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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE INTERAÇÃO ACADÊMICA – CIAC


CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDUC
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE LICENCIATURA EM PLENA EM HISTÓRIA
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL
Docente: Itacyara Viana Miranda

Discente: Flávia Teles


Fernandes Costa

Fichamento

Campina Grande

Março – 2017
- HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita á história contemporânea. –
2. Ed. rev. – São Paulo: Selo Negro. 2008. Pág. 17-43.

1 – O olhar imperial e a invenção da África

 A África inventada

Segundo o autor, os povos ocidentais sempre foram conhecidos ao longo dos anos por
terem uma maior capacidade e inteligência em relação aos outros povos sendo assim
coube a eles contar a história e “classificar” os outros povos ao redor do mundo,
entretanto eles cometeram severos erros ao escrever sobre a África, com isso o termo
africano acabou ganhando um significado “preciso”: negro, e sendo atribuído a este
adjetivos como, frouxo, fleumático, indolente e incapaz. Como eles só tinham acesso
à parte norte da África que tem fácil acesso pelo mediterrâneo, a “África propriamente
dita” que fica ao sul do Saara, acabou ficando sem história, na escuridão, e com isso
os povos que ali habitam, acabaram sendo taxados de selvagens, irracionais,
preguiçosos e incapazes de contribuir para a sociedade. Então, por não se ter uma
história sobre esse continente, as pessoas acabam achando ainda hoje, que a África
está fechada, sem contato com o resto do mundo, um “eldorado” recolhido em si
mesmo, por causa desse pensamento o povo que ali viveu, foi considerado
“dispensável” foi escravizado, e hoje ainda a ideia que se tem deles mesmo que
equivocada é que, eles são relaxados, preguiçosos e “sem cultura”.

 Repensando o continente africano

Documentos encontrados na África e na Europa mostram um intercâmbio entre as


áfricas que destaca a história das sociedades subsaarianas e a complexidade de suas
organizações sociais e políticas. Nos meados do século XX que a historiografia e a
antropologia da África começaram a ser reconhecidas e foram tratadas de forma
crítica assim abriu possibilidades para que os preconceitos fossem revistos. Um
importante trabalho foi da société africaine de culture com a revista presence africaine
que se dedicaram a elaborar uma história sobre a África na época pré-colonização
para resgatar os elementos culturais africanos que foram “mortos” com o
colonialismo.
Os afro-americanos também fizeram uma vasta pesquisa para descobrir as
especificidades históricas culturais da África, mas a partir de 1960 graças a influência
dos nacionalismos independentes e na incessante busca pela identidade do continente
foi aceito que deveria ter um novo método para negar a homogeneidade das “tribos
africanas”. Com a reabertura de livros de autores do velho mundo mediterrâneo foram
descobertas informações importantes como incursões marítimas ao longo da costa do
atlântico ou as suas viagens pelo Saara. Outras escrituras que foram reabertas foram
de autores da civilização islâmica medieval dos séculos XIII e XIV. Obras
importantes como as de ibn battuta e ibn khaldun reconstruíam a história das regiões
ocidentais e central da África nos séculos IX e XIV, ou a descrição do império de
Mali, da sua fundação, em 1235, até o seu fim durante o século XIV. Merecem
destaque também manuscritos feitos por viajantes, traficantes de escravos,
exploradores europeus por causa do contato com a realidade africana registraram
como as instituições econômicas, políticas e sociais manteiam relações com os
territórios que ocupavam.
A arqueologia em geral ajudou bastante para recolhimento de informações, as
cerâmicas, peças de osso, ferro, vidro e metal são submetidas às técnicas como a
arqueometria, as de datação para a prospecção arqueológica e as de conservação. Esse
trabalho todo se deve a grande riqueza de informações como origens dos objetos,
como eram feitos e sua autenticidade.
Ao que se refere à tradição oral, é importante o desenvolvimento do método de coleta
de informações, transmissão e interpretação delas. Na história da África isso tem suma
importância, pois não só servem para identificar as origens das políticas e
organizações sociais, mas também serve para compreender as mudanças históricas do
século XVIII e XIX dos povos que constituíam o continente. A tradição oral não era
só encontrada nos meios rurais mais também na zona urbana, concluindo então no
modo de vida social, ou seja, no “mundo mais eletivo de reciprocidade comunitária”.
Desse modo, são responsáveis de transmitir a palavra de geração em geração são os
chamados “guardiões da palavra”, que é o principal grupo de expressão. Porém, são
chamados de “tradicionalistas” aqueles detêm o conhecimento oral por revelação
divina, pois significa que a fala do homem tem relação direta com sua harmonia
consigo mesmo e com o mundo que o cerca.
Nessa perspectiva, os tradicionalistas fazem parte de um amplo grupo no qual fazem
parte aqueles mestres que foram iniciados por eles, que, por sua vez, irão iniciar
indivíduos em seus ofícios tradicionais, como tecelões, caçadores, pescadores,
ferreiros, entre outros. Já os Griots, que são também contadores de histórias, são
considerados excluídos da iniciação da tradição maior e divina, já que a sua verdade
refere aos mitos da criação do universo e do homem. Usam da música e da dança para
demonstrar as realizações dos “bravos e justos”, celebrando os heróis. Em outro
ponto, evocam o desprezo pela morta e denunciam os ladrões e aqueles que forem
desonestos, mostrando assim, os que devem ser seguidos ou repudiados.
Usam do carácter mítico para suas narrativas, que são as sobre as epopeias dos heróis,
dos nascimentos e suas mortes, como lembrança e símbolo de seus povos e trajetórias.
Diante disso, é de importante conhecimento de que existe uma história africana repleta
de tradições do passado, ainda não explorado, sobretudo de carácter narrativo e
manuscritos inéditos, e não só a escrita, a arqueologia e a tradição oral.
O estudo de certa antropologia sobre o estudo da mudança social nas chamadas
“sociedades tribais” resultou na consolidação da imagem de um continente
pulverizado por “tribos” e grupos etnoculturais. Porém, isso também proporcionou o
reforço do colonialismo e o racismo, fortalecendo a imagem eurocêntrica sobre a
áfrica, caracterizadas pela “barbárie” e “selvageria”.
Segundo George Balandier, as sociedades africanas não podem ser classificadas como
inferior ou passivas, pois elas possuem um “potencial revolucionário”. A partir da
produção de escritos como o de Balandier, então procede o marco de novas tendências
no estudo da África, caracterizando com a ruptura com o eurocentrismo como visão
universal em relação ao território africano. Nessa perspectiva, vamos então considerar
o continente africano em constante movimento, devido não só ao dinamismo histórico
ou a existência de duas Áfricas incomunicáveis (uma ao norte e outra ao sul do Saara),
mas também à outras diversas razões.

 África: um continente em movimento

Com isso, os testemunhos escritos além de proporcionarem uma identificação das


principais organizações políticas e sociais da África pré-colonial, cujo ora significam
sistemas de governo, ora modos de centralização ou descentralização, também
permitem afirmar a função das trocas regulares que deram origem ao
desenvolvimento de redes comerciais internas na África. Diante disso, uma das
mercadorias que integram as principais rotas comerciais são a população negra feita
de escrava, no qual seria importante saber a função do trato de escravos na formação
de estruturas sociopolíticas complementares. Nesse caso, identificar puramente a
noção de escravidão africana seria ainda assim, insuficiente para compreender o
surgimento das cidades sahelianas e saarianas.
Alguns mecanismos que levavam à escravidão na África era a fome, pois fazia com
que eles vendessem a si mesmos como forma de sobrevivência, e também eram
escravizados aqueles que deviam como forma de punição judicial. A escravidão no
território africano esteve presente como um todo, tendo em vista as especialidades
históricas, políticas e das formas de poder das diversas sociedades africanas.
Um modo de subjugar os “pagãos” como justificativa moral, era a captura de negros
que ainda era significativa no século XVII, no Segu. Os homens eram destinados ao
tráfico europeu; as mulheres e crianças, a tráfico interno destinado a utilização
doméstica e agrícola.
Uma rota importante comercial era a que atravessava o interior da Etiópia até a
Zambeze, que ficou conhecida pela grande intensidade de comercio do sal, plantas
halófilos, às quais se referem os “guardiões da palavra falada”. Também é valido o
comercio de média e longa distância de bovinos, pedras preciosas, moedas. Há
também os casos de intercâmbio, que são vastos, complexos e sugere inúmeros temas
de pesquisa. São importantes pois ele ajuda a concretizar não só a ideia de dinamismo
cultural no continente africano, como também a ideia de unidade histórica.

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