Vous êtes sur la page 1sur 23

1

PRECAUÇÃO DO DANO AMBIENTAL FRENTE AOS ANSEIOS


ECONÔMICOS: uma reflexão sobre a sociedade de risco e o
livre comércio.

Camilo Machado Garcia1


Ricardo Stanziola, Dr.2

Sumário

Resumo...............................................................................................................1
Introdução..........................................................................................................1
1. Panorama do Pensamento Liberal e o Direito Ambiental: um estudo a
respeito do livre comércio e sociedade de risco............................................3
2. Princípio da Precaução.................................................................................9
3. Precaução do Dano Ambiental no Ordenamento Jurídico Brasileiro.....13
4. Considerações Finais..................................................................................20
Referências.......................................................................................................21

RESUMO

O presente Artigo tem como objeto de análise o princípio da precaução do dano ambiental e a
dicotomia existente entre este e o atual paradigma do liberalismo econômico, que se
caracteriza principalmente pela perda da autonomia/soberania do Estado-Nação e a
Globalização, em seu aspecto econômico capitalista. Busca traçar uma relação com os Direitos
Constitucionais do livre mercado, propriedade privada e de um meio ambiente equilibrado na
sociedade do risco. O trabalho realiza um panorama sobre o livre mercado, desde o
pensamento de Adam Smith, John Locke, percorrendo o advento da revolução industrial, a
teoria do risco, e, o atual estado de crise da modernidade, até a criação do Direito Ambiental,
com foco no seu princípio de precaução. Analisando a juridicidade do referido princípio no
ordenamento jurídico brasileiro, demonstrar-se-á a tensão criada entre este e o contexto dos
anseios econômicos, e quais as tendências jurisprudências na resolução destes conflitos
constitucionais.

PALAVRAS-CHAVE:1. Economia. 2. Precaução. 3. Dano Ambiental 4. Teoria


do Risco

INTRODUÇÃO

O artigo tem como centro de sua pesquisa o princípio da precaução


dos bens ambientais e a degradação e riscos ao meio ambiente provindos dos

1Pós-graduando no curso de direito ambiental na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.


camilo_garcia@univali.br. 9917 0938.
2.Professor dos cursos de Mestrado e Doutorado em Ciência Jurídica da Univali.
2

anseios econômicos do free-market. Busca-se solucionar as dictomias


existentes entre estes dois direitos de cunho constitucional.
O seu objetivo geral é demonstrar como a característica precaucional
do princípio constitucional em estudo pode impor alguns limites à degradação
ecológica que cresce tanto no Brasil como em diversas partes do globo. Danos
estes comumente atribuídos aos anseios da maximazação dos lucros,
manifestado em escala global no processo chamado de globalização - Situação
que põe em risco toda a civilização humana.
Para tanto, principia–se, no item um, realizando um panorama da
evolução histórica do livre mercado, da propriedade privada que culmina na
globalização capitalista, a teoria da sociedade de risco, e, adiante, no direito
ambiental.
No item dois tratará de conceituar, diferenciar e localizar os
fundamentos jurídicos do princípio da precaução do dano ambiental.
No Item três se analisarão os fundamentos jurídicos do princípio em
estudo no ordenamento jurídico brasileiro, assim como, entendimentos
jurisprudênciais e controversas acerca da aplicação daquele em casos
concretos. Demonstrar-se-á como os anseios econômicos se sujeitaram ao
imperativo da conservação de um meio ambiente ecologicamente equilibrado,
previsto no art. 225º caput da Constituição Federal.
O presente artigo científico se encerra com as Considerações Finais,
nas quais são apresentados pontos conclusivos destacados, seguidos do
estímulo à continuidade dos estudos e das reflexões sobre a degradação
ambiental e algumas ferramentas jurídicas que podem contornar tal situação.
Quanto à Metodologia empregada, registra-se que esta foi pautada no
Método Indutivo3, valendo-se da técnica da Pesquisa Bibliográfica4.

3 “[...] pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma


percepção ou conclusão geral [...]”. PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa
jurídica: teoria e prática.11 ed. Florianópolis: Conceito Editorial; Millennium, 2008.p. 86.
4 “Técnica de investigação em livros, repertórios jurisprudenciais e coletâneas legais. PASOLD,
Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática.p. 209.
3

1. PANORAMA DO PENSAMENTO LIBERAL E O DIREITO AMBIENTAL: um


estudo a respeito do livre comércio e sociedade de risco
É no período do Iluminismo que se percebe como a influência do
pensamento linear cartesiano passou a influenciar a ação do homem sobre o
planeta. A cosmivisão separatista sobre a relação do homem e a natureza
legitima que aquele se utilize de forma inconsequente da última. Isto deu início
a um processo que polui em uma velocidade cada vez maior o ambiente e
diminui a qualidade de vida dos indivíduos em face do desenvolvimento
econômico e tecnológico.5 (LEFF, 2006).
Como descreve Mafessoli6:
Separaçao - dominação. São essas as duas características do
mito do Progresso. São essas as raízes do paradigma
moderno. A natureza torna-se um “ob-jeto” (o que é colocado a
nossa frente) dominada por um “sub-jeito” (substancial)
autossuficiente e, principalmente, que representa uma
Razão soberana, fundamento do desenvolvimento científico,
depois tecnológico.

Assim, é ensinado que as raízes desta visão mecanicista e


separativista do mundo legitimadora da exploração desenfreada dos bens
naturais surgiu nos séculos XVI e XVII, com filósofos como, René Descartes e
Francis Bacon.
Somente no último século com o surgimento da ecologia que a
consideração da natureza como algo a ser usado sem cautela, passou a se
transformar em uma visão holística, no qual, todos os elementos se interligam e
interdependem na biosfera, inclusive o ser humano.
Alinhada à linha de pensamento mecanicista, Adam Smith é
considerado o percursor das primeiras concepções da liberdade de mercado. A
teoria de Adam Smith ficou conhecida como a mão invisível do mercado, pois
defendia uma ordem social exclusivamente autoregulada pelo dinheiro.
Juntamente com Jhon Locke, que tratou dos princípios da propriedade privada,
“lança as bases do direito da sociedade capitalista e liberal”.7

5LEFF, E. Racionalidade ambiental – a apropriação social da natureza. Trad. de Luiz Carlos


Cabral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
6MAFFESOLI, Michel. Saturação. São Paulo: Iluminuras, 2010. P. 71
7 GANEM. Ângela. Adam Smith e a explicação do mercado como ordem social: uma

abordagem histórica-filosófica. Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Economia. R.


Econ. Contem., Rio de Janeiro, 4(2): 9-36, jul./dez.2000. P.16.
4

O funcionamento da ordem econômica não deveria ser interferido pelo


Estado(mercantilismo), como diz Adam Smith: “As várias regulamentações do
sistema mercantil vêm, necessariamente, perturbar mais ou menos esta
distribuição natural e muito vantajosa do capital”.
Concomitantemente Locke tráz a ideia de uma ordem social baseada
na propriedade privada, no direito particular, o que resultaria “à conservação e
à felicidade de todos”. Com base neste pressuposto que Adam Smith defende
que o desejo do homem é “melhorar sua própria condição, através do desejo
de ganho (...) Adam Smith plantará no solo da economia esta nova dimensão
dos interesses pessoais.” 8
O conceito de propriedade privada de Jhon locke e do liberalismo
econômico de Adam Smith são uma das princípais referências do princípio
constitucional da livre iniciativa privada, presente nos artigos 3º e 170º da
Constiuição Federal Brasileira.
Este paradigma de um mercado autorregulado passou a exercer força
no cenário sociopolítico e econômico internacional, o que, por conseguinte
resultou na perda da autonomia do Estado-Nação.
Da mesma forma, Alberti e Siqueira9 argumentam:
A globalização conduziu a uma concentração significativa do
poder econômico decorrente do poder de decisão. Este poder
de decisão concentra-se nas mãos de um pequeno grupo de
grandes empresas transnacionais e instituições econômicas
mundiais.

Para Santos10, “com a globalização, o que temos é um território


nacional da economia internacional”.
Assim, da evolução do pensamento liberal e após a revolução
industrial/científica, se desencadeou o paradigma da modernidade, mantendo
estrita relação com o livre comércio e o processo da globalização em seu
aspecto econômico capitalista.
Cruz11, sobre a globalização, ensina que:

8 GANEM. Ângela. Adam Smith e a explicação do mercado como ordem social: uma
abordagem histórica-filosófica. P.15
9 ALBERTI, Raquel Lorensini; SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. A Autonomia do

Estado no Processo da Globalização. Bagé: [s.e], 2004, p. 2. Disponível em:


<http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/raquel2.html>. Acesso em: 21 abr. 2015.
10 SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único à consciência

universal. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. P.38.


5

A globalização se está convertendo na cobertura de um novo


Direito Econômico Internacional que suprime a participação
democrática em benefício de descarado decisionismo
tecnocrático, uma vez que sepulta os mais elementares
princípios de publicidade sob o império da opacidade e do
segredo.

Na lógica do paradigma do mundo globalizado capitalista, os anseios


pelo crescimento financeiro, e a hegemonia dos interesses privados são
comumente aceitos e incentivados na cultura. É esta obstinação pelo
enriquecimento uma das circunstâncias geradora dos prejuízos em relação à
dignidade humana e a preservação dos ecossistemas12.
Com a evolução técnica/industrial aliado ao liberalismo econômico, o
Homem passou a interferir nos processos naturais da biosfera de forma
objetiva, e incompatíveis com a velocidade de restauração dos mesmos.
Um dos principais causadores de riscos e degradação ambiental na
globalização é o consumismo. Por meio deste se exige compras e descartes de
produtos e bens de forma incessante. Nos anos 50, o analista de vendas,
Victor Lebow, declarou aquilo que se tornara a ideologia consumista vigente
até os dias de hoje13:
Nossa economia altamente produtiva exige que façamos do
consumo o nosso meio de vida, que convertamos a compra e o
uso desses bens em rituais, que busquemos a nossa
satisfação espiritual ou nossa satisfação egóica no consumo.
Precisamos ter coisas consumidas, queimadas, substituídas e
descartadas de modo mais e mais acelerado.

Hoje se colhe as consequências deste crescimento econômico e


tecnológico desenfreado – a perda da autonomia do Estado, o aquecimento
global, saturação do espaço urbano, escassez da água, crises tanto ambientais
quanto econômicas e existenciais levaram ao fracasso da mordernidade14.
Na doutrina tem-se que toda ação humana gera um impacto ambiental,
tendo em vista, que gera um distúrbio em um determinado sistema natural –
impacto este que será absorvido e restaurado pelos próprios processos

11CRUZ, Paulo Márcio. A Democracia Representativa e a Democracia Participativa.


Alicante: Universidade de Alicante, 2007. p. 6.
12 SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: Do pensamento único à consciência

universal. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 18-19.


13A História das Coisas. Produzido por Annie Leonard. 2007. Disponível em:
<http://www.storyofstuff.com/index.php>. (21 min.). Acesso em: 07 jan. 2015.
14MAFFESOLI, Michel. Saturação. P. 28
6

naturais. Porém, quando tais processos não conseguem lidar com a extensão e
intensidade do impacto, e, há uma lesão, é quando se adentra no orbe do dano
ambiental. É claro, portanto, que os limites do crescimento da espécie humana
é o próprio limite que o planeta tem de fornecer recursos para tanto.
Desde o seu início, o desenvolvimento industrial e econômico gerou
danos e riscos ambientais controláveis, entretanto, é com a globalização que a
danosidade e perigos se intensificaram e ganharam caráter planetário15.
Assim, o conceito comum da sociedade de risco seria de “um estágio
da modernidade em que começam a tomar corpo as ameaças produzidas até
então no caminho da sociedade industrial.”16
Ou ainda, conforme Navarro e Cardoso17:
(...) reflete as insuficiências e antinomias do processo histórico
das revoluções industriais e suas estratégias de acumulação
de riqueza, tais como a realidade dos riscos globais,
compreendendo os ecológicos, ambientais, os políticos
econômicos e os sociais francamente associados.

O dano ao meio ambiente não é somente “uma lesão de um bem


jurídico exterior ao Homem, mas antes como uma lesão da própria
personalidade humana.”18 Isto é evidente, pois o indíviduo interdepente com o
seu ambiente. Desta feita, proteger o meio ambiente é proteger interesses
individuais.
O anseio pela maximização dos lucros no contexto da liberdade de
mercado na globalização pôs em segundo plano direitos fundamentais, como a
vida, a dignidade humana e os bens ambientais, estes que deveriam ser
assegurado pelo Estado-Nação.
Como GARCIA19 explica:
Em todas as etapas do processo econômico são observadas
interações e impactos sobre o meio ambiente, em maior ou

15 GUIDDENS, Anthony. O debate global sobre a terceira via (org.). Tradução: Roger Maioli
dos Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2007. P. 448.
16 BECK, Ulrich. La sociedade del riesgo. Barcelona: Ed. Paidós Ibérica , 1998. P.58.
17 NAVARRO, Marli B.M. de Albuquerque; CARDOSO, Telma Abdalla de Oliveira. Percepção

de Risco e Cognição: reflexão sobre a sociedade de risco. Revista Ciências & Cognição, Rio
de Janeiro/RJ, vol. 06, Nov. 2005, p. 69.
18 LEITÃO, Luís Menezes. A responsabilidade civil por danos causados ao ambiente. Actas

do Colóquio: A responsabilidade civil por dano ambiental. Instituto de Ciências Jurídico-


Políticas – Faculdade de Direito de Lisboa. Maio de 2010. P. 22.
19 GARCIA, Antonio Fernando Monteiro. O Direito Econômico e o Direito da
Sustentabilidade na nova perspectiva da economia global. Revista de direito UPIS / União
Pioneira de Integração Social. V1 (2003) – Brasília. V. 09. 2011. P.95/96.
7

menor grau. Como exemplos, a produção utiliza recursos


naturais, gera efluentes e resíduos, a distribuição utiliza
combustíveis eventualmente poluentes, ou dutos que,
rompendo-se, causam problemas ambientais, o consumo
produz restos de produtos e embalagens que são descartados,
gerando frequentemente impactos ambientais.

Além, a problemática envolvendo a sustentação da vida humana na


Terra e os riscos e danos ambientais causados pelo ser humano são envoltos
por diversas incertezas científicas, que não permitem objetivamente analisar e
avaliar tais crises.
(...) a constatação do dano ambiental é geralmente demarcada
pela incerteza científica, devendo haver uma ponderação das
probabilidades de sua concretização (atual ou futura), bem
como dos agente causadores.20

Para Silva (1994, p.2), o meio ambiente é a “integração do conjunto de


elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento
equilibrado da vida em todas as suas formas.” Isto, implica em afirmar que
além dos ciclos ecológicos, o ambiente abrange o urbanismo, aspectos
históricos, paisagísticos e tantos outros que cuidam da sobrevivência e bem-
estar da humanidade no planeta.
O ambiente é de conceito complexo, e, em vista desta complexidade,
manter uma visão holística do nosso entorno, da biosfera, é um trabalho
constante de investigação, logo que:
O ambiente nem é pano de fundo, nem é herança inesgotável,
muito menos um equilíbrio incerto e delicado, mas antes um
desquilibrio permanente e auto-regulado, o padrão abstrato que
resulta da interação de um sem-número de processos
dinâmicos e irreversíveis.21

É com esta dificuldade em lidar com a sinergia que existe desde as


partículas quânticas à biosfera intermediada por complexas dimensões
ecológicas, biológicas, tecnológicas/industriais, sociais, políticas e
intersubjetivas que surgem as dúvidas científicas envolvendo o meio ambiente -
como por exemplo: O aquecimento global é ou não é causada por ações do

20CARVALHO, Délton Winter de. Dano Ambiental Futuro: a responsabilização civil pelo risco
ambiental. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008, p. 87
21 CUNHA, Paulo. A globalização, a sociedade de risco, a dimensão preventiva do direito

e o ambiente. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências Organizadores Heline Sivini, José
Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, p.117
8

homem no meio ambiente? ou ainda, este aquecimento de fato existe?


Diversas correntes concordam e discordam sobre este tópico.
Outro questionamento ainda mais crítico: Tendo em vista o paradigma
neoliberal de jogos e interesses visando a maximização do lucro no mundo
corporativo, no qual, a ciência também é usada, até que ponto estes estudos
científicos são de boa-fé?
A preocupação com o crescimento econômico insustentável para o
planeta passou a aumentar depois da segunda guerra mundial, com a grande
Conferência de Estocolmo sobre meio ambiente em 197222:
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
Humano, reunida em Estocolmo de 5 a 16 de junho de 1972,
atenta à necessidade de um critério e de princípios comuns
que ofereçam aos povos do mundo inspiração e guia para
preservar e melhorar o meio ambiente humano, proclama que:
1. O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio
ambiente que o cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe
oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral,
social e espiritualmente. Em larga e tortuosa evolução da raça
humana neste planeta chegouse a uma etapa em que, graças
à rápida aceleração da ciência e da tecnologia, o homem
adquiriu o poder de transformar, de inúmeras maneiras e em
uma escala sem precedentes, tudo que o cerca. Os dois
aspectos do meio ambiente humano, o natural e o artificial, são
essenciais para o bem-estar do homem e para o gozo dos
direitos humanos fundamentais, inclusive o direito à vida
mesma.
2. A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é
uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos e o
desenvolvimento econômico do mundo inteiro, um desejo
urgente dos povos de todo o mundo e um dever de todos os
governos.

Neste cenário, o direito como ferramenta jurídica funciona como um


catalizador da organização da vida em sociedade, e, tem o dever em conjunto
com a participação cidadã, de proteger o meio ambiente, tendo em vista se
tratar de um bem jurídico mais difuso, premissa da existência da vida no
planeta.
Como explica Cunha(2004, p.143)23:

22 ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração da Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano – 1972. Disponível em
<http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/estocolmo1972.pdf> Acesso em: 23 nov. 2013
23 CUNHA, Paulo. A globalização, a sociedade de risco, a dimensão preventiva do direito

e o ambiente. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências. Organizadores Heline Sivini, José
Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P.143.
9

O direito do ambiente é um conjunto de normas e institutos


jurídicos que se destinam a regular e a proteger, de forma
planificadora, conformadora, preventiva e promocional, o
ambiente natural e humano dos efeitos nocivos resultantes do
processo civilizacional.

Assim, o desenvolvimento sustentável é o objetivo do direito ambiental


- aquele pretende assegurar o crescimento econômico preservando o
patrimônio cultural e natural para a continuidade da vida humana na Terra.
Conforme Braga e Cruz distinguem24:

O Desenvolvimento Sustentável se sustenta sob três objetivos:


um econômico, como não poderia deixar de ser, já que é ele a
própria sobrevivência da eficiência e do crescimento
quantitativo; outro socialcultural que procura difundir uma
limitação para a pobreza, como atuação repartidora dos
ganhos, como um avanço democrático em busca da igualdade;
e um terceiro que é propriamente o objetivo ecológico que
consiste na preservação dos sistemas físicos e biológicos
(recursos naturais lato sensu), os quais servem de suporte para
a vida dos seres humanos.

O direito do ambiente é este esforço de ordenar o processo


civilizacional guiado pelas ambições neoliberais de um crescimento
desenfreado insustentável - que pôs em uma constante situação de risco e
incerteza toda uma civilização planetária. Com isto pretende resgatar a
autonomia e soberania de um Estado-Nação que vise a sustentabilidade da
vida humana na Terra.
O direito e a responsabilidade civil passam por um processo de
reinvenção para que o mundo jurídico possa lidar com a hipercomplexidade
que permeia as questões ambientais. E é uma dessas reinvenções
principiológicas do direito que será analisado a seguir.

2. O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
Assim, na busca de tratar as dificuldades sobre a defesa do meio
ambiente, no âmbito da principiologia do direito da sustentabilidade, para

24 BRAGA, Natan Ben-Hur; CRUZ, Paulo Márcio da. Democracia e Desenvolvimento


Sustentável. Revista Filosofia do Direito e Intersubjetividade. v. 2. Itajaí: UNIVALI, p. 16.
Disponível em:
<http://www.univali.br/modules/system/stdreq.aspx?P=577&VID=default&SID=2248822139236
74&S=1&A=closeall&C=24189>. Acesso em: 24 jan. 2011.
10

precaver o dano ao meio ambiente, tem-se a prevenção e precaução como


princípios orientadores das tomadas de decisões e legislação.
A prevenção lida com uma dimensão mais concreta, cientificamente
segura de uma danosidade eminente. Objetiva-se evitar a repetição de uma
ação que gerem danos ao bem coletivo.
Já a precaução age em um plano mais incerto, sem conclusões
científicas - Agindo como um alicerçe preventivo nos casos de riscos abstratos
ou potenciais25. Sendo importante destacar que segundo Ayala26 “os graus de
incerteza que permeiam a decisão, é condição de relevante consideração na
aplicação do princípio.”
Apesar da doutrina ter pontuado algumas distinções entre os conceitos,
ainda emergem algumas discussões e confusões em relação a sua
diferenciação. No geral os julgados que evocam o princípio da prevenção
acabam por evocar por conexão, também, o de precaução.
Tais fundamentações jurídicas são imperiosas, tendo em vista, que, a
restauração ambiental, não consegue fazer voltar exatamente ao que era o
bem ambiental - ou, então, há insignificantes recuperações. Neste ponto se
concentra um dos pilares da aplicabilidade da prevenção e precaução nos
pronunciamentos jurisdicionais.
Historicamente, a conceituação sistemática da precaução como
ferramenta do direito ambiental se deu na década de 70 na Alemanha
Ocidental, com o intuito de lidar com a chuva ácida, o aquecimento global e a
poluição do mar do norte27.
Já o reconhecimento mundial se deu com o Princípio nº 15 da
Declaração do Rio de Janeiro, na Conferência da Nações Unidas sobre Meio
Ambiente de 1992, tem-se que:
(...) o princípio de precaução deve ser amplamente observado
pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando
houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de
absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão

25 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 9. Ed. Rev. São
Paulo:Malheiros, 2001. P.50-52
26LEITE, José Rubens Morato Leite; AYALA, Patrick de Araújo. Direito Ambiental na

Sociedade de Risco. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 74-94


27 NARDY, Afrânio. Uma leitura transdisciplinar do princípio da precaução. In: SAMPAIO, J.

A. L.; WOLD, C.; NARDY, A. Princípios de direito ambiental: na dimensão internacional e


comparada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. cap. 3. p. 171-249.
11

para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis


para prevenir a degradação ambiental.

Para a eficiência das propostas da construção de um Estado de Direito


Ambiental, a precaução do dano ao ambiente é fator vital. Isto, pois, tendo
como linha de raciocínio o advento da sociedade de risco, tratar da questão
ambiental, é cuidar de constantes ameaças ao bem-estar coletivo, e a
sobrevivência da raça humana28.
Por outro lado, tem-se a emergente “problemática relação do ser
humano com a ciência e a tecnologia, caracterizada pela crença na
infalibilidade do conhecimento científico e na perpetuidade do progresso
tecnológico.”29
A inserção da precaução como fundamento para o Direito Ambiental
implicam em transformações paradigmáticas na própria cultura globalizada.
Mudanças no contexto do liberalismo econômico caracterizada pela
imperiosidade dos interesses privados; da situação da sociedade de risco, e,
também, de consciência. E isto é evidente quando se objetiva a sobrevivência
da espécie humana. Portanto, “o risco ambiental é mais importante do que o
risco econômico”30.
Já no âmbito jurídico, a responsabilidade civil em sua definição clássica
não pode e nem consegue lidar com as peculiaridades da proteção ambiental.
A compensação pecuniária e a punição não são eficientes para defender o que
provê o mínimo existencial do ser humano.
Desta forma, “a precaução distingue o direito ambiental de outras
disciplinas jurídicas tradicionais, que, no passado, serviram para lidar com a
degradação do meio ambiente – especialmente o direito penal e o direito
civil”31.

28 Cf. JONAS, Hans, El principio responsabilidad: Ensayo de una ética para la civilización
tecnológica. BARCELONA: Editorial Herder, 1995. p. 76
29 NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de Precaução

no Direito Ambiental Brasileiro. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências Organizadores


Heline Sivini, José Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P.192.
30 STF, STA 112/PR, rel. Ellen Gracie, DJ de 23-4-2007
31 BENJAMIM, Antônio Herman de Vasconcellos. Objetivos do direito ambiental. In: Anais do

5º Congresso Internacional de Direito Ambiental, de 4 a 7 de junho de 2001: O futuro do


controle da poluição e da implementação ambiental. São Paulo: IMESP, 2001. P.71-72;
12

Ao tratar dos bens coletivos, a responsabilização sofre diversas


alterações, como a imprescrição, o afrouxamento do nexo causal, a inversão
do ônus probatória e a antecipação do dano ambiental.
Assim que, conforme NOGUEIRA, (2004, p.189)
(...) responsabilidade civil para uma função de prevenção,
levando-a a superar a dimensão meramente reparatória que
lhe é tradicionalmente atribuída (...) antecipação do dano que
deve ser primazia no trato da responsabilidade (...) Neste
sentido, a gravidade e irreversibilidade dos danos possíveis
obriga a melhor estruturar a prevenção (...) devendo incluir a
precaução.32”

A teoria de risco inspirou a inserção da precaução no mundo jurídico, e,


este, que por sua vez, alterou algumas características da responsabilidade civil.
Por exemplo, existe dificuldade para imputação da responsabilização
em vista da complexidade envolvendo a causalidade entre a ação e o dano
ambiental. Assim, contradizendo a aplicação clássica do dano certo no direito
civil, os pronunciamentos jurisdicionais que evocam a precaução suavizam a
comprovação do vínculo no nexo causal.
Outra produto da ação precaucional do ambiente é a inverção do ônus
da prova, competindo a “quem supostamente promoveu o dano ambiental
comprovar que não o causou ou que a substância lançada ao meio ambiente
não lhe é potencialmente lesiva”33.
Segundo Cunha:
O princípio da precaução tem influência desde logo no
processo decisório, através dos procedimentos preventivos,
segundo os quais devem ser adotadas todas a medidas
necessárias para evitar o surgimento de um evento previsível
ou provável.

Em suma, a precaução tem sua vez nos casos de incerteza científica,


quando, dentro da teoria do risco, as consequências de determinadas
atividades ou empreendimentos, processo ou produto não podem ser
objetivamente analisadas, e medidas devem ser tomadas para evitar os danos
ao patrimônio natural ou à saúde pública.

32 NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de Precaução


no Direito Ambiental Brasileiro. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências Organizadores
Heline Sivini, José Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P.189.
33 Resp 1060753/SP, rel. Min. Eliaa Calmon, j, em 1º-12-2009, Dje de 14-12-2009;
13

Importante salientar que a normatividade aos princípios jurídicos é uma


característica do pós-positivismo, ou seja, aqueles, não precisam estar
positivados de forma expressa em lei para possuir valor normativo. Tal lógica
se dá ao fato de que princípios estão em constante transformações e
transmitem os anseios da sociedade. Com base neste raciocínio que a
precaução ganha lugar no ordenamento jurídico34.

2.1 PRECAUÇÃO DO DANO AMBIENTAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO


BRASILEIRO
A Constituição Federal do Brasil de 1988 em seu art. 225º assim
determina:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as
presentes e futuras gerações.

A Carta Magna não fez referência explícita à precaução, porém, a


fundamentação da precaução é intrínsica à proteção das gerações futuras
(Cenci &Kässmaye)
(...) como dispõe o caput do art. 225 da Constituição, envolto
pelo princípio da responsabilidade para com o futuro e sob o
pressuposto da justiça intergeracional. Constitui-se em
princípio basilar do Direito Ambiental, já que a precaução é um
ato de se evitar um perigo iminente e possível.35

Assim, no ordenamento jurídico brasileiro o princípio da precaução


“decorre do sistema pátrio de proteção jurídica do meio ambiente”36.
A inserção do princípio de precaução no paradigma jurídico brasileiro
tem intima conexão lógica com o estudo de impacto ambiental, logo, que, o

34 LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental na sociedade de risco: uma visão
introdutória. In: Dano ambiental na sociedade do risco / coordenador José Rubens Morato
Leite; organizadoras Heline Sivini Ferreira, Maria Leonor Paes Cavalcanti Ferreira – São Paulo
: Saraiva, 2012. P.40.
35 CENCI, Daniel Rubens; Kâssmayer, Karin. O direito ambiental na sociedade de risco e o

conceito de justiça ambiental. Disponível em


<http://anppas.org.br/encontro4/cd/ARQUIVOS/GT11-1015-886-20080510203835.pdf> Acesso
em 3/4/2015.
36 NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de Precaução

no Direito Ambiental Brasileiro. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências. Organizadores


Heline Sivini, José Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P.192.
14

estudo serve como prevenção de atividade potencialmente causadora de


degredação.
A juridicionalidade da precaução em nível infraconstitucional surge da
incorporação de norma provinda de convenção internacional, e, vem galgando
seus primeiros passos jurisprudênciais.
A Lei nº 9.605/98, no referente aos crimes de poluição, ao tratar sobre
as penalidades, no art. 54º, determina que incorre nas mesmas penas quem
deixar de adotar “medidas de precaução” nos casos de dano ambientais
irreversíveis.
Se destaca a incorporação a precaução ao ordenamento jurídico
nacional em decorrência da assinatura e ratificação da Convenção sobre
Diversidade Biológica37 e a Convenção-Quadro das Naçõs Unidas sobre
Mudança de Clima38.
Ainda, em âmbito normativo municipal referente à aprovação de leis, o
referido princípio tem sido invocado para precaver os danos à saúde pública
que podem causar o excesso de radiações eletromagnéticas emitidas pelas
antenas de telefonia - Regulamentando as distâncias mínimas entre os locais
de instalações das estações de radiobase39.
Ademais, defende-se que a adoção desta base normativa precaucional
sobre o meio ambiente advém das conclusões lógicas dos próprios textos da
legislação brasileira.
Cumpre destacar e comentar alguns julgados que precaveram o dano
ambiental no lugar do benefício econômico na jurisprudência brasileira.
Inicialmente, no orbe da tensão existente entre o direito ao livre
empreendimento e a proteção ambiental, muitos julgados ainda dão preferência
ao princípio constitucional do interesse econômico (CF, art. 3º, II, c/c art. 170,
VI)
Já, como posicionamento alinhado com o dever constitucional de
proteção do equilíbrio ambiental em conflito com o direito econômico, segue o

37 Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 2, e 3/2/1994, e promulgada pelo Decreto nº 2.519, de


16/3/1998.
38 Aprovada pele Decreto Legislativo nº 1 de 3/2/1994, e promulgada pelo Decreto nº 2.652, de

1/7/1998.
39 NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de Precaução

no Direito Ambiental Brasileiro. In: Estado de Direito Ambiental: Tendências. Organizadores


Heline Sivini, José Rubens Morato Leite.Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. P.196.
15

julgado da Plenária do Supremo Tribunal Federal, junto à ADI 3540 MC, tendo
como Relator o Ministro Celso de Mello, em 01 de setembro de 2005:
E M E N T A: MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO
DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA
QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE
METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA
GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA DIMENSÃO) QUE
CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE -
NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO A
ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA
COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENERACIONAIS -
ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
(CF, ART. 225, § 1º, III) - ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO
REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE - MEDIDAS
SUJEITAS AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA
DE LEI - SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE - POSSIBILIDADE DE A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS
LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR OU PERMITIR OBRAS
E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS
PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA, QUANTO A
ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS
JUSTIFICADORES DO REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL -
RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II, C/C O ART.
170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) - COLISÃO DE
DIREITOS FUNDAMENTAIS - CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO
DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALORES
CONSTITUCIONAIS RELEVANTES - OS DIREITOS BÁSICOS
DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS GERAÇÕES
(FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-
161) - A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À
PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO
CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA
(CF, ART. 170, VI) - DECISÃO NÃO REFERENDADA -
CONSEQÜENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA
CAUTELAR. A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO
AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM
DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE
DAS PESSOAS. [...] (grifei)

O anseio econômico do empreendimento que pretendia a supressão de


vegetação em área de preservação permanente não trinfuou frente à
presevação do meio ambiente.
Já na utilização do princípio a precaução nos julgados, incialmente se
referencia a decisão liminar no Mandado de Segurança nº 2008.04.00.015393-
9, proferida dia 16 de maio de 2008, pelo Desembargador do Tribunal Regional
Federal da 4ª Região Edgard Antônio Lippmann Júnior, a qual, decidiu por
16

suspender o licenciamento da Usina Mauá até o resultado da Avaliação


Ambiental Integrada (AAI) de toda a Bacia do Rio Tibagi.
[...] Assim, reputo relevante o argumento aduzido pela
Impetrante no sentido de que o EIA/RIMA deve ter seu alcance
definido para toda a bacia hidrográfica do Rio Tibagí, até
porque tal conclusão vem respaldada por expressas
recomendações dos órgãos ambientais: IAP e IBAMA,
calcadas na Res.CONAMA 01/86, tanto que a Empresa de
Pesquisa Energética-EPE, empresa responsável pela
realização destes estudos (Lei n. 10.847/2004) teria apenas
iniciado o processo para a realização dos estudos e
imotivadamente sobrestou-o. Quanto ao risco de dano
irreparável, como estamos diante de matéria de índole
ambiental, por questão de brevidade, me apego apenas no
princípio constitucional da prevenção/precaução. Manifesto
o dano irreparável acaso prossiga normalmente o
procedimento de licenciamento ambiental, até que se julgue o
recurso de apelação interposto pelos interessados perante o
Juízo "a quo" ainda em fase inicial de tramitação. (grifei)

Aponta-se na decisão supra a forma pela qual se precaveu o dano


ambiental pelo fato do estudo do impacto ambiental não ter sido finalizado.
Já no próximo julgado é interessante notar como a fundamentação da
utilização do princípio da precaução fez referência à norma de direito
internacional em consequência do princípio nº 15 da declaração do Rio, já
transcrito no presente artigo.
DIREITO AMBIENTAL, HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ.
ANÁLISE INTEGRADA. NECESSIDADE DO ESTUDO DE
IMPACTO AMBIENTAL EM TODA EXTENSÃO DO RIO E NÃO
POR PARTES APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO.
1. O Projeto da Hidrovia Paraguai-Paraná (...) poderá causar
grave dano à região pantaneira, com repercussões maléficas
ao meio ambiente e à economia da região. É necessáio, pois,
que se faça um estudo desse choque ambiental em toda a
extensão do Rio Paraguai até a foz do Rio Apa. 2. Aplicação
do princípio que o intelectual chama de precaução, que foi
elevado à categoria de regra do direito internacional ao ser
incluído na Declaração do Rio (...).40 (grifei).

Nota-se a diferenciação dos princípios, de prevenção e precaução no


pronunciamento jurisidicional abaixo:

40BRASIL. Tribunal Regional Federal 1º Região. Direito Ambiental. Hidrovia Paraguai-Paraná.


Análise integrada em toda extensão do rio, e não por partes. Aplicação do princípio da
precaução. Agravo Regimental nº 2001.01.00.001517-0/MT. Estado de Mato Grosso do Sul
versus Ministério Público Federal. Relator: juiz Tourinho Neto. 29 mar. 2001. Conselho da
Justiça Federal.
17

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO.


AMBIENTAL. EMPREENDIMENTO COM POTENCIAL DE
DANO AMBIENTAL. ATERRAMENTO DE RECURSOS
HÍDRICOS. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. Em se tratando de
Direito Ambiental, mister atentarmos aos princípios aplicáveis à
espécie, mormente da precaução e da prevenção. Embora
ambos objetivem a proteção do meio ambiente, diferem
porquanto este último é aplicável quando houver
conhecimento científico dos riscos ao meio ambiente, ao
passo que o primeiro, de origem alemã, se aplica na
inexistência de certeza científica quanto ao dano e à sua
extensão. Grosso modo, a prevenção se dá ante perigo
concreto, conhecido, enquanto a precaução ocorre diante de
risco potencial. Inexistente nos autos prova da existência de
margem segura de exploração. Destarte, somente após a
perícia técnica é que será possível conhecer a área segura
para exploração, afastando-se o potencial risco ambiental,
de modo que, por ora, permanece a situação de incerteza a
atrair incidência do princípio da precaução. NEGARAM
PROVIMENTO AO RECURSO. UNÂNIME. (Agravo de
Instrumento Nº 70061893921, Segunda Câmara Cível, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Laura Louzada Jaccottet, Julgado
em 25/03/2015). (TJ-RS , Relator: Laura Louzada Jaccottet,
Data de Julgamento: 25/03/2015, Segunda Câmara Cível).
(grifei).

Ainda, no corpo da supramencionada decisão:


Mostra-se desarrazoado permitir a exploração do local com
base tão somente em gráficos da ferramenta Google Earth (...)
Necessária, portanto, efetiva perícia técnica a delimitar área
segura de exploração.
Corroborando com as razões expendidas, colaciono trecho de
voto proferido pela Ministra Carmen Lúcia no julgamento da
ADPF 101:
Nem se há negar a imperiosidade de se assegurar o
desenvolvimento econômico. Especialmente em dias como os
atuais, nos quais a crise econômica mundial provoca crise
social, pelas suas repercussões inegáveis e imediatas na vida
das pessoas. Mas ela não se resolve pelo descumprimento de
preceitos fundamentais, nem pela desobediência
à Constituição.
Afinal, como antes mencionado, não se resolve uma crise
econômica com a criação de outra crise, esta gravosa à
saúde das pessoas e ao meio ambiente. A fatura
econômica não pode ser resgatada com a saúde humana
nem com a deterioração ambiental para esta e para futuras
gerações.
Somente após a perícia técnica é que será possível conhecer a
área segura para exploração, afastando-se o potencial risco
ambiental, de modo que, por ora, permanece a situação de
incerteza a atrair incidência do princípio da precaução. (grifei)
18

Apesar do otimismo em relação a utilização da precaução nos julgados,


ainda há contradições entre os entendimentos jurisprudênciais.
Primeiramente, segue julgado que segue caminho contrário referente à
forma de aplicação da precaução:
Apelação Cível Administrativo Ação Civil Pública proposta pelo
Ministério Público visando a desativação de Estação de Rádio
Base (antena de telefonia celular) com base na Lei Estadual nº
10.995/2001 Sentença de improcedência Recurso do MP
Desprovimento de rigor. 1. Não é nula a r. Sentença na medida
em que o Magistrado sentenciante expôs sua motivação e
fundamentação que redundaram no julgamento de procedência
da ação, apreciando todas as argumentações do autor -
Sentença sucinta não se confunde com Sentença omissa,
única hipótese que acarretaria sua nulidade. 2. Desativação da
antena de telefonia - Inadmissibilidade Legislação declarada
inconstitucional pelo Órgão Especial deste Tribunal de Justiça,
por entender que a referida lei estadual usurpa competência
privativa da União para legislar sobre telecomunicações
Precedentes da Corte Não comprovação dos alegados
malefícios Inaplicabilidade do princípio da precaução
Precedentes da Corte. 3. Sentença mantida na forma do art.
252 do RITJSP. Preliminar rejeitada e Apelação desprovida.
(TJ-SP , Relator: Sidney Romano dos Reis, Data de
Julgamento: 15/09/2014, 6ª Câmara de Direito Público)

Cita-se parte do entendimento encontrado no mérito do supra julgado:


Ocorre, todavia, que o autor não logrou em demonstrar no
presente feito a efetiva existência de atividade nociva
supostamente representada pela instalação da estação de
rádio base.
(....)
Impõe-se ao autor a demonstração de um mínimo de incerteza
acerca da inexistência de potencial lesivo ou nocivo. Neste
ponto, ressalve-se que o estudo de fls. 200/216 a tanto não se
presta porque datado do longínquo ano de 2002 sequer se
sabendo se persiste a tecnologia nele avaliada e se acaso a
mesma da Estação Rádio.

O julgado acima entendeu pela inaplicabilidade da medida precaucional


de remoção da antena de telefonia celular requerida pelo Ministério Público –
Um dos fundamentos foi o fato de não ter sido demonstrada a incerteza
científica referente ao possível dano causado pelas radiações eletromagnéticas
de tais antenas à população no entorno.
Tal assertiva colide com o doutrinamento da inversão do ônus da prova
em matéria ambiental já que o parquet foi encarregado de demonstrar o risco.
19

De outra banda, como já referido neste trabalho, a probabilidade de


danos provindos das estações de rádio base é fundamento para delimitação de
distâncias mínimas entre estas em leis municipais, o que torna tal risco fato
notório no mundo jurídico.
Portanto, o interesse da continuidade da atividade geradora de lucro
teve vez frente ao risco à saúde pública da população ao redor das antenas de
telefonia.
Acerca da inversão do ônus probatório, uma das consequências do
princípio em análise no corrente trabalho, segue julgado que não determinou
sua aplicação:
EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MEIO AMBIENTE.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. IMPOSSIBILIDADE. Não
há que se falar em inversão do ônus da prova em sede de
ação civil pública, uma vez que se trata de exceção legal
aplicável somente a questões relativas ao direito do
consumidor. A lei que regulamente a Ação Civil Pública
determina a aplicação do CDC em relação ao Título III, não
estando incluío o artigo 6º, VIII. (grifei)

Controversamente ao entendimento supra do descabimento da


inversão do ônus da prova:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO
AMBIENTAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
POSSIBILIDADE EM RELAÇÕES JURÍDICAS VINCULADAS A
INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS OU INDIVIDUAIS E
REFERENTES A DANOSIDADES AMBIENTAIS. O impacto
ambiental é ato/fato jurídico – ausente o negócio jurídico
propriamente tal em termos de conceituação jurídica – que,
pela própria afetação do meio ambiente, bem
constitucionalmente protegido (art. 225 da Constituição
Federal), impõe ao Poder Judiciário um proceder cuidadoso e
cautelar vinculado ao bem/interesse público subjacente. A
inversão do ônus da prova é mecanismo que não só pode
como deve ser utilizado pelo juiz não só em face de
disposições infraconstitucionais em relevo, devendo ser
consideradas a natureza do direito protegido e eventualmente
isolado e as consequências disso, caso não comprovado este e
o respectivo dano – jurídico e social – consequente, mormente
em se tratando de dano ambiental. Inteligência sempre atual de
brocardo latino que bem se adequou à espécie: “Actori incumbit
et reus in excipiendo fit actor”. Recurso improvido. (grifei)

A contradição entre os julgados acima demonstra a fragilidade em


torno da aplicabilidade dos novos mecanismos jurídicos da responsabilidade no
âmbito ambiental. Enquanto o primeiro conservou o entendimento enrijicido da
20

aplicação do art. 21 da lei da ação civil pública, o segundo, se fundamentou na


precaução, e, em outra linha de raciocínio, é interessante mencionar a
hipossuficiência da parte mais frágil, a sociedade – são estes alguns fatores
que legitimam a inversão do ônus da prova como consequência do princípio da
precaução.
Em sua maioria, a fundamentação para aplicação do princípio em
análise se concentra na teoria do risco, a incerteza científica de que
determinada atividade possa gerar um dano.
Objetivou-se neste item trazer os entendimentos que quebram o
paradigma da supremacia do interesse do lucro sobre o bem ambiental, e,
algumas controversas da direção dos julgados. A medida precaucional é uma
das grandes ferramentas do poder judiciário possui para manter o equilíbrio
ecológico, o bem-estar, e a manutenção do planeta para as futuras gerações.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revolução científica e industrial, acompanhada pela força do livre


comércio pôs em primazia o desenvolvimento financeiro, o que acarretou no
processo conhecido como globalização. Neste cenário o Estado-Nação perde
sua autonomia e soberania, frente à força dos interesses privados.
A preocupação com o meio ambiente ganhou força na última metade
do último século, e surgiu como consequência da degradação ambiental e
riscos provenientes da evolução industrial – situação chamada de teoria do
risco.
Dentro deste paradigma o direito à um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, com fulcro em preceitos constitucionais, possui o desafio de
conciliar os interesses econômicos (art. 170, CF) e a proteção ambiental (art.
225, CF), visando a sustentabilidade.
Com este fim que surgem os princípios da prevenção e precaução do
dano ambiental. As peculiaridades do bem ecológico não coadunam com lógica
clássica da reparação ou compensação pecuniária da responsabilidade civil. A
hipercomplexidade das interdependências existentes na biosfera não permitem
que a ciência humana determine com exatidão as extensões dos impactos da
ação do homem no planeta.
21

Por se tratar de riscos e incertezas científicas o que se busca é


prevenir e precaver os danos para permitir a continuidade da vida humana na
Terra.
O princípio da precaução e de prevenção ainda são conceitos em
construção. Porém, em suma, pode-se diferenciá-los pelo fato da prevenção
agir nos casos de dano certo, e já a precaução nos de danos potenciais ou
abstratos.
O princípio nº 15 da Conferência das Nações Unidas no Rio de Janeiro
é a conceituação mais utilizada acerca da precaução, e é lá que fica claro que
as incertezas científicas envolvendo o meio ambiente não podem ser utilizados
como justificativa para a degradação ambiental. Deve-se, antes, precaver a
probabilidade do dano.
Em relação ao ordenamento jurídico brasileiro o princípio da precaução
galga seus primeiros passos. A noção de precaver os danos ambientais possui
escolpo no próprio artigo 225º da Carta Magna, já, que, neste, se inaugura o
dever constitucional de proteção do meio ambiente para as futuras gerações.
Atenta-se, por exemplo, às leis infraconstitucionais e normas
internacionais ratificadas e incorporadas pela legislação brasileira que fazem
referência ao princípio em estudo.
Apesar de muitos julgados dar primazia ao crescimento econômico
advindo do empreendorismo, pondo de lado a manutenção dos sistemas vivos,
já há um histórico de jurisprudências referenciando a precaução. A teoria do
risco, no aspecto das incertezas científicas é o pressuposto central da
aplicação daquele princípio nos julgados.
É inegável o conflito existente entre os interesses privados e os
interesses do meio ambiente. Hoje se vive o fim da modernidade - as crises
econômicas explodem pelo mundo. Procura-se por meio da exploração sem
limites da natureza a maximazação dos lucros e o incentivo pelos instrumentos
midiáticos do consumismo para se superar tais depressões financeiras.
Enquanto isso, o direito ambiental tem em suas mãos o desafio de preservar a
natureza, precavendo a extinção da humanidade devido à evolução de seus
próprios excessos.

REFERÊNCIAS
22

A História das Coisas. Produzido por Annie Leonard. 2007. Disponível em:
<http://www.storyofstuff.com/index.php>. (21 min.). Acesso em: 21 abr. 2015.

ALBERTI, Raquel Lorensini; SIQUEIRA, Holgonsi Soares Gonçalves. A


Autonomia do Estado no Processo da Globalização. Bagé: [s.e], 2004, p. 2.
Disponível em: <http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/raquel2.html>. Acesso
em: 21 abr. 2015.

BECK, Ulrich. La sociedade del riesgo. Barcelona: Ed. Paidós Ibérica , 1998.

BENJAMIM, Antônio Herman de Vasconcellos. Objetivos do direito


ambiental. In: Anais do 5º Congresso Internacional de Direito Ambiental, de 4
a 7 de junho de 2001: O futuro do controle da poluição e da implementação
ambiental. São Paulo: IMESP, 2001.

BRAGA, Natan Ben-Hur; CRUZ, Paulo Márcio da. Democracia e


Desenvolvimento Sustentável. Revista Filosofia do Direito e
Intersubjetividade. v. 2. Itajaí: UNIVALI, Disponível em:
<http://www.univali.br/modules/system/stdreq.aspx?P=577&VID=default&SID=2
24882213923674&S=1&A=closeall&C=24189>. Acesso em: 24 jan. 2011.

CARVALHO, Délton Winter de. Dano Ambiental Futuro: a responsabilização


civil pelo risco ambiental. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008, p. 87.

CENCI, Daniel Rubens; Kâssmayer, Karin. O direito ambiental na sociedade


de risco e o conceito de justiça ambiental. Disponível em
<http://anppas.org.br/encontro4/cd/ARQUIVOS/GT11-1015-886-
20080510203835.pdf> Acesso em 3/4/2015.

Cf. JONAS, Hans, El principio responsabilidad: Ensayo de una ética para la


civilización tecnológica. BARCELONA: Editorial Herder, 1995.

CUNHA, Paulo. A globalização, a sociedade de risco, a dimensão


preventiva do direito e o ambiente. In: Estado de Direito Ambiental:
Tendências. Organizadores Heline Sivini, José Rubens Morato Leite.Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2004.

GANEM. Ângela. Adam Smith e a explicação do mercado como ordem


social: uma abordagem histórica-filosófica. Universidade Federal Fluminense,
Faculdade de Economia. R. Econ. Contem., Rio de Janeiro, 4(2): 9-36,
jul./dez.2000.

GARCIA, Antonio Fernando Monteiro. O Direito Econômico e o Direito da


Sustentabilidade na nova perspectiva da economia global. Revista de
direito UPIS / União Pioneira de Integração Social. V1 (2003) – Brasília. V. 09.
2011

GUIDDENS, Anthony. O debate global sobre a terceira via (org.). Tradução:


Roger Maioli dos Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2007.
23

LEFF, E. Racionalidade ambiental – a apropriação social da natureza.


Trad. de Luiz Carlos Cabral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

LEITÃO, Luís Menezes. A responsabilidade civil por danos causados ao


ambiente. Actas do Colóquio: A responsabilidade civil por dano ambiental.
Instituto de Ciências Jurídico-Políticas – Faculdade de Direito de Lisboa. Maio
de 2010.

LEITE, José Rubens Morato Leite; AYALA, Patrick de Araújo. Direito


Ambiental na Sociedade de Risco. Rio de Janeiro: Forense, 2002, p. 74-94.

LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental na sociedade de risco: uma


visão introdutória. In: Dano ambiental na sociedade do risco / coordenador José
Rubens Morato Leite; organizadoras Heline Sivini Ferreira, Maria Leonor Paes
Cavalcanti Ferreira – São Paulo : Saraiva, 2012.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. 9. Ed. Rev.


São Paulo:Malheiros, 2001. P.50-52

MAFFESOLI, Michel. Saturação. São Paulo: Iluminuras, 2010.

NARDY, Afrânio. Uma leitura transdisciplinar do princípio da precaução. In:


SAMPAIO, J. A. L.; WOLD, C.; NARDY, A. Princípios de direito ambiental: na
dimensão internacional e comparada. Belo Horizonte: Del Rey, 2003. cap. 3. p.
171-249.

NAVARRO, Marli B.M. de Albuquerque; CARDOSO, Telma Abdalla de Oliveira.


Percepção de Risco e Cognição: reflexão sobre a sociedade de risco. Revista
Ciências & Cognição, Rio de Janeiro/RJ, vol. 06, Nov. 2005

NOGUEIRA, Ana Carolina Casagrande. O Conteúdo Jurídico do Princípio de


Precaução no Direito Ambiental Brasileiro. In: Estado de Direito Ambiental:
Tendências Organizadores Heline Sivini, José Rubens Morato Leite.Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2004.

PASOLD, Cesar Luiz. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática. 11


ed. Florianópolis: Conceito Editorial; Millennium, 2008.

SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único à


consciência universal. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Vous aimerez peut-être aussi