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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
FORO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
3ª VARA CRIMINAL
RUA 23 DE MAIO, 107, São Bernardo do Campo - SP - CEP 09606-000
Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0001443-34.2017.8.26.0537 e código 3AF5C9E.
SENTENÇA

Processo Digital nº: 0001443-34.2017.8.26.0537


Classe - Assunto Procedimento Especial da Lei Antitóxicos - Tráfico de Drogas e Condutas
Afins
Autor: Justiça Pública
Réu: Leonardo de Faria e outros

Juiz de Direito: Dr. Edson Nakamatu

Vistos.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDSON NAKAMATU, liberado nos autos em 06/04/2018 às 18:39 .
EVERTON GAMBARRO PLOIA, OLBIS RUEDA GARCIA, LEONARDO
DE FARIA e ROMER GUTIERREZ QUEZADA foram denunciados pelo MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO como incursos no artigo 33, “caput”, e artigo 35,
ambos da Lei nº 11.343/2006, em concurso material de crimes (artigo 69 do Código Penal), porque
desde data incerta até o dia 07 de julho de 2017, nas cidades e comarcas de São Bernardo do
Campo e São Paulo, teriam se associado para o fim de praticarem reiteradamente o crime previsto
no artigo 33, caput, da Lei nº 11.343/06.

Consta também que no dia 07 de julho de 2017, no interior do veículo I/Hafei


Mini Pick-Up, placas EUD-5510, estacionado na Rua São José, altura do nº 66, bairro Paulicéia,
nesta cidade e comarca, OLBIS RUEDA GARCIA, LEONARDO DE FARIA e ROMER
GUTIERREZ QUEZADA, previamente associados, com unidade de desígnios e identidade de
propósitos entre si, teriam guardado, para fins de comercialização e entregas a terceiros,
substância entorpecente que causa dependência física e psíquica, consistente em aproximadamente
50kg de cocaína, compactados em forma de tijolos, sem autorização legal e regulamentar.

Consta, por fim, que ainda no dia 07 de julho de 2017, logo após a apreensão da
droga acima descrita, na Rua Cachoeira, bairro Belenzinho, número não informado, na cidade e
comarca de São Paulo, EVERTON GAMBARRO PLOIA (vulgo “gordinho”), teria em depósito,
para fins de comercialização e entrega a terceiros, substância entorpecente que causa dependência
física e psíquica, consistente em aproximadamente 50kg de cocaína, compactados na forma de
tijolos, sem autorização legal e regulamentar.

Narra a denúncia que os acusados se associaram para praticarem o crime de tráfico

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de drogas na região do ABC Paulista, envolvendo o depósito, o transporte e a distribuição de
elevada quantidade de cocaína. Após três meses de investigação, apurou-se que LEONARDO,
OLBIS e ROMER eram responsáveis por recolher os entorpecentes os quais eram mantidos em
uma edificação na cidade de São Paulo, sob a responsabilidade de EVERTON e transportá-los
até São Bernardo do Campo, dentro de um cofre existente no interior do veículo I/Hafei Mini Pick-
Up, placas EUD-5510, entregando-os a terceiros no estacionamento do Hipermercado Extra
Anchieta e nas proximidades da Churrascaria Varandão.

No dia dos fatos, durante campana realizada na Rua São José, próximo à referida
churrascaria, policiais civis avistaram o automóvel I/Hafei Mini Pick-Up estacionado naquela via

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDSON NAKAMATU, liberado nos autos em 06/04/2018 às 18:39 .
pública, bem como seus ocupantes, cujas características físicas coincidiam com aquelas descritas
por notícia anônima. Assim, feita a abordagem, os agentes públicos identificaram o condutor do
veículo como LEONARDO, o qual ensinava os bolivianos OLBIS e ROMER a abrir o cofre no
momento em que foram surpreendidos.

Encontrado dentro do cofre aproximadamente 50kg de cocaína, os acusados foram


conduzidos à Delegacia de Polícia, oportunidade em que LEONARDO contou informalmente aos
policiais civis que a droga havia sido recolhida em uma garagem na Rua Cachoeira, bairro
Belenzinho, na cidade de São Paulo. Diante de tal informação, os policiais civis seguiram em
diligências no endereço apontado e, ali chegando, foram atendidos por EVERTON, que franqueou
a entrada dos agentes ao imóvel. Após minuciosas buscas, foram encontrados e apreendidos mais
50 kg de cocaína, sendo EVERTON preso em flagrante e encaminhado ao distrito policial.

Pessoalmente notificados (fls. 441, 473, 516 e 520), os acusados apresentaram


respostas à acusação (fls. 383/399, 400/406 e 436/437), que foram afastadas pela decisão que
recebeu a denúncia (fls. 521/524).

Durante a instrução processual, foram ouvidas duas testemunhas de acusação e


três testemunhas de defesa. Ao final, os réus foram interrogados (fls. 606/609).

Em memoriais, o Ministério Público pugnou pela procedência da pretensão


punitiva estatal nos termos da denúncia e moldes mencionados (fls. 642/651), enquanto a Defesa
de OLBIS e ROMER requereu a absolvição dos réus por falta de provas ou, subsidiariamente, a

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aplicação da pena no mínimo legal, com a redução prevista no artigo 33, §4°, da Lei n° 11.343/06
e fixação de regime de cumprimento de pena mais brando (fls. 657/679). A Defesa de
LEONARDO pugnou pelo reconhecimento da circunstância atenuante da confissão no tocante ao
crime do artigo 33, caput, da Lei nº 11.343/06, com a fixação da pena no patamar mínimo e a
redução prevista no artigo 33, §4°, da Lei n° 11.343/06. No mais, pediu a absolvição do acusado
quanto ao crime tipificado no artigo 35 da referida lei (fls. 683/708). Por fim, a Defesa de
EVERTON requereu a absolvição do acusado por falta de provas (fls. 709/724).

É o relatório.
Fundamento e decido.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDSON NAKAMATU, liberado nos autos em 06/04/2018 às 18:39 .
A pretensão punitiva é procedente.

A materialidade dos delitos está comprovada pelo auto de prisão em flagrante (fls.
06/16), boletim de ocorrência (fls. 18/21), auto de exibição e apreensão (fls. 22/23), laudo de
constatação provisória (fls. 24/26), laudo pericial do veículo (fls. 447/448) e laudo de exame
químico-toxicológico (fls. 603/605), que concluiu pelo resultado positivo quanto à natureza das
substâncias entorpecentes dos materiais apreendidos quando dos fatos, apontando-os como
“cocaína”.

As provas colhidas durante a instrução processual apontam que realmente as


drogas apreendidas destinavam-se ao consumo de terceiras pessoas, configurando, com efeito, o
delito de tráfico de entorpecentes.

Foram apreendidos 100 (cem) tijolos contendo substância análoga à cocaína,


totalizando 99,245 kg, circunstância que evidencia a intenção dos acusados em repassar as drogas
para terceiros.

Dessa forma, é possível afirmar que crime houve e foi de tráfico ilícito de
entorpecentes, tipificado no art. 33 da Lei nº 11.343/06.

Caracterizada, portanto, a prática do delito.

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No que toca à autoria, a mesma é inequívoca.

O acusado EVERTON, em seu interrogatório judicial, negou os fatos narrados na


denúncia. Disse que possuía loja, onde comercializava roupas de cama, mesa e banho, tendo
sublocado um aposento do imóvel sito no bairro Belenzinho para guardar as mercadorias,
mediante o pagamento de R$ 2.000,00. Até onde sabe, Dona Miriam locava o imóvel e sublocava
uma sala da edificação. Na data dos fatos, estava no imóvel pegando mercadorias. Explicou que
naquele dia já tinha ido ao local na parte do meio dia, retornando por volta das 15h30min, tendo
em vista que o estoque de sua loja estava baixo e havia pedidos volumosos para entrega. Quando
estava saindo da casa, policiais chegaram e disseram que havia denúncia de drogas naquele

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endereço. Autorizou a entrada dos agentes públicos, os quais nada encontraram no primeiro e
segundo cômodos, este último objeto da sublocação. Todavia, após revistarem os fundos do
imóvel, os policiais retornaram dizendo que estava preso, pois a droga havia sido encontrada.
Disse que não sabia da existência do entorpecente no local, não sabendo informar quem utilizava a
parte dos fundos do imóvel, cuja porta sempre estava fechada. No mais, alegou ter visto a
caminhonete saindo do imóvel quando da sua primeira ida ao local naquele dia, por volta das 12
horas. Ao final, afirmou que não conhecia os corréus.

LEONARDO, interrogado em juízo, afirmou que passava por dificuldades


financeiras e que estava sendo pressionado por um agiota. Na data dos fatos, recebeu proposta de
uma pessoa de nome Maurício para levar a caminhonete até o hipermercado Extra Anchieta,
próximo da churrascaria Varandão, mediante pagamento de R$ 3.000,00. Como precisava do
dinheiro, não pensou muito e acabou aceitando a proposta. Imaginava que tinha algo errado por
conta do valor oferecido. Pensava que podia se tratar de veículo clonado ou roubado, mas não
achava que era droga. Na ocasião, Maurício pediu apenas que levasse o veículo até o local
indicado, onde estaria aguardando. Assim, inicialmente foi com Maurício até o imóvel no Brás.
Maurício entrou na residência, deixou o carro estacionado na frente, entregando-lhe a chave, bem
como o endereço para onde deveria se dirigir. Disse que chegou a olhar por cima do caminhão,
mas não viu nada de ilícito. Chegando ao local indicado, parou o veículo perto do posto de
gasolina, na rua de trás da churrascaria Varandão. Ficou uns cinco minutos parado dentro do carro
procurando Maurício. No momento em que desceu do veículo foi abordado por policiais, que o
renderam. Duas outras pessoas que estavam ao lado também foram presas. Alegou que não estava
conversando com os corréus Romer e Olbis. Pelo contrário, informou que os bolivianos estavam

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há 20 metros de distância aproximadamente. Na delegacia, os policias comunicaram a respeito da
droga apreendida, dizendo que seria melhor colaborar. Em razão disso, afirmou que não sabia da
existência da droga e passou informações a respeito do local onde pegou o caminhão, descrevendo
ainda a pessoa de Maurício. Explicou que já havia prestados serviços de funilaria para Maurício.
Inclusive, quando Maurício foi retirar o carro da oficina, ele presenciou a cobrança do agiota e
chegou a conversar sobre como andavam os negócios. Depois de duas semanas Maurício apareceu
com a mencionada proposta. Esclareceu que sua dívida com o agiota era de R$ 2.000,00. No mais,
afirmou que não conhecia os corréus.

O acusado OLBIS negou a prática do delito. Disse que na data dos fatos havia ido

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almoçar com Romer na Churrascaria Varandão. Após, saíram para esperar o táxi, momento em
que foram abordados pela polícia. Alegou que os policiais não perguntaram sequer o nome e já
foram algemados e colocados na viatura. Não viu outro rapaz ser preso, nem caminhão branco.
Assegurou que estavam caminhando no momento da prisão. Veio ao Brasil para participar de
encontro mundial entre Brasil, Bolívia e Argentina.

Por fim, o acusado ROMER também negou a prática delitiva. Narrou que na data
dos fatos saiu do hotel com Olbis e foi almoçar no restaurante Varandão, onde já havia ido
duas/três vezes. Saindo do restaurante, quando caminhavam e procuravam um taxi, policiais
chegaram, apontaram a arma e já o algemaram, sendo levado para delegacia. Afirmou que estava
caminhando na rua no momento da prisão e que não estava perto do caminhão branco. Por fim,
esclareceu ter vindo ao Brasil para participar de um encontro mundial entre Brasil, Bolívia e
Argentina.

Cleber Rodrigues Gimenez, policial civil, declarou ter realizado flagrantes


anteriores que tinham participação de bolivianos. Posteriormente, recebeu a informação de que em
tal horário e local haveria entrega de entorpecente. Foi informado ainda que se tratava de um
caminhão branco e que a cocaína estaria dentro de um cofre. Diante disso, na companhia de seu
colega de profissão, fez campana no local dos fatos. Em dado momento, observaram dois
bolivianos encostando no caminhão. Resolveram então abordar os réus, oportunidade em que foi
feita a busca pessoal e no veículo. No caminhão, foi localizado 50kg de cocaína dentro do cofre.
Explicou que no momento da abordagem os réus estavam conversando e mexendo no porta malas
do caminhão. Leonardo, condutor do veículo, ensinava aos corréus como abrir o caminhão.

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Chegou a essa conclusão com base na movimentação, isto é, eles ligaram o veículo, o ar
condicionado e em seguida apertaram o botão que destravava o compartimento na parte de trás do
caminhão. Informalmente, Leonardo colaborou com a polícia e passou as informações do local em
que havia pegado o caminhão, esclarecendo que a pessoa só tinha pedido para ele fazer um frete.
No local indicado, encontraram o acusado Everton, que franqueou a sua entrada e de seu colega.
Disse que em uma das salas tinha coisas de colchão, travesseiros, mas no fundo do salão havia
mais 50 kg de cocaína. Na ocasião, conversaram com a locadora, a qual afirmou que Everton
trabalhava com roupas de cama, mesa e banho. Afirmou ainda que naquela ocasião não havia mais
ninguém no imóvel. Everton disse que não sabia da droga e que o ramo de atividade dele era
outro. Por outro lado, não soube responder quem movimentava o fundo do galpão. Por fim,

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afirmou que na carteira do corréu Romer foi encontrado um cartão de outro boliviano preso em
flagrante anterior.

No mesmo sentido o depoimento da testemunha Eurico Moura Barbosa, policial


civil, que também participou das diligências. Narrou que nos meses anteriores ao fato havia
efetuado a prisão de um colombiano, preso em flagrante no estacionamento do hipermercado
Extra. A partir de informações informais, passaram a diligenciar o estacionamento do Extra e as
mediações do Varandão com vistas a localizar o caminhão com entorpecentes. Ficaram alguns dias
de frente à cancela do hipermercado, dentro do estacionamento, nas intermediações do restaurante.
As informações que detinha apontavam a participação de estrangeiros com traços latinos. Havia
ainda notícia de que o caminhão havia sido substituído na prisão anterior por um Gol vermelho.
Tanto é verdade que naquele flagrante a droga não estava nem escondida, estava no banco do
passageiro. Daí que veio a noticia do caminhão que costumava fazer a entrega de entorpecentes no
ABC. No dia dos fatos, avistaram o caminhão nas mediações do restaurante. Ficaram parados e
viram os dois bolivianos caminhando em direção dele. No momento da abordagem, Leonardo
estava explicando como abrir o cofre eletrônico. Localizaram 50 tijolos de cocaína, razão pela qual
efetuaram a prisão de todos em flagrante. Na delegacia, Leonardo passou o endereço do local onde
havia pegado a mercadoria. Não incriminou ninguém, nem deu nomes. No local, foram atendidos
por Everton. Na ocasião, ele disse que conhecia Leonardo. Disse ainda que Leonardo tinha
comparecido naquele local e que tinha saído dirigindo o caminhão. Everton demonstrou
nervosismo somente após ser informado da prisão em flagrante de Leonardo. De todo modo, o
acusado franqueou a entrada na residência, negando a existência de outras drogas. Explica que era
uma garagem comprida e que no início tinha uma residência antiga, onde havia coisas de cama,

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mesa e banho e muita comida, que era do restaurante. No fundo, tinha uma porta de aço, o veículo
Uno e, na esquerda, droga embaixo de saco plástico. Na hora que estavam saindo, a locatária
apareceu para saber o que estava acontecendo. Na ocasião, ela disse ter alugado para um cliente,
posteriormente identificado como sendo Everton. Na busca pessoal, Romer tinha um cartão de
visita de Edgar, preso anteriormente. Pelo que entendeu, Leonardo estava levando os
entorpecentes para os bolivianos.

Afora algumas diferenças da percepção humana das testemunhas, o quadro aponta


que os agentes públicos mostraram-se uníssonos e seguros em seus depoimentos e, com efeito, não
há motivo para desmerecer suas palavras.

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Eventuais contradições são meramente circunstanciais, e não afasta a condição que
os agentes foram surpreendidos no local dos fatos, onde houve o encontro de significativa
quantidade de substância entorpecente, que se constatou ser cocaína.

Por oportuno, ressalte-se que as palavras de policiais não se tornam duvidosas pela
simples condição de agente público. Não se admitem insurgências generalizadas contra
depoimentos de policiais; presume-se a imparcialidade na execução de seus trabalhos, até porque
não há qualquer indício de desavenças por parte dos agentes em relação aos réus, que os
motivassem a construir todo um plano tão somente para incriminar pessoas inocentes.

Não obstante, não há previsão legal de que, para a legitimação da ação policial,
exija-se a presença de testemunhas fora de seus quadros.

Acerca da validade dos depoimentos de policiais, ensina nossa jurisprudência,


verbis:

“O valor do depoimento testemunhal de servidores policiais especialmente


quando prestado em juízo, sob a garantia do contraditório reveste-se de inquestionável eficácia
probatória, não se podendo desqualificá-lo pelo só fato de emanar de agentes estatais
incumbidos, por dever de ofício, da repressão penal. O depoimento testemunhal do agente policial
somente não terá valor quando se evidenciar que esse servidor do Estado, por revelar interesse
particular na investigação policial, age facciosamente, ou quando se demonstrar tal como

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ocorre com as demais testemunhas que as suas declarações não encontram suporte e nem se
harmonizam com outros elementos probatórios idôneos.” (HC n° 74.608-0, SP, rel. Min. Celso de
Mello, j. 18.2.97, apud JTJ 263/518).

“Os funcionários da Polícia merecem, em seus testemunhos, a normal


credibilidade dos testemunhos em geral, a não ser quando se apresente razão concreta de
suspeição. Enquanto isso não ocorra e desde que não defendem interesse próprio, mas agem na
defesa da coletividade, sua palavra serve a informar o convencimento do julgador.” (TJSP Rec.
Rel. Jarbas Mazzoni RT 668/275).

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E ainda:

"O depoimento do policial é tão válido como outro qualquer, desde que insuspeito
e capaz de infundir, pelo seu conteúdo, indeclinável credibilidade. Por outro lado, nos termos do
art. 202 do CPP, se toda pessoa pode ser testemunha, sem qualquer dúvida que os agentes podem
testemunhar sobre o que viram e sentiram no cumprimento da missão. Se por acaso outras
pessoas havia no local da diligência, cumpre à defesa arrolá-las como testemunhas" (RT
574/401).

"Os policiais não estão impedido de depor sobre atos de ofício nos processos em
cuja fase inquisitorial tenham participado. A eventual inidoneidade tem que ser específica e não
genérica, não podendo abranger toda uma categoria de pessoas, pois o simples fato de ser a
testemunha um policial não basta, por si só, para afastar a credibilidade de seu depoimento" (RT
594/332. Em idêntico sentido: RTs 394/282, 526/445, 554/420, 558/313, 568/315, 581/311;
RJTJ 93/400 e 95/468, dentre tantos.

Ressalte-se que, no caso vertente, seria extremamente improvável encontrar


pessoa disposta a prestar depoimento, dado o temor das pessoas em colaborar com os órgãos
encarregados da persecução penal em crimes relacionados a tóxicos.

Eventuais contradições são inerentes à natureza humana e não afastam o encontro


de entorpecentes e a presença dos réus nos locais dos fatos.

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As versões apresentadas pelos acusados não contam com qualquer respaldo na
prova produzida sob o crivo do contraditório. Vejamos.

A declaração de EVERTON no sentido de que desconhecia a existência de


entorpecentes no local por ele utilizado supostamente para a guarda de roupa de camas não merece
credibilidade. Com efeito, não há qualquer elemento probatório indicando que o aludido local
também estivesse sendo ocupado por outras pessoas, além do corréu. O que se apurou é que o
imóvel era locado por uma pessoa chamada Miriam, que possuía um restaurante ao lado. A
alegação de que não conhecia nenhum dos acusados é rebatida pelas declarações dos policiais, que
confirmaram que EVERTON admitiu que conhecia LEONARDO e demonstrou nervosismo ao

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tomar conhecimento da prisão deste. Chama a atenção a quantidade exagerada de drogas
encontrada (cerca de 50 kg).

Também não deve ser acolhida a tese defensiva de LEONARDO de que não tinha
conhecimento que estava transportando entorpecentes. Ainda que seja verdadeira a afirmação de
que passava por dificuldades financeiras e que estava sendo pressionado por agiota, não é crível
que em nenhum momento teve um mínimo de curiosidade em saber o que iria transportar,
considerando a quantia expressiva que receberia pela execução de serviço sem a mínima
complexidade (R$ 3.000,00).

Outrossim, as alegações dos corréus OLBIS e ROMER de que foram abordados e


presos de forma aleatória são rechaçadas pelos depoimentos dos policiais, que afirmaram
categoricamente que ambos recebiam orientações de LEONARDO de como abrir o caminhão em
que transportava as drogas. Ademais, no bolso de OLBIS foi encontrado um cartão de visita de
Edgar, preso anteriormente por tráfico de drogas.

Registre-se ainda que os depoimentos das testemunhas de defesa não tiveram o


condão de afastar a tese acusatória.

Ainda que inexistente prova da mercancia, a condenação é de rigor, pois o tipo


penal do art. 33 da Lei nº 11.343/06 contenta-se com ter em depósito, trazer consigo, guardar e
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, condutas estas que foram
perpetradas pelos acusados.

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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0001443-34.2017.8.26.0537 e código 3AF5C9E.
Não é outro o entendimento jurisprudencial, já cristalizado:

“O paciente foi condenado, não por haver vendido entorpecentes, mas sim
porque, antes disso, portava a droga, para o tráfico, o que justificou a diligência realizada pelos
policiais. E essa conduta também configura o delito do art. 12 da Lei 6.368/76.” (STF, HC
77.484-2, Rel. Min. Sidney Sanches, j. 18.08.1998, DJU 26.03.1999, p. 3)

“O tipo previsto no art. 12 da Lei 6.368/76 é congruente ou congruente simétrico,


esgotando-se, seu tipo subjetivo, no dolo (dolus naturalis). As figuras, v.g., de transportar, trazer

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consigo, guardar, ou, ainda, de adquirir não exigem o fim de traficar enfocado (precedente do
Pretório Excelso e do Superior Tribunal de Justiça).” (STJ, Resp. 172.969, Rel. Min. Félix
Fischer, j. 11.05.1999, DJU 28.06.1999, p. 136)

“Vender, em tema de entorpecentes, é apenas uma da condutas típicas, e não


'condictio sine qua non' de delito de tráfico ilícito, uma vez que deve ser considerado traficante
não apenas quem comercia entorpecente, mas todo aquele que, de algum modo, participa da
produção e da circulação de drogas, como por exemplo, aquele que a 'guarda' ou a 'mantém em
depósito''' (Ap. 1.0324.04.023371-4/001, rel. Paulo Cezar Dias, 3.09.2005, DJ 24.11.2005)

“Tem sido dito e repetido que, para a caracterização do crime de tráfico, não é
indispensável que o agente do crime seja encontrado no ato de comércio, pois o tipo múltiplo do
artigo 12 relaciona diversas outras condutas” (HC 70015107089, 1ª C., rel. Ivan Leomar Bruxel,
17.05.2006).

E mais: por tudo quanto foi até aqui exposto, extrai-se, ainda, a subsunção de suas
condutas ao crime de associação, previsto no art. 35, caput, da Lei nº 11.343/06, pois estavam eles,
indubitavelmente, associados para o tráfico.

A simples união de esforços para o atingimento de um fim comum, num mesmo


ambiente, com a manutenção da droga em um mesmo local, fica caracterizada a associação.

Houve incidência no tipo previsto no art. 35 da Lei de Tóxicos.

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 10
fls. 737

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Aqui, insta salientar que a nova lei de tóxicos não repetiu a anterior, não exigindo
mais a permanência associativa para a caracterização do crime. Basta, agora, que os réus se
reúnam, ainda que por uma única vez, para executar uma meta comum.

Trata-se, em verdade, de reflexo legislativo decorrente da opção do Parlamento em


reprimir, de forma mais grave e efetiva, o crime de tráfico de entorpecentes praticado sob
qualquer forma de associação (é dizer: estável e duradoura, ou não).

Assim, a pretensão acusatória procede. Assentes a materialidade e autoria

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delitivas, passo à dosimetria das penas de cada um dos réus.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu EVERTON é primário e não ostenta maus antecedentes; porém,
considerando a quantidade e a natureza da droga apreendida (“cocaína”), substância que causa
efeitos nefastos à saúde, a reprimenda deve ser fixada em patamar superior ao mínimo, aumentada
de 1/3 (um terço); assim, fixo a pena-base pelo crime de tráfico de entorpecentes em 06 (seis) anos
e 08 (oito) meses de reclusão e 666 (seiscentos e sessenta e seis) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou


atenuantes.

Ausentes causas de aumento ou de diminuição, torno a pena acima definitiva.


Registre-se não ser o caso de se reconhecer a incidência da causa de diminuição prevista no artigo
33, §4°, da Lei n° 11.343/06, tendo em vista a quantidade exagerada de droga encontrada com o
acusado, o que demonstra seu envolvimento com atividades ilícitas, não se tratando de "traficante
pequeno".

A pena referente ao crime de tráfico de entorpecentes será cumprida inicialmente


em regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º,
§ 1º, da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 11
fls. 738

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arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos
fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu EVERTON é primário e não ostenta maus antecedentes, razão pela
qual fixo a pena-base pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes no mínimo legal,
em 03 (três) anos de reclusão e 700 (setecentos) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou


atenuantes.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDSON NAKAMATU, liberado nos autos em 06/04/2018 às 18:39 .
O réu não faz jus à substituição da pena privativa de liberdade, por força de
disposição expressa no artigo 44 da Lei 11.343/06.

A pena referente ao crime de associação ao tráfico será cumprida inicialmente em


regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º, § 1º,
da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,
arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos
fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu LEONARDO é primário e não ostenta maus antecedentes; porém,
considerando a quantidade e a natureza da droga apreendida (“cocaína”), substância que causa
efeitos nefastos à saúde, a reprimenda deve ser fixada em patamar superior ao mínimo, aumentada
de 1/3 (um terço); assim, fixo a pena-base pelo crime de tráfico de entorpecentes em 06 (seis) anos
e 08 (oito) meses de reclusão e 666 (seiscentos e sessenta e seis) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou


atenuantes. Registre-se que as declarações prestadas em juízo não podem ser tidas como confissão
do delito de tráfico, uma vez que o acusado negou o conhecimento a respeito da droga
transportada, limitando-se a afirmar que aceitou a proposta mesmo desconfiando de que havia algo

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 12
fls. 739

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errado no veículo.

Ausentes causas de aumento ou de diminuição, torno a pena acima definitiva.


Anoto não ser o caso de se reconhecer a incidência da causa de diminuição prevista no artigo 33,
§4°, da Lei n° 11.343/06, tendo em vista a quantidade exagerada de droga encontrada com o
acusado, o que demonstra seu envolvimento com atividades ilícitas, não se tratando de "traficante
pequeno".

A pena referente ao crime de tráfico de entorpecentes será cumprida inicialmente


em regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º,

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDSON NAKAMATU, liberado nos autos em 06/04/2018 às 18:39 .
§ 1º, da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,
arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos
fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu LEONARDO é primário e não ostenta maus antecedentes, razão pela
qual fixo a pena-base pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes no mínimo legal,
em 03 (três) anos de reclusão e 700 (setecentos) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou


atenuantes.

O réu não faz jus à substituição da pena privativa de liberdade, por força de
disposição expressa no artigo 44 da Lei 11.343/06.

A pena referente ao crime de associação ao tráfico será cumprida inicialmente em


regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º, § 1º,
da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,
arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 13
fls. 740

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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0001443-34.2017.8.26.0537 e código 3AF5C9E.
fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu OLBIS é primário e não ostenta maus antecedentes; porém,
considerando a quantidade e a natureza da droga apreendida (“cocaína”), substância que causa
efeitos nefastos à saúde, a reprimenda deve ser fixada em patamar superior ao mínimo, aumentada
de 1/3 (um terço); assim, fixo a pena-base pelo crime de tráfico de entorpecentes em 06 (seis) anos
e 08 (oito) meses de reclusão e 666 (seiscentos e sessenta e seis) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por EDSON NAKAMATU, liberado nos autos em 06/04/2018 às 18:39 .
atenuantes.

Ausentes causas de aumento ou de diminuição, torno a pena acima definitiva.


Registre-se não ser o caso de se reconhecer a incidência da causa de diminuição prevista no artigo
33, §4°, da Lei n° 11.343/06, tendo em vista a quantidade exagerada de droga encontrada com o
acusado, o que demonstra seu envolvimento com atividades ilícitas, não se tratando de "traficante
pequeno".

A pena referente ao crime de tráfico de entorpecentes será cumprida inicialmente


em regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º,
§ 1º, da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,
arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos
fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu OLBIS é primário e não ostenta maus antecedentes, razão pela qual
fixo a pena-base pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes no mínimo legal, em 03
(três) anos de reclusão e 700 (setecentos) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou


atenuantes.

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 14
fls. 741

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O réu não faz jus à substituição da pena privativa de liberdade, por força de
disposição expressa no artigo 44 da Lei 11.343/06.

A pena referente ao crime de associação ao tráfico será cumprida inicialmente em


regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º, § 1º,
da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,
arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos

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fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Atento as diretrizes do artigo 59, do Código Penal, e do artigo 42 da Lei de


Drogas, observo que o réu ROMER é primário e não ostenta maus antecedentes; porém,
considerando a quantidade e a natureza da droga apreendida (“cocaína”), substância que causa
efeitos nefastos à saúde, a reprimenda deve ser fixada em patamar superior ao mínimo, aumentada
de 1/3 (um terço); assim, fixo a pena-base pelo crime de tráfico de entorpecentes em 06 (seis) anos
e 08 (oito) meses de reclusão e 666 (seiscentos e sessenta e seis) dias-multa.

Na segunda fase de dosagem da pena, inexistem circunstâncias agravantes ou


atenuantes.

Ausentes causas de aumento ou de diminuição, torno a pena acima definitiva.


Registre-se não ser o caso de se reconhecer a incidência da causa de diminuição prevista no artigo
33, §4°, da Lei n° 11.343/06, tendo em vista a quantidade exagerada de droga encontrada com o
acusado, o que demonstra seu envolvimento com atividades ilícitas, não se tratando de "traficante
pequeno".

A pena referente ao crime de tráfico de entorpecentes será cumprida inicialmente


em regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º,
§ 1º, da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

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Drogas, observo que o réu ROMER é primário e não ostenta maus antecedentes, razão pela qual
fixo a pena-base pelo crime de associação para o tráfico de entorpecentes no mínimo legal, em 03
(três) anos de reclusão e 700 (setecentos) dias-multa.

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disposição expressa no artigo 44 da Lei 11.343/06.

A pena referente ao crime de associação ao tráfico será cumprida inicialmente em


regime fechado, observado o disposto no artigo 33, § 1o, “a” do Código Penal, e no artigo 2º, § 1º,
da Lei 8.072/90, com redação dada pela Lei 11.464/07.

Como são parcas as informações acerca da situação financeira do réu, por isso,
arbitro o valor do dia-multa no seu mínimo legal, calculado sobre o salário mínimo da data dos
fatos e atualizado até o dia do efetivo pagamento.

Como são delitos realizados através de mais de uma conduta, inafastável o


concurso material previsto no art. 69 do Código Penal, razão por que as penas devem ser somadas.

Dessa forma, e por todo o exposto, JULGO PROCEDENTE a pretensão


condenatória ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, para o
fim de: A) CONDENAR, por infração ao artigo 33, “caput”, da Lei nº 11.343/06: EVERTON
GAMBARRO PLOIA, LEONARDO DE FARIA, OLBIS RUEDA GARCIA e ROMER
GUTIERREZ QUEZADA à pena de 06 (seis) anos e 08 (oito) meses de reclusão, em regime
inicial fechado, e ao pagamento de e 666 (seiscentos e sessenta e seis) dias-multa, todos no
valor unitário mínimo; B) CONDENAR EVERTON GAMBARRO PLOIA, LEONARDO
DE FARIA, OLBIS RUEDA GARCIA e ROMER GUTIERREZ QUEZADA, por infração ao

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 16
fls. 743

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art. 35 da Lei nº 11.343/06: à pena de 03 (três) anos de reclusão e 700 (setecentos) dias-multa,
no valor unitário mínimo; C) reconhecer, nas condutas acima descritas, a ocorrência do concurso
material, previsto no artigo 69 do Código Penal, razão pela qual, as penas devem ser somadas.

Os acusados LEONARDO, OLBIS e ROMER não fazem jus ao direito de


apelar em liberdade, pois conforme já decidiu o E. Superior Tribunal de Justiça, “inaplicável a
outorga do benefício a quem já se encontra preso, em flagrante ou preventivamente, por ocasião
da sentença condenatória” (RHC 177 RJ 5ª. T. do STJ, v.u., Rel. M. Assis Toledo, DJU, de
30.10.89, p. 16.512).

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É que “seria incongruente que o réu preso provisoriamente em virtude de medida
cautelar, viesse, ao depois de condenado, ser libertado ex-vi da Lei 5.941/73. Poder-se-ia, então,
dizer que ficou preso pelo menos e foi posto em liberdade pelo mais” (RT 504/339).
Recomendem-se os acusados no presídio em que se encontram. Oportunamente, lancem-se os
nomes dos réus ao rol dos culpados.

Já em relação ao acusado EVERTON, concedo o direito de recorrer em liberdade,


pois encontra-se solto e a instrução processual foi encerrada, ausentes, portanto, os requisitos da
custódia cautelar.

Nos termos do artigo 58, § 1º, da Lei 11.343/06, determino a destruição das drogas
apreendidas, observando-se o disposto no artigo 32, §§ 1º e 2º, do mesmo diploma legislativo,
reservando-se material para contra-prova. Oficie-se.

Transitada em julgado, lance-se o nome dos réus no Rol dos Culpados e oficie-se
ao E. Tribunal Regional Eleitoral para os fins do artigo 15, inciso III, da Constituição Federal.

Não obstante o teor da Súmula 716 do STF, deixo de conceder aos réus a
progressão de regime ou aplicação imediata de regime menos severo, ante a falta de elementos nos
autos que atestem o seu comportamento carcerário, requisito que também deve ser levado em
consideração para que os acusados possam fazer jus ao benefício, nos termos do art. 112, “caput”,
da Lei n° 7.210/84.

0001443-34.2017.8.26.0537 - lauda 17
fls. 744

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Por fim, condeno os acusados ao pagamento das custas equivalentes a 100
UFESP's, nos termos do artigo 4º, inciso III, item 5, § 9º, alínea “a” da Lei nº 11.608, de 29 de
dezembro de 2003, obrigação que fica suspensa em atenção ao disposto nos artigos 11 e 12 da Lei
nº 1.060/50, caso sejam beneficiários da justiça gratuita.

P.R.I.C.

São Bernardo do Campo, 03 de abril de 2018.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006,


CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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