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Os Anos 90 : Abertura da Economia e as Reformas Estruturais

O período de 1990-94 foi marcado pelo início do processo de privatização e de


abertura econômica. De forma estilizada, ao final dos anos de 1990, após uma
década sem investimentos e em luta (sem sucesso) pela estabilização, o modelo
de crescimento brasileiro, com grande ênfase na substituição de importações,
havia se esgotado. No caso brasileiro, as mudanças ocorreram de forma lenta,
quando comparadas com diversos outros países da América Latina.

A primeira metade dos anos 90 marca a posse do primeiro presidente eleito pelo
voto direto, fato que não ocorria desde a ditadura no país. Nos anos anteriores a
inflação tinha chegado a niveis galopantes. Collor assume em Março de 1990 com
discurso centrado na denúncia da corrupção, assistência as camadas mais
desfavorecidas da sociedade e promessas de mudanças profundas na economia.

As politicas de intensificação da abertura econômica e de privatização do governo


Collor se inseriam no contexto da chamada nova Política Industrial e de Comércio
Exterior (PICE), lançada no início do governo como incntivo a competição e a
competitividade. Apoiado pela legitimidade das urnas, pelo conteto internacional
pró-reformas, pela insatisfação do público perante a deterioriação dos serviços
prestados por algumas estatais; e pela própria crise do Estado, o governo
enfatizaria, no âmbito interno, uma estratégia maior de privatização – sob a
crença de que haveria aumento da competição e, assim, aumento da eficiência) e,
no âmbito externo, a reforma tarifária e de comércio exterior.

Nos anos 1990, o Plano Nacional de Desestatização (PND) foi considerado


prioritário. Através dele, pretendia-se :

1. Contribuir para o redesenho do parque industrial


2. Consolidar a estabilidade
3. Reduzir a dívida pública (via aceitação de títulos como moeda de
privatização, demissões de funcionários publicos - “marajás” e
enxugamento da máquina)

Os principais setores privatizados foram os de siderurgia, petroquímica e


fertilizantes.
A natureza relativamente modesta das privatizações realizadas em relação aos
prognósticos iniciais tem relação com:

 Muitas empresas públicas estavam em má situação financeira e precisavam


ser saneadas para que existisse interesse na sua aquisição
 Existia grande dificuldade em avaliar os ativos de diversas estatais, após
anos de alta inflação e várias mudanças de moeda
 Havia resistência do público e um governo que perdia credibilidade
 Alguns setores, como jazides minerais e setor elétrico, não podiam ser
vendidas para estrangeiros.
 Não havia experiência de privatização
 Esforço do governo voltado ao combate da inflação, deixando as
privatizações em segundo plano

O governo Collor também foi marcado por profundas mudanças na política de


comércio exterior uma que, simultaneamente à adoção do câmbio livre,
intensifcou-se o programa de liberalização de importações (reforma tarifária, com
reduções graduais, para preparar os produtores nacionais para uma economia
mais aberta).

Comparando a experiência brasileira com a de outros países latino-americanos ou,


mesmo, com algumas experiências asiáticas, ritmo e a extensão das reformas
introduzidas no período Collor/Itamar podem ser considerados razoavelmente
moderados, compreendendo as dificuldades que a indústria nacional teria após
anos de baixo nível de investimento e turbulência econômica.

Plano Collor I

O plano Collor I foi lançado no dia da posso do novo presidente da República.


Através deste, o cruzeiro foi reintroduzido como padrão monetário e foi
promovido um novo congelamento de preços e bens e serviços. As medidas deste
novo congealmento foram, todavia, desrespeitadas e pouco caracterizam o Plano.
De fato, após sucessivos choque semelhantes, tais ações não contavam com
menor credibilidade.

Foi na área financeira que se deu a maior (e bastante traumática) mudança - > o
sequestro da liquidez. Todas as aplicações financeiras que ultrapassassem o limite
de Cr$ 50.000 (cerca de US$ 1.200, ao câmbio da época) foram bloqueadas por
um prazo de 18 meses.
No que tange às medidas ficais, o Plano Collor I promoveu um aumento da
arrecadação ( através da criação de novos tributos, aumento do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Obrigações Financeiras (IOF) e
outros; redução de prazos de recolhImento; suspensão de benefícios e incentivos
fiscais não garantidos pela Constituição, combate a sonegação), redução do
número de ministérios, demissões de funcionários públicos, regime de câmbio
flutuante.

O diagnóstico do Plano Collor era de que existia uma fragiilidade financeira do


Estado. O plano propunha resolver o problema da alta inflação através de uma
desindexação parcial da economia e desoneração temporária do pagamento de
juros sobre a chamada “moeda indexada”. Assim como a moeda de curso
corrente, a “moeda indexada” tinha liquidez absoluta, mas, ao conrário da
primeira, possuia rendimento nominal positivo, em geral superior à inflação.
Assim, embora não pudesse servir de meio de troca, cumpria as funções de
reserva de valor e de unidade conta na economia.

O plano recebeu críticas de todas as partes:

 O bloqueio de recursos foi considerado uma inadmissível intervenção


estatal, que tirava a confiança dos poupadores no sistema financeiro
nacional, com graves consequências para o país
 O congelamento dos preços também foi questionado dado o seu desgaste
perante o público
 O ajuste fiscal, que se baseava no aumento de receitas e não em corte de
gastos
 Questionava-se também o carater fortemente recessivo do plano
 Porém, a maior crítica era de natureza teórica: o plano teria confundido os
conceitos de “fluxo” e “estoque” (o bloqueio dos ativos monetários
restringia apenas o estoque de moeda inexada inexistente, mas não
acabava com o processo que a criava, ou seja, não eliminava o seu fluxo - >
Pela teoria quantitativa de moeda, o fluxo de moeda que gera infação, e
não seu estoque, torando o plano inconsistente.)

Na prática, o plano Collor I conseguiu fazer com que a inflação tivesse uma
redução inicial significativa, ao mesmo tempo em que a economia sofria uma
forte retração. Entratanto, ao longo do ano voltou a ocorrer uma aceleração
inflacionária

Plano Collor II

Em fevereiro de 1991, foi lançado o Plano Collor II, cujo objetivo era conter as
taxas de inflação, na época em torno de 20% ao mês.
A forma de alcançar esse objetivo, na concepção do plano, era atráves da
racionalização dos gastos nas administrações públicas, do corte das despesas e da
aceleração do processo de modernização do parque industrial – pelo conceito
apresentado, a modernização ampliaria a oferta, a custos menores.

O plano propunha dar fim a todo e qualuqer tipo de indexação da economia,


considerada a principal causa da retomada da inflação. Foi criado o Funde de
Aplicações Finceiras (FAF), que teria por rendimento a Taxa Referencial (TR),
baseada numa média das taxas do mercado interbancário. A TR, porém, ao
contrário dos antigos indexadores, introduzia um elemento forward looking para a
indexação no Brasil, sendo este o componente principal para a dinâmica de
formação dos preços. Em vez de a indexação se basear em movimentos da
inflação passada, como no mecanismo de corração monetária, a TR embutia
expectativas de inflação futura. Criava-se assim o “neogradualismo”.
O neogradualiso partiria do princípio de que as pessoas observam o
comportamento fiscal corrente do governo e dele inferem suas expectativas de
inflação. Tudo se passaria como na atuação de um “ciclo vicioso” em que os cortes
fiscais baixam a inflação, e (desde que não hjaa choques de nenhuma espécie)
isso gera mais credibilidade e permite a inflação cair lentamente.

O problema é que embora fosse defensável como estratégia de estabilização, o


neogradualismo não funcionou. A rigor, durante alguns meses, possibilitou a
queda da taxa de inflação. Porém, a sucessão de escandâlos políticos inviabilzou
toda e qualquer açào política ecônomica que dependesse da credibilidade do
governo. As denúnicas de corrupção culminaram em um processo de
impeachment, que levou, à renúncia de Collor com a ascensão ao poder do vice
Itamar Franco (1992).

O Plano Real
Foi concebido como um programa de tres fases:
1. Promover um ajuste fiscal que levasse ao “estabelecimento do equiíbrio das
contas do governo, com o objetivo de eliminar a principal causa da inflação
brasileira”
2. Criação de um padrão estável de valor denominado Unidade Real de Valor
(URV)
3. Conceder poder liberatório à unidade de conta e estabelecia as regras de
emissão e lastreamento da nova moeda (real) de forma a garantir a sua
estabilidade

O diagnóstico do desajuste das contas públicas como principal causa da inflação


brasileira torna o Plano Real, na sua concepção, diferente dos seus precursores
das décadas de 80 e 90. Ademais, embora todos os planos desde o Cruzado (86)
atribuissem grande importância a necessidade de desindexação para a
estabilidade dos preços, a proposta da URV era bastante original e bem mais
complexa que os congelamentos de preços propostos anteriormente.

Fase I: O Ajuste Fiscal

A chamada “primeira fase” do Plano Real foi composta por dois esforços de ajuste
fiscal → o Programa de Ação Imediata (PAI) e o Fundo Social de Emergência (FSE).

O PAI tinha por foco a redefinição da relação da União com os Estados e do Banco
Central (BC) com Bancos Estaduais e Municipais, além de um programa de
combate à sonegação. Outras medidas do programa eram o corte no orçamento
da União, austeridade fiscal com Estados e Municípios e a redefinição da função
dos bancos federais.

Como continuidade a esses esforços, foi proposta a aprovação da FSE. Esse serie
consituído através da desvinculação de alguns receitas do governo federal,
visando atenuar a excessiva rigidez dos gastos da União ditada pela constituição
de 88. Pretendia-se, com esse Fundo, resolver a questão do financiamento dos
programas sociais brasileiros.
Fase II: Desindexação
A segunda fase do Plano buscava eliminar o componente inercial da inflação.
Partiu-se do princípio de que para acabar com a inflação era preciso ˜zerar a
memória inflacionária”. Mas, em vez da utilização de congelamentos de preços, a
desindexação seria feita de forma voluntária, através de ma quase moeda, que
reduziria o periódo de reajuste de preços.

A estratégia de redução do reajuste dos preços (superindexação) para posterior


desindexação partia da observação de que, paradoxalmente, é mais fácil combater
uma hiperinflação do que eliminar inflações altas e institucionalmente enraizadas.
Historicamente, hiperinflações terminam de forma abrupta, enquanto inflações
mais moderadas podem se revelar persistentes ao longo de anos.
Na alta inflação, os preços acompanham movimentos da inflação passada,
enquanto na hiperinflação os preços passam a seguir diariamente movimentos de
outra moeda, em geral o dolár. Retiram-se os vínculos dos preços com o passado e
criam-se pré-condições para acabar com a inf;çaão, através de uma “nova moeda”,
sem memoria. Através do URV, propunha-se uma reforma monetária que anulasse
a memoria inflacionária do sistema, de forma a simular uma hiperinflação, sem
viver suas consequências.

Estipulou-se então, no Plano Real, que, simplesmente, não existiria uma “nova
moeda”, mas apenas uma nova unidade de conta. A URV foi então racionalizada
como um processo de recuperação das funções de uma mesma moeda. Através
dela se recuperaria, primeiramente, a função de unidade de conta (já que o URV
era apenas um indexador para contratos, permanecendo o cruzeiro real com a
função de meio de pagamento), para depois transformar a URV em Real,
resgatando sua função de reserva de valor, pelo fim da inflação.

Em vez da utilização do congelamento de preços, a desindexação nesse caso seria


feita de forma voluntária → o voluntarismo na adesão à urveirização dos contratos
reforçava a ideia de que o Plano Real respeitava, ao máximo, os mecanismos de
mercado.

Fase III: Ãncora Nominal


Quando todos os preços estavam “urvizados”, houve troca da base monetária para
o Real.
O Banco Central anunciou um enorme aperto de liquidez. Os recolhimetos
compulsórios sobre depósitos a vista foram aumentados, além da fixação dos
depositos compulsórios a prazo e a poupança em 20%. O objetivo desse aperto
era conter o impulso de demanda que se verificara após a estabilização no Brasil.
As metas / ancôras monetárias não foram cumpridas. O grande mérito da adoção
de uma ancora cambial consiste em acelerar o processo de convergência para os
padrões internacionais de inflação, tendo poucos efeitos recessivos sobre a
economia quando comparado com medidas desinflacionárias de corte de
demanda.
Apesar das vantagens da âncora cambial no tocante à rápida convergência dos
preços e ao aumento dos prazos de contratação, sua adoção tem consequências
negativas para determinadas variáveis econômicas. São cinco as mazelas
ressaltadas pelos críticos da proposta da âncora cambial:
1. reforça a absorção interna, podendo ocasionar pressões inflacionárias e até
o abandono do programa
2. faz com que a economia perca competitividade no comércio exterior, em
função do aumento dos salários medidos em doláres
3. deteriora as contas externas, devido à apreciação real do câmbio uma vez
que a inflação interna cai, porém, permanece acima da internacional por
um tempo
4. até que o programa se torne crível ou devido à existência de rigidez em
alguns preços, as taxas de juros devem permanecer inicialmente superiores
às internacionais, para depois convergirem
5. provoca ciclos na atividade real da economia
Como é perceptível pela evolução da conjuntura entre 94-98, o Plano Real
apresentou diversas características comuns aos planos baseados em âncora
cambial adotados em países de longa história inflacionária. Assim como nas
demais expêriencias:
 Houve apreciação cambial, decorrente de um câmbio pouco flexível e
resistência na queda da inflação
 A atividade real da economia sofreu um boom inicial com queda do
desemprego (95) e posterior aumento deste
 A expansão do produto (também) se baseou principalmente no consumo
(duráveis em particular, mais sensiveis ao crédito), apesar de que, como na
experiência internacional, tenha ocorrido modesto aumento do
investimento produtivo e ganhos mais significativos de produtividade.
 Os salários reais, nos primeiros períodos do Plano, também se elevaram
 Os índices de preços ao consumidor tenderam a ficar, numa primeira fase,
acima dos índices de preço por atacado (onde os tradables têm maior peso)
 Houve rápida deterioriação da balança de conta-corrente
 O Brasil teve déficits em transações correntes financiados por fluxos d
capital, abundantes durante certo tempo, que se reverteram em momentos
de crise de confiança (Crise do México, Crise Asiática e Crise Russa) e, por
fim, o país sofreu uma crise cambial seguida de desvalorização, em 99.
Apenas duas variáveis não se comportaram no Brasil, como previsto pela teoria
econômica desenvolvida para explicá-la: os juros e o déficit público.
As taxas de juros foram mantidas elevadas ao longo de todo o período 94-98,
como se mostraram bastante voláteis. Diante desse comportamento, pode-se
dizer que os elevados juros durante todo o periodo do real foram usados como
uma arma contra a inflação, levando a uma mudança, por opção de política
ecônomica, para uma âncora de juros em detrimento da âncora cambial.
A combinação de câmbio apreciado com elevados juros colocou a economia em
uma trajetória de crescimento cada vez menor, déficits crescentes no balanço de
pagamentos e expansão da dívida pública.
Por que o Plano Real deu Certo?
1. As condições externas para a estabilização era muito melhores em 94 do
que nos anos 80. Havia abundância de liquidez internacional e um elevado
patamar de reservas. Além disso, na década de 90 a economia brasileira se
tornou muito mais aberta. Por úlimo, o Brasil concluiu um reescalonamento
da dívida externa devido a um acordo nos moldes do Plano Brady em 94.
2. A estratégia da URV provou ser muito superior à de desindexação via
congelamento de preços. Enquanto o último provocava uma série de
desajusts nos preços relativos, a URV previa um período para o alinhamento
destes preços.
3. O governo contava com o apoio político do Congresso e uma perspectiva de
continuidade com o presidente FHC
4. Os elevados juros e o câmbio apreciado foram armas fundamentais na
consolidação da estabilidade durante todo o período 95-98, embora com
profundas consequências sobre a dinamica da dívida publica e para o
crescimento.
O Plano Real fica na história como uma estratégia complexa e bem-sucedida de
desmonte de um sofisticado sistema de indexação, construído ao longo de 30
anos, desde 1964. Todavia, o problema da indexação, infelizmente, não
desapareceu por completo, permanecendo um desafio para os próximos governos

1º governo de FHC – 1995 até 1998

Resumo Inicial

 Governo se inicia com a necessidade de estabilizar a economia que estava superaquecida com o
crescimento da demanda (receio do boom de consumo mal gerenciado como ocorreu em anos
anteriores)
 A Crise do México ocorreu devido à drástica desvalorização por conta do balanço de pagamento
(BP) do país. A crise ocasiona a redução da demanda de capitais externos e o governo do Brasil
passa a considerar que regimes de câmbio rígido não são bons com receio de ser afetado com
crise similar
 Queda das reservas internacionais devido aos dois fatores anteriores: aumento da demanda
agregada e redução das entradas de capitais associadas ao ambiente externo
 Dado esse contexto, são aplicadas medidas como microdesvalorizações cambiais e elevação da
taxa de juros. Quando se recompõe a liquidez internacional, instaura-se uma nova política
cambial, sem desvalorizações
 Plano Real (plano heterodoxo) estava calcado na taxa de juros para controlar a inflação. A taxa de
juros alta fez crescer o déficit público, apesar de ter elevado os investimentos
 Estabilidade gerada pelo plano incentivou a entrada de capitais externos
 Inflação no 1º ano do Real (jun-95) = 33%a.a.
 Desvalorização cambial controlada de 6%
 Aumento taxa de juros nominal de 3,3% para 4,3%
 Sucesso contra inflação por causa da política monetária de juros altos (21% p/ 43% a.a. em 1997)
 Problemas: desequilíbrio externo e crise fiscal
 O déficit em transações correntes (comercial + serviços) leva a:
o Câmbio valorizado – importações crescem e exportações caem (balança comercial
tendendo ao negativo)
o Taxa de juros e remessa de dividendos altas – investimentos externos impactam na
balança de serviços

Plano Real

Pressupostos:
 Inflação: caráter inercial (propagação indiscriminada do aumento de preço), levando a
necessidade de uma reforma monetária
 Houve certo cuidado com erros anteriores:
o Adoção gradualista: não houve congelamento dos preços. A moeda foi sendo substituída
naturalmente (transição fez com que as duas moedas fossem adotadas ao mesmo
tempo)
o Tomou cuidado com problemas com déficit público, explosão do crescimento e crises
externas
 Porém, o contexto da época era diferente, pois existiam reservas, o ambiente era competitivo
devido à abertura comercial e havia a possibilidade de financiamento externo
 O Plano foi salvo por dois fatores: política monetária (sem os juros altos daquela época
dificilmente o plano teria escapado de sofrer o mesmo destino que os demais) e a situação
financeira internacional (países retornaram à ampla liquidez e buscavam pela atratividade dos
mercados emergentes)

Três Fases:
1. Ajuste fiscal prévio (suave):
o Corte de despesas (PAI)
o Aumento de impostos (IPMF)
o Diminuição de transferências (FSE)
2. Indexação completa (superindexação) da economia:
o Indexação dos preços pela URV (unidade de conta com paridade fixa com o dólar) com
conversão dos preços e rendimentos
o Sistema bi-monetário (moeda antiga e nova ao mesmo tempo) com tentativa de simular
efeitos de uma hiperinflação em uma moeda sem prejudicar a outra, alcançando
sincronia de preços
o Não se sabia se os preços estavam caros ou baratos
o Leva ao controle da inflação inercial
3. Reforma monetária – Real:
o Quando preços deixam de ser indexados pelo URV e passam a constar apenas pelo valor
do Real

Aspectos Ortodoxos:
 Preocupação com aspectos tendenciais da inflação
 Necessário impedir que novos choques se transformem em processos inflacionários:
o Sinalização de preocupação com controle de demanda
o Tratamento diferenciado para bens negociáveis e não-negociáveis
o Metas (âncoras) monetárias não cumpridas
o Criação de mecanismos de crédito (surgimento de financeiras)
o Manutenção de juros elevados e entrada de recursos externos
o Âncora cambial e abertura comercial: Existe uma super âncora cambial por causa da
entrada de recursos externos que levou à valorização cambial (principal aspecto na
estabilização pós Real)

Principais impactos:
 Queda rápida da inflação, porém de forma mais lenta do que no Cruzado
 Valorização cambial (real e nominal) com a entrada de recursos externos e abertura comercial
(camisa de força para preços)
 Crescimento da demanda (consumo e investimento) decorrente do:
o Aumento do poder aquisitivo pelo fim do imposto inflacionário
o Recomposição dos mecanismos de crédito
o Demanda reprimida
o Aumento do horizonte de previsão
o Ilusão monetária

Problemas (desequilíbrio externo):


 Aparecimento de déficits comerciais pela combinação entre valorização cambial, abertura
comercial e aumento da demanda por importações (importação com crescimento muito maior
do que exportação)
 Financiamento do próprio déficit em conta corrente com queima de reservas e/ou entrada de
recursos (endividamento externo e realimentação de desequilíbrios). Déficit de serviços e rendas
praticamente dobrou no primeiro governo FHC
 Brasil apresenta dois problemas:
o Pauta de importação: excesso de bens de consumo (dificuldade com capacidade futura
de pagamento da dívida)
o Entrada de capital de curto prazo
 Esses problemas eram consequência da forte apreciação cambial dos primeiros meses do Real

Crise do México:
 Ocorre no fim da primeira fase do Plano Real
 Brasil estava em uma situação arriscada e insustentável no longo prazo depois das eleições (no
final de 1994)
 Quando houve as primeiras tentativas de controle da demanda
 Estanca-se a apreciação cambial e controle de entrada de capitais
 Desvalorização tímida e gradativa (risco inflacionário)
 Controle de demanda agregada através de restrições monetárias e creditícias e da elevação da
taxa de juros

Plano Real Pós-Crise do México:


 Principal instrumento: Política Monetária
o Objetivo de conter a demanda e evitar déficits comerciais expressivos
o Administração da taxa de juros: conter atividade e promover ingresso de capital
 Efeitos:
o Retração da atividade econômica
o Inadimplência e crise financeira
o Crise financeira combatida com Proer e Proes
 Juros altos e entrada de recursos, mas sem valorização cambial (ampliação de reservas)
 Para evitar impacto monetário, houve a esterilização (ampliação da dívida pública interna, dado
que não se conseguia obter superávits fiscais)
 Assim, define-se uma trajetória de stop and go em que os condicionantes externos dão o ritmo
da economia brasileira:
o Crise externa leva ao aumento dos juros e à contração econômica
o Alívio externo leva à diminuição dos juros e ao crescimento

Desequilíbrio (Crise) Fiscal e Mudança Monetária

Deterioração da situação fiscal a partir de 1995:


 Redução do superávit primário, apesar do aumento da carga tributária, com forte elevação das
despesas primárias (destaque para a previdência)
 Forte elevação da dívida pública ao longo do primeiro mandato de FHC
 Fatores: redução do superávit primário, passivos contingentes (esqueletos, crise financeira),
elevados gastos com juros (há piora apesar da carga tributária e dos recursos da privatização)
 Ao longo do período, houve deterioração dos indicadores de endividamento, tanto externo
como público. As autoridades imaginavam que os ajustes poderiam esperar até o momento pós-
privatizações

Crises em outros países e o Brasil:


 Crise asiática (1997): Afetou o Brasil, pois o país não conseguiu completar o pacote fiscal
programado, levando à contração econômica. Levou ao aumento de juros, mas as reservas foram
recompostas
 Crise da Rússia (1998): Também houve elevação de juros e problemas com pacote fiscal, mas
reservas não se recuperaram

 Dificuldades no Brasil: Elevação dos spreads e sustentação cambial difícil (desvalorização


eminente)

 As crises internacionais afetaram o Brasil pelo efeito contágio, ou seja, apesar de a crise não ter
ocorrido no país, os países desenvolvidos reduziram os empréstimos aos países emergentes
como um todo (ataque especulativo)
 O ganho desse cenário foi a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal para que se cumpra a carga
tributária

A mudança cambial:

 Depois da crise russa, a desvalorização fica eminente. Porém dois pontos seguram essa situação:
o calendário eleitoral (reeleição do FHC) e a exposição do setor privado à desvalorização cambial
(setor privado com passivos em moeda externa). Temia-se que uma maior desvalorização fugisse
do controle e levasse o Brasil a uma crise similar ao do México. Além disso, o governo tinha a
esperança de que o resto do mundo continuasse a financiar o país, em um processo no qual os
ajustes fossem feitos gradualmente

 No 2º semestre 1998, há a preparação para desvalorização através do pacote com o FMI e ao


assumir o risco cambial (dá hedge – cobertura - para o setor privado: mercado futuro e à vista de
dólar, dívida pública interna com cláusula cambial) com socialização dos prejuízos
 Em janeiro de 1999, o câmbio fica flutuante e ocorre a desvalorização

Consequências da mudança cambial:

 Riscos da desvalorização:

o Volta da inflação pela crise do México

o Contração econômica pela crise na Ásia

 Brasil adota sistema de metas inflacionárias:

o Inflação: pequena elevação no curto prazo, mas não é permanente

o Não teve grande contração como Ásia

 Reduzido efeito patrimonial da desvalorização

 Existe alguma substituição de importações

 Recuperação do crescimento reprimido por manutenção de juros elevados

o Desvalorização permite queda da taxa de juros, mas foi inferior ao imaginado. Os juros
se mantiveram altos em função das dificuldades externas e da inflação

 Recuperação lenta do setor comercial externo:

o Maior sensibilidade no curto prazo ao crescimento econômico

o Problemas com termos de troca

o Dificuldade em se recompor mecanismos exportadores

 Problema nas Finanças Públicas:

o Efeitos patrimoniais da desvalorização suportada por Governo (ampliação do


endividamento público)

o Para evitar explosão da dívida pública e compensar os pagamentos de juros, era


necessário a geração de superávits fiscais primários

o Expressivo aumento da carga tributária federal não compartilhada e implementação da


LRF (Lei da Responsabilidade Fiscal)
Gestão FHC

Mudanças:

 Privatização

 Fim dos monopólios estatais de petróleo e telecomunicações

 Mudança no tratamento ao capital estrangeiro (isso é bom, mas perigoso)

 Saneamento do sistema financeiro:

o Queda da inflação

o Perda de receitas pelas fusões de bancos

o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro


Nacional (PROER): objetivo de ajudar na recuperação das instituições financeiras que
estavam com graves problemas de caixa, o que poderia gerar uma crise econômica
sistêmica. Programa existiu até a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal que proibiu
aportes de recursos públicos para saneamento do Sistema Financeiro Nacional.

 Reforma parcial da previdência

 Renegociação das dívidas estaduais

 Aprovação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal)

 Ajuste Fiscal, a partir 1999

 Criação de Agências Reguladoras (ANP, ANS, ANTT, ANEEL, ANA, ANTAQ, ANATEL) de serviços
considerados de utilidade pública. Por serem agências do governo, não tem autonomia
(inspiradas no modelo norte-americano)

 Sistema de metas de inflação com modelo de política monetária

Privatização:
 Programa Nacional de Desestatização (PND):

o Reordenar posição estratégica do Estado

o Transfere atividades para iniciativa privada

o Objetivo de reduzir dívida pública e fortalecer mercado de capitais

o Retomada dos investimentos

 Receita acumulada – US$ 100 bilhões

 Dívida pública afetada positivamente

 Empresas em melhor situação

 Benefícios sociais: universalização de serviços básicos como telefonia, internet

 Problemas regulatórios setor elétrico

Balanço do Período:

 Ao mesmo tempo em que houve sucesso no controle da inflação, ocorreu um desequilíbrio


externo crescente e uma grave crise fiscal

 O desequilíbrio externo pode ser explicado pelo aumento das importações e as baixas
exportações, causando um déficit na balança comercial. Além disso, o endividamento externo e
as entradas de capitais levaram a pagamentos crescentes de juros, lucros e dividendos, causando
déficit em conta corrente

 A disponibilização de recursos a taxas de juros elevadas comprometeu crescimento do PIB, que


se mostrou instável e baixo (2,5% a.a., em média, no período)

 Inflação média caiu (para 9,4% a.a.), mas ainda preocupava

 Déficits em transações correntes ultrapassaram US$ 26 bi, em média

 Dívida pública crescente, com déficit público nominal chegando a 7% do PIB (em média).

2º governo de FHC - 1999 até 2002


 O segundo mandato do governo FHC se inicia em um contexto de:
o Crise internacionais e ataque especulativo ao Real (efeito contágio) faziam com que o
aumento da taxa de juros não se mostrasse mais suficiente;
o Elevadas taxas de juros que agravavam a situação fiscal do país;
o Negociações com o FMI e países desenvolvidos, visando obtenção de empréstimo de
US$42 bi, geravam fuga de capitais devido ao temor de uma desvalorização.

 O mercado não percebe eficácia no pacote de ajuda externa, devido principalmente ao ceticismo
do mercado quanto à consideração de que o país pudesse escapar de uma desvalorização e à
rejeição da cobrança de contribuição previdenciária dos servidores públicos inativos, pelo
Congresso.

 Neste contexto, o governo não tem outra opção senão recorrer à desvalorização do câmbio,
deixando ele flutuar. Houve perda maciça de reservas, levando à flutuação do câmbio em janeiro
de 1999 (cotação do dólar passa de R$1,20 para R$2,00 em 6 semanas), e a volta da
preocupação com a alta inflação.

 O panorama começa a mudar quando Armínio Fraga é nomeado presidente do Banco Central.
Suas primeiras medidas são a elevação da taxa de juros junto com a adoção do sistema de metas
de inflação. Também é acordado com o FMI um pacote de ajuda externa (ajuste fiscal).

 Por que a desvalorização cambial não teve o efeito inflacionário desejado?


o A produção industrial estava baixa (em um momento de “vale”). Sendo assim, a
contração de demanda gerada diminuiu a chance de repasse do câmbio ao preço;
o Os anos de estabilidade mudaram a mentalidade indexatória dos agentes econômicos;
o A baixa inflação mensal inicial reduziu o medo de uma grande propagação dos aumentos
de preços;
o Política monetária rígida, com taxa de juros alta (15%), conteve o ritmo de remarcações;
o O cumprimento das metas fiscais acordadas com o FMI aumentou a confiança no
controle da economia;
o A definição de uma meta de inflação.
o O aumento do salário mínimo a menos de 5% (nominais), em um momento que
especialistas ainda projetavam taxas de inflação na ordem de 20%, balizou baixos
reajustes.

 Em 2001, fatores externos (crise energética, contágio argentino e 11 de setembro) ocasionam


menor disponibilidade de capitais para o país e afeta os juros domésticos. O risco-país aumenta
e o desempenho da economia apresenta um desempenho médio.

Observação: A crise de energia teve raízes nos anos anteriores, devido ao fato de o governo ter
programado uma privatização completa das usinas hidrelétricas que acabou não ocorrendo.
Combinando os fatos de que o governo não previu investimentos neste setor (esperando que o
setor privado o fizesse), o consumo de energia elétrica continuava aumentando (tendo em vista
um contexto de grandes inovações tecnológicas e mudança nos hábitos de consumo) e os índices
pluviométricos do ano ficaram abaixo do esperado, houve o racionamento de energia no ano de
2001, período conhecido como “apagão”.
 Metas de Inflação
o A política monetária começa a ser voltada para alcançar uma determinada meta de
inflação e a taxa de juros se torna um instrumento voltado para o controle inflacionário
após o rompimento da âncora cambial.
 Inflação acima da meta – eleva-se a taxa de juros;
 Inflação abaixo da meta – reduz-se a taxa de juros;
o BACEN passa a ter Autonomia Operacional para buscar a meta de inflação.

 Desempenho da inflação
o Após a desvalorização, verifica-se uma elevação da inflação, que logo se retrai.
o As maiores elevações ocorrem nos bens transacionáveis (ao contrário da primeira fase
do Plano Real – I FHC) e nos chamados preços administrados. São os preços livres que
acabam segurando a inflação;
o No II FHC, cumpriu-se as metas nos dois primeiros anos e descumpriu-se nos dois
últimos anos (em função de choques cambiais).

 Superávit primário de desempenho fiscal


o Elevados superávits primários, devido a elevação da carga tributária, destacando-se o
crescimento das contribuições (COFINS, CPMF, PIS etc.) que refletem a deterioração da
qualidade do sistema tributário e a elevação do ICMS em função do efeito da
desvalorização sobre o preço de combustíveis, energia e telecomunicações;
 Carga tributária em relação ao PIB: de 29,33% em 1998 para 35,84% em 2002;
o Persistência do crescimento das despesas (gastos vinculados) e retração dos
investimentos públicos;
o Dívida pública, estabilizada em 1999 e 2000; crescendo nos dois anos seguintes devido a
efeitos patrimoniais da variação cambial e do comportamento da SELIC (composição da
dívida).
o Mudanças relevantes: Lei de Responsabilidade Fiscal, Reforma Previdenciária e
renegociação de dívidas estaduais.

 Desempenho externo
o Reversão da tendência de deterioração do saldo comercial e do saldo em transações
correntes em 1999 - redução do déficit comercial em US$5bi e do saldo em TC em
US$8bi.
o Forte retração das importações e fraco desempenho das exportações em 1999.
o Recuperação lenta das exportações a partir de 2000.
o Saldo comercial volta a ser superavitário em 2001, tendo uma forte elevação em 2002.

 Atividade econômica
o Com a mudança cambial, era esperada uma melhora da situação externa e uma maior
queda da taxa de juros, levando ao crescimento do investimento, consumo e maior
crescimento econômico. No entanto, o que foi percebido:
 Crescimento médio no II FHC de 2,1%a.a., abaixo do I FHC;
 1999 – Fraco desempenho decorrente do processo de estabilização;
 2000 – Maior taxa de crescimento 4,36%;
 2001 – Crise energética, crise argentina e ataques terroristas – queda da taxa de
crescimento;
 2002 – Crise cambial (eleitoral) e baixo crescimento;
 Em termos setoriais, destaca-se o bom desempenho agrícola e o fraco

 O último ano de FHC foi caracterizado por:


o Baixo crescimento econômico e elevação do desemprego;
o Fragilidade do ajuste fiscal com o crescimento da Dívida Pública, apesar do superávit
primário;
o Forte desvalorização cambial com significativas pressões inflacionárias:
o As elevações da taxa de juros para conter a inflação deterioravam a situação
fiscal, ampliando o risco da dívida pública (e o risco-país), levando a fuga de
capitais, desvalorização cambial e novas pressões inflacionárias;
o Risco eleitoral;
o Melhora do desempenho externo, com forte contração das importações.

Reformas importantes do período FHC


 Privatizações:
o Teve ênfase nas áreas de telecomunicações e energia;
o Reduziu a dívida pública;
o Retomou os investimentos nas empresas;
o Modernizou o parque industrial do país;
o Atração de capital estrangeiro.
 Fim do monopólio das estatais nos setores de petróleo e comunicações, o que abriu caminho
para o estabelecimento de competição nestes setores;
 Mudança no tratamento do capital estrangeiro:
o Os setores de mineração e energia foram abertos para exploração por parte do capital
estrangeiro;
o Além disso, houve mudança no conceito de empresa nacional, possibilitando que
empresas com sede no exterior recebessem o mesmo tratamento;
o Diante destes fatos, houve elevação dos investimentos estrangeiros no país.
 Saneamento do Sistema Financeiro:
o Privatização de vários bancos estaduais e favorecimento de um processo de
conglomeração no setor (menos instituições, porém mais fortes);
o Facilitação para entrada de bancos estrangeiros no mercado brasileiro, aumentando a
concorrência;
o Ampliação dos requisitos de capital para constituição de bancos;
o Maior acompanhamento do nível de risco pelo Banco Central.
 Reforma da Previdência Social (ainda que parcial), com desestímulo à aposentadoria precoce;
 Renegociação das dívidas estaduais;
 Aprovação da Lei de Responsabilidade fiscal, que estabeleceu tetos para as despesas com
pessoal em cada um dos poderes nas três esferas da Federação e, entre vários dispositivos de
controle das finanças públicas, proibiu novas renegociações de dívidas entre entes da Federação;
 Ajuste Fiscal (a partir de 1999), com uma restrição orçamentária efetiva, baseada em metas
fiscais rígidas;
 Criação de agências reguladoras de serviços de utilidade pública (ex. ANATEL, ANP etc.), com o
objetivo de proteger o consumidor, assegurar o cumprimento de contratos, estimular níveis
adequados de investimento e zelar pela qualidade do serviço;
 Estabelecimento do sistema de metas de inflação como política monetária, estabelecendo
compromisso com a estabilidade de preços e funcionando como um instrumento de balização
das expectativas.

 Algumas observações sobre as privatizações:


o Pontos Positivos:
 Reduziu a dívida pública;
 Empresas se tornaram mais eficientes;
 Aumento dos benefícios sociais (no caso das telecomunicações);
 Melhora no resultado fiscal das empresas estatais estaduais.
o Ponto negativo:
 A ideia de que a desestatização iria propiciar mais recursos para as áreas sociais
era equivocada;
 Sérios problemas regulatórios ocorreram no setor elétrico, com paralisia de
investimentos que contribui para a crise energética de 2001.

Balanço dos 8 anos de FHC


 Linha do Tempo
o 1º Período FHC: Política cambial rígida; crescente dependência do financiamento
externo; desequilíbrio fiscal acentuado.
o 2º período FHC: Câmbio flutuante; redução do déficit em CC; forte ajuste fiscal.

 Saldo Positivo do FHC:


o Tripé de Políticas: metas de inflação, câmbio flutuante e austeridade fiscal
o Conjunto de reformas estruturais importantes, a exemplo de:
 Privatizações
 Fim do monopólio estatal do petróleo e das telecomunicações
 Saneamento do sistema financeiro
 Renegociação das dívidas estaduais
 Aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal
 Criação de agências reguladoras
 Instituição do sistema de metas de inflação

 Saldo Negativo FHC:


o Reforma tributária inexistente
o Mercado de crédito não desenvolvido
o País não superou a vulnerabilidade externa
Governo Lula

 Antecedentes: Discurso histórico do partido contra a estabilização, a política de juros altos, a


contenção do gasto público, o pagamento da dívida externa etc. As eleições em outubro de 2002
e temor do “mercado” se reflete em:
o Disparada do risco-país (chegou a 2.000 pontos, contra os 150, em média, atuais) e da
cotação do dólar (beirando os R$ 4,00)
o Elevação das expectativas para a inflação de 2003 (de 5,5% em setembro para 11% em
novembro de 2002)

 Conquista da credibilidade: abandona-se as ideias originais e defende-se a estabilidade (Carta ao


Povo Brasileiro): defesa do regime de metas de inflação, compromisso com a manutenção do
superávit primário e o pagamento da dívida.

 Medidas iniciais do governo foram:


o Apoio a renovação do acordo com o FMI
o Meta de inflação para 2003-2004
o Elevação da SELIC
o Aperto da meta do superávit primário para 4,25% do PIB para os quatro anos de governo
o Cortes do gasto público

 Em 2002 se instaura uma crise de desconfiança associada à incerteza da política econômica a


partir do ano seguinte: houve elevação do risco-país; desvalorização do câmbio e; aumento da
expectativa de inflação.

 A nomeação de Palocci como ministro da Fazenda e Meirelles como presidente do Banco Central
fizeram bem para o mercado financeiro, já que eram nomes bem cotados no meio.

 A equipe econômica decide aumentar, em duas rodadas, a taxa de juros, gerando um recuo da
taxa de câmbio e a queda no risco-país (Efeito Lula). Além disso, houve renovação do acordo
com o FMI.

 Com a preservação do tripé de consistência macroeconômica, a credibilidade retorna e recursos


externos são injetados novamente no país, possibilitando a apreciação cambial e melhora dos
indicadores externos.

 Neste período, nota-se a queda da inflação a cada ano (de 12,53% em 2002 para 3,14% em
2006), com a inflação dentro da meta em 2005 e 2006 (considerando os dois pontos percentuais
para cima ou para baixo). Este fato pode ser explicado pela apreciação cambial e pelo controle
da demanda. Também se nota a preservação de elevadas taxas reais de juros.

 Com a economia mundial tendo bom desempenho, há um forte crescimento das exportações,
levando ao superávit comercial e à redução da dívida externa com o superávit na balança de
transações correntes.
 Melhora Fiscal: elevados superávits primários e redução da dívida pública a partir de 2004, com
destaque para a mudança do perfil da dívida com o aumento dos títulos pré-fixados.

 Atividade econômica
o Taxa média de crescimento de 2,6% a.a. (semelhante ao I FHC e um pouco acima de II
FHC), mas ampliou-se a distância em relação ao crescimento econômico mundial: apesar
do bom desempenho da economia mundial, o Brasil não conseguiu relançar o
crescimento econômico;
o Fraco desempenho em 2003 para conseguir estabilizar a economia. Já em 2004 foi o
melhor, liderado pelas exportações, porém pressões inflacionárias levaram a retração
nos anos seguintes.
o Em termos setoriais, a agricultura apresentou um desempenho inferior ao do governo
anterior, enquanto que a indústria apresentou taxas maiores.
o Em termos de demanda, o crescimento foi puxado pelas exportações, mas no último ano
destaca-se o consumo puxado pela expansão do crédito.
o O crescimento do PIB foi bem abaixo, no comparativo Brasil vs. Mundo

 No segundo mandato de Lula, sai Palocci e entra Guido Mantega, com a adoção de uma
estratégia completamente diferente (discurso pró-consumo ao invés de pró-ajuste).

 Neste momento, há uma forte expansão do crédito (aceleração do consumo, especialmente das
famílias) e uma política fiscal mais agressiva em termos de expansão do gasto público.

 Na segunda metade da década de 2000, o Brasil também é concedido com grau de investimento,
coroando de vez o processo de modernização iniciado com Collor.

 Alguns comentários acerca dos dois mandatos de Lula:


o PIB: Y = C + I + G + X – M
 Primeiro mandato puxado por X e o segundo, por C
o 1º governo Lula:
 As exportações são aumentadas, principalmente por conta da China, e a
agricultura cai;
 A inflação tem um repique, por conta de fatores externos (preço das
commodities);
o 2º governo:
 Implementação do PAC, o plano de investimento em infraestrutura, com
empresas estatais injetando $$$ e o setor privado participando também (vide
concessões)
 Impulso ao consumo: facilitação do crédito com taxas mais baixas, prazos
maiores e impostos menores

Considerações Finais dos anos FHC e LULA:


 A partir dos anos 1990:
o Aumento da abertura comercial e financeira do país
o Maior competitividade das empresas
o Amplo processo de privatização
o Combate à inflação se tornou prioridade
o Severas medidas de ajuste fiscal

 O governo FHC não gerou muitos empregos, aumentou a dívida pública e aumentou a dívida
externa. Já no governo Lula, houve recuperação do crescimento e do investimento, maior
geração de empregos, redução da dívida líquida do setor público e aumento das reservas
internacionais. Porém, este ficou devendo em reformas estruturais.

 Problemas do Brasil de 2010:


o Taxa de investimento insuficiente, similar à do começo do Plano Real
o Baixa poupança doméstica
o Competitividade deficiente da economia
o Desconsideração do problema do envelhecimento da população (problemas no INSS)

 A popularidade de Lula pode ser explicada por alguns fatores, como: governo extremamente
marqueteiro; estabilidade macroeconômica; aumento real do salário mínimo; injeção de
recursos nos programas sociais (principalmente o Bolsa Família); forte crescimento dos
empregos; contexto de inflação baixa e melhor distribuição de renda.

 Algumas considerações finais:


o O país conseguiu estabilizar, mas:
 Nos três últimos governos, as taxas de crescimento foram baixas, apesar da
melhora da economia mundial;
 Várias reformas foram realizadas sem que isso levasse a retomada sustentável
do crescimento;
o Quais variáveis travam o crescimento? Algumas explicações podem ser a baixa poupança
pública, os problemas de infraestrutura e a taxa de juros real (uma das maiores do
mundo)
o O que dizer do Crescimento Econômico nessas Quatro Décadas?
 Nos primeiros 20 anos crescemos mais que o resto do mundo;
 Nos últimos 20, crescemos, em geral, menos que os outros países.
o Sendo assim, objetivo básico do país deve ser RETOMAR O CRESCIMENTO.
o Por que o Brasil não cresce?
 “Desenvolvimentistas”: falta de demanda (política de juros altos dificulta
investimentos)
 ‘Liberais”: falta de oferta (Estado “inchado”, carga tributária elevada,
necessidade de reformas trabalhista, fiscal, previdenciária etc.)

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