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HABEAS CORPUS
com pedido de liminar
Processo
HC 155060 / MG
HABEAS CORPUS
2009/0232601-0
Relator(a)
Ministra LAURITA VAZ (1120)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
23/03/2010
Data da Publicação/Fonte
DJe 12/04/2010
Ementa
HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO
INFRACIONAL
ANÁLOGO AO CRIME DE FURTO. MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA DE
INTERNAÇÃO POR
PRAZO INDETERMINADO. ATO DESPROVIDO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA.
FALTA DE PREVISÃO LEGAL. REITERAÇÃO NÃO DEMONSTRADA.
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Processo
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HC 188697 / SP
HABEAS CORPUS
2010/0198016-8
Relator(a)
Ministro GILSON DIPP (1111)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
23/08/2011
Data da Publicação/Fonte
DJe 31/08/2011
Ementa
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS. ATOS
INFRACIONAIS ANÁLOGOS AOS DELITOS DE TRÁFICO DE DROGAS E
FURTO.
INTERNAÇÃO. EXCEPCIONALIDADE DA INTERNAÇÃO. AUSÊNCIA DE
EMPREGO DE
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA CONTRA PESSOA. REITERAÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA.
IMPOSSIBILIDADE DE IMPOSIÇÃO DA MEDIDA EXTREMA POR TEMPO
INDETERMINADO PELO DESCUMPRIMENTO DE MEDIDA ANTERIORMENTE
APLICADA.
FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONFIGURADO.
ORDEM CONCEDIDA.
I. Medida extrema de internação que só está autorizada nas
hipóteses
previstas taxativamente no art. 122, pois a segregação de
menor é,
efetivamente, medida de exceção, devendo ser aplicada ou
mantida
somente quando evidenciada sua necessidade - em observância ao
próprio espírito do Estatuto da Criança e do Adolescente, o
qual
visa à reintegração do menor à sociedade.
II. Condutas praticadas pelo adolescente que são desprovidas
de
violência ou grave ameaça à pessoa, não se admitindo a
aplicação de
medida mais gravosa com esteio na gravidade genérica do ato
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Processo
HC 164819 / SP
HABEAS CORPUS
2010/0042302-3
Relator(a)
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Processo
HC 178265 / SP
HABEAS CORPUS
2010/0122894-9
Relator(a)
Ministro GILSON DIPP (1111)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
10
28/06/2011
Data da Publicação/Fonte
DJe 01/08/2011
Ementa
CRIMINAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL.
IMPETRAÇÃO
QUE DEVE SER COMPREENDIDA DENTRO DOS LIMITES RECURSAIS.
FLAGRANTE
ILEGALIDADE CONFIGURADA. ECA. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO A
TRÁFICO
DE ENTORPECENTES. INTERNAÇÃO POR PRAZO INDETERMINADO. ATO
INFRACIONAL SEM VIOLÊNCIA À PESSOA. GRAVIDADE E HEDIONDEZ
DA
CONDUTA. MOTIVAÇÃO GENÉRICA. AFRONTA AOS OBJETIVOS DO
SISTEMA.
REITERAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONFIGURADO.
EXCEPCIONALIDADE DA MEDIDA EXTREMA. ORDEM CONCEDIDA.
I. Conquanto o uso do habeas corpus em substituição aos
recursos
cabíveis - ou incidentalmente como salvaguarda de
possíveis
liberdades em perigo - crescentemente fora de sua
inspiração
originária tenha sido muito alargado pelos Tribunais, há
certos
limites a serem respeitados, em homenagem à própria
Constituição,
devendo a impetração ser compreendida dentro dos limites
da
racionalidade recursal preexistente e coexistente para que
não se
perca a razão lógica e sistemática dos recursos
ordinários, e mesmo
dos excepcionais, por uma irrefletida banalização e
vulgarização do
habeas corpus.
II. A questão posta neste writ retrata a exceção que deve
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ser
analisada na via eleita, por se tratar de flagrante
ilegalidade.
III. A medida extrema de internação só está autorizada nas
hipóteses
previstas taxativamente nos incisos do art. 122 do ECA,
pois a
segregação do menor é medida de exceção, devendo ser
aplicada e
mantida somente quando evidenciada sua necessidade, em
observância
ao espírito do Estatuto, que visa à reintegração do menor
à
sociedade.
IV. Em que pese o ato infracional praticado pelo menor -
equiparado
ao crime de tráfico de droga - ser revestido de alto grau
de
reprovação, tal conduta é desprovida de violência ou grave
ameaça à
pessoa, afastando a hipótese do art. 122, inciso I, do
ECA.
V. A simples alusão à gravidade genérica do fato praticado
ou à
natureza hedionda da conduta é motivação genérica que não
se presta
para fundamentar a medida de internação, até mesmo por sua
excepcionalidade, restando caracterizada a afronta aos
objetivos do
sistema.
VI. A ausência de respaldo familiar adequado, a evasão
escolar do
jovem e o fato de ser usuário de drogas não permitem,
isoladamente,
a imposição da medida socioeducativa mais gravosa.
VII. Consoante entendimento pacífico desta Corte Superior,
a
reiteração não se confunde com a reincidência, sendo
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necessária a
prática de, ao menos, três atos anteriores para a
aplicação da
medida de internação.
VIII. Deve ser cassado o acórdão recorrido e restabelecida
a
sentença do Juízo processante, que impôs ao adolescente a
medida
socioeducativa de liberdade assistida.
IX. Ordem concedida, nos termos do voto do Relator.
1ª Ementa
DES. ELIZABETE ALVES DE AGUIAR - Julgamento: 15/09/2011 - QUINTA CAMARA
CRIMINAL
3. Da liminar:
5. Do pedido:
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 19 de Março de 2012.