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1 – Era uma doença exótica, contra a qual os organismos dos europeus não tinham defesas. Veio
da Ásia pela rota da seda. Veja: a epidemia, essa catástrofe, é, portanto, também um dos efeitos
do progresso, do crescimento.
O texto refere-se à peste que atingiu a Europa no século XIV. Indique dois fatores, além da falta
de defesa dos organismos dos europeus, que ajudaram na propagação da doença, e explique a
associação, feita pelo texto, da peste.
Resposta: Além da falta de defesa do organismo do europeu, deve se destacar como fatores
preponderantes para a propagação desta doença altamente contagiosa a ausência de condições
sanitárias e de higiene adequadas na Europa do século XIV e a intensificação das trocas
comerciais entre as várias regiões da Europa, resultando em uma maior movimentação de
pessoas que contribuiriam para que a doença se disseminasse. Georges Duby quis destacar em
seu texto, como o avanço mercantil trazido pelo Renascimento Comercial (séculos XII-XIII)
trouxe uma nova realidade para a Europa, marcada pelo estabelecimento de inúmeras rotas
comerciais e crescimento urbano acentuado. A Europa vivia, naquele século, um forte
crescimento econômico e a dinamização da vida urbana, indicando um período de progresso.
Contudo, esse mesmo contexto contribuiu para que a peste avançasse ao facilitar os contatos
interpessoais e ao concentrar as pessoas em cidades ainda lúgubres e pouco higiênicas, nas quais
os ratos proliferavam e, por consequência, a própria doença que suas pulgas transmitiam.
2 a) Discorra sobre o que era considerado como “bruxaria” no contexto da sociedade europeia
entre a Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna.
b) Quais poderiam ser as comparações possíveis entre o relatado no texto e as noções sobre
“bruxaria” na sociedade europeia entre a Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna?
Resposta: Espera-se que o candidato consiga, por meio da análise do texto da reportagem,
discorrer sobre a característica específica que conecta as duas temporalidades, qual seja, a
degradação da imagem feminina. A mulher foi reduzida a um objeto sem valor, portanto, sua
vida era passível de ser removida. Em períodos do passado, as bruxas vivenciaram a fogueira e
as torturas corporais dos mais variados níveis de intensidade. O candidato também poderia
discorrer sobre outros temas de banalização da condição humana da mulher com base no
preconceito, cujos exemplos são inúmeros: o estupro justificado como responsabilidade da
mulher; a violência doméstica contra a mulher ainda existente e crescente; a diferença entre
salários de homens e mulheres; o preconceito contra as mulheres que amamentam em
público; a desqualificação realizada em relação às mulheres que atuam no espaço político ou
profissional; a propensão de se ter mais assédio sexual no trabalho em relação à mulher, entre
outros.
3 – “Guerreiros a pé e cavaleiros fizeram um caminho através dos cadáveres. Mas tudo isso
ainda era pouca coisa. Fomos ao Templo de Salomão, onde os sarracenos tinham o costume de
celebrar seus cultos. O que se passou nestes lugares? Se dissermos a verdade, ultrapassaremos
o limite do que é possível crer. Será suficiente dizer que, no Templo e no pórtico de Salomão,
cavalgava-se em sangue até os joelhos dos cavaleiros e até o arreio dos cavalos. Justo e
admirável julgamento de Deus, que quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que
blasfemaram contra Ele durante tanto tempo.” (Raymond d’Aguiller, Historia Francorum qui
ceperunt Jerusalem. http://www.fordham.edu/halsall/source/raymondcde.asp#jerusalem2.
Acessado em 01/10/2014.)
Resposta:
OU
As Cruzadas, ocorridas entre os anos de 1096 e 1270, foram motivadas por interesses
econômicos como a conquista de territórios e saques nas regiões do Oriente Médio, então sob
o domínio muçulmano, e em áreas do Império Bizantino;
OU
quanto à motivação política, a Igreja e o papa buscavam ampliar sua influência no Oriente,
assim como os cristãos em geral tentavam impedir a expansão turco-muçulmana em direção à
Europa.
b) Que grupo social liderou esse movimento e como o cronista citado identifica o apoio de
Deus ao empreendimento cruzadístico.
Resposta:
A nobreza foi o grupo social que liderou o movimento cruzadista. O cronista identifica o apoio
de Deus as Cruzadas como um ato de reparação ou mesmo de vingança, pois afirma que seria
uma forma de punição aos que invadiram e blasfemaram os locais sagrados do cristianismo,
sobretudo na terra santa de Jerusalém.
OU
As Cruzadas foram idealizadas pelo papa Urbano II, que convocou os cavaleiros cristãos a
retomarem o Santo Sepulcro em Jerusalém, sob o domínio muçulmano. O cronista identifica o
apoio de Deus ao empreendimento cruzadístico como um “justo e admirável julgamento de
Deus, que quis que este lugar recebesse o sangue daqueles que blasfemaram contra Ele
durante tanto tempo”
Explique
a) dois fatores que contribuíram para o renascimento do comércio e da vida urbana, no contexto
europeu;
b) o significado das corporações de ofícios, que se difundiram, a partir do século XII, nas
cidades europeias.
Resposta:
a) As peregrinações de cristãos europeus aos Lugares Santos, mesmo que sob o controle
de povos da fé islâmica, criando laços comerciais, relações de troca de produtos e de
moedas. Outro fator seria o enriquecimento da nobreza feudal, dado aos saques da
Guerra Santa ou Cruzadas, na busca do gosto pelo luxo e nas trocas por especiarias. Isso
mudaria, inclusive, os hábitos alimentares, introduzindo novos métodos para a
conservação de alimentos, baseadas negociações com entrepostos multinacionais como
o da Itália.
b) As corporações de ofícios, assim como as 'guildas', protegiam-se com a intervenção de
um fundo nos burgos, especialmente para suportarem a investida da aristocracia feudal,
que se impunha sobre os feudos. Tinham como objetivo principal proteger os interesses
dos trabalhadores associados, formadas por mestres e donos das oficinas, agregando
artesãos, artistas e aprendizes das artes e ofícios. A partir dos séculos XII e XIII,
reuniriam os professores nas Universitas Magistrarum e os estudantes nas Universitas
Scholarium, o que seriam as futuras Universidades. Com o passar do tempo, as
corporações de ofícios ligaram-se mais à pesquisa de aprendizagem e de formação
profissional, enquanto as guildas fixaram-se como corporações de comerciantes e de
atividade mercantil.
a) Século X — apogeu:
Resposta:
Características: • vigência das relações de suserania e vassalagem;
• complexa hierarquia feudal, baseada nas relações de dependência entre os
diferentes papéis representados pela nobreza;
• confirmação do poder figurativo dos reis;
• fortalecimento da sociedade estamental, legitimada pela ideologia católica expressa
na “Cidade de Deus” de Santo Agostinho.
• fortalecimento do feudalismo como modo de produção: terra/servidão/economia
fechada e autossuficiente. Fatores responsáveis:
b) Século XV — declínio:
Resposta:
Fatores responsáveis:
• crescimento demográfico na Europa Ocidental criando novas demandas de consumo;
• renascimento das cidades e ocorrência de lutas visando à autonomia por parte das
mais fortes e desenvolvidas;
• revolução comercial na área europeia/mediterrânea, trazendo novas práticas
financeiras e comerciais;
• mudanças na estrutura social com a formação da burguesia comercial;
• guerra dos Cem Anos;
• peste Negra;
• formação das monarquias nacionais e expansão marítimo-comercial.
Vale destacar que essa cronologia e interpretação são tradicionais e podem variar.
Muitos historiadores consideram que, a partir do século XI a Europa vivenciou o
apogeu do feudalismo. Segundo a divisão que adotamos, a questão deve ser
enquadrada em duas classificações, Alta e Baixa Idade Média.
7- “O ar da cidade torna os homens mais livres”
Resposta O provérbio medieval acima denota uma mudança no cenário europeu com o declínio
do feudalismo e ressurgimento das cidades. As alterações que ocorreram no final da Idade
Média refletiam a nova visão do homem desse tempo perante o mundo.
Enquanto a vida no campo era marcada por uma estrutura social estratificada, nos novos centros
urbanos, o desenvolvimento comercial e artesanal criaram condições para a possibilidade de
ascensão social para o homem urbano.
O futebol brasileiro vive ainda no sistema feudal. E é verdade. As federações são feudos, e os
cartolas, senhores feudais. Embora estejam todos milionários, não têm dimensão do quanto
podem tirar desta galinha de ovos de ouro sem matá-la. Eles querem é raspar o tacho.
No seu comentário, Juca Kfouri faz uma comparação entre o sistema feudal medieval e o
futebol contemporâneo, desconsiderando a historicidade do feudalismo. Tendo em vista esta
afirmação:
Resposta:
3. (Uel 2017) A respeito do período conhecido como Idade Média, durante muito tempo,
historiadores e literatos referiam-se a esses séculos como “Idade das Trevas”. Segundo a
historiadora Nuncia S. de Oliveira, por mais que se tenha repensado essas ideias, elas ainda
persistem na atualidade. Para a autora, “afinal, quantas vezes não ouvimos críticas àqueles
que porventura têm um comportamento fora daqueles tidos como “civilizados” serem
chamados de “bárbaros”?
Quantas vezes não encontramos o adjetivo medieval ser usado para definir comportamentos
violentos? Ou ainda, quem nunca ouviu alguém dizer “não vivemos mais na Idade Média”
desejando exaltar a mudança de comportamentos para atitudes “inovadoras” ou
“modernas”?”
A respeito dessas afirmações que a autora cita, responda aos itens a seguir.
Resposta: a) A noção da Idade Média como um período de “trevas” e “atrasos” foi construída
no período histórico seguinte a ela: o Renascimento. Para os renascentistas, eles eram os
portadores da razão e da experimentação científica e tinham como obrigação combater o
misticismo e o teocentrismo do período medieval. Se o Renascimento era “luz”, o Feudalismo
era “treva”.
14. (Ucs 2015) A arabização foi um fenômeno ligado à expansão muçulmana nos séculos VII e
VIII. Sobre esse processo, é correto afirmar que
a) os árabes impunham sua religião aos povos dominados. Cristãos e judeus eram
violentamente perseguidos e, algumas vezes vendidos como escravos e, até mesmo, mortos.
b) o idioma foi um dos fatores que prejudicou a afirmação árabe, em especial na Península
Ibérica, onde se falavam línguas de origem latina. Assim, não puderam impor sua religião, nem
mesmo sua cultura.
c) a convivência com os judeus foi pacífica desde o início do islamismo, não existindo maiores
incompatibilidades com o judaísmo. Em função disso, a região da Palestina foi preservada das
conquistas islâmicas.
Resposta: Os árabes, nos anos iniciais de expansão pela Península Arábica, buscavam
converter os povos conquistados à religião muçulmana, mas davam às populações a opção da
não conversão. Nesses casos, quem não se convertia tinha que pagar um imposto aos árabes
pela não conversão.