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Revista Brasileira de
Geografia Física
ISSN:1984-2295
Homepage: www.ufpe.br/rbgfe
Monitoramento espaço temporal da malha urbana e da linha de costa por GPS e VANT:
praia Enseada dos Corais, Pernambuco
Dyego Lins da Silva1 Maria das Neves Gregório2 Eduardo Paes Barreto3 Márcia Cristina de Souza
Matos Carneiro4 Carlos Fabrício Assunção da Silva5 Weyller Diogo Albuquerque Melo6
1
Mestrando em Tecnologia Ambiental, ITEP. Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental, - ITEP, Autor
correspondente: dyego.lins@itep.br- 2Professora e Pesquisadora, Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental,
ITEP, nevesgregorio@hotmail.com3 Doutor em Geociências, Mestre em Engenharia Mineral, UFPE
edubarretoy@hotmail.com- 4Doutora em Geociências, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,
carmarcia@gmail.com5 Graduando em Engenharia Cartográfica, Bolsista do Laboratório de Fotogrametria,UFPE,
carlosfew@outlook.com, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Geodésicas e Tecnologias da
Geoinformação da UFPE, Graduado em Engenharia Cartográfica, UFPE wdiogo19@gmail.com 6
Temporal monitoring of urban loop area and coast line GPS and UAVs: praia Enseada dos Corais,
Pernambuco
ABSTRACT
The development of geotechnology for the acquisition of aerial images with mapping purposes was a major advance from
the twenty-first century. This study aimed to analyze the occupation process in allotment Coral Cove, and the relationship
of the urban area on the multitemporal change the shoreline, by utilizing geoprocessing techniques. The methodology
was used aerial photographs from 1974, 1981, 1997, 2010 and 2015 lines, geodetic equipment with GPS / GNSS receivers,
plus the acquisition of aerial images by Unmanned Aerial Vehicle (UAVs). The calculation of the shoreline displacement
was made between the line 1974 and the other years by DSAS extension of ArcGIS 9.1 software. The results the averages
of displacement rates were 1,09 m/years (1974-1981), 1,09 m/years (1974-1981), 0,31 m/years (1974-1997), 0,47 m/years
(1974-2010), -1,06 m/years (1974-2015); presenting accelerated erosion from 2010. The similarity between the shoreline
results in 2015, with different methodologies proves the use of UAVs, with excellent results for the study, due to higher
response speed for monitoring the erosion. The analysis of the urban and the shoreline identified invasions along the
beach environment in Enseada dos Corais.
Keywords: multitemporal analysis, shoreline erosion, uavs.
Introdução
1861
Silva, D. L.; Gregório, M. N.; Barreto, E. P.; Carneiro, M. C. S. M.; Silva, C. F. A.; Melo, W. D. A.
Revista Brasileira de Geografia Física v.09, n.06 (2016) 1861-1879.
1862
Silva, D. L.; Gregório, M. N.; Barreto, E. P.; Carneiro, M. C. S. M.; Silva, C. F. A.; Melo, W. D. A.
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1863
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Figura 2: a) Tipo de vegetação ao sul na área de estudo. b) vegetação de mangue inserida em uma formação
de beachrock. Fonte: Fonte: Elaborado pelos autores (2015)
Geologicamente a área de estudo está nos Vulcano Sedimentar. A área em estudo encontra-se
domínios da Bacia de Pernambuco, limitando-se ao sobre (Figura 3) areias marinhas (AM). Ao longo
norte com a Bacia Paraíba por meio do Lineamento da área encontra-se feições lineares de rocha praial
Pernambuco, situado sob a cidade do Recife ou beachrock (Figura 3b). Elas refletem nível
(Figura 2a). Segundo Mabesoone e Alheiros relativo do mar mais alto do que o atual durante o
(1988), está inserida geotectonicamente em uma Holoceno. Caracteriza-se como um ambiente
bacia sedimentar do tipo rifte, denominada Sub- antropizado, apresentando erosão na faixa de praia
Bacia Cabo. O rifte é composto por uma sequência (Figura 3c).
Figura 3: a) Mapa de localização da Bacia Pernambuco com ênfase nos seus limites estruturais. b) presença de
Beachrock ao sul da praia de Enseada dos Corais.c) residências ao norte que sofrem ação das ondas. Fonte:
Mapa - Barbosa e Lima Filho, 2006. Fotos Elaborado pelos autores (2016).
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Figura 4: GPS/Equipamento TOPCON HIPER L1L2 (equipamento base) e GPS - Geodésico, unidade móvel
de coleta de dados - Condomínio Itapoama II, Coord. x =284925,46 e y = 9082596,911. Fonte: Elaborado
pelos autores (2015).
Linhas de Costa de 2015 por Veículo Aéreos O planejamento foi realizado no software
Não Tripulado (VANT) emotivo 2® pela unidade de geoprocessamento do
O equipamento utilizado foi o micro ITEP/OS (Instituto de Tecnologia de Pernambuco).
VANT eBee: envergadura de 96cm, peso: 630g, Os trabalhos foram auxiliados por visitas de
bateria de Lithium para operação de até 45 campo, onde foram avaliadas as condições físicas
minutos, registro de dados a bordo, sensor de do local e definido os pontos de decolagem e
detecção de solo, pouso linear e circular, motor aterrissagem do equipamento. A função do
elétrico com capacidade de voo em até 57 Km/h (10 emotion 2 foi simular o voo com as condições
m/s), câmera de 16 MP de resolução, cobertura de físicas extraídas em campo, assim, minimizando os
10km2 e resistência a ventos de até 45 km/h (12 fatores de risco ocasionados no processo de
m/s). Todavia, o processo de aquisição de dados foi aquisição das imagens. Em 19 de março de 2015,
realizado em três estágios: planejamento, execução foi executado o plano de voo considerando a maré
e processamento das imagens. de sizígia com altura de 0,1m. O veículo Aéreo Não
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Tripulado decolou as 9:15hs aterrissando 45 a média e desvio padrão. O estudo foi realizado
minutos depois. considerando a comparação entre os resultados
obtidos das taxas e das distâncias entre os
Para o processamento das imagens obtidas transectos da linha de 1974 e os demais anos.
no voo, foi utilizado Software Post Flight Terra
3D®, seguindo a metodologia adotada pela Ocupação Urbana
unidade de geoprocessamento do ITEP/OS, que O cruzamento das imagens obtidas por
consiste: em importar o mosaico de imagens veículo aéreo não tripulado e a construção do
gerado pelo VANT eBee, definir o sistema de delineamento das edificações e propriedade
coordenadas, inserir os pontos de controle no privada foram utilizadas para o desenvolvimento
mesmo sistema de coordenadas e Datum. Para do estudo e relação entre o processo de urbanização
aferição da linha de costa, utilizou-se a linha da e a implantação do loteamento Enseada dos Corais.
última maré identificada através da linha de deixa, Para tanto, foi demarcado a linha de início e
sendo delineada a linha de costa. término das propriedades privadas e linha de
ocupação irregular chegando a realidade em 2015.
Cálculo das variações da linha de costas e Assim, para prospecção evolutiva foi calculado
análise qualitativa entre DGPS e Veículo possíveis cenários com intervalos de 5 anos afim de
Aéreos Não Tripulado (VANT) determinar o quanto a linha obtida em 2015
avançará adentro do continente. O cálculo
O cálculo das taxas de evolução da linha de
obedeceu ao teor da média encontrada no período
costa de progradação e retrogradação foi realizado
de 1974-2015 multiplicado pelo período do
de modo automático na extensão DSAS Shoreline
cenário.
Analysis System (DSAS) do software ArcGis
10.2.2®, através das distâncias dos transectos entre
a linha base (1974) e os demais anos, com intervalo Resultados
de 5 m. A linha da última maré foi utilizada para Para uma melhor compreensão da variação
comparação entre as variações ocorridas. As linhas da linha de costa, os resultados obtidos no estudo
de costa traçadas para cada ano foram utilizadas ao longo dos 41 anos encontram-se agrupados na
para o cálculo da variação das taxas entre a linha Tabelas 1 e 2, os dados expõem as taxas e as
base (1974) e os anos de 1981, 1997 e 2010 e 2015. distancias máximas, mínimas, médias, medianas e
A variação das distâncias (m), foram sua dispersão através do desvio padrão. As
calculadas pela multiplicação da variação das taxas variações dos deslocamentos entre a linha base
pelos números de anos em relação à linha base. A (1974) e os demais anos (1981, 1997, 2010 e 2015),
fim de uma melhor compreensão, os dados foram encontram-se representados nas Figuras 5 a 11.
agrupados em um programa estatístico e calculada
Tabela 1: Dados das taxas entre os anos 1974, 1981, 1997, 2010 e 2015. Fonte: Elaborado pelos autores (2016)
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(Tabela 1), encontra-se também para o mesmo transecto 551 ao 353. Na direção de sul para
período (-4,07 m/ano). Entretanto o valor norte, entre o período de 1974-1981,
máximo observado para o período de 1974- apresentou retrogradação do transecto 111 até
2015, corresponde a um deslocamento 133 e do transecto 353 ao 529, nos demais
negativo da linha de costa (-0,24 m/ano). Em ocorre a progradação. Entre 1974 a 1997, a
relação a dispersão dos dados, o maior valor do retrogradação ocorre entre o transecto 177 até
desvio padrão foi observado entre 1974- 221 e 309 até o 507. Entre 1974 a 2010, o
1981(3,29), apresentando uma diminuição processo ocorre de forma pontual entre os
nesta dispersão para os demais períodos, com transecto 331 até 353 e nos 441, 485 e 529.
um menor valor entre 1974-205 (0,30). Apesar das variações podemos notar que a
A Figura 5, apresenta as taxas de partir do transecto 309 até o 529 sempre houve
progradação e retrogradação de todos os uma tendência a erosão.
períodos analisados, assim, distribuídos de sul
para o norte: ao sul, do transecto 1-177; ao
centro, do transecto 178 – 353; e ao norte, do
Sul Norte
Sul Norte
Sul Norte
Sul Norte
Figura 5: Resultados das taxas de progradação e retrogradação entre os anos 1974, 1981, 1997, 2010 e 2015.
Fonte: Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Individualmente os resultados médios das relação a dispersão dos dados (Tabela 01), o maior
taxas de velocidade por ano, progradação e valor do desvio padrão foi observado entre 1974-
retrogradação, não se distanciaram dos valores das 1981(3,29), apresentando uma diminuição nesta
medianas representando assim uma função normal dispersão para os demais períodos, com um menor
nos dados observados (Tabela 01 e Figura 6). Em valor entre 1974-205 (0,30).
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Figura 6 – Histograma de distribuição taxas (1974, 1981, 1997, 2010 e 2015).Fonte: Elaborado pelos autores
(2016).
Os maiores valores nas distâncias dos 1974-1981 (53,42m) e 1974-2010 (46,58 m),
transectos (Tabela 2) observados na área de estudo, estando as médias de suas distâncias positivas
e sob a relação à progradação, foram os anos de nestes mesmo anos.
Tabela 2: Dados das distancias entre os anos 1974, 1981, 1997, 2010 e 2015. Fonte: Elaborado pelos autores
(2016).
Média Mediana Máximo Mínimo Desvio
Períodos (m/ano) (m) (m) (m) Padrão
1974 - 1981 7,52 5,60 53,42 -28,50 23,01
1974 - 1997 -0,42 1,46 38,40 -41,31 17,66
1974 - 2010 9,61 7,32 46,58 -17,09 16,83
1974 - 2015 -60,10 -60,08 -26,16 -83,51 10,78
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A B
C D
Figura 7: Deslocamento da linha de costa e suas respectivas áreas de progradação (cor azul) e retrogradação
(cor vermelha), praia Enseada dos Corais (PE): a) período 1974-1981; b) 1974-1997; c) 1974-2010; d) 1974-
2015. Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
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A B
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Tabela 4: Cenários futuros do processo erosivo, na praia Enseada dos Corais. Fonte: Elaborado pelos autores
(2016).
Escala Temporal Cenário 01 Cenário 02 Cenário 03
2016 – 2021 (5 anos) 2016 – 2026 (10 anos) 2016 – 2031 (15 anos)
Media -5,29 -10,58 -15,87
40 Metros
Figura 9: Ao centro da área de estudo, a planta de loteamento aprovada em 1984 e a linha (cor vermelha) que
representa o limite do direito à propriedade privada. Elaborado pelos autores (2016).
A figura 10 representa o processo de início dos lotes contidos nas quadras que fazem
ocupação do loteamento Enseadas dos Corais e no divisa entre a faixa de praia e o loteamento Enseda
contexto do ano de 2015, a implantação dos lotes dos Corais, a linha azul marca o término dos lotes
resulta na falta de clareza nos marcos e limites do e a linha vermelha, as construções irregulares
processo de edificação. A linha preta representa o executadas pelos proprietários dos lotes. Pode-se
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notar que vários proprietários construíram além de interferência antrópica no ambiente praial (faixa de
seu direito de propriedade, resultando na praia e pós-praia).
A B
Figura 10: Mapas dos limites de propriedades e ocupação irregular no loteamento da praia Enseada dos Corais
(PE): a) linha preta, início dos lotes contidos nas quadras que fazem divisa entre a faixa de praia e o loteamento,
linha azul marca o término dos lotes, a linha vermelha, as construções irregulares. b) linha preta/amarela início
do direito do proprietário, linha azul marca o término do direito do proprietário, e a linha vermelha, as
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construções irregulares. Rever com Diego, não entendi direito (essa legenda deixe para depois). Fonte:
Elaborado pelos autores (2016).
O DSM (Digital Surface Model), modelo digital de superfície (Figura 11), reforça o processo
de ocupação sobre a linha de costa e o perfil longitudinal do terreno, visualizando em terceira
dimensão os resultados obtidos pelo uso das imagens aéreas adquiridas por veículo aéreo não
tripulado.
Linha de costa
Figura 11: Vista Panorâmica - Imagem Modelo em Orthomosic e DSM. Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Sua população total, que em 2000 era de 7.622 possuem extensões de sua propriedade ocupando o
habitantes, em 2010 registrou 21.180 habitantes, ou pós-praia possivelmente agravando o processo
seja, um acréscimo próximo a 200% em sua erosivo e prejudicando o balanço sedimentar.
população (IBGE, 2010). Baseado na linha de costa de 2015, foi
Diante desse crescimento e ocupação do criado três cenários que esboçam possíveis
espaço à construir, o estudo aborda aspectos posicionamentos da linha de costa sob perspectiva
metodológicos usando o limite da propriedade já diferentes entre 5 e 5 anos, totalizando 15 anos.
consolidada para determinada ocorrência de Manso (2012) realizou a construção de cenários na
construções irregulares fora da propriedade praia de Porto de Galinhas (PE) utilizando a
escriturada. Usualmente, estudos abordam a busca variação da linha de premar em 100 anos. O
pela delimitação da faixa não edificante das praias, resultado foi dado em décadas, mais sua média em
e são realizados por levantamentos topográficos, anos chegou a 4,23 m/ano em um cenário
caracterização sedimentar, mapeamento da linha de pessimista. Diferente de Mazzer et al. (2008) que
preamar máxima e delimitação da zona não elegeu oito variáveis ligadas à morfodinâmica
edificante da orla através da Lei de Brunn (1960) costeira e duas taxas de variação da linha de costa
sob diferentes cenários de elevação do nível do mar em escalas interanual e interdecadal para
(Manso et al, 2012). Nesta ótica, vários lotes estabelecer índices de vulnerabilidade costeira.
Conclusão
O estudo retrata a importância da dinâmica dos retrogradação da linha de costa de -1,06 m/ano.
ambientes costeiros, bem como, a influência de Fato este que inclui a necessidade de ações
intervenções antrópicas na morfologia do sistema urgentes no ordenamento urbanístico e econômico
praial. Logo, os ajustes no contorno litorâneo na localidade.
podem acontecer no decorrer de anos, bem como, Constata-se que o adensamento populacional
as mudanças no processo de urbanização. aliado a ausência do poder público, que não
Neste trabalho, foi gerado dados espaciais que promoveu uma fiscalização e nem implantação de
permitem o planejamento preventivo e corretivos infraestrutura urbanística adequada, resultou em
em zonas costeiras; de modo, que seja asseguradas um quadro de degradação atual. Áreas de lazer,
a potencialidade ambiental e turística, bem como, extensões de edificações e diversas construções no
o desenvolvimento econômico dos habitantes ambiente do pós-praia, possivelmente sofrerão com
locais. o ambiente natural a reivindicar o espaço destinado
Ações direcionadas a gestão integrada da zona a progradação e retrogradação natural do ambiente.
costeira são necessidades urgentes constatadas Para respostas de monitoramento da linha de
nesta pesquisa. A presença de retrogradação ao costa, utilizar o Veículo Aéreos Não Tripulado
longo da faixa litorânea na praia de Enseada dos (VANT) acrescenta a possibilidade do uso dessa
Corais, é um fato acompanhado das invasões nova geotecnologia para aquisição das imagens
causadas pelos proprietários dos loteamentos na aéreas em tempo real, ao mesmo tempo que
região do ambiente praial, bem como, há possibilita um mapeamento de baixo custo, rápido
evidencias associadas as causas antrópicas as e conciso para o levantamento de zonas costeiras.
causas naturais, principalmente a partir de 2010. Então, esse instrumento poderá atender os estudos
Através dos resultados obtidos de cenários relacionados ao traçado da linha de costa,
futuros, aliados a ausência de deposição de sobretudo por fornecer resultados semelhantes aos
sedimentos ao longo da área de estudo foi constado obtidos através das metodologias aplicadas pela
um cenário pessimista no deslocamento da linha de coleta de dados tradicional com receptores de GPS
costa, esta adentrará mais ao continente. Na praia Geodésicos.
Enseada dos Corais poderá ocorrer um processo de
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