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Sumário
Resumo...............................................................................................................1
Introdução..........................................................................................................1
1. Panorama do Pensamento Liberal e o Direito Ambiental: um estudo a
respeito do livre comércio e sociedade de risco............................................3
2. Princípio da Precaução.................................................................................9
3. Precaução do Dano Ambiental no Ordenamento Jurídico Brasileiro.....13
4. Considerações Finais..................................................................................20
Referências.......................................................................................................21
RESUMO
O presente Artigo tem como objeto de análise o princípio da precaução do dano ambiental e a
dicotomia existente entre este e o atual paradigma do liberalismo econômico, que se
caracteriza principalmente pela perda da autonomia/soberania do Estado-Nação e a
Globalização, em seu aspecto econômico capitalista. Busca traçar uma relação com os Direitos
Constitucionais do livre mercado, propriedade privada e de um meio ambiente equilibrado na
sociedade do risco. O trabalho realiza um panorama sobre o livre mercado, desde o
pensamento de Adam Smith, John Locke, percorrendo o advento da revolução industrial, a
teoria do risco, e, o atual estado de crise da modernidade, até a criação do Direito Ambiental,
com foco no seu princípio de precaução. Analisando a juridicidade do referido princípio no
ordenamento jurídico brasileiro, demonstrar-se-á a tensão criada entre este e o contexto dos
anseios econômicos, e quais as tendências jurisprudências na resolução destes conflitos
constitucionais.
INTRODUÇÃO
8 GANEM. Ângela. Adam Smith e a explicação do mercado como ordem social: uma
abordagem histórica-filosófica. P.15
9 ALBERTI, Raquel Lorensini; SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. A Autonomia do
naturais. Porém, quando tais processos não conseguem lidar com a extensão e
intensidade do impacto, e, há uma lesão, é quando se adentra no orbe do dano
ambiental. É claro, portanto, que os limites do crescimento da espécie humana
é o próprio limite que o planeta tem de fornecer recursos para tanto.
Desde o seu início, o desenvolvimento industrial e econômico gerou
danos e riscos ambientais controláveis, entretanto, é com a globalização que a
danosidade e perigos se intensificaram e ganharam caráter planetário15.
Assim, o conceito comum da sociedade de risco seria de “um estágio
da modernidade em que começam a tomar corpo as ameaças produzidas até
então no caminho da sociedade industrial.”16
Ou ainda, conforme Navarro e Cardoso17:
(...) reflete as insuficiências e antinomias do processo histórico
das revoluções industriais e suas estratégias de acumulação
de riqueza, tais como a realidade dos riscos globais,
compreendendo os ecológicos, ambientais, os políticos
econômicos e os sociais francamente associados.
15 GUIDDENS, Anthony. O debate global sobre a terceira via (org.). Tradução: Roger Maioli
dos Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2007. P. 448.
16 BECK, Ulrich. La sociedade del riesgo. Barcelona: Ed. Paidós Ibérica , 1998. P.58.
17 NAVARRO, Marli B.M. de Albuquerque; CARDOSO, Telma Abdalla de Oliveira. Percepção
de Risco e Cognição: reflexão sobre a sociedade de risco. Revista Ciências & Cognição, Rio
de Janeiro/RJ, vol. 06, Nov. 2005, p. 69.
18 LEITÃO, Luís Menezes. A responsabilidade civil por danos causados ao ambiente. Actas
20CARVALHO, Délton Winter de. Dano Ambiental Futuro: a responsabilização civil pelo risco
ambiental. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008, p. 87
21 CUNHA, Paulo. A globalização, a sociedade de risco, a dimensão preventiva do direito
e o ambiente. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências Organizadores Heline Sivini, José
Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, p.117
8
22 ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração da Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano – 1972. Disponível em
<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/estocolmo1972.pdf> Acesso em: 23 nov. 2013
23 CUNHA, Paulo. A globalização, a sociedade de risco, a dimensão preventiva do direito
e o ambiente. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências. Organizadores Heline Sivini, José
Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P.143.
9
2. O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
Assim, na busca de tratar as dificuldades sobre a defesa do meio
ambiente, no âmbito da principiologia do direito da sustentabilidade, para
25 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 9. Ed. Rev. São
Paulo:Malheiros, 2001. P.50-52
26LEITE, José Rubens Morato Leite; AYALA, Patrick de Araújo. Direito Ambiental na
28 Cf. JONAS, Hans, El principio responsabilidad: Ensayo de una ética para la civilización
tecnológica. BARCELONA: Editorial Herder, 1995. p. 76
29 NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de Precaução
34 LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental na sociedade de risco: uma visão
introdutória. In: Dano ambiental na sociedade do risco / coordenador José Rubens Morato
Leite; organizadoras Heline Sivini Ferreira, Maria Leonor Paes Cavalcanti Ferreira – São Paulo
: Saraiva, 2012. P.40.
35 CENCI, Daniel Rubens; Kâssmayer, Karin. O direito ambiental na sociedade de risco e o
1/7/1998.
39 NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de Precaução
julgado da Plenária do Supremo Tribunal Federal, junto à ADI 3540 MC, tendo
como Relator o Ministro Celso de Mello, em 01 de setembro de 2005:
E M E N T A: MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO
DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA
QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE
METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA
GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE
CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE -
NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO A
ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA
COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENERACIONAIS -
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
(CF, ART. 225, § 1º, III) - ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO
REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE - MEDIDAS
SUJEITAS AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA
DE LEI - SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE - POSSIBILIDADE DE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS
LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR OU PERMITIR OBRAS
E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS
PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA, QUANTO A
ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS
JUSTIFICADORES DO REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL -
RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II, C/C O ART.
170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) - COLISÃO DE
DIREITOS FUNDAMENTAIS - CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO
DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALORES
CONSTITUCIONAIS RELEVANTES - OS DIREITOS BÁSICOS
DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS GERAÇÕES
(FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-
161) - A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO
CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA
(CF, ART. 170, VI) - DECISÃO NÃO REFERENDADA -
CONSEQÜENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA
CAUTELAR. A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO
AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM
DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE
DAS PESSOAS. [...] (grifei)
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
22
A História das Coisas. Produzido por Annie Leonard. 2007. Disponível em:
<http://www.storyofstuff.com/index.php>. (21 min.). Acesso em: 21 abr. 2015.
BECK, Ulrich. La sociedade del riesgo. Barcelona: Ed. Paidós Ibérica , 1998.