Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
br
Devemos notar que o art. 37 da CF/88 encontra-se inserido em seu Capítulo VII - "Da
Administração Pública", especificamente correspondendo à Seção I deste Capítulo, que
trata das "Disposições Gerais". Este fato, ao lado da expressa dicção do dispositivo, torna
claro que os princípios ali enumerados são de observância obrigatória para todos os
Poderes, quando no exercício de atividades administrativas, e em todas as esferas de
governo - União, Estados, DF e Municípios, alcançando a Administração Direta e a
Indireta.
1. Princípio da Legalidade: como princípio da administração (CF, art. 37, caput), significa
que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos
mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar,
sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal,
conforme o caso; a eficácia de toda a atividade administrativa está condicionada ao
atendimento da lei. Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal, só é
permitido fazer o que a lei autorizar, significando "deve fazer assim". As leis
administrativas são, normalmente, de ordem pública e seus preceitos não podem ser
descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e
destinatários.
1.1 Legalidade x isonomia: Enquanto o Direito Privado repousa sobre a igualdade das
partes na relação jurídica, o Direito Público assenta em princípio inverso, qual seja, o da
supremacia do Poder Público sobre os cidadãos, dada a prevalência dos interesses coletivos
sobre os individuais. Sempre que entrarem em conflito a direito do indivíduo e o interesse
da comunidade, há de prevalecer este, uma vez que o objetivo primacial da Administração é
o bem comum. As leis administrativas visam, geralmente, a assegurar essa supremacia do
Poder Público sobre os indivíduos, enquanto necessária à consecução dos fins da
Administração. Ao aplicador da lei compete interpretá-la de modo a estabelecer o equilíbrio
entre os privilégios estatais e os direitos individuais, sem perder de vista aquela supremacia.
Destas considerações podemos afirmar, na senda de Celso Antônio, que tal princípios acaba
se desdobrando, nos seguintes:
3. Razoabilidade e seu aparato normativo: - a AP deve agir com bom senso, de modo
razoável e proporcional. A razoabilidade esta inserta no art. 13 da Constituição Estadual de
MG, in verbis, "art. 13. A atividade de administração pública dos Poderes do Estado e a
entidade descentralizada se sujeitarão aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, eficiência e razoabilidade. § 1º. A moralidade e a razoabilidade
dos atos do Poder Público serão apuradas, para efeito de controle e invalidação, em face
dos dados objetivos de cada caso."
Eficiência tem como corolário a boa qualidade. A partir da positivação deste princípio
como norte da atividade administrativa a sociedade passa a dispor de base jurídica expressa
para cobrar a efetividade do exercício de direitos sociais como a educação, a saúde e outros,
os quais têm que ser garantidos pelo Estado com qualidade ao menos satisfatória. Pelo
mesmo motivo, o cidadão passa a ter o direito de questionar a qualidade das obras e
atividades públicas, exercidas diretamente pelo Estado ou por seus delegatários.
4.1 Eficiência e a emenda Constitucional 19/98: Este é o mais novo princípio constitucional
expresso relativo ao Direito Administrativo. O princípio foi acrescentado aos quatro
anteriores, no caput do art. 37 da CF, pela EC 19/98, Emenda que ficou conhecida como
Reforma Administrativa.
A Lei 9.874/99, que trata dos processos administrativos no âmbito federal, também incluiu,
em seu art. 2º, a eficiência no rol dos princípios norteadores da Administração Pública,
juntamente com os princípios da legalidade, da finalidade, da motivação, da razoabilidade,
da proporcionalidade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança
jurídica e do interesse público.
Referências Bibliográficas
www.direitofacil.com
www.jus.com.br
www.jurid.com.br
www.boletimjuridico.com.br
www.presidencia.gov.br
www.stf.gov.br
www.stj.gov.br
www.resumosconcursos.com.br
www.pciconcursos.com.br
www.ibda.com.br
http://www.professoramorim.com.br
www.direitonet.com.br
www.argumetum.com.br
www.notoriado.org.br
www.concursojuridico.com.br
www.cespe.unb.br
www.dji.com.br
Meirelles, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. Ed. Revista dos Tribunais. 14ª
edição. 1988
Bandeira de Mello, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 15ª. Edição. São
Paulo, Malheiros Editores, 2003.
Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 12ª ed. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2005.
Bonavides, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo: Malheiros, 1996.
Disponível em:<
https://secure.jurid.com.br/new/jengine.exe/cpag?p=jornaldetalhedoutrina&ID=37777 >
Acesso em.: 2 jul. 2007.