juros a ser paga pelo tomador
do recurso.
O mercado de capitais e o comércio utilizam uma
nomenclatura variada para definir as taxas de juros praticadas, Custo do Capital
muitas vezes utilizando denominação diferente para a mesma iEfetiva =
Valor Recebido
taxa. ou
∑(Juros + Encargos)
Visando o entendimento das nomenclaturas utilizadas, iEfetiva =
Valor Financiado
são apresentadas as seguintes definições:

a) Taxa Básica - é a taxa que estabelece a remuneração do e) Taxa Declarada – é aquela declarada ou registrada
capital estabelecida por seu proprietário e medida em nominalmente nos contratos. Normalmente ela é a base
termos de moeda de poder aquisitivo constante. Moeda de para o cálculo do juro a ser pago em uma operação.
poder aquisitivo constante é aquela cujo poder de compra
se mantém inalterada no tempo. Logo, nesta taxa, não está A taxa declarada pode ser considerada como sendo a taxa
embutido o efeito da inflação. nominal quando expressamente estabelecida em contrato. Ou,

12
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
à taxa real quando o contrato estabelecer, numa clausula a
taxa de juros e, noutra cláusula, o índice de correção da No transcorrer deste livro e para efeitos didáticos, serão
inflação. utilizadas como nomenclatura, apenas, a taxa nominal e a taxa
real. Esta ultima, na maioria dos exercícios considerados neste
f) Taxa Bruta e Taxa Líquida – são aquelas referentes à livro, com a conotação de taxa básica.
remuneração bruta ou líquida da inversão,
respectivamente, antes ou depois da consideração dos
impostos, comissões, incentivos fiscais, etc. incidentes 1.4 – Composição da Taxa Real
sobre a operação de empréstimo.
A taxa real de juros praticada no mercado financeiro não
Da definição acima, pode-se concluir que a taxa bruta é uma simples taxa que expressa a remuneração desejada
pode corresponder à taxa efetiva de juros. pelo capitalista. Ela resulta da composição de custos, tributos e
do risco incidentes sobre uma operação financeira.
g) Juros Descontados - os juros são ditos descontados quanto
pagos no ato da operação financeira que lhes deu origem. Resumidamente, corresponde à soma da remuneração
Considerando que os juros efetivamente pagos são básica do capital estipulada pelo capitalista acrescida de uma
calculados sobre o capital efetivamente recebido, a taxa taxa suplementar denominada, no mercado financeiro, de
efetiva é superior à taxa expressa ou pactuada. Neste caso spread.
a situação é mais favorável ao fornecedor do recurso.
iR = iB + iSPREAD
h) Juros Postecipados – os juros são ditos postecipados
quando pagos na data de vencimento da operação A taxa do spread tem por objeto cobrir os seguintes
financeira que lhe deu origem. Neste caso, os juros custos: comissões de corretagem, iF, (também denominada
efetivamente pagos e pactuados são equivalentes, situação flat); custos vinculados ao processo da intermediação
em que os juros são mais favoráveis ao tomador do financeira, iC; tributos sobre operações financeiras, α; e, uma
recurso. taxa de remuneração de risco, iρ.
Pelo exposto neste item, pode se constatar certo conflito de Dado o acima exposto, o modelo passa a ter a seguinte
entendimento entre algumas das definições. expressão, sendo cada uma das variáveis relacionadas
expressa em percentagem:
Cabe ao tomador do recurso verificar o conceito ou a
composição das taxa a ser estipulada em cada contrato, pois
pode haver entendimento diferente entre instituições iR = iB + ( iF + iC + αIOF + iρ)
financeiras distintas quanto a definições de taxas de juros
expressas em contrato.
13
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
No Brasil, o tributo incidente sobre operações financeiras a) Gastos e dispêndios correspondem à assunção de qualquer
é o IOF, cujas alíquotas são definidas por lei e disponíveis do compromisso financeiro a ser quitado à vista ou futuramente
site da Receita Federal. e que propicie saída de dinheiro do caixa.

O valor da taxa de risco, iρ, é definido segundo a b) Custo corresponde a todo dispêndio efetuado com a
classificação do nível de risco atribuída ao tomador do recurso. produção de um bem ou serviço. São classificados como
diretos e indiretos. Os diretos são os custos realizados no
Para tanto são consideradas as seguintes variáveis: o esforço de produção de um bem ou serviço. Os indiretos
histórico comercial de crédito do tomador dos recursos, as são alocados ao esforço de produção, comumente, por
garantias reais que oferece e da vulnerabilidade do mercado meio de algum processo de rateio.
onde atua.
Contabilmente, os custos são apropriados no DRE, o que
A taxa básica de juros, iB, varia de país para país sendo permite a apuração do resultado do exercício.
determinada periodicamente pelos respectivos bancos centrais.
c) Despesa corresponde a todo dispêndio que não se
Como exemplos, no Brasil, ela é denominada de SELIC identifica com o processo de produção de um bem ou
e periodicamente estabelecida pelo Banco Central. Nos serviço. Elas são relacionadas aos gastos incorridos com a
Estados Unidos é denominada de Prime Rate e na Inglaterra estrutura comercial e administrativa da organização.
de Libor.
Contabilmente, as despesas são apropriadas no DRE, ver
Figura 5.9, visando à apuração do resultado do exercício.
1.5 – Definições.
d) Investimento corresponde a qualquer dispêndio realizado
Neste item são definidos alguns conceitos a serem com a aquisição de bens móveis, imóveis ou intangíveis que
utilizados nesta obra. integram os ativos da organização, bem como os insumos
estocados visando consumo futuro.
Entender esses conceitos é importante para a gestão da
organização, pois são comuns a áreas do conhecimento como Contabilmente, os investimentos são apropriados em contas
a contabilidade e ao controle de custos. Assim sendo, as do Ativo, ver Figura 5.10, visando registrar o patrimônio, bens e
Figuras 5.9, 5.10 mostram, respectivamente, um modelo do direitos, disponíveis pela organização no final de cada
ativo e do passivo do balanço patrimonial e a 5.11 o exercício.
demonstrativo de resultados do exercício, DRE.
Assim sendo, os valores de capital de giro e estoques são
apropriados no Ativo Circulante.

14
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Investimentos em bens móveis ou imóveis e a participação
societária em outras empresas são apropriados no Ativo Não
Circulante.

São apropriados no Ativo Não Circulante, também, direitos


realizáveis em longo prazo e o intangível.

e) Valor Econômico – corresponde ao valor ou soma de


valores que não consideram a perda do valor aquisitivo da
moeda no tempo.

f) Valor Financeiro – corresponde ao valor ou soma de


valores que consideram a perda do valor aquisitivo da
moeda no tempo.

É interessante notar que no balanço são apropriados


valores econômicos.

15
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
A remuneração de um capital pode ser efetuada sob dois
sistemas que diferem conforme a incidência dos juros sobre o
2. Matemática Financeira capital: o dos juros simples e o dos juros compostos.

E Juros Simples
2.0 - Introdução

Por definição, a Matemática Financeira corresponde à


área da matemática que descreve as relações entre o binômio E Juros Compostos
tempo e dinheiro necessárias a amparar o calculo de decisões
financeiras.
É importante ter em mente que a taxa de juros
Neste capítulo, então, serão discutidas essas relações e
efetivamente paga é aquela que incide sobre o capital
que permitem realizar operações de equivalência de capitais.
efetivamente recebido ou disponível para o próprio manuseio.

É comum ao se efetuar uma operação financeira existirem:


2.1 – Conceituações de Juros
taxas de abertura de crédito; os juros serem pagos
antecipadamente ao haver uma operação de desconte de título
Juro, também denominado de interesse, é definido como a
de crédito; haver o pagamento de uma entrada no caso de
remuneração efetuada tanto a um dinheiro tomado emprestado
financiamento de bens de consumo.
como ao capital empregado em atividade produtiva ou
aplicação financeira.
Em todos esses casos, sob quaisquer dos dois sistemas
de juros acima mencionados, o princípio a ser estabelecido é
Ao ser pactuada uma operação financeira, alguns
que a remuneração do capital tomado emprestado, isto é, os
parâmetros devem ser estabelecidos:
juros, sejam sempre calculados sobre a importância
efetivamente recebida.
E A taxa de juros referente ao período da operação;
E O prazo de carência;
Observando esse princípio, é possível verificar quando a
E O período de capitalização ou contabilização dos juros;
taxa de juros pactuada e a efetivamente praticada são idênticas
E O índice de correção monetária do saldo devedor;
ou distintas.
E O sistema de remuneração do capital.

16
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
2.2 – Juros Simples

2.2.1 – Definição de Juros Simples. 2.2.2 – Operações com Juros Simples.

Por definição, no sistema de remuneração de capital sob 2.2.2.1 – Montante dos Juros Pagos.
a matemática de juros simples somente o principal rende juros
durante todo o tempo em que foi pactuado o financiamento. Definindo como: P, o principal tomado ou o capital
Esquematicamente representado na Figura 2.1. inicialmente aplicado; i (%), a taxa de juros expressa em
R$ porcentagem; n, o número de períodos básicos
correspondentes ao tempo total da aplicação; e, S, o Montante
final de aplicação, representando a soma (P+J), em que J é o
S=P+J
montante dos juros a serem pagos.

1 2 3 n-1 n
Períodos
O montante “S” a ser restituído ao aplicador no final do
período pactuado é constituído pela soma dos juros rendidos
P no período, acrescidos do capital aplicado. Matematicamente:

Sn = P + J  Sn = P + P i n
Figura 2.1 – Diagrama tempo - dinheiro
Demonstrando:
Partindo da definição de juros simples, o montante de
juros a ser pago na data de quitação da operação financeira é S1 = P + P× i = P (1+ i)
igual ao produto do principal tomado, pela taxa de juros S2 = P + P× i + P × i = P (1+ i × 2)
pactuada e pelo número de períodos contratados. S3 = P + P× i + P × i + P × i = P (1+ i × 3)
…………………………………………………………
Considerando que os juros gerados após um único Sn = P + P×i + P×i + P×i +····+ P×i = P (1+ n × i)
período de aplicação de um capital equivalem à taxa de juros
pactuada multiplicada pelo capital. Matematicamente: J = P  i. Generalizando para n períodos, obtém-se a expressão
canônica do montante de um capital P corrigido a juros simples
No caso do capital ser aplicado por “n” períodos, o durante n períodos:
montante dos juros a serem pagos é diretamente proporcional
a esse numero de períodos. Então:
Sn = P (1 + in)

J=Pin
17
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
2.2.2.2 – Equivalência entre Taxas de Juros.
2.2.3 - Operações de desconto.
Um dos questionamentos decorrentes da utilização de
juros é definir a proporcionalidade entre a taxa de juros 2.2.3.1 – Tipos de desconto.
correspondente a um período maior e àquela correspondente a
frações inteiras desse mesmo período. Uma operação financeira corriqueira no mercado é a
denominada de desconto ou deságio efetuada em transações
No caso dos juros simples, ocorre relação direta entre com títulos de crédito.
essas duas taxas de juros.
Os descontos ocorrem quando títulos são negociados
Assim, adotando como nT um dado período e nf uma em data anterior à do efetivo vencimento e correspondem aos
fração deste período. E, respectivamente, iT e if , as taxas de juros pagos pelo serviço havido entre a data do desconto e a
juros conexas aos períodos considerados, a proporcionalidade do efetivo pagamento.
entre estas duas taxas é expressa por:

nT iT
=
nf if Valor a ser Desconto
recebido
F
Atenção quanto à utilização do modelo acima. Ele
somente poderá ser utilizado quando adotada a matemática P
dos juros simples. É conceitualmente errado utilizar este
modelo quando se opera sob a égide dos juros compostos. 1 2 3 4 n

Nestes termos, se numa operação de empréstimo for Data da Operação de Data do Vencimento
estabelecida uma taxa mensal de juros de 1,5% a.m., a taxa Desconto do Título
anual de juros é dada por:

nT iT 12 iT Figura 2.2 - Operações de Desconto


= ∴ = ∴ iT = 18 % a. a.
nf if 1 1,5
Essas operações servem como fonte de financiamento de curto
prazo e são lastreadas em cheques “pré-datados” descontados
por empresas de factoring; duplicatas e letras de câmbio
negociadas antes da data do efetivo pagamento; e empréstimos
ou vendas garantidos por notas promissórias.
18
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
 P = Importância a ser paga ao vendedor do título, quando
O desconto ou deságio pode ser expresso em termos de negociado antes da data do vencimento;
porcentagem ou em valor monetário a ser descontado do valor  i = taxa de juros praticados ou pactuados;
de face do título negociado: P = F – D.  n = número de períodos que antecedem a data de
vencimento;
O valor de face corresponde ao montante expresso no  DR = valor do desconto racional.
anverso do título, a ser quitado pelo emissor ou o avalista na  Dc = valor do desconto comercial.
data aprazada e também expressa no título.
Como será visto no item 2.3.3, o valor de face, F, pode
Neste caso, a quantia a ser paga ao portador (P), isto é, ser considerado como sendo o valor futuro do título, quando
àquele que está negociando o título, deverá ser inferior ao valor este é negociado antes da data do vencimento ou na data de
nominal ou valor de face. Isto porque, na data de vencimento sua emissão.
do título, este deverá ser quitado pelo valor de face.
Isto porque, um título só terá o valor expresso em sua
O comprador do título, então, o adquire por um valor face, e força legal para cobrança, quando na data de seu
inferior àquele discriminado na face do documento, de forma a vencimento, isto é, em um momento futuro determinado por
remunerá-lo durante o período compreendido da data de sua esta data.
negociação até a data do vencimento.

Interessa então, àquele que vende o título, saber qual o


montante do desconto, ou deságio, a ser efetuado sobre o E Desconto Racional ou Por Dentro.
valor de face e qual o montante do capital que ira receber pela
venda do título.
E Desconto Bancário ou Por fora.
Dois são os procedimentos realizados pelo mercado para
calcular o valor do deságio e denominados de:

 Desconto Racional ou por Dentro;


 Desconto Bancário, Comercial ou por Fora. I - Desconto Racional ou por Dentro.

Adotando como nomenclatura: O desconto racional considera o valor da moeda no


tempo. A taxa de juros pactuada pode ser a taxa real ou a taxa
 F = Valor de Face, importância escrita na face do título e a nominal em havendo a previsão de inflação.
ser honrada pelo emitente na data do respectivo
vencimento;
19
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Assim, o valor nominal do título na data do efetivo Da matemática dos juros simples pode-se correlacionar
pagamento expresso na face do mesmo é financeiramente o valor de face, F, ao valor a ser recebido, P, considerando ser
equivalente ao valor do mesmo na data em que foi negociado. o primeiro o montante disponível no final do período de
aplicação e o segundo o principal aplicado. Logo:
O valor do desconto e do montante a receber é
calculado a partir do valor de face na data do vencimento, F
F= P ∙ (1+iR ∙n) ∴ P =
atendendo os procedimentos estabelecidos pela matemática (1+iR ∙n)
financeira.
Substituindo “P” na equação acima, obtém-se o
Os procedimentos utilizados no desconto racional são montante do desconto racional.
idênticos àqueles utilizados na matemática dos juros simples.
Porém, deve ser registrado que, muitas empresas, vêm F F∙iR ∙n
combinando procedimentos estabelecidos pela matemática dos DR =F- ∴ DR =
( 1+iR ∙n) 1+iR ∙n
juros compostos com os de juros simples.

No caso de ocorrer essa superposição de


II - Desconto Bancário, Comercial ou Por Fora.
procedimentos, ou seja, quando os juros são referidos a um
período maior, a taxa básica de juros, efetivamente utilizada
A priori, é importante ressaltar que o desconto “por fora”
em períodos menores, é calculada segundo a matemática dos
é baseado numa convenção mais simples, não se
juros compostos.
caracterizando por uma cobrança equivalente de juros. Mas,
como a simples aplicação direta de uma taxa de desconto. Por
Obtida a taxa básica, os procedimentos seguem
convenção:
àqueles estabelecidos para os juros simples, segundo o
expresso a seguir.
DC = F ∙ iC ∙ n
Definindo o desconto racional, este corresponde ao
montante dos juros expresso em valor monetário, descontado Neste caso, o montante do desconto é obtido ao se
do valor de face de um título dada a negociação do mesmo minorar do valor de face, F, o valor a ser recebido, P. Logo:
anteriormente à data de vencimento.
DC = F − P
Matematicamente, o desconto racional é definido por:
Ao se igualar as duas expressões acima, obtém-se o
Dr = F – P valor de face:

20
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
F ∙ iC ∙ n = F − P ∴ P = F ∙ (1 − iC ∙ n) 
2.2.4.2 - Taxas Equivalentes.
P
F= Um dos questionamentos efetuados no mercado
(1 − iC ∙ n)
financeiro é quanto à correlação entre as taxas praticadas no
desconto comercial e no racional.
2.2.4 - Relações entre Descontos e Taxas
Por definição, diz-se que duas taxas de desconto são
2.2.4.1 - Relações entre Descontos. equivalentes entre si quando, dado um mesmo valor de face,
após realizado o desconto, resultar num mesmo valor a ser
Neste item é analisada a correlação existente entre o recebido, P, considerando terem sido praticados sistemas de
montante do desconto por dentro e o montante do desconto por desconto distintos.
fora, considerando que as taxas pactuadas nos dois casos
sejam idênticas, isto é ir = iC .

Sendo iguais as taxas nominais pactuadas, a taxa real


DC≡DR
praticada no processo de desconto por dentro, ou racional, é
inferior àquela praticada no desconto por fora, ou bancário. F = Face

Tal assertiva pode ser demonstrada igualando as P


expressões dos descontos:
tempo
F
DR = F − (
1+i∙n) Data da Negociação Data do Vencimento

E, sendo por convenção, DC = F i n, ao se substituir o Figura 2.3 - Equivalência entre Descontos.


valor de F na expressão acima se obtém a relação entre os
dois descontos:
A equivalência entre estas taxas é demonstrada ao se
DC igualar os dois valores dos descontos depois de realizadas as
DR = respectivas operações.
(1 + i ∙ n)
a) Considerando o desconto racional tem-se:

P = F – DR  P = F  (1 + iR ∙ n)
21
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
i i
b) Considerando o desconto comercial tem-se: IComercial  P  t  e IExato  P  t 
360 365
P = F − D𝐶 ∴ P = F(1 − iC ∙ n) Efetuando a relação entre as duas expressões, fica
demonstrado que a proporcionalidade existente entre o
Como o valor a ser recebido, P, por definição é igual rendimento havido durante ano comercial e rendimento havido
para ambos os casos, podem ser igualadas as expressões durante ano exato, é função direta do número de dias em que
acima. os mesmos foram definidos. Então:
F IComercial 365
= F ( 1 − iC ∙ n) ∴ ( 1 − iC ∙ n) ∙ (1 + iR ∙ n) = 1   1,0139  IComercial = 1,0139 IExato
(1 + iR ∙ n) IExato 360
1
(1 + 𝑖𝑅 ∙ 𝑛) =
( 1 − 𝑖𝐶 ∙ 𝑛) 2.2.6 – Exercícios Resolvidos

2.2.6.1 - Você aplicou a importância de R$ 11.200,00 na


2.2.5 – Tempo Exato e Comercial aquisição de um título, pactuado a juros simples a taxa de 2,2%
a.m. pelo prazo de 14 meses. Transcorridos oito meses desta
Dada uma mesma taxa de juros e um mesmo principal, o operação, resolveu vender o título. Qual o montante a ser
rendimento ou montante dos juros apurado em tempo recebido se na data da venda a taxa de juros praticada pelo
comercial será ligeiramente superior àquele apurado em tempo mercado for de 2,9% a.m.?
real ou exato.
S = P (1 + i n)
Essa variação é devido à diferença do número de dias S = 11.200,00 (1 + 0,022 × 14)
estabelecida para cada tipo de exercício. Assim, o ano S = R$ 14.649,60
comercial, segundo convenção aceita pelo comercio,
estabelece que o mesmo tenha 360 dias. O tempo exato segue DC = S × i × n
o ano calendário com 365 dias. DC = 14.649,60 × 0,029 × (14-8)
DC = R$ 2.549,03
Deste modo, o rendimento i devido a uma aplicação P,
durante um intervalo de tempo t tem-se, respectivamente, para VR = S – DC
o tempo comercial e o tempo exato: VR = 14.649,60 – R$ 2.549,03
VR = R$12.100,57

22
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
VFM = VF1 +VF2 +VF3 +VF4  VFM = R$
2.2.6.2 - Um veículo está sendo ofertado em duas condições: a
vista por R$ 23.200,00. Ou, a prazo, sendo 15% de entrada e o 2.2.6.4 - Uma duplicata cujo valor de face, VF, monta a R$
saldo dividido em quatro parcelas mensais, consecutivas, 8.500,00 foi emitida há cinco meses passados e tem data de
corrigidas por juros simples à taxa de 42% a.a. vencimento estipulada para daqui a sete meses. Caso seja
descontada nesta data e se a taxa de desconto comercial for
Nesta condição deseja-se saber: O valor de cada de 26,4% a.a. solicita-se determinar:
prestação; e o montante a ser desembolsado.
 O desconto comercial, DC
 Entrada = R$ 3.480,00  O valor a ser recebido, VR.
 Financiamento de cada parcela: R = R$ 4.930,00  Por quanto a duplicata foi negociada, se na data desta
 Taxa mensal de juros: i=42÷12= 3,5% a.m. operação o juro comercial vigente era de 33,6% a.a.
 A taxa efetiva de juros no período referente à operação
1º - Calculo do valor da 1ª prestação: do desconto.
VF1 =R1 + (R1 × i × n)
VF1 = R$ 4.930,00 + (R$ 4.930,00 × 0,035 × 1) a da
D a t çã o
ra
VF1 = R$ 4.930,00 + (R$ 172,55)  VF1 = R$ O p e VF = 8.500 R$
VR = ?

2º - Calculo do valor da 2ª prestação:


VF2 = R2 + (R2 × i × n)
VF2 = R$ 4.930,00 + (R$ 4.930,00 × 0,035 × 2)
VF2 = R$ 4.930,00 + (R$ 345,10)  VF2 = R$ 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

3º - Calculo do valor da 3ª prestação:


1º item - Desconto Comercial.
VF3 = R3 + (R3 × i × n)
DC = VF × i × n
VF3 = R$ 4.930,00 + (R$ 4.930,00 × 0,035 × 3)
DC = 8.500,00 × ( 0,264 ÷ 12 ) × 7
VF3 = R$ 4.930,00 + (R$ 517,65)  VF3 = R$
DC = R$ 1.309,00
4º - Calculo do valor o da 4ª prestação:
2º item – Valor Recebido.
VF4 = R4 + (R4 × i × n)
VF4 = R$ 4.930,00 + (R$ 4.930,00 × 0,035 × 4)
VR = VF – DC
VF4 = R$ 4.930,00 + (R$ 690,20)  VF4=R$ VR = 8.500,00 – 1.309,00
VR = R$ 7.191,00
5º - Calculo do valor do montante:
23
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
3º item - Preço de compra = PC. 2.2.7 – Exercícios Propostos.

VF = PC (1 + i × n) 2.2.7.1 - A importância de R$ 29.345,00 foi recebida após a


8.500,00 = PC (1 + 0,336 × 1) operação de desconto de uma nota promissória, vincenda em
PC = R$ 6.362,27 120 dias.
4º item – Taxa real ou efetiva. Tendo sido pactuada um taxa de desconto de 42% ao
ano, solicitam-se, para os dois tipos de desconto, as seguintes
Adotando a matemática dos juros simples e informações: o valor de face do título; e o montante do
considerando que os juros são calculados sobre o valor desconto. (R: R$ 34.122,09/ R$ 33.453,30).
efetivamente recebido:

VF = VR (1 + i × n) 2.2.7.2 - Calcular, adotando a matemática dos juros simples, o


8.500,00 = 7.191,00 (1 + i × 7) montante a ser recebido após 4 meses quando um empréstimo
1,182 = 1 + 7i de D$1.000,00 é tomado a 15% ao mês. (R: 1600,00 R$).
0,182 = 7i
i = 0,026 → i = 2,6% a.m e/ou 31,2% a.a.
2.2.7.3 - Um comerciante obtém um empréstimo de um milhão
a juros de 33% ao ano, pactuado a juros simples. Quanto
Atenção! pagará na ocasião do resgate se quitar o mesmo em cinco ou
em dezessete meses? (1.126.923/1.431.538 103 R$).
Em estudos financeiros recomenda-se:

1º. Desenhar SEMPRE o diagrama dos fluxos de caixa; 2.2.7.4 - Um Banco pratica operações de desconto de títulos
cambiais à taxa de 4,5% ao mês. Solicitam-se as seguintes
2º. Escrever as formulas disponíveis;
informações visando comparar o resultado do desconto
3º. Visualizar a solução dos problemas, compatibilizando as
racional com o bancário:
fórmulas com os fluxos de caixa!
 O deságio relativo à operação de desconto de uma
Atendendo à recomendação, este procedimento facilita a
duplicata cujo valor de face é de R$ 12.500,00, vincenda
adequada solução dos problemas de engenharia econômica! em 90 dias; (R: 1486,78/1687,50 R$).
 O montante a ser recebido pelo interessado na operação
de desconto.

24
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
2.2.7.8 - Você deve a um banco a importância de R$ 1.900,00,
a vencer em 30 dias, garantida por uma nota promissória.
Nota promissória Como sabe que não poderá quitar a importância na data
Nº 07/09* R$ 12.500,00 aprazada, propõe que o pagará no prazo de 90 dias após o
vencimento previsto. Admitindo que a taxa de desconto
Vencimento: 25 de abril de 2.012. comercial praticada seja de 72% ao ano, qual será o valor de
Ao(s) vinte e cinco dias do mês de abril de dois mil e doze, um novo título a ser assinado? (R$ 2.317,00).
PAGAREI por esta única via de nota promissória a Franz von
2.2.7.9 - O Bank of Squire pratica o desconto por fora à taxa de
Souza und Silva, CPF nº 111.222.333-44, ou a sua ordem, a
importância supra de doze mil e quinhentos reais, em 3,00% ao mês. Ao aceitar um título cujo valor de face é de R$
moeda corrente do País. 41.000,00, com prazo de vencimento estabelecido para seis
meses, quanto o banco pagará pelo título? Qual será a taxa
Pagarei em: Florianópolis-SC.
Emitente: Jose João Jacinto ..................................
total de juros correspondente, sabendo que o banco ainda
CPF nº. 555.666.777-88. assinatura cobra uma taxa de abertura de crédito de 1,0% sobre o valor
Rua Elfo dos Santos nº. 100. do título? (R: 23,46% ao semestre).
Florianópolis – SC.
2.2.7.10 - A financeira WACS pratica o desconto racional à taxa
de 4,35% ao mês. Ao efetuar o desconto de uma duplicata cujo
valor de face monta a R$ 32 mil vincenda em noventa dias,
cobra uma taxa de administração no valor de R$ 155,00, ao
2.2.7.5 - Qual o capital que a juros simples de 14,5% ao ano efetuar a operação. Informe qual será a taxa de juros mensal,
gerará em sete meses um montante de trezentos mil reais? (R: efetiva, incidente sobre esta operação. (R: 4,56% a.m.)
276.603,92 R$)
2.2.7.11 - Determinar o valor de um título a ser resgatado no
2.2.7.6 - A que taxa de remuneração um capital aplicado sob prazo de 120 dias antes de seu vencimento, pactuado a uma
juros simples triplicará no prazo de três anos? (R: 66,67% a.a.). taxa de 12,0% ao ano. Sabe-se que a diferença entre o valor
do desconto comercial e o desconto racional é de R$
2.2.7.7 - Uma empresa descontou uma duplicata, no Banco da 76.923,08. (R: R$ 50 milhões).
Esquina, à taxa de 84% ao ano. O desconto praticado foi o
comercial, que montou a R$ 10.164,00. Se a operação fosse 2.2.7.12 - O Bank of Squire desconta, antecipadamente e por
de desconto racional, o valor do desconto seria reduzido em R$ fora, os juros na operação de um “papagaio”. Sendo uma
1.764,00. Qual é o valor de face da duplicata descontada? (R: operação de desconto lastreada numa nota promissória cujo
48.400,00 R$). valor de face monta a R$ 30 mil, vincenda em noventa dias e
pactuada à taxa de 7% ao mês, pergunta-se qual será a taxa
efetivamente paga por esta operação. (R: 8,86% a.m.)
25
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
as aplicações em 14% ao ano, pergunta-se: em quanto tempo
2.2.7.13 - Você dispõe de uma duplicata cujo valor de face monta poderá dispor do montante previsto?
a R$ 200 mil, vencível em 60 dias. Decida em qual banco deverá
ser efetuada uma operação de desconto sabendo que:
2.3 – Juros Compostos.
- o Banco A – pratica o desconto racional à taxa de
8,45% ao mês;
- o Banco B – procede ao desconto comercial à taxa de 2.3.1 - Definição.
7,90% ao mês.
O regime de juros composto, também denominado de
2.2.7.14 - Você efetuou uma operação de desconto para um título regime de capitalização ou anatocismo, é caracterizado pela
vencível em 60 dias à taxa de 42% ao ano. Montando o valor do incorporação ao capital dos juros gerados num período, ou
desconto em R$ 840,00. Pergunta-se qual o valor de face do título seja, capitalizados, passando a gerar juros no período
nos casos de ser adotado o desconto racional ou o comercial? (R: seguinte.
12.840,00 / 12.000,00R$ )
Estudos de análise de viabilidade de investimentos são
2.2.7.15 - Você necessita hoje da importância de R$ 50 mil e foi lastreados na matemática dos juros compostos, pois parte-se
ao seu banco efetuar um empréstimo. O empréstimo é lastreado do princípio que investidores e empresas reaplicam os lucros e
numa nota promissória vencível em 120 dias. O banco calcula o os saldos de fluxos de caixa gerados a cada período, fato que
valor de face deste título adotando o desconto comercial à taxa de contribui para aumentar os lucros esperados futuros.
4,5% ao mês. Além disto, cobra uma taxa de abertura de crédito
de 0,55% sobre o valor de face do título e uma taxa de Pelo acima exposto, torna-se inconsistente a adoção da
administração de R$77,00, ambos embutidos no valor financiado. matemática dos juros simples em estudos de viabilidade e,
Pergunta-se, qual a taxa de juros efetiva incidente sobre esta além disto, vem de encontro ao estabelecido na primeira
operação? (R: 5,74% a.m.) premissa que estabelece a maximização do lucro dos
proprietários.
2.2.7.16 - Você resolveu quitar uma dívida, lastreada em nota
promissória, sessenta dias antes do vencimento. Qual será o
valor a ser pago se os juros simples pactuados foram de 2,50% 2.3.2 - Fórmulas Básicas:
ao mês e o valor de face da nota monta a R$ 17.700,00?
O principal questionamento nesse sistema de
2.2.7.17 - Sua empresa previu a necessidade de aquisição de um capitalização é quanto ao montante a ser recebido pela
equipamento no valor de R$ 50 mil e o deseja adquirir com aplicação de um capital, após certo número de períodos de
recursos próprios. Considerando que, neste momento, dispõe da tempo e conhecidos os juros pactuados.
importância de R$ 20 mil e o Tesouro Nacional esta remunerando
26
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Sn Assim, a expressão do montante a ser pago após n
períodos é dada por:
S3
S2
S1 Sn = P (1 + i)n
P0
O total dos juros gerados, por sua vez, é obtido
aritmeticamente, depois de efetuada a diferença entre o
montante a ser percebido e o capital inicialmente aplicado,
0 1 2 3 ....... n período
também denominado de Principal. Então:
Figura 2.4 – Diagrama de Juros Compostos
J = Sn – P
Visando calcular o montante a ser percebido, será
adotada a seguinte nomenclatura: n, representando o número
de períodos de capitalização pactuados; Sn = Montante a ser Resumo:
recebido após “n” períodos de capitalização; P = Capital
inicialmente aplicado ou principal; J = Montante dos juros a
serem pagos; i = Taxa de juros pactuados. Ver Figura 2.4. Fórmula do Montante: Sn = P ( 1 + i )n
O montante após o primeiro período é calculado de Fórmula dos Juros: J = Sn – P ou,
forma idêntica ao dos juros simples. A partir desse primeiro n
período, os juros passam a incidir dobre o novo montante, J= P(1+i) -P
comumente denominado de capitalizados. Então,
matematicamente se tem:
2.3.3 – Valor Presente e Valor Futuro.
S1 = P + (P  i) = P (1 + i)
S2 = S1 + (S1  i) = S1 (1 + i) = P (1 + i) (1 + i) = P (1 + i)²
Como já comentado, a matemática dos juros compostos
S3 = S2 + (S2  i) = S2 (1 + i) = P (1 + i)² (1 + i) = P (1 + i)³ é a adotada nos estudos financeiros, a exemplo da
S4 = S3 + (S3  i) = S3 (1 + i) = P (1 + i)3 (1 + i) = P (1 + i)4 determinação do valor de ativos produtivos, investimentos em
......................................................................................... ações, títulos de capitalização, etc.
Sn = Sn-1 + ( Sn-1  i ) = Sn-1 ( 1 + i ) = P ( 1 + i )n-1 ( 1 + i )
Sn = P ( 1 + i )n A assertiva acima ocorre devido ao entendimento que
investidores e empresas reaplicam os capitais disponíveis,

27
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
sendo, então, a matemática dos juros compostos a mais 2.3.3.1 - Pagamento Único.
adequada para avaliar e analisar investimentos.
a) Valor Futuro - VF.
Para tanto, ela se ampara no princípio da equivalência
de capital e operar dois conceitos largamente utilizados nos
Por definição, o valor futuro – VF correspondente a uma
estudos financeiros, quais sejam, o valor presente – VP e o determinada importância P, aplicada durante um período n, é
valor futuro – VF equivalente a um dado montante e vice versa. equivalente a esta importância quando capitalizada a taxa de
juros pactuada, i%.
R$
i%
A expressão do montante dos juros compostos
capitalizados define o VALOR FUTURO a ser recebido pela
S = VF
aplicação de um capital, P, denominado de VALOR PRESENTE,
P=VP quando pactuado à taxa de desconto, i%, após “n” períodos de
rendimento.
Períodos
1 2 3 n-1 n
0 Sendo: Sn = P (1 + i)n, então:
Figura 2.5 – Equivalência: Valor Futuro
VF ≡ VP (1 + i)n
Assim sendo, dado nesta data um principal expresso
Essa operação, comercialmente denominada de
pelo seu valor presente, P=VPn¬i%, após certo número de
capitalização, é utilizada em operações financeiras de título de
períodos e aplicado a taxa de juros i%, gerará uma soma
capitalização, ou seja, de atualização monetária de capital.
financeiramente equivalente ou seu valor futuro: S=VF n¬i%. Ver
Figura 2.5 – Equivalência: Valor Futuro.
A expressão (1+i)n é denominada de Fator de
Capitalização ou Fator de Valor Futuro de um Principal, cuja
Deste modo, considerando o conceito de equivalência
representação pode ser efetuada sob as seguintes
de capital pode-se escrever: VPn¬i% ≡ VF n¬i%.
nomenclaturas:
Financeiramente, então, denomina-se VPn¬i% de VALOR
PRESENTE do montante de VFn¬i%. De modo análogo, VFn¬i% é VF = VP (1 + i)n = VP s n¬i% = VP s in
denominado de VALOR FUTURO do capital aplicado, VP n¬i%.

b) Valor Presente – VP.

28
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Em operação inversa, o VALOR PRESENTE – VP, nesta data, representação pode ser efetuada sob as seguintes
correspondente a uma determinada importância futura, VF, é nomenclaturas:
equivalente a esta importância quando descontada durante
certo período de tempo n a taxa de juros pactuada, i%. 1
VP ≡ VF = VF × vin = VF × vn¬i
(1 + i)n
Partindo da fórmula do montante dos juros compostos,
obtém-se o VALOR PRESENTE, VP, equivalente a um dado
montante futuro, VF, quando descontado à taxa de juros i%, 2.3.3.2 - Pagamentos Diversos.
durante certo período, n.

R$ i% a) Valor Futuro

Dado uma série de pagamentos como na Figura 27, seja


S ≡ VF estabelecer o valor futuro da soma desses pagamentos.
P≡VP

Períodos
0 1 2 3 n-1 n

Figura 2.6 – Equivalência: Valor Presente

Sabendo-se que VF ≡ VP (1 + i)n, a expressão da


equivalência de uma importância no presente, conhecido seu
montante numa data futura é dada por:

1
VP≡VF
(1+i)n
Figura 2.7 – Valor Futuro Diversos Pagamentos
Essa operação também é denominada de desconto de um
capital a valor presente e realizada quando se deseja conhecer Nesta situação, a soma desses pagamentos
o valor atual relativo a um capital no futuro. corresponde à soma dos valores futuros de cada pagamento
singular. Noutras palavras, a soma da capitalização de cada
A expressão 1/(1+i)n é denominada de Fator de pagamento.
Desconto ou Fator de Valor Presente de um capital, cuja

29
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Matematicamente:
K

VF = ∑ R n × (1 + i)k−n
n=1

VR = R1(1 + i)k−1 + R2(1 + i)k−2 + R3(1 + i)k−3 + R4(1 + i)k−4


+ R5(1 + i)k−5

Levando na expressão acima os valores de cada fluxo de caixa


e adotando uma taxa de juros de 7% tem-se:

VF = 78 (1,07)4 + 85 (1,07)3 + 100 (1,07)2 + 100 (1,07)1 + 50


Figura 2.8 – Valor Presente Diversos Pagamentos
VF = 477,86 R$.

Neste caso, o valor futuro ocorre no momento do ultimo Levando na expressão acima os valores de cada fluxo
pagamento. de caixa e adotando uma taxa de juros de 7% tem-se:

78 85 100 100 50
b) Valor Presente VP(0) = + + + +
(1,07)1 (1,07)2 (1,07)3 (1,07)4 (1,07)5
Considerando a sequencia de recebimentos expressos
VP(0) = 340,71 R$
na Figura 2.8, a soma do valor presente desses valores
corresponde à soma dos descontos de cada valor singular.
k 2.3.4 - Exemplos.
Rn
VP(0)= ∑
(1+i)n a) Seja definir o valor atual de um capital aplicado por seis
n=1
meses a juros de 7% ao mês, gerou o montante de R$
R1 R2 R3 R4 R5 4.502,19?
VP(0) = + + + +
(1 + i)1 (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)4 (1 + i)5 1
P=S× =S vin
(1+i)n

Utilizando tabela financeira:


30
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

s 67 = 0.6663  da Tabela Financeira


2.3.5 – Correlação Entre Taxas de Juros Compostos.
P = s 67 = 4.502,19 x 0.6663 = 3.000,00 R$
Identicamente ao sistema de juros simples, um dos
Ou utilizando diretamente o fator de valor presente: questionamentos sobre juros compostos é quanto à
1 1
proporcionalidade existente entre a taxa de juros
P=S× =4.502,19 × =3.000,00 R$ correspondente a um período maior com aquela referente a
(1+i)n (1,07)6
frações inteiras deste mesmo período.
b) No caso inverso, seja um capital no valor de R$ 3.000,00,
qual será o montante a ser recebido após seis meses quando No caso de juros compostos, não há relação direta entre
aplicado a taxa de juros de 7% ao mês? essas duas taxas de juros.

S=Psin ∴ S=Ps76 Por definição, duas taxas de juros são ditas equivalentes
quando, sujeitas a diferentes períodos de capitalização,
produzem iguais montantes de juros depois de aplicadas a um
E, sendo s 67 = 1,5007  da Tabela Financeira. mesmo volume de capital.

S = 3,000 x 1,5007 = 4.502,19 R$ Adotando como nomenclatura: nT para o período total


do financiamento ou empréstimo e nF uma fração inteira deste
Ou então: S = P (1+i)n = 3.000×(1,07)6=4.502,19 R$ mesmo período. E como iT e iF , respectivamente, as taxas de
juros conexas aos períodos considerados.
O quadro a seguir mostra a evolução do montante, ou
seja, a situação do saldo devedor no final de cada período. Demonstra-se a proporcionalidade entre estas duas
taxas ao serem igualados os montantes devidos pelo tomador
na data pactuada para a quitação do contrato, conforme a
Período Principal – R$ Juros – 7% Montante – R$ definição de taxas equivalentes. Ou seja: ST = SF.
0 3.000,00 --- ---
1 3.000,00 210,00 3.210,00 O montante, ST, a ser pago pela utilização de um capital
2 - 224,70 3.434,70 P contratado por um período nT e remunerado à taxa iT é:
3 - 240,43 3.675,13
4 - 257,26 3.932,39 ST = P (1+ iT )
5 - 275,26 4.207,65
6 - 294,54 4.502,19

31
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Por sua vez, o montante SF, a ser pago pela utilização Conhecida a taxa de juros relativa a um período maior,
do mesmo capital P contratado por um número de períodos nF , deseja-se conhecer a taxa de juros correlata a uma fração
fração de nT e remunerado à taxa iF é : inteira do mesmo. Então:

SF = P (1+ iF )F iF = F√1+iT -1
Como ST = SF, pois os dois montantes referem-se à mesma
Esta operação de calcular a taxa menor correlacionada a
operação financeira, e sendo iF uma fração de iT , obtém-se a
uma taxa maior é denominada de “pro rata tempore”.
equação de equivalência de juros compostos fazendo:
Expressão comumente adotada em contratos de financiamento
ou aplicação de capital.
P (1 + iT ) = P ( 1 + iF )F  ( 1 + iT ) = ( 1 + iF)F
iT Exemplificando: Seja calcular a taxa de juros trimestral,
calculada “pro rata tempore”, incidente sobre uma aplicação
financeira quando pactuada uma taxa de juros de 25% ao ano.
Matematicamente:
if
iTRI = 4√1+iANO -1= 0,057.371
ST=SF
P S1 Como um ano dispõe de quatro trimestres, a taxa
a ser considerada no pagamento dos juros é de 5,7371% ao
trimestre, calculada utilizando a equação de equivalência de
0 1 2 3 4 n tempo juros compostos.

Figura 2.9 – Equivalência entre taxas de juros

Da expressão acima surgem duas situações:

a) Conhecida a taxa de juros relativa ao período 2.3.6 - Cuidados a observar.


fracionário, deseja-se conhecer a taxa de juros correlata
ao período total. Então: Nos estudos de viabilidade há que se observar alguns
cuidados necessários a evitar a incidência em algum erro
𝑖 𝑇 = (1 + 𝑖𝐹) 𝐹 − 1 conceitual, fato que inviabiliza a confiabilidade nos resultados
encontrados:

32
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

APLICAÇÕES EM TÍTULOS DO TESOURO


1º Considerando que empresas, investidores, etc., costumam NACIONAL
reinvestir quantias geradas, não se justifica a utilização de
juros simples em estudos econômicos. Procedimentos:

2º Ao ser utilizada a matemática dos juros compostos, faz-se 1º. Abra uma conta corrente em qualquer banco;
necessária à verificação de qual a efetiva taxa de juros 2º. Solicite ao gerente do banco cadastrar sua
praticada e que correspondente ao período básico de conta junto ao Tesouro Nacional;
capitalização. É comum não ser a taxa de referência 3º. O Tesouro Nacional lhe enviará uma senha que
expressa em contrato a taxa de capitalização efetivamente o habilitará a efetuar a aplicação desejada;
empregada no cálculo dos juros.
4º. Realize sua aplicação, diretamente, através do
3º Efetuar, sempre, um diagrama de fluxo de caixa visando site: www.tesourodireto.gov.br
visualizar, claramente, os procedimentos a serem 5º. O Tesouro Nacional lhe enviará um email
observados. informando da aplicação realizada.
6º. Simultaneamente ao procedimento anterior, o
4º Quando se trata da capitalização de aplicações, a Tesouro Nacional efetuará o débito em sua
matemática utilizada é a dos juros compostos.
conta corrente da importância aplicada.
5º Distinguir quando os juros são descontados e quando são 7º. Na data aprazada, o Tesouro Nacional
postecipados. creditará, diretamente em sua conta corrente, o
valor aplicado acrescido dos encargos
pactuados.

33
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

2.3.7 - Exercício Resolvido. 2.3.8 - Exercícios Propostos.

Um terreno foi vendido e faltam pagar duas parcelas de R$ 90 mil, 2.3.8.1 - Sendo o rendimento de uma caderneta de poupança
vencíveis em 90 e 120 dias. Estas parcelas serão corrigidas à 8% ao trimestre, qual o seu rentabilidade anual? (36,05% aa).
taxa de 152,00 % ao ano. Pergunta-se qual o valor de quitação
das prestações na data de hoje? 2.3.8.2 - Considerando ser a taxa de inflação anual de 54%,
qual a taxa média mensal? (3,66% am).
R$
2.3.8.3 - Um contrato foi pactuado à taxa de 83,7337% ao ano.
Considerando que ele será quitado em prestações mensais,
iguais e consecutivas, pergunta-se qual deverá ser taxa de
90.000 90.000 juros mensais, efetiva, a ser utilizada no cálculo das
prestações. (R: 5,20% a. m.)

mês 2.3.8.4 - Em quantos meses será possível triplicar uma


1 2 3 4 aplicação financeira quando pactuada à taxa de juros de 2,37%
capitalizados mensalmente? (R: ≈ 47 meses).
1º - Definir a taxa de juros mensal:
2.3.8.5 - Em quantos meses se pode levar uma aplicação no
valor de R$ 45 mil ao montante de R$ 100 mil, quando
imês  12 1  i ANO  1  1  1,52  1  8,0%am. capitalizados à taxa de 1,55% ao mês? ( R: ≈ 52 meses).

2º - Calcular o Valor Presente das prestações – HOJE. 2.3.8.6 - Um comerciante obtém um empréstimo de um milhão
de reais a juros de 33% ao ano, pactuado a juros compostos.
P1 P2 Quanto pagará na ocasião do resgate se quitar o mesmo em
VP  
(1  i) 3
(1  i) 4 cinco ou em dezessete meses? Compare os dados obtidos
com exercício similar efetuado a juros simples. (R: 1,1262 /
90.000 90.000 1,4978  106 R$ )
VP    71.444,90  66.152,69
(1  0,08) (1  0,08)4
3

2.3.8.7 - A empresa Alfa de Engenharia Ltda. Realizou um


empréstimo para aplicação em capital de giro junto ao banco
VP = 137.597,59 R$ TDS a ser quitado em noventa dias.

34
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
A importância da operação montou a R$ 750 mil taxa real de juros pactuada a variação percentual da inflação
pactuados a taxa de 1,5% ao mês (juros compostos), porém ocorrida no período.
cobrados antecipadamente. iN  f (iR;  )
Neste contexto solicita-se: o montante dos juros a serem Como será demonstrado no item 2.4.2, a relação entre a
pagos; e qual a taxa efetiva da mesma. taxa nominal de juros, a taxa real e a inflação é dada,
matematicamente, pela seguinte expressão:
2.3.8.8 - O banco TDS apresenta uma lucratividade de 30% ao
ano. Em quanto tempo os lucros gerados serão equivalentes
(1 + iN) = (1 + iR) (1 + )
ao capital aplicado pelos acionistas? (R: t = 2 anos e 8 meses).

2.3.8.9 - O Banco TDS efetua empréstimos pessoais cobrando Definindo então estas três taxas que estabelecem o
a taxa de 4,50% ao mês. Para clientes especiais, ele adota a valor das prestações ou a remuneração de um capital aplicado:
sistemática do juro postecipado. Para clientes normais, o juro
antecipado. Calcule a taxa efetiva mensal para uma operação I - A taxa real é definida como sendo a efetiva
de 90 dias, calculada a juros simples e a juros compostos. remuneração desejada por um investidor e é definida
em termos de moeda de poder aquisitivo constante.
Nesta taxa não esta considerada a incidência de
2.4 - Relação entre as taxas nominal e real. inflação no período do empréstimo.

II - A taxa nominal é aquela empregada no calculo das


2.4.1 – Efeito da Inflação. prestações e pagamentos. Ela é expressa em termos
de moeda de valor corrente e, matematicamente,
A inflação é um fato de capital importância a ser equivale à taxa real acrescida da taxa de inflação
considerado nos estudos financeiros, especialmente quanto a ocorrida durante o período do empréstimo.
definição da taxa de juros adotada no pagamento de
prestações ou na quitação de empréstimos. III - A inflação corresponde à perda do valor aquisitivo da
moeda no tempo, sendo expressa em porcentagem.
Isto porque, a taxa de inflação determinará o valor da
taxa nominal de juros a ser utilizada no calculo do montante
final, também denominada de taxa efetiva. Uma expedita diferenciação entre estas duas taxas é
efetuada no seguinte exemplo: Seja verificar qual a taxa real e
A inflação corresponde a uma taxa de juros que mede a a taxa nominal de juros ocorrida, considerando o financiamento
desvalorização da moeda a cada período de tempo. Assim relativo à uma importância P=1.000,00 R$ e que após um
sendo, a taxa nominal será determinada fazendo incidir sobre a determinado período tenha gerado o montante de R$ 1.500,00.
35
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Constatou-se, neste período a ocorrência de uma taxa II - Cálculo da Taxa Real:


de inflação de 40%?
Por definição, a taxa real é equivalente à taxa nominal,
porém em moeda de poder aquisitivo constante, isto é,
R$
descontado o efeito da inflação.
Com Inflação M=1.500 R$
Considerando ter a taxa de inflação comportamento
equivalente a uma taxa de juros, tem-se:

M1 = (1 + ) M0  M0 = M1 ÷ (1 + ) 
Sem Inflação M = 1.071 R$

Montante 1500
.
M0 = = 1.071,43 R$
Principal 1,4

período Assim sendo, M1 ≡ M0, ou seja, R$ 1.071,43 é


0 1 equivalente à R$1.500 quando este valor é deflacionando à
Figura 2.10 – Efeito da Inflação uma taxa de 40%.

A taxa real de juros, então, é medida pela razão entre o


acréscimo de dinheiro e o valor aplicado.
I - Calculo da Taxa Nominal:
1.071,43-1.000 1.071,43
A taxa nominal é definida ao se efetuar a razão entre os iR = = -1 → iR =7,1430%
1.000 1.000
juros pagos e o montante do principal sobre o qual renderam
esses juros. Conceitualmente, ela mede o incremento da Analisando os resultados obtidos, a taxa nominal foi calculada
moeda em termos de valor corrente e expresso em percentual. em 50% e a taxa real em 7,10%.
A taxa nominal será de 50% no período. Matematicamente:
Pelo exposto é possível verificar que, em face da
𝑀−𝑃 𝑀 inflação ocorrida no período 01, a taxa nominal, iN, é muito
𝑖𝑁 = ∴ 𝑖𝑁 = − 1
𝑃 𝑃 superior à taxa real, iR.
1.500
e, iN = -1 → iN =50,00%
1.000
36
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Ao entender a correlação existente entre a taxa real e a Simplificando a variável P em ambos os lados da
taxa nominal de juros pode o tomador de recurso financeiro, igualdade chega-se a expressão que relaciona a taxa nominal
evitar o comprometimento de sua capacidade de pagamento se de juros com a taxa real e a da inflação.
o valor de sua renda evoluir na mesma proporção da inflação.
(1 + iN) = (1 + iR)  (1 + )

2.4.2 – Relação entre taxas. iN = iR    iR  
A seguir é demonstrada a relação entre a taxa nominal e
a taxa real de juros, dada à inflação ocorrida em certo período. Da expressão acima se conclui que a taxa nominal de
juros é função do somatório da taxa real, da inflação no período
Adotando como nomenclatura: iN = taxa nominal de e do produto da taxa da inflação pela taxa real.
juros; iR = taxa real de juros;  = taxa de inflação no período;
M0 =montante a ser pago sem considerar a incidência da Finalizando, pode-se determinar a inflação num dado
inflação; M1 = montante a ser pago havendo a incidência da período, a taxa real e a taxa nominal de juros, a partir de um
inflação; P = Principal ou capital tomado emprestado; montante conhecido e do valor investido ou principal, através
das seguintes expressões:
Partindo do item anterior (Ver Figura 2.10 – Efeito da M M1
1  iR  0 e 1  iN 
inflação), pode-se afirmar que: P P

M0 = P (1 + iR) e que M1 = (1 + ) M0 M1
1  
M0
Pode-se afirmar também, considerando ser um período
único e a incidência de uma taxa nominal neste período que:
Como exemplo de aplicação, seja calcular a taxa de
M1 = P (1 + iN) juros a corrigir o valor de um título vencido há trinta dias, tendo
sido pactuado que renderia juros de 2% ao mês acrescido da
Substituindo na expressão acima a variável M1 em correção monetária no período, definida em 1,5% neste último
função da sua expressão por M0: mês.
(1 + iN) = (1 + iR) (1 + )
(1 + ) M0 = P (1 + iN)  (1 + ) P (1 + iR) = P (1 + iN)
(1 + iN) = (1 + 0,02) (1 + 0,015)  iN = 3,53%

37
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
2.4.3 – Inflação e Índices. o incremento da evolução dos preços no período e o preço
verificado no período inicial.
Inflação é definida como a perda do valor aquisitivo da
moeda no tempo. Φ

A inflação é expressa em porcentagem e definida depois I0 I1


de conhecidos os índices inflacionários atribuídos a cada
período.
0 t
n
Os índices inflacionários representam a evolução do Data Base Data n
custo de uma mercadoria, de um serviço por unidade de
medida. Figura 2.11 - Inflação e Índices

Como exemplo destes índices tem-se: o CUB, que Além disso, a taxa percentual de inflação ocorrida num
mede o custo unitário básico para a construção civil, medido período pode ser facilmente estabelecida através da utilização
em R$/metro quadrado; o INPC, que mede o custo para de índices inflacionários, como os já citados, que expressam a
sustentar uma família, medido em R$/cesta de custo incorrido; evolução da perda do valor aquisitivo da moeda, medida a
ou a evolução do custo do aço, medida por R$/kg, todos esses partir de uma determinada data, definida esta como data base.
índices definidos para determinado período ou mês.
Exprimindo a definição acima em termos matemáticos
Adotando como nomenclatura: I0 para representar o P
índice da inflação no período definido como data base e, In tem-se que,   ou, similarmente, considerando índices
P
representar o índice de inflação medido em uma data futura
qualquer “n”. E, representando por  a taxa de inflação
I0n
inflacionários:   .
ocorrida no período compreendido entre a data base e a data I0
n.
Definindo como I0 o índice de inflação atribuído ao início
A seguir será discutida a metodologia do calculo da de um período, ou seja, à data base e In o índice de inflação
inflação passada, partindo do conhecimento de índices estabelecido para o final deste mesmo período, ao substituir o
inflacionários. valor do incremento na expressão acima pelos índices que lhe
deram origem tem-se:
Por definição, a inflação havida no preço de um bem ou
serviço medido num período de tempo equivale à razão entre

38
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
In  Io In portanto, dispondo de distinta metodologia em sua
  1 determinação.
Io Io
Esses índices podem ser destinados a medir a inflação
Modelo este que mede a taxa de inflação acumulada e de um modo geral, tais como o INPC – Índice Nacional de
ocorrida entre os períodos de tempo zero e n, e expressa em Preços ao Consumidor; o IPCA – Índice Nacional de Preços ao
termos percentuais. Consumidor Ampliado; o IGP – Índice Geral de Preços, todos
destinados a medir a inflação incidente sobre o consumo das
famílias brasileiras ou do comércio em atacado.
Memorize!
Ou, medir de modo mais específico, a exemplo de custo
materiais elétricos, serviços de transporte, do alumínio e do
A taxa real de juros é utilizada quando não é
aço, do custo da construção civil, o CUB, ou de qualquer outro
considerada a ocorrência de inflação. Neste caso, segmento industrial.
parte-se do princípio que a moeda em utilização dispõe
de poder aquisitivo constante. Existem publicações que tratam, especificamente, deste
Dinheiro em moeda constante i real. assunto tais como a revista Conjuntura Econômica uma
publicação da Fundação Getúlio Vargas – FGV e a revista
SUMA Econômica, mensalmente publicam uma coleção desses
índices. Ou sites da internet a exemplo de
http://www.debit.com.br.
A taxa nominal de juros é utilizada quando existe a
ocorrência de inflação. Neste caso, parte-se do No Brasil, o organismo responsável por acompanhar e
princípio da ocorrência de perda de valor aquisitivo da divulgar índices oficiais de inflação é o IBGE – Instituto
moeda, no tempo. Brasileiro de Geografia e Estatística, a exemplo do INPC e do
Dinheiro em moeda inflacionada i nominal. IPCA.

O IBGE produz índices que medem a inflação ocorrida


em diversos segmentos sociais do Brasil bem como os preços
por atacado, sendo os índices adotados oficialmente pelo
2.4.4 – Tipos de Índices
governo e pelos tribunais.
Diversos são os tipos de índices inflacionários utilizados
No âmbito da construção civil, o mais festejado é o CUB
no País. Cada um deles visando atender a um fim específico e,
– Custo Unitário Básico da Construção, elaborado e publicado
mensalmente pelo Sinduscon – Sindicato da Indústria da
39
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Construção Civil de cada região, cujo objeto é medir a inflação
ocorrida tanto em edificações residenciais, como em galpões,
P0 P1 P2 P3 ...... Pn
lojas e andares abertos.

Finalizando, faz-se um alerta quanto a cuidados a serem Φ0→1 Φ1→2 Φ2→3 Φ3→n
observados ao serem utilizadas a taxa nominal e a taxa real de
juros, sob pena de cometer erro conceitual grave.
0 1 2 3 n
A taxa real de juros é utilizada quando não é
considerada a ocorrência de inflação. Neste caso, parte-se do Figura 2.12 - Inflação por Período
princípio que a moeda em utilização dispõe de poder aquisitivo
constante.
2.5.1 – Fórmulas Básicas.
A taxa nominal de juros é utilizada quando existe a
ocorrência de inflação. Neste caso, parte-se do princípio da
Neste item serão discutidos os modelos matemáticos
perda de valor aquisitivo da moeda, no tempo.
necessários para calcular a inflação acumulada utilizando as
taxas periódicas havidas e os índices de inflação.
2.5 – Inflação Acumulada.
Adotando como nomenclatura:
Inflação acumulada é aquela havida em determinado
 Po = preço no tempo 0;
espaço de tempo composto por vários períodos.
 P1 = preço no tempo 1;
 P2 = preço no tempo 2;
Geralmente, a cada período de tempo, ocorre uma taxa
 Pn = preço no tempo n;
de inflação distinta dos outros.
 o1 = taxa da inflação existente entre o tempo 0-1;
Como já comentado, a inflação corresponde a uma taxa  o2 = taxa da inflação existente entre o tempo 0-2;
de juros que mede a desvalorização da moeda a cada período   = inflação medida entre dois períodos quaisquer.
de tempo.
A definição da taxa de inflação ocorrida entre dois
E, assim sendo, a taxa de inflação acumulada deve ser períodos consecutivos pode ser considerada identicamente
calculada da forma idêntica à taxa de juros compostos. como o caso de calculo de juros simples incorridos entre dois
períodos consecutivos.
A Figura 2.12 mostra a existência de inflação havida em
cada período havido entre o momento 0 e o momento n.
40
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Então, para definir a inflação para diversos períodos Considerando que os índices inflacionários, In, são
tem-se: conhecidos, pois mensalmente determinados e publicados, é
possível calcular a taxa de inflação, , ocorrida entre um
período inicial, denominado zero, e um período qualquer
P1 = Po + Po o1 = Po (1+ o1 ) denominado de n.
P2 = Po ( 1 + o1 ) ( 1 + 12 ) = Po ( 1+ o2 )
Como já visto a inflação ocorrida entre dois períodos
P3 = Po ( 1 + o1 ) ( 1 + 12 ) ( 1 + 23 ) = Po ( 1+ o3 ) quaisquer é dada por:
................................................................................... n In
 1
Pn = Po (1 + o-1) (1 + 1-2) (1 + 2-3)  (1+  (n-1)-n) 0 Io

A expressão acima que permite atualizar monetariamente


Pn, pode ser expressa sob a seguinte notação, em que  Por exemplo, seja calcular a inflação acumulada da
representa a taxa de inflação medida entre uma data base, construção civil, medida em CUB, havida entre os meses de
denominada zero, e uma data qualquer n. Então: junho de 2005 e março de 2006.
março
n n
I 894,68 2006

Pn  Po  (1   )   n 1  1   3,98%
0
0
Io 860,43 março
2005

Ao serem igualadas as duas expressões acima pode-se 2.5.2 – Atualização de valores monetários.
escrever a taxa de inflação ocorrida entre um período inicial 0,
também denominado de data base, e um período qualquer n, Basicamente, um valor corrigido, Pn, é equivalente ao
denominado de período final, em função da taxa de inflação valor inicial, P0, multiplicado pela taxa nominal de juros relativa
medida em cada período intermediário k. Assim: a todo o período da atualização pactuado.
n
(1   )  (1  φ01 )(1  φ12 )(1  φ23 )(1  φ( n1)n ) )
0
Pn = P0 × (1 + iNT)

n k A taxa nominal de juros, como anteriormente visto, é
(1   )   (1  φn ) função de dois fatores: a remuneração real e periódica do
0
n 0
capital, iR ,e a correção monetária do período,  .

41
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
(1 + iN) = (1 + iR ) ( 1 +  ) Pn  P0  (1  n  iR )

Substituindo a expressão representativa da taxa nominal


Operacionalmente, a remuneração do capital pode ser
de juros, (1 + iNT), pelas expressões do produto da taxa real de
efetuada adotando a matemática dos juros simples ou a dos
juros para cada período e da correção monetária, chega-se à
juros compostos.
expressão que permite a atualização de um valor monetário em
se adotando a matemática dos juros simples.
A correção monetária, ou seja, atualização monetária do
valor é realizada segundo o índice pactuado em contrato, n
sendo considerada nos dois casos da mesma maneira, como Pn  P0 (1   )  (1  n  iR )
será analisado abaixo. 0

I. - Atualização adotando juros simples. II. - Atualização adotando juros compostos.

A atualização do valor de Po, ou seja, Pn, é efetuada Adotando procedimento idêntico ao anterior, define-se a
partindo da expressão {(1+iN) = (1+ iR ) (1 +  )} , generalizada expressão que permite a atualização de um valor monetário em
para n períodos. Isto porque, a taxa de juros adotada na se adotando a matemática dos juros compostos.
atualização de valores monetários é a taxa nominal. E esta, a
taxa nominal, é função da taxa real – iR pactuada, e da inflação Sabendo-se que: Pn  P0 (1  iR )n
no período, porém abrangendo todos os n períodos.
E, utilizando à mesma fórmula da correção da inflação,
Então, calculando a atualização monetária em função da chega-se à:
taxa nominal de juros a ser aplicada para o número total de
períodos n, tem-se: n
Pn = P0 × (1 + iNT) Pn  P0 (1   )  (1  iR )n
0

Sabendo-se que a expressão da correção monetária de


um valor é dada por: Voltando agora para o caso da relação das taxas de
n juros, conforme discutido no item 2.4.2 e sabendo que:
Pn  P0  (1   )
0
E que a expressão do montante dos juros simples pode Pn = P0 × (1+ iNT)
ser expressa sob a seguinte forma:
Substituindo a expressão de Pn na expressão anterior,
têm-se o caso geral da taxa nominal de juros a corrigir um
42
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
pagamento único durante n períodos, considerando a iNT  T 1  i ANO  1 iNT  4 1  1,236543  1  22,29%a.t.
incidência da inflação no período e da taxa de remuneração do
capital.
(1 + iN) = (1 + iR) (1 + )
n
(1  iNT )  (1  )  (1  iR )n (1  iRT ) 
1,2229
 iRT  18,39%a.t.
0
1,012  1,009  1,011

2.5.3 - Aplicação 2.6 – Exercícios Considerando Inflação.

a) Definir a taxa real, trimestral, de juros relativos a uma 2.6.1 - Um dos serviços componentes de um contrato de
aplicação de capital realizada pelo prazo de noventa dias. Os empreitada foi orçado em R$ 15.200,00. O contrato foi firmado
juros nominais pactuados foram de 123,6543% ao ano. E, a em 10/maio/2005 e o serviço em questão concluso em
inflação no período foi, respectivamente, de: 1,2%; 0,9%; e 10/outubro/2005.
1,1% a cada mês da aplicação. Considerar a aplicação
efetuada sob a matemática dos juros simples e juros Pede-se calcular o preço a ser pago pelo serviço,
compostos. sabendo-se que deverá ser corrigido pela variação mensal do
CUB.
I – Juros Simples.
2.6.2 - Um título cujo valor de face monta a R$ 12.500,00
i 123,6543
iNT  ANO   30,9136%a.t. venceu em 01 março de 2005 e não foi quitado na data
4 4 aprazada.
3
(1  iN )  (1  iRT )   (1  φ n )
n 1 Calcular o montante necessário para quitar o título em
28 de fevereiro de 2006, sabendo que deverá ser corrigido pelo
1,309136 = (1 + iRT) x {1,012 x 1,009 x 1,011}  INPC, acrescido dos juros de 1,5% ao mês. Efetuar o solicitado
utilizando a matemática dos juros simples e a dos juros
iRT = 26,81% a.t. compostos. ( R$ 15.397,36 e R$ 15.601,15)

II – Juros Compostos.

43
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
2.6.3 - Um título no montante de R$ 7.800,00, vencido em 2.6.6 - Um capital no montante de D$ 77.000,00 foi aplicado
31.12.2005, foi quitado em 30.04.2006 pelo valor de R$ por dois anos, tendo sido pactuada uma taxa real de juros
8.590,86. capitalizada a taxa de 0,50% ao mês.

8.590,86 Considerando que no primeiro ano da aplicação a


R$7.800,00 inflação medida foi de 34% e, no segundo, 48%, deseja-se
saber: O valor montante a ser recebido no final do período. E,
A taxa nominal de aplicação para o período completo?

2.6.7 - Uma dívida no valor de R$ 28 mil foi paga com atraso


30/11 31/12 31/01 28/02 31/03 30/04
de 14 meses. Os juros pactuados eram de 10,5% ao mês.
Calcule a diferença entre os juros pagos quando quitada sob a
matemática dos juros simples e a do composto.
Considerando que o valor do título foi atualizado
monetariamente pelo INPC, calcule a taxa média mensal real 2.6.8 - Você recebeu uma carta de cobrança relativa a uma
de juros adotada para remunerar o capital. Seja adotando o compra efetuada a vinte e dois meses e não quitada. O valor
calculo por juros simples ou compostos. (R: 1,9925/1,9356% cobrado montava a R$ 2.425,96, sendo que o total da nota
a.m.) fiscal de origem da dívida somava a R$ 1.350,00.

2.6.4 - Um título no montante de R$5.700,00, vencido em Pergunta-se: você concorda com o valor cobrado e qual
30.01.2005, foi quitado em 30.06.2005 pelo valor de R$ seria a sua proposta, dado seus conhecimentos sobre
7.639,00. Verifique se a atualização dos valores esta correta, cobrança e a incidência de juros, visando quitar a dívida
já que foi pactuada a correção pelo índice do INPC e os juros nesta data?
em 2,2 % ao mês (compostos). Caso haja divergência calcule a
taxa de juros aplicada. 2.6.9 - A importância de R$ 53 mil foi aplicada pelo prazo de
setenta e sete dias, à taxa de 25,58% ao ano, calculada “pro
2.6.5 - A importância de R$ 2.500 mil foi capitalizada pelo prazo rata tempore”. Qual o montante a ser recebido no final do
de quatorze meses, tendo sido pactuada uma taxa de juros período quando os juros pactuados foram o composto?
bruta, pré-fixada em 45% ao ano.
2.6.10 - Defina qual o valor da taxa de desconto comercial é
Após receber a importância devida, o aplicador equivalente à da taxa de desconto racional, quando se sabe
descobriu que no período da aplicação ocorreu uma inflação que um banco pratica uma taxa real de 2,5%, acrescida da
média mensal de 3,22% ao mês. Pergunta-se qual o ganho de inflação, considerando operações de desconto de títulos
capital no período. pactuadas em noventa dias. E, o banco utilizou juros
compostos.
44
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
 Qual o crescimento real médio no período?
2.6.11 - Você sabe que após 4 períodos vai necessitar da 
importância de R$ 7.000,00. Calcular o Valor Presente - VP e o
Valor Futuro - VF após onze períodos da data em
consideração, ao ser adotada uma taxa de desconto de 3% ao Produto Interno Bruto Brasil
período. Responder o mesmo questionamento caso ocorrer Em R$1.000.000
Ano Variação anual real
uma inflação de 2,3% a cada período. Preços
Em %
Correntes
2.6.12 - Uma imobiliária vende um terreno em duas prestações 1995 705.641 -
de R$ 150.000,00 vencíveis em 180 e 270 dias da data do 1996 843.966 2,2
negócio. Considerando serem os juros arbitrados em 83,00 % 1997 939.147 3,4
ao ano e capitalizados trimestralmente, pergunta-se qual o 1998 979.276 0,0
1999 1.065.000 0,3
montante a ser pago, à vista, pelo terreno?
2000 1.179.482 4,3
2001 1.302.135 1,3
2.6.13 - Qual a taxa de juros real pactuada sobre uma 2002 1.477.822 2,7
aplicação financeira de 24 meses cuja taxa efetiva foi pactuada 2003 1.699.948 1,1
em 52% a.a., tendo ocorrido uma inflação de 35% no período 2004 1.941.498 5,7
da aplicação? ( 71,14% no período). 2005 2.147.239 3,2
2006 2.369.484 4,0
2.6.14 - Considerando a questão anterior, pergunta-se se a 2007 2.661.345 6,1
taxa de 52% pode ser denominada de taxa nominal, efetiva ou 2008 3.031.864 5,2
bruta. Explique cada um dos conceitos. 2009(*) 3.143.015
* Estimativa
2.6.15 - Uma aplicação financeira foi pactuada para um período
de nove meses, capitalizados mensalmente, a uma taxa de
juros de 27,5% ao ano. Sendo aplicados $ 75.000,00, qual será 2.6.17 - Solicita-se calcular:
a importância a ser recebida no final do período pactuado? ( R$
89.988,46). - O valor percentual da inflação acumulada entre
01.01.1995 e 31.01.1998, calculada pelo INPC;
2.6.16 - Considerando a informação abaixo, informe:
- O montante a ser recebido por uma aplicação de R$
 O crescimento nominal e real da economia ocorrido 700,00, contratada em 31.01.1995, por um prazo de três
entre 1995 e 2005. anos, a juros de 7,5% ao ano e acrescido de correção
 O crescimento nominal e real da economia entre 2.000 e monetária. Sendo sua a decisão, qual dos índices você
2.008. ( Utilize o INPC-IBGE).
45
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
escolheria caso fosse o aplicador do recurso: o INPC ou - Se José desejar retirar da caixinha, exatamente, a
o IGP-M? importância de R$ 40.000,00, qual será o montante do cheque
(pré-datado) a ser preenchido como garantia do empréstimo?
- Na hipótese anterior, definir a taxa de juros efetivamente
2.6.18 - Qual o tempo necessário para triplicar um capital paga.
quando este for capitalizado à taxa de 1,33 % ao mês? ( ≈ 83
meses). 2.6.21 - O capital de R$ 5.000,00 foi aplicado em 01.02.2006
e capitalizado durante sete meses, tendo rendido a importância
2.6.19 - Elaborar um único gráfico mostrando a taxa de de R$ 1.077,53 em juros. Pergunta-se qual a taxa mensal de
crescimento nominal e a taxa real do lucro de uma empresa, juros praticada.
conforme abaixo, utilizando como índice de correção monetária
o Índice Nacional de Preços ao Consumidor do IBGE: 2.6.22 - Defina em qual instituição financeira deverá ser
descontada uma duplicata emitida pela empresa Rota Norte,
Ano 2003 2004 2005 2006 2007 2008 vincenda em 90 dias. Sabe-se que o banco Brother Inc. pratica
Lucro uma taxa de juros simples de 5,5% ao mês; e, o banco
650 760 790 850 880 920
10³ R$ Fastmoney Ltda, uma taxa de juros compostos de 4,98 % ao
mês. (Ver, a seguir, o citado título). (R$ 23.300,00/23.139,27
R$).
2.6.20 - A caixinha dos funcionários do Braspel, criada para
atender rapidamente necessidades financeiras de seus 2.6.23 - O montante de R$ 7.000,00 foi aplicado em
associados, empresta e aplica dinheiro, praticando sempre a 15/12/2004, capitalizado por cinco anos e atualizado
taxa de 8% ao período, para qualquer tipo de operação monetariamente pelo INPC. O valor resgatado foi de R$
financeira. 14.987,65. Pergunta-se qual a taxa real de juros, mensal,
incidente nesta operação financeira.
A política de gestão da caixinha é a seguinte: Quando
ela toma capital emprestado, paga os juros no vencimento. 2.6.24 - O Banco STS S/A, lhe propôs uma aplicação em título
Quando empresta aos associados, os juros são cobrados de capitalização de R$ 800,00, pelo prazo de 12 meses, findo
antecipadamente. Neste caso, o empréstimo tem como os quais lhe devolverá R$ 1.080,00. Considerando que a
garantia um cheque pré-datado, a ser descontado no dia do aplicação em títulos do Tesouro Nacional remunera o investidor
pagamento. a taxa de 15.50 % ao ano acrescido da correção monetária
prevista para 5% no próximo exercício. Assim, deseja-se saber
Assim, pergunta-se: qual a taxa de juros embutida na proposta do STS. E, se é
vantajoso aplicar no STS, ou melhor, se é uma operação de
- Se José da Silva emprestar à caixinha a importância de R$ risco.
40.000,00 quanto a ele será devolvido no final de um mês?
46
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2.6.25 - Um contrato de empreitada no montante de R$ 333,00
mil foi firmado em 01.08.2004. A última etapa executada e 2.6.29 - ENADE 2011.
conclusa em 30.03.2005, no valor de R$ 27,00 mil, não foi Uma empresa fez um investimento inicial de R$ 100 mil
quitada. O contrato previa o pagamento e a correção das com uma taxa de retorno no primeiro mês de 10%; no final
etapas durante a construção segundo a variação mensal do desse período, necessitou fazer uma retirada de R$ 5 000,00.
CUB.
A empresa fez uma segunda aplicação do saldo a uma
Solicita-se seja calculado o valor do montante taxa de retorno de 8%.
necessário para quitar o título em 30.09.2005, sabendo que o
índice adotado para a correção da divida é o INPC, acrescido Em um terceiro período, a empresa reaplicou, por mais
dos juros de 1,2% ao mês. Efetuar o solicitado utilizando a um mês, o saldo restante acrescido de R$ 7 000,00, agora a
matemática dos juros simples e a dos juros compostos. uma taxa de retorno de 10%. A movimentação financeira da
empresa está representada no fluxo de caixa abaixo.
2.6.26 - Uma duplicata relativa à venda de material de
construção foi emitida com pagamento para 30/06/2006. No VF
100.000 R$
seu valor de face já estava embutida uma remuneração do
capital de 1,5% ao mês (juros compostos) e o principal sendo
corrigido pela projeção da variação mensal do CUB. Montando
o valor de face em R$ 22.597,25, pergunta-se qual seria o valor
a ser pago visando a sua quitação sessenta dias antes de seu 7.000,00
vencimento.

2.6.27 - Uma empresa negociou uma dívida de R$ 10 mil junto 10% 1 8% 10%
a um banco, solicitando pagá-la em parcelas mensais de R$ 2 3 período
1.800,00. Sabendo-se que a taxa de juros cobrada em
empréstimos deste tipo é de 32,52% ao ano, pergunta-se: Fonte: ENADE 2011
quantas parcelas serão necessárias para quitar o débito? 5.000.00

2.6.28 - Uma empresa negociou a aquisição de um Com base na situação apresentada, o valor final (Valor
equipamento no valor de R$ 22.000,00, financiada pelo Futuro) do investimento da empresa será de: R$ 134.800,00;
fabricante e dividido em seis parcelas mensais, iguais e R$ 132.400,00; R$ 128.900,00; R$ 127.700,00; R$ 102.000,00.
consecutivas, sendo a primeira delas quitada na data da
assinatura do contrato. Calcular o valor efetivo de cada uma 2.6.30 - Você, como gerente de uma empresa de engenharia,
das parcelas, sabendo que a taxa de juros pactuada é de 3% foi aos bancos BVC Inc. e Square Financial, negociar o
ao mês.
47
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
desconto de um conjunto de duplicatas no valor global de 928
mil reais, vencíveis em 30, 60 e 90 dias.
Você decidiu e realizou a operação com o BVC Inc.

Em reunião da diretoria da sua empresa, depois de realizada a


operação de credito, você foi questionado(a) quanto a
operação realizada, pois os juros cobrados pelo BVC Inc. são
superiores aos praticados pelo Square Financial.

Dado o contexto pergunta-se: Qual a justificativa técnica que


amparou a sua decisão? Demonstre.

48
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Rua Don João VI nº 1808 – cj. 007


CGC/MF nº 99.888.777/0001-23
Insc. Estadual – Isento
ROTA NORTE Bairro do Bonaparte – Rio de Janeiro – RJ
Engenharia e Construções Ltda.
Data de emissão: 20 de julho de 2006.
FATURA DUPLICATA VENCIMENTO Para uso da Instituição
Valor – R$ Número Valor – R$ Nº de Ordem Financeira.
20.10.2006
100.000,00 1.325 20.000,00 1.433 – C/E
Nota(s) Fiscal(is) nº 2.322/ 2323/2.329.
Desconto de: Até
Condições Especiais: a vista desconto de 5%.
....................................................

Nome do Sacado: Ipsis Literis Editora Ltda.


Endereço: Rua das Maitacas nº 666.
Assinatura do Emitente

Município: Rotunda Ária Estado: ST CEP: 11.111-999


Praça de Pagamento:
CGC ou CPF: 123.321.213/0001-02 Insc. Est. nº 31.313-03
VALOR (vinte mil reais)................................................................................
por extenso ...........................................................................................................
Reconheço(cemos) a exatidão desta Duplicata de Venda Mercantil, em pagamento parcelado na
importância acima que pagarei (emos) à Rota Norte Engenharia e Construções Ltda., ou a sua
ordem, na praça e vencimento indicados.

...................................... .................................................................
Data do aceite Assinatura do Sacado

49
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3. Séries de Capitais As variáveis a serem consideradas no estudo de séries


são: a taxa de juros pactuada, o número de períodos da
operação, o valor presente, o valor futuro dos pagamentos
3.0 – Definição e Tipos. realizados e o valor da prestação.

Por definição uma série de capitais é caracterizada como


sendo uma sequência de pagamentos periódicos, consecutivos 3.1 – Série Uniforme Postecipada.
e que apresentem alguma lei de formação.
Uma série uniforme de pagamentos é dita postecipada,
O estudo contido neste capítulo permite efetuar diversas quando ocorre uma sucessão de pagamentos iguais, R,
operações com juros e pagamentos realizados efetuados em intervalos regulares e constantes, sendo o
corriqueiramente no comércio, facilitando o cálculo das primeiro pagamento realizado concomitantemente com o
variáveis desejadas através da adoção de modelos PRIMEIRO PERÍODO POSTERIOR à data da operação financeira que
matemáticos, primordialmente quanto à análise de: lhes deu origem. Modelo da série postecipada na Figura 3.1.

i. Formação de fundos de capitalização, a exemplo de


R$
depósitos programados em títulos de capitalização ou a
formação de capital visando à aquisição futura de bens; Valor
Valor Presente
ii. Amortização de dívidas, mediante o pagamento de Futuro
prestações iguais e consecutivas, tais como operações de 1 Per.
crédito e compras a prazo;
iii. Comparação dos resultados econômicos de operações
R1 Rn
financeiras ou análise de decisão entre investimentos que
rendam dividendos periódicos. período
0 1 2 3 4 n
Diversos tipos de séries de pagamentos podem ser
adotados nos empréstimos ou financiamentos, neste capítulo Figura 3.1 - Modelo de Série Postecipada
serão estudadas aquelas mais comumente utilizadas no
comercio e no mercado de capitais brasileiro, a saber: Tomando como exemplo de uma série uniforme
postecipada o desenho acima, a série de pagamentos iguais a
3.1. Série Uniforme Postecipada; “R” é iniciada após a pactuação do principal “P”, ocorrendo o
3.2. Série Uniforme Infinita; primeiro pagamento no primeiro período e, assim
3.3. Serie Uniforme Antecipada; sucessivamente, até que o ultimo pagamento seja realizado no
3.4. Série Diferida. período n.
50
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Ao ser somado os Pk para k = 1, 2, 3,...,n, obtém-se a
Nos itens a seguir, será demonstrado como calcular o expressão geral da soma de uma série de pagamentos iguais e
Valor Presente, VP(SP), e o Valor, VF(SP), Futuro de uma série consecutivos.
uniforme postecipada, conhecida a prestação R(SP), o número
de períodos e a taxa de juros pactuada. E, também, como VP(sp) = R(sp) (1 + i )-1 + R (1+ i )-2 + ... + R (1+ i )-n
determinar a prestação quando conhecidas as demais
variáveis, fato corriqueiro em empréstimos e vendas a prazo. VP(sp) = R(sp) {(1 + i)-1 + (1+ i)-2 + ... + (1+ i)-n }

A série representativa do segundo termo da expressão


3.1.1 - Valor Presente ou Valor Atual da Série Postecipada. acima, colocada entre chaves, pode ser caracterizada como
uma progressão geométrica cuja razão é q = (1 + i)-1 e o
Adotando como nomenclatura, Pk como sendo o valor primeiro termo a = (1 + i)-1.
presente associado a um pagamento singular qualquer Rk, e
considerando que, por definição, se dispõe de uma série Considerando que a soma de uma progressão geométrica
decrescente é dada pela expressão S(PG)  a  (1  q ) , após
uniforme de pagamentos, iguais, periódicos e consecutivos, n

têm-se que: R1 = R2 = ···· = Rn = R. 1 q


serem substituídos seus termos pelos respectivos valores
Matematicamente, o valor presente da série de
(1  i)n  1
pagamentos, VP, é obtido ao se efetuar o somatório dos financeiros, chega-se a: S(PG)  , expressão esta
valores presentes de cada pagamento singular. Então: i  (1  i)n
denominada de fator de valor presente.
VP = P1+ P2 + P3 +∙∙∙∙∙ + Pn
Substituindo a expressão da soma da progressão
Sabendo que o valor presente de cada pagamento geométrica decrescente, S (PG), na série acima, fica definida a
singular é dado pela expressão: Pk = Rk (1+ i)-k e, relacionando expressão do Valor Presente de uma série uniforme de
o valor presente para cada “Pk”, com k variando de 1 a n, tem- pagamentos “R”, no caso do primeiro pagamento ocorrer um
se: período após o início da operação financeira que lhe deu
P1 = R1 ∙ (1 + i)−1 origem:
P2 = R 2 ∙ (1 + i)−2
P3 = R 3 ∙ (1 + i)−3  (1  i)n  1
VP (sp)  R(sp)  
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙  i  (1  i)n 
[Pn = R n ∙ (1 + i)−n ]
O termo entre colchetes expressa um fator que define o
valor atual da série postecipada quando o valor da prestação é
51
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
a unidade. Por motivo de facilidade de notação, este fator de é  i  (1  i)n  1
grafado sob a seguinte notação:    FRCni  ani 
n
 (1  i)  1
 (1  i)n  1
   FVPn i  a ni R(SP) = VP(SP)  FRCn¬i
 i  (1  i)n 

Então, dada a notação, o valor presente de uma série As expressões FRCn¬i e ani1 correspondem à notação
postecipada pode ser expresso como: resumida da expressão entre colchetes acima e são
denominadas de FATOR DE RECUPERAÇÃO DE CAPITAL a taxa de
juros i para n períodos. Ver Tabelas do Anexo-I.
VP(SP) = R  FVP n¬i = R(SP)  a ni

Memorize !
Tanto FVPn¬i como a ni são denominados de FATOR
DE VALOR PRESENTE ou FATOR DE VALOR ATUAL de uma série de
pagamentos. Ver tabelas do Anexo-I. O VALOR PRESENTE DA SÉRIE POSTECIPADA OCORRE
NO PERÍODO IMEDIATAMENTE ANTERIOR AO DO
PRIMEIRO PAGAMENTO.
Assim sendo, o fator de valor presente permite
determinar o montante do valor presente de uma série
postecipada, ou seja, o valor de um bem na data de hoje,
quando conhecida a prestação a ser praga, o número de
períodos envolvidos e a taxa de juros pactuada. 3.1.2 - Valor Futuro da Série Postecipada.

De modo inverso, ao se deseja conhecer o valor da O valor futuro de uma série de capitais postecipada
prestação a ser paga, quando conhecidos o capital a ser corresponde ao valor do somatório de todos os valores
financiado, a taxa de juros, e o prazo de pagamento, a fórmula integrantes da série, iguais e consecutivos, financeiramente
acima é utilizada sob a seguinte forma: considerados na data do ultimo período da série. Noutras
palavras, corresponde ao montante do capital disponível na
 i  (1  i)n  data do último pagamento da série, capitalizado
R(sp)  VP (sp)   financeiramente à taxa pactuada.
 (1  i)n  1
Obtém-se o Valor Futuro equivalente a uma série
postecipada de modo similar ao utilizado para o cálculo do
Escrevendo, por facilidade de notação: Valor Presente, considerando como razão da progressão
geométrica o fator q = (1+ i).
52
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
 i 
A expressão da soma de uma progressão geométrica    FFCni
 (1  i)n  1
qn  1
crescente é dada por: S(PG)  em que n representa o
q 1 Assim sendo, a expressão do valor futuro de uma
número de termos da progressão. série postecipada quando conhecida a prestação e, vice versa,
a expressão da prestação quando conhecido o valor futuro de
Ao se proceder as devidas substituições e de modo uma série postecipada, podem ser expressos sob a seguinte
idêntico ao caso do valor presente, chega-se a expressão do notação:
Valor Futuro, VF(SP), de uma série de pagamentos iguais e
consecutivos. Assim: S(SP) = R(SP)  FVFn¬i e, R(SP) = S(SP)  FFCn¬i

 (1  i)n  1 O Fator de Valor Futuro, FVFn¬i, permite estabelecer,


Valor Futuro: S(sp)  R(sp)  
 i  por unidade de capital, qual será o montante “S” a ser
disponível em data futura, quando conhecidos: o valor das
prestações, o período de capitalização e a taxa pactuada de
E, em decorrência o valor da prestação é dado por:
juros, “i”.
 i  A cultura das áreas econômica e do comércio de capitais
Valor da Prestação: R(sp)  S(sp)  
n
 (1  i)  1 adota a denominação de taxa de capitalização para a taxa de
juros “i” quando se deseja conhecer o valor disponível após
Identicamente ao caso do Valor Presente, as expressões certo número de períodos de aplicação.
entre colchetes são denominadas, respectivamente, de Fator
de Valor Futuro e Fator de Formação de Capital de uma série Analogamente, o Fator de Formação de Capital, FFCn¬i,
postecipada. permite definir qual o valor das prestações, iguais e
consecutivas, a serem capitalizadas para que, no final de
Por motivo de facilidade de notação, esses fatores determinado período se obtenha o montante “S”.
podem ser escritos sob forma resumida, quais sejam:
Identicamente ao anteriormente comentado, estes dois
 (1  i)n  1
fatores podem ser calculados e, também, encontrados em
   FVFn i e, tabelas financeiras. Ver Anexo-I.
 i 
Finalizando, alerta-se que neste caso de série
postecipada de pagamentos, o valor futuro da mesma é
definido coincidentemente com a data do último pagamento.
53
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
O financiamento do saldo, R4 15.000,00, foi pactuado
para ser quitado em 12 parcelas, a juros de 7% ao mês.
Memorize ! Pretende-se analisar qual a forma de pagamento permite
uma maior economia para o comprador. Para tanto será
O VALOR FUTURO DE UMA SÉRIE POSTECIPADA OCORRE comparado se o financiamento deverá ser efetuado em
COINCIDENTEMENTE parcelas iguais, mensais e consecutivas, o que caracteriza
COM A DATA DE SEU ULTIMO PAGAMENTO. juros compostos. Ou por pagamentos crescentes, com cada
parcela sendo atualizada pela matemática dos juros simples.

a) Série Uniforme – Juros Compostos.


3.1.3 - Exemplo.
Neste caso, o valor a ser financiado monta a R$ 45 mil e
o valor da prestação será calculado considerando que os
Como exemplo, seja o caso de uma loja de varejo que
pagamentos se comportam como uma série uniforme
vende um equipamento, a vista, por R$ 2.500,00. Deseja-se
postecipada, com o primeiro pagamento ocorrendo trinta dias
saber o valor do mesmo quando financiado em seis prestações
após a data do financiamento.
iguais, mensais e consecutivas, sabendo que a loja remunera
seus ativos à taxa de 2% ao mês?
R$
 i  (1  i)n   0,02  (1  0,02) 6 
R(sp)  VP (sp)    2500   
n n
 (1  i)  1
   (1  0,02)
 1 

1.888,52 R$/mês
R (SP)= 2.500,00  0,1785 = 446,31R$ Mês
1 3 6 9 12

15.000
3.1.3 - Comparando Juros Simples e Compostos.

Seja o caso do financiamento de um automóvel novo no


valor de R$ 60 mil. Foi dado como entrada um veículo de  i  (1  i)n 
mesma marca, usado, no valor de R$ 45.000,00. R(k)  VP (k)   
 (1  i)  1
n

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0,07 × (1 + 0,07)12  Juros compostos = 12 ×1.888,52 = R$ 22.662,24
R(k) = 15.000 × = 1.888,52R$  Juros Simples = Σ parcelas pagas = 21.825,00 R$
(1 + 0,07)12 − 1
 Comparativo: Δ =Juros compostos - Juros simples
Δ = R$ 22.662,24 - 21.825,00
b) Pagamento por juros simples. Δ = R$ 837,24

Neste caso o valor financiado, R$ 15.000,00, será Neste caso, fica demonstrada uma economia de R$
quitado em doze parcelas, mensais e consecutivas no valor de 837,24, caso os pagamentos fossem realizados adotando a
R$ 1.250,00, corrigidas até a data do efetivo pagamento à taxa matemática dos juros simples.
de juros pactuada:

1ª Parcela: 1.250,00 x (1+1 x 0,07) = 1.337,50 3.2 – Série Infinita.


2ª Parcela: 1.250,00 x (1+2 x 0,07) = 1.425,00
3ª Parcela: 1.250,00 x (1+3 x 0,07) = 1.512,50 3.2.1 – Conceituação.
4ª Parcela: 1.250,00 x (1+4 x 0,07) = 1.600,00
5ª Parcela: 1.250,00 x (1+5 x 0,07) = 1.687,50 Série infinita, também denominada série perpétua ou
6ª Parcela: 1.250,00 x (1+6 x 0,07) = 1.775,00 perpetuidade de uma série postecipada, é definida como a
7ª Parcela: 1.250,00 x (1+7 x 0,07) = 1.862,50 sequência de pagamentos “R”, iguais, periódicos e
8ª Parcela: 1.250,00 x (1+8 x 0,07) = 1.950,00 consecutivos, contendo um número muito grande de termos,
9ª Parcela: 1.250,00 x (1+9 x 0,07) = 2.037,50 pelo qual é considerada infinita. Ver modelo na Figura 3.2.
10ª Parcela: 1.250,00 x (1+10 x 0,07) = 2.125,00
11ª Parcela: 1.250,00 x (1+11 x 0,07) = 2.212,50 Uma série nestas condições é, matematicamente,
12ª Parcela: 1.250,00 x (1+12 x 0,07) = 2.300,00 considerada como infinita porque a influência dos últimos
Valor total: .....................................R$ 21.825,00 termos da série no montante do valor presente passa a ser nulo
ou irrisório. E, este fato é função do grande número de período
das séries e da taxa de desconto praticada.
c) Análise econômica.
𝑠𝑒𝑟𝑖𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑝é𝑡𝑢𝑎 → 𝑓(𝑛 → ∞; 𝑖)
A comparação dos valores obtidos por análise
econômica mede, simplesmente, apenas a diferença dos Como exemplo de perpetuidade, pode-se citar o caso das
desembolsos efetuados. aposentadorias, prestação da casa própria ou remuneração
dos fundos de pensão.
Total dos desembolsos:

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ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Assim, fica demonstrada a expressão de uma
R$
Perpetuidade ou Série Perpétua, o que permite calcular o Valor
Presente, VP(SI), de uma série infinita de prestações iguais,
periódicas e consecutivas:

R1 Rn
R(si)
VP(si) =
Períodos i
0 1 2 3 4 n →∞
Analisando tabelas financeiras, é possível verificar qual
Figura 3.2 - Modelo de Série Infinita o período a partir do qual uma série postecipada pode ser
considerada como infinita e isto, também, é função direta da
Partindo da expressão do valor presente de uma série taxa de juros praticada.
postecipada formada por pagamentos iguais, periódicos e
consecutivos, tem-se: Deste modo, quanto maior a taxa de juros, menor é o
número de períodos necessários a caracterizar a série como
VP(SP) = R(SP)  FVPn¬i perpetuidade.

Quando n   , tem-se: Isto porque, qualquer prestação muito distante da data


VP (si)  R(sp) Lim FVPn i
n de início, e conforme a taxa de desconto praticada produz um
valor presente insignificante ou próximo de zero, não influindo
Substituindo a variável FVPn¬i pela sua expressão significativamente no aumento do montante do valor presente
matemática tem-se: da série.

 (1  i)n 1 
   3.2.2 – Exercício Resolvido.
 (1  i)  1
n
= Lim (1  i) (1  i)n
n
Lim FVPn i = Lim   
n n   i  (1  1) n
n  (1  i)n 
  i  a) Ao completar 10 anos, seu avo lhe abriu uma caderneta
 (1  i)n 
  de poupança programada e passou a depositar a
1 importância de R$ 75 por mês de então até a data de
1 sua formatura, 15 anos depois. Considerando que o
(1  i)n 1  0 1
Lim   banco remunera este tipo de investimento à taxa de 8%
n i i i ao ano, capitalizados mensalmente, determine o
montante disponível na data formatura.

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ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Analise qual das opções seria a mais vantajosa sabendo
i(ano) = 8% aa → i(mês) = 0,66667% a.m. que você utiliza uma TMA = 3% ao mês.
Os diagramas de fluxo de caixa a seguir mostram as
R(si) 75
P(si)    11.249,94R$ condições propostas.
i 0,0066667

Dos dados obtidos fazem-se os seguintes comentários: Calculando o valor presente para cada proposta tem-se:

 O montante de R$11.249,94 corresponde ao valor, em VP(A)  60000 


36000 54000
  141.911,75R$
termos de valor aquisitivo medido no momento atual, da (1,03)2 (1,03)4
poupança em termos de moeda de poder aquisitivo
constante, já que desconsiderada a inflação no período.
36000 54000
 Além disto, justifica-se o calculo do valor presente utilizando VP(A)  60000    141.911,75R$
o conceito de perpetuidade, pois o horizonte das prestações (1,03)2 (1,03)4
atinge 180 meses e, assim sendo, as ultimas prestações
60.000 36.000 54.000
tem reduzida influência no montante do mesmo.

b) Você esta vendendo um apartamento no valor de R$


150.000,00. Um comprador lhe fez duas propostas para a
venda em prestações, nas seguintes condições: Prop. A
1 2 3 4 mês
Proposta A: 40% de entrada. O saldo sendo pago em duas
parcelas sem correção:
 A primeira equivalente a 40% do saldo, a ser quitada em 45.000

60 dias;
 A segunda, equivalente a 60% do saldo, a ser paga em
120 dias. 26.250,00
 Prop. B
1 2 3 4 mês
Proposta B: 30% de entrada e o saldo sendo quitado em quatro
parcelas iguais, mensais e consecutivas, sem correção,
vencendo a primeira trinta dias após o fechamento do negócio.
VP(B) = 45000 + 26250 ∙ FVP4¬3%

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ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
R$
(1 + 0,03)4 − 1 Valor Futuro
𝑉P(B) = 45000 + 26250 ∙ [ ] = 142.573,83 R$
0,03 × (1 + 0,03)4
Valor Presente
1 Per.

Como VB (B) > VP(A), a Proposta B é a mais vantajosa.


R1 R2 Rn
período
3.3 – Série Uniforme Antecipada. 0 1 2 3 4 n-1 n

Figura 3.3 - Modelo de Série Antecipada


Uma Série Uniforme Antecipada é definida como sendo
a sucessão de pagamentos iguais, R, efetuada em intervalos
Tomando como expressão gráfica de uma Série Uniforme
regulares e constantes, cujo primeiro pagamento ocorra na
Antecipada o desenho da Figura 3.3, fica caracterizado que,
data da operação financeira que lhe deu origem. O modelo
neste tipo de série de pagamentos iguais, periódicos e
desta série é apresentado na Figura 3.3.
consecutivos, “R”, o primeiro pagamento ocorre na data da
operação financeira que lhe deu origem.
Como exemplo de aplicação deste tipo de série, tem-se
os casos de:
Ressalta-se que o primeiro pagamento da série ocorre
coincidentemente com a data do pactuado. E, que valor futuro
I. Aplicação em depósito programado, também denominado de
desta série, VF(SA), ocorre um período após o pagamento da
capitalização, quando é pactuado que uma determinada
ultima prestação.
importância “R” será recolhida em períodos pré-
determinados, a partir do momento de pactuação da
A seguir é demonstrado como calcular o Valor Presente,
operação financeira e cujo montante “VF” será devolvido ao
VP(SA), e o Valor Futuro, VF(SA), da série antecipada de
aplicador findo o período programado, um período após o
pagamentos.
pagamento da última importância, e;

II. Aquisição de um bem no valor “VP”, a ser quitado em


3.3.1 – Valor Presente da Série Antecipada.
parcelas iguais e sucessivas iguais a “R”, sendo que a
primeira parcela é quitada no momento da compra.
Efetuando o valor presente de cada um dos pagamentos
singulares, VPK, pode-se escrever o valor presente da série de
pagamentos postecipada como:

58
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
VP(SA) = VP1+ VP2+ VP3 + VP4 + ∙∙∙ + VPn Substituindo a expressão da soma da progressão
geométrica, S(PG), na série acima, fica definida a expressão do
Escrevendo cada termo da expressão acima em função Valor Presente, VP(SA) de uma série de pagamentos
de suas variáveis tem-se: antecipados:

VP1 = R (1  i)n  1
VP (sa)  R(sa)
VP2 = R ∙ (1 + i)−1 − 1 i  (1  i)n1
VP3 = R ∙ (1 + i)−2 − 1
VP4 = R ∙ (1 + i)−3 − 1 Ao se desejar conhecer o valor da prestação ou
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ pagamento, R(SA), conhecido o montante do Valor Presente,
[VPn = R ∙ (1 + i)−(n−1) − 1] VP(SA), parte-se da expressão acima. Então:

Substituindo o valor presente de cada pagamento  i  (1  i)n1 


individual em função do pagamento a ser realizado, tem-se o R(sa)  VP (sa)   
 (1  i)n  1 
valor presente da série, VP(sa):  

VP(SA) = R + R (1 + i) -1 + R (1 + i ) -2 + R ( 1 + i ) –3 + + R ( 1 + i ) -n

VP(SA) = R { 1 + ( 1 + i ) -1 + ( 1 + i ) -2 + ( 1 + i ) –3 + + ( 1 + i ) –n }
3.3.2 – Valor Futuro da Série Antecipada.
Analisando o termo entre colchetes, verifica-se ser este
um somatório e que pode ser associado a uma progressão Por definição, o valor futuro, VF(SA), de uma série de
geométrica decrescente, cujo primeiro termo corresponde ao pagamentos antecipada é definido no primeiro período
valor 1, o segundo ( 1 + i ) -1, o ultimo termo ( 1 + i ) –n sendo a subsequente ao do último pagamento. Ver Figura 3.4.
razão de decrescimento igual a (1 + i)-1.
A determinação do Valor Futuro da série antecipada
Como definido anteriormente, a soma de uma poderá ser efetuada, de modo mais expedito, partindo da
progressão geométrica decrescente é dada pela expressão expressão do Valor Futuro de uma série postecipada.
a(1  qn ) em que, substituindo pelos respectivos
S(PG)  Para tanto determina-se, inicialmente, o Valor Futuro da
1 q
Série Postecipada - “S”. Estabelecido o valor de “S” para o
(1  i)n  1 tempo t(n-1), o Valor Futuro da Série Antecipada – VF é definido
valores financeiros, chega-se a: S(PG) 
i  (1  i)n 1 ao se levar o valor de “S” para o período t(n).

59
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
No caso inverso, ao ser conhecido o Valor Futuro de
uma série antecipada, o valor da sua prestação, R(SA), é dado
VF(SP)≡S por:
VP(SA)

i
VF(SA) R(sa)  VF (sa)
R1 Rn {(1  i)n  1}  (1  i)

Recomenda-se cuidado na aplicação dessas fórmulas


0 1 2 3 4 n-1 n período que envolvam o valor futuro da série antecipada, pois ele é
medido um período após a conclusão do período de
Figura 3.4 – Valor Futuro de Série Antecipada
pagamentos.

Matematicamente, o valor futuro da série postecipada, é Como exemplo deste caso, seja a aplicação em
obtido ao se multiplicar o valor futuro da série antecipada, S, caderneta de poupança programada ou em título de
pelo fator de valor futuro de um pagamento único. capitalização. O primeiro pagamento da série ocorre no
momento em que é pactuado o contrato de aplicação. O ultimo
Então: VF(sa)  S  (1  i) momento da série ocorre um período após o ultimo pagamento,
já que este último pagamento deverá gerar juros por ainda mais
Isto porque, multiplicado por (1+i) cada termo de uma um período.
Série Antecipada, obtém-se o valor de cada termo da série no
momento seguinte ao de sua realização, passando, então, a se Memorize !
comportar como uma Série Postecipada, cuja soma já é
conhecida.
O VALOR FUTURO DE UMA SÉRIE UNIFORME ANTECIPADA

 (1  i)  1
n
 É DEFINIDO UM PERÍODO APÓS A DATA
S(sa)  R(sa)   

 i 
 DE SEU ULTIMO PAGAMENTO.

 (1  i)n  1 
VF (sa)  R(sa)   (1  i)
 i 
3.3.3 – Aplicação.

a) Você é um profissional liberal e associado a uma


cooperativa de crédito. A cooperativa oferece uma
60
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
remuneração de 1,25% ao mês para aplicação em
investimentos programados em títulos de capitalização.
Pergunta-se, qual a importância a ser investida visando Atenção:
adquirir um computador cujo preço é de R$ 5 mil no prazo
de quatorze meses? Sendo o caso em pauta associado a uma série antecipada, o
número de período “´n” da série corresponde à duração total
i
R  VF  pactuada para a operação, ou seja, 24 meses.
{(1  i) n  1}  (1  i)
A devolução do capital investido ou o Valor Futuro da série ocorrerá
um período após a realização do ultimo pagamento.
0,0125
R  5000   324,97R$
{(1,0125)  1}  (1,0125)
14

b) Calcular o montante de capital propiciado pela aquisição I - Valor Presente: VP = R  FVP (24; 2%)
de um título de capitalização pactuado à taxa de 2% ao
mês e contratado por um período de dois anos, nas
(1  i)n  1
seguintes situações: VP  R 
i  (1  i)n 1
 A valores da data de fechamento da operação, ou
seja, na data de hoje; (1,02)24  1
 E, o montante no final do período. VP  700   13.504,54D$
0,02  (1,02  i)23
O valor da prestação contratada foi de D$ 700,00 por
mês.
II - Valor Futuro: VF = R  FVF (24;2%)
R$ - Valor Presente
 n
 (1  i)  1 

VF = Valor Futuro VF  R    (1  i)

 i 

 
es

24
 (1,02) 1 
es

VF  700    (1,02)  21,721,21D$


m
24

R$ 700,00/mês
 0,02 
=

 
n

0 6 12 18 23 24 mês Deste modo, a aplicação mensal de D$ 700,00 pactuada


por um prazo de 24 meses à taxa de 2% ao mês,
61
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
corresponderá à importância de D$ 13.504,54 na data da sequência qualquer de pagamentos já que, em termos
aplicação e de D$ 21.721.21 no final do período. financeiros, diferir significa adiar a data do primeiro pagamento.

No fluxo de caixa representativo da operação, ficam


caracterizadas 24 prestações, pois a primeira delas ocorre na 3.4.1 – Metodologia.
data de fechamento da operação financeira. A última
prestação ocorre um mês antes do final do período, ou seja, no A determinação do Valor Presente de uma série diferida,
23º mês. VP(SD), é efetuada em dois passos:

1º passo - calcula-se o valor presente da série postecipada,


3.4 – Série Diferida. VP(k), como anteriormente demonstrado; Neste caso, o
momento inicial da série corresponde a um momento anterior
Uma série de pagamentos é dita diferida quando a ao do início de pagamentos;
primeira prestação ocorrer após o primeiro período. Ver Figura
3.5. 2º passo – disponível o valor presente da série postecipada,
VP(k), calcula-se o Valor Presente desejado, VP(SD). Para
O processo de calcular seja o valor presente, valor tanto, leva-se o valor de VP(k), a valor presente no momento
futuro, como a prestação de uma operação financeira em que o zero, ou seja, VP(SD).
primeiro pagamento é diferido, é um processo comum no VP (k )
comércio varejista. VP (SD) 
(1  i)k
Por sua vez, sabendo-se que o Valor Presente de uma
2º Passo 1 Passo
série uniforme postecipada composta por (n-k) pagamentos
iguais e consecutivos de valor R é dada por:

VP(0)
VP(k) VP(k) = R  FVP (n-k; i%)
R R R R
Período Ao se substituir a expressão de VP(k) acima, na
0 1 2 ∙∙∙∙∙∙∙ k k+1 k+2 k+3 ∙∙∙∙∙∙∙ n expressão de VP(SD), chega-se a expressão geral do valor
presente de uma série postecipada diferida.
Figura 3.5 – Modelo Série Diferida
R
VP(SD) = × FVP (n − k; i)
Qualquer tipo de série pode ser considerada diferida, seja (1 + i)k
ela uma série uniforme, uma série gradiente ou mesmo uma
62
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
É importante ressaltar que o momento k corresponde ao O terceiro passo corresponde ao calculo do valor
“momento zero” da série uniforme, isto é, o período que presente, como pagamento único, tendo como momento
precede o momento em que se iniciam os pagamentos. inicial a data da operação ou seja, a data zero.

1
VP(0) = R × FVP(n−k)¬i% ×
3.4.2 - Aplicação (1+i)k

a) Calcular o valor da prestação relativa à venda de um 1


300.000 = R × FVP7¬7% × (1+0,07)3
equipamento cujo preço monta a D$ 300 mil, negociado
em sete prestações iguais, mensais e consecutivas,
1
vencendo a primeira delas cento e vinte dias após o 300.000 = R × 5,3893 × = 𝑅 × 5,3893 × 0,8163 ∴
fechamento do negócio. A empresa adota uma TMA de (1 + 0,07)3
7% ao mês.
R = 72.966,12 D$/mês
Como primeiro passo, deve-se elaborar o diagrama de
fluxo de caixa do empreendimento.
b) A empresa Mercado Fácil oferta computadores a serem
O diagrama mostra que a série de pagamentos inicia no pagos em seis prestações iguais, mensais e consecutivas no
mês 4, sendo seu momento inicial referido ao mês 3. valor de R$ 588,00, sendo a primeira delas vincenda em
noventa dias. Qual o valor a ser pago a vista sabendo que a
Como segundo passo, calcula-se o valor presente da empresa pratica juros de 2% ao mês em seus financiamentos?
série tendo como momento inicial o mês 3.
R
VP (SD)   FVP ( n - k, i)
k
R$
(1  i)

588,00
R
VP (SD)   FVP ( 6, 2%)
2
Mês
(1  0,02)
2 4 6 8 10
588,00
300.000,00 VP(SD)   5,6014  3.165,74R$
1,0404

63
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
3.5 – Exercícios Propostos.
3.5.3 - A empresa “Só no Barato Varejão Ltda.” analisa a
3.5.1 - A empresa Seminovos Veículos Ltda. vende um aquisição de um lote de televisores junto à Quick-Delivery Lted.
automóvel, a vista, por R$ 110.000,00. Qual será o valor da Sabe-se que um lote contém 230 televisores e o preço de cada
prestação considerando um plano de pagamento para ser aparelho é de R$ 569,99. Esta empresa oferece cada lote de
quitado em 10 meses a juros de 7% ao mês? As prestações aparelhos nas seguintes condições:
deverão ser iguais, mensais e consecutivas.
 A vista com 20% de desconto;
Considere: 1º) plano com entrada no valor de R$ 10 mil,  Financiamento sem entrada, pago em quatro prestações
vencendo a primeira em trinta dias; 2º) plano sem entrada, iguais, mensais e consecutivas de R$ 179,99;
vencendo a primeira em trinta dias da operação; 3º) plano com  Financiamento em cinco parcelas iguais, mensais e
o valor da entrada igual ao valor das dez prestações mensais. consecutivas no valor de R$ 95,95 cada, com a primeira
parcela vincenda em 90 dias após a venda.
3.5.2 - O gerente da empresa Quick-Delivery Lted, empresa do
ramo de atacado, propôs ao “Controler” da mesma os A empresa Sónobarato Varejão Ltda. prevê colocar no
seguintes planos de pagamento visando à venda de lotes de mercado sessenta unidades por mês. O custo de capital
televisores Telecor, conforme abaixo. Os lotes vêm sendo praticado pelo Varejão é de 15% ao ano e adota um mark-up
vendidos, atualmente, por D$110.000,00, porém apresentando de 33%. Sendo você o diretor financeiro do Varejão pergunta-
crescente dificuldade de comercialização, dado o lançamento se: qual dos planos oferecido pela Quick-Delivery Lted será o
de novos produtos no mercado. escolhido?
Sendo o preço de aquisição dos televisores D$ 63.000,00 qual
será a decisão do Controler? 3.5.4 - Você vende um imóvel por D$ 36.000,00, para receber
nas condições abaixo. Qual seria o valor a vista da cada
Considerar uma taxa de desconto de 2,5% ao período. proposta, considerando as abaixo enumeradas, e sabendo que
b.1. À vista com 20% de desconto. você pratica um custo de capital é de 15% a.a.?
b.2. Dez pagamentos, sem entrada, iguais e consecutivos
no valor de D$10.099,00 por mês, vencendo a primeira  Com parte à vista e 60% do total no prazo de trinta dias.
em trinta dias da operação.  O 1º pagamento em 6 meses (50%) e o final em um ano.
b.3. Dez pagamentos mensais e consecutivos no  Em 12 pagamentos, iguais, mensais e consecutivos de D$
montante de D$10.777,00 por mês, sem entrada, com o 3.000,00.
primeiro pagamento ocorrendo após 120 dias contados  Em 8 pagamentos iguais, mensais e consecutivos de D$
da data da compra. 4.650,00.
b.4. Entrada e mais dez pagamentos mensais e  Considere as opções acima quando ocorrer uma inflação de
consecutivos, todos iguais e no valor de D$ 9.899,00 por 20,22% ao ano.
mês.
64
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
ao mês e adquirir o veiculo após dispor do capital
3.5.5 - Calcular o preço a vista de um produto, sabendo-se necessário?
que o mesmo é ofertado para pagamento em 5 parcelas. A
primeira equivalente a 30% do valor a vista, quitada no ato da 3.5.9 - Verifique se sua empresa, efetuando uma poupança
compra; As outras quatro parcelas, iguais e consecutivas, no mensal de US$ 2.500,00 aplicados à taxa de oportunidade de
valor de R$ 150,00 cada, vencíveis em 30/60/90/120 dias. 1,20% ao mês e após dez meses, disporá de recursos próprios
Considerar um custo de capital de 2% ao mês. para adquirir um equipamento cujo valor de mercado, hoje,
monta a US$ 26.000,00?
3.5.6 - Um fornecedor de computadores pessoais oferece o
modelo BO-800, a vista, por US$ 1.175,00. Ou, a prazo, em 3.5.10 - Um veículo cujo valor de venda, nesta data, é de R$
pagamentos iguais de US$ 80,00, sendo uma entrada e mais 24.500,00, foi anunciado para ser pago em dez prestações
20 pagamentos mensais e consecutivos. iguais, mensais e consecutivas no valor de 2.796,00 R$,
Verifique qual das duas situações lhe é mais interessante. A vencível a primeira em sessenta dias. O anunciante proclama
taxa de juros a ser estabelecida é a sua taxa de oportunidade. que os juros cobrados são de 1,5% ao mês, sem correção
monetária. Verifique se isto é verdade.
3.5.7 - Sua empresa necessita da importância de R$
175.000,00, no prazo de 15 meses, para ser aplicada num 3.5.11 - Analise a diferença, mensal e total, dos juros pagos
novo projeto de investimento. O banco onde operam oferece, quando da quitação de uma dívida no montante de R$ 28 mil.
para clientes institucionais, uma taxa de juros de 3% ao mês Os juros foram pactuados em 3,5% ao mês, nas seguintes
para contratos de capitalização programados. Quanto deverá condições:
ser o valor da aplicação mensal, para que sua empresa
disponha da importância citada no momento desejado?  Pagamento em seis prestações iguais, mensais e
consecutivas, com a primeira quitada na data da
3.5.8 - Você deseja adquirir um veículo cujo preço é de R$ operação;
36.000,00. Qual será a sua opção de negócio, entre as  A mesma situação anterior, porém sob a égide dos juros
seguintes situações: simples.

1ª) Adquirir o veículo por financiamento através do 3.5.12 - Considerando os coeficientes definidos no exercício
pagamento de 14 prestações mensais, iguais e anterior, pergunta-se qual será o valor da prestação de um
consecutivas, com juros pactuados à taxa de 26,8242% veículo cujo preço de tabela monta a R$ 36 mil, negociado nas
ao ano; seguintes condições: uma entrada equivalente a 30% do valor
do bem e o saldo quitado em cinco prestações iguais, mensais
2ª) ou, utilizando uma poupança mensal, cujo prazo é e consecutivas, vincendo a primeira em sessenta dias?
idêntico à anterior, com taxa de oportunidade de 1,3%

65
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
3.5.13 - Analise o interesse da empresa varejista, definida no É política da empresa disponibilizar aos clientes vários
exercício anterior, em promover a venda de seus produtos de planos de financiamento, todos apresentando prestações em
modo financiado e desestimular as vendas à vista, sabendo-se parcelas iguais, mensais e consecutivas.
que:
Plano de Financiamento
 A empresa não oferece descontos para vendas à vista; Prestação = k  valor financiado
 Sobre o preço de vendas a empresa recolhe um tributo Finan. Numero Data da 1ª Juros Coeficiente
Tipo Prestações Prestação Ao Mês Multiplicador
na ordem de 17% do valor agregado, recolhidos ao fisco
1 3 30 dias 1,50%
no mês da operação financeira; 2 3 60 dias 1,75%
 Sobre os ganhos de financiamento não incide o tributo 3 3 90 dias 2,00%
acima; 4 5 30 dias 1,50%
 A empresa pratica um mark-up de 35%; 5 5 60 dias 1,75%
 Aplicações realizadas no mercado financeiro rendem, 6 5 90 dias 2,00%
7 7 30 dias 1,50%
em média, 1,1% ao mês.
8 7 60 dias 1,75%
9 7 90 dias 2,00%
3.5.14 - Um veículo no valor de R$ 28 mil foi financiado em
seis prestações iguais, mensais e consecutivas, no valor de R$
Além disto, os clientes poderão optar pelo número de
5.254,71 cada, sendo que a primeira foi quitada na data do
prestações e por várias datas de início dos pagamentos,
fechamento do negócio. A taxa de juros pactuada para o
segundo o plano de financiamento exposto no quadro abaixo.
financiamento foi de 3,5% ao mês. Se fosse pactuado a juros
simples, deseja-se saber qual o valor da prestação a ser
Considerando que as prestações deverão ser definidas
cobrada.
com a incidência de diversas taxas de juros que variam
segundo a característica de cada tipo de financiamento,
3.5.15 - Um título com valor de face de R$ 290,00, vencido em
solicita-se estabelecer os multiplicadores dado as condições
31 de março de 2004 foi pago com 27 meses de atraso. O valor
abaixo.
pago montou a R$ 1.066,91. Deseja-se saber qual a taxa
efetivamente paga, bem como a taxa real de juros já que o
3.5.17 - Uma vantagem da obtenção de um diploma de curso
mesmo foi corrigido pelo INPC.
superior é a perspectiva de melhores ganhos futuros, em
comparação com os que não têm titulação. Existe a estima que
a graduação em uma faculdade tenha um custo equivalente de
3.5.16 -- Uma empresa varejista, visando orientar seus
$28.000 a preços da época da formatura.
vendedores, deseja estabelecer coeficientes multiplicadores
para facilitar o calculo das prestações de seus produtos.
Há o entendimento, também, que os benefícios de uma
formação superior se farão sentir durante quarenta anos de
66
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
vida profissional e que, em comparação com outros
profissionais não titulados, o mercado vem praticando um
salário de $3.000/ano superior, durante os dez primeiros anos
após a conclusão do curso.

Durante os dez anos subsequentes, dado o ganho de


experiência, ocorre uma previsão de renda anual superior em $
6.000 a de profissionais não graduados. E, durante os vinte
anos subsequentes o mercado vem apresentado um salário
superior em $12.000 acima daquele pago a pessoas não
graduadas. Admitindo que estas estimativas estejam corretas,
qual será a taxa interna de retorno prevista como resultado do
investimento em curso superior?

67
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
cada período. Assim, diferentemente do curto prazo, a
prestação nos empréstimos de longo prazo é composta de
4. Amortizações de Dívidas duas partes: os juros e a amortização.

PRESTAÇÃO = AMORTIZAÇÃO + JUROS DO PERÍODO


4.1 – Tipos de Sistemas.

O modo de pagamento de dívidas ou empréstimos é função A amortização corresponde à devolução do principal ou do


do prazo pactuado, do montante e dos juros contratados. capital tomado emprestado a cada período o que permite
reduzir o montante devido. Os juros, por sua vez, são
Sob a ótica do prazo, podem ser classificados em: de curto, calculados período a período sobre o saldo devedor
médio ou de longo prazo. apresentado no período imediatamente anterior ao daquele em
que se vai efetuar o pagamento de uma prestação qualquer.
Os empréstimos de curto e médio prazo geralmente
saldados num prazo de até três anos são calculados conforme No Brasil, o procedimento para amortização do saldo
anteriormente discutido, quando adotados os sistemas de juros devedor é definido por lei e deve ser efetuado em
simples e compostos. conformidade com o art. 6º, alínea “c”, da Lei nº. 4.380/64, que
diz:
Nestes casos, o capital tomado rende juros durante todo o
prazo pactuado. Como exemplos desses empréstimos, podem “c) ao menos parte do financiamento, ou do preço a ser
ser citados: compras a prazo realizadas no mercado varejista pago, seja amortizado em prestações mensais
de bens de consumo durável e os empréstimos em conta sucessivas, de igual valor, antes do reajustamento,
corrente realizados pelos bancos comerciais. que incluam amortização e juros.”

Os empréstimos de longo prazo são aqueles realizados com Dentro deste contexto, o novo saldo devedor somente
prazos superiores a dois ou três anos, sendo as importâncias deverá ser corrigido depois de amortizada parte da dívida
envolvidas mais vultosas do que as consideradas nos existente naquele período. Deste modo, a amortização
empréstimos anteriores. Esses empréstimos são, geralmente, efetuada em determinado período abate parte do saldo
adotados para o financiamento de bens de capital utilizados por devedor existente. Após esta operação é que será efetuada a
empresas e da casa própria, sendo operacionalizados por correção do saldo devedor, gerando um novo saldo devedor
instituições ou bancos de investimentos. para o período subsequente.

Nos empréstimos de longo prazo, os juros incidem somente Existem diversas metodologias para a quitação dos
sobre o saldo devedor e uma parte de principal é devolvida a empréstimos de longo prazo. E, elas são distintas segundo a
68
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
forma de calcular os juros ou a amortização. A seguir são fluxo de caixa da empresa seu valor é reduzido pela influência
apresentadas quatro das metodologias mais utilizadas: dos tributos que incidem sobre a renda.

 Sistema de amortização constante - SAC Finalizando, um fator a não ser menosprezado em


 Sistema de prestação constante - PRICE financiamentos é quanto à consideração de impostos, taxas e
 Sistema americano comissões, etc., aplicados sobre operações financeiras e que
 Sistema de amortização variável alteram a taxa real a ser paga pelo tomador do empréstimo.
 Sistema de amortização crescente – SACRE/CEF.
 Sistema Alemão Eles reduzem o valor real disponível pela empresa e podem
alterar a atratividade de algum financiamento ou projeto de
Conforme o contrato pactuado entre as partes, os juros investimento.
podem ser pagos, ou não, durante o prazo de carência. Por
prazo de carência é entendido como o período, ou períodos,
em que não ocorre o pagamento de amortizações. 4.2 - Sistemas de Amortização Constante - SAC

Ocorrendo a hipótese de não haver pagamento de juros 4.2.1 – A metodologia


durante o prazo de carência, eles são incorporados ao
principal. Nesse caso, o saldo a cada período fica acrescido No sistema de amortização constante, as prestações
dos juros vencidos e que são incorporados ao montante do são decrescentes e a amortização proporcional ao número de
financiamento. Sobre esse montante é que serão calculadas as períodos pactuados para a devolução do principal ou do saldo
prestações e as amortizações. devedor.

A individualização do valor da amortização e dos juros que SaldoDevedor


a
compõem cada prestação é importante para a escrituração PeríododeAmortização
contábil e da definição do fluxo de caixa líquido de cada
exercício. Definida a amortização, os juros são calculados, período
a período, sobre o saldo devedor existente no início do período,
A amortização é lançada no balanço patrimonial como conta sob a égide da matemática dos juros simples.
integrante do ativo imobilizado, registrando o aumento de
patrimônio da empresa. No caso de avaliação do fluxo de caixa A prestação, finalmente, é obtida somando o valor dos
da empresa é considerada por seu valor integral. juros à amortização anteriormente calculada.
Os juros são contabilmente lançados como conta de
despesa, integrando as contas de resultado do exercício. No

69
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
O sistema SAC permite o estabelecimento de prazo de 2º. Calcula-se o valor da amortização;
carência. Neste caso, os juros poderão, ou não, serem pagos
durante o prazo de carência. SaldoDevedor
a
PeríododeAmortização
Quando ocorre a dispensa do recolhimento de juros
durante a carência eles são incorporados ao principal gerando
3º. Calcula-se o valor dos juros sobre o saldo devedor;
um novo saldo devedor. E, é sobre esse novo saldo devedor
4º. A prestação do período é definida somando-se o valor
que a amortização deverá ser calculada.
da amortização ao valor dos juros calculados;
Prestação
5º. Calcula-se o novo saldo devedor diminuindo-se do saldo
havido no início do período o valor da amortização;
6º. Repete-se sucessivamente esta operação até ser
definido o valor da ultima prestação.

JUROS
4.2.2 - Exemplo.

AMORTIZAÇÃO Seja calcular a prestação relativa a um empréstimo no


Períodos montante de D$100.000,00 cujo prazo da operação foi
1 2 3 ............................................ n estabelecido em seis anos. Para tanto, foram pactuados juros
de 10% ao ano e um prazo de carência de trinta e seis meses
Financiamento em que os juros incorridos deverão ser pagos durante este
prazo.

Ano Saque Saldo Amortizaç Juros 10% Prestação


Fig. 4.1 – Modelo de Sistema Amortização Constante 0 100.000,00 100.000,00 - - -
1 - 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
2 - 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
3 - 75.000,00 25.000,00 10.000,00 35.000,00
4 - 50.000,00 25.000,00 7.500,00 32.500,00
O calculo da prestação, então, segue a seguinte 5 - 25.000,00 25.000,00 5.000,00 30.000,00
metodologia: 6 - - 25.000,00 2.500,00 27.500,00
Tot. - - 100.000,00 45.000,00 145.000,00
1º. Define-se o montante a ser financiado. Em caso de
carência, os juros poderão ser ou não incorporados ao
principal;

70
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
100.000,00 Como o valor da prestação é definido a priori, o
amortização   25.000,00D$ / ano
4 resultado obtido já engloba o valor dos juros e da amortização.

Neste caso, então, os juros são definidos, período a


período, sobre o saldo devedor. E a amortização de cada
4.3 - Sistemas de prestação constante período é obtida diminuindo do valor da prestação o montante
dos juros calculados.
4.3.1 - Conceituação
Adotando como nomenclatura: R(SP) = saldo devedor e
O sistema de prestação constante, também denominado R(SP) a prestação. E, sendo o valor da prestação definido
de Sistema Francês tem como característica principal a segundo a metodologia da série de pagamentos postecipada,
constância do valor das prestações. tem-se:

As prestações são consideradas como uma série R(SP) = S(SP) x FRC n¬i
uniforme de pagamentos postecipados.
Tendo sido pactuado prazo de carência, os juros
Prestação poderão ser pagos durante este prazo ou então incorporados
R$ ao principal, da mesma forma que no processo anterior.

No sistema em pauta, o valor da amortização é


crescente e o valor dos juros decrescente.
JUROS
Pelas próprias características do processo de cálculo, é
AMORTIZAÇÃO
possível ocorrer saldo devedor no final do contrato. Porém,
Períodos como foram estabelecidas, em número e valor, as prestações
1 2 3 .............................. n devidas, a dívida é quitada concomitantemente com o
pagamento da última prestação, havendo ou não ocorrência de
Financiamento saldo residual.

4.3.2 – Metodologia de Calculo.


Fig.4.2 – Modelo de Prestação Constante
A metodologia de calculo utilizada para definir prestação
e os seus parâmetros de amortização e juros é a seguinte:

71
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
1º. Define-se o montante a ser financiado. Em caso de
carência, os juros poderão ou não ser incorporados ao Per
Saldo Prestação Amortização Juros
principal; R$ R$ R$ I=10%
2º. Calcula-se o valor da prestação, considerando-a como 0 100.000,00 - - -
uma série postecipada; 1 83.620,25 26.379,75 16.379,75 10.000,00
2 65.602,53 26.379,75 18.017,72 8.362,03
3º. Calcula-se o valor dos juros sobre o saldo devedor; 3 45.783,03 26.379,75 19.819,50 6.560,25
(Juros)n = i × (Saldo Devedor)n-1 4 23.981,58 26.379,75 21.801,45 4.578,30
4º. O valor da amortização é definido ao se diminuir do valor 5 0,00 26.379,75 23.981,58 2.398,16
da prestação o valor dos juros do período.  131.898,75 100.000,00 31.898,74
Amortização = Prestação – Juros
5º. Calcula-se o saldo devedor para o próximo período:
Sn+1 = Sn – An 4.3.4 - O Sistema Price.
6º. Repete-se a metodologia até se obter os valores da
amortização e dos juros relativos à ultima prestação. O sistema Price é uma variante do Sistema Francês
largamente utilizado no comércio e definido com as seguintes
características:
4.3.3 - Exemplo.
a) Taxa de juros contratada em termos nominais, normalmente
Seja calcular o valor da prestação, dos juros e da referidas ao período de um ano.
amortização referentes a um empréstimo no montante de b) O pagamento das prestações comumente pactuado em base
D$100.000,00 a ser quitado em cinco anos, com juros mensal.
pactuados em 10% ao ano, em que não ocorre prazo de c) A taxa de cálculo utilizada é proporcional ao período da
carência. prestação, obtida a partir da taxa nominal.
É importante notar que as prestações correspondem à
uma série de pagamentos postecipada sendo eles iguais,
anuais e consecutivos.
4.4 – O sistema de amortização variável.
O valor da prestação é dado por: R = S  FRC(5¬10%).
4.4.1 – Conceituação.
Logo: R = 100.000,00  0,2637975 = 26.379,75 R$
O Sistema de Amortização Variável é um sistema que
difere dos anteriores, pois não existe definição de lei de
formação na definição das prestações ou da amortização.

72
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
O objetivo maior desse sistema é adequar a capacidade 4.4.2 - Metodologia
de pagamento do tomador ao fluxo de caixa a ser gerado pelo
projeto, visando o manter superavitário em todos os períodos. As prestações são determinadas conforme a seguinte
metodologia:
Nestas condições, tanto as amortizações como as
prestações podem variar a cada período.
1º Define-se o montante a ser financiado.
Os juros são calculados sobre o saldo devedor. E, em 2º O valor da amortização é estabelecido, para cada
havendo prazo de carência, podem ou não ser incorporados ao período, segundo a capacidade de pagamento do
saldo devedor. tomador;
Prestação 3º Calcula-se o valor dos juros sobre o saldo devedor;
R$
(Juros)n = iEFT × (Saldo Devedor)n-1
4º Define-se o valor da prestação para o período:
Pn = An + Jn
5º Calcula-se o saldo devedor para o próximo período:
Sn+1 = Sn – An
JUROS 6º Repete-se o processo até se chegar ao valor da ultima
prestação.
AMORTIZAÇÃO
Períodos
1 2 3 .................................................. n
4.4.3 – Comentários.
Financiamento
Como será visto no exemplo a seguir, o sistema de
amortização variável utiliza a matemática dos juros simples,
sendo utilizado em financiamentos nacionais ou internacionais.
Figura 4.3 – Modelo de Amortização Variável
Porém a taxa de juros efetiva, iEFT, adotada no calculo
dos juros pode ser variável a cada período, fato que altera o
Pelo exposto, este é um sistema extremamente flexível, valor previsto para a prestação.
cujo objetivo é manter a capacidade de pagamento do tomador
do recurso adequada às condições do fluxo de caixa, visando à Nesses casos, é pactuada uma taxa de juros real
estabilidade financeira da empresa. acrescida de uma taxa básica de juros que pode ser variável a
cada período.
73
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
iEFT = iReal+iBasica O valor dos juros é calculado sobre o saldo devedor
existente no início de cada período.
A taxa básica de juros varia de país para país sendo
determinada periodicamente pelos respectivos bancos centrais. A prestação, por sua vez, corresponde à soma dos
Como exemplos, no Brasil, ela é denominada de SELIC, nos valores acima:
Estados Unidos de Prime Rate e na Inglaterra de Libor.
Pn = An + Jn
No Brasil, na data em que foi escrita esta obra, a taxa
SELIC estabelecida pelo Banco Central estava no patamar de
14,25% ao ano. Per Saldo Amortização Juros 10% Prestação
0 100.000,00 - - -
Qualquer instituição financeira que pactuasse, nesta 1 100.000,00 - 10.000,00 10.000,00
data, um empréstimo à taxa real de 12,50% ao ano, estaria 2 100.000,00 5.000,00 10.000,00 15.000,00
praticando uma taxa efetiva de 22,75% ao ano. 3 95.000,00 5.000,00 9.500,00 14.500,00
4 90.000,00 5.000,00 9.000,00 14.000,00
5 85.000,00 7.500,00 8.500,00 16.000,00
6 77.500,00 10.000,00 7.750,00 17.750,00
4.4.3 - Exemplo. 7 67.500,00 12.500,00 6.750,00 19.250,00
8 55.000,00 15.000,00 5.500,00 20.500,00
Seja definir as prestações, os juros e a amortização de 9 40.000,00 20.000,00 4.000,00 24.000,00
um empréstimo no montante de D$100.000,00, contratado por 10 20.000,00 20.000,00 2.000,00 22.000,00
prazo de dez anos, sendo dois de carência e havendo o Soma - 100.000,00
pagamento dos juros relativos a este prazo.

A taxa de juros foi pactuada em 10% ao período sendo


as amortizações variáveis segundo proposta do tomador. 4.5 - O sistema americano.

O primeiro passo necessário ao estabelecimento do 4.5.1 - Metodologia.


valor da prestação é estabelecer, período a período, o valor da
amortização. O Sistema Americano é caracterizado por não ocorrer
amortização durante o prazo do contrato. Nestas condições, o
Ressalta-se que este valor é definido principal é quitado juntamente com a quitação da ultima
administrativamente segundo a necessidade em manter prestação.
positivo o fluxo de caixa da empresa.
Como o método prevê o pagamento da ultima prestação
em valor muito elevado, com os juros do período acrescido ao
74
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
principal, aumenta o risco do tomador em conseguir quitar a
mesma. Este fato inibe sua adoção por parte de tomadores de Per. Saldo Devedor Amortização Juros 7% Prestação
crédito e por organismos financiadores. 0 100.000,00 - - -
1 100.000,00 - 7.000,00 7.000,00
Ressalta-se que, tanto o sistema financeiro brasileiro, como 2 100.000,00 - 7.000,00 7.000,00
3 100.000,00 - 7.000,00 7.000,00
os organismos internacionais de crédito, via de regra, não
4 - 100.000,00 7.000,00 107.000,00
adotam esse sistema. Total 100.000,00 28.000,00 128.000,00

R$
4.6 – O sistema alemão.

Amortização 4.6.1 – Característica.

O sistema alemão, dado suas características, não


apresenta equivalência financeira entre o montante emprestado
Prestação = Juros e as respectivas contraprestações, dada uma taxa pactuada, A
equivalência financeira ocorrerá a uma taxa de desconto maior
Períodos
do que a pactuada, assunto a ser discutido no item 4.6.4.
1 2 3 ....................... n
Empréstimo As características deste sistema são três:

I. o pagamento dos juros vencíveis no período é


Figura 4.4 – Sistema Americano antecipado, ocorrendo o primeiro pagamento dos juros
no momento em que ocorre a operação financeira;
II. as demais prestações são iguais para todos os períodos;
III. ao ser paga a ultima prestação ocorre, apenas, a
devolução do resíduo do saldo devedor, porém esse
4.5.2 - Exemplo. resíduo tem o mesmo valor das demais prestações
pactuadas.
Como exemplo de aplicação do método americano, seja
um empréstimo no montante de R$ 100 mil, pactuado por um
prazo de quatro anos, a juros de 7,00% ao ano. Na Figura 4.5 é mostrado o modelo de fluxo de caixa do
sistema alemão.
75
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
P = amortização + Juros

J0=P P0= M  i
P1 = a1 + (M – a1 ) i
P2 = a2 + (M – a1 -+ a2)  i
Financiamento P3 = a3 + (M – a1 – a2 - a3)  i
1 2 3 4 .......... n-1 n
∙∙·········∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙········∙∙·········∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙········
Pn-1 = an-1 + (M – a1 – a2- a3 - ∙∙∙∙∙ - an-1 )  i
Per.
a1
Pn = an + (M – a1 – a2 – a3 - ∙∙∙∙∙ - a n-1 - an)  i = an
Pn=an Como as prestações são todas iguais, por definição,
J1 pode-se escrever: Pn-1 = Pn então;

Figura 4.5 – Modelo do Sistema Alemão an-1 + (M - a1 - a2- a3 - ∙∙∙∙∙ - an-1 )  i =


= an + (M - a1 - a2 - a3 - ∙∙∙ - an-1 - an)  i

4.6.2 – Relação entre Amortizações. an-1 = an - an  i  an-1 = an  (1- i)

Adotando como nomenclatura: M correspondendo ao a
a n  n1
capital inicial ou montante emprestado; J e a, representando, (1  i)
respectivamente, os juros e a amortização correspondente a
cada período. E, P o valor da prestação, pode-se escrever as
três principais características do Sistema Alemão:
4.6.3 – Determinação da Prestação.
 M = a1 + a2+ a3 + ∙∙∙∙∙ + an-1 + an
 P0 = J0 A determinação do valor da prestação no Sistema
 P1 = P2 = P3 = ∙∙∙∙∙ = Pn-1 = Pn Alemão é efetuada a partir da série de amortizações. Da
expressão acima, verifica-se que os valores das amortizações
Relacionando as prestações em função de suas estão em progressão geométrica cuja razão é {(n-1)-1}.
variáveis e sabendo que cada prestação corresponde à soma
dos juros e da amortização, tem-se:

76
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Escrevendo a progressão em ordem decrescente dos
termos visando facilitar a demonstração e os exprimindo em Sabendo que a expressão da soma de progressão
função do último termo, pode-se escrever a seguinte série: geométrica decrescente em que “a” corresponde ao primeiro
termo, “q” a razão e “n” o número de termos da série, é dada
an = an por:
an−1 = an × (1 − i)1
an−2 = an × (1 − i)2 a(1 − qn )
S(PG) =
an−3 = an × (1 − i)3 (1 − q)
an−4 = an × (1 − i)4 Substituindo na expressão acima os valores da
∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ progressão geométrica, obtém-se a expressão que define o
a2 = an × (1 − i)n−2 valor da prestação no Sistema Alemão:
[ a1 = an × (1 − i)n−1
𝑀×𝑖
𝑝=
Sabendo-se que o montante do financiamento 1 − (1 − 𝑞)𝑛
corresponde à soma das amortizações pode-se escrever, de
modo matemático:
4.6.4 – Equivalência Financeira.
M = a1 + a2 + a3 + ∙∙∙∙∙ + a n-1 + an
 Como já comentado anteriormente, o sistema alemão
M= an + an  (n-1) + an  (n-1)2 + an  (n-1)3 + ∙∙∙∙∙ + an  (n-
1 não apresenta uma equivalência financeira quando se
compara o valor do empréstimo com a soma das prestações
1)n-2 + an  (n-1)n-1
pactuadas à taxa estabelecida.
Por característica e definição do sistema alemão, a
A definição da taxa real ou efetiva de juros, neste
última amortização apresenta o mesmo valor da ultima
sistema, é efetuada de modo mais complexo.
prestação, ou seja, p = an. Assim a expressão acima pode ser
escrita da seguinte forma:
Para tanto, recomenda-se utilizar a fórmula de Karpin, o
método de Newton Raphson ou da bisseção, para a definição
M = p + an  (n-1)1 + an  (n-1)2 + an  (n-1)3 + ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ + da taxa real de juros, métodos a serem discutidos em capítulos
an  (n-1)n-2 + an  (n-1)n-1 posteriores.

Como os termos da amortização estão em progressão


geométrica, o valor financiado M, corresponde à soma de uma
progressão geométrica cujo primeiro termo é p e a razão (n-1).
77
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
M-Mi
a) Calculo da Prestação:

Financiamento 𝑀×𝑖 100.000 × 0,05


𝑝= ∴ 𝑝 = = 16.574,80𝑅$.
1 2 3 4 .......... n-1 n
1 − (1 − 𝑖)𝑛 1 − (1 − 0,05)7
Per.

Prestação b) Calculo das Amortizações:

Sabe-se que a ultima amortização corresponde à ultima


prestação. Então: a7 = p7.
Figura 4.6 – Modelo da Equivalência Financeira
an−1
an = ∴ an−1 = an × (1 − i) ∴
(1 − i)
A taxa real ou efetiva de juros pode ser equiparada à
Taxa Interna de Retorno do financiamento, já que o soma das
prestações equivale, financeiramente, ao valor do montante a6 = a7 (1 - 0,05) = 15.746,06 R$
recebido e corresponde a uma série de pagamentos
postecipada. Então:
c) Cálculo dos Juros: Os juros podem ser calculados de dois
modos. Fazendo incidir a taxa pactuada sobre o saldo devedor
M - Mi = p  FRC (n¬ iREAL%) 
ou diminuindo do valor da prestação o valor da amortização.
(1-i )  M = p  FRC (n¬ iREAL%)
Período Saldo Juros - Amortização Prestação
4.6.5 – Exemplo. 5%
0 100.000,00 5.000,00 - 5.000,00
1 87.816,00 4.390,80 12.184,00 16.574,80
Seja determinar o valor das prestações de um 2 74.990,74 3.749,54 12.825,26 16.574,80
empréstimo pactuado sob as seguintes condições: montante 3 61.490,46 3.074,52 13.500,28 16.574,80
contratado de R$ 100 mil; taxa de juros pactuada, 5% por 4 47.279,64 2.363,98 14.210,82 16.574,80
5 32.320,88 1.616,04 14.958,76 16.574,80
período; sete anos de duração, sem carência.
6 16.574,82 828,74 15.746,06 16.574,80
7 16.574,82 0,00 16.574,82 16.574,80
Os procedimentos de cálculo devem ser realizados na Total - - 100.000,00 -
seguinte ordem:

78
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Atenção! Visando corresponder à soma das Tanto o CES como o seguro possui uma metodologia
amortizações, exatamente, ao montante tomado, foi efetuado própria para sua definição, porém fugindo do escopo deste
um ajuste de R$ 0,02 no valor da amortização da ultima curso a sua análise.
prestação.
O seguro, por sua vez, é dividido em seguro do imóvel e
seguro pessoal, que abrange morte e invalidez e são dois
4.7 – O sistema de amortização crescente - SACRE. parâmetros a serem considerados no calculo da prestação.

4.7.1 – O Sistema Pelas regras da CEF atualmente em vigor, o saldo


devedor é atualizado anualmente pelo valor da TR, taxa
O SACRE, ou sistema de amortização crescente, é um referencial de juros utilizada no reajuste da poupança. Nos
sistema de financiamento criado pela Caixa Econômica Federal dois primeiros anos do financiamento e pode a, partir do
visando calcular a prestação dos empréstimos de aquisição da terceiro ano, ser feito trimestralmente, a critério da CEF.
casa própria.
Finalizando, para calcular o saldo devedor a cada
O objetivo do sistema é permitir a amortização de período em que ocorre o reajuste da prestação, o sistema
parcela expressiva do empréstimo no menor tempo possível e, utilizado é o de amortização constante. Porém, considerando a
caso ocorra uma inadimplência do mutuário, reduzir o risco de variação da TR, a amortização pode variar e mesmo diminuir,
perdas para a CEF. quando o valor desta for baixo.

O valor da prestação no sistema SACRE é definido pela


soma de duas variáveis básicas, quais sejam: o encargo 4.7.2 – A metodologia.
mensal - EM e o seguro, atendendo ao seguinte modelo:
As prestações são determinadas adotando a
PM = (EM × CES) + Seguro seguinte metodologia:

Uma característica do sistema é ter a prestação mensal 1º - Define-se o Encargo Mensal – EM


calculada em função do montante financiado e o seguro sobre
o valor de avaliação do imóvel. EM = juros + amortização

P
EM  P  i     P  (i  )
O CES é um parâmetro referente ao Coeficiente de 1
Equivalência Salarial, periodicamente atualizado pela CEF. n n

79
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Em que P corresponde ao saldo devedor e n o número Como exemplo de taxas e considerando financiamentos
de meses pactuados para amortizar o financiamento. realizados após 1994, na Categoria de Risco 6 a taxa definida
para a DIF é 0,02402 % e para a MIP é de 0,14429%.

2º - Define-se o parâmetro CES. 4º - Define-se o valor da prestação mensal.

O CES é fixado por circular da CEF. Para o exercício de Como já definido, a expressão da Prestação Mensal é
2006 foi estipulado em 1,12. dada por:
PM = (EM × CES) + Seguro
3º - Calcula-se o valor do seguro.
5º - Calcula-se a amortização.
O seguro, ou seja, a taxa do risco a incidir sobre o
financiamento é composta pela soma de duas variáveis: uma P
destinada a cobrir danos físicos ao imóvel e a outra para cobrir A  CES
n
o risco de morte ou de invalidez do tomador.
6º - Atualização monetária do financiamento.
Assim sendo, estas taxas de seguro são denominadas,
respectivamente, de: DIF, visando cobrir danos físicos ao É possível que tenha sito pactuado que para o calculo
imóvel; e MIP destinada a cobrir casos de morte ou de invalidez de cada prestação o valor financiado deva ser atualizado
do usuário. monetariamente, fato a ser considerado quando da quitação
das mesmas.
Seguro = DIF + MIP
7º - Calcula-se o novo saldo devedor.
As taxas de seguro, por sua vez, são calculadas em
função do valor do imóvel, da taxa de risco e do CES. SD n+1 = SDn – Amortização do período
DIF = valor da avaliação × taxa de risco × CES
MIP = valor da avaliação × taxa de risco × CES 4.7.3 – Exemplo.
A definição de cada taxa de risco deverá ser efetuada Seja calcular a prestação mensal relativa ao
após consulta à CEF. Ressalta-se que estas taxas variam financiamento de um imóvel avaliado em de R$ 500 mil, dos
segundo a categoria em que for classificado o imóvel. Para quais R$ 300 mil serão financiados pela CEF. Os juros foram
tanto é leva do em consideração o valor da avaliação do pactuados em 1,5% a.m. e o financiamento previsto para ser
imóvel, a idade do tomador e o prazo de quitação. quitado em 60 meses.

80
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
valores tendem a decrescer. Muito utilizado pela Caixa
a) Calculo do encargo mensal – EM. Econômica Federal, o Sacre tem recálculo das prestações
EM = 300.000 (0,015 + 1/60) corrigido anualmente pelo banco, nos dois primeiros anos do
EM = 9.500,00 R$. contrato, podendo ocorrer trimestralmente a partir do terceiro
ano.
b) Calculo dos seguros No final de cada ano, a Caixa levanta o saldo devedor e
DIF = 500.000 × 0,02402% × 1,12 = 134,51 aplica a correção pela variação do índice de reajuste dos
MIP = 500.000 × 0,14429% × 1,12 = 808, 02 depósitos na caderneta de poupança da pessoa física
Total do seguro = 942,53. (atualmente, a TR) acrescida as taxas de juros de 8%, 10,5%
ou 12%, de acordo com a modalidade de financiamento obtida.
c) Calculo do valor da prestação.
PM = (EM×CES)+ Seguro. Na Caixa, o prazo máximo de financiamento pelo Sacre
PM = (9.500,00 × 1,12) + (134,51+ 808,02) é de 20 anos, só podendo ser comprometida 30% da renda
PM = 10.640,00 + 942,53 = 11.582,53 R$ familiar, no máximo. No final do contrato, pelo sistema, não há
os desagradáveis resíduos a serem pagos pelo comprador.

4.7.4 - Comentários O exercício deste item 4.6 consta do sitio da internet


http://www.meusite.pro.br. Amortização pelo Sacre traz
O cálculo da prestação de um imóvel financiado é vantagens ao mutuário. Em 25.08.2006.
definido pelo sistema de amortização escolhido no ato da
compra. Das três opções oferecidas no mercado — Sistema de
Amortização Crescente (Sacre), Sistema Francês de 4.8 – Correção do saldo devedor.
Amortização (Tabela Price) e Sistema de Amortização
Constante (SAC) —, o Sacre tem se revelado o mais vantajoso 4.8.1 – Procedimentos.
para o mutuário.
Com o objetivo de repor o valor aquisitivo da moeda
Embora comece com prestações mensais mais altas, se corroída pelo efeito da inflação, efetua-se a correção do saldo
comparado à Tabela Price, o Sacre permite maior amortização devedor existente, segundo a periodicidade pactuada.
imediata do valor emprestado, porque reduz simultaneamente a
parcela de juros sobre o saldo devedor do financiamento. Essa correção é efetuada segundo algum índice de
previamente escolhido e atendendo a procedimentos
SD n+1 = SDn – Amortização do período legalmente aceitos.

Pelo sistema, as prestações mensais mantêm-se


próximas da estabilidade. No decorrer do financiamento, seus
81
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
No Brasil, dada a jurisprudência vigente, a correção do
saldo devedor é efetuada depois de quitada a prestação do 1º) Calcula-se o valor da amortização para o primeiro período:
período e efetuada a amortização do saldo devedor. SCn 1
an 
per.amortizar
Consequentemente, o saldo devedor a render juros no
período seguinte, SDn, é definido atualizando monetariamente o 2º) Calcula-se o montante dos juros do primeiro período
saldo devedor do período anterior, SCn-1,apos ser abatido o relativo ao capital tomado:
valor de amortização do saldo devido nesse período anterior. Jn = i × SCn-1

SDn = (SCn-1 – amortizaçãon-1) × (1+Φ) 3º) Define-se o valor da prestação:


Pn = an + Jn
4.8.2 – Metodologia. 4º) Calcula-se o novo saldo devedor:
SDn = SCn-1 - a
Seja definir o valor da prestação, dos juros e da
amortização referentes a cada período de um empréstimo a ser 5º) Atualiza-se o índice de correção e define-se o fator de
quitado em cinco prestações anuais. Foram pactuadas as correção do saldo devedor.
seguintes condições:
In
 A taxa de juros estabelecida em 10% ao ano; 6º) Corrige-se o saldo devedor: SCn  SDn 
 O sistema de pagamentos ocorrerá por amortização In 1
constante, SAC;
 O saldo devedor corrigido pela variação anual do INPC. 7º) Repete-se o procedimento até ser obtida a ultima
prestação. Os juros e a amortizações de qualquer
Adotando como nomenclatura: SDn representando o período subsequente são calculados tendo por base o
saldo devedor num período qualquer n; SCn-1 exprimindo o saldo devedor corrigido.
saldo devedor no período anterior ja corrigido segundo o índice
pactuado; a, sendo o valor da amortização; n, o número de
períodos a amortizar, Jn correspondente ao montante dos juros
devidos no período n; e In o índice pactuado relativo ao período
n, qualquer.

Os procedimentos necessários à determinação das


prestações são os seguintes:
82
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

Determinação das Prestações


4.8.3 – Aplicação ao Sistema SAC. Per Saldo Saldo Amorti- Juros
Prestação
Amortizado Corrigido zação 10%
0 250.000,00 - - - -
Como aplicação, seja calcular as prestações de um 1 200.000,00 218.885,00 50.000,00 25.000,00 75.000,00
financiamento de um equipamento no valor de R$ 250 mil, a 2 164.163,75 188.357,88 54.721,25 21.888,50 76.609,75
ser quitado em cinco anos, com juros pactuados a 10% ao 3 125.571,92 138.610,55 62.785,96 18.835,79
período, sob o sistema da amortização constante. O saldo 4
devedor deverá ser corrigido segundo a variação anual do 5
INPC ocorrida no período.
Por facilidade de entendimento dos procedimentos
efetuados na determinação das prestações expostos da
INPC tabela acima se demonstra, a seguir, os cálculos das três
Período Exercício Índice Fator de Correção primeiras prestações.
0 01.01.2001 1,8798 -
1 01.01.2002 2,0573 1,094. 425 Solicita-se que o interessado realize os cálculos das
2 01.01.2003 2,3605 1,147. 378 prestações faltantes.
3 01.01.2004 2,6056 1,103. 834
4 01.01.2005 2,7654 1,061. 329 1ª Prestação:
5 01.01.2006 2,9050 1,050. 481
Na primeira prestação, tanto os juros como a
amortização são calculados sobre o capital inicial tomado, ou
seja, R$ 250 mil. Não incide correção sobre este valor.
Calculo do Saldo Corrigido
Saldo Períodos Fator de Saldo
Amortização Valor da 1ª prestação:
Devedor a amortizar Correção Corrigido
250.000,00 - P1 = a1 + J1
200.000,00 5 50.000,00 1,094425 218.885,00 P1 = 50.000+25.000 = 75.000,00 R$
164.163,75 4 54.721,25 1,147378 188.357,87
125.571,91 3 62.785,96 1,103834 138.610,54 Amortização:
SC0 250.000,00
69.305,27 2 69.305,28 1.061329 72.803,87 a1    50.000,00R$
72.803,87 1 72.803,87 1,050481 --- per.amortizar 5

Montante dos Juros:


J1 = 250.000,00 × 0,10 = 25.000,00R$.
83
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
3ª Prestação.
Saldo Devedor:
SD1 = SD0 – a1 Valor da 3ª prestação:
SD1 = 250.000,00 – 50.000,00 = 200.000,00 R$ P3 = a3 + J3
P3 = 62.785,96 + 18.835,79 = 76.609,75 R$
Saldo Corrigido:
I 2,0573 Amortização:
SC1  SD1  1  200.000   218.885,00R$ SD2 188.357,88
I0 1,8798 a3    62.785,96R$
per.amortizar 3
2ª Prestação:
Montante dos Juros:
Valor da 2ª prestação: J3 = SD2 × i
P2 = a2 + J2 J3 = 188.357,88 × 0,10 = 18.835,79 R$.
P2 = 54.721,25 + 21.888,50 = 76.609,75 R$
Saldo Devedor:
Amortização: SD3 = SD2 – a3
SC1 218.885,00 SD3 = 188.357,88 – 62.785,96 = 125.571,92 R$
a2    54.721,25R$
per.amortizar 4
Saldo Corrigido:
I
Montante dos Juros: SC3  SD2  3
J2 = SD1 × i I2
J2 = 218.885,00 × 0,10 = 21.888,50R$. SD3 = 125.571,92 × 1,103. 834 = 138.610,55R$

Saldo Devedor:
SD2 = SD1 – a2
SD2 = 218.885,00 – 54.721,25 = 164.163,75 R$ 4.9 – Exercícios.

Saldo Corrigido: 4.9.1 - Seja um empréstimo de 1 milhão de reais a ser quitado


I em sete anos, com pagamentos anuais, a juros de 9% a.a. e
SC2  SD1  2 carência de dois anos.
I1
SD2 = 164.163,75 × 1,147378 = 188.357,88 R$

84
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Durante o prazo de carência, também não ocorrerá o 2ª – Utilizando financiamento de um banco de investimentos,
recolhimento dos juros devidos. Calcular as prestações e os que pratica o sistema Price a taxa de 22,0 % ao ano,
juros a serem pagos pelo credor considerando: financiáveis em dez anos, sem carência.
Para ambos os casos definir: o valor da prestação mensal e os
O sistema de amortização constante; juros.
 O sistema de prestações constantes. Sabe-se que a TMA da empresa é de 14% ao ano.

4.9.2 - Comparar o montante dos juros pagos, bem como o


montante do valor das prestações, face os sistemas 4.9.6 - Considerando a aplicação efetuada no item 4.7.2,
especificados para o calculo de cada financiamento recalcular as prestações adotando o sistema de prestação
considerado no exercício “a”. constante.

4.9.3 - Uma construtora contraiu junto ao BNH um empréstimo


de 200 mil CUB a ser pago em 10 prestações anuais e 4.9.7 - Verifique se o calculo da prestação esta correto.
consecutivas. Qual será a composição da prestação anual, O caso em questão refere-se a um contrato de compra e
juros e principal, no Sistema Francês quando os juros venda de bem imóvel e mútuo com alienação fiduciária em
pactuados são de 8% ao ano? (Estabeleça a data da operação garantia. Condições do contrato:
financeira).
- Valor do bem financiado: R$ 82. 000,00;
- Valor pago com recursos próprios: R$ 42.000,00;
4.9.4 - Partindo dos dados especificados no exercício “b”, pede- - Valor financiado pela CEF: R$ 40.000,00;
se calcular as prestações devidas. O saldo devedor deverá ser - Valor da garantia fiduciária: R$ 82.000,00;
atualizado anualmente, segundo a taxa anual de inflação - Sistema de Amortização: SACRE.
abaixo. -Prazo Amortização: 240 Meses
- Taxa Anual Nominal de Juros (%): 12,0000%
Período 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º - Taxa Anual Efetiva de Juros (%): 12,6825%
Inflação % 3,00 4,50 6,80 8,50 10,10 12,20 15,70 - Encargo Inicial – prestação (a + j) = R$ 566,66
- Seguros = R$ 39,36
- Total a pagar = 39,36 + 566,66 = R$ 606,02
4.9.5 - Sua empresa deseja substituir um equipamento cujo - Vencimento: 09/07/2001
valor de mercado é de R$ 125 mil, no prazo de 18 meses. Para - Atualização dos Encargos: nos dois primeiros anos as
tanto, estuda duas hipóteses: prestações de amortizações + juros + prêmios de seguros,
1ª – Efetuar a aquisição utilizando recursos próprios, através de serão recalculados a cada 12 meses, levando em conta a
uma poupança programada com juros pactuados de 1.25% ao data inicial do contrato (08/08/2001 a 08/08/2002 e
mês. 08/08/2003). A partir do 3º ano, tais valores poderão ser
85
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
recalculados trimestralmente, no dia correspondente ao da
assinatura desde contrato, caso venha ocorrer o 4.9.9 - Seja definir o valor da prestação, dos juros e da
desequilíbrio econômico-financeiro deste contrato. amortização referentes a cada período de um empréstimo no
montante de R$ 300 mil, a ser quitado em cinco prestações
anuais. Foram pactuadas as seguintes condições:
4.9.8 - Uma empresa em fase de expansão obtém um  A taxa de juros estabelecida em 10% ao ano;
financiamento no montante de R$ 4,8 milhões a ser liberado  O sistema de pagamentos ocorrerá por prestação
em três parcelas quadrimestrais, segundo o pactuado nos itens constante;
I e II.  O saldo devedor corrigido pela variação anual do INPC.
Solicita-se:
4.9.10 - Uma empresa visando implantar um novo projeto de
 As planilhas que demonstrem o valor de cada prestação, produção obteve um financiamento no montante de R$ 750
os juros incorridos e a amortização a ser efetuada; mil. Solicita-se a elaboração do diagrama de fluxo de caixa
 O custo efetivo, mensal, do empréstimo; associado ao empreendimento, bem como o valor das
 Efetue o diagrama de fluxo de caixa do financiamento. prestações, da amortização e dos juros incorridos.

Tabela - I Cláusulas pactuadas


Critério de liberação das parcelas Valor em R$ item Condições Contratuais
1ª parcela - assinatura 1.300.000,00 Taxa nominal de juros 9 % ao ano
2ª parcela - 1º quadrimestre 3.000.000,00 Período de capitalização Semestral.
3ª parcela - 2º quadrimestre 500.000,00 Comissão de abertura 0,5% do valor do contrato cobrado no ato
Tabela - II de crédito sobre o valor de adjudicação do contrato de
Condições pactuadas Encargos total do financiamento. financiamento.
Taxa nominal de juros 9% ao ano Taxa de administração 0,25% do saldo devedor, paga junto com a
Período de capitalização Quadrimestral prestação.
Comissão de abertura de crédito 0,5% no ato de liberação junto com Imposto sobre 1% sobre o total geral.
sobre o valor total do financiamento. a 1ª parcela. operações financeiras – Valor tomado, valor dos juros e da
Imposto sobre operações 1% sobre o total geral. IOF. Valor financiado comissão de abertura de crédito.
financeiras – IOF. Valor tomado, valor dos juros e da junto com as prestações
comissão de abertura de crédito. Carência Dois semestres.
Carência Quatro (4) quadrimestres. Juros durante a carência Serão pagos
Juros durante a carência Serão pagos Prazo do financiamento 5 anos
Prazo do financiamento 5 anos Sistema de amortização Prestação constante
Sistema de amortização SAC Período de amortização Semestral
Período de amortização Quadrimestral Saldo devedor O saldo devedor é reajustado
semestralmente pela variação do INPC.

86
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

4.9.11 - Calcular o valor das prestações dos financiamentos abaixo qualificados.

I – Sistema de Amortização Constante – SAC.

a. - Financiamento sem carência com juros de 10% quitados a cada período. Operação de sete anos.

SAC sem carência


Per. Saldo Saldo Amortizado Amortização Juros – 10% Prestação
0 250.000,00
1
2
3
4
5
6
7
Total

b. - Financiamento com carência de três anos e Juros NÃO quitados durante a carência. Operação de sete anos.

SAC com carência


Per. Saldo Saldo Amortizado Amortização Juros – 10% Prestação
0 250.000,00
1
2
3
4
5
6
7
Total

87
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c - Financiamento com três anos de carência. Juros de 10% ao ano não quitados durante a carência. Prestação corrigida pela
variação anual do INPC.
Operação pactuada em janeiro de 2.000. Prestações anuais.

SAC com correção monetária e carência


Saldo Índice de
Índice de Saldo Corrigido Prestação
Per. Amortizado Correção AMORTIZAÇÃO Juros - 10% aa
Inflação SC = AS x IC P=A+J
AS IC = ÍN ÷ I0
1/00 250.000,00 - - - - -
1/01
1/02
1/03
1/04
1/05
1/06
1/07
Total
Metodologia: 1º Passo: 2º Passo:

1º - Calcular a amortização para o 1º período sobre o saldo financiado; 1º - Para o 2º período calcular o valor da
2º - Definir o valor dos juros; amortização sobre o saldo corrigido do 1º
3º - Calcular a prestação: P = A + J. período.
4º - Calcular o saldo amortizado; .............
5º - Definir o saldo corrigido ao aplicar o fator de correção monetária Repetir o processo anterior.
sobre o saldo amortizado; Obs: a amortização do período subsequente é
sempre calculada sobre o saldo corrigido.

88
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
II – Método da Prestação Constante – Francês.

a - Financiamento sem carência com juros de 10% quitados a cada período. Operação de sete anos.

Sistema Francês sem carência


Per. Saldo Saldo Amortizado Prestação Juros – 10% Amortização
0 250.000,00
1
2
3
4
5
6
7
Total

b. - Financiamento com carência de três anos. Juros NÃO quitados durante a carência. Operação de sete anos.

Sistema Francês com carência


Per. Saldo Saldo Amortizado Prestação Juros – 10% Amortização
0 250.000,00
1
2
3
4
5
6
7
Total

89
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

c. – Financiamento de R$ 250.000,00 com três anos de carência, com base em prestações anuais.
Juros de 10% ao ano, pactuados para não serem quitados durante o prazo de carência.
As prestações deverão ser corrigidas pela variação anual do INPC.
Operação pactuada em janeiro de 2.000.

Prestação constante com atualização monetária


Saldo Índice de Saldo Juros - 10%
Índice de PRESTAÇÃO Amortização
Per. Amortizado Correção Corrigido AA
Inflação P A=P-J
SA IC = IN ÷ I0 SC = AS x IC J
1/00 250.000,00 - - - - -
1/01
1/02
1/03
1/04
1/05
1/06
1/07
Total
Metodologia: 1º Passo: 2º Passo:

1º - Calcular a prestação para o 1º período sobre o saldo 1º - Para o 2º período calcular o valor da
financiado; prestação sobre o saldo corrigido do 1º período.
2º - Definir o valor dos juros; .............
3º - Calcular a amortização: A = P - J Repetir o processo anterior.
4º - Calcular o saldo amortizado; Obs: a prestação do período subsequente é
5º - Definir o saldo corrigido ao aplicar o fator de correção sempre calculada sobre o saldo corrigido do
monetária sobre o saldo amortizado; período anterior.

90
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
5. Qual a taxa de rentabilidade de uma aplicação financeira.
5. –Engenharia Econômica. Cabe ao analista de investimentos propor, desenvolver e
hierarquizar o conjunto de alternativas de investimentos
disponíveis.
5.1 – Conceituação.
Porém, deve ter em mente que a decisão de eleger
Por definição, a engenharia econômica corresponde à qualquer delas é prerrogativa do empresário, ou do decisor, a
área do conhecimento cujo objeto é a decisão sobre quem caberá a palavra final sobre aquela a ser eleita e a
alternativas financeiras de investimentos. melhor oportunidade em deflagrar esse processo.
Como premissa para a tomada de decisão, a aplicação
dos métodos de engenharia econômica ocorrerão havendo a
existência de alternativas de investimentos possíveis de serem
comparadas. Não havendo alternativas não haverá decisão a Atenção !
tomar.
Dada a assertiva acima, toda a
As técnicas da Engenharia Econômica baseiam-se na metodologia de análise de
investimentos se apoia no sistema de
ciência denominada Matemática Financeira que, com já visto,
descreve as relações da equivalência de capital sob a ótica do
binômio TEMPO E DINHEIRO. juros compostos quando trata do
estabelecimento de padrões de
Para que qualquer alternativa seja considerada num comparação de capital ou na decisão
processo de decisão há que se estudar a sua viabilidade e,
deste modo, responder aos seguintes questionamentos: quanto à escolha da melhor das
alternativas propostas de projetos de
1. Qual o incremento de riqueza que uma alternativa investimentos.
propiciará sendo realizada;
2. Qual o tempo de retorno do capital inicialmente aplicado;
3. Qual a máxima taxa de desconto possível de ser adotada
e o projeto permanecer viável;
4. Qual a taxa de rentabilidade adotada em proposta de
investimento.

91
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
esse capital é apropriado no item Ativo Não Circulante do
balanço patrimonial.
5.2 – Análise de Viabilidade.
O capital de giro representa os recursos necessários à
5.2.1 - Conceito de Viabilidade. operação quotidiana do projeto. Ele compreende os
investimentos em: necessidades mínimas de caixa; salários e
Estudar a viabilidade de um projeto significa quantificar encargos sociais necessários para os primeiros períodos de
suas premissas, construir a projeção dos fluxos de caixa e operação do projeto; estoques de matérias primas, de produtos
verificar se o projeto propicia um aumento de riqueza. em elaboração e de produtos acabados; custos administrativos;
financiamento de vendas; etc.
5.2.2 – Premissas.
Contabilmente, esse tipo de capital é apropriado em
As premissas que permitem analisar a viabilidade de um contas do ativo circulante.
projeto, geralmente, são as seguintes:
Exige cuidado a definição do nível de aporte de capital
1) O orçamento de investimento; de investimento, pois ocorre um comportamento distinto no
2) As projeções operacionais; fluxo nos dois tipos de investimento durante a vida do
3) O horizonte do prazo do investimento ou tempo de vida empreendimento.
do projeto;
4) O custo de capital, ai considerando o capital próprio e o No caso do capital de giro, recomenda-se avaliar a
de terceiros; oscilação do mesmo para cada nível de produção, pois
5) As fontes de recursos disponíveis. ocorrerá uma exigência distinta no nível de demanda de capital
de giro a cada nível de produção considerado.

5.2.2.1 - Orçamento de Investimento


5.2.2.2 – Projeções Operacionais
O orçamento de investimentos considera dois tipos de
capitais: o investimento em capital fixo ou imobilizado e o As projeções operacionais de um projeto de
investimento em capital de giro. investimento são constituídas pelas estimativas de:

O investimento em capital fixo ou imobilizado engloba  Demanda do Produto;


todo aquele investimento que não entrará no “giro” dos  Preço de Venda do Produto;
negócios tais como: terrenos, obras civis, equipamentos,  Custos de Produção a cada nível de demanda.
despesas de engenharia, montagens, administração do projeto,
despesas financeiras durante a construção, etc. Contabilmente,
92
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

A demanda do produto corresponde à previsão da Ao ser iniciado um processo produtivo, o faturamento


quantidade do mesmo a ser vendida a cada período de tempo. inicia com valor zero, cresce a taxas crescentes e a partir da
quantidade ótima passa a crescer a taxas decrescentes.
Normalmente, esta quantidade varia com o tempo. Via
de regra, é crescente até alcançar a quantidade máxima de R$
produção instalada e, decrescente quando o produto fica
tecnologicamente ultrapassado ou prescindível pelos Faturamento
consumidores.
Ponto Ponto
O preço de vendas pode ser estimado de dois modos: Equilíbrio Equilíbrio
Inferior Superior
I. Acompanhando o preço praticado pelas empresas Lucro
líderes de mercado; Máximo
II. Ou, impondo o próprio preço ao mercado.
Custos Totais
Nestes dois casos recomenda-se definir o próprio preço, a
partir do orçamento de custo, dos tributos exigidos e do lucro
desejado para poder avaliar a própria situação de lucratividade
e comparar o seu preço frente ao praticado pelo mercado. Produção

QEinf Qótima QEsup


Finalizando, é importante analisar o custo de produção a
ser incorrido a cada nível de demanda. Economia Deseconomia
De Escala De Escala
Considerando que, em especial, os custos variáveis
oscilam com a quantidade produzida, há de se observar e Figura 5.1 - Relações de Produção
analisar qual a quantidade ótima de produção que permite
realizar o lucro máximo. O custo total é função da soma dos custos fixos com os
custos variáveis para cada nível de produção. Ele já se inicia
E, para tanto, observar qual a quantidade de produção no valor do custo fixo existente no momento que a produção. É
que permite economia de escala e a quantidade, ou ponto zero. Assim, os custos totais são crescentes com o aumento de
ótimo de produção, a partir do qual se entra num processo de produção.
deseconomia de escala.
𝐂𝐓 = 𝐂𝐅𝐢𝐱𝐨 + 𝐂𝐕𝐚𝐫𝐢á𝐯𝐞𝐥 = 𝐂𝐃𝐢𝐫𝐞𝐭𝐨 + 𝐂𝐈𝐧𝐝𝐢𝐫𝐞𝐭𝐨
A Figura 5.1, mostra um modelo de relação de produção.
93
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Esta é uma recomendação natural para investimentos de
Lucro = Faturamento − Custo Total maior risco. Também não se deve comprar um imóvel sabendo
que será necessário vendê-lo em seis meses. É melhor esperar
Dado o comportamento do faturamento e dos custos um momento adequado, que pode ser de seis meses, mas
totais, conforme Figura 5.1, ocorrem duas quantidades de também pode não ser.
produção em que o lucro é zero. São os pontos de equilíbrio
inferior e o superior. É interessante notar que, ao termino da vida do projeto,
havendo Investimento Fixo e/ou Capital de Giro residual, eles
A quantidade ótima de produção, Qótima, que propicia o devem ser incorporados ao fluxo de caixa, como uma entrada
lucro máximo se situa entre as quantidades QEinf e QEsup. de caixa, ao final do mesmo.
Graficamente, ocorre quando a distância entre a curva de
faturamento e a do custo total é máxima.
5.2.2.4 – O Custo de Capital

5.2.2.3 – Horizonte do Investimento. O custo de Capital é, matematicamente, definido como a


taxa “ï” a ser adotada nos estudos financeiros da empresa,
Por definição, horizonte de investimento, tempo de vida para o desconto de seus projetos.
ou de operação de um projeto corresponde ao espaço de
tempo que se pretende operar um empreendimento ou o tempo Esta taxa, denominada de taxa de rentabilidade, é taxa
que o leva à obsolescência. de remuneração desejada pelos proprietários pela
remuneração do capital próprio aplicado. Pode receber,
Teoricamente, o horizonte de investimento de qualquer também, as denominações de: taxa de mínima atratividade,
ativo financeiro ou de um ativo real depende do tempo taxa de oportunidade, custo de oportunidade, taxa de desconto
estabelecido para obter um melhor retorno. da empresa.

Assim, quando se compra ações, regra geral, os Conceitualmente, a taxa de juros difere da Taxa de
analistas recomendam ter um horizonte de longo prazo. Oportunidade, mesmo que, matematicamente, o tratamento a
ser dado a estes dois tipo de taxas possa ser idêntico.
Embora as ações possam ser vendidas a qualquer
momento, o ideal é que o investidor participe neste mercado Isto porque, por definição, a taxa de juros corresponde à
com uma estratégia de ganhar dinheiro no longo prazo. Não remuneração do capital paga pela utilização de um capital de
convém aplicar hoje em ações o dinheiro que será usado para terceiros.
pagar a prestação da casa própria amanhã, por exemplo.
A Taxa de Oportunidade, por sua vez, é a taxa
estabelecida para a remuneração da aplicação de capital
94
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
próprio. Ela corresponde à menor taxa de remuneração Conceitua-se fluxo de caixa, como uma série de
desejada por uma empresa, ou um capitalista, para a pagamentos e recebimentos de dinheiro, distribuídos no tempo.
remuneração de seus recursos, ao serem consideradas
alternativas que apresentem a mesma taxa de risco. O processo de análise financeira e a elaboração do
fluxo de caixa projetado podem ser realizados disponíveis as
seguintes informações:
5.2.2.5 – Fontes de Recursos.
 Avaliação da variação da demanda do produto durante o
Consideram-se fontes de recursos os fornecedores dos horizonte de projeto;
capitais necessários à implantação de um projeto e,  Preço de Venda do Produto;
basicamente, são:  Custos de Produção a cada nível de demanda;
 Alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro e o
 Capital Próprio; faturamento;
 Capital de Terceiros.  Utilização do capital próprio ou de terceiros;
 Valor residual dos ativos imobilizados a serem
O custo do capital próprio corresponde à remuneração alienados;
desejada pelo proprietário da empresa ou pelo acionista pela  Taxa de mínima atratividade ou de retorno do capital;
utilização do capital empregado em qualquer projeto capital  Horizonte do projeto.
empregado.

O custo de capital de terceiros corresponde à


remuneração do aporte de capitais provenientes de 5.3.2 - Diagrama de Fluxo de Caixa – DFC.
empréstimos de curto prazo ou de financiamentos de longo
prazo. O “diagrama de fluxo de caixa” é um instrumento que
permite visualizar clara e concisamente uma série de fluxos de
caixa.
5.3 – O Fluxo de Caixa.
Graficamente ele é representado em um gráfico
5.3.1 – Conceituação. cartesiano onde, em abscissas, fica determinada a linha dos
tempos e, em ordenadas, o valor monetário de cada fluxo de
A análise da viabilidade financeira de investimentos é caixa singular. Ver Figura 5.2 – Diagrama de Fluxo de Caixa.
realizada realizando o estudo do fluxo de caixa projetado e
associado a cada uma das alternativas desenvolvidas. Neste diagrama, receitas ou entradas de dinheiro são
representadas por setas voltadas para cima, sinal (+).

95
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Pagamentos ou saídas de dinheiro representadas por setas
voltadas para baixo, sinal (-). i - O fluxo de caixa de um período equivale à soma algébrica
das entradas e saídas de caixa que ocorrem durante o
O diagrama de fluxo de caixa, então, expressa mesmo.
graficamente o resultado ou saldo das movimentações de caixa ii - Lançar como investimento, apenas os capitais demandados
havidas em determinado período. pelo projeto;
iii - A priori, não há a consideração de risco ou incerteza.
R$ iv - O montante de capital próprio empregado no projeto e o
pagamento de dividendos;
F6 Fn v - A entrada de capital de dívidas, juros e amortizações, não
F5 vinculados ao projeto;
F4
F3 vi - O reinvestimento de fundos gerados pelos projetos.
F2
vii - Decisões financeiras realizadas antes do início anterior
do projeto em análise.
1

tempo
A representação gráfica dos fluxos de caixa deve
2 3 4 5 6 n atender às seguintes convenções:
F1
 Seta voltada para cima representando um fluxo de caixa
F0
superavitário ou positivo;
Figura 5.2 – Diagrama de Fluxo de Caixa
 Seta voltada para baixo representando um fluxo de caixa
negativo ou deficitário;
Recomenda-se, especialmente ao iniciante no assunto,  Cada fluxo de caixa é considerado no momento final do
desenhar o diagrama de fluxo de caixa dos projetos em período em que tenha ocorrido.
análise. Este procedimento facilita o acompanhamento e
entendimento do comportamento do fluxo associado a cada
alternativa em análise e permite um adequado tratamento 5.3.3 – Calculo do Fluxo de Caixa.
matemático ao processo de calculo.
5.3.3.1 – Modelo do Fluxo de Caixa.
5.3.2.1 – Premissas e Convenções.
Considerando que um fluxo de caixa, Fk, registra o
somatório líquido do somatório das saídas e entradas de caixa
A correta montagem dos diagramas de fluxo de caixa, havidos num período, k, genérico.
DCF, exige o cumprimento das seguintes premissas:
96
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Tendo por nomenclatura:
O lucro representa o resultado da dedução das
a) Receitas, Rec, que correspondem ao faturamento ou despesas indiretas, custos de produção ou tributos pagos, no
ganhos a serem auferidos pelo projeto, motivo da razão período, do valor das receitas havidas.
social da empresa;
Lucro = Σ Receitas – Σ Despesas,
b) Despesas, correspondendo ao somatório dos custos
diretos, dos custos indiretos e dos tributos incidentes Portanto, pode ocorrer a existência de lucro em um
diretamente sobre o faturamento; determinado período e o fluxo de caixa ser negativo. Basta,
para isto ocorrer, a realização de um grau de investimento
c) Investimentos, correspondendo ao somatório das superior ao somatório do lucro, das deduções e do valor
inversões realizadas em ativo imobilizado, sejam eles residual havidos no período.
imóveis, equipamentos ou veículos e em capital de giro;
A constatação da assertiva acima pode ser efetuada
d) Deduções são os incentivos fiscais que podem ser pela análise da expressão abaixo, ao se substituir na
considerados como despesas e que permitem reduzir o expressão geral do fluxo de caixa os somatórios das receitas e
lucro antes da provisão para o imposto de renda e da despesas pela expressão do lucro. Então:
contribuição social sobre o lucro líquido. Especialmente
o montante da depreciação dos ativos imobilizados Fk = Lucro – Investimentos + Deduções + VR
ocorrida no período;
Do acima exposto e, especialmente, da análise da
e) Valor residual, VR, que expressa o montante do valor expressão do fluxo de caixa, Fk, pode-se deduzir:
das desmobilizações ocorridas no final do projeto devido
à venda dos bens imobilizados e, também, ao retorno do  As deduções e o valor residual reduzem o imposto a
capital de giro inicialmente investido. pagar, melhoram a disponibilidade de caixa.
 Pode ocorrer fluxo de caixa negativo, mesmo tendo sido
apurado lucro no exercício, dependendo do volume
O valor do fluxo de caixa em dado período k é dado pelo monetário aplicado em investimentos.
modelo:

Fk = Σ Rec(k) - Σ Desp(k) – Inv(k) + Ded(k) + VR(k) 5.4 – Valor Presente.

Alerta-se ao leitor que o conceito de fluxo de caixa transcende 5.4.1 – Valor de um Ativo.
ao conceito de lucro.
97
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Define-se, financeiramente, como sendo o VALOR de um 1
ativo ao valor presente líquido do somatório dos fluxos de caixa VP  VF
(1  i) n
descontados que ele for capaz de gerar, considerando o valor
da moeda no tempo.
E, “n”, representa o número de períodos em que
Decorre dessa definição que o VALOR PRESENTE LÍQUIDO ocorrerá a entrada de caixa e “i”, a taxa de desconto ou TMA,
de um ativo, ou de qualquer projeto de investimento, é pactuada.
equivalente à quantidade de riqueza que ele poderá gerar,
expressa em valores monetários e medida na data de sua $ VF
análise.

O Valor Presente Líquido, então, é a metodologia


proposta para medir o acréscimo, ou incremento, de riqueza
período
propiciada pela implantação de um projeto de investimento. n

VP(p) = Δ RIQUEZA VP

Figura 5.3 – Valor Presente Fluxo Único


A metodologia leva esta denominação de valor presente
líquido, pois considera todas as entradas e saídas de caixa
associadas ao projeto, fato que permite medir o incremento de 5.4.2.2 - Valor Presente de Múltiplos Fluxos de Caixa.
riqueza por ele propiciado e expresso em valor monetário.
No caso de ocorrer múltiplos fluxos de caixa, conforme
Figura 5.2, o valor presente líquido associado a um projeto p
5.4.2 – Calculo do Valor Presente Líquido. corresponde ao somatório dos fluxos de caixa individuais.

5.4.2.1 - Valor Presente de Fluxo de Caixa Único. De modo sintético, pode ser expresso pela seguinte
expressão matemática canônica, em que, F0, corresponde ao
Como já visto no item 2.3.3 – Valor Presente e Valor Futuro, fluxo de caixa inicial no momento zero e Fk o fluxo de caixa
o valor presente VP de um único fluxo de caixa, VF, é dado previsto para ocorrer no período k:
pelo modelo abaixo, em que VP e VF correspondem,
respectivamente, a uma única saída ou entrada de caixa. n Fk
VP(p)  Fo  
k 1(1  i)
k

98
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Como será visto no Capítulo-6, disponíveis os diagramas
de valor presente das alternativas vinculadas a um projeto,
Ou, de forma extensiva, pelo polinômio: torna-se mais fácil e definir adequadamente qual delas propicia
o maior incremento de riqueza.
F1 F2 F3 Fn
VP (p)  Fo    
(1  i)1
(1  i) 2
(1  i) 3
(1  i)n
R$
Valor Presenete do fluxo de
caixa descontado à taxa de
Alerta-se, ao ser analisado qualquer projeto de 4% ao período.
investimento ou um conjunto de alternativas de investimentos,
para se e elaborar tanto o diagrama de fluxo de caixa como o
de valor presente de cada alternativa de projeto, no intuito de VP(4%)
visualizar o comportamento de cada fluxo de caixa singular.

Tal procedimento evita surpresas no processo de


tomada de decisão, conforme será visto em capítulo posterior.
i%
4 8 12 16 20
5.4.3 – Diagrama de Valor Presente. 0

Figura 5.4 – Diagrama de Valor Presente – Projeto Convencional


Um importante instrumento utilizado para a análise do
comportamento de qualquer fluxo de caixa é o Diagrama de
Valor Presente.
É interessante ressaltar que a curva representativa da
Este diagrama exprime, no eixo das abscissas as taxas função valor presente líquido, expressa na Figura 5.4, se
de desconto ou TMA e, em ordenadas, o valor presente do comporta de modo decrescente, contínua e convexa, quando
fluxo de caixa descontado à taxa de “i%” ao período. referida a projetos de investimento convencionais.
Investimentos definidos e classificados no item 5.6.
O exemplo exposto na Figura.5.4, mostra o diagrama de
um fluxo de caixa descontado a taxas de desconto que variam Ao serem analisadas alternativas de projetos de
entre 4 a 20% e onde é evidenciado o Valor Presente vinculado investimentos não convencionais, nada se pode afirma a priori
à taxa de desconto de 4% ao período. quanto ao comportamento da curva. Ver Fig.5.5.

99
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Isto porque, é possível ocorrer valores presentes Nestes casos, recomenda-se elaborar graficamente o
negativos entre valores presentes positivos, fato que pode diagrama de valor presente visando amparar a análise de
induzir o analista a erro ao elaborar suas recomendações. decisão, e definir corretamente as taxas de desconto que
propiciem valores presentes positivos e as que propiciam
valores negativos.
R$

5.4.4 – Exemplo de Aplicação.

Seja, como exemplo de obtenção de um diagrama de


valor presente, um projeto representado pelo seu fluxo de
caixa:
i%
850 450 520 570 630 680 320
4 8 12 16 20 VP  1200       
0 (1  i) (1  i)
1 2
(1  i) 3
(1  i) 4
(1  i) 5
(1  i) 6
(1  i)7

Figura 5.5 – Diagrama de Valor Presente – Projeto Não Convencional Resolvendo o polinômio acima para cada uma das
seguintes taxas de desconto: 0,0 %; 3%; 6%; 9% e 12%;
obtém-se o valor presente líquido associado a cada uma das
No diagrama da Figura 5.5, é possível verificar a taxas, conforme disposto na tabela abaixo.
existência de valores presentes positivos, ocorrendo entre as
taxas de zero a 6%. Entre as taxas de 6% a 12% ocorrem Valores Presentes em R$
valores presentes negativos. Entre 12% a aproximadamente Per. i = 0% i = 3% i =6% i =9% 12%
19% ocorrem, novamente, valores presentes positivos. A partir 0 - 1.200,00
de 19%, os valores presentes são negativos. 1 - 850,00
2 450,00
Constata-se, então, que o projeto é viável entre taxas de 3 520,00
4 570,00
zero a 6% e de 12 a 19%. Sendo inviável para TMA’s entre 6 e 5 630,00
12% e, acima de 19%. 6 680,00
7 320,00
Sob a ótica matemática, isto quer dizer que o polinômio ∑ 1.120,00 754,36 449,67 194,25 -21,08
representativo da função valor presente líquido pode Figura 5.6 – Tabela de Valores Presentes dos Fluxos de Caixa
apresentar diversas raízes reais.

100
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
investidores que praticam taxas de desconto, ou seja, TMA’s
R$
inferiores a 11,6%.

Para investidores que pratiquem Taxa de Mínima


1.200
Atratividade superiores a 11,6%, o projeto torna-se inviável, já
que os valores presentes passam a apresentar valores
1.000
negativos.
800

600
5.5 – A TMA: Taxa de Mínima Atratividade

400
5.5.1 – Conceito de TMA.

200
Por definição, a Taxa de Mínima Atratividade, TMA,
corresponde à menor rentabilidade desejada para a
0,00 remuneração de um projeto. Ela corresponde à remuneração
i%
3 6 9 12 15 das alternativas de investimento em análise.
-200
Assim a TMA é a taxa de desconto, i, ao se calcular o
Valor Presente Líquido - VP(p) associado às diversas
alternativas do projeto. Ver Figura 5.8, onde é mostrada uma
Figura 5.7 – Diagrama de Valor Presente
determinada TMA e o valor presente a ela correspondente.
n Fk
VP(p)  Fo  
k 1(1  i)
k
Solicita-se preencher os dados faltantes na tabela da
Figura 5.5, o que permite definir o valor presente do projeto
𝐹1 𝐹2 𝐹3 𝐹𝑛
para cada TMA especificada. 𝑉𝑃(𝑝) = 𝐹0 + + + + ⋯ +
(1 + 𝑖) (1 + 𝑖)2 (1 + 𝑖)3 (1 + 𝑖)𝑛
Com os dados obtidos, segundo expresso na ultima
linha da tabela da Figura 5.6: 1.120,00; 754,36; 449,67; 194,25; Como já comentado, havendo diversas alternativas de
-21,08; pode-se traçar o diagrama de valor presente líquido do investimentos propostas para a aplicação de um mesmo
fluxo de caixa, conforme diagrama expresso na Figura 5.7. capital, deverá ser adotada a mesma TMA ≡ i para o calculo do
valor presente líquido de cada uma delas. Isto porque, não há
Analisando o diagrama do valor presente, é possível sentido financeiro comparar valores presentes associados à
constatar que o projeto em questão passa a ser viável para
101
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
alternativas de investimentos descontados à taxas distintas ou,
noutras palavras, remunerados segundo parâmetros diferentes. A TMA pode ser definida sob a ótica do investidor ou da
empresa.
R$
a) Se investidor: Neste caso, o investidor singular determina, a
seu talante, a taxa de remuneração desejada para o capital
disponível a ser investido.

a) Se empresa: No caso das empresas, a TMA corresponde à


remuneração desejada pelos acionistas, sendo expressa
pelo custo médio ponderado do capital da empresa.
VPL>0 Função Valor
Presente Líquido (GITMAN, 2001).

O custo médio ponderado de capital expressa o custo


de todos os capitais mobilizados para financiar a empresa, a
i% saber: capital próprio, capital de terceiros e financiamentos de
curto e longo prazos.
TMA TIR
Matematicamente e partindo dos balanços da empresa
Figura 5.8. - TIR & TMA
pode-se, também, definir a TMA como:

Lucro
TMA  i 
PL  FLP
Obtidos os valores presentes de cada alternativa, as
mesmas podem ser hierarquizadas segundo o aumento de Em que: o lucro é definido pelo valor registrado no DRE;
riqueza quer propiciam. Basicamente, a alternativa que o PL, Patrimônio Líquido, corresponde ao total do patrimônio
apresentar o maior incremente de riqueza será considerada líquido registrado no Passivo; e, o FLP, representa o valor total
como a mais interessante. dos financiamentos de longo prazo registrados em contas do
exigível de longo prazo.
A taxa Interna de Retorno – TIR, corresponde à taxa que
zera função valor presente líquido. Ou seja, é a raiz do Considerando o balanço de uma empresa expresso nas
polinômio representado pelo respectivo fluxo de caixa. Figuras 5.9 a 5.11, o valor da TMA ≡ i, é dado por:

5.5.2 – Definição da TMA.


102
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
195.293,60
𝑖= = 0,1236 → 12,36%
1.509.358,23 + 71.104,34

Pelo exposto, o custo de capital ou taxa de desconto da


empresa é de 12,36 %. 3 - DRE R$
3.1 Receita Operacional Bruta + 956.712,25
3.2 Deduções à Receita (Tributos + Descontos) (-) 147.764,69
3.2.1 - Tributos 140.376,26
5.6 – A TIR – Taxa Interna de Retorno 3.2.2 - Descontos 7.388,43
3.3 Receita Operacional Líquida = 808.947,56
3.4 Custo de Produtos Vendidos (-) 470.370,65
A Taxa Interna de Retorno – TIR pode ser definida sob 3.4.1 – Produto A 92.630,65
duas óticas: 3.4.2 - Produto B 178.230,00
3.4.3 – Serviços Técnicos 199.510,00
3.5 Lucro Operacional Bruto = 338.576,91
a. Matematicamente, corresponde àquela taxa que zera a
3.6 Despesas Operacionais. (-) 40.267,59
função Valor Presente Líquido. Logo, é a raiz da função 3.6.1 - Despesas com Vendas 1.237,04
Valor Presente Líquido. 3.6.2 - Despesas Gerais e Administrativas 39.030,55
3.7 Lucro Operacional Líquido - EBITDA1 298.309,32
b. Financeiramente, ela índica a maior rentabilidade que um 3.8 Depreciação (-) 5.500,00
projeto pode oferecer. 3.9 Amortizações (-) 4.166,51
3.10 Resultado Financeiro (-) 2.728,54
3.10.1 – Juros Recebidos (+) 4.194,35
3.10.2 – Juros Pagos (-) 6.422,89
3.11 Lucro Operacional = 254.531,74
3.12 Resultado Não Operacional + 5.004,01
3.12.1 - Receitas Não Operacional 7.004,01
3.12.2 - Despesas Não Operacional (-) 2.000,00
3.13 Lucro Antes do Imposto de Renda - LAIR = 259.535,75
3.14 Provisão p/ o Imposto de Renda – 15%+10% (-) 40.883,93
3.15 Contribuição Social s/ o Lucro Líquido – 9% (-) 23.358,22
3.16 Lucro Líquido do Exercício = 195.293,60
Figura 5.9 – Modelo de Demonstrativo de Resultados do Exercício

(1) EBITDA = Earnings before interest, tax, depreciation, and amortization.


Esta é a expressão utilizada em língua inglesa para o lucro operacional líquido. Ou
seja, o lucro antes da incidência de juros, taxas, depreciação e amortização.
103
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

1 - Ativo R$
1.1 - Circulante 712.823.08
1.1.1. Caixa e Bancos 44.653.73
1.1.2. Recebíveis de Clientes 121.033.96
2 - Passivo R$
1.1.3. Aplicações Financeiras 23.872,07
2.1 - Circulante 294.039,54
1.1.4. Prov. Devedores Duvidosos (-) 4.430,51
1.1.5. Impostos a Compensar 1.037,12 2.1.1. Bancos 61.325,00
1.1.6. Estoques Produtos Acabados 220.000,00 2.1.2. Fornecedores 165.895,52
1.1.7. Estoques de Produtos em Elaboração 57.197,70 2.1.3. Obrigações Fiscais a Recolher 10.181,46
1.1.8. Estoques de Matérias Primas 70.934,41 2.1.4. Encargos Sociais 11.283,18
1.1.9. Adiantamentos a Fornecedores 9.663,58 2.1.5. Encargos Trabalhistas 10.500,00
1.1.10. Contratos de obras 160.000,00 2.1.6. Outras Obrigações 30.070,75
2.1.7. Provisões 4.783,63
1.2 – Não Circulante 1.275.176,92
1.2.1 – Realizável em Longo Prazo 216.408,27 2.2 – Exigível de Longo Prazo 184.602,63
 1.2.1.1 – Créditos em Coligadas 13.085,87
2.2.1. Financiamentos a Pagar 71.104,34
 1.2.1.2 – Financiamentos a clientes 103.322,40
2.2.2. Débitos em Coligadas 13.469,61
 1.2.1.3 - Contratos futuros 100.000,00
2.2.3. Contratos p/ Entrega Futura 100.028,68
1.2.2 - Investimentos 430.347,00
2.3 – Patrimônio Líquido 1.509.358,23
 1.2.2.1 – Empresa A 130.347,00
2.3.1. Capital Social 1.156.110.00
 1.2.2.2 – Empresa B 300.000,00
2.3.2. Reservas de Capital 95.545,85
1.2.3 – Imobilizado 578.282,57 2.3.3. Reservas de Lucro 62.408,78
 1.2.3.1 - Imóveis 370.000,00 2.3.4. Lucros Acumulados no exercício 195.293,60
 1.2.3.2 - Equipamentos 100.282,57
2.4 - Total do Passivo 1.988.000,00
 1.2.3.3 - Veículos 129.600,00
Figura 5.11 – Modelo de Balanço Patrimonial – Contas de Passivo
 (-) Depreciações 21.600,00
1.2.4 - Intangível 50.139,08
 1.2.4.1 - Softwares 20.139,08
 1.2.4.2 - Patentes 30.000,00
1.4 - Total do Ativo 1.988.000,00
Figura 5.10 – Modelo de Balanço Patrimonial – Contas de Ativo

104
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

5.7 - Previsão de Fluxo de Caixa.

5.7.1 – Modelo de Procedimento.


Fluxo de Caixa R$ mil R$ mil R$ mil R$ mil R$ mil
Exercício 2.011 Ago Set Out Nov Dez
A definição do fluxo de caixa a ocorrer em cada período
vindouro é um processo de previsão dos recebimentos e 1 - Recebimentos 326 523 550 606 630
pagamentos futuros, investimentos a serem realizados, tributos Vendas a vista 42 137 144 159 170
a serem pagos, deduções fiscais e depreciação dos ativos; e Contas a Receber 149 219 230 254 260
do valor residual disponível ao final do projeto. Outros 0 80 84 92 90

2 - Tributos 55 87 92 101 110


Um modelo de procedimento recomendável para a
elaboração dos fluxos de caixa projetados é seguir modelo 3 - Custos de Produção 80 129 136 150 155
contábil do DRE – Demonstrativo de Resultado do Exercício. Insumos 32 52 48 60 65
Mão de Obra + ES 38 61 56 71 71
Eletricidade 10 16 15 19 19
O exemplo da Figura 5.12, mostra a composição dos
fluxos de caixa projetados, relativos aos meses de agosto a 4 - Despesas 203 226 245 260 268
dezembro de 2.011, e que permite analisar, o fluxo de caixa Fornecedores 77 89 106 118 124
projetado e, também, o nível de disponibilidade de caixa a cada Honorários 50 60 60 60 60
período. Salários 29 30 32 35 35
Aluguel 25 25 25 25 25
Impostos 22 22 22 22 24
O objetivo, então, é projetar: os recebimentos ou
faturamentos futuros, preferencialmente em função da 5 - Depreciação +8 +12 +12 +12 +12
capacidade de produção prevista para cada exercício; os
custos diretos de produção; as despesas indiretas sejam elas 6 – Lucro do Exercício -4 93 89 107 109
administrativas ou de vendas; os investimentos em ativos e em 7 - Investimentos - 97 - 32 - 94 - 94 0
capital de giro; a depreciação e a os possíveis incentivos Equipamentos 67 32 94 94 0
fiscais. Capital de Giro 30 0 0 0 0

Há que ressaltar que o valor residual dos investimentos 8 - Fluxo Caixa Líquido -111 61 -5 13 109
9 - Saldo Caixa Anterior 145 34 95 90 103
resultante da venda dos ativos ao final do projeto, acrescido do 10 - Saldo Caixa - Final 34 95 90 103 212
retorno do capital de giro devido ao encerramento da produção, Fig.5.12 – Previsão de Fluxo de Caixa
não constam do DRE. Porém, seu valor é considerado no
ultimo período do fluxo de caixa.
105
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
A importância em conhecer a influência dos tributos e
Analisando o Fluxo de Caixa da Figura 5.12, verificam- da depreciação na composição de um fluxo de caixa e, em
se: fortes investimentos nos quatro primeiros meses; dois consequência no calculo do Valor Presente é porque os
fluxos negativos nos meses de agosto e outubro; mensalmente, tributos reduzem o valor do fluxo de caixa. E, a depreciação, ou
um crescente nível de caixa. qualquer outra dedução fiscal, aumentam o fluxo de caixa pois
reduzem tributos a pagar.
5.7.2 – Informações Gerenciais.
O conteúdo deste item é circunscrito a contratos da
indústria da construção civil, considerando as situações de
Disponível a previsão dos fluxos de caixa, o gestor
empreitada ou de serviços. (2)
dispõe de informações para avaliar os saldos disponíveis de
caixa e, deste modo, ter condições para:
5.8.1 – Influência dos Tributos.
i) Analisar a viabilidade e o comportamento dos fluxos
financeiros de projetos; No Brasil, os tributos influenciam o Fluxo de Caixa de
ii) Verificar a necessidade de investimento em capital de giro dois modos: i) diretamente sobre o faturamento; ii) sobre o
quando a projeção do fluxo de caixa do projeto prever a lucro do exercício – LAIR. Recomenda-se analisar o exposto no
ocorrência de saldo negativo; exemplo da Tab.5.1 – Demonstrativo do Resultado do
iii) Estabelecer a época e a oportunidade de implantar novos Exercício, onde é mostrada a incidência dos tributos.
projetos ou aplicação de capital em havendo previsão de
expressivo saldo de caixa. É interessante ressaltar que, conforme a opção tributária
iv) Conhecer o saldo final de caixa ao fim de cada período ao da empresa há que se considerar, separadamente, tributos
se somar o saldo de caixa existente em período anterior.
incidentes sobre o faturamento e sobre o lucro.
O calculo do fluxo de caixa para cada período, k, em I – Opção pelo Lucro Real.
função da quantidade a ser produzida, q, é realizado utilizando
o seguinte modelo matemático: Neste caso, os tributos incidentes sobre o faturamento
são: o ISS, de competência municipal; o ICMS, de competência
Fk = Σ Rec f(q) - Σ Desp f(q) – Invest. + Deduções + V. Residual estadual; o Pis/Pasep, o COFINS e o IPI, estes de competência
federal.
5.8 – Tributos e Depreciação.

(2) Os conceitos de empreitada e de serviços são aqueles a que se refere o


Código Civil, Lei nº 10.406 de 10.01.2002.
106
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Considerando que esses tributos incidem diretamente
sobre o faturamento, eles podem ser tratados na formação do Alerta-se que não existe o benefício da na formação do
fluxo de caixa como sendo uma despesa operacional. fluxo de caixa quando a opção tributária ocorra sob o regime do
lucro presumido.
O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido, CSLL, incidem sobre o Lucro antes da provisão O fluxo de caixa, então, observa o seguinte modelo:
para o imposto de renda, LAIR.
Fk = Σ Rec(k) - Σ αFAT Σ Rec(k) - Σ Desp(k) - Inv(k) + VR(k)
Genericamente e inexistindo tributação, um fluxo de
caixa é dado pelo seguinte modelo: Há que se ter cuidado com a compreensão da
nomenclatura adotada para os fluxos de caixa, pois, caso a
Fk = Lucro – Inv + Ded + VR opção seja pelo lucro real, αFAT corresponde, apenas, à soma
das alíquotas do IR e da CSLL.
Ao considerar o IR e a CSLL, eles atuam reduzindo o
lucro operacional e também sobre a depreciação, pois esta Caso seja o lucro presumido, αFAT corresponde ao
melhora o Lucro Líquido do Exercício. somatório das alíquotas do ISS, do ICMS, do Pis/Pasep, do
COFINS, do IR e da CSLL.
Denominando a soma das alíquotas dos tributos
incidentes sobre o faturamento de αFAT, o modelo acima pode
ter a seguinte notação: 5.8.2 – Influencia da Depreciação.
αFAT = αIR + αCSLL
A depreciação é uma dedução fiscal que permite abater
Fk = Lucro - αFAT Lucro - Inv + αFAT Ded + VR a cada exercício fiscal, como se despesa fosse, um percentual
do investimento efetuado em ativos, a exceção de terrenos.
Fk = (1 - αFAT) Lucro - Inv + αFAT Ded + VR
Este procedimento reduz o imposto de renda a pagar,
Fk = (1 - αFAT) Σ Rec(k) - (1 - αFAT) Σ Desp(k) – Inv(k) + fato que melhora o lucro do exercício. Porém este benefício
αFAT Ded(k) + VR(k) somente é utilizado quando a opção fiscal tenha sido pelo lucro
real.

Por definição, o valor da depreciação é função do tempo


II – Opção pelo Lucro Presumido ou o Simples.
de vida fiscal do bem, definido pela legislação.
Neste caso todos os tributos incidem sobre o
faturamento.
107
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Existem vários métodos de depreciação. Porém, será
considerado o método comumente aceite pela Legislação a) Investimento Simples ou Empréstimo.
Brasileira.
O investimento simples ou empréstimo é caracterizado
Assim sendo, a depreciação, d, é dada pela razão entre por apresentar uma única variação de sinal em seu fluxo de
o valor do bem conforme lançado na conta do Ativo Imobilizado caixa. Ver o projeto nº S1 da Figura 5.13 – Tipificação dos
e o tempo de vida do mesmo, conforme estabelecido na Fluxos de Caixa.
legislação fiscal do imposto de renda.
Além disto, o primeiro fluxo de caixa deve ser
Valor do Bem caracterizado por uma saída de caixa, ou seja, um movimento
d= negativo, seguido por uma série de fluxos de caixa positivos.
Tempo de Vida

A depreciação participa da expressão do fluxo de caixa, Este caso é o que comumente ocorre em operações de
Fk, conforme modelo do item anterior, sendo o valor da crédito pessoal ou empréstimos à pessoa física, tais como:
depreciação do período multiplicado pela alíquota do Imposto aquisição de um bem de consumo durável a exemplo de
de Renda incidente sobre o DRE da empresa. eletrodoméstico e automóvel financiado pelo comércio
varejista; empréstimos pessoais realizados por bancos
comerciais.
5.9 – Classificação dos Investimentos.
Investimento Simples ou Empréstimo
Os investimentos podem ser classificados segundo a Nº F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12
variação dos fluxos de caixa ou conforme a disponibilidade dos S1 - + + + + + + + +
recursos para investimentos.
Investimento Convencional
F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12
5.9.1 – Pela Variação dos Fluxos de Caixa. C1 - - - - + + + + + + + + +
C2 - - + + + + + + + +
Segundo a variação do sinal dos fluxos de caixa os Investimento Não Convencional
investimentos podem ser divididos em: F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12
N1 - - - + + - - + + + - - +
 Investimento Simples ou Empréstimo; N2 - - + + + - + - + + + + -
 Investimento Convencional; N3 + + + - - - - - - + - + +
Figura 5.13 – Tipificação dos Fluxos de Caixa
 Investimento Não Convencional.

108
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
b) Investimento Convencional É uma situação muito comum de ocorrer na indústria da
construção civil, quando ocorrem investimentos pré e durante a
O investimento convencional é definido como todo fase de construção, entremeados pela venda de unidades,
aquele em que ocorre, inicialmente, apenas fluxos de saídas de sejam terrenos ou apartamentos. Fato que propicia a existência
caixa (-) e, a seguir, períodos de entrada de caixa (+). de fluxos de caixa negativos entremeados por positivos, o que
exige cuidado quanto à decisão e escolha de investimentos
Neste tipo de investimento, a exemplo do anterior, neste setor.
ocorre apenas uma variação de sinal no fluxo de caixa. Ver os
projetos n.º C1 e C2 da Figura 5.13.
5.9.2 – Disponibilidade de Recursos.
Como exemplo de investimento convencional tem-se a
implantação de algum complexo fabril, quando o faturamento Os investimentos podem ser classificados, também,
acontecerá após o período de implantação do mesmo, o que segundo a restrição de capital o que permite analisar a
ocorre em projetos de hidrelétricas, siderúrgicos ou usinas viabilidade de sua realização. São classificados em três
beneficiadoras de leite. categorias:

 Investimentos Independentes,
c) Investimento Não Convencional  Investimentos Dependentes,
 Investimentos Mutuamente Exclusivos.
O investimento não convencional distingue-se dos
anteriores por apresentar mais de uma variação de sinal em a) Investimentos Dependentes.
seu diagrama de fluxo de caixa.
Diz-se que uma proposta de investimentos é
Como exemplo de investimento não convencional tem- economicamente dependente de outra quando os fluxos de
se o projeto nº N1 disposto na Figura 5.13– Tipificação dos caixa esperados da primeira proposta podem sofrer influência
Fluxos de Caixa, que apresenta cinco variações de sinal no com a aceitação da segunda.
fluxo de caixa.

{-FO, -F1, - F2, +F3, +F4, - F5, - F6, +F7, + F8, +F9, - F10, - F11, + F12} b) Investimentos Independentes.
Verificando os exemplos dados na figura citada acima, Dois investimentos são considerados independentes
os fluxos de caixa iniciais podem ser tanto positivos como quando é tecnicamente viável realizar um deles, seja ou não
negativos. aceito o segundo. E, que as receitas líquidas esperadas do

109
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
primeiro não são afetadas pela aceitação ou rejeição do projeto vencedor, aquele que mais aumenta a riqueza dos
segundo investimento. proprietários. Isto quer dizer que são comparados, apenas,
projetos mutuamente exclusivos.
Havendo disponibilidade financeira para a execução
simultânea de dois projetos distintos, não há necessidade em Decisões separáveis devem ser tomadas
compará-los. Mas, simplesmente, verificar se ambos promovem separadamente. Não há por que considerar num processo de
o aumento de riqueza dos proprietários. decisão projetos definidos como independentes com aqueles
mutuamente exclusivos.

c) Investimentos Mutuamente Exclusivos É preciso manter a visão clara e não entrar em


comparações irrelevantes e que perturbem um processo
Dois investimentos são ditos mutuamente exclusivos decisório.
quando as receitas oriundas do primeiro cessarem,
completamente, havendo a aceitação do segundo. Ou, quando Os métodos discutidos neste livro permitem amparar a
for tecnicamente impossível implantar um deles em havendo a tomada de decisão financeira ao estabelecer parâmetros
decisão de executar o outro. capazes de permitir a comparação e hierarquização das
alternativas de investimento segundo o incremento de riqueza
proporcionado por cada uma das alternativas ou a rentabilidade
5.10 - O processo de decisão. das mesmas. São eles:

Todas as decisões sobre análise de investimentos ou E Valor Presente Líquido;


propostas de projetos de investimentos são tomadas a partir do E Retorno do Capital ou Pay-Back;
desenvolvimento de propostas de alternativas de E Custo Anual Equivalente ou Beneficio Anual
investimentos. Equivalente;
E Taxa Interna de Retorno.
Inexistindo alternativas, não há opção de escolha e,
portanto, não há decisão a tomar. É muito possível que a adoção de um único método,
isoladamente, não satisfaça as exigências de um bom processo
Quando se comparam alternativas de investimentos, decisório.
apenas as diferenças existentes entre elas é que são
relevantes para análise. Visando melhor amparar o processo decisório,
recomenda-se ao analista que elabore a hierarquização das
Como as alternativas competem entre si, uma serve de alternativas considerando, conjuntamente, vários dos métodos
referência para a outra no processo de seleção. Ao ser apresentados e não se limitar a simples adoção de apenas um
considerada a competição de alternativas, o objetivo é definir o
110
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
deles, procedimento que vem a enriquecer a qualidade de sua
analise. VF = 580 (1+ 0,10) 7 + 490  FVF (6; 10% ) 
VF = 580  1,9847 + 490  7,7156 = 4.931,77 $

É importante lembrar, que o Valor Futuro é dado no 9º


5.11 – Exercícios Resolvidos. período, coincidentemente com o ultimo período do fluxo de
caixa.
5.11.1 – Calculo do Valor Presente e Futuro.

Calcular o Valor Presente e o Valor Futuro do projeto 5.12 - Exercícios Propostos.


abaixo, representado pelo seu Diagrama de Fluxo de Caixa. A
Taxa de Desconto é de 10% por período. 5.12.1 - Calcular o valor presente e o valor futuro do projeto
representado pelo diagrama dos fluxos de caixa abaixo. Adotar
a taxa de 10% ao mês como custo de oportunidade.
R$
R$
580
1.850
R$ 490,00/período 420

2 3 4 5 380 11
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 per. 1 350 6 7 8 9 10 12 mês

1º - Calculo do Valor Presente.


420
900
1 1
VP  580   490   FVP 610%
(1  i) 2
(1  i)3
 5.12.2 - Determinar o valor presente de um projeto com
horizonte de quatro anos, cujos dados estão
VP = 580  0,8264 + 490  0,7513  4,3553 = 2.082,66 $
relacionados no quadro abaixo. Individualizar o que é
receita, despesa ou investimento.
2º - Calculo do Valor Futuro.
111
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

item Valor R$ mil Quadro 2 – Informações Contábeis Valor R$ mil


Investimentos capital de giro 3.250,00 Investimento inicial 240.555,00
Salários diretores/mês 8.000,00 Salários diretores/ mês 8.000,00
Salário pessoal da produção/mês 12.500,00 Salário pessoal da produção/mês 18.500,00
Salário pessoal administrativo/mês 7.500,00
Salário pessoal administrativo/mês 3.500,00
Previdência Social/mês 5.900,00
Previdência Social - mês 3.900,00
Material de consumo/mês 900,00
Matérias primas p/ 4 meses. 6.900,00
Material de consumo - mês 1.150,00
Recebimentos diversos/mês 6.000,00 Matérias primas - mês 7.900,00
Venda de produtos/mês 33.000,00 Venda de produtos c/ capacidade total – mês 63.000,00
Venda de equipamento 3.400,00 Valor residual do item 1, Investimento. 48%
Aluguel de Terreno/mês 4.000,00
Aquisição de Máquina 3.000,00
Investimentos em imobilizado podem ser vendidos por 25% do valor de
aquisição findo o prazo do projeto.
5.12.4 - Uma empresa remunera seus ativos a uma TMA de
12% ao período, esta analisando um projeto de investimento
representado pelo respectivo fluxo de caixa projetado. Assim
5.12.3 - Calcular o valor presente de um projeto cujas sendo deseja-se saber se a implantação deste projeto é viável
características operacionais estão relacionadas a seguir. para a empresa.
Sabe-se que: Solicita-se, também, definir o fator de valor presente
associado e o valor presente associado a cada fluxo de caixa,
 O tempo de vida do projeto foi estimado em sete anos; bem como traçar o diagrama de valor presente.
 A taxa de mínima atratividade adotada é de 15% ao ano;
 Os dados relacionados no Quadro 2 mostram o Havendo, simplesmente, a soma dos fluxos de caixa
percentual de utilização da capacidade instalada em projetados, o projeto parece viável por se mostra positivo em
cada ano; R$ 765,00.
 A previsão de vendas evoluirá segundo as estimativas
expressas no Quadro 1. Ao ser descontado o fluxo de caixa de cada período a
TMA de 12%, verifica-se que o projeto é financeiramente
Quadro 1 - Previsão Anual de Faturamento sobre a Capacidade inviável, pois seu valor presente líquido é de (-) 940,37 R$.
Instalada Total
Ano 1 2 3 4 5a7
Percent 40% 50% 60% 70% 100%

112
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

1
Período.
Fluxo de Caixa  Valor Presente
$ (1  i)n $
0 -1.400,00
1 -1.000,00
2 -420,00
3 0,00
4 450,00
5 510,00
6 550,00
7 605,00
8 680,00
9 790,00
∑ (+)765,00 (-) 940,37

113
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
empreendimento; política governamental; tipo de gestão;
cultura da mão de obra; a legislação trabalhista de cada país;
enfim, o comportamento do mercado de cada uma delas, são
6. Método do Valor Presente. muito distintos. Logo, estes projetos são incomparáveis.

Assim sendo, a decisão sobre projetos de investimento


deve ser realizada comparando alternativas que possuam certa
6.1 – Coerência de resultados. semelhança.

Ao se comparar alternativas de investimentos, os


resultados obtidos devem ser compatíveis financeiramente.
6.1.2 - A mesma taxa de desconto.
Para tanto, os seguintes procedimentos devem ser
observados: Investidores, sejam eles institucionais ou pessoas
físicas, adotam a TMA – taxa de mínima atratividade ou a TIR –
 Comparação projetos na mesma classe de risco; taxa interna de retorno como parâmetro de decisão e de
 Adoção da mesma taxa de desconto; desconto dos fluxos de caixa.
 Comparação de projetos com idêntica vida útil;
 Distinção dos projetos de longa duração ou grande vida A TMA geralmente adotada em processos de decisão
útil com projetos, com os demais projetos. relativos a investimentos produtivos e a TIR quando da
aplicação em investimentos financeiros ou em aplicações
Estes procedimentos são analisados a seguir. bursáteis (3).

6.1.1 - Projetos na mesma classe de risco. Assim sendo, quando comparam projetos dentro de uma
mesma classe de risco adotam a mesma taxa de desconto
A coerência dos resultados inicia-se ao se eleger para como referencia. Seria ilógico adotar múltiplas taxas de retorno,
comparação projetos cujo risco seja equivalente, pois não tem ou seja, taxas distintas para cada projeto.
sentido comparar alternativas muito distintas.

Como exemplo, seja o caso de duas alternativas, a 6.1.3 - Projetos com idêntica vida útil.
primeira, uma malharia situada no polo têxtil de Santa Catarina
- Brasil, a segunda, uma mina de ouro na Tanzânia.

Facilmente se depreende que os riscos associados a


cada uma das alternativas acima citadas tais como: local do (3) Bursátil, relativo a bolsas de valores ou de mercadorias.
114
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Ao se proceder a comparação de alternativas com Projetos com previsão de vida útil demasiadamente
distintas durações, há que haver a compatibilidade temporal longa, maior do que 15 ou 20 anos de duração, a exemplo de
entre elas, ou seja, projetos com idêntica vida útil. plantas de fabricas de cimento ou de usinas elétricas e mesmo
parte de seus equipamentos como geradores e rotores, devem
Não há sentido financeiro comparar, simplesmente, um ter seus tempos de duração considerados de modo adequado.
projeto que tenha duração t igual a n anos com outro que
disponha de t=k anos de duração, sendo kn. Carece de sentido utilizar os procedimentos relatados
no item 6.3, pois estes artifícios são adotados para projetos
A assertiva acima é amparada numa premissa da com menor horizonte de vida útil.
análise de investimento e no procedimento de reinvestimento
de recursos livres comumente adotados por investidores. E, a Justifica-se esta falta de sentido, pois o tempo de
premissa em questão recomenda eleger a alternativa que exploração se mostra suficientemente longo. Nesta situação,
propicie a maximização da riqueza dos proprietários em longo fica muito difícil, no presente, de serem elaboradas
prazo. considerações e definidas premissas sobre outras
oportunidades futuras de investimentos, dada a impossibilidade
O longo prazo, nesta situação de alternativas com de prever, antecipadamente, o surgimento de novas
distinta duração, é entendido como sendo o final do horizonte tecnologias, os interesses dos proprietários ou o
de planejamento, horizonte este definido pelo projeto de maior comportamento da economia a ocorrer em futuro muito
duração. distante

Investidores, via de regra, ao disporem de recursos Assim sendo, se torna inverossímil qualquer previsão
livres oriundos do término de outros investimentos, os quanto à reaplicação de recursos financeiros e continuidade de
reinvestem em outras alternativas disponíveis ou em projetos sobre qualquer alternativa que será finalizada num
alternativas semelhantes. tempo longínquo. Ressalva-se que a análise desta situação
foge ao escopo deste curso, pela qual recomendamos
Assim sendo, só se pode comparar projetos que consultar a bibliografia complementar.
apresentem a mesma vida útil. (Soto Costa & Attie, 1984).

No item 6.3 serão discutidos diversos procedimentos 6.2 – O Método do valor presente.
capazes de compatibilizar os horizontes de alternativas de
projetos que apresentem distintas vidas úteis. 6.2.1 – Incremento de Riqueza.

O método do valor presente, também denominado de


6.1.4 - Distinguir projetos de longa duração. valor presente líquido, considera o valor da moeda no tempo,

115
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
medido na data em que foi realizada a análise ou avaliação de
um projeto. 6.2.2 - Decisão.

Utiliza-se, também, a denominação de valor presente Por definição, o valor presente líquido de um projeto de
líquido, pois cada alternativa deve ser expressa em termos de investimento qualquer p, corresponde à soma algébrica dos
todas as receitas, custos, investimentos e benefícios fiscais e valores presentes associados aos fluxos de caixa integrantes
tributos nela incidentes, ou seja, de todas as entradas e saídas do projeto, quando descontados a uma taxa de desconto i,
de caixa, permitindo uma análise sobre o incremento de sendo i ≡ TMA.
riqueza produzido.
A TMA, por sua vez, corresponde àquela taxa que
O processo, como o próprio nome diz, visa determinar o oferece a melhor remuneração a ser obtida por um fator de
valor presente líquido associado a uma alternativa de projeto produção.
de investimento, parâmetro que exprime o incremento de
riqueza propiciado a esta alternativa. Matematicamente, o valor presente líquido do projeto,
então, é dado por:
VP(p) =  RIQUEZA
k
Fn
Dado a conceituação acima, o método do valor presente 𝑉P(p) = F0 + ∑
(1 + TMA)n
é compatível com a 1ª e a 2ª das premissas adotadas em n=1
investimentos de alternativas de projetos e expostas no
Capitulo 1, o que o torna este método extremamente atrativo Em que: F0 representa o fluxo de caixa no momento em
como instrumento de decisão. que é efetuada a decisão ou o fluxo de caixa inicial; Fn um fluxo
de caixa genérico a ocorrer num momento n, qualquer; VP(p)
O método favorece a decisão quanto à hierarquização corresponde ao valor atual ou valor presente líquido associado
de alternativas disponíveis para investimento de capital. E, ao projeto p; n o número de períodos integrantes do projeto ou
especialmente recomendado para a decisão sobre horizonte de projeto; e, a TMA a taxa de desconto adotada pelo
investimentos produtivos. investidor como a rentabilidade desejada.

Enfim, o método é recomendado para ser utilizada em Estabelecidos os fluxos de caixa, o horizonte do projeto
qualquer tipo de decisão financeira, especialmente naquelas e definida a TMA pelo proprietário, depois de calculado o VP(p)
cujo objeto seja a implantação de ativos produtivos, a exemplo – Valor Presente Líquido utilizando o modelo acima podem
de: implantação de unidade fabril completa, incorporação de ocorrer três situações:
edificações, nova linha de produção, campanha publicitária, etc.

116
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
 VP(P)=0; neste caso ocorre o que se denomina de O conceito de se adotar o método do valor presente líquido
indiferença de projeto. O investimento é remunerado como medida do incremento de riqueza, pode ser facilmente
entendido ao se analisar um projeto de investimento qualquer,
à taxa tradicionalmente obtida, não causando aumento P, que disponha, apenas, de um fluxo de saída de caixa inicial,
na riqueza do proprietário; F0, e de uma única entrada de caixa projetada, Fn. Esquema na
 VP(P)>0; este é o caso de projeto viável. O projeto Figura 6.1.
aumenta a riqueza do proprietário em valor superior à
remuneração tradicionalmente obtida; R$
TMA%
 VP(P)<0; este é o caso de projeto inviável. Nesta
Valor Futuro
situação, quando o projeto descontado à TMA
apresenta um VP negativo, mostra que o projeto reduz
o ganho tradicionalmente desejado. Fn

Período
Critérios de Decisão 1 3 n-1 n
F0

Valor Presente
VP(p) > 0 E Projeto Viável
VP(p) = 0 E Indiferença Financeira Figura 6.1 – Valor Presente Líquido.
VP(p) < 0 E Projeto Inviável
Comentando as três situações possíveis de ocorrer:
No caso de haver a análise de um conjunto de
alternativas mutuamente exclusivas, o critério de decisão
I - Quando VP(P)=0.
deverá eleger a alternativa que apresentar o MAIOR valor
presente líquido.
Para que o valor presente líquido de um investimento
seja zero, há que ocorrer:
Esse critério de decisão é coerente com o exposto na 1ª
Premissa da matemática financeira, a que trata da k
F
maximização da riqueza. VP (P)  F0   (1  TMA
n
)n
 0.
n1

117
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Nesta condição, o valor presente do retorno esperado é Descontado este fluxo de caixa de R$343,16 a TMA de
equivalente ao valor do capital investido. 18%, obtém-se um valor presente de R$ 150,00.

Esta situação configura um caso de indiferença Somado este valor ao investimento inicial o resultado
financeira, pois, sob a ótica do investidor, a remuneração corresponde ao valor presente líquido do investimento
oferecida pelo projeto é equivalente a que vem obtendo efetuado, cujo valor é zero. Assim sendo, o investimento não
tradicionalmente para a remuneração de seus ativos. propiciou um aumento de riqueza maior do que o
tradicionalmente obtido pelo aplicador Ver Figura 6.2 – Caso
Depreendem-se da assertiva acima dois fatos: da Indiferença de Decisão.

1º) a margem de retorno estabelecida, ou taxa de Fn 343,16


VP (P)  F0   150,00  0
mínima atratividade é mantida sem haver acréscimo de (1  TMA )n (1,18)5
riqueza além do habitualmente obtido;
Aparentemente, como se pode constatar, o projeto é
2º) o projeto foi descontado à maior taxa de rentável já que apresenta um retorno bem superior ao
remuneração que ele possa oferecer, taxa esta investimento inicial de R$ 343,16.
denominada de TIR e que, neste caso, é igual à TMA.
Porém, ele não aumenta a riqueza do investidor já que
Assunto a ser discutido no Capítulo 9. remunera o capital investido exatamente na porcentagem que
o investidor vem obtendo tradicionalmente pela aplicação de
Visando um melhor entendimento dos conceitos seus recursos, ou seja, no valor da TMA de 18%.
efetuados e uma análise do resultado obtido, a seguir é
efetuado um exemplo numérico do caso em questão, atribuindo
18%
valores aos dois fluxos de caixa, F0 e Fn. VP – R$

Seja, então, uma empresa ou investidor que dispõe da 343,16


importância de R$ 150,00 e que analisa os seus investimentos 150
adotando uma TMA de 18% ao período.
Per.
1 2 3 4 5
Ao ser aplicado este capital em um determinado -150
investimento produtivo pelo prazo de cinco períodos, é previsto
um retorno de R$ 343,16.
Figura 6.2 - Indiderença de Decisão

118
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

O investimento em pauta, sob a ótica do aplicador que Nestas condições, fica caracterizado que o projeto produz um
deseja uma remuneração de 18% sobre o capital investido, incremento de riqueza em proporção superior ao habitualmente
simplesmente corrige o capital inicial a uma taxa igual a da TMA obtido.
habitualmente praticada.
Logo, é uma situação que caracteriza a aceitabilidade do
Quando o valor presente líquido de uma alternativa de projeto sendo o mesmo considerado viável, pois propicia um
investimento for zero, não é o caso de abandonar pura e incremento de riqueza em valor superior aquele que vem sendo
simplesmente a alternativa, pois ela pode ser a única tradicionalmente obtido. Ver Figura 6.3 – Caso da
oportunidade dentro da margem de risco desejada. Aceitabilidade do Projeto.

Finalizando, quando ocorre o caso de VP(P)=0, projeto 18%


VP – R$
pode não propiciar um incremento de riqueza, mas remunera
os ativos investidos à taxa habitualmente praticada, a TMA.
395,00
172,66
II - Quando VP(P)>0.
Per.
1 2 3 4 5

Considerando o modelo de calculo do Valor Presente: -150


k
Fn
VP (p)  F0  
n
n1 (1  TMA ) Figura 6.3 – Caso da Aceitabilidade do Projeto

Exemplificando numericamente, seja um projeto que


Para que ocorra VP(P)>0, deve-se ter:
oferece uma projeção de retorno após cinco períodos no
k
montante de R$ 395,00. Quando descontado este valor à taxa
F
F0   (1  TMA
n
)n
.
de 18% ao ano obtêm-se um valor presente de R$172,66. O
valor presente líquido do projeto é calculado em R$ 22,66.
n1
Matematicamente, o calculo do valor presente líquido do
Financeiramente, significa que o valor presente do
fluxo de caixa é dado por:
retorno previsto, descontado à TMA, é financeiramente superior
ao valor do capital investido.

119
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Fn 395,00 Efetuando o calculo do valor presente líquido do fluxo de caixa:
VP (P)  F0   150,00   22,66R$
(1  TMA )n
(1,18)5
Fn 320,00
VP (P)  F0   150,00   10,13R$
n
Como pode se constatar, o projeto é rentável e aumenta (1  TMA ) (1,18)5
a riqueza em valor superior ao da simples correção do capital
investido tendo como taxa de rentabilidade a TMA. Assim Mesmo sendo previsto um retorno superior ao
sendo, deve ser considerado como viável. investimento inicial, ocorre uma perda financeira, pois ela não
remunera o investimento efetuado, quando o retorno for
descontado à taxa de mínima atratividade, ou seja, 18%.
III - Quando VP(P)<0.

Para que ocorra VP(P)<0, deve-se ter:


18%
VP – R$
k
F
F0   (1  TMA
n
)n
. 320,00
n1 139,87

Nesta situação, o valor presente líquido do fluxo de caixa Per.


1 2 3 4 5
projetado descontado à TMA é inferior ao valor do investimento
inicial. -150

Configura-se o caso de rejeição do projeto, pois ele não


remunera o investimento inicial. Noutros termos, o retorno Figura 6.4 – Caso da Rejeição do Projeto
previsto do investimento, do ponto de vista financeiro, é inferior
ao do investimento inicial.
Logo, sendo o valor presente líquido associado ao fluxo
de caixa projetado de um investimento um valor menor do que
Retomando o exemplo anterior e considerando uma
zero, ou seja, negativo, ele deverá ser considerado inviável.
projeção de retorno, após cinco períodos, no valor de R$
320,00, o valor presente deste fluxo de caixa é de R$ 139,87.
Os exemplos acima discutidos consideraram o caso de
um projeto isolado. Os resultados obtidos podem ser facilmente
Calculado o valor presente líquido do projeto, obtém-se
visualizados e entendidos. É interessante notar que, nos três
um valor de investimento R$ (-) 10,13. Ver Figura 6.4 – Caso
casos analisados, o ganho de capital é superior ao
da rejeição do projeto.
investimento inicial. Porém, segundo a remuneração desejada

120
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
de 18% ao período pode ser ou não interessante ao aplicador Escrevendo a expressão do valor presente liquido sob
realizar este investimento de capital. forma polinomial tem-se:

Generalizando o caso analisado, quando se analisa F1 F2 F3 Fn


projetos que apresentem uma seqüência de fluxos de caixa, VP (P)  F0    
especialmente em projetos não convencionais, torna-se o (1  i)1 (1  i) 2 (1  i) 3 (1  i) n
método do valor presente um forte instrumento para amparar a
tomada decisão. O diagrama da Figura 6.5 é obtido ao descontar o fluxo
de caixa a varias taxas “i”.
Isto porque, os resultados obtidos são de fácil
interpretação e levam em consideração a dimensão financeira Com o diagrama traçado pode-se verificar, claramente, o
do investimento ao invés de, simplesmente, um ganho comportamento do fluxo de caixa, a taxa de desconto
econômico. equivalente à TIR e o campo de viabilidade do projeto.

R$ - Valor Presente
6.2.3 – Diagrama de valor presente.

6.2.3.1 – Traçado do Diagrama. Este ponto define a


TIR, a maior taxa de
O diagrama de valor presente é um forte instrumento remuneração de um
para amparar a análise de decisão de um projeto conforme projeto viável.
modelo da Figura 6.5. VPL > 0

Ele exprime, em diagrama cartesiano, a curva do polinômio i%


associado ao fluxo de caixa quanto se determina em abscissas 5 10 15 20 25
as taxas de desconto e em ordenadas o valor presente TMA
associado à cada taxa de desconto.
Figura 6.5- Modelo de Diagrama
O diagrama permite visualizar o comportamento do fluxo
de caixa, o valor da TIR, fato importante, pois há casos em
que o fluxo de caixa apresenta mais do que uma TIR. Fato este
em que a análise do valor presente associado a uma
determinada TMA deve ser analisada com cuidado.

121
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
das taxas de desconto. E, no das ordenadas, o domínio do
6.2.3.2 – Exemplo de Procedimento. valor presente em expressão monetária.

Seja determinar o diagrama de valor presente No exemplo, o valor presente do fluxo de caixa
representativo de um dado fluxo de caixa, seja o caso de um descontado à taxa i=3% é dado por:
projeto A, definido pelo seu conjunto de fluxos de caixa
projetados, conforme abaixo. 450 400 350 300
VP ( A )  1200      200,78$
2 3
(1,03) (1,03) (1,03) (1,03)4
FC(A) = { -1.200; 450; 400; 350; 300}
Lançando o par i(%)×VP($), dispostos na tabela, em
A função valor presente líquido deste fluxo de caixa, diagrama cartesiano, chega-se à curva conforme exposto na
expressa em forma polinomial, é dada por: Figura 6.6.
450 400 350 300 R$ - Valor Presente
VP ( A )  1200    
(1  i) (1  i) (1  i) (1  i)4
2 3

300

Calculando o valor presente para a função VP(A),


considerando uma série de taxas de desconto pré-
estabelecidas, obtêm-se os valores presentes expressos no
quadro abaixo: 200

item Taxa de Desconto Valor Presente Líquido


i(%) ($)
1 0 300,00 100
2 3 200,78
3 6 112,02
4 9 32,31 TIR
5 10,31  TIR 0,00
6 12 (-) 39,56 0,00 i%
3 6 9 12

O diagrama de valor presente desta função VP(A) é


efetuado ao se traçar um gráfico elaborado em coordenadas
Figura 6.6 – Diagrama de Valor Presente
cartesianas, em que no eixo das abscissas tem-se o domínio
122
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
6.3 - Análise de Sensibilidade - Risco.

6.2.3.3 – Metodologia do VPL. 6.3.1 – Conceituação.


A metodologia proposta para a elaboração de um
diagrama de valor presente é a seguinte: A análise de sensibilidade é uma técnica que possibilita
verificar o domínio da viabilidade financeira de um projeto e,
1º - Calcula-se o valor presente à taxa i=0. consequentemente, realizar uma análise do risco de sua
implantação.
Este procedimento corresponde a desconsiderar o valor
da moeda no tempo. Caso este valor seja igual ou menor do Para tanto, deve-se definir a máxima e a mínima
que zero, a alternativa deve ser descartada, pois não apresenta capacidade ou quantidade de produção dentro da qual um
rentabilidade para qualquer taxa de desconto. Ela não projeto possa ser financeiramente viável.
apresenta ganho financeiro nem econômico;
A técnica recomenda que se efetue o calculo do valor
2º - Arbitra-se uma taxa de desconto e desconta-se fluxo de presente para cada situação limite, em função da quantidade a
caixa à taxa arbitrada; ser produzida.

3º - Repete-se o processo definido no item 2º tantas vezes F1 F2 F3 Fn


quanto o for necessário, de modo a resultar em uma curva a VP (p)  Fo    
(1  i) (1  i) (1  i)
1 2 3
(1  i)n
mais contínua e representativa possível da função
polinomial desejada.
Fk =Σ Rec f(q) - Σ Desp f(q) – Invest. + Valor Residual
4º - O processo deve ser interrompido ao ser obtido um valor
Partindo do princípio que cada nível de produção possa
presente menor do que zero.
ser definido como uma alternativa, a priori, pode ocorrer três
situações:
5º - No ponto em que a curva cortar o eixo das abscissas, fica
definida a taxa interna de retorno – TIR.
1º. Produção sob capacidade máxima;
2º. Produção sob a quantidade mais provável;
Esta é a maior taxa de desconto, ou de oportunidade,
3º. Produção realizada sob quantidade mínima viável.
que um projeto pode apresentar enquanto viável.
Elaborando, num mesmo diagrama cartesiano, o gráfico de
valor presente para cada uma das alternativas, pode-se

123
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
estabelecer o campo de domínio financeiro do projeto. Ver
Figura 6.7. A terceira alternativa, relativa à quantidade mínima de
produção, deve corresponder àquela capacidade, qMIN, cujo
Assim, como primeira alternativa, considera-se a produção valor presente líquido do fluxo de caixa ao ser descontado pela
sendo realizada sob capacidade máxima. Neste caso, adota- TMA seja zero. Matematicamente: VP f(qMIN) = 0.
se como quantidade máxima de produção a capacidade que
corresponda à capacidade instalada do projeto ou a máxima A particularidade desta última alternativa é que a sua
produção possível de ser efetuada com o mesmo. TIR corresponde à TMA da empresa.

Como segunda alternativa, ou seja, a quantidade mais Noutras palavras, o valor do fluxo da caixa relativo à
provável de ocorrer, o recomendável é adotar a quantidade de alternativa que adote a quantidade mínima de produção e que
produção média historicamente utilizada pela indústria onde a viabilize financeiramente o projeto, quando descontado à TMA
empresa esta inserida. da empresa, é zero. E, nesta situação, tem-se: TIR≡TMA.

VP – R$
6.3.2 – Domínio viável de produção.

O objetivo deste item é mostrar um procedimento


Quantidade Mínima derivado do método do valor presente líquido que permite
Quantidade Provável mostrar o domínio das quantidades de produção
Quantidade Máxima financeiramente viáveis, estabelecida uma TMA.

O primeiro passo do processo é dispor do diagrama de


Corte p/ TMA valor presente de uma alternativa de investimento
considerando diversas quantidades a serem produzidas,
conforme exposta na Fig. 6.7.

Como segundo passo, traçar a curva que contemple o


i% domínio das quantidades viáveis de produção, quando
i1 i2 i3 i4 i5 i6 i7
estabelecida uma TMA. Ver Figura 6.8.
TIRMIN
Para tanto, deve-se efetuar um corte no campo de viabilidade
Figura 6.7 – Campo de Domínio Financeiro
de um projeto na altura da TMA desejada. E, com os dados
obtidos traçar um gráfico “quantidade versus valor presente”,
em coordenadas cartesianas, mostrado na Fig.6.8.
124
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

No citado gráfico da Figura 6.8, devem ser lançadas, em


ordenadas, as quantidades a serem produzidas e em 6.4 – Aplicação.
abscissas, o valor presente líquido de cada alternativa
desenvolvida, descontada à TMA previamente estabelecida. Uma empresa está estudando a aquisição de um
sistema destinado à confecção de perfis moldáveis.

O equipamento em questão produz perfis com 6,00


VP f(qK) metros de comprimento sendo a capacidade instalada de
produção prevista para 45 mil metros mensais.

Dados disponíveis:

Item Valor
Preço do sistema R$ 2.600.000,00
qMIN qprov qMAX qK Vida útil (anos) 10
Valor residual R$ 260.000,00
Comprimento da peça (m) 6
Fig. 6.8 – Limites de viabilidade para determinada TMA. Custo operacional (anual) R$ 1.100.000,00
Insumos (unidade) R$ 80,00
Da análise da curva obtida, Figura 6.8, depreende-se: Preço de venda (unidade) R$ 125,00
Produção média 83,00%
a) O limite inferior da curva indica o limite de viabilidade Capacidade Máxima (unidades) 45.000
corresponde à quantidade mínima viável de produção, Custo de oportunidade 14,00% ao ano
qMIN, caso em que a TMA=TIR.
A vida média do equipamento em análise é de 10 anos
b) O limite superior corresponde à quantidade máxima de e, vencido este período, poderá ser vendida a 10% do seu
produção, qMAX , correspondente à capacidade instalada, valor de aquisição.
quantidade esta em que o projeto oferece o maior valor
presente líquido. Como informação orçamentária, estima-se que ocorrerá
um incremento no custo administrativo e de vendas da
c) Se o projeto operar a uma capacidade de produção empresa na ordem de R$ 1,1 milhão por ano.
entre a máxima e a mínima, apresentará um valor
presente líquido maior do que zero. Logo, este é o
domínio viável de produção.
125
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
O custo direto de produção orçado em R$ 80,00 por R$
unidade produzida. E, o investimento em ativos imobilizados no Valor
valor de R$ 2.600.000,00. Residual
260.000

Um levantamento efetuado no segmento de mercado em


pauta indicou que as empresas vêm operando, em média, com 1 Preço de Venda = 125 q 10
83% da capacidade instalada. ANOS

Custo Operacional = 1.100.000


Porém, existe campo da expansão dado a inexistência
de produção similar na região. E, que o preço de Valor do Materia Prima = 80 q
Equipamento
comercialização do produto é de R$ 125,00 por unidade. 2.600.000,00

Informações oriundas da contabilidade da empresa


indicam que ela vem remunerando os seus ativos à taxa de
14% a.a. Dado o exposto solicita-se:
Figura 6.9 – Fluxo de Caixa do Sistema de Perfis

a) O fluxo de caixa propiciado pelo projeto;


b) A quantidade anual de produção, em metros, para que a b) Produção viável:
aquisição seja viável;
c) O maior e o mais provável acréscimo de riqueza A quantidade mínima de produção que permita tornar viável
propiciado pelo projeto; o projeto, quando descontado à TMA da empresa, é aquele que
d) A elaboração de um diagrama lucro/produção; zera a função valor presente líquido a ele associado. Nesta
e) A confecção de um diagrama que mostre o campo de situação, o VP f(qMIN) = 0.
viabilidade do projeto.
 2.600.000  125q  80q   FVP 10;14%  1.100.000  FVP 10;14% 
260.000
0
Considerando que se deseja conhecer a quantidade a 1  0,1410
ser produzida, denominou-se de q, a variável respectiva. q = 35.222 peças

Assim, o projeto será analisado sob três níveis possíveis O comprimento total dos tubos a serem produzidos é
de produção: produção mínima ou viável; produção máxima; e dado por:
produção mais provável.
L = 6 × q = 211.332 metros/ano.
a) Fluxo de Caixa do Projeto:
c) Máximo acréscimo de riqueza:
126
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
desenvolvimento de cada alternativa de produção: em
A máxima produção de riqueza ocorre sendo possível capacidade mínima de produção, quando a maior taxa de
produzir uma quantidade igual à capacidade instalada, durante retorno corresponde à TMA; a capacidade mais provável; e a
todo o tempo de vida do projeto. A expressão abaixo exprime, capacidade máxima, quando ocorre a utilização da capacidade
algebricamente, o exposto no desenho da Fig.6.9. instalada durante toda a vida do projeto.

VPMAX  2.600.000  125  80  45.000  FVP 10;14% Considerando as curvas de máxima e mínima
quantidade de produção mostradas na Fig.6.10 e, traçando
 1.100.000  FVP 10;14% 
260.000
uma reta perpendicular à taxa de 14%, se obtêm o campo de
1  0,1410 variação dos valores presentes das possíveis quantidades
viáveis de produção.
VPMAX = 2.295.040,36 R$

5.000.000 Valor
d) Mais provável acréscimo de riqueza: Presente
Líquido
4.000.000
Esta situação ocorre em sendo possível produzir uma
quantidade equivalente à capacidade esperada de produção
durante o tempo de vida do projeto. Ou seja, 83% da 3.000.000
capacidade instalada.
2.000.000
Quantidade Esperada = 45.000 × 0,83 = 37.350.
1.000.000
VPMP  2.600.000  125  80  45.000  0,83  FVP 10;14%

 1.100.000  FVP 10;14% 


260.000 -
1  0,14
10 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
-1.000.000 Taxas de Desconto - %
VPMP = 499.392,55 R$ Série1 Série2 Série3

Figura 6.10 - Campo de Viabilidade do Projeto


e) Campo de Viabilidade do Projeto.

O diagrama de valor presente a seguir, Fig.6.10, f) Diagrama Lucro Produção


mostra campo de viabilidade do projeto, com o
127
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Dados de Produção Implantado o projeto e as quantidades produzidas e


Produção – em peças Lucro VPL – R$ vendidas oscilando entre o valor mínimo e máximo citados, a
35.222 0,00 empresa tem garantida a ocorrência de um positivo incremento
37.350 499.392,55 de riqueza.
45.000 2.295.040,36

6.5 - Equalização de tempos de projetos.


O diagrama da Figura 6.11, derivado do diagrama da
Figura 6.10, relaciona as quantidades de produção viáveis e Como já comentado, para se comparar alternativas de
os respectivos valores presentes líquidos considerando uma investimentos com vidas úteis distintas, há que se adotar
mesma TMA. artifício que iguale os horizontes de projeto de todas as
alternativas.

O objetivo do artifício é suprir a lacuna de informações


2.500.
existentes quanto a possíveis fluxos de caixa entre os finais
Valor Presente-R$10³

das alternativas, de modo lógico. Ver Figura 6.12.


2.000

1.500 Ao serem analisados investimentos mutuamente


exclusivos, três situações podem ocorrer, sendo distintas as
1.000 premissas propostas para igualar os tempos de projeto:

500.  Caso de reinvestimento em ativos semelhantes;


 Caso de rigidez das alternativas;
0,00  Caso de outras oportunidades futuras.
35.222,44 37.350,00 45.000

Figura 6.11 - Quantidade de Produção x Valor Presente 6.5.1 – Reinvestimento em ativos semelhantes.

Neste caso ocorre o pressuposto da continuidade de


Ele exprime todo o conjunto de quantidades variando de vida ou produção do ativo em análise. Isto é, findo o período de
um limite qMIN= 35.222,44 unidades e um limite superior qMAX = vida do ativo, a firma reinvestira em outro ativo com
45.000 unidades se mostram viáveis considerando a TMA de características semelhantes à do ativo desmobilizado.
14,00% ao ano.
128
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Projeto A

FA1 FA2 FA3 FAn 6.5.2 – Caso de Rigidez das Alternativas.

É considerado haver rigidez na continuidade de


alternativas de investimentos quando não há previsão de
manutenção na continuidade de um projeto ou na
0 1 2 3 n impossibilidade de manutenção em operação do ativo em
análise, pois não há sentido ou possibilidade técnica em
continuar a exploração do ativo.
FA0 Projeto B

FB1 FB2 FB3 FBz-1 FBZ Os exemplos clássicos desta situação são os
investimentos em minas ou em poços de petróleo, quando
esgotada a jazida os respectivos equipamentos de exploração
ficam impossibilitados de serem removidos ou reaproveitados.

Como o princípio a ser mantido é o de aumento de


riqueza do proprietário, a equalização dos tempos de vida das
0 1 2 3 z-1 z alternativas em análise é feita considerando que, ao fim da vida
útil de cada ativo, a firma reinvestirá os lucros oriundos do
FB0
projeto que apresentar a menor duração. Estes lucros serão
aplicados em ativos que rendam tanto quanto o valor da moeda
Fig. 6.12 – Alternativas com vidas úteis distintas.
no tempo até alcançar o período do projeto de maior duração.

O diagrama exposto na Fig. 6.13, mostra um modelo de


O horizonte de planejamento será, então, o mínimo diagrama de fluxo de caixa recomendado para o caso em
múltiplo comum das vidas das alternativas em comparação. análise.

A metodologia a ser utilizada no caso de reinvestimento Nesta situação, VF equivale à reaplicação dos lucros
em ativos semelhantes será discutida no Capítulo 8 – Valor obtidos com o projeto, equivalente ao Valor Futuro dos lucros
Uniforme Equivalente, que mostra um método de fácil aplicação do projeto de menor duração no momento “n”, momento em
quando as equalizações dos horizontes dos projetos se que ocorre o fim de utilização deste projeto.
mostram muito grandes, ou seja, muitos distantes da data
atual.

129
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
E, Pt, o valor do fluxo de caixa atribuído ao projeto de
menor duração no momento “t”, momento este coincidente com
o término do projeto de maior duração. Nestes casos duração de projetos com prazos
rigidamente determinados, o processo de decisão deve ser
Então: efetuado através do método do valor presente, utilizando o
artifício proposto.
VF = Pj (1+i )j , variando j de 1 até “n” e sendo “i” a taxa de
retorno adotada para o projeto. E,
Alerta-se que, neste caso, não cabe a utilização do
Pt = (1+ i) (t-n) método do Benefício Anual Equivalente, pois o mesmo
pressupõe a repetição dos projetos, fato que é obstado pela
própria caracterização dos projetos em pauta.

F(n-3) F(n-2) F(n-1) F(n) F(t-1) F(t)

6.5.3 – Caso de Outras Oportunidades.

Neste caso, finda a vida do ativo ou o interesse em sua


exploração, a firma tem interesse de considerar outras
período
oportunidades de investimento disponíveis no futuro, tais como
n-3 n-2 n-1 n t-1 t
a mudança de sistema de produção, o lançamento de novos
produtos ou mesmo a mudança de ramo.
PT
F(n-3) F(n-2) F(n-1) F(n)
Ao analista de investimentos, nestes casos, recomenda-
se criatividade e lógica ao utilizar a metodologia disponível.

Esta recomendação visa alertar quanto à possibilidade


do processo de decisão transcender a área da Análise de
Investimentos e haver necessidade ou possibilidade, para
n-3 n-2 n-1 n t período
maior sofisticação e confiabilidade do processo decisório, do
Período a uso de algum processo de otimização.
considerar
VF
Assim sendo, recomendamos consultar a bibliografia
que trata especificamente do assunto, pois foge ao escopo
Fig. 6.13 – Rigidez de Alternativas
deste curso.
130
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

R$
6.6 – Exercício Resolvido.

Faturamento
Elaborar o diagrama de valor presente do projeto abaixo,
1 5 10 15 20
referente à análise de viabilidade de aproveitamento de uma Ano
jazida mineral visando à produção de pedra britada. Custos Operacionais
Invest.
Inicial Tributos
As informações do projeto constam da tabela abaixo.
Financiamento

Capital: Próprio mais investidores


Produção mensal: 30 mil m³
Vida Útil do Projeto: 20 anos R$
Preço de Venda: 32,00 R$/m³
Custo de Produção: 8,50 R$/m³
Preço terreno: 3 milhões de reais
11.520
Investimento Equipamentos: 7,50 milhões de reais
Projetos, autorizações, estudos 550 mil reais 1 5 10 15 20
Ano
ambientais: 3.060,00
Opção tributária: Lucro Presumido 3.550
Tributos  Lucro Presumido 27 % 3.110,40

Financiamento Finame – BNDES. -


- Prazo financiamento 72 meses 1.719,20

- Carência 1 ano
- Taxa de juros 3,50 % ao ano

131
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

R$

500,00

Proposta A

R$ 250,00

0 1 2 3 4 período

1.000,00
330,00
R$
Proposta B

Considerando que a TIR ultrapassa a taxa de 70% ao ano, R$ 380,00

fica verificado ser um projeto extremamente viável.


0 1 2 3 4 período

6.7 – Exercícios Propostos


1200,00

6.7.1 - Considerando as seguintes propostas de investimentos:


6.7.2 - José da Silva pensa alugar uma loja por R$ 24.000,00
Qual a mais interessante para ser implantada? mensais. Porém, fazendo alguns melhoramentos no prédio
poderá alugar por R$ 31.000,00. Um orçamento de reforma
Adotar uma taxa de Descontos de 7% ao período. apresentou um valor de R$ 600 mil. Sendo sua taxa de
atratividade mínima de 1,2% a.m., pergunta-se: seria
financeiramente interessante a execução dos melhoramentos?

6.7.3 - Você atua profissionalmente numa firma de assessoria


e consultoria técnico-financeira e lhe coube analisar a
aquisição de um mesmo equipamento para dois clientes
distintos.
132
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
 Qual o fluxo de caixa (montar) desta operação?
O equipamento em questão, novo, custa 250 mil reais e  Qual o montante total destas duas últimas aplicações ao
tem condições de oferecer receitas líquidas mensais na ordem final deste 2o período?
de R$ 5,10 mil.
6.7.6 - Você é o diretor de uma construtora que atua a nível
Dada à evolução contínua da tecnologia, há previsão de regional e esta analisando a realocação do escritório central da
utilizá-lo por cinco anos. empresa, pois os custos operacionais estão crescendo muito,
dado o incremento de sua carteira de serviços.
É procedimento de empresas que atuam no ramo,
substituir o equipamento antigo e o utilizar como entrada para a Para tanto, foram desenvolvidas alternativas situadas
aquisição de outro mais moderno, de modo a manter o em quatro cidades distintas, cujos custos envolvem o preço de
processo financeiramente viável. Sabe-se que equipamentos terrenos, os custos de operação nas novas condições e a
com cinco anos de uso custam o equivalente a 15% de um construção de instalações de apoio e oficinas necessárias.
novo.
Investimento Redução Anual Valor Residual
Cidade
Analise e comente o resultado do processo de aquisição R$ de Custos R$
para os seguintes casos: A 18,00 3,60 14,00
- Cliente A, cujo custo de capital é de 7% ao ano; B 34,00 4,70 27,00
C 48,00 8,20 41,00
- Cliente B, cujo custo de capital é de 16% ao ano. (obs.: D 64,00 9,30 70,00
Calcule em período anual). Valores em R$ 105 mil
Atenção: considerar a redução anual de custos como uma entrada
6.7.4 - Explique porque é desnecessário levar em consideração de caixa da empresa. Justifica-se este procedimento, pois com a
o efeito inflacionário na análise do valor presente de um ativo mudança, esses recursos permanecerão no caixa.
produtivo, conhecida a projeção dos fluxos de caixa futuros, do
horizonte de projeto e do custo de oportunidade. Além disso, foi previsto um horizonte de 10 anos de
utilização para as alternativas e os valores residuais dos
6.7.5 - Uma empresa tomou emprestada uma importância no investimentos realizados estão apresentados na tabela abaixo.
montante de R$ 30.000,00 por 60 dias, à taxa de 12% ao mês.
Sendo a TMA praticada pela empresa estabelecida em
Ao receber o montante deste primeiro período aplicou 30% à 15% ao ano, definir qual das alternativas é, financeiramente, a
taxa de 13,5% ao mês por 45 dias. O restante aplicou à taxa de melhor.
14% a.m., também por 45 dias.
Solicita-se efetuar o processo de decisão utilizando o
Deseja-se saber: método do Valor Presente. E, traçar em um único gráfico, o
diagrama de valor presente de cada alternativa.
133
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
 Verificar se praticada a taxa de desconto 14,6439%, o
6.7.7 - O executivo chefe de uma empresa distribuidora de projeto pode ser aprovado;
concreto usinado esta analisando a modernização de uma das
suas unidades. Fluxo de caixa Valor R$ Situação
Fo - 255,00 Investimento inicial
Essa unidade vem apresentando uma queda de F1 - 95,00 Investimento no 1º período
produtividade. Devido à idade dos equipamentos, apresentam F2 80,00 Fluxo de caixa líquido
F3 100,00 idem
paralisações constantes e uma crescente evolução dos custos
F4 120,00 idem
com manutenção. F5 140,00 idem
F6 160,00 idem
Para tanto, dois novos processos de fabricação foram
considerados e que propiciam níveis de faturamento 6.7.9 - Deseja-se saber qual o mínimo valor residual de um
semelhantes. equipamento usado, para que possa ser dado como entrada na
aquisição de um similar, porém novo e que, financeiramente, o
Sendo a taxa de oportunidade praticada pela empresa processo comercial seja viável. Para tanto, dispõem-se das
de 15% ao ano, deseja saber qual das alternativas é a melhor, seguintes informações:
considerando:
 Aquisição por compra a vista do equipamento;  Custo de capital da empresa: 15% ao ano;
 Aquisição por financiamento com juros de 8% ao ano  Vida útil do equipamento: 5 anos;
e prazo de cinco anos. Adotar o método da prestação  Receitas anuais líquidas: 7,00 mil reais;
constante.
 Preço do equipamento novo: 30,00 mil reais.
Processo Alfa Processo Beta
Investimento
R$ R$
Equipamentos 50.000,00 30.000,00
Custo Operacional Anual 13.900,00 18.300,00 6.7.10 - Você como diretor técnico de uma empresa de
Custo de Manutenção Anual 2.100,00 1.800,00 engenharia deve decidir entre dois diâmetros de uma adutora
Valor Residual do Projeto 25.000,00 16.000,00 necessária à implantação de uma pública;
Vida Estimada em anos 10 10
Com base nos dados apresentados no quadro a seguir,
solicita-se:
6.7.8 - Dado o fluxo de caixa representativo de um projeto,
solicita-se: - O monte o fluxo de caixa dos empreendimentos;
- O calculo do Valor Presente (VP) de cada alternativa;
 Demonstrar que, se praticada a taxa de desconto de 12% o - Decidir qual a alternativa a ser selecionada.
projeto pode ser viável;
134
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
ADUTORA ADUTORA Assim sendo, verifique: 1º - a viabilidade do projeto dada
DISCRIMINAÇÃO  = 1,00 m.  = 1,20 m. as condições abaixo; 2º - o menor faturamento mensal
Custo Inicial (CI) R$3.000.000,00 R$5.000.000,00 possível, de modo a tornar o projeto viável.
Custo manutenção 7% 1%
anual (de 0 a 5 anos) do Custo Inicial do Custo Inicial Condições:
Custo de
10% 2%
manutenção anual
(de 5 a 15 anos)
do Custo Inicial do Custo Inicial  A Mikscorp pratica um custo de capital de 15% ao ano;
Custo de revisão e 10% 2%  Equipamentos do gênero podem ser vendidos, no final da
manutenção do Custo Inicial do Custo Inicial vida útil, a 18% do valor de um novo;
periódica no ano 5 nos anos 5, 10 e 15  O diretor prevê receitas mensais na ordem de R$ 36 mil e
Receita 25% 16%
(de 0 a 5 anos) do Custo Inicial do Custo Inicial despesas operacionais de R$ 25 mil por mês;
Receita 25% 18%  A aquisição dos equipamentos de produção requer
(de 5 a 15 anos) do Custo Inicial do Custo Inicial investimentos iniciais no montante de R$ 1.200 mil;
Período de cálculo
10 15  A empresa dispõe de instalações físicas para instalação dos
(anos) equipamentos;
Taxa de Mínima
Atratividade (TMA)
12,0% 12,0%  O BDE, banco de investimentos, propôs as seguintes
condições de financiamento: aporte do capital necessário à
6.7.11 - O diretor da MiksCorp, empresa atuante na indústria produção no fechamento do contrato a ser realizado na data
da telecomunicações e informática, após pesquisa de de fechamento do contrato; prestações anuais, constantes e
mercado, concluiu haver demanda para absorver o lançamento consecutivas, pagas anualmente a juros de 8% ao ano;
de um novo produto denominado TI-struvspro, equipamento prazo de pagamento de seis anos sendo dois de carência.
com capacidade de atender a convergência digital dos diversos
tipos de mídia, telefonia, GPS, tratamento de dados, etc. 6.7.12 - Numa análise realizada em determinada empresa,
foram detectados custos operacionais excessivamente
Dado o comportamento desse mercado, previu que um elevados numa linha de produção, em decorrência da utilização
produto com as características do TI-struvspro teria uma vida de equipamentos velhos e obsoletos.
comercial de sete anos.
Os engenheiros responsáveis pelo problema
Como a empresa estava com os seus recursos propuseram à gerência duas soluções alternativas.
empenhados noutros investimentos e não teria capacidade
financeira para investir neste novo produto, conseguiu suporte A primeira consistindo numa reforma geral da linha,
de um banco de investimentos. exigindo investimentos estimados em $ 10.000, cujo resultado
será uma redução anual de custos igual a $ 2.000 durante 10

135
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
anos, após os quais os equipamentos seriam sucatados, isto é, - Vencida a vida útil dos equipamentos, eles serão repostos.
sem nenhum valor residual.
Pede-se:
A segunda proposição foi a aquisição de uma nova linha - Qual sua recomendação quanto ao melhor projeto sendo os
de produção no valor de $ 35.000 para substituir os fluxos de caixa definidos em períodos anuais;
equipamentos existentes, cujo valor líquido de revenda foi - Uma decisão quanto ao melhor projeto, definindo os fluxos
estimado a $ 5.000. Esta alternativa deverá proporcionar de caixa em períodos mensais;
ganhos de $ 4.700 por ano, apresentando ainda um valor
residual de $ 10.705 após dez anos.
6.7.13 - Analise a viabilidade de investir em escritórios
Sabendo-se que a empresa pratica uma TMA de 15% ao comerciais tendo por objetivo a cobrança de alugueis.
ano, qual das alternativas deve ser preferida pela gerência?
(Contribuição Dr. Engº Oscar Ciro Lopes). Após levantamentos efetuados no mercado imobiliário
dispõem-se das seguintes informações:
m) Uma empresa mineradora recebeu duas propostas visando
à aquisição de dois equipamentos de escavação necessários à - As empresas construtoras praticam um preço de vendas na
exploração uma jazida mineral até a levar a exaustão. ordem de 2,2 CUB/m².
- Foram coletadas informações de três conceituadas empresas
Previsão dos Fluxos de Caixa que atuam no mercado de construção e vendas de imóveis,
Equipamento Opção A Opção B expostas no quadro abaixo.
Investimento Inicial - 4.000,00 -6.000,00
Ano 1 860,00 2.100,00 Área Sala Custo Aluguel mensal
Ano 2 900,00 2.300,00 Empresa Padrão
m² CUB/m² R$
Ano 3 950,00 2.500,00 PrimeTop Alto 65,00 959,61 490,00
Ano 4 1.000,00 2.590,00 Nortecon Médio 48,90 679,82 350,00
Ano 5 1.100,00 - Belafonte Baixo 36,95 604,88 270,00
Ano 6 1.200,00 -
Valores em R$ 10³ - Como informação adicional, a taxa básica de juros
estabelecida pelo BCB esta, na data da pesquisa, definida em
Sabe-se que: 14,25% e há o entendimento no mercado que é adequada a
remuneração de 12% ao ano para imóveis alugados.
- A previsão dos fluxos de caixa líquido, anuais, de cada
alternativa esta relacionada no quadro de previsão; 6.7.14 - Um investidor estudou detidamente várias companhias
- O custo de oportunidade determinado corresponde a 1, e suas ações ordinárias. Por sua análise concluiu que as ações
1714917 % ao mês; de seis firmas são as melhores entre as muitas que examinou.

136
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

Essas seis firmas representam praticamente o mesmo


risco, e assim, ele deseja determinar a firma em que aplicará 6.7.16 - Um cliente solicitou sua ajuda para assessorá-lo na
seu dinheiro. Ele planeja conservar as ações durante quatro aquisição de um imóvel.
anos, e exige uma taxa mínima de atratividade de 10% a.a.
Que ações o investidor deve preferir (usar como método de Para tanto, lhe informou que, para adquirir a residência
decisão o VPL)? (Contribuição Engº Oscar Ciro Lopes, Dr). que hoje possui, foi necessário contrair uma dívida.

Preço por
Dividendo Preço estimado Ele disse que, ao longo de um ano, com o objetivo de
Ações anual ao final dos 4 dar entrada na compra do imóvel, fizera três depósitos
Ações
ordinárias por ação anos trimestrais numa conta de poupança de um banco que
(em Reais)
(em Reais) (em Reais)
Petrocisa 23,75 1,25 32 remunerava os seus depósitos a uma taxa nominal de 12 % ao
Bragantin 45,00 4,50 45 ano com capitalização trimestral.
Cauai 30,53 0,00 42
Enervale 33,48 2,00 40 Depósitos realizados nas seguintes datas:
Rechtam 52,55 3,00 60
Data dos depósitos Valor (em R$)
01/set/2000 6.500
6.7.15 - Uma firma está estudando três alternativas 01/dez/2000 9.500
mutuamente exclusivas como parte de um programa de 01/mar/2001 14.000
melhoramentos na produção. Para tanto sabe-se que:
Dado a poupança realizada deram entrada, no dia
O valor residual, ao final da vida útil, é zero em qualquer 01/jun/2001, na compra da residência.
uma das alternativas. Ao final da vida útil, cada alternativa
poderá ser reposta por outra que apresenta custos e benefícios Disse, também, que o montante final dos depósitos
idênticos. correspondeu a 40% do valor da casa tendo sido necessário,
portanto, financiar o restante.
Sendo a taxa de mínima atratividade definida em 14%
ao ano, qual será a alternativa que Você recomendará? A dívida foi contraída nas seguintes condições:
(Contribuição Dr. Oscar C. Lopes).
- Pagamento em 10 prestações mensais iguais.
Projeto A B C - Taxa de juros de 14% ao ano, capitalizados semestralmente.
Custo instalado - $ 10.000 15.000 20.000
Benefício anual uniforme - $ 1.625 1.650 1.946
Vida útil - em anos 10 15 20
137
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Após o pagamento da terceira prestação, em
01/set/2001, Roberto após consulta ao banco, está pensando É entendimento da WPP Ltda. que o desenvolvimento
renegociar o saldo devedor nos seguintes termos: do novo produto abre a perspectiva de ocorrer maiores ganhos
- O saldo devedor pago em 20 Prestações mensais iguais. futuros, em comparação com os produtos similares dos seus
- Taxa de juros de 16 % ao ano, capitalizados trimestralmente. concorrentes.

Seu amigo, sabendo que você está no último ano de Entende, também, que os benefícios oriundos do
engenharia e conhecendo a sua grande habilidade para lançamento do produto se farão sentir durante quarenta meses
equacionar este tipo de problemas (montar o fluxo de caixa), e que o produto, poderá ter uma renda superior em
fez as seguintes perguntas: $30.000/mês em comparação com os dos concorrentes,
durante os dez primeiros meses após o lançamento.
 Qual a taxa efetiva anual que o banco pagou para os seus
depósitos e quais as taxas efetivamente cobradas no Durante os dez meses subsequentes, a WPP Ltda.
financiamento? prevê uma renda mensal superior em $60.000,00. E, durante
 Qual o valor da dívida contraída, ou seja, o valor os vinte meses restantes, espera que o novo produto tenha
financiado? conquistado uma parcela de mercado que apresente uma
 Qual o valor do saldo devedor renegociado? renda de $120.000 acima dos concorrentes.
 Qual o valor das prestações da dívida original e da dívida
renegociada? Admitindo que as estimativas da WPP Ltda. estejam
corretas, informe:
6.7.17 - O gerente de uma empresa produtora de tecidos de  Caso seja contratado o empréstimo, qual o valor da primeira
decoração e papeis de parede, a WPP Ltda., está negociando prestação?
com um banco um empréstimo cujo objeto é o desenvolvimento  Qual o valor da sexta prestação e qual o saldo devedor
de um novo produto. imediatamente após o pagamento desta sexta prestação?
 Qual será a taxa interna de retorno prevista para o projeto?
Ele previu que, a época do lançamento do novo produto
a empresa poderá incorrer em custos com pesquisa e 6.7.18 - Elabore o estudo de viabilidade para o seguinte
desenvolvimento equivalentes a US $280.000,00 e supõe que projeto:
este deverá ser o valor a ser contratado. Sendo VOCE diretor técnico de uma empresa de
construção civil, o Diretor Presidente de sua empresa lhe
O banco propôs um financiamento a ser amortizado em comunicou ser interessante analisar a implantação de uma
parcelas semestrais ao longo de cinco anos, adotando o nova fabrica para a produção de peças protendidas para
Sistema de Amortização Constante e pactuada uma taxa de estruturas de pontes. Para tanto, deseja saber qual a
juro de 25% ao ano. quantidade mensal mínima de produção para que o
138
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
empreendimento seja considerado viável. Além disso, lhe
informou que o BNDES esta financiando equipamentos de 4) Informações Estratégicas & Comerciais
forma vantajosa. 4.1 – É pensamento estratégico do grupo vender as instalações após a vida
do produto e não reinvestir em reformas ou up-grades industriais.
Sua assessoria lhe forneceu as seguintes informações: 4.2 – Terrenos situados na área industrial, onde esta localizado o próprio da
empresa, vem sofrendo uma valorização real de 5% ao ano.
4.3 – A perda de valor de edificações industriais do gênero da projetada
1) Ativos Imobilizados
para ser implantada acusa um valor de 70% em dez anos.
1) Investimento R$ Condições
4.4 – Propostas das empresas fornecedoras de equipamentos daqueles em
1.1 - Terrenos 100.000,00
estudo informam que seu valor comercial decresce a taxa de 7,5% ao ano.
1.2 - Edificações 120.000,00
4.5 – Evolução do mercado: A previsão é que esse mercado cresça à taxa
1.3 - Estoques 75.800,00 de 30% ao ano.
1.4 - Equipamentos 240.000,00 Juros de 8% ao ano.
Financiamento em seis anos com
dois de carência. Prestações
constantes. 6.7.19 - Analise a viabilidade do aproveitamento da jazida de
granito visando a instalação de um britador. Solicita-se:
efetuar o Diagrama de Fluxo de Caixa do projeto; o
2) Custos Operacionais R$ Diagrama de Valor Presente; Comentar quanto a viabilidade
2.1 – Matérias Primas 3.500,00/ unidade do mesmo. .
2.2 – Mão de Obra Direta 10.500,00/ mês
2.3 – Vendas – Adm. Central – Custos Indiretos 23.000,00/ mês Informações do Projeto:
2.4 – Eletricidade 3.950,00/ mês
 Capital: Próprio e investidores
2.5 - Embalagens 90,00/ unidade
 Produção mensal : 30 mil m³
 Vida Útil do Projeto: 20 anos
 Preço de Venda: 32,00 R$/m³
3) Informações Gerenciais Dados
 Custo de Produção: 8,50 R$/m³
3.1 – Taxa Mínima de Atratividade 1,1714917 % am
3.2 – Tempo de vida do produto 10 anos  Preço terreno: 3 milhões de reais
3.3 – Preço de venda mínimo/médio 6.380,00 R$/unidade  Investimento Equipamentos: 7,50 milhões de reais
3.4 – Impostos sobre a Renda 15,00 %  Projetos, autorizações, estudos
550 mil reais
3.5 – Depreciação da Edificação 20 anos ambientais:
3.6 – Depreciação dos Equipamentos 5 anos  Opção tributária: Lucro Presumido
3.7 – Impostos incidentes sobre o faturamento 10,50 %  Carga Tributária: 27 %
 Financiamento Finame – BNDES. 
- Prazo financiamento 72 meses
- Carência 1 ano
- Taxa de juros 3,50 % ao ano

139
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
empreendimento e, em consequência, aumentará o risco
associado ao projeto.

7. Método da Recuperação de Isto porque, crescerá a incerteza associada à realização


Capital esperada dos fluxos de caixa futuros, exigindo um adequado
nível de controle visando a efetiva realização do planejamento
inicial.
7.1 - Introdução. Ao ser efetuada uma análise de hierarquização de
alternativas através do MRC, deve estar implícito que os fluxos
O método do Período de Recuperação de Capital, MRC, de caixa estejam referenciados a uma moeda de poder
é utilizado quando se deseja decidir a hierarquização de aquisitivo constante. Sem esse cuidado, o resultado obtido
alternativas usando como parâmetro de decisão o menor tempo poderá ser de parca utilidade.
de retorno do capital investido. O método também é conhecido
como Método de Recuperação da Capacidade de Investimento O MRC pode, também, servir como critério de
ou sob a terminologia inglesa, pay-back. desempate quando se efetua a hierarquização de alternativas e
se utiliza o Método do Valor Presente Líquido. E, é de fácil
A intenção em adotar este método como parâmetro de entendimento que, em duas alternativas apresentando o
decisão é eleger a alternativa de investimento que propicie o mesmo Valor Presente Líquido, aquela que propiciar um
retorno do capital investido no menor prazo possível, a fim de retorno mais rápido do capital investido deverá ser a escolhida.
dispô-lo para aplicação em futuras oportunidades de
investimento. Deste modo, além de propiciar o mesmo retorno, o
capital inicialmente imobilizado estará disponível para outras
A metodologia adotada consiste em verificar o tempo de aplicações futuras. Esta situação confere ao MRC a
retorno do capital inicialmente investido em cada alternativa atratividade de ser utilizado como critério de hierarquização e
disponível, a partir da soma acumulada dos fluxos de caixa. desempate entre alternativas, subsidiariamente ao método do
valor presente líquido.
O tempo de retorno indicara o grau de imobilização de
um capital, sendo que a alternativa a ser eleita será aquela que
7.2 - Metodologia.
apresentar o menor tempo de retorno. Noutras palavras, o
menor grau de imobilização do capital.
Pelo exposto, as alternativas de investimento deverão
ser hierarquizadas iniciando por aquela que apresentar o
Justifica a adoção do método o entendimento dos
menor tempo de recuperação do capital investido.
investidores que, quanto maior for o tempo de retorno do
capital investido, maior será o grau de maturação do
140
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
A metodologia proposta será exposta ao se analisar o adotar o Projeto – B, fato que reduz a incerteza sobre a
exemplo de dois projetos representados pelos valores realização dos fluxos de caixa em períodos futuros.
presentes de seus fluxos de caixa segundo o quadro a seguir,
visando à facilidade de entendimento do leitor. O ultimo fluxo acumulado indica o valor presente líquido
dos dois projetos que monta a $250,00, e apresentam o
Alerta-se que alguns autores efetuam o somatório dos mesmo valor.
fluxos de caixa desconsiderando o valor da moeda no tempo.
Projeto A Projeto B

Período
Este autor, porém, entende que deva ser considerado o Valor Fluxo de Valor Fluxo de
valor da moeda no tempo pois, em assim sendo, reduz-se a Presente Caixa Presente Caixa
influência dos fluxos de caixa futuros que possam apresentar Fluxo de Acumulado Fluxo de Acumulado
valores sensivelmente superiores aos iniciais e, também, maior Caixa $ Caixa $
risco em sua realização. 0 -180,00 -180,00 -180,00 -180,00
1 -100,00 -280,00 -100,00 -280,00
No exercício da Tab.7.1, nas colunas discriminadas 2 -40,00 -320,00 -40,00 -320,00
como Valor Presente dos Fluxos de Caixa, o valor aposto já 3 +45,00 -275,00 +30,00 -290,00
expressa o valor presente de cada fluxo de caixa relativo ao 4 +55,00 -220,00 +30,00 -260,00
período especificado, ambos descontados à mesma TMA. 5 +85,00 -135,00 +40,00 -220,00
6 +80,00 -55,00 +40,00 -180,00
7 +85,00  +30,00 +50,00 -130,00
As colunas denominadas “Fluxo Acumulado”, indicam o
8 +60,00 +90,00 +50,00 -80,00
somatório acumulado dos dados indicados nas colunas “Valor
9 +40,00 +130,00 +50,00 -30,00
Presente – Fluxo de Caixa”.
10 +60,00 +190,00 +60,00  +30,00
11 +20,00 +210,00 +70,00 +100,00
No caso em pauta, para ambos os projetos ocorre a
12 +20,00 +230,00 +50,00 +150,00
previsão dos dois projetos propiciarem idêntico incremento de 13 +20,00 +250,00 +100,00 +250,00
riqueza, pois o VPL monta a R$ 250,00. VPL(A) 250,00 VPL(B) 250,00
Obs: os Fluxos de Caixa já estão representados pelo seu valor presente
Adotando como critério de decisão o MRC, o projeto a
Tab.7.1 – Recuperação de Capital
ser escolhido deverá ser o “A”, dado apresentar um retorno do
capital inicialmente investido durante o 7º período, em
comparação com o projeto “B” cujo retorno acontecerá no 10º
período. Pelo exposto, fica demonstrado que o método do MRC
adotado, em complementação ao do VPL, permite atender à
Assim sendo, realizado o Projeto - A, o investidor exigibilidade do retorno do capital inicial. E, também,
disporá do capital investido três períodos antes do que se
141
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
estabelecer como critério à tomada de decisão, a eleição de
qual projeto produz o retorno do capital em menor tempo.

7.3 – Exercício.

Verifique qual o projeto apresenta um menor tempo de


retorno de capital.

Projeto Gama Projeto Delta


Valor Fluxo de Valor Fluxo de
Presente Caixa Presente Caixa
Ano Fluxo de Acumulado Fluxo de Acumulado
Caixa R$ 105 Caixa R$ 105
0 -200 -180
1 -222 -180
2 -150 -180
3 -80 -150
4 -55 -100
5 -50 -50
6 -9 90
7 70 100
8 130 120
9 150 120
10 170 150
11 190 150
12 200 150
13 200 150
14 200 130
15 180 100
16 170 90
17 100 -40
18 -70 -20
VPL(A) VPL(B)

142
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
No caso da análise envolver, predominantemente,
8. Valor Uniforme Equivalente custos, a metodologia é denominada de Custo Anual
Equivalente - CAE. Caso se analise, predominantemente,
faturamentos ou o resultado do processo for expresso em
termos de lucro, o método leva a denominação de Benefício
8.1 – Introdução. Anual Equivalente - BAE.

A aplicação do método do valor uniforme equivalente é Sob qualquer das denominações acima citadas, o
mais recomendada quando se decide sobre aquisição de processo de decisão segue a mesma metodologia.
equipamentos cuja reposição seja efetuada periodicamente.
Adotando como nomenclatura:
Assim, o MVU é adequado para amparar decisões
quanto à aquisição, seja por compra, financiamento ou aluguel  BAE(p) = Benefício Anual Equivalente associado a um
(leasing), de equipamentos que executem idêntico trabalho. projeto qualquer P;
 CAE(p) = Custo Anual Equivalente associado a um projeto
O método permite, também, estabelecer o tempo ótimo qualquer P;
de comissionamento de equipamentos. Neste caso cada  VUE(p) = valor uniforme equivalente da série, seja ela
período de tempo analisado corresponde a uma alternativa de expressa em termos de BAE ou de CAE.
investimento distinta.  F0 = fluxo de caixa inicial.
 Sn ou S1 = serie de pagamentos iguais;
Em ambos os casos acima comentados, seja em  VP(p) = valor presente do projeto.
aquisição ou definição de tempo, o objetivo do processo é  Pn; P2 ou P3 = fluxos de caixa referentes a pagamento
definir qual alternativa apresenta o maior benefício ou o menor único;
custo equivalente no período.  VP(p) = somatório dos valores presentes dos fluxos de
caixa associados ao projeto P, ou seja, o seu valor
Como exemplo de equipamentos a serem presente líquido;
periodicamente repostos cita-se: veículos integrantes de frota
 Σ Rec (p)K = somatório das receitas associadas ao projeto
de serviços; equipamentos de terraplenagem; maquinas de
solda; equipamentos de inserção automática; moldes para p no período k;
injeção, etc.  Σ Desp (p)K = somatório das despesas associadas ao
projeto p no período k;
É comum o processo ser expresso sob duas  Fk = fluxo de caixa associado ao projeto p no período k.
denominações distintas, adotadas quando se analisa custos ou  I(p)K = investimentos associados ao projeto p, realizados
faturamento em período anual. no período k;

143
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
 VR = valor residual associado ao projeto p, normalmente Assim sendo, a unidade do VUE é dada em R$/mês,
considerado no ultimo período de vida do projeto. R$/ano, etc.

A vantagem da adoção do MVU num processo de


decisão em que as alternativas disponíveis sejam repetidas 8.2 - Decisão
periodicamente é quanto à facilidade de aplicação do método.
Isto porque, matematicamente, o valor da série equivalente ao Dado um conjunto de alternativas em análise, a
fluxo de caixa original ou a qualquer número de suas hierarquização das mesmas ocorrerá quando comparados o
repetições é o mesmo. valor da economia ou do retorno das respectivas séries
equivalentes.
Basicamente, a metodologia do valor uniforme
equivalente segue três etapas: No caso de se efetuar uma análise de custos, a melhor
alternativa será aquela que apresentar o MENOR CUSTO
1º Estabelece-se o fluxo de caixa de cada alternativa PERIÓDICO EQUIVALENTE. A literatura que versa sobre o assunto,
comumente, denomina o processo de custo anual equivalente
disponível;
– CAE.
2º Calcula-se o valor presente das alternativas;
3º Calcula-se a série uniforme equivalente relativa ao No caso de estar em análise, predominantemente, a
valor presente de cada alternativa. Ver Fig. 8.1 comparação de lucro ou faturamento propiciado pelas
alternativas de investimento, a melhor alternativa será aquela
Alerta-se que a unidade da série representativa do valor que apresentar o MAIOR BENEFÍCIO PERIÓDICO EQUIVALENTE.
uniforme equivalente associado ao projeto p, VUE(p), é dada
em unidade monetária por período. De modo idêntico ao efetuado no comentário anterior, a
literatura que versa sobre o assunto, denomina, comumente, o
E, que ela expressa em termos monetários, o custo processo de benefício anual equivalente – BAE.
médio incorrido ou o benefício médio propiciado por cada
alternativa na unidade de tempo, considerando a vida A confiabilidade do processo com a consequente
estimada da alternativa. coerência de resultados será tanto maior quanto melhor for a
apuração das receitas, despesas, investimentos, tributos e
Como equação dimensional tem-se: valores residuais associados a cada alternativa.

VUE(p)  R$
O modelo matemático básico para a definição do valor
uniforme equivalente, seja ele expresso em termos de BAE ou
período de CAE, associado a um projeto P, qualquer, é dado por:

144
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
3º Passo: Calcular ao valor da série periódica equivalente.
i  (1  i)n
VUE(p)  VP (p)  VUE(p) = VP(p) × FRC(n¬i%)
(1  i)n  1
Ou, em termos de variáveis características da série:
Considerando a existência de duas alternativas de
investimentos, X1 e X2, e estando em julgamento Benefícios i  (1  i)n
Anuais Equivalentes, sendo o BAE(X1)  BAE(X2), então será VUE(p)  VP (p) 
escolhida como a melhor a alternativa X1, desde que (1  i)n  1
reconhecida a repetitividade do projeto.
Como exemplo de aplicação, seja o projeto representado
No caso de estar em pauta uma análise de custos, pelo seu fluxo de caixa, conforme expresso na Figura 8.1,
sendo o CAE (X1)  CAE (X2), então será considerada como composto por uma série de pagamentos, iguais, periódicos e
alternativa mais interessante a X2, dado que os custos consecutivos, S1, e, também, outros dois fluxos representados
praticados são menores que a de X1, desde que reconhecida a por pagamentos únicos, P2 e P3.
repetitividade do projeto.
Neste caso a série anual equivalente será expressa em
termos de BAE, pois dispõe, predominantemente, de entradas
8.3 – Metodologia. de caixa.

A metodologia para determinar o valor da série uniforme 1º Passo – Levar todos os fluxos de caixa a valor presente;
equivalente, tanto em termos de BAE como de CAE, segue os
seguintes procedimentos: P2 P3
VP (p)  FO  S1  FVP (3; i%)  
(1  i)4 (1  i)6
1º Passo: Elaborar o conjunto de fluxos de caixa do projeto;
2º Passo – efetuar o somatório dos valores presentes de todos
Fk =Σ Rec (p)K - Σ Desp (p)K – I (p)K + VR(k) os fluxos de caixa;
2º Passo: Calcular o respectivo valor presente líquido; VP(p) = Σ { - F0 + VP(S1)+ VP(P2) + VP(P3)}

F1 F2 F3 Fn 3º Passo – calcular o valor da serie uniforme equivalente,


VP (p)  Fo      
(1  i)1 (1  i)2 (1  i)3 (1  i)n postecipada, relativa ao valor presente calculado no passo
anterior.

145
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
BAE(p) = VP(p) × FRC(6¬i%) = M R$/período. 8.4 – Aplicação da Metodologia.

Neste item é apresentada a aplicação da metodologia do


VUE ao caso de produção de um novo produto. Para tanto, o
R$ processo de decisão considera duas alternativas de projetos
P3 que apresentam características de investimento e de custos
P2
1º Definir
operacionais distintos.
Fluxos de Caixa

S1 8.4.1 – Procedimentos.
1 2 3 4 5 6
P0
A aplicação da metodologia do Valor Uniforme Equivalente
ao caso segue os seguintes procedimentos:

VP ≡ ΣVP (S1 + P2 + P3) 1º passo: define-se o diagrama de fluxo de caixa de cada


2º Calcular
Valor Presente processo;
VP

2º passo: calcula-se a série uniforme equivalente ao fluxo de


Período caixa inicial;
1 2 3 4 5 6

R$
3º passo: calcula-se o valor presente de cada fluxo de caixa;

3º Calcular
4º passo: calcula-se a série anual equivalente associada à
Série Equivalente soma dos valores presentes dos fluxos de caixa
definidos no passo anterior.
Período Neste caso, o resultado do processo se dará em
1 2 3 4 5 6 termos de Benefício Anual Equivalente - BAE, já que
são consideradas entradas e saídas de caixa
Figura 8.1 – Metodologia do Valor Uniforme Equivalente associadas a cada processo.

5º passo: a decisão, então, elegerá o processo que apresentar


o maior benefício anual equivalente.

8.4.2 - Resolução do Caso – Novo Produto.


146
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

R$
Uma empresa está estudando a produção de um novo
50.000 50.000 50.000 50.000
produto. Para tanto dispõe de dois processos alternativos de -30.000 -30.000 -30.000 -30.000
produção cujas características estão abaixo especificadas.

Os equipamentos a serem utilizados são previstos para


serem repostos periodicamente, dado o desgaste contínuo e o ano
alto valor do custo de manutenção e operação. 1 2 3 4

Considerando o custo de capital da firma de 7% a.a.,


65.000,00
calcular os custos anuais equivalentes.
Figura 8.2 – Processo A – Digrama do Fluxo de Caixa

item PROCESSO A PROCESSO B


Investimento Inicial R$ 65.000,00 130.000,00
Valor Residual 0,00 30.000,00 b) Calculo do Benefício Anual Equivalente – BAE.
Retorno Anual R$ 50.000,00 50.000,00
Custo anual de Fixo Variável Ao se analisar o fluxo de caixa deste processo, verifica-
Operação R$ 30.000,00 Ver diagrama
Vida útil: 4 anos 6 anos
se que, pra a determinação do fluxo de caixa anual equivalente
torna-se mais imediato calcular a série anual equivalente
associada ao investimento inicial e somar esta, diretamente,
aos demais fluxos de caixa, já que são uniformes.
Resolvendo o problema:
- Investimento Inicial:
I – Processo A
Considerando que o investimento inicial corresponde à
a) Diagrama de Fluxo de Caixa do Processo A.
uma saída de caixa, será definido o seu custo anual
equivalente.
Para este processo o diagrama de fluxo de caixa foi
montado lançando, diretamente na escala de tempo, as
CAE(A) = P× FRC ( 7%,4 )
entradas e saídas de caixa previstas. Ver Figura 8.2.
CAE(A) = ( -65.000 ) × 0,2952
CAE(A) = -19.188 R$/ano.

Como se pode verificar no diagrama de fluxo de caixa,


Fig. 5.7, não há necessidade em calcular os valores presentes
147
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
dos custos anuais ou das receitas, pois já expressos em
valores iguais, o que caracteriza uma série uniforme. Neste caso, o procedimento de calculo seguido foi o de
exprimir, tanto o investimento inicial, como os custos anuais
Com os dados acima, pode-se calcular a série uniforme, variáveis e o valor residual, em termos de série anual
anual, equivalente do Projeto A, expressa em ternos de equivalente visando possibilitar a soma de todos os valores e
benefícios – BAE. definir o BAE do Processo B.

Item BAE em R$/ano


Investimento Inicial (-) 19.188,00 30.000
Custo Operacional (-) 30.000,00 50.000
Receitas (+) 50.000,00 R$ 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000 - 26.000
Benefício Anual Equivalente do Projeto A (+) 812,00 R$/ano - 21.000 - 22.000 - 23.000 - 24.000 - 25.000 54.000
29.000 28.000 27.000 26.000 25.000

50.000 50.000 50.000 50.000


R$ -30.000 -30.000 -30.000 -30.000
-19.188 -19.188 -19.188 -19.188 ano
812,00 812,00 812,00 812,00
1 2 3 4 5 6

-130.000
ano
1 2 3 4 Fig.8.4 – Processo B – Diagrama do Fluxo de Caixa

Fig.8.3 – Processo A – Serie Anual Equivalente = BAE(A)


b) Cálculo do Custo Anual Equivalente do Projeto B:

b1) Capital Inicial: Pi = 130.000 x FRC (7%,6)


II - Processo B Pi = - (130.000  0.2098)
Pi = (- 27.274) R$/ano
a) Diagrama de Fluxo de Caixa do Processo B. b2) Valor Residual:
R = S x FFC ( 7,6 ) = 30.000 x ( 0,1398 ) 
Os valores do fluxo de caixa relativos aos custos anuais R = 4.194 R$/ano
de operação deste processo, que foram previstos como
variáveis e crescentes, foram lançados diretamente no b3) Custo Operacional:
diagrama de fluxo de caixa.
148
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

- Valor Presente S=  FCi  Vin Assim, a alternativa que apresentou o maior Benefício
Anual Equivalente foi a Alternativa B. Logo, a mais interessante
a ser adotada.
S = -21.000 ( 0,9346 ) - 22.000 ( 0,8734 ) - 23.000 ( 0,8163 )
-24.000 ( 0,7029 ) - 25.000 ( 0,7130 ) -26.000 ( 0,6663 ) Alerta-se, neste ponto, que, como as alternativas
S = - ( 19.626 + 19.215 + 18.775 +16.870 + 17.825 + 17.324 ) apresentam períodos de vida distintos, há que se ter cuidado
S = - 109.635 R$/ano na comparação de alternativas.

- Série Uniforme Equivalente: Este processo de série anual equivalente, seja em termos
de BAE ou de CAE, é recomendado para decisão quando se
Po = - 109.635 FFC (7,6) = = - 109.635 (0,2098) analisa projetos repetitivos.
Po = - 23.001,00 R$/ano
Projeto repetitivo é definido como aquele que, findo seu
b4) Calculo do Benefício Anual Equivalente. período de vida previsto, o investimento inicial, ou parte dele,
deverá ser reposto visando manter o processo em
O benefício anual equivalente do Processo B é obtido ao funcionamento.
se proceder a soma dos valores das séries anuais
equivalentes associadas a cada tipo de custo ou retorno anual Como exemplo de projeto repetitivo tem-se: aquisição de
equivalente (faturamento). Então: ônibus empregados por empresas concessionárias de serviços
públicos; de caminhões para serviços de terraplenagem;
Item BAE em R$/ano análise do tipo de pneu a ser utilizado em um mesmo veículo;
Investimento Inicial (-) 27.274,00 tipos de escoramento ou formas utilizadas em serviços de
Valor Residual (+) 4.194,00 concretagem sejam em obras pré-fabricadas ou moldadas no
Custo Operacional (-) 23.001,00 local; etc..
Receitas (+) 50.000,00
Benefício Anual Equivalente (+) 3.919,00 R$/ano No caso de se comparar projetos produtivos que
apresentem períodos de vida distintos e que sejam não
repetitivos, recomenda-se efetuar o processo de decisão
III – Análise de decisão: atendendo as considerações realizadas no capítulo 5.

Pelo acima exposto, o Benefício Anual Equivalente - BAE


relativo ao Processo A é de 812,00 R$/ano e ao Processo B de 8.5 - Caso de Reinvestimento.
3.919,00 R$/ano.
8.5.1 – Conceituação e Artifício.

149
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Neste caso existe a pressuposição da continuidade de Este caso discute a análise de decisão de alternativas
utilização de um ativo ou a manutenção do bem em produção, quando há a previsão de continuidade de produção.
expirada a vida útil do projeto original.
O caso em questão diz respeito a uma empresa que
Para tanto, findo o período de vida de um ativo, se esta comparando duas alternativas de projeto visando a
pressupõe uma imediata reaplicação do capital gerado pelo instalação de um processo produtivo e que visam à produção
projeto em um novo ativo com características semelhantes à do de um mesmo bem.
ativo desmobilizado.
Esses processos são representados por seus fluxos de
Havendo diversas alternativas de investimento, o caixa e apresentam tempos de vida útil, distintos.
horizonte de planejamento previsto para análise considera que
a equalização dos tempos de vida de cada alternativa seja O objetivo é definir qual destes dois projetos,
equivalente ao mínimo múltiplo comum, MMC, de suas vidas representados por seus fluxos de caixa é o mais lucrativo,
úteis. Vide Figura 8.5, que mostra a repetição dos fluxos de sendo adotada uma TMA de 10% ao ano.
caixa dada a manutenção e continuidade do uso do ativo, ou
de um sistema de produção. Período 0 1 2 3 4
Projeto “A” -20 -25 45 45 45
Ao ser adotado o mínimo múltiplo comum das vidas úteis Projeto “B” -60 25 40 50
das alternativas como horizonte de análise do projeto, o Valores em 104 R$
processo de cálculo pode se tornar complexo e trabalhoso pela
grande número de fluxos de caixa envolvidos. 25 40 50 25 40 50 25 40 50

Para contornar essa complexidade, o método do VUE


torna-se um artifício de fácil e rápida aplicação, pois permite
efetuar o processo considerando o tempo de cada alternativa
sem haver repetição.

Isto porque, o valor da série equivalente de uma


alternativa de investimento, seja qual for o número de
repetições realizados, será sempre o mesmo.
-60 - 60 -60

8.5.2 – Manutenção em Comissionamento. Figura 8.5 – Continuidade de Utilização de Ativo

150
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Havendo a pressuposição da continuidade de produção,
a compatibilidade dos tempos de vida útil é efetuada após a
equalização dos tempos de vida dos projetos utilizando o Fluxo de Caixa Final dos Projetos Valores em 104 R$
mínimo múltiplo comum dos períodos em consideração. Tempo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Projet
-20 -25 45 45 25 -25 45 45 25 -25 45 45 45
o “A”
a) Decisão por Valor Presente.
Projet
-60 25 40 -10 25 40 -10 25 40 -10 25 40 50
o “B”
Como o Projeto A apresenta quatro anos de vida útil e o Figura 8.8 – Procedimento para Repetição de Investimento - B
Projeto B três anos, o mínimo múltiplo comum dos tempos é
de doze anos. Assim sendo, o Projeto A deverá ser repetido Realizada a equalização dos tempos, pode-se calcular o
três vezes e o Projeto B quatro vezes para que os seus valore presente líquido de ambos os projetos, o que permitirá a
períodos de vida sejam equalizados. escolha de qual dos dois é que mais aumenta a riqueza dos
proprietários.
O quadro da Figura 8.7 mostra o procedimento de
repetição relativo ao Projeto A. Calculando o valor presente líquido de cada alternativa
tem=se: VP (A) = 126,84 x 106 R$ e VP (B) = 91,38 106 R$.
Ressalta-se que o investimento inicial da 2ª repetição e
subsequentes, deve ocorrer durante o último período da Como o projeto A, apresenta um aumento de riqueza de
repetição anterior. Este procedimento visa evitar a ocorrência R$ 126,84 x 106 R$ sendo, consequentemente, superior ao
de solução de continuidade no processo de produção. incremento propiciado pelo projeto B, é o recomendado a ser
realizado.
Projeto A Valores em 104 R$
Fluxo 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1ª Rep -20 -25 45 45 45
2ª Rep -20 -25 45 45 45 b) Decisão por Valor Uniforme Equivalente.
3ª Rep -20 -25 45 45 45
Final -20 -25 45 45 25 -25 45 45 25 -25 45 45 45 O artifício financeiro de calcular os Benefícios Anuais
Figura 8.7 – Procedimento para Repetição de Investimento - A Equivalentes de cada projeto, sem efetuar a repetição dos
fluxos, isto é, de simplesmente apenas comparar os BAE’s dos
Somando os fluxos de caixa de cada repetição, projetos originais, facilita o processo de decisão.
dispõem-se do fluxo de caixa final do projeto equalizado.
Como já comentado, ao ser calculado o BAE de um
Repetindo o mesmo procedimento para o Projeto B, projeto tomando o seu fluxo de caixa original e o BAE deste
chega-se à solução abaixo que apresenta os fluxos de caixa mesmo projeto repetido, o valor a ser obtido em ambos os
dos projetos equalizados. Exemplo na Figura 8.8. casos é o mesmo.

151
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
benefício anual equivalente, demonstraram uma superioridade
Voltando ao exemplo acima, a obtenção do Benefício do projeto A sobre o projeto B.
Anual Equivalente relativo a cada projeto segue os
procedimentos: O leitor não pode generalizar o resultado obtido no
exercício quando compara alternativas de investimentos,
1º - Determina-se o valor presente líquido do projeto original. vinculando, necessariamente, a obtenção de um maior
presente líquido a um maior valor periódico equivalente.
25 45 45 45
VP ( A )  20      59,01R$ Uma alternativa pode apresentar um maior valor
2 3
(1,10) (1,10) (1,10) (1,10)4
presente líquido em relação às outras e não, necessariamente,
o maior valor periódico equivalente, seja ela calculada em
termos de BAE ou de CAE. Os resultados dependerão dos
2º - Calcula-se o Benefício Anual Equivalente - BAE valores fluxos de caixa e da duração de cada projeto. Como
regra geral, a priori, nada se pode inferir.
BAE (P) = VP(P)  FRC (n; i)
BAE (A) = 59,01  FRC (4¬10%) = 18,62 R$/ano Com o objetivo de demonstrar a obtenção de igual
resultado no calculo do valor periódico equivalente, aplicando o
Repetindo o mesmo procedimento para o projeto B, método, simplesmente, ao projeto inicial ou a um número
obtém-se os valores indicados no quadro abaixo que qualquer de repetições, será vista a situação de se considerar
demonstra, mesmo utilizando ao processo do Beneficio Anual o horizonte de projeto de doze anos, às duas alternativas.
Equivalente, a superioridade do projeto A sobre o projeto B. Prazo este equivalente ao mínimo múltiplo comum do tempo de
vida de cada uma das alternativas em consideração.
BAE (B) = 33,35  FRC (3¬10%) = 13,41 R$/ano.
Ao se calcular o valor presente do projeto repetido
Projeto Período original de cada projeto considerando o horizonte de doze anos, obter-se-á os
A VP(A) = 59,01 R$ seguintes valores presentes: VP(A) = 126,84 R$ e VP(B) =
B VP(B) = 33,35 R$ 91,38 R$.
A BAE(A) = 59,01  0,3155 = 18,62 R$/ano
B BAE(A) = 33,35 0,4021 = 13,41 R$/ano
A seguir, calcula-se o Benefício Anual equivalente para
cada alternativa, definindo a série equivalente pelo prazo de
doze anos.
8.5.3 – Análise Crítica.
Partindo do caso geral tem-se:
No exercício 8.5.1, coincidiu que os resultados obtidos
segundo a aplicação dos dois métodos, valor presente líquido e BAE (k) = VP(k)  FRC (n¬i%)
152
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
BAE (k) = VP(k)  FRC (12¬10%) Item PROCESSO A PROCESSO B
Investimento Inicial R$ 65.000,00 130.000,00
BAE (A) = 126,84 FRC (12¬10%) = 18,62 R$/ano Valor Residual - 30.000,00
Faturamento R$ 50.000,00 50.000,00
BAE (B) = 91,38  FRC (12¬10%) = 13,41 R$/ano Ano1 = 21.000,00
Ano2 = 22.000,00
R$ 30.000,00 - Ano3 = 23.000,00
Custo de Operação
Projeto Mínimo Múltiplo Comum de 12 Anos Fixos Ano4 = 24.000,00
Ano5 = 25.000,00
A VP(A) = 126,84 R$
Ano6 = 26.000,00
B VP(B) = 91,38 R$
Vida útil Quatro anos Seis anos
A BAE(A) = 126,84  0,1468 = 18,62 R$/ano
B BAE(B) = 91,38  0,1468 = 13,41 R$/ano
Para tanto, dois processos industriais estão em análise
duas propostas cujas características estão expostas na tabela
Dos resultados encontrados fica a constatação que os acima.
diversos BAE associados a um mesmo projeto são sempre
iguais, independentemente do número de períodos de Estabelecido o custo de capital da firma em 7% a.a.,
repetição utilizados, situação que facilita o processo de tomada calcular o benefício anual equivalente, associado a cada
de decisão. alternativa.

Finalizando, não se deve esquecer que o BAE indica o O método de decisão a ser adotado quanto à escolha da
acréscimo de riqueza médio gerado por um projeto a cada melhor alternativa é o do Custo Anual Equivalente dada às
período de sua vida útil. Ao se desejar saber qual o acréscimo razões:
de riqueza propiciado pelo tempo em que o projeto será
explorado, há que ser calculado o Valor Presente do mesmo, a) Há previsão de produção continuada. Esgotada a vida
para o tempo originalmente estabelecido. útil dos ativos, eles deverão ser repostos, situação que
recomenda a adoção do método proposto;
b) Sendo equivalentes os faturamentos previstos para os
8.6 – Exercício Resolvido. dois processos, pode-se efetuar a análise considerando
apenas custos. O processo que apresentar o menor
custo deverá ser o recomendado.
Uma empresa industrial está estudando a produção de
um novo produto. A metodologia adotada seguirá os seguintes passos:

a) Definição do Valor Presente de cada processo,


isoladamente;
153
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

b) De posse do Valor Presente, calcular a série relativa ao CAE(A) = CAE(IIn) + CO(A)


Custo Anual Equivalente; CAE(A) = 30.000,00 + 19.188,00 = 49.188,00 R$/ano

c) Disponíveis os valores dos CAE de cada processo,


comparar os resultados e recomendar para implantação II - Processo B
o que apresentar o menor Custo Anual Equivalente.

I - Processo A. -25.000
-130.000 -24.000
- 65.000 -23.000
-22.000
-26.000

-30.000 -49.188 -21.000

1 2 3 4 anos 1 2 3 4 anos
1 2 3 4 5 6 anos
Custo de Operação Custo Anual Equivalente - CAE(A)
30.000

Figura 8.8 – Processo A

Figura 8.9 - Custo de Operação – Processo B

a) Custos Operacionais: CO(A) = 30.000 R$/ano. a) Capital Inicial:


Pi = 130.000 x FRC (7%,6) = 130.000  0.2098
b) Custo Anual Equivalente do Projeto A: Pi = = 27.274 R$/ano

Investimento Inicial: b) Valor Residual:

CAE(IIn) = P  FRC (7%,4 ) R = S x FFC (7%,6) = 30.000  0,1398 


CAE(IIn) = 65.000  0,2952  CAE(IIn) = 19.188 R$/ano R = 4.194,00 R$/ano

c) Custo Operacional: VPCO(B)   Pi  Vin


c) Custo Anual Equivalente – Processo A

154
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
VPCO(B) = 21.000  0,9346 + 22.000  0,8734 + 23.000  Processo-B, por apresentar o maior Benefício Anual
0,8163 + 24.000  0,7029 + 25.000  0,7130 + 26.000  Equivalente.
0,6663
VPCO(B) = 19.626 + 19.215 + 18.775 +16.870 + 17.825 +
17.324 = 109.635,00 R$/ano. 8.7 – Exercício Proposto.

8.7.1 - A Universidade utiliza para a iluminação do campus,


d) Série Uniforme Equivalente do Custo Operacional: atualmente, 150 refletores com lâmpadas de descarga e
potência de 1.400 W e estuda a possibilidade de substituí-los
COE(B) = VPCO(B)  FFC (7%,6). por refletores com LED´s. Assim sendo solicita-se:
COE(B) = 109.635 FFC (7%,6) = 109.635  0,2098
COE(B) = 23.001,00 R$/ano.  Analise a viabilidade financeira dessa substituição;
 Mostre a economia mensal pela substituição;
e) Custo Anual Equivalente - Processo B:  Qual o pay-back havendo substituição.
 Defina qual o tipo de refletor a ser adquirido sem haver
CAE(B) = Invest. Inicial + Custo Operacional - Valor Residual. redução da luminosidade.
CAE(B) = 27.274,00 + 23.001,00 - 4.194,00 
CAE(B) = 46.081,00 R$/ano
8.7.2 - Qual o tempo ótimo de manter comissionado um
equipamento de terraplanagem cujo catálogo de especificação
III – Recomendação. define sua vida útil em 7 (sete) anos e o valor de aquisição de
uma unidade nova esta orçada US$ 20 mil?
Sendo o CAE(A) = 49.188 R$/ano e o CAE (B) =
46.081,00 R$/ano; recomenda-se como o mais interessante a Os valores de mercado de equipamentos usados e os
ser implantado o Processo-B, já que apresenta o menor Custo custos anuais de manutenção estão apresentados no quadro
Anual Equivalente. abaixo.

Se, neste exercício, o objetivo fosse o cálculo do Como premissas do problema, considerar o custo de
Benefício Anual Equivalente, o faturamento no valor anual de capital da empresa estipulado em 15% a.a.
R$ 50.000,00 deveria ser somado às séries de custo anual.
Além do acima solicitado, elabore uma curva
Os resultados seriam: BAE (A) = 812,00 R$/ano e tempocusto para melhor visualizar os resultados obtidos.
BAE(B) = 3.919,00 R$/ano. A decisão, como não poderia
deixar de ser, seria a mesma da anterior e inclinada ao
155
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Anos Valor de Mercado Manutenção CAE


Operação US$ Anual US$ R$/ano
1 18.000,00 2.000,00 7.000,00
2 16.000,00 2.500,00
3 14.600,00 2.800,00 6.889,00
4 13.500,00 3.700,00
5 12.000,00 4.200,00 6.952,00
6 10.500,00 4.700,00
7 8.000,00 5.200,00 7.184,00

156
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

9. Taxa Interna de Retorno c. Do ponto de vista matemático, a TIR ≡ i* é definida como a


taxa de desconto que zera a função valor presente líquido.

9.1 - Definições. F1 F2 F3 Fn
VP ( A )  Fo     0
O método da Taxa Interna de Retorno - TIR exige a (1  i*) (1  i*) (1  i*)
2 3
(1  i*)n
descrição de qualquer proposta de alternativa de investimento
em termos do fluxo de caixa projetado, onde sejam externados
os custos e as receitas a ele associados, levando-se em Noutras palavras, a TIR ≡ I* corresponde às raízes do
consideração a previsão dos momentos em que os mesmos polinômio expresso pela função valor presente. Ver Figura 9.1.
efetivamente ocorrerem.

VPL – R$ 9.2 - Decisão

Quando se dispõe de várias alternativas de investimento


em julgamento, o processo de decisão adotando a TIR como
parâmetro de decisão deve atender a duas premissas:
Valor Presente
descontado
pela TMA 1ª Premissa: Para haver a aceitabilidade de qualquer
projeto singular, a TIR deverá superar a taxa de mínima
atratividade, a TMA. Taxa esta que recebe, também, as
denominações de: custo de capital da empresa, taxa de
oportunidade, custo de oportunidade da empresa ou taxa de
i%
desconto do projeto.
TMA i* = TIR
Neste caso, ocorrem três situações, quais sejam:
Figura 9.1– Caracterização da TIR e da TMA.
I) Quando a TMA apresentar valor inferior à TIR, o projeto é
A TIR pode ser definida sob duas óticas: a financeira e a considerável como viável. Financeiramente falando, a
matemática. maior taxa de rentabilidade que um projeto pode apresentar
supera a taxa de atratividade exigida pelo investidor;
a) Do ponto de vista financeiro, a TIR corresponde à maior taxa
de rentabilidade oferecida por um projeto a partir da qual II) Quando as duas taxas se equivalerem, ocorre uma
ele passa a ser antieconômico. situação dita de indiferença financeira.
157
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
superior a zero, ao ser adotada esta taxa como parâmetro de
O projeto, nesta situação, continua sendo viável. Porém, decisão.
neste caso, a maior taxa de remuneração que um projeto possa
apresentar a TIR, equivale à TMA do investidor. 9.3 – Discutindo a TIR e a TMA

III) No caso da TMA apresentar valor superior à TIR, o projeto é Alerta-se que, financeiramente, a TIR e a TMA,
considerável inviável. expressam conceitos distintos.

Nesta situação, o valor presente das alternativas de A TMA corresponde à remuneração desejada em
investimento passa a ser negativo o que significa, também, que investimentos produtivos.
o valor da TIR é inferior à taxa de atratividade tradicionalmente
adotada pelo investidor para remunerar os seus investimentos. Ela pode ser estabelecida de dois modos:

Por definição dos investidores para a remuneração de


Critérios de Decisão seus ativos.

Ou, a partir do desempenho da empresa. Neste caso é


calculada do seguinte modo:
TIR > TMA E Projeto Viável
TIR = TMA E Indiferença Financeira Lucro
TIR < TMA E Projeto Inviável TMA  i 
PL  ELP

No modelo acima, PL corresponde ao patrimônio líquido


2ª Premissa: no caso de haver a comparação entre médio e ELP ao exigível de longo prazo, consubstanciando o
diversas alternativas de investimento mutuamente exclusivas, montante dos recursos que a empresa tomou visando o
aquela que apresentar a MAIOR TIR será definida como a melhor financiamento de suas operações. Ambos os valores expressos
alternativa a ser eleita. passivo do balanço patrimonial da empresa.

Justifica-se a adoção das duas premissas como A TIR, por sua vez, corresponde à maior remuneração
parâmetro de decisão, pois ambas vem ao encontro do possível, oferecida por uma alternativa de investimentos, a
princípio do aumento da riqueza dos proprietários, já que: 1º) a partir da qual passa a ser financeiramente inviável. No limite, a
TIR corresponde a maior remuneração possível para que um TMA pode ser equivalente à TIR o que não implica na distinção
projeto seja viável; 2º) sendo a TIR superior à TMA, o valor conceitual das duas. Ver Figura 5.9 - Distinção entre a TIR e a
presente líquido de qualquer alternativa de projeto será TMA.

158
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

Pelo exposto, verifica-se ser a TIR um instrumento


9.4 – Utilização recomendada. adequado para análise da rentabilidade de projetos quando
utilizada pela ótica do investidor ou tomador de empréstimos.
O método da taxa interna de retorno é recomendado para
os seguintes casos: Como exemplo de aplicação no mercado imobiliário, tem-se
o caso da compra de ações.
 Pelo lado do aplicador, quando realiza aplicações
financeiras no mercado de títulos mobiliários ou bursáteis Ao se efetuar a aplicação em ação de qualquer empresa,
(4), pois ele deseja a maior rentabilidade possível em suas o preço e a rentabilidade da mesma e estabelecida ao ser
aplicações financeiras o que decorre num menor tempo de conhecida a política de dividendos, de bonificações
retorno do capital aplicado; regularmente pagas sobre o capital investido e do valor de
 Pelo lado do tomador, na determinação da efetiva taxa de vendas previsto.
juros praticadas no financiamento de bens;
 Na definição da maior taxa de remuneração possível Neste caso, entende-se que o preço a ser pago pela ação
propiciada por um projeto de investimento produtivo. seja equivalente ao somatório dos valores presentes dos
dividendos, das bonificações e do valor de vendas previsto
Nos itens seguintes serão analisadas as condições de para ocorrer em determinado futuro.
aplicação dos casos acima citados.
Adotando como nomenclatura:
9.4.1 - Caso de títulos mobiliários.
 VC = valor de compra da ação;
 VV = valor previsto para venda de uma ação;
O método é adequado para ser utilizado pelo investidor no  Bk = valor da bonificação referente ao período k, com k
mercado mobiliário ao desejar conhecer a rentabilidade de sua variando de um a n;
aplicação financeira.  Dk = valor do dividendo referente ao período k;
 n = o número de períodos previstos para manter a ação em
A TIR demonstra, no caso da aplicação em títulos carteira;
mobiliários, à remuneração a ser obtida pelo capital aplicado e
 i* = valor da taxa interna de retorno, TIR.
a equivalência financeira quanto aos retornos previstos.
O valor da ação é dado por:
E, no caso de financiamento, a equivalência entre o capital
tomado e os pagamentos a serem efetuados.
 n Bk  Dk  VV
VC   k 

 k 1 (1  i*)  (1  i*)
n
(4) Relativos à bolsa de valores.
159
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Valor do Bem ≡  das Prestações a Valor Presente
Por sua vez, o valor da tir=i* é aquele que resolve o
polinômio: {Valor do Bem} - { das Prestações a Valor Presente} = zero

 n B  Dk  VV
VC   k k 
 0 Considerando que a série de pagamentos, conforme
 k 1 (1  i*)  (1  i*)
n
visto na figura 9.2, corresponde a uma série de pagamentos
postecipada, a expressão acima toma a seguinte forma:

9.4.2 - Caso de financiamentos. VB  VB  FVP (n, i * %) ou,

Neste segundo caso, o método é recomendado para definir  (1  i*)n  1 


a taxa de juros efetivamente adotada em projetos de VB  VB   n 
0
investimentos simples ou empréstimos, correspondendo a uma  i * (1  i*) 
série postecipada, em que os pagamentos sejam iguais,
periódicos e consecutivos. Valor Financiado ≡
R$ Valor Presente da Série
A taxa de juros, então, é definida sob a ótica do tomador do
recurso. Para o tomador do recurso, a TIR corresponde à taxa
de juros que faz a equivalência entre o valor do montante Valor
Do Bem
financiado e o valor das prestações pactuadas. Ver. Figura
1..........................................................................n
9.2.
tempo
Como exemplo cita-se o financiamento de eletrodomésticos Prestações iguais a R
ou veículos vendidos a prestação.

Há o entendimento, então, que valor presente das Figura 9.2 - Equivalência de Valores
prestações corresponde ao valor do bem adquirido,
financeiramente falando. A taxa interna de retorno, em
decorrência, exprime a taxa de juros efetivamente paga pelo Em operações de financiamento, como é conhecido o
tomador. valor do bem, VB, a financiar e pactuado o número de
prestações, ao se resolver a expressão acima se tem o valor da
Dado o entendimento acima, pode-se escrever a seguinte TIR≡ i*.
expressão matemática:

160
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
No Capítulo 10 - Métodos Algébricos, serão Da figura tem-se que: ao se considerar um valor da TMA
apresentados alguns métodos de calculo da TIR. entre zero e a definida pela Intersecção de Fischer(5), o valor
presente do projeto A supera o do projeto B.

9.4.3 – Caso de investimentos produtivos. A partir da Intersecção de Fischer, o valor presente do


projeto B passa a superar o do projeto A. Nestas condições fica
9.4.3.1 – Recomendações. demonstrado que, para distintos valores da TMA, a decisão pelo
Quando se analisa um conjunto de alternativas de método do valor presente pode diferir do método da TIR, sendo
investimento em projetos produtivos, recomenda-se adotar o que este pode induzir o decisor a erro de julgamento.
valor presente líquido como parâmetro de decisão,
procedimento que garante o atendimento da premissa de 9.4.3.1 – Exemplo.
maximização da riqueza.
Sendo dados dois projetos de investimentos produtivos
Tal recomendação visa resguardar a consistência do representados pelos respectivos diagramas de fluxo de caixa,
processo decisório, pois a assertiva que deva ser eleita a conforme Figura 9.3.
alternativa que apresentar a maior TIR pode não ser sempre
verdadeira e levar à decisão contrária daquela recomendada Utilizando, unicamente, a TIR como fator de decisão, pode o
pelo Método do Valor Presente Líquido. analista ser induzido a erro ao recomendar o projeto B como
sendo mais rentável que o projeto A, sem efetuar uma análise
Isto porque a decisão quanto à escolha da melhor mais acurada, ao verificar que a TIR(B) = 29% supera a TIR (A)
alternativa, dado um conjunto delas, visando a implantação de = 22%.
algum investimento produtivo é realizada com o objetivo de
escolher a alternativa que propicie o maior incremento na Há que se considerar que empresas, ao investir seus
riqueza do investidos ou proprietário. Ou seja, o maior valor recursos em projetos produtivos, o fazem visando obter o maior
presente líquido. Para tanto, o fluxo de caixa de cada incremento de capital e, para tanto, utilizam o método do valor
alternativa em análise é descontado à taxa de mínima presente líquido dos fluxos de caixa projetados para medir tal
atratividade, a TMA. incremento. E, descontam os citados fluxos de caixa adotando
a TMA como taxa de desconto.
Ao serem traçados os diagramas de fluxos de caixa, das
alternativas em análise, e analisando o que exprime a Fig. 9.3,
é possível verificar que, para um conjunto de valores de taxas
de desconto, a decisão de adotar a TIR como único parâmetro
de decisão pode induzir a erro. (5) A intersecção de Fischer corresponde ao ponto de intersecção dos
diagramas de valor presente de dois projetos de investimentos distintos.
Neste ponto, para um mesmo valor de TMA, os projetos apresentam igual
valor presente líquido.
161
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
No caso em pauta, os fluxos de caixa descontados a uma
TMA = 8%, apresentem os seguintes valores presentes: VP (A) Analisando os dois diagramas expostos na Figura 9.3,
= R$ 153,00 e VP(B) = R$ 110,00. Resultado que indica ser o verifica-se que o projeto A é superior ao Projeto B a taxas de
projeto A superior ao projeto B. Logo, o projeto A deve ser o desconto inferiores àquela definida pela interseção de Fischer,
eleito para implantação, fato que contraria a decisão efetuada isto é, de zero a 12%. Já o projeto B é superior ao projeto A
utilizando exclusivamente a TIR como parâmetro de decisão. para taxas situadas entre a interseção de Fischer, 12%, e a TIR
(B), 29%.
Do desenho, verifica-se que os fluxos de caixa
descontados a uma TMA = 15%, apresentem os seguintes Pela análise acima efetuada, constata-se a possibilidade de
valores presentes: VP (A) = R$ 37,00 e VP(B) = R$ 44,00. ocorrer duas soluções tendo como ponto limite a taxa de
desconto conexa à intersecção de Fischer. A análise em
VP – R$ questão foi realizada ao se comparar dois diagramas de valor
presente. Havendo um conjunto de alternativas de investimento
Projeto A em julgamento, pode ocorrer mais de duas soluções, fato que
requer uma análise criteriosa do decisor.

153,00 Intersecção
Finalizando, cabe ao analista se precaver quando julga
de diversas alternativas possíveis destinadas à realização de um
110,00 Fischer investimento produtivo e deseja adotar a TIR como parâmetro
de decisão. Visando manter a consistência de sua análise,
Projeto B
recomenda-se efetuar um desenho onde conste o diagrama de
valor presente de cada alternativa disponível e, deste modo, se
44,00 certificar do campo de domínio de cada uma delas.
37,00

i% 9.5 – Calculo da TIR.


8 12 15

TIR A = 22% TIR B = 29% 9.5.1 – Função Polinomial.

Figura 9.3 - Consistência TIR e VPL.


Como visto, matematicamente, a taxa interna de retorno
é aquela taxa que iguala a zero a função valor presente líquido
associado aos fluxos de caixa de um projeto.
Esse resultado indica ser o projeto B superior ao projeto A,
fato que coincide com a decisão quanto se tem a TIR como Considerando que a função valor presente líquido pode
parâmetro de decisão. ser representada por um polinômio de grau equivalente ao do
162
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
número de períodos do fluxo de caixa, a TIR corresponde às A solução deste tipo de polinômio pode ser efetuada por
raízes desta função polinomial. diversos métodos: o Processo da Bisseção, metodologia
iterativa; pelas fórmulas de Karpin que permitem definir a TIR de
F1 F2 F3 Fn modo algébrico, cujo resultado é obtido de modo aproximado,
VP ( A )  Fo     fórmulas essas recomendadas para serem utilizadas quando os
(1  i) (1  i) (1  i)
2 3
(1  i)n
fluxos de caixa apresentem uma lei de formação conforme
Da teoria dos polinômios, sabe-se que, um polinômio modelo pré-determinado; o Método de Newton- Raphson e o
dispõe de tantas raízes quanto for o seu grau. Logo, um método de Wild, ambos permitindo a obtenção da TIR de forma
polinômio do n-ésimo grau dispõe de n raízes. algébrica.

Então, quando ocorrer o caso de i* = TIR, o valor da 9.5.2 - Processo da Bisseção.


função polinomial passa a ser zero.
É o processo de mais fácil aplicação, com o
E, sendo a TIR uma raiz da função polinomial que
inconveniente de ser muito trabalhoso, pois iterativo.
expressa o fluxo de caixa, pode-se igualar este polinômio a
zero. Deste modo pode-se escrever:
O processo de tentativa e erro é iniciado ao ser arbitrado
n
um valor qualquer para a taxa “ï” e, a seguir, calculado o Valor
F
k 0
0
 FK (1  i*) k  0 Presente do fluxo de caixa para essa taxa.
F1 F2 F3 Fn Sendo este primeiro valor positivo (+), arbitra-se um
VP ( A )  Fo     0
(1  i*) (1  i*)2 (1  i*)3 (1  i*)n novo valor para a taxa de desconto, maior que o anterior, e
calcula-se, novamente, o Valor Presente.
Como exemplo de função polinomial associada à um
fluxo de caixa, seja um projeto representado pelo seguinte Tal operação deve ser repetida, iterativamente, até ser
conjunto de fluxos de caixa projetados: encontrado um valor presente negativo.

FC(A) = {-1.200; 450; 400; 350; 300} Ao ser encontrada uma taxa i em que o Valor Presente
seja menor que zero, volta-se ao procedimento inicial. Ou
A função valor presente líquido é dada por: melhor, procura-se uma taxa “i” com valor menor que a ultima
encontrada e cujo valor presente seja positivo.
450 400 350 300
VP ( A )  1200    
(1  i) (1  i) (1  i) (1  i)4
2 3 O processo em questão deve ser repetido até se obter
um valor presente zero ou insignificante.

163
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Como recomendação para acelerar o processo de Arbitrar uma
cálculo pode-se adotar o processo da bisseção. taxa “i”

Justificam a assertiva duas situações: a primeira dado a


TIR corresponder à maior remuneração possível para que um Tentar Taxa Calcula Valor Tentar Taxa
MENOR Presente = VP(i) MAIOR
de projeto seja viável; a segunda, pois sendo a TIR superior à
TMA, o valor presente líquido da alternativa de projeto será
superior a zero e, por conseguinte, ocorrerá o aumento da
Comparar
riqueza dos proprietários. VP<0 VP(i) VP>0
Com zero
Em havendo a comparação entre dois ou mais
investimentos, o que apresentar a mais alta TIR deverá ser
considerado o economicamente mais interessante. Porém,
VP~0
como já comentado, para projetos de investimentos produtivos
e que não integrem o mercado mobiliário, essa assertiva pode
não ser sempre verdadeira.
Fim do
Neste processo, para cada nova taxa de desconto a ser Processo
utilizada dever-se-á adotar o resultado da média aritmética
obtida entre as seguintes taxas: aquela ultima taxa cujo valor
presente tenha sido negativo e aquela cujo ultimo valor Figura 9.4 - Determinação da TIR - Fluxograma
presente tenha se apresentado como positivo.
A bibliografia, comumente, indica o processo da tentativa
i ( VP  0)  in ( VP  0) bisseção para o cálculo da TIR.
inova  m
2
É possível, porém, calcular algebricamente a TIR, utilizando
Repetido o processo tantas vezes quantas forem os métodos discutidos no Capítulo 10.
necessárias, ter-se-ão valores de “i” que propiciam valores
presentes cada vez mais próximos de zero. Ressalta-se que os métodos apresentados permitem definir,
apenas, uma das raízes do polinômio, ou seja, uma das TIR
O processo de iteração pode ser dado como concluído associadas ao projeto de investimento.
ao se obter uma taxa de desconto associada a um valor
presente líquido irrisório ou, financeiramente, próximo a zero.

164
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Recomenda-se, assim, que seja elaborado um diagrama de respectivamente, o menor valor presente positivo e o maior
valor presente para que, graficamente, seja verificado se um valor presente negativo:
apresenta mais de uma única TIR.
i1  i2 10  12
i3    11
9.5.3 – Aplicação da metodologia 2 2

Calculado o valor presente, chega-se a: VP= -16,41 R$.


Seja determinar a TIR associada à seguinte função de valor
presente:
4ª iteração - A taxa de desconto a seguir adotada
450 400 350 300 corresponde à média aritmética entre as duas ultimas taxas
VP ( A )  1200    
(1  i) (1  i) (1  i) (1  i)4
2 3
que apresentaram, respectivamente, o menor valor presente
positivo e o maior valor presente negativo. Então:
O processo da bisseção é um procedimento iterativo e
segue os procedimentos abaixo. Ver, também, a Fig.9.4. i1  i3 10  11
i4    10.50
2 2
Viabilidade – Inicia-se verificando a viabilidade do projeto
para alguma taxa de desconto. Para tanto, faz-se i=0. Sendo Calculado o valor presente, chega-se a: VP= -4,54 R$.
VP>0, o projeto é viável e o processo pode prosseguir. Caso
ocorra VP<0, o projeto é inviável para qualquer TMA e deve ser
abandonado. 5ª iteração – Considerando que na iteração anterior
obteve-se um VP= - 4,54, repete-se o procedimento efetuado.
1ª iteração – Arbitra-se uma taxa de desconto. Nesta Logo:
primeira iteração foi adotada uma taxa de desconto i=10%. i i 10  10,50
Calculado o valor presente obteve-se VP = +7,53R$. i5  1 4   10,25
2 2
2ª iteração – Como na iteração anterior obteve-se VP>0, Calculado o valor presente, chega-se a: VP= +1,47 R$.
arbitra-se uma taxa maior visando obter um VP<0. Nesta
iteração foi adotada uma taxa de desconto de i=12%. 6ª iteração - A taxa de desconto a ser adotada nesta
Calculado o valor presente chegou-se a VP = -39,56R$. iteração corresponde à média aritmética entre as duas ultimas
taxas que apresentaram, respectivamente, o menor valor
3ª iteração – A próxima taxa de desconto adotada, presente positivo e o maior valor presente negativo. Ou seja,
utilizando a metodologia da bisseção, corresponde ao resultado i4= 10,50 e i5 =10,25. Então:
da média aritmética definida entre as taxas que apresentaram,

165
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
i i 10,50  10,25 contínua, decrescente e convexa, a exemplo dos diagramas
i6  4 5   10,3750
2 2 mostrados na Fig. 9.1.

Calculado o valor presente, chega-se a: VP= -1,54 R$. Tal situação ocorre quando o projeto é do tipo de
investimento convencional. No caso de projetos tipo “não
Enésima iteração - repetindo o procedimento exposto convencional”, pode ocorrer a existência de diversas TIR, nada
por n-vezes, chega-se ao valor da TIR = 10,3110%. se podendo afirmar a priori.

Justifica-se a assertiva acima já que a função valor


iteração Taxa de desconto – i% VP – R$ presente associada a um fluxo de caixa pode ser representado
viável 0,00 +300,00 por uma função polinomial do enésimo grau. Assim, apresenta
1 10,00 +7,53 um número de raízes igual ao do grau do polinômio.
2 12,00 -39,56
3 (10+12)/2 = 11 -16,41 Como o número de raízes é igual ao do grau do
4 (10+11)/2 = 10,50 -4,54 polinômio, existe um número de TAXAS INTERNAS DE RETORNO
5 (10+10,50) = 10,25 1,47
correspondente ao do grau do polinômio associado ao fluxo de
6 (10,50+10,25) = 10,3750 -1,54
7 (10,25+10,3750)/2 = 10,3125 -0,0360 caixa. Porém, sendo a maioria delas múltiplas ou não
8 (10,25+10,3125)/2 = 10,28125 0,71730 pertencentes ao conjunto dos números reais.
9 (10,3125+10,28125)/2=10,29688 0,34053
······· ···································· ·········· Deste modo, um projeto pode apresentar uma ou várias
n TIR → 10,3110 0,00 TIR segundo o comportamento do fluxo de caixa. E, o que
define o comportamento do fluxo de caixa é o número de
variações de sinal que ele apresenta.
9.6 - Existência de múltiplas TIR.
Como exemplo deste tipo de fluxo de caixa pode-se ter
um fluxo que apresente três variações de sinal como o conjunto
9.6.1 – Conceituação.
apresentado acima, caso que pode decorrer na existência de
um diagrama de fluxo de caixa similar ao representado na
Quando se utiliza a TIR como parâmetro de decisão, é Fig.9.5, onde fica evidenciada a existência de múltiplas TIR.
recomendável a verificação de que ela seja ÚNICA, caso
contrário poderá o analista incorrer em erro de avaliação. Ao apresentar diversas variações de sinal, o valor
presente da função fluxo de caixa pode ser negativo para
Esta unicidade de TIR é garantida quando o polinômio algumas taxas de desconto.
representativo do projeto se apresenta como uma função

166
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
No diagrama da Fig. 9.5, pode-se verificar, graficamente, financeiro efetuar o diagrama de valor presente de modo a
a assertiva acima quanto a existência de um conjunto de visualizar o comportamento da função.
valores presentes negativo associados à taxas de desconto
que se situam entre a TIR1 e a TIR2.
R$
{ -F0; -F1; +F2; + F3 ;+ F4; -F5 ;-F6 ;-F7;+F8 ;+F9 ;+F10;+F11;+F12}

Valor Presente
Descontado
Pela TMA
Considerando que um projeto pode ser definido como
convencional ou não convencional e esta definição é expressa
pelo número de variações de sinal do fluxo de caixa. E, sendo
viável o projeto, tem-se:
i%
0 4 8 12 16 20
a) Investimento do tipo convencional ou empréstimos
TMA
apresenta apenas uma TIR. O comportamento de sua função se
apresenta de modo decrescente, contínua e convexa, o que TIR 1 TIR 2 TIR 3
leva à existência de apenas uma raiz real. Ver diagrama da
Fig.5.10.
Figura 9.5 - Existência de Múltiplas TIR
9 Investimento do tipo não convencional pode apresentar
mais de uma variação de sinal no fluxo de caixa. Deste
modo o projeto pode dispor de um número de taxas internas Esse procedimento evita incorrer em equivoco durante
de retorno igual ao número de variações de sinal. (De Faro, seu processo decisão, especialmente quando em análise de
1980). empreendimentos produtivos.
10 Tomando como exemplo o diagrama da Figura 9.5,
qualquer empresa que desconte seus investimentos à TMA’s Esta situação não é corriqueira, mas pode ocorrer em
situadas entre os valores da TIR-1 e da TIR-2, pode incorrer empreendimentos produtivos, especialmente aqueles ligados à
em erro se considerar apenas a taxa interna de retorno construção civil e à de mineração, quando grandes
como parâmetro de decisão. Pois, como visto, ela poderá investimentos são realizados e ocorrem períodos onde os
não ser única! fluxos de caixa são negativos, especialmente na fase de
11 Pelo exposto e quando houver o interesse em conhecer ou captação de recursos. Ou, em projetos onde se prevê etapas
analisar um projeto do tipo não convencional adotando a TIR sucessivas de aumento de produção que demandem, para
como parâmetro de decisão, recomenda-se ao analista tanto, novos investimentos.

167
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
9.7.1 - Comparando os projetos representados pelos conjuntos
de fluxo de caixa solicita-se: os polinômios representativos dos
9.6.2 – Exemplo
mesmos; o diagrama do valor presente dos dois projetos
representados em um único diagrama cartesiano e, aquele a
Como exemplo de fluxo de caixa que apresenta mais de ser recomendado para implantação, sabendo que a empresa
uma TIR, seja o projeto de investimento que apresenta o pratica uma TMA=15% ao período.
seguinte fluxo de caixa: {-100; 230; -132}.
P(A) = [-100, 16, 20, 30, 45, 55, 100] e
A expressão do valor presente líquido é dada por: P(B) = [-35, - 45, 35, 45, 55, 55, 45]

230 132
VPL  100  
(1  i) (1  i) 2 9.7.2 - Calcular a taxa de juros embutida nos projetos de
financiamento representados pelos seguintes conjuntos de
fluxos de caixa:
VPL - $
FC(A) = {-1.200; 500; 450; 400; 350; 300}

TIR 2 FC(B) = {-350; -480; 0; 155; 248; 320; 340; 365; 395}
TIR 1

9.7.3 - Dentre os cinco projetos de investimentos abaixo, qual


deles VOCÊ escolheria para ser implantado? Justifique a sua
opinião!
i
V. Presente Líquido Pay Back
Figura 9.6. – Exemplo de projeto Projeto TIR - %
10³ R$ anos
A1 123.456,00 22,07 7,20
B2 132.675,99 19,44 6,40
C3 132.529,78 19,00 5,00
O diagrama de fluxo de caixa deste investimento, D4 101.199,99 29,56 4,10
Fig.9.6, evidencia a existência das duas TIR. E5 125.678,90 31,44 6,90

9.7 – Exercícios. 9.7.4 - Qual a diferença conceitual entre TMA e TIR?

168
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
9.7.5 - Quando se deve utilizar, num processo de decisão ou 1ª) o investimento dos ativos produtivos poderá ser realizado
de comparação de alternativas, cada uma delas? com a utilização de capital dos acionistas, a ser suprido com
aumento de capital da empresa realizado pelos sócios;

9.7.6 - Você é um dos diretores de uma empresa quando, em 2ª) utilização de capital oriundo de um banco de investimentos.
reunião de diretoria, foi discutida a ampliação e implantação de Como condições de financiamento, a proposta do banco previa
mais uma linha de produção. Para tanto quatro alternativas de quitação em dez parcelas iguais, anuais e consecutivas
investimentos foram apresentadas. definidas pelo sistema SAC, dois anos de carência e juros de
8,5% ao ano.
Sabe-se que apenas um dos projetos será escolhido,
pois os recursos disponíveis são limitados. O analista de investimentos elaborou os respectivos
fluxos de caixa e os descontou à taxa de remuneração do
O analista financeiro recomendou a adoção do projeto financiamento, ou seja, 8,5% ao ano.
GAMA!
Pergunta-se: VOCE concorda com a adoção da taxa
Ele justificou seu ponto anexando o memorial de calculo citada? Justifique a sua assertiva.
da TIR dos projetos, cujo resultado consta do quadro abaixo.

Você concorda com a opinião do analista? Justifique. 9.7.8 - Você, como Diretor Técnico de uma empresa de
engenharia que atua na área de terraplenagem, detém a
responsabilidade de analisar a aquisição de cinco
Projeto Taxa Interna de Retorno equipamentos de compactação de solos.
Alfa 36,9432
Beta 34,5678 Tal equipamento pode ser fornecido por três empresas.
Gama 39,0298
Delta 35,7554 Para julgamento das propostas recebidas, VOCE dispõe
das informações constantes do quadro abaixo. E, sabe
também, que sua empresa pratica uma taxa de atratividade no
valor de 15% aa.
9.7.7 - Um investimento produtivo cujo horizonte de projeto foi
previsto para quinze anos, esta sendo analisado sob duas
Justifique, conceitualmente e á luz de seus
condições:
conhecimentos, qual será a sua decisão!

169
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

9.7.10 - Assinale as afirmativas corretas:


Empresa
Equipamento unidade
Prefax Terrapac Complus  A taxa de desconto adotada na análise de viabilidade de
Modelo 5 PCM-32 TCON-K9 CP-X5 alternativas de projetos produtivos deve ser a mesma
Preço - Compra 10³ R$/un 420 340 495
adotada para a quitação dos financiamentos dos projetos.
Vida Útil anos 7,0 5,0 9,0
TIR % 27,99 30,68 36,40  A análise de viabilidade de projetos produtivos, quando
BAE 10³ R$/ano 844 844 798 compara alternativas de projetos de longa duração, deve
Manutenção 10³ R$/ano 76 64 45 desconsiderar as distintas vidas úteis das mesmas.
Valor Presente 10³ R$/ano 3.511,39 2.829,22 3.807,72  É irrelevante a elaboração dos diagramas de valor presente
quando se analisa alternativas de projetos de investimentos
produtivos não convencionais.
9.7.9 - Você, como Diretor Técnico de uma empresa de  A TIR é a taxa de desconto tecnicamente recomendável a
engenharia que atua no setor de terraplenagem, detém a ser adotada na analise de viabilidade de projetos não
responsabilidade de analisar a aquisição de cinco convencionais.
equipamentos de compactação de solos.  Sempre que se realiza a analise de viabilidade de projetos
de investimentos produtivos, os valores dos imóveis e
Tal equipamento pode ser fornecido por três empresas. equipamentos financiados não são considerados no fluxo
de caixa no momento de sua aquisição.
Visando subsidiar o julgamento das propostas, foi  Todas as assertivas acima são incorretas.
elaborado o quadro de informações abaixo.  Todas as assertivas acima são corretas.

Além disso, Você sabe que sua empresa adota uma TMA
no valor de 17,7% aa. Justifique, conceitualmente e á luz de
seus conhecimentos, qual será a sua decisão!

Especificações Empresa
unidades
Equipamento Prefax Terrapac Complus
Modelo 5 PCM-32 TCON-K9 CP-X5
Preço de Compra 10³ R$/un 420,0 340,0 495,0
Vida Útil anos 7,0 5,0 9,0
TIR % 27,99 30,68 36,40
BAE 10³ R$/ano 844,0 844,0 798,0
Manutenção 10³ R$/ano 76,0 64,0 45,0
Valor Presente 10³ R$/ano 3.511,39 2.829,22 3.807,72

170
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
o desenho dos fluxos de caixa de modo a definir a existência,
10. Métodos Algébricos. ou não, de uma única TIR.

Neste capítulo são apresentados alguns métodos 10.1 – Fórmulas de Karpin


destinados a calcular algebricamente uma das possíveis TIR
associadas a um dado fluxo de caixa. O calculo da TIR utilizando as fórmulas de Karpin, como
já comentado, é recomendado para utilização em projetos de
Não se pretende esgotar este assunto, mas fornecer ao investimentos de modo expedito e que atendam as seguintes
interessado uma metodologia capaz de solucionar a maioria condições:
dos problemas desta área de conhecimento.
i) Em operação de crédito do tipo empréstimo ou
Em projetos de investimento do tipo simples ou financiamento, liberado em única vez;
convencional, cujos fluxos de caixa apresentem determinada ii) E, que os pagamentos atendam a uma lei de formação
lei de formação, a TIR pode ser determinada utilizando uma pré-definida.
metodologia denominada Fórmulas de Karpin. Isto porque,
nestes casos, os diagramas de fluxo de caixa se apresentam A operação do tipo empréstimo é definida como aquela em
de modo decrescente e convexo ocorrendo uma única TIR. que ocorre uma única saída de caixa no momento em que
ocorre a operação financeira, seguida por uma série de
Ressalta-se que projeto tipo empréstimo é definido como entradas de caixa.
aquele em que ocorra apenas uma única saída de caixa
seguida de tantas entradas de caixa quantos forem os períodos No caso das formulas de Karpin ocorre uma exigência
de pagamento. E, que a primeira entrada ocorra no período complementar para que possam ser aplicadas é que os
imediatamente subsequente ao da saída de caixa. pagamentos apresentem uma lei determinada de formação.
Logo, fica vedada sua aplicação para séries que apresentem
Em projetos de investimento do tipo não convencional, a pagamentos distintos.
TIR pode ser determinada utilizando os algoritmos de Wild ou
de Newton-Raphson. É oportuno ressaltar que o resultado obtido pela utilização
da fórmula de Karpin é aproximado e, para que o resultado seja
Considerando que em projetos do tipo não convencional compatível com o real, os juros deverão ser calculados,
ocorrem variações de sinal nos fluxos de caixa, ocorre a exclusivamente, sobre a importância a ser financiada.
possibilidade da existência de diversas TIR. Assim sendo, dada
a facilidade de utilização de métodos computacionais para o Isto quer dizer que eventuais entradas ou sinal de
traçado de diagramas de fluxo de caixa, recomenda-se elaborar negócio devam ser abatidos do montante do bem financiado.

171
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Três serão os casos de prestações a serem
R$
apresentados:

E Prestações constantes;
E Prestações crescentes; R1 R2 R3 Rn
E Prestações decrescentes. período
1 2 3 ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ n
Como nomenclatura, neste capítulo será adotado: R, Valor
correspondendo ao valor da prestação; VB, o valor do bem Do Bem
financiado; n, representando o número de prestações.

Figura 10.1 – Diagrama de Prestação Constante


10.2 - Caso de Prestações Constantes.

10.2.1 – O método.
E, considerando um projeto de financiamento representado
O modelo proposto é recomendado para utilização em por deu fluxo de caixa:
projetos convencional tipo financiamento ou empréstimo com
retornos constantes, correspondendo a uma série postecipada, Projeto: {-VB, R1, R2, R3,..., Rn }
e destinado a definir a taxa de juros sob a ótica do tomador do
recurso. Ou, em forma polinomial,

Como exemplo deste tipo de aplicação seja o caso de R1 R2 R3 Rn


aquisição de bens de consumo realizado no comércio varejista, VP(P)   VB    
quando os pagamentos realizados à prestação constante. (1  i) (1  i)
1 2
(1  i)3
(1  i)n

Estabelecendo a seguinte nomenclatura: S correspondendo Em que, por definição: R1 = R2 = R3 = ···· = Rn = R


ao valor a ser financiado; Q representando a prestação; e, n o
numero de prestações. O processo de obtenção da TIR ocorre em duas etapas:

1º Etapa – Define-se uma constante denominada “a”:

172
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
nRN  VB nRN
a  1 10.3.1 – O Método.
VB VB

2º Etapa – Calcular-se a TIR: Neste caso, as prestações são crescentes e variam


segundo uma taxa constante. O fluxo de caixa, então, se
Disponível o valor da constante a, pode-se determinar a comporta como uma série em progressão geométrica que
TIR, utilizando o modelo abaixo. cresce à razão “q”.

Sendo Rj um termo qualquer do fluxo de caixa


2a  (3  a)
TIR (P)  representado pelo diagrama de fluxo de caixa abaixo, então,
2na  3  (n  1) por definição, e sendo esse um dos termos de uma progressão
geométrica, a razão da progressão, ou seja, da série crescente
de prestações é dada por:

10.2.2 – Aplicação. Rj
Rj = q × R j-1  q 1
Seja calcular a taxa de juros embutida no financiamento Rj  1
de um bem cujo preço ofertado é de R$ 1.800,00, a ser pago
em dez prestações iguais, mensais e consecutivas no valor de De modo similar ao caso anterior, a definição da taxa
R$ 195,00. interna de retorno também é obtida em duas etapas:

n  RN 10  195 R$
a 1   1  0,08333
VB 1800
Rn

R1 R2 R3
2a(3  a) 2  0,08333  (3  0,08333) período
TIR (P)    0,0148 1 2 3 ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ n
2na  3(n  1) 2  10  0,08333  3(10  1)
Valor
Do Bem
Pelo exposto, o valor da TIR(P) = 1,48% ao mês.

10.3 - Caso de Prestações Crescentes. Figura 10.2 – Prestação em Progreção Geométrica

173
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
2ª Etapa: Determinação da TIR
1ª Etapa – Define-se uma constante denominada de a,
definida em função do número de prestações, do coeficiente de  2a(3  a) 
variação das prestações, do valor da 1ª prestação e do valor TIR(P)  q    1  1
 2na  3(n  1) 
financiado, conforme o modelo abaixo:

n ∙ R1 − q ∙ VB n ∙ R1  2  (0,0726)  (3,0726) 
a= ∴ a= −1 TIR(P)  1,01   1  1
q ∙ VB q ∙ VB  2  10  (0,0726)  3  (10  1) 

2º Etapa: Calcula-se a TIR:  0,4461 


TIR(P)  1,01   1  1  0,0231
 34,4520 
Disponível o valor do parâmetro a, calcula-se a TIR
utilizando o modelo.
Neste caso, a TIR corresponde a 2,31% ao mês.

 2a(3  a) 
TIR (P)  q    1  1
 2na  3(n  1)  10.4 – Caso de Prestações Decrescentes.

10.4.1 – O Método.
10.3.2 – Aplicação.
Neste caso, as prestações são decrescentes e variam
Seja calcular a taxa de juros embutida no financiamento segundo um valor constante.
de um bem cujo preço ofertado monta a R$ 1.800,00, a ser
pago em dez prestações mensais, crescentes e consecutivas,
cuja taxa de crescimento foi determinada em 1% ao mês. A
primeira prestação foi pré-determinada em R$ 180,00.

1ª Etapa: Calculo do parâmetro a:

n  R1 10  195,00 1950
a 1 1  1  0,0726
q  VB 1,01 1800,00 1818

174
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

R$
Para que seja valida a aplicação do modelo, o primeiro
termo da série de pagamentos, ou seja, a primeira prestação
R1
deve atender a condição definida:
R2 R3
Rn
VB
1 2 3 ∙∙∙∙∙∙∙∙∙∙ n
período R1   (n  K )
n
Valor
Do Bem Atendida a condição estabelecida para a primeira
prestação da série de pagamentos pode, então, ser calculada a
Taxa Interna de Retorno utilizando a seguinte expressão:
Figura 10.3 – Prestação Decrescente
nK
TIR(P) 
VB
O fluxo de caixa, então, pode ser considerado como uma
série em progressão aritmética decrescente a um valor Ressalta-se que, em a primeira prestação não atender a
constante k. condição acima, o modelo não pode ser aplicado, cabendo ao
interessado utilizar outra metodologia para a definição da TIR.
Há, porém, para que o modelo possa ser aplicado,
verificar se a primeira prestação atende à seguinte condição.
Sendo a primeira prestação inferior ao valor de R1, conforme
10.4.2 – Aplicação.
condição, a aplicação deste modelo de determinação da TIR
fica inviabilizada:
VB Seja calcular a taxa de juros embutida no financiamento
R1   (n  k ) de um bem cujo preço ofertado monta a R$ 1.800,00, a ser
n
pago em seis prestações mensais, decrescentes e
Então, sendo Rj um termo qualquer do fluxo de caixa consecutivas, iniciando a primeira, no valor de R$ 206,60
representado pelo diagrama de fluxo de caixa abaixo, então, decorridos trinta dias da data da operação. As prestações
por definição e sendo esse um dos termos de uma progressão decrescendo em R$ 2,66 por mês.
aritmética, ele é definido por:
1ª Etapa: Condição da Primeira Prestação.
Rj = R j-1 - K e, K = R j-1 - Rj

175
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
O modelo de cálculo da TIR somente será coerente se o  Em dez prestações decrescentes, mensais e
valor da prestação calculado, R1, for igual ao valor pactuado consecutivas, pactuadas segundo a sequência abaixo:
para a primeira prestação.
R$ 73.000,00 R$ 70.500,00 R$ 68.000,00 R$ 65.500,00
Neste caso, a igualdade existe, o que torna viável a R$ 63.000,00 R$ 60.500,00 R$ 58.000,00 R$ 55.500,00
R$ 53.000,00 R$ 50.500,00
aplicação do modelo. Caso contrário, a aplicação do modelo se
mostraria inconsistente.
10.5.2 - Calcular a TIR vinculada ao financiamento de um
VB 1800
R1   (n  K )   (10  2,66)  206,60R$ automóvel nas seguintes condições de pagamento e venda.
n 10  Preço do Veículo: R$ 28.000,00
 Entrada: R$ 5.000,00
2ª Etapa: Determinação da TIR.  Em trinta dias (1º pagamento): R$ 3.000,00
 Saldo: cinco prestações mensais, iguais e consecutivas
nK 10  2,66 no valor de R$ 5.987,00.
TIR(P)    0,0148
VB 1.800,00
10.5.3 - Uma empresa varejista oferta uma geladeira tipo
Neste caso de prestação decrescente a TIR apresenta Gelmax em dez prestações iguais, mensais e consecutivas, no
uma taxa de juros de 1,48% ao mês. valor de R$ 599,90, vencendo a primeira delas 30 dias após a
data de aquisição. O preço a vista do produto é de R$
5.999,00, e a empresa não pratica desconto algum sobre este
10.5 - Exercícios. valor.
Assim sendo, pergunta-se:

10.5.1 - Um equipamento é vendido, à vista, por R$  O montante do lucro realizado;


480.000,00. Calcular as taxas de juros cobradas sob as  O custo do produto, CD.
seguintes condições: Para o calculo do preço, você dispõem dados gerenciais
abaixo.
 Financiamento realizado em 10 prestações iguais e A empresa fixa seu preço adotando o seguinte modelo
consecutivas no valor de R$ 78.118,00 mensais; matemático:
 Em 10 pagamentos iguais, mensais e consecutivos, com
a primeira prestação no valor de R$ 45.000,00 e as P = CD( 1+k ) e, k =ML + TR + DI.
demais apresentando uma variação crescente segundo
um coeficiente de 10% ao mês; Taxa de financiamento a clientes 26,6750% ao ano
Margem de lucro = ML 15%
176
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Tributos = TR 22,50%  Quando comparados dois projetos de financiamento
Despesas administrativas indiretas = DI 4,4% de curto prazo, o que apresentar a maior TIR
deve ser rejeitado.
 O método do valor uniforme equivalente não é o mais
10.5.4 - Verifique qual a taxa efetiva de juros cobrada no adequado para ser adotado em análise de
financiamento de um veículo. Condições: viabilidade de projetos produtivos.
 A TIR e a TMA sempre exprimem o mesmo conceito,
 Valor do bem: R$ 85.000,00; ou seja, taxa de oportunidade.
 Entrada: R$ 32.000,00;  A matemática dos juros simples é a legalmente
 Financiamento: 36 meses; definida para ser adotada em estudos de
 Prestação Mensal: R$ 1.220,61; viabilidade.
 Taxa Declarada: 1,31 % ao mês

10.5.5 - Assinale qual, ou quais, opções são válidas:

 Sempre que a TIR for maior que a TMA um projeto


produtivo pode ser considerado como viável.
 Quando a TIR for igual à TMA um projeto produtivo
deve ser abandonado por ser inviável.
 Quando comparados dois projetos produtivos, o que
apresentar a maior TIR deve ser definido como o
mais atrativo.
 Ao serem comparados dois projetos repetitivos, a
exemplo da reposição de equipamentos, e que
apresentem tempos de vidas distintos, o método
do valor presente não é o mais adequado para ser
adotado no processo de decisão.
 No caso de um projeto apresentar uma TIR igual a
TMA, quanto maior for o valor da TIR, menor é o
tempo de retorno do capital investido.
 A TIR é um método inadequado para definir a taxa de
juros embutida em financiamento de bens no
curto prazo.

177
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

O comissionamento pode se realizar sob as seguintes


11. – Comissionamento de Ativos. alternativas:

 Compra a vista;
11.1 – Definição.  Compra a prazo ou financiamento;
 Aluguel com devolução, ou leasing;
Este Capítulo trata do comissionamento de ativos e do  Aluguel sem devolução;
leasing-back.  E, o leasing-back.

No contexto em discussão, comissionar significa colocar O leasing-back, é uma modalidade de financiamento de


em processo de produção um bem ou equipamento destinado ativos, a partir da aquisição de um bem da própria empresa
a cumprir determinada função ou serviço por um determinado tomadora do financiamento. Neste caso a empresa vende um
período de tempo. ativo de sua propriedade para a financiadora que,
imediatamente, lhe aluga ou financia o mesmo.
A análise de investimentos permite incluir no processo
de decisão da escolha de equipamentos a dimensão financeira.
Dimensão esta que possibilita estabelecer uma política de 11.3 – Metodologia.
aquisição, comissionamento e alienação de ativos e que
transcende à análise técnica ou econômica dos mesmos. 11.3.1 – Decisão.

Considerando, comumente, que as alternativas O processo de decisão adotado para aplicação na


analisadas nos estudos de comissionamento são destinadas a escolha da melhor das alternativas acima elencadas é o
comparação de equipamentos que realizarão um mesmo método do valor presente líquido. Para tanto, devem ser
serviço é comum analisar somente os custos a serem definidas as seguintes variáveis:
incorridos, nesses casos.
 O valor do bem, ou seja, o seu preço de aquisição;
Assim sendo, pode-se considerar, apenas, os custos  A T.M.A. da empresa;
associados a cada alternativa, procedimento que facilita e  A vida útil do bem ou equipamento;
agiliza o processo de tomada de decisão.  O valor residual;
 A taxa de juros do financiamento;
 O valor do aluguel.
11.2 – Tipos de Comissionamentos.

178
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
A decisão será efetuada segundo a alternativa que A compra a vista é recomendável quando a empresa
apresentar o melhor Valor Presente Líquido - VPL. dispõe de caixa suficiente para a aquisição do bem e não
prejudicar o nível do capital de giro.
E, o valor presente líquido e os fluxos de caixa das
alternativas são calculados segundo o modelo abaixo: Na compra a vista, o fluxo de caixa deve considerar o
investimento inicial correspondendo ao valor do bem adquirido
n Fk e todas as entradas e saídas de caixa propiciadas pela
VP(p)  Fo   operação do bem. Um exemplo de fluxo de caixa desta
k 1(1  i)
k
operação é exposto na Figura 11.1.

Em que o valor do fluxo de caixa – FK, genérico, é Além disso, deve considerar a vida útil do bem, ou seja,
definido pelo seguinte modelo: o tempo em que o mesmo estiver em comissionamento.

Para tanto há que se considerar os tributos e taxas


Fk = Σ Rec – Σ Desp - Invest + Deduções + Valor Residual incidentes, custos e despesas necessárias à operação do
mesmo, taxas e a depreciação legal, esta última, que melhora
Ou, o fluxo de caixa.
Fk = Lucro – Investimentos + Deduções + Valor Residual
$ - Valor Presente

Alerta-se que, no calculo do valor presente de cada Valor


Residual
alternativa, a taxa de desconto i corresponde à TMA da
empresa interessada.
1 Deduções/depreciação
Nos itens a seguir serão discutidos os diagramas de
Tributos – taxas- manutenção n
fluxo de caixa típicos de cada uma das modalidades de Meses/anos

comissionamento elencadas no item 11.2. A decisão da Valor


Do Bem
escolha da melhor alternativa, como já comentado, deverá ser
realizada utilizando o método do Valor Presente Líquido.
Figura 11.1 – Fluxo de Caixa de Compra

11.3.2 - Compra a vista.

179
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
Ao final da vida útil do projeto, o bem pode ser vendido
e, deste modo, haver uma melhoria no ultimo fluxo de caixa, $ - Valor Presente
fato que pode vir a beneficiar sensivelmente o projeto.
Valor
Residual
11.3.3 - Compra a prazo.
Deduções/depreciação
Na compra a prazo ou financiamento, o bem também é
Meses/anos
considerado, para efeitos legais, como propriedade da 1 Tributos – taxas - manutenção n
empresa.
Financiamento

O fluxo de caixa associado a uma compra a aprazo deve


levar em consideração: o valor da prestação, ai especificando o Figura 11.2 – Fluxo de Caixa de Financiamento
montante dos juros a serem pagos e o valor da amortização a
cada período. Deve-se adicionar ao fluxo de caixa, também, os
Além disso, neste caso de financiamento ou
tributos e taxas incidentes, bem como a depreciação legal. Ver
aluguel sem a devolução do bem no final do período contratual,
modelo de fluxo de caixa de compra a prazo na Figura 11.2.
o pagamento do bem ocorre na medida em que vai sendo
realizado o fluxo de receitas da empresa.
Neste caso, conforme já comentado no capitulo
amortização de dívidas, o pagamento das prestações do
financiamento deve ser decomposto na parcela dos juros e na
11.3.4 - Aluguel com devolução do bem.
de amortização.
No caso de ocorrer aluguel com a devolução do bem ao
Prestação = Juros + Amortizações.
final do período de locação, operação comumente conhecida
como leasing, o custo do aluguel ocorre durante toda a vida do
Isto porque, os juros são considerados como despesas
projeto. No final do período o bem retorna à posse do locador.
do exercício e susceptíveis à ação do imposto de renda.

E, os valores das amortizações considerados como


Neste caso o bem é considerado como propriedade do
investimento. Contabilmente integram o ativo da empresa.
locador e o custo do aluguel contabilmente tratado como
despesa do exercício. Ver modelo de fluxo de caixa na Figura
A atratividade das alternativas de compra a prazo e, também,
11.3.
de aluguel é a possível disponibilidade do bem sem ocorrer a
necessidade de descapitalização.

180
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
$ - Valor Presente arrendadora, situação em que o aluguel é ajustado ao início do
contrato visando essa operação. Neste caso se prevê uma
entrada de caixa no valor residual do bem. Modelo desta
situação na Figura 11.4.

n $ - Valor Presente
1

Meses/anos
Custo do Aluguel/Leasing

Valor
Residual
Figura 11.3 – Fluxo de Caixa de Leasing com Devolução 1 n
Meses/anos
Custo do Aluguel/Leasing

O valor do aluguel é definido por uma série uniforme


postecipada, com prestações iguais, mensais e consecutivas.
Figura 11.4 – Fluxo de Caixa de Leasing sem Devolução

11.3.5 - Aluguel sem devolução do bem.

No caso de ocorrer aluguel sem a devolução do bem, o 11.4 - Leasing-back.


custo do arrendamento ocorre durante toda a vida do projeto.
E, durante o período de locação, o valor do mesma é O leasing-back é uma operação de leasing financeiro em
considerado como despesa do exercício. que o próprio cliente atua, também, como fornecedor.

Após expirar o contrato de aluguel o bem passa a O arrendatário vende um ativo de sua propriedade para a
integrar o ativo da empresa arrendatária segundo o valor empresa arrendadora que, em seguida, lhe arrenda o bem. Ao
residual do mesmo. fim do contrato, o cliente recompra o bem pelo valor residual
garantido - VRG(6).
Dois procedimentos podem ocorrer ao final desta
modalidade de contrato de leasing: i) haver uma operação de
compra do bem pelo valor residual quando há que ser prevista
uma saída de caixa ao final do contrato; ii) ou, simplesmente,
(6) Fonte: http://www.unibanco.com.br/epd/emp/rei/bac/index.asp. Acesso
haver a doação do bem à empresa arrendatária pela
em 20.10.2009.
181
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
O valor residual garantido corresponde a uma porcentagem A vantagem neste tipo de operação financeira é que ela
do valor de aquisição, segundo condições ou parâmetros possibilita o alongamento do perfil do endividamento de curto
contratualmente estabelecidos. para longo prazo.

Na prática, o leasing-back funciona como um modo simples Além disso, possibilita à empresa a realização de
e rápido de obtenção de capital de giro de longo prazo com planejamento fiscal e tributário, pois o cliente utiliza-se das
garantia real e sem incidência de Imposto sobre Operações vantagens contábeis e fiscais do leasing financeiro para bens
Financeiras, IOF. A empresa vende um bem do seu ativo anteriormente incorporados ao seu ativo imobilizado.
imobilizado sem perder o uso do mesmo e o recompra
concluída a operação de leasing.
11.5 – Exercício
$ - Valor Presente

O Diretor Financeiro da MORSA Construções & Engenharia


esta estudando a substituição e padronização de sua frota de
Valor
automóveis, pois deseja adquirir dez novas unidades.
Do Bem

1 n Estude, analise e recomende qual será a ação


financeiramente mais interessante de comissionamento
Custo do aluguel / leasing-back
Meses ou anos possível.

Despesas de manutenção
Para tanto, estão disponíveis as seguintes informações:

Valor de
 A MORSA adota uma TMA de 15% ao ano;
Recompra  O preço de um veículo novo é de R$ 45.300,00.
Figura 11.5 - Fluxo de Caixa – Leasing-Back  O mesmo veículo com cinco anos de uso pode ser
negociado a 20% do valor do novo;
 A instrução normativa nº 162 da Receita Federal permite
O fluxo de caixa para análise desta operação deve depreciar um automóvel em 5 (cinco) anos;
considerar como entrada de caixa o valor de venda do bem no  Taxas e imposto sobre propriedade de veículos montam a
momento da operação. E, como saídas de caixa: os custos do 3% ao ano sobre o valor do mesmo, variando segundo o
aluguel/leasing; as possíveis despesas de manutenção; e o tempo de uso a uma taxa decrescente de 20% ao ano;
valor de recompra no final do período. Modelo básico na Figura  O Diretor dispõe de uma proposta de leasing no valor de R$
11.5. 1.888,00 mensais, por veículo. A empresa Pro-leasing

182
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
substitui os veículos a cada dois anos, com devolução do
bem alugado; Foi adotado como método de decisão o valor presente
 A Fightwell, empresa coligada à concessionária de veículos, líquido, tendo sido obtido para cada alternativa analisada os
se propõe a financiar os veículos pelo prazo de 5 anos, ao seguintes montantes:
custo de 18.003,72 R$, anual, por veículo. Juros pactuados
de 28,32% ao ano ou 2,1% ao mês. Tributos, taxas e  Compra a vista - 44.742,92 R$
manutenção suportados pelo cliente.  Leasing: Proleasing - 57.719,28 R$
 Uma análise dos custos anuais de manutenção de veículos  Financiamento: Fightwell. - 49.969,52 R$
da empresa mostra que evoluem, anualmente, sendo de:
4% do valor do veículo novo no primeiro ano, 5% do valor Comparando os valores presentes obtidos, a compra a
do veículo novo no segundo ano; e crescendo 1% a cada vista é a que oferece o menor custo. Porém, há que se verificar
período. se a MORSA dispõe de caixa, ou não vai se descapitalizar,
 Após o quinto ano é política da empresa alienar seus para adotar esta alternativa.
veículos.
 A soma das alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro, Caso não disponha de recursos, a alternativa a adotar
imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido, será realizar o comissionamento da frota utilizando o processo
montam a 24%. de financiamento do bem através da Fightwell. O leasing se
mostrou como sendo a alternativa que apresenta o maior custo.

I – Definição do método de decisão e resultado.


II – Fluxos de Caixa Singulares.
Sendo política da empresa em alienar veículos a cada
cinco anos, pode-se considerar uma substituição total de frota O valor dos tributos e da manutenção a ser considerado no
no final deste período, sem haver a consideração da reposição Fluxo de Caixa é função de custo anual de manutenção
com ativos idênticos aos alienados. multiplicado por (1-α), sendo α o somatório das alíquotas do
Imposto de Renda e da CSLL, incidentes sobre o lucro do
O estudo de decisão será realizado para apenas um exercício. Neste caso: (1-α) = ( 1- 0,24) = 0,76.
veículo, já que todos os veículos serão similares.

Foram analisadas três alternativas de comissionamento: A - Calculo dos Tributos Anuais.


Valor Desvalor. Base Alíquota Tributo
Ano
1º. Compra a vista; do Bem % Calculo % R$
1 45.300,00 1,00 45.300,00 1.359,00
2º. Leasing contratado com CV-leasing;
2 45.300,00 0,80 36.240,00 0,03 1.087,20
3º. Financiamento contratado com a Fightwell. 3 36.240,00 0,80 28.992,00 869,76

183
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
4 28.992,00 0,80 23.193,60 695,80
5 23.193,60 0,80 18.554,88 556,65 Fk = (1-α) {Σ Rec. - Σ Desp.} - Invest. + α Dep. + V. Residual
Tributo Valor para
R$
(1-α) Fluxo Caixa
E, o valor presente líquido dos fluxos de caixa descontados à
1 1.359,00 1,032,84
2 1.087,20 826,27 TMA de 15% a.a., é definido pelo modelo:
3 869,76 0,76 661,02
n
Fk 5
Fk
VP(p)  Fo   
4 695,80 528,81
k
 F0  k
k 1 (1  i) k 1 (1,15)
5 556,65 423,05

B - Calculo dos Custos de Manutenção. R$


Valor para III – Fluxo de Caixa - Compra a Vista
% Custo Anual
Ano Valor
Manutenção Manutenção
(1-α) Fluxo 9.060
Caixa
1 0,04 1.812,00 1.377,12
2 0,05 2.265,00 1.721,40
3 45.300,00 0,06 2.718,00 0,76 2.065,68
4 0,07 3.171,00 2.409,96 Depreciação Anual
5 0,08 3.624,00 2.754,24 2 3 4
Ano

1.377,12 Manutenção 2.754,24


c) Calculo da depreciação anual.
1.032,84 Tributos 423,05
45.300,00
Valor a Depreciar = = 9.060,00R$/ano
5
45.300
Depreciação = α x 9.060 = 0,24 x 9.060 = 2.174,40 R$/ano

C – Fluxo de Caixa – Compra a Vista


F0 F1 F2 F3 F4 F5
III – Compra a Vista - Valor Presente. Valor Bem - 45.300,00
Manuten. 1.377,12 1.721,40 2.065,68 2.409,96 2.754,24
O valor presente do fluxo de caixa relativo à compra a Tributos 1.032,84 826,27 661,02 528,81 423,05
vista do bem é definido pelo modelo a seguir, sendo α = 0,24 o Deprecia. 2.174,40 2.174,40 2.174,40 2.174,40 2.174,40
V.Resid - + 9.060,00
valor da soma das alíquotas do Imposto de Renda e da CSLL Flx. Caixa - 45.300,00 - 235,56 - 373,27 - 552,30 - 764,37 +3.708,31
incidentes sobre o lucro da MORSA:

184
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Calculando, então, o valor presente dos custos incorridos
considerando uma compra a vista, tem-se:
R$ IV – Fluxo de Caixa – Leasing com Devolução
236 373 552 763 3708
VP(CV) = −45300 − − − − +
1,151 1,152 1,153 1,154 1,155

VP(CV) = - 44.742,92 R$ 1 2 3 4 5
Ano

IV - Leasing – Empresa Proleasing. PL=1.888 x 12 x 0.76 = 17.218 R$/ano

Neste caso, o leasing é realizado com a devolução do


bem negociado.
V- Financiamento - Fightwell.
O fluxo de caixa no leasing pode ser associado ao de
uma série uniforme postecipada. E, o valor presente
No caso de financiamento, o bem financiado passa a
descontado à TMA de 15%, adotada pela MORSA, calculado
integrar o ativo da empresa financiada e, em consequência, os
segundo o modelo abaixo:
custos de operação e tributos suportados por ela.
(1 + 𝑖)𝑛 − 1 Quanto à consideração dos valores das prestações a
VP(Pro) = P × ∴
𝑖 × (1 + 𝑖)𝑛 serem lançados nos fluxos de caixa ha que se tomar,
separadamente, os valores dos juros e os das amortizações.
P = (1-α) x 1.888,00 x 12 = 17.218,56
Nesta situação, somente os juros sofrem a influencia do
(1,15)5 − 1 imposto de renda. Assim, os juros a integrar cada fluxo de
VP(Pro) = 17.218,56 × caixa anual corresponderão aos juros do financiamento
0,15 × (1,15)5
contratado multiplicado por 0,76.
VP(Pro) = - 57.719,28 R$
O valor da amortização, sendo investimento, é lançado
no fluxo de caixa pelo seu valor integral. Ver quadro D, que
mostra os valores dos juros e das amortizações previstos para
cada período.

185
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

O fluxo de caixa da alternativa de financiamento é


definido, então, como estabelecido no Quadro-E e R$ V – Fluxo de Caixa – Financiamento Fightwell
representado no diagrama do fluxo de caixa exposto no
desenho V. 9.060

Alerta-se que os valores dos juros foram lançados no


quadro E - Calculo dos Fluxos de Caixa, já considerado o
redutor de 0,76, relativo ao Imposto de Renda e da CSLL.
Depreciação = 2.174,402 R$/ano
1 5
Com os dados do fluxo de caixa expostos no quadro E, 2 3 4
pode-se calcular o valor presente associado a esta alternativa Ano
de financiamento conforme a seguir: Prestação = 18.003,72 R$/ano

n
Fk 5
Fk
VP(p)  Fo   k
 F0   k
k 1 (1  i) k 1 (1,15)
1.377,12 Manutenção 2.754,24

15180 15650 16280 17071 8.993 Imposto


VP(CV) = − − − − − 1.032,84 423,05
1,151 1,152 1,153 1,154 1,155

VP(CV) = - 49.969,52R$.

D - Calculo dos Juros e Amortizações – Financiamento E - Calculo dos Fluxos de Caixa – Financiamento
Saldo Juros item F1 F2 F3 F4 F5
Ano Prestação Amortização
Anual 28,32% a.a. Juros 9.750,01 8.636,24 7.207,04 5.373,10 3.019,75
0 45.300,00 - - - Amortização 5.194,76 6.640,25 8.520,77 10.933,85 14.030,36
1 40.125,24 18.003,72 12.828,96 5.174,76 Manutenção 1.377,12 1.721,40 2.065,68 2.409,96 2.754,24
2 33.484,99 18.003,72 11.363,47 6.640,25 Tributos 1.032,84 826,27 661,02 528,81 423,05
3 24.964,22 18.003,72 9.482,95 8.520,77 Deprecia. 2.174,40 2.174,40 2.174,40 2.174,40 2.174,40
4 14.030,36 18.003,72 7.069,87 10.933,85 V. Residual + 9.060,00
5 0,00 18.003,72 3.973,36 14.030,36 Fluxo Caixa -15180,33 -15649,76 -16280,11 -17071,32 - 8.993,00

186
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

Além dos três motivos acima, recomenda-se estudar e


12 – Alienação de Ativos. prever a possibilidade de desenvolver alternativas de
investimentos diferentes daquelas que estão em utilização. Tal
comportamento exige um constante acompanhamento da
evolução do mercado visando detectar a demanda por novas
12.1 – Introdução. tecnologias e produtos.

Alienar um ativo significa retira-lo de produção, seja por Pelo exposto, há que haver constante acompanhamento do
baixa ou substituição. rendimento propiciado por um ativo para definir o melhor
momento de sua alienação, ou melhor, quando será efetuada a
Baixa significa a eliminação do ativo, sem haver decisão de sua baixa ou substituição.
reposição ou reforma do mesmo, com a interrupção da
produção. A recomendação efetuada é que tal fato deva ocorrer antes
do ativo entrar em colapso, perder capacidade de produção ou
A substituição pressupõe a supressão do ativo, sua ficar tecnologicamente ultrapassado. Todos estes fatos com
substituição e a continuidade da produção. expressão direta no faturamento da empresa.

Fatos que geram a necessidade alienar um ativo: A escolha da tecnologia alternativa ao processo ora em
utilização, a observação de novos requisitos de produção, as
E Deterioração física; hipóteses ou premissas a serem adotadas nos estudos em
E Mudança de tecnologia; questão dependerá da sensibilidade e do bom senso do
E Mudança dos requisitos de produção; responsável pelo processo de decisão.
E Alternativas outras que não aquela em utilização.
Além disto, os estudos podem levar à conclusão de que um
A deterioração física corresponde ao desgaste do ativo ativo em uso deva ser mantido em operação. E, deste modo,
devido o uso. Esta situação decorre numa redução da esta deve ser uma das opções ou alternativas a ser
produtividade nominal do equipamento, em face de maiores considerada, desde que o rendimento do ativo em análise se
tempos de paralisação para manutenção ou de recuperação de mantenha financeiramente viável.
peças, com expressão direta na redução do faturamento.
Análises de decisão quanto à alienação devem ser
A mudança de tecnologia e dos requisitos de produção são realizadas considerando: i) a existência de recursos capazes
exigibilidades que ocorrem pelo lançamento de novos produtos de suportar a implementação de uma ou mais alternativas; ii)
ou a instalação de processos produtivos mais modernos, dado se o conjunto em análise apresenta, ou não, alternativas
o surgimento de equipamentos mais produtivos. mutuamente exclusivas.
187
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
 Avaliar a possível existência de Valor Residual, valor este
Diz-se que alternativas são mutuamente exclusivas quando, a ser incorporado ao fluxo de caixa no final da vida útil do
implantada uma delas as outras devam ser abandonadas por projeto;
insuficiência de recursos para tal.  Considerar a queda de produtividade do equipamento ou
a redução da eficiência do processo produtivo face ao seu
Assim sendo, em havendo disponibilidade de recursos, desgaste pelo uso;
recomenda-se hierarquizar as alternativas e realiza-las  Definir a vida econômica de cada ativo.
segundo rentabilidade ou retorno do investimento.  Considerar a influência dos tributos incidentes sobre o
lucro e sobre o faturamento:
Caso haja escassez de recursos, as alternativas passam a
ser mutuamente exclusivas e o processo de decisão é a) Fluxo de Caixa em Lucro Real.(7)
realizado segundo os métodos de decisão já discutidos.
FCDIR = (1- L) (Rec - Desp) -F Rec + L Ded - (I+ ICG) + V.R.
Nos estudos de baixa e substituição de equipamentos, é
pouco provável que as alternativas em comparação
b) Fluxo de Caixa em Lucro Presumido ou Simples.
apresentem idênticas durações. Teoricamente, projetos com
vidas úteis diferentes são incomparáveis.
FCDIR = (1- F) Receitas - Despesas - (I+ICG ) + V.R.
Porém, adotando determinadas hipóteses, torna-se possível
efetuar a comparação de alternativas que apresentem Os estudos de baixa e substituição de ativos consideram,
horizontes de planejamento distintos. basicamente, os seguintes casos:

O estudo a seguir apresentará hipóteses para a realização E Baixa sem reposição do equipamento original;
de análise de alternativas que apresentem distintas durações. E Baixa com reposição do equipamento original;
E Substituição devido à mudança de tecnologia;
A seguir relacionam-se os procedimentos recomendados E Substituição de ativos com longa vida útil.
para efetuar a comparação das alternativas mutuamente
exclusivas: 12.2 - Baixa Sem Reposição.

 Montar corretamente os fluxos de caixa de cada opção Na baixa sem reposição ocorre a presunção da
em julgamento; permanência, ou não, de um ativo em operação até esgotar
 Adotar um adequado método de depreciação dos ativos;
(7) Nomenclatura:
αL = soma das alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro;
αF = soma das alíquotas dos tributos incidentes sobre o faturamento.
188
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
sua vida útil. E, também, não haver a previsão de o substituir, Recomenda-se, periodicamente, realizar a análise em
permitindo ao proprietário se capitalizar antes da exaustão do pauta, principalmente quando ocorre alteração na taxa de
mesmo. retorno da empresa, situação que pode levar à decisão de
baixa sem contrapartida em repor o equipamento alienado.
12.2.1 – Processo de decisão.
I – Alternativa A – alienação com valor residual

Neste caso, duas alternativas são analisadas:


FC1=700
I - Alternativa A: realizar a desmobilização do ativo enquanto o
valor residual apresentar expressão relevante. Isto quer dizer VP(A) = 1.146 EXAUSTÃO
Previsão de
que ele será alienado enquanto apresentar valor econômico e
Desmobilização
sua venda contribuirá com recursos visando a aquisição de VR = 618

outro ativo; Período


0 1 2 3
II - Alternativa B: alienar o ativo somente quando ocorrer o
esgotamento de sua vida útil e, consequentemente, chegar à II – Alternativa B – alienação na exaustão
exaustão. Ou, então, quando o mesmo apresentar valor
residual igual a zero irrelevante.

A decisão de desmobilizar ou não o ativo deve observar VP(B)≥1.146


dois critérios: VP(B)≥VP(A)
FC1=700 FC2 = 450 FC3 = 300

1º - O ativo deve ser mantido em atividade enquanto o Período


valor presente líquido dos fluxos de caixa superar a zero. 0 1 2 3

2º - O critério de decisão adotado corresponde a definir Figura 12.1 – Esquema de baixa sem reposição.
como momento da desmobilização quando as duas
alternativas acima citadas apresentarem, no mínimo, o
mesmo valor presente.
12.2.2 – Exemplo.
Decisão de desmobilizar quando: VP(A) ≥ P(B)
Como exemplo de procedimento, seja a análise de duas
alternativas expostas na Figura 13.1.

189
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
O ativo em questão vem produzindo fluxos de caixa
positivos, porém decrescentes. Sua exaustão e a consequente
saída de operação esta prevista para ocorrer no período t=3. Não Similar e Reforma Valor Uniforme Equivalente

As duas alternativas em analise no momento t=0 são:

 Alternativa A – manter em operação até ocorrer a exaustão; Continuidade Com Similar Valor Presente Líquido
 Alternativa B - vender o ativo enquanto apresentar um valor
residual significativo, no caso R$ 618,00.
Figura 12.2 - Métodos de Decisão e Substituição
Comentado acima, a decisão de desmobilização deverá
ocorrer quando VP(A) ≥ VP(B). Isto porque, será disponibilizado
numerário possível de ser aplicado em outras oportunidades. 12.3.1 - Reforma ou Substituição por não Similar.
Assim, não mais se justifica a permanência da operação mantida
a remuneração habitual. Neste caso ocorre a comparação três alternativas:

No caso, sendo idênticos os montantes dos valores a) Desmobilizar o ativo velho após determinado período;
presentes das duas alternativas, a recomendação é a opção pela b) Reformar o equipamento velho com o consequente
Alternativa A. aumento de sua vida útil;
c) Efetuar o comissionamento de um ativo novo.

12.3 - Baixa com Reposição. O esquema da Figura 12.3 - I mostra um modelo para os
fluxos de caixa de manutenção em operação por determinado
Nesta situação, a empresa avalia substituir ativos em período. Neste modelo, ocorre a previsão de desmobilização no
atividade, porém mantendo o mesmo produto no mercado. período três, porém havendo um valor residual para o ativo.

Dois são os casos a serem analisados nesta situação: O esquema da Figura 12.3 – II mostra o caso de um
mesmo fluxo de caixa para a alternativa de reforma do velho ou
I. Reforma de Equipamento ou substituição por não a alternativa de comissionamento de um novo.
similar;
II. Continuidade de produção com equipamento similar; Os modelos de fluxo de caixa dessas duas alternativas
podem ser semelhantes, pois mutuamente exclusivas. Em
Basicamente, para os modelos examinados, os métodos de ambas ocorre a previsão de um investimento inicial, II0, e um
decisão são os expostos na Figura 12.2. horizonte de projeto a terminar num período “t”.

190
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
Este é o caso clássico de definir o momento apropriado da
I – Manutenção em Operação substituição de um ativo antigo por um novo, cujas
características sejam idênticas.
VR3 Previsão de
Neste caso, ocorre o pressuposto da empresa manter em
Desmobilização
VP0 linha de produção o mesmo produto. A análise da
FC1 FC2 FC3
Período
desmobilização do ativo antigo decorre de ineficiência
0 1 2 3 crescente, com a consequente redução do volume de produção
e/ou crescimento das despesas de manutenção.
II – Comissionamento ou Reforma
O procedimento recomendado é dispor de um horizonte de
VRt tempo suficientemente longo de modo a reduzir as influências
FC1 FC2 FC3
FCt-1
dos fluxos de cada opção, o que é conseguido efetuando a
0 FCt repetição do fluxo do projeto novo em cada alternativa,
Período
1 2 3 t-1 t
conforme mostrado na Figura 12.4.

II0 Como primeira alternativa em análise, adiciona-se ao


diagrama do fluxo de caixa do Projeto Velho, os fluxos de caixa
de implantação do Projeto Novo.
Figura 12.3 – Esquema de Baixa Com Reposição.
A segunda alternativa é iniciada com os fluxos de caixa de
implantação do Projeto Novo.
Como decisão, a alternativa que apresentar o maior valor
presente líquido ou o maior benefício anual equivalente será O diagrama da Figura 12.4 – Continuidade de Produção
considerada como sendo o mais interessante a ser adotada. Com Similar mostra o procedimento proposto em que:
Sendo adotado como método de decisão o VPL, o artifício E t1 indica o momento final do Projeto Velho; t2 & t3 o
a ser utilizado, já estudado, é definir como horizonte de tempo de vida do Projeto Novo referente à implantação;
planejamento o mínimo múltiplo comum o tempo de vida t4 & t5 os tempos de inicio e término da primeira
estimada de cada alternativa. repetição do Projeto Novo;
E n1 indica o momento final implantação do Projeto Novo; n2 &
n3, os tempos de inicio e término da primeira repetição
12.3.2 - Continuidade da Produção com Equipamento Similar. do Projeto Novo; n4 & n5, os tempos de inicio e término
da segunda repetição do Projeto Novo.

191
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
I. A simples baixa do ativo Velho, quando se recomenda o
reinvestimento dos lucros do Projeto Velho até coincidir
Alternativa I – Aguardar Exaustão do Antigo com final do horizonte de vida do Projeto Novo.
II. Iniciar o Projeto Novo imediatamente após a baixa do
Projeto Velho;
Projeto Novo Projeto Novo
Projeto Velho Implantação Repetição 1

0 t1 t2 t3 t4 t5
Tempo O desenho da Figura 12.5 mostra o modelo proposto, em que
o horizonte de vida do projeto Nova Tecnologia é tn. O projeto
Velho acaba em t1 e o Novo em t2.
Alternativa II – Implantação Imediata do Novo

Alternativa I – Desmobilização ao Final do Projeto Fim da Vida


Projeto Novo Projeto Novo Projeto Novo
do Projeto Novo
Implantação Repetição 1 Repetição 2
Tempo
0 n1 n2 n3 n4 n5 Reinvestimentos do Lucro
Projeto Velho

Tempo
0 t1 t2 tn
Figura 12.4 – Continuidade de Produção com Similar

Alternativa II – Continuidade com Nova Tecnologia

Quanto menor o tempo de vida do Projeto Novo


recomenda-se efetuar um maior número de repetições. Projeto Velho
Projeto
Nova Tecnologia
Tempo
Para o julgamento da alternativa mais interessante pode-se 0 t1 t2 tn

utilizar o método do Valor Presente Líquido ou do Benefício


Anual Equivalente, sendo escolhida a que apresentar o maior Figura 12.5 – Continuidade com Nova Tecnologia
valor.

O método de decisão proposto é o do Valor Presente


12.4 - Mudança de Tecnologia. Líquido.

No caso de mudança de tecnologia são analisadas, Não é recomendado o método do Custo ou Benefício
basicamente, duas alternativas: Anual Equivalente, já que neste método fica pressuposta a
repetição das alternativas, o que é incompatível com a análise

192
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA
em curso, já que a premissa da análise prevê a baixa do ativo Consequentemente torna-se inverossímil qualquer previsão, no
Velho. momento atual, quanto à baixa ou a substituição futura desses
equipamentos.

12.5 - Ativos Com Longa Vida Útil Assim o procedimento recomendado é equalizar o tempo
de vida do projeto de maior duração com o de menor duração,
Quando se analisa um investimento em ativos que fazendo o truncamento daquele projeto.
apresentem longa vida útil, a exemplo de plantas de fabricas de
cimento ou de usinas elétricas e mesmo alguns de seus Além disso, deve ser definido um valor residual para o
equipamentos a exemplo de geradores e rotores, não tem ativo de maior horizonte de vida, valor este a ser incorporado
sentido utilizar os artifícios anteriormente comentados. ao seu fluxo de caixa no momento do truncamento, conforme
mostrado na Figura 12.6.
Fim Vida Útil
Ativo A
O método de decisão recomendado é o do Valor
Presente.
Ativo A
Anos
12.6 – Exercícios.
1 25
IIA
Fim Vida Útil
Ativo B 12.6.1 - Análise de alienação de ativo.

Seja analisar a desmobilização de um ativo sabendo


Valor
Ativo B Residual que:
Anos
1 25 30 - A empresa adota uma TMA de 15 % ao ano;
IIB
- Não há previsão de reposição do ativo;
- No quadro abaixo consta uma projeção dos fluxos de
Figura 12.6 – Ativos com Longa Vida Útil caixa de exercícios vindouros até ocorrer a exaustão do
mesmo;
Justifica-se a assertiva acima, pois o tempo de - Há previsão da exaustão do ativo após cinco anos da
exploração de ambas as alternativas é suficientemente longo data da análise.
para que sejam efetuadas previsões ou suposições
consistentes sobre oportunidades, novas tecnologias ou o Solicita-se:
comportamento da economia a ocorrer em futuro distante.
193
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
i. Determinar o exercício em que o ativo deverá ser e) Custo de Capital da empresa .................... 20%
desmobilizado;
ii. Traçar um gráfico exercício x valor presente, que ampare a
recomendação efetuada.

Exercício 1 2 3 4 5
Fluxo Caixa 5.500 4.500 3.000 2.500 2.000
Valor Residual 4.000 3.500 1.900 1.000 700
Valores em R$ 10³

12.6.2 - Data de Alienação.

A Cometron S/A é uma firma do ramo metalomecânico.

Atualmente, ela está produzindo o Metrotal,


equipamento que vem apresentando benefícios líquidos anuais
na ordem de R$ 3.600 milhões.

Sabe-se que o sistema de produção ora em atividade já


consumiu 2/3 de sua vida útil estimada em 15 anos.

Análises efetuadas em equipamentos similares têm


indicado que tais equipamentos perdem produtividade, a partir
dos últimos três anos de vida útil, na ordem de 20% ao ano.

Pergunta-se: “Quando será interessante a substituição do atual


equipamento”?

Outros dados:

a) Custo do equipamento novo: R$ 11.600 milhões


b) Prazo de Instalação: ............................... 1 ano
c) Depreciação: ....................................... 10 anos
d) Alíquota do Imposto de Renda ................... 40%
194
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

2010 2009

2008 2007

195
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

196
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

Índice Nacional de Preço ao Consumidor


INPC (IBGE)
Valores referidos ao 1º dia de cada mês.
Índice Índice Índice Data Índice acumulado
Data Data Data
acumulado acumulado acumulado
01/1982 5.799,343848380
01/1979 - 01/1980 1.500,976070670 01/1981 2.997,280384790
02/1982 6.188,479820600
02/1979 - 02/1980 1.599,440100910 02/1981 3.183,411496690
03/1982 6.595,681792800
03/1979 - 03/1980 1.665,816865100 03/1981 3.376,007892240
04/1982 6.941,295518740
04/1979 1.000,000000000 04/1980 1.751,106688590 04/1981 3.556,624314470
05/1982 7.333,478715550
05/1979 1.034,500000000 05/1980 1.836,035362990 05/1981 3.789,227544640
06/1982 7.821,888398010
06/1979 1.052,707200000 06/1980 1.937,568118560 06/1981 3.998,013982350
07/1982 8.380,371229620
07/1979 1.084,288416000 07/1980 2.044,521878710 07/1981 4.200,713291250
08/1982 8.915,876951200
08/1979 1.142,406275100 08/1980 2.157,175034220 08/1981 4.461,157515310
09/1982 9.412,491297380
09/1979 1.208,551598430 09/1980 2.268,269548480 09/1981 4.734,180355250
10/1982 9.817,228423160
10/1979 1.288,436859080 10/1980 2.369,207543390 10/1981 4.984,145078000
11/1982 10.201,082054500
11/1979 1.353,631764150 11/1980 2.597,836071330 11/1981 5.214,412580610
12/1982 10.737,658970600
12/1979 1.436,203301760 12/1980 2.806,442307860 12/1981 5.487,126358570

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado
01/1983 11.617,073240300 01/1984 32.290,729557400 01/1985 99.812,778124200 01/1986 338.383,161967000
02/1983 12.678,873734400 02/1984 35.322,829062800 02/1985 111.630,611054000 02/1986 389.174,474578000
03/1983 13.698,255182700 03/1984 38.763,272613500 03/1985 123.854,162965000 03/1986 437,665614110
04/1983 14.687,269206900 04/1984 42.573,702311400 04/1985 136.165,266763000 04/1986 451,583380640
05/1983 15.652,222793800 05/1984 46.626,718771500 05/1985 147.848,246652000 05/1986 453,525189180
06/1983 16.702,486943200 06/1984 50.687,905976500 06/1985 158.493,320410000 06/1986 458,423261220
07/1983 18.511,366279200 07/1984 55.736,421411700 07/1985 171.695,814001000 07/1986 462,869966850
08/1983 20.627,215444900 08/1984 60.814,009402300 08/1985 189.002,752052000 08/1986 467,082083550
09/1983 22.658,996166200 09/1984 66.025,770008100 09/1985 210.945,971565000 09/1986 473,761357350
10/1983 25.212,665034100 10/1984 73.354,630479000 10/1985 232.230,420096000 10/1986 479,399117500
11/1983 27.759,144202600 11/1984 81.049,531216300 11/1985 256.034,038156000 11/1986 486,254524880
12/1983 29.804,993130300 12/1984 89.421,947790900 12/1985 292.339,664766000 12/1986 502,252298750

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado


Índice acumulado
01/1987 538,766040870 01/1988 2.664,822896110 01/1989 29,134158080
01/1990 572,066533510
02/1987 629,386488940 02/1988 3.170,339799510 02/1989 39,470957370
02/1990 962,158702720
03/1987 717,122965500 03/1988 3.671,570521810 03/1989 45,924458900
03/1990 1.674,059926860
04/1987 820,388672530 04/1988 4.335,757629200 04/1989 48,634001970
04/1990 3.049,802374750
05/1987 992,342138290 05/1988 5.130,502002640 05/1989 52,553902530
05/1990 3.497,208383120
06/1987 1.221,970109090 06/1988 6.066,305567920 06/1989 61,314638080
06/1990 3.752,854315930
07/1987 1.482,249742330 07/1988 7.417,878448450 07/1989 79,341141680
07/1990 4.189,686558300
08/1987 1.629,437141740 08/1988 9.125,474067290 08/1989 101,080614500
08/1990 4.718,425001960
09/1987 1.712,375492260 09/1988 11.008,059367400 09/1989 134,619162390
09/1990 5.293,129167200
10/1987 1.834,810339960 10/1988 13.972,529755000 10/1989 183,553227920
10/1990 6.047,929386440
11/1987 2.034,437704940 11/1988 17.701,797946600 11/1989 254,698459060
11/1990 6.920,645596900
12/1987 2.338,179254290 12/1988 22.684,854068600 12/1989 378,150802160
12/1990 8.091,618831900

197
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado
01/1991 9.640,354676330 01/1992 55.442,752422000 01/1993 692.510,202695000 01/1994 17.929,858756500
02/1991 11.660,00898100 02/1992 69.813,513849700 02/1993 891.745,388011000 02/1994 25.338,476394600
03/1991 14.015,33079520 03/1992 86.903,862040200 03/1993 1.112.809,069700000 03/1994 35.618,296267900
04/1991 15.667,73829590 04/1992 105.692,477013000 04/1993 1.419.721,811120000 04/1994 50.962,658300200
05/1991 16.452,69198460 05/1992 127.718,789223000 05/1993 1.822.496,888940000 05/1994 72.805,253647600
06/1991 17.551,73180910 06/1992 159.009,892582000 06/1993 2.310.561,555790000 06/1994 103.914,938531000
07/1991 19.452,58436410 07/1992 192.163,455186000 07/1993 3.012.279,100290000 07/1994 56,015819960
08/1991 21.814,12810590 08/1992 234.593,146091000 08/1993 3.946,386849290 08/1994 60,357046000
09/1991 25.221,49491600 09/1992 287.095,092186000 09/1993 5.262,112224840 09/1994 61,473651350
10/1991 29.161,09242190 10/1992 355.940,495292000 10/1993 7.137,002810550 10/1994 62,334282470
11/1991 35.308,250704400 11/1992 448.734,182415000 11/1993 9.572,148169510 11/1994 64,092109240
12/1991 44.657,875490900 12/1992 551.449,436770000 12/1993 13.018,121510500 12/1994 65,989235670

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado
01/1995 67,111052680 01/1996 81,862992890 01/1997 89,326483370 01/1998 93,203377490
02/1995 68,077451840 02/1996 83,058192580 02/1997 90,050027880 02/1998 93,995606190
03/1995 68,765034100 03/1996 83,647905750 03/1997 90,455253010 03/1998 94,503182470
04/1995 69,879027650 04/1996 83,890484680 04/1997 91,070348730 04/1998 94,966248060
05/1995 71,619015440 05/1996 84,670666190 05/1997 91,616770820 05/1998 95,393596180
06/1995 73,123014770 06/1996 85,754450710 06/1997 91,717549270 06/1998 96,080430070
07/1995 74,717096490 07/1996 86,894984910 07/1997 92,038560690 07/1998 96,224550720
08/1995 76,555137060 08/1996 87,937724730 08/1997 92,204230100 08/1998 95,955121970
09/1995 77,335999460 09/1996 88,377413350 09/1997 92,176568830 09/1998 95,484941880
10/1995 78,240830650 10/1996 88,395088830 10/1997 92,268745400 10/1998 95,188938560
11/1995 79,336202280 11/1996 88,730990170 11/1997 92,536324760 11/1998 95,293646390
12/1995 80,534178940 12/1996 89,032675540 12/1997 92,675129250 12/1998 95,122117820

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado
01/1999 95,521630720 01/2000 103,574353360 01/2001 109,034802720 01/2002 119,329609340
02/1999 96,142521320 02/2000 104,206156910 02/2001 109,874370700 02/2002 120,606436170
03/1999 97,382759840 03/2000 104,258259990 03/2001 110,412755120 03/2002 120,980316120
04/1999 98,629259170 04/2000 104,393795730 04/2001 110,942736340 04/2002 121,730394080
05/1999 99,092816690 05/2000 104,487750150 05/2001 111,874655330 05/2002 122,558160760
06/1999 99,142363100 06/2000 104,435506270 06/2001 112,512340860 06/2002 122,668463100
07/1999 99,211762750 07/2000 104,748812790 07/2001 113,187414910 07/2002 123,416740730
08/1999 99,945929790 08/2000 106,204821290 08/2001 114,443795210 08/2002 124,836033240
09/1999 100,495632410 09/2000 107,489899620 09/2001 115,347901200 09/2002 125,909623130
10/1999 100,887565370 10/2000 107,952106190 10/2001 115,855431960 10/2002 126,954673000
11/1999 101,856086000 11/2000 108,124829560 11/2001 116,944473020 11/2002 128,947861370
12/1999 102,813533210 12/2000 108,438391570 12/2001 118,453056720 12/2002 133,319193870

198
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado
01/2003 136,918812100 01/2004 151,136315410 01/2005 160,405832120 01/2006 168,502085340
02/2003 140,300706760 02/2004 152,390746830 02/2005 161,320145370 02/2006 169,142393260
03/2003 142,349097080 03/2004 152,985070740 03/2005 162,029954010 03/2006 169,531420770
04/2003 144,299279710 04/2004 153,857085650 04/2005 163,212772670 04/2006 169,989155600
05/2003 146,290609770 05/2004 154,487899700 05/2005 164,698008900 05/2006 170,193142590
06/2003 147,738886810 06/2004 155,105851300 06/2005 165,850894970 06/2006 170,414393670
07/2003 147,650243480 07/2004 155,881380550 07/2005 165,668458980 07/2006 170,295103600
08/2003 147,709303570 08/2004 157,019314630 08/2005 165,718159520 08/2006 170,482428210
09/2003 147,975180320 09/2004 157,804411200 09/2005 165,718159520 09/2006 170,448331730
10/2003 149,188576800 10/2004 158,072678700 10/2005 165,966736760 10/2006 170,721049060
11/2003 149,770412250 11/2004 158,341402260 11/2005 166,929343830 11/2006 171,455149570
12/2003 150,324562770 12/2004 159,038104430 12/2005 167,830762290 12/2006 172,175261200

Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado Data Índice acumulado
01/2007 173,242747820 01/2008 182,174642800 01/2009 193,982197350 01/2010 201,962208100
02/2007 174,091637280 02/2008 183,431647840 02/2009 195,223683410 02/2010 203,739475530
03/2007 174,822822160 03/2008 184,312119750 03/2009 195,828876830 03/2010 205,165651860
04/2007 175,592042570 04/2008 185,252111560 04/2009 196,220534580 04/2010 206,622327990
05/2007 176,048581890 05/2008 186,437725070 05/2009 197,299747530 05/2010 208,130670980
06/2007 176,506308200 06/2008 188,227527230 06/2009 198,483546010 06/2010 209,025632870
07/2007 177,053477750 07/2008 189,940397730 07/2009 199,317176900 07/2010 208,795704670
08/2007 177,620048880 08/2008 191,042052040 08/2009 199,775606410 08/2010 208,649547680
09/2007 178,668007170 09/2008 191,443240350 09/2009 199,935426900 09/2010 208,503493000
10/2007 179,114677190 10/2008 191,730405210 10/2009 200,255323580 10/2010 209,629411860
11/2007 179,652021220 11/2008 192,689057230 11/2009 200,735936360 11/2010 211,558002450
12/2007 180,424524910 12/2008 193,421275650 12/2009 201,478659320 12/2010 213,737049870

Data Índice acumulado


01/2011 215,019472170
02/2011 217,040655210
03/2011 218,212674750
04/2011 219,652878400
05/2011 221,234379130

199
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
MAITAL, Shlomo. “Economia Para Executivos”, Editora
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Campus. Rio de Janeiro. 1996.

MATHIAS, Washington F., GOMES, José M. – “Matemática


ABREU, Paulo F. Simas P. de & STEPHAN, Christian. "Análise Financeira”, ATLAS, 1977.
de Investimentos". Editora Campus Ltda. 1982.
MAYER, Raymond R. – “Análise Financeira de Alternativas de
AVILA, Antonio V. e JUNGLES, Antonio E. Gerenciamento na Investimento”, ATLAS, 1972.
Construção Civil. Editora Argos. Chapecó. SC. 2006.
SANVICENTE, Antonio Z. – “Administração Financeira”,
BIERMAN Jr., Harold and SMIDT Seymour.The Capital ATLAS, 1978.
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SOTO COSTA, Paulo H. O problema do Capital de Giro na
CARVALHO, Fernando M; RODRIGUES, José A.; PINTO, Luiz Análise de Viabilidade de Projetos. DEI / PUC – Rio, 1979.
F., RODRIGUES, Sérgio F. – “Análise e Administração
Financeira”, IBMEC, 1980. SOTO COSTA, Paulo H. Introdução à Análise de
Investimentos. DEI / PUC. Rio de Janeiro. RJ. 1.979.
DE FARO, Clóvis – “Engenharia Econômica” Editora APEC.
Rio de Janeiro. 1972. -----------------------, ATTIE, Eduardo Vieira. Análise de Projetos
de Investimentos. Editora da Fundação Getúlio Vargas. Rio
................................ Curso de Engenharia de Produção. de Janeiro. RJ. 1984.
Disciplina Modelos Aplicados à Análise de Investimentos.
Notas de Aula. Pontifícia Universidade Católica.
Departamento de Engenharia Industrial. Rio de Janeiro.
RJ. 1980.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira.


2ª Edição. Editora Bookman. Porto Alegre, RS. 2001.

LIMA JUNIOR, João da Rocha. “Formação da Taxa de Retorno


em Empreendimentos de Base Imobiliária”. Boletim
Técnico da Escola Politécnica da USP. BT/PCC/218.
EPESP. São Paulo. 1998.

200
ENGENHARIA ECONÔMICA & MATEMÁTICA FINANCEIRA

ANEXOS - Casos e Trabalhos

201
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Anexo I

– Trabalhos.

202
Engenharia Econômica & Matemática Financeira

I.1 – Trabalho: Análise de Fluxo de Caixa.


2 – Condições:

Comparar e analisar as duas alternativas de projeto, 2.1 - Cada equipe será integrada, no máximo, por dois
abaixo relacionada. alunos;
2.2 - O trabalho será realizado em papel A4;
2.3 - O Número da Equipe equivale ao número do EXERCÍCIO
1 – Exigibilidades: indicado na tabela anexa.
2.4 - Copiar do Quadro dos Fluxos de Caixa, abaixo, os
Para tanto pede-se: projetos que lhes couber, antes de iniciar a apresentação
da memória de cálculo;
1.1. Calcular o Valor Presente e a Taxa Interna de Retorno; 2.5 - Esta instrução precederá a apresentação deste
1.2. Efetuar relatório comparativo da analise dos resultados trabalho;
obtidos por cada método. Informar qual sua decisão; 2.6 - O trabalho será entregue, impreterivelmente, na data
1.3. Apresentar num mesmo gráfico e em papel milimetrado estabelecida.
– A4, os diagramas de valor presente de cada projeto,
bem como o quadro correspondente a cada ponto
calculado da curva; ..................................................................................................
1.4. Calcular o Custo Anual Equivalente/Beneficio Anual
Equivalente. 3 – Julgamento:
1.5. Apresentar num mesmo gráfico utilizando o EXCEL, as
curvas representativas de cada projeto, bem como o  Qualidade e Apresentação do Trabalho: 2 pts.
quadro correspondente a cada ponto calculado da curva;  Entendimento do processo: 4 pts.
1.6. Adote, a seu critério, uma taxa de desconto para  Exatidão dos resultados: 3 pts.
efetuar sua decisão ao definir qual dos projetos indicaria  Esta folha e a tabela referente à sua equipe deverão ser
como sendo o melhor. entregues anexa ao relatório (1ª FOLHA): 1 pto.

203
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Fluxos de Caixa
Equipe Projeto F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12 F13 F14
A -100 -100 -30 25 33 44 55 60 65 80 60 30 -20 -10 4
A1
B -100 -90 -50 -32 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150 -50
A -80 -90 -100 -50 55 55 55 55 75 175 180 160 160 -20 25
B2
B -155 -320 25 -30 90 90 150 120 120 190 110 110 120 100 20
A -10 -300 -200 -100 80 90 120 150 320 320 450 400 40 -20 -15
C3
B 25 25 -200 -200 -150 50 -45 80 80 200 200 200 200 100 -12
A -80 -45 45 47 48 -33 -33 -30 80 88 90 25 20 15 10
D4
B -70 -20 -20 40 40 -12 42 -15 60 70 80 90 100 145 -10
A -20 -65 65 125 -46 -48 -15 120 130 155 150 180 200 125 15
E5
B -50 -78 78 148 58 -57 -50 145 150 180 170 120 120 -30 -15
A -60 -63 63 66 67 -50 -20 -50 120 125 130 35 30 30 30
F6
B -112 -30 -45 14 16 16 20 30 40 50 60 70 -45 30 -20
A -19 -80 -20 30 40 40 50 80 80 50 54 60 80 20 -20
G7
B -100 -40 -20 10 30 50 50 80 80 80 61 -20 -15 10 20
A -45 -50 0 10 10 20 20 50 50 50 21 25 25 -15 -10
H8
B -20 -50 -10 50 50 50 50 30 20 20 20 30 50 50 -30
A -20 -240 -80 60 70 80 70 190 180 170 15 60 50 -77 5
I9
B -40 -100 -15 -15 70 70 90 90 120 120 120 100 100 80 -20
A -100 25 21 50 50 50 50 50 63 75 80 84 91 98 -45
J10
B -125 15 60 60 -45 -40 60 80 119 165 205 245 255 55 -30

204
Engenharia Econômica & Matemática Financeira

Fluxos de Caixa
Equipe Projeto F0 F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10 F11 F12 F13 F14
A -445 -100 -30 33 44 60 55 -70 -30 80 122 50 200 200 200
K11
B -125 -245 -80 -20 90 120 100 -100 120 120 120 80 80 60 50
A -145 -174 -90 -14 107 136 120 100 -136 -88 113 124 39 63 -23
L12
B -174 -108 -120 66 70 80 90 100 90 95 136 192 -24 245 -10
A -96 -140 21 21 62 -28 -30 100 112 112 122 140 123 112 -20
M13
B -140 -64 32 58 68 70 -15 -7 125 124 112 122 123 125 -40
A -72 -124 -25 25 25 26 25 20 -15 40 34 75 124 123 -55
N14
B -50 -75 -15 15 15 16 25 10 -15 24 50 45 77 75 10
A -50 -60 -40 20 20 20 30 30 30 40 40 20 10 5 -10
O15
B -45 -55 -65 20 20 20 25 25 40 50 50 20 15 10 -15
A -56 -56 -45 -40 -35 50 60 70 80 90 100 100 90 80 80
P16
B -50 -40 -60 -70 -80 -80 70 70 75 75 75 90 90 100 120
A -285 -35 20 20 -30 -30 30 40 40 50 50 60 60 65 -50
Q17
B -280 -30 -30 40 40 40 -15 -15 60 60 70 70 80 80 20
A -20 -30 -30 10 20 30 30 30 40 40 40 40 20 -5 -10
R18
B 0 -55 -30 0 20 30 30 30 30 30 30 30 20 -5 -10
A -100 -80 -30 14 20 36 48 58 65 80 60 30 -15 -15 20
S19
B -90 -90 -50 -15 25 30 40 55 65 70 80 70 70 -30 -50
A -80 -90 -100 -50 55 55 55 55 75 175 180 160 160 -20 -25
T20
B -112 -120 - 50 - 48 60 60 60 60 80 150 160 160 160 40 -30
A -300 -200 -100 0 60 60 60 70 70 70 80 80 90 90 90
U21
B -200 -200 -200 50 50 50 70 70 80 80 90 90 90 80 80

205
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA
 Exatidão dos resultados: 3 pts.
 Esta folha e a tabela deverão ser entregues precedendo o
I.2 - Trabalho: Métodos de amortização. relatório (1ª FOLHA): 1 pto.

Elaborar a tabela de prestações do financiamento conforme


atribuição da sua equipe.

1. - Do trabalho

1.1. Apresentar a memória de calculo e a metodologia


utilizada para o calculo das prestações;
1.2. Anexar esta folha ao trabalho, bem como a tabela de
correção monetária.
1.3. Definir a prestação mensalmente.
1.4. Efetuar, APENAS, o calculo relativo às cinco primeiras
prestações completas (juros + amortizações) e
monetariamente corrigidas no prazo da atualização
monetária solicitado.
1.5. Obtenção dos índices de correção monetária:
FTTP://www.debit.com.br

2. - Entrega do trabalho:

2.1 - O trabalho será entregue, impreterivelmente, na data


estabelecida.
2.2 - Esta instrução precederá a apresentação do trabalho

3. – Avaliação.

 Qualidade e Apresentação do Trabalho: 2 pts.


 Entendimento do processo: 4 pts.

206
Engenharia Econômica & Matemática Financeira

Condições de Financiamento
Montante Prazo do Contrato Carência Juros Pagos Juros Método Atualização Inflação
Equipe
R$ mil Anos Meses na Carência Mensais % Amortização Monetária Mensal %
A1 80 5 anos 6 Não 3,5 Amortização constante Bimestral INPC
B2 90 5,5 9 Sim 3,0 Prestação constante Trimestral IPC-A
C3 100 6,5 12 Não 2,5 Amortização constante Quadrimestral IGPM
D4 110 7,0 11 Sim 2,0 Prestação constante Anual INPC
E5 120 8,0 12 Não 3,3 Amortização constante Bimestral IPC-A
F6 130 9,0 12 Sim 2,4 Prestação constante Trimestral IGPM
G7 140 10,0 10 Não 2,0 Amortização constante Quadrimestral INPC
H8 150 8,5 12 Sim 2,0 Prestação constante Anual IPC-A
I9 160 7,5 11 Não 2,5 Amortização constante Bimestral IGPM
J10 170 6,5 15 Sim 3,0 Prestação constante Trimestral INPC
K11 180 7,00 8 Não 3,5 Amortização constante Quadrimestral IPC-A
L12 190 9,0 10 Sim 2,5 Prestação constante Anual IGPM
M13 200 6,00 8 Não 2,0 Amortização constante Quadrimestral INPC
N14 135 7,5 15 Sim 3,0 Prestação constante Trimestral IPC-A
O15 155 6,0 9 Não 1,5 Amortização constante Quadrimestral IGPM
P16 180 5,0 6 Sim 2,0 Prestação constante semestral INPC
Q17 150 6,5 12 Não 2,5 Amortização constante Quadrimestral IGPM
R18 180 7,0 18 Sim 2,0 Prestação constante Anual INPC
S19 200 8,50 12 Não 3,3 Amortização constante Bimestral IPC-A
T20 220 10 15 Sim 2,4 Prestação constante Trimestral IGPM
U21 350 12 6 Não 2,3 Amortização Constante Quadrimestral INPC

207
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

4 – Nomenclatura.

I.3 – Trabalho: Viabilidade de troca de lâmpadas. No quadro, as abreviaturas indicam:


4.1 (E1T) correspondem à iluminação dos escritórios utilizados
durante 1ou 2 Turnos. T = turno de trabalho.
1- Objeto do trabalho 4.2 (N) corresponde a equipamento de segurança utilizado
exclusivamente durante a noite visando proteção noturna,
Elaborar um estudo de viabilidade técnico econômico cujo 12horas.
objetivo é a substituição de luminárias incandescentes por 4.3 Constitucionalmente, 1 turno de trabalho corresponde a 8
lâmpadas fluorescentes eletrônicas, sem prejuízo para a horas p/ dia, com 44 horas semanais de jornada, com duas
qualidade de iluminação. horas de intervalo para refeição.
4.4 No caso de turno corrido, a jornada é de 6 horas diárias.
2 – Exigibilidades Acadêmicas: 4.5 No caso de residências, arbitre o número de horas em que
cada tipo de lâmpada ficará acesa, baseando-se na sua
2.1 - Cada equipe será composta por DOIS alunos, no máximo. observação do cotidiano de uma família.
2.2 - Data de entrega do relatório: junto com os demais.
2.3 - A correção será efetuada se o aluno cumprir todos os Observação: Para realizar suas recomendações ou
requisitos solicitados; conclusões há que definir:

3 – Requisitos do trabalho: - o tempo de utilização diária de cada equipamento;


- o tempo ideal de substituição dos investimentos em análise;
3.1 - Apresentar em forma de relatório técnico. - Ou, o tempo em que os dos equipamentos se equivalerem.
3.2 - Especificar as condições de utilização de cada
equipamento Descrição (especificações técnicas) dos 5 – Do julgamento:
equipamentos analisados.
3.3 - Forma do relatório.  Qualidade e Apresentação do Trabalho: 1 pts.
 Especificar o objeto do relatório.  Cumprimento do item 3: 4 pts.
 Mostrar, claramente, a conclusão efetuada.  Exatidão dos resultados: 4 pts.
 Relatar e justificar o método de análise, explicando o  Esta folha e a tabela deverão ser entregues anexa ao
motivo da adoção do método eleito; relatório (1ª FOLHA): 1 pto.
 Explicitar as premissas adotadas.
 Demonstrar a memória de cálculo.

208
Engenharia Econômica & Matemática Financeira

Especificações dos Consumidores


Equipe Quantidade Potencias Instaladas em Watts Categoria do Consumidor
Horas de Uso 25W 40W 60W 100W 100W 200W
Lâmpadas 4 5
1A Horas 5 2
Residência Baixa Renda
Lâmpadas 3 6 1
2B Horas 3 2 2
Residência Baixa Renda
Lâmpadas 2 (N) 5 2
3C Horas 3 2 3
Residência Baixa Renda
Lâmpadas 3 (E1T) 6 4
4D Horas 20 8 4
Residência Média Renda
Lâmpadas 3 4 5
5E Horas 4 6 5
Residência Renda Média
Lâmpadas 3 4 3
6F Horas 6 5 4
Residência Alta Renda
Lâmpadas 4 4 3 3
7G Horas 10 5 4 3
Residência Alta Renda
Lâmpadas 15 16 6 5
8H Horas 6 10 6 4
Residência Alta Renda
Lâmpadas 10 5 8
9I Horas 9 9 3
Comercial 1 Turno
Lâmpadas 2 12 9 9
10J Horas 16 9 10 4
Comercial 1 Turno

209
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

Especificações dos Consumidores


Quantidade Potencias Instaladas Categoria do
Equipe
Horas de Uso 25W 40W 60W 100W 100W 200W Consumidor
Lâmpadas 2 50 30
11K Horas 14 12 10
Comercial 1 Turno
Lâmpadas 15 4 10
12L Horas 17 12 12
Comercial 1 Turno
Lâmpadas 12 45 50
13M Horas 20 10 8
Comercial 1 Turno
Lâmpadas 4 10 45
14N Horas 12 10 12
Comercial 1 Turno
Lâmpadas 50 25 6
15O Horas 12 10 8
Comercial 1 Turno
Lâmpadas 40 20 50
16P Horas 10 8 8
Industrial 1 turno
Lâmpadas 100 75 10 Supermercado
17Q Horas 24 16 18 2Turnos
Lâmpadas 100 25 200 Supermercado
18R Horas 24 10 24 4 Turnos
Lâmpadas 12 85 45 200
19S Horas 24 18 16 18
Industrial 2 Turnos
Lâmpadas 12 90 35 55
20T Horas 12 24 20 24
Industrial 3 Turnos
80 refletores com lâmpadas de
Lâmpadas Refletores com LED´s de 700W
21U descarga de 1400 W Escola 3 Turnos
Horas

210
Engenharia Econômica & Matemática Financeira

Anexo II

- Casos em Engenharia Econômica.

211
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

II.1 – Caso: Ampliação da Sede. Adotando a empresa uma TMA de 12% ao ano, qual a
data de início da ampliação de mais três andares que justificaria
Uma construtora planeja construir um edifício de três a escolha do projeto B?
andares. É esperado que, em alguns anos mais tarde, seja
efetuada uma ampliação com a realização de outros três
andares, o que elevaria a edificação para seis andares.

Para tanto duas opções de investimento e projeto foram


desenvolvidos:

Projeto A: foi estabelecido um projeto convencional


considerando, inicialmente, a realização de um edifício de três
andares. O custo inicial foi orçado em R$ 420 mil. Para a
ampliação de outros três andares foi previsto um investimento de
mais R$ 500 mil.

Projeto B: projeto para seis andares efetuado em estrutura


metálica, sendo construídos inicialmente três pavimentos. O
custo inicial deste projeto foi orçado em R$490 mil. A ampliação
dos outros três andares foi prevista em R$400 mil.

Você sabe que a vida útil de uma edificação é prevista


para cinquenta anos, findo os quais não apresenta valor residual.
Sabe também, dadas as características dos projetos, que
os custos de manutenção do Projeto B serão mil reais, anuais,
inferiores aos do Projeto A e deverão se manter durante toda a
vida das edificações.

Outras despesas anuais, tais como seguros, IPTU, água,


luz, etc., são consideradas as mesmas para os dois projetos.

212
Engenharia Econômica & Matemática Financeira

II.2 – Caso: Fabrica de protendidos.


3) Informações Gerenciais Dados
Elabore o estudo de viabilidade para o seguinte caso. 3.1 – Taxa Mínima de Atratividade 1,1714917 % am
3.2 – Tempo de vida do produto 10 anos
3.3 – Preço de venda mínimo/médio 6.380,00 R$/unidade
Sendo VOCE diretor técnico de uma empresa de 3.4 – Impostos sobre a Renda 15,00 %
construção civil, o Diretor Presidente de sua empresa lhe 3.5 – Depreciação da Edificação 20 anos
comunicou ser interessante analisar a implantação de uma nova 3.6 – Depreciação dos Equipamentos 5 anos
fabrica para a produção de peças protendidas para estruturas de 3.7 – Tributos sobre o faturamento 10,50 %
pontes.
4) Informações Estratégicas & Comerciais
Para tanto, deseja saber qual a quantidade mensal 4.1 – É pensamento estratégico do grupo vender as instalações após a
exaurir a vida do produto e não reinvestir em reformas ou up-grades
mínima de produção para que o empreendimento seja industriais.
considerado viável. Além disso, lhe informou que o BNDES esta 4.2 – Terrenos situados na área industrial, onde esta localizado o próprio
financiando equipamentos de forma vantajosa. da empresa, vem sofrendo uma valorização real de 5% ao ano.
Sua assessoria lhe forneceu as seguintes informações: 4.3 – A perda de valor de edificações industriais do gênero da projetada
para ser implantada acusa um valor de 70% em dez anos.
4.4 – Propostas das empresas fornecedoras de equipamentos daqueles
em estudo informam que seu valor comercial decresce a taxa de 7,5% ao
ano.
1) Investimento Imobilizado R$ Condições 4.5 – Evolução do mercado: A previsão é que esse mercado cresça à
1.1 - Terrenos 100.000,00 disponível taxa de 30% ao ano.
1.2 - Edificações 120.000,00 A construir – 6 meses
1.3 - Estoques 75.800,00 A investir
1.4 - Equipamentos 240.000,00 Juros de 8% ao ano.
Financiamento em seis
anos com dois de
carência. Prestações
constantes.

2) Custos Operacionais R$
2.1 – Matérias Primas 3.500,00/ unidade
2.2 – Mão de Obra Direta 10.500,00/ mês
2.3 - Custos Indiretos: administração e vendas 23.000,00/ mês
2.4 – Eletricidade 3.950,00/ mês
2.5 - Embalagens 90,00/ unidade

213
ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

II.3 – Caso: Implantação de Termelétrica. investimento global, devendo o empréstimo ser pago em 10
anos, com três de carência, prazo previsto para a
O Departamento de Planejamento e Expansão - DPE da implantação, com juros de 15% ao ano;
Empresa Federal de Energia Elétrica está estudando a h) o empreendimento deverá comportar duas unidades
viabilidade de implantação de uma nova termelétrica movida a geradoras com capacidade entre 300 a 350 MW cada, ao
carvão. custo de US$ 1500 / KW instalado;
i) o fator de Carga previsto é de 40 a 65%;
Para tanto, serão analisadas duas alternativas: a j) tempo de construção: 3 anos.
implantação com recursos próprios e a participação do Banco
Interamericano de Comércio - BIC como organismo financiador
do empreendimento. DADOS ADICIONAIS
Consumo de carvão 600 gramas p/ kWh
A seguir, são apresentados dados disponíveis pelo DPE Custo de Carvão US$ 17,50 / Tonelada
para a sua análise, bem como as condições de financiamento do Custo da Mão de Obra US$ 136.000 / mês
BIC: Outros Custos US$ 48.000 / mês

a) os valores do projeto são apresentados em dólares;


b) os três últimos balanços da EFEE indicaram que a relação
entre o lucro e o capital disponível (k=L/CD) da empresa foi
respectivamente de 8%, 6% e 7%;
c) a alíquota do Imposto de Renda onde se enquadra a EFEE
não ultrapassa a 15%;
d) pesquisas da Secretaria de Indústria e Comércio tem indicado
que o custo real do carvão no mercado interno vem
crescendo a ordem de 10% a cada 5 anos;
e) a depreciação legal do equipamento é definida em 15 anos e a
vida útil do projeto, estimada em 20 anos;
f) ao final da vida útil o equipamento poderá ser vendido como
sucata e, situações semelhantes, têm demonstrado que o
valor de venda não ultrapassa a 12% de seu preço;
g) para a participação do BIC no empreendimento, há a
exigência de que a EFEE disponha um mínimo de 30% do

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Engenharia Econômica & Matemática Financeira

II.4 – Caso: Viabilidade de construção de ponte. II.5 – Caso: Refinaria de petróleo.

Os três países do Cone Sul estão cogitando a construção Uma refinaria de petróleo constatara a necessidade de
de mais uma ponte visando interligar e melhorar o processar, a um preço elevado, seus resíduos líquidos antes de
desenvolvimento do comércio na Região. Obra esta a ser lançá-los em um riacho próximo.
financiada por organismos internacionais de fomento.
O departamento de engenharia estimou que o
A construção dessa ponte contribuirá para reduzir em processamento dos resíduos líquidos custasse $30.000 ao final
cerca de dez horas o tempo de viagem de Buenos Aires - do primeiro ano.
Argentina a São Paulo - Brasil, além de incrementar,
significativamente o fluxo de produtos manufaturados entre os Mediante alterações no processo e nas instalações, o
dois países. custo do tratamento dos resíduos sofrerá uma redução de $3.000
a cada ano.
O custo da nova ponte, com cerca de 28 quilômetros de
comprimento, será de $700 milhões. A ponte exigirá $10 milhões Como alternativa, uma firma especializada, a HCL Ltda.,
anuais de manutenção, relativos a reparos e melhoramentos, e ofereceu um contrato para processar os resíduos líquidos
terá uma vida útil estimada em 70 anos. durante dez anos pelo preço anual fixo de $ 15.000, pagável ao
final de cada ano. Em qualquer das hipóteses não haverá
Calcula-se que 550.000 veículos utilizarão a ponte durante necessidade de tratamento dos resíduos após dez anos. Se o
seu primeiro ano de operação, com um acréscimo anual de 50 administrador da refinaria julga aceitável a taxa de juro de 8%
mil veículos até o 10o ano. a.a., ele deve aceitar ou não a oferta da HCL Ltda.? (Use o
método do fluxo anual de caixa para esta análise). (Contribuição
Estudos econômicos avaliam a possibilidade da cobrança Dr. Oscar C. Lopes).
de pedágio de $90 por veículo. A taxa mínima de atratividade
adotada para projetos públicos e aceita por organismos
internacionais é de 10% a.a.

Pergunta-se: Este projeto gerará receita suficiente para


compensar seu custo? (Contribuição Dr. Oscar Ciro Lopes).

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ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

II.6 – Caso: Aquisição de prensas. II.7 – Caso: Financiamento de residência.

Um casal está pretendendo comprar uma residência e,


Sua empresa analisa a aquisição de um conjunto de para tanto, está analisando as duas alternativas de investimentos
prensas automatizadas e computadorizadas, visando produzir descritas no quadro a seguir.
placas de concreto armado em produção seriada, em que os
traços são mudados sem haver paralisação da linha de Discriminação
Casa de madeira Casa de alvenaria
produção. (em R$) (em R$)
Investimento - compra 24.000 40.000
Custos anuais de manutenção 5.500 2.000
O fabricante do equipamento estima que a vida útil
Valor residual 8.500 15.000
sistemas que adotam este tipo de tecnologia é de cinco anos, e a Vida útil 10 anos 20 anos
empresa prevê a possibilidade de colocar 270 mil peças,
anualmente, no mercado. O casal sabe que na metade da vida útil do
empreendimento e em habitações residenciais bem cuidadas,
No caso, a empresa deseja saber: ocorre a necessidade de realizar uma reforma, estimada em 1/4
do valor do imóvel.
- Qual o preço mínimo de vendas para que o produto seja levado
ao mercado? Em construções do gênero, a partir do ano seguinte ao da
reforma, os custos anuais de manutenção sofrem um incremento
- É viável o investimento nesta nova tecnologia dado os de 10% sobre os valores atuais. Analise qual deverá ser a
concorrentes estarem vendendo peças semelhantes ao preço de
decisão do casal. Use uma TMA de 14% ao ano.
R$254,00 por unidade?

Dados operacionais: Valores – R$


1. Custos das prensas 15 milhões
2. Custos fixos mensais 16,32 mil
3. Custo operacional por unidade 120,22
4. Investimento em capital de giro 500 mil
5. Investimento em estoques 1,1 milhões
6. Alíquotas do Imposto de Renda 18%
7. Custo de Capital da empresa 10% ao ano

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Engenharia Econômica & Matemática Financeira

II.8 – Caso: Venda de Apartamento. II.9 – Caso: Plano de Construção

Você esta vendendo um apartamento cujo valor é “R$ M”! Rocha Dura Construtora e Incorporadora Ltda. é uma
empresa de engenharia, dedicada principalmente à construção
Um corretor de imóvel lhe encaminhou duas propostas de de residências padrão A e B.
compra.
Você foi contratado como gerente regional com a
Por qual das duas será a sua decisão de venda, sabendo responsabilidade de conduzir os negócios da empresa e lhe foi
que seu custo de oportunidade é de 14% ao ano? participada uma pesquisa de mercado que prevê uma previsão
de vendas para os próximos cinco anos conforme exposto no
1ª Proposta: 30% de entrada e o saldo pago em duas parcelas. Quadro-I.

 A primeira parcela equivalente a 60% do saldo devedor, Além disto, foi lhe entregue uma planilha com os preços
vincenda em 60 dias; projetados e possíveis de serem praticados no mercado
 A segunda parcela 40% do saldo devedor, vincenda em imobiliário. Ver Quadro II.
120 dias;
O diretor geral, por uma questão de planejamento
2ª Proposta: 40% de entrada e o saldo pago em cinco parcelas estratégico, é de opinião que a empresa deva optar por um único
iguais, mensais e consecutivas, vencendo a primeira trinta dias plano de investimento e, deste modo, ganhar em custos
após o fechamento do negócio. administrativos e especializar a mão de obra. Assim sendo, lhe
solicitou analisar qual dos planos deva ser implementado.
(Sugestão: utilize o Método do Custo Anual Equivalente).

Para tanto, lhe transmitiu as seguintes informações:

- Os custos unitários de construção de imóveis praticados pela


empresa são os constantes do Quadro III – Custos unitários de
construção de cada unidade.

- A empresa prevê implantar um processo de melhoria técnica e


gerencial dos processos de administração de obras, segundo os

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ENGENHEIRO CIVIL ANTONIO VICTORINO AVILA

custos orçados e resumidos no Quadro IV – Investimentos em


Desenvolvimento. Quadro IV – Investimentos em desenvolvimento
Ano Custos previstos em P&D - $
- A empresa vem praticando uma Taxa de Mínima Atratividade 0 50.000
1 70.000
da empresa de 17% ao ano.
2 70.000
3 80.000
Quadro I – Previsão de Vendas -em unidades vendidas- 4 90.000
PLANO A PLANO B PLANO C 5 150.000
Ano Residências Residências Residências Padrão
Alto Padrão Padrão Médio Alto Médio
1 8 12 4 6


2 8 12 4 6
3 10 12 6 8
4 10 16 6 8
5 14 16 7 8

Quadro II – Preços de Venda por unidade


Ano Alto Padrão - $ Padrão Médio - $
1 380.000 220.000
2 380.000 220.000
3 380.000 280.000
4 450.000 280.000
5 450.000 340.000

Quadro III - Custos unitários de construção


Ano Alto Padrão - $ Padrão Médio - $
1 250.000 155.000
2 260.000 155.000
3 265.000 170.000
4 325.000 175.000
5 350.000 185.000

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Anexo III

– Tabelas Financeiras.

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