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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
1. Teoria da Captura
2. Poderes Administrativos
2.1 Poder Normativo
2.2 Poder de Polícia
1. TEORIA DA CAPTURA
- Regulação: no modelo neocapitalista definido no art. 170 da Constituição Federal, o mercado é regido
principalmente por três fundamentos econômicos:
(i) livre iniciativa econômica (art. 170, caput da CF/88) – qualquer um pode, a qualquer tempo iniciar a
exploração de qualquer atividade econômica lícita;
(iii) liberdade de mercado – como regra, o mercado se autorregula pela lei da oferta e da procura.
A regulação é, portanto, uma medida de intervenção do governo para manter a harmonia e o equilíbrio de mercado
necessários para os três fundamentos econômicos.
Órgãos e agências reguladoras, portanto, vão expedir atos regulatórios que irão estimular certos agentes
econômicos e desestimular outros.
Independente:
A regulação brasileira é independe, pois não se sujeita nem ao governo nem aos planos políticos – a
regulação é técnica e conforme critérios econômicos.
Setorial:
A regulação brasileira é setorial, pois a regulação é definida para cada segmento ou setor do mercado.
Assimétrico:
A regulação é assimétrica para corrigir as imperfeições de mercado e para equilibrar os poderes
econômicos em jogo.
Na essencialidade é grau máximo, então o grau de substitutividade é máximo também. Exemplo: atos
regulatórios sobre arroz, que é essencial, têm 19 volumes; já os atos regulatórios sobre o óleo de soja, devem ter,
no máximo, um volume (não é essencial).
* Teoria da Captura: quando um agente de enorme poder econômico influir “politicamente” (sem
considerar qualquer critério econômico – mediante lobby ou corrupção) a mensuração da elasticidade do seu
segmento de mercado, provocando assim desvio de finalidade na expedição dos atos regulatórios “capturando”
para si indevidas vantagens concorrenciais ou econômicas que garantam ganhos ilícitos que não seriam
conquistados em um mercado harmônico e equilibrado (de maneira desleal).
Por que a “operação da carne fraca” não é teoria da captura? Por dois motivos: (i) os corruptores são um
grupo de empresas, que inclui grandes, médias e pequenas empresas, não há poder econômico; e, (ii) o que houve
foi a corrupção da fiscalização e da liberação do produto, ou seja, não houve corrupção na regulação que
desequilibrasse a concorrência.
2. PODERES ADMINISTRATIVOS
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d) poder de polícia.
O agente administrativo tem o poder de editar atos administrativos de conteúdo normativo. Esses atos podem ser
internos, voltados para o funcionamento e a organização da própria Administração, tal como os atos ordinatórios
através dos quais o superior hierárquico determina o funcionamento interno da sua estrutura, e também os
decretos autônomos do art. 84, VI da CF que não dependem de prévia lei para serem expedidos, têm força de lei
(art. 59 da CF) e só podem ser usados para organizar a Administração tal como para extinguir cargos que estejam
vazios de função ou vagos, representando exceção ao “princípio da paridade da forma” (a forma empregada para
criar deverá ser a mesma para extinguir – cargos só podem ser criados por lei e, em regra, são extintos por lei, salvo
estes previstos no art. 84, VI da CF/88).
* Os atos administrativos normativos podem ser externos, regulando direitos e obrigações previamente definidos
em lei, conforme artigo 84, IV da CF/88.
* Alerta: os decretos do art. 84 que conflitarem com o texto constitucional são inconstitucionais? Cabe
ADIN para anulá-los?
Esquemas para a resposta:
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Esquema A:
Constituições Federal como origem de “tudo” -> no art. 5º, II, a CF diz que direitos e obrigações só mediante lei
(princípio da legalidade – lei: fonte original) -> o art. 84, IV diz que podem ser feitos decretos e regulamentos pelo
chefe do Poder Executivo para direitos e obrigações (fonte derivada).
Como os decretos e regulamentos são fonte derivada de lei, ele não pode ser inconstitucional, apenas ilegal. Logo,
não cabe ADIN.
CF -> art. 5º, II – direitos e obrigações -> lei (fonte original) -> art. 84, IV – direitos e obrigações -> decretos e
regulamentos (fonte derivada).
Esquema B:
CF -> art. 5º, II – direitos e obrigações -> lei (fonte original) -> art. 84, IV – direitos e obrigações -> decretos e
regulamentos (fonte derivada).
Se houver ADIN contra a lei, através da transcendência dessa anulação, pode-se obter uma nulidade por
arrastamento daquele decreto.
Esquema C:
CF -> art. 84, VI -> decretos e regulamentos = autônomos (tratam sobre organização) – fonte originária de norma.
Se este decreto conflitar com o texto constitucional, é inconstitucional, cabendo interposição de ADIN contra ele.
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a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) referente ao esquema B
Quando houver ADIN proposta contra a lei da qual o decreto deriva a transcendência da motivação
permitirá estender os efeitos anulatórios do dispositivo da ADIN julgada procedente, obtendo assim a anulação do
decreto por inconstitucionalidade através da ADIN.
c) referente ao esquema C
Já em relação aos decretos e regulamentos autônomos do art. 84, VI da CF, a falta da prévia lei torna esse
decreto fonte originária e, contrariando o texto constitucional, será inconstitucional, podendo ser diretamente
atacado por ADIN.
O poder de polícia é a mais importante e mais forte prerrogativa do regime administrativo inerente ao regime
público (é o que manda).
Segundo o art. 5º da Constituição Federal, os direitos individuais são previstos, protegidos e garantidos pelo Estado
em grau máximo (cláusula pétrea), porém estarão sujeitos à supremacia de interesses públicos que venham colidir
com esses interesses privados.
Esse conflito aparente é resolvido pela Teoria da Convivência das Liberdades Públicas, atribuída à professora Ada
Pelegrini Grinover, também conhecida como Teoria da Relativização dos Direitos, que define que direitos
individuais são protegidos e garantidos, mas não são absolutos e o Estado poderá intervir condicionando ou até
reduzindo esses direitos para garantir Finalisticamente a supremacia do interesse público sobre o privado.
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