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Conceitos básicos
A função renal é constituída por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga
urinária e pela uretra. O rim destaca-se no Sistema Renal por ser a unidade funcional do
mesmo.
Bacinetes e ureteres
As vias urinárias nascem nos rins, órgãos cujas unidades funcionais, os
nefrónios, se encarregam na produção de urina originada pela filtração do sangue. Do
interior de cada rim, a urina é enviada para uma série de canais, os cálices renais, que
desaguam numa grande cavidade, com a forma de um funil, denominada bacinete.
Existem dois bacinetes, sendo localizados na parte superior e posterior de cada lado da
cavidade abdominal. Cada bacinete sai do respectivo rim através de uma fenda existente
na extremidade interna do órgão (hilo renal), que a liga diretamente a outro canal,
denominado ureter. [1]
Os dois ureteres, um esquerdo e outro direito, são estruturas tubulares com cerca de 25 a
30 cm de comprimento e com cerca de 5 mm de diâmetro, que atravessam a cavidade
abdominal de cima para baixo até, por fim, desaguarem na bexiga. [1]
A bexiga é constituída por três partes distintas: a cúpula, o corpo e a base. A cúpula
vesical, a parte superior, encontra-se exteriormente revestida pelo peritoneu, a
membrana que a separa das vísceras presentes na cavidade abdominal. O corpo vesical,
que constitui a maior parte do órgão, acolhe na sua face posterior os dois orifícios
uretrais através dos quais chega à urina proveniente dos rins. A base vesical, apoiada
sobre a extremidade ou limite inferior da pelve, forma uma espécie de funil, o colo
vesical, que desagua num único orifício uretral, que liga a bexiga a uretra.
“As anomalias do sistema urinário podem ser unilaterais, caso exista uma obstrução
apenas num dos lados das vias urinárias, ou bilaterais, caso exista um obstáculo em
ambos os lados. O acúmulo de urina na porção de drenagem do sistema urinário poderá
causar dilatação dos bacinetes, cálices, ureteres ou dilatação pielocalicial e
consequentemente dano renal com perda da função do órgão com agravamento do
prognóstico.” [2]
Uretra
A uretra é a última parte das vias urinárias, portando orifício através do qual a urina é
eliminada para o exterior. Embora nas mulheres a uretra apenas tenha esta função, nos
homens encarrega-se igualmente de conduzir para o exterior o sémen proveniente dos
órgãos sexuais internos durante a ejaculação.
Forma e capacidade
Quando está vazia, a bexiga tem uma forma mais ou menos triangular, mas à medida
que se vai enchendo adopta uma forma oval ou esférica. Em condições normais, um
adulto pode acolher até cerca de 350 cm' de urina, embora em algumas doenças possa
chegar a armazenar mais de 11 de urina.
O pacemaker urinário
A urina formada continuamente nos nefrónios vai-se acumulando progressivamente nos
cálices renais, circulando através dos bacinetes e dos ureteres até chegar à bexiga. Não
se trata de um fluxo meramente passivo, pois as vias urinárias dispõem de receptores
que detectam a sua dilatação e, caso esta ultrapasse determinados limites, provocam
como resposta uma contração sequencial das suas paredes, de cima para baixo, que
impulsiona a urina em direção à bexiga.
Existe quatro processos fundamentais que consiste no funcionamento básico dos rins:
Filtração
A filtração renal é a primeira etapa, que ocorre quando o sangue passa pelo rim, mais
especificamente no glomérulo. A diferença de pressão, faz com que as substâncias saiam
dos vasos do glomérulo e passem para a cápsula de Bowman, formando o filtrado
glomerular. Esse processo não é seletivo, passando todas as moléculas e substâncias
pequenas e ficando retidas as macromoléculas.
Reabsorção
Secreção
Do mesmo modo que existem moléculas que devem retornar à circulação, existem as
que precisam ser eliminadas, mas não são filtradas. O papel da secreção é remover essas
moléculas. A remoção de íons hidrogênio, potássio e amônia estão entre os processos de
secreção mais importantes.
Excreção
Depois desses três processos, citados anteriormente, a urina está formada e pronta para
ser eliminada, sendo primeiramente armazenada na bexiga. A excreção ocorre quando a
urina é eliminada do corpo, através da micção.
Néfron
No néfron acontece três processos, que seria a filtração (transporte passivo), a
reabsorção (transporte passivo ou ativo) e a secreção (transporte passivo ou ativo), mas
primeiro, é necessário saber o caminho em que o sangue faz para acontecer esses três
processos. Basicamente o sangue entra na artéria aferente e após passar pelo glomérulo
para ocorrer a filtração, ele sai pela artéria eferente dividindo seu fluxo entre os
capilares peritubulares e pelos vasos retos juntando novamente na veia renal, assim
voltando para circulação venosa geral.
Dois grandes fatores quando é estudado o néfron, é saber que a unidade usada para
todos os cálculos na filtração é ml.min e conhecer o Fluxo Renal Plasmático (FRP), o
Fluxo Renal Sanguíneo (FRS), o Ritmo de Filtração Glomerular (RFG) e o Fluxo
Eferente Plasmático (FEP), o FRP é a quantidade de plasma no sangue que passa na
artéria renal, sabendo o FRP e o hematócrito (volume ocupado pelos glóbulos
vermelhos no sangue), pode-se calcular o Fluxo Renal Sanguíneo que é o volume total
do sangue, com o FRS para saber o quanto de sangue que circula no rim, é possível
saber o quanto que circula no organismo que é 5x mais, ou seja, no rim passa apenas
20% do sangue que vem do organismo. O Ritmo de Filtração Glomerular indica a
quantidade de plasma que é filtrado por minuto, o RFG é aproximadamente 21% (ou
1/5) do FRP, o Fluxo Eferente Plasmático, é o restante do plasma que vai para a artéria
eferente (4/5 do plasma total) antes da reabsorção, logo, tem uma ligação com o RFG,
pois seu calculo é o FRP menos o RFG.
Existe vários fatores que afetam a filtração, mas primeiramente é bom ter conhecimento
que apenas 1/5 do plasma é filtrado e moléculas de massa de até 5.000 dáltons
conseguem ser filtradas pela membrana filtrante sem nenhum problema, mas para
moléculas de 5.000 até 70.000, depende da massa molecular, especificamente, passam
em razão inversa à massa molecular, resultando em concentrações extremamente
pequenas. Voltando ao assunto de fatores que afetam a filtração, deve-se levar em
consideração as forças que agem no glomérulo (são medidas em mmHg), que são as
Pressões hidrostática e osmótica Sanguínea e Urinária, a pressão hidrostática sanguínea
corresponde à pressão nos capilares glomerulares e é a única força que estimula a
filtração na membrana filtrante, a pressão hidrostática urinária e a pressão osmótica do
sanguínea são opostas a filtração, ou seja, resistem a esse processo. A primeira é a
pressão hidrostática urinária, presente no corpúsculo e no túbulo renal, a segunda é a
pressão osmótica sanguínea que é gerada pelas proteínas no plasma sanguíneo, então o
cálculo se baseia na soma das pressões e na subtração das pressões opostas que resulta
na pressão de filtração resultante, existe uma quarta força que é a pressão osmótica
urinaria, mas pela falta de proteína no filtrado, ela não é considerada.
Existe um modo para modificar essas pressões, que seria a vasoconstricção, ela pode
acontecer na artéria aferente ou eferente ou em ambos (em ‘’ambos’’ o volume do
filtrado continua o mesmo), modificando o ΔP, na vasoconstricção da artéria aferente
ocorre queda na pressão hidrostática sanguínea causando a queda da pressão filtrante
resultante (é usado em casos de indivíduos com hipertensão arterial para diminuir o
excesso de filtrado), e no caso da artéria eferente, causa o aumento da pressão
hidrostática sanguínea, consequentemente, o aumento da pressão filtrante resultante
(aumenta a concentração de proteínas que sai do glomérulo e a reabsorção é maior). No
caso da vasoconstricção nas duas artérias, é um caso especial de emergência que é
usando quando é necessário desviar o grande fluxo sanguíneo renal para outros setores.
O rim pode se dizer que ele varia, pois ele pode reabsorver íons conforme a necessidade
metabólica interna, ele pode reabsorver mais ou menos os íons K+, Na+, Cl-, HCO3-,
H2PO4+ e ainda pode secretar H+ ou NH4+ para conseguir controlar a osmolaridade e
o pH do meio interno.
Como já foi visto antes, acontece a reabsorção de cerca de 99% do filtrado que indica
que certas substancias vão ser completamente reabsorvidas, a agua e eletrólitos depende
de uma série de eventos encadeados que basicamente seria nessa ordem: Reabsorção de
Na+ , de H2O, de Cl- e HCO3.
O modo em que o Bicarbonato (HCO3-) é reabsorvido tem ligação com o Na+ e o H+,
no caso, a entrada do Na+ na circulação e a secreção de H+. Inicialmente o bicarbonato
de sódio está ionizado com Na+, a célula secreta o H+ que faz com que o HCO3- vire
gás carbônico e água (neutros com alto coeficiente de difusão) na célula peritubular.
Devido à anidrase carbônica, o H2O e o CO2, são ligados para formar o H.HCO3- que
por usa vez troca o Na+ pelo H+, o transporte de HCO3- para o líquido peritubular é
ativo porque ele depende do Na+ que também é ativo e para o vaso reto, a pressão
hidrostática que comanda.
Algo que é fundamental em nefrologia é o Transporte Máximo de Reabsorção, pois está
relacionado com a capacidade máxima de reabsorção de uma substancia, para entender
melhor o que é isso pode se usar o exemplo da glicose em urina de diabéticos já que é
possível encontrar níveis de glicose na urina sendo que a glicose é 100% reabsorvida,
isso ocorre porque a concentração de glicose no filtrado excedeu a capacidade máxima
de reabsorção do rim e esse nível de reabsorção máximo é representado por Tm de
reabsorção (mg.min) que pode ser difícil de medir com precisão, pois existe substancias
em que o Tm é muito grande, a concentração plasmática em mg.min quando o Tm
chega ao máximo é denominado LRP ou Limiar Renal Plasmático que é calculado por
dividindo o Tm por RFG (LRP = Tm/RFG) e (Tm = LRP x RFG).
Homeostase
Homeostase é a capacidade do organismo de apresentar uma situação físico-química
característica e constante, dentro de determinados limites, mesmo diante de alterações
impostas pelo meio ambiente. Para conservar constante as condições da vida, o
organismo mobiliza os mais diversos sistemas, como o sistema nervoso central, o
endócrino, o excretor, o circulatório, o respiratório etc.
Vacúolo contrátil
O vacúolo contrátil de protozoários de agua doce é um órgão de equilíbrio hídrico que
elimina o excesso de agua absorvido por osmose. Conforme a agua entra no
protozoário, um vacúolo cresce e se colapsa no final, a medida que esvazia seu conteúdo
através de um poro na superfície. Pesquisas recentes sugerem que os vacúolos contrateis
estejam rodeados por uma rede de canais membranosos, com numerosas bombas de
prótons. As bombas de prótons criam gradientes De H + e HCO- que puxam a agua para
dentro do vacúolo, formando uma solução isosmótica.
Nefridio
O órgão excretor mais comum dos invertebrados é o nefridio, pois apresenta uma
estrutura tubular, projetada para manter o equilíbrio osmótico apropriado. Um dos
modelos mais simples é o sistema de células-flama (ou protonefrídio) dos acelomados
(ex: platelmintos) e de alguns pseudocelomados (ex: rotíferos).
A secreção de ions cria uma pressão osmótica que puxa a agua, os solutos e as excretas
nitrogenadas, especialmente ácido úrico, para dentro do túbulo. O acido úrico entra no
segmento distral em fundo cego do túbulo na forma de urato de potássio solúvel, que se
precipita na forma de ácido úrico insolúvel na extremidade proximal do túbulo. As
glândulas retais de estagio larvais aquáticos de insetos absorvem soluto e pouca agua,
enquanto insetos que se alimentam de sangue podem alterar a quantidade de sal e agua
reabsorvidos durante e entre as refeições . O sistema excretor dos túbulos de Malpighi
adapta-se perfeitamente à vida em ambientes secos e contribui para a irradiação
adaptativa dos insetos no meio terrestre.
Referencias Bibliográficas
[5] HICKMAN, JR. C. P.; ROBERTS, L.S.; KEEN, S.L; EISENHOUR, D. J.;
LARSON, A.; I`ANSON, H. Princípios integrados de Zoologia, 15.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 2013. 952p.
[6] HENEINE, I. F. Biofísica Básica, 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2010. 391p.