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AMÉRICA LATINA
diversidade de solos presente no continente. Este trabalho se realizou mas fundamental para sustentar a vida na Terra.
em colaboração entre cientistas de solos da América Latina, Caribe,
Europa e América do Norte.
E DO CARIBE
Nos solos se refletem o material original, o clima, a topografia, a vegetação, o tempo e a influência da atividade humana. As suas
propriedades, características e seu uso se derivam desses fatores
Nas imagens acima, da esquerda para a direita, tem-se estudantes realizando práticas de manejo de solos na Nicarágua (acima); um
exemplo da biodiversidade que se desenvolve no solo em uma reserva natural de Costa Rica (abaixo); um perfil de um solo classificado
como Nitisol, em Cuba; um perfil de um solo tipo Fluvisol, na Argentina; um perfil de tipo Solonetz no Brasil; cultivo intensivo na Argentina
em solos classificados como Phaeozem, muito férteis (acima); e por último, uma plantação de mandioca na Republica Dominicana
(abaixo). A produção de alimentos é uma das funções do solo mais importantes para o bem estar do ser humano.
Detalhes da publicação 2
Índice 4
Prefácio 7
Introdução 8
Enfoque do Atlas 8
Cooperação entre a União Europeia e a América Latina: o programa EUROCLIMA 9
As ciências do solo na ALC 10
A classificação de solos 40
A classificação de solos: denominação e agrupamento 40
Elaboração da classificação de solos na ALC 41
Base de Referência Mundial para Recursos de Solos (WRB) 44
Principais tipos de solos na ALC 46
Os solos da ALC: fortalezas, oportunidades, fraquezas e ameaças 54
Conclusões 168
Mensagens-chave
• A região da América Latina e do Caribe (ALC) apresenta uma ampla diversidade pedológica,
incluindo solos muito férteis. Como resultado de sua história geológica, topografia, clima e
vegetação, pode- se encontrar mais de 30 tipos de solos diferentes.
• Os solos na ALC sustentam a maior biodiversidade do planeta. Na ALC encontram-se 6 dos 17
países megadiversos do mundo (países que abrigam os maiores índices de biodiversidade da
Terra).
• Quase a metade do território na ALC apresenta solos pobres em nutrientes; dentre eles,
destacam-se as vastas áreas de solos amarelos ou vermelhos dos trópicos úmidos, muito ácidos
e pobres em nutrientes, caracterizados pela lavagem da sílica e pelas altas concentrações de
óxidos de ferro e alumínio.
• Cerca de 20% da região possuem solos áridos, onde a agricultura sem irrigação é uma prática
desaconselhável, enquanto que 10% apresentam limitações de drenagem, por tratar-se de
solos argilosos. As encostas íngremes dos Andes são caracterizadas por solos rasos, formados
por fragmentos de rochas. Nos vales interandinos aparecem os solos salinos e ricos em
nutrientes, desenvolvidos sobre bacias sedimentares.
• Os solos naturalmente férteis cobrem apenas cerca de 10% da superfície da ALC. Destacam-se
os solos escuros e profundos das pradarias características do Pampa argentino.
• Os solos da ALC sustentam a produção de um grande número e variedade de produtos
alimentícios: por exemplo, mais da metade da produção mundial de café, cana-de-açúcar, soja
e quase um quarto de carne e de bananas. Somente o Brasil produz um terço do café do mundo.
• No primeiro metro de profundidade dos solos da ALC, encontra-se armazenado, cerca de 185
Gt de carbono orgânico. Esta quantidade equivale a quase o dobro das reservas de carbono
acumuladas na vegetação da Amazônia.
• A FAO estima que 14% das terras degradadas do mundo, encontram-se na ALC, afetando 150
milhões de pessoas. Na Mesoamérica (América Central), a proporção aumenta para 26% do
território. A erosão do solo como processo de degradação tem afetado uma grande parte do
continente. Em vários países, mais da metade do das terras aráveis encontra-se em estado de
degradação, devido às práticas de manejo inadequadas.
Perfil típico de um solo pouco diferenciado, com produção de Pinus
occidentalis em Jarabacoa, República Dominicana. (PNR) • A mudança no uso do solo (especificamente no que diz respeito ao desmatamento), a exploração
excessiva dos recursos naturais, as mudanças climáticas e as desigualdades sociais são as
principais causas da degradação da terra.
• Como avanço positivo, destaca-se a implementação de campanhas para a conservação ou
recuperação do recurso solo na maioria dos países.
Enfoque do Atlas
"A nação que destrói seu solo
destrói a si mesma."
Franklin D. Roosevelt, político, diplomata,
advogado e 32o presidente dos EUA.
O que é o solo?
O termo "solo" ter distintas acepções, dependendo a quem Do ponto de vista pedológico, o solo é um corpo natural organizado
perguntemos. Ao ouvir falar de solo, muitos habitantes da e independente, com constituintes, propriedades e gênese, que
Pachamama, ou "Mãe Terra"
cidade pensam na sujeira, poeira ou barro. Ao contrário, para um são o resultado da ação de uma série de fatores ativos (clima,
Os povos indígenas quechuas, aimaras e outras etnias da região andina,
agricultor ou engenheiro agrônomo, o solo é sinônimo de "terra", organismos vivos) que atuam sobre os fatores passivos (a rocha-
realizam desde os tempos ancestrais, oferendas em homenagem à Mãe
para o engenheiro civil ou arquiteto o solo é uma área de trabalho, mãe e o relevo), num determinado tempo.
Terra ou Pachamama (em línguas indígenas, Pacha significa "terra",
uma base para infraestruturas, o qual deve ser modelado ou
O solo é um meio que fornece os nutrientes necessários para o "mundo" ou "cosmos" e mama, "mãe"). É o centro do sistema de crença e
eliminado; o biólogo encontra no solo, um ambiente de interesse,
crescimento das plantas, na forma de matéria orgânica e minerais de atuação ecológica-social entre os povos indígenas da região dos Andes
muitas vezes pouco conhecido e explorado, enquanto que o
e é o substrato que as serve de suporte para o desenvolvimento Centrais.
ecólogo reconhece no solo um cenário essencial para multitude
de ciclos biogeoquímicos e a chave para a restauração de de suas raízes. Existe numerosas festas em homenagem à Pachamama ao longo do ano,
ecossistemas; do ponto de vista do hidrólogo, o solo funciona mas Agosto é o mês dedicado à Mãe Terra. Segundo a crença, após a
Com todas estas características, o solo constitui um ambiente
como um reservatório de água potável e filtro natural, mitigador colheita a terra descansa e desperta em Agosto com fome. Para que ela
ideal para o estabelecimento e o desenvolvimento das plantas,
de inundações e regulador dos volumes dos rios, entre outras não coma as sementes de plantio, que se inicia em 21 de agosto, deve-se
independentemente de outras condições de manejo, como por
funções importantes para a vida humana. Nenhuma destas alimentá-la simbolicamente. Durante todo o mês, os povos andinos lhe
exemplo o cultivo em viveiros.
visões é incorreta; contudo, o solo é muito mais do que isso: deve fazem oferendas, com o significado de devolver de maneira ritual, o que
ser considerado como “a pele” de nosso planeta. É essencial para lhes deu ao longo do ano: alimentos, água, coca, chicha e vinho, entre
a vida e extremamente frágil. Uma definição universalmente outros. Além disso, é uma oportunidade para pedir prosperidade e saúde
aceita, é aquela que define o solo como "qualquer material solto para o resto do ano.
na superfície da Terra capaz de sustentar a vida”.
É o cultivo da terra que marca o ritmo de vida dos indígenas. Honrar a
"Não é por acaso que o nosso planeta se chama Terra. Pachamama é uma tradição profundamente enraizada no campo, embora
Toda a vida terrestre depende da frágil e friável crosta nas últimas décadas tenha atingido também as cidades.
de solo recobre os continentes. Sem ela, os seres vivos
nunca poderiam ter saído dos oceanos: não haveria
plantas, nem cultivos, nem florestas, nem animais...nem
o ser humano.” (1)
A estrutura do solo diz respeito ao modo de arranjo ou disposição física É então quando encontramos a camada identificada como
das partículas do solo (também chamadas agregados) e o espaço entre horizonte C. Este horizonte se encontra geralmente, acima da
elas. A estrutura do solo tem uma grande influência no movimento da rocha dura e as suas características diferem muito daquelas dos O que é o pH?
água e ar, e também no crescimento das raízes. Ela depende de fatores horizontes precedentes, A e B. Pode conter fragmentos da rocha
tais como o material parental, a mineralogia, a atividade biológica, as subjacente. Por último, denomina-se horizonte R, a camada de Os solos podem ser divididos segundo o seu valor do pH (potencial
condições ambientais, o manejo do solo e a quantidade de argila e rocha mais dura, abaixo do solo. de Hidrogênio), em ácidos ou básicos (alcalinos). O índice de pH é um
matéria orgânica do solo. número que indica o grau de acidez e baseia-se na concentração de íons
de hidrogênio numa solução. O pH do solo é medido através da mistura
de uma amostra de solo com água deionizada, KCl ou CaCl. A escala de
O solo visto “de perfil” pH varia de 0 a 14, embora os solos apresentam tipicamente, valores
Se cavarmos um buraco no chão e observamos a seção vertical A entre pH 4 e 8. Um solo neutro apresenta um pH de 7. Os índices de pH
dos solos alcalinos variam de 8 a 11 (fortemente alcalino), enquanto
que aparece, tem-se o “perfil” que os solos fortemente ácidos possuem valor de pH inferior a 4.
do solo. Neste, encontramos na maioria dos casos, uma série de Acidez Neutralidade Alcalinidade
camadas mais ou menos paralelas à superfície. Estas camadas
são denominadas "horizontes" e são o resultado de processos
geológicos, químicos e biológicos atuando sobre o material
B 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Sucos gástricos
Água do mar
Ácido de bateria
Café
Bicarbonato
Urina
Água destilada
Lago salgado
Cloro
Soda Cáustica
Amoníaco
parental durante o ciclo de vida do solo. Os solos relativamente
jovens, como os que se originam a partir de sedimentos de
rios, dunas ou cinzas vulcânicas, possuem horizontes pouco
diferenciados ou mesmo, nem tê-los. À medida que a idade do
solo aumenta, os horizontes são geralmente mais fáceis de
serem observados (há exceções como por exemplo, nos solos
tropicais e nos permafrost).
C
A maioria dos solos apresentam geralmente, três ou quatro
horizontes (podem ter mais ou menos) definidos pela cor,
O pH e a cor das flores
textura, estrutura, teor de matéria orgânica e presença de As hortênsias (gênero Hydrangea) podem possuir flores rosas, brancas,
carbonatos (suas características químicas podem ser medidas ou azuis, de acordo com o pH do solo. Nos solos relativamente ácidos
em laboratório). Alguns solos apresentam mudança gradual (pH entre 4,5 e 5) as flores são azuis, enquanto que nos solos menos
de um horizonte a outro, enquanto que em outros solos essas ácidos (pH entre 6 e 6,5) adquirem a cor rosa e nos alcalinos (pH ao
transições entre os horizontes variam de forma mais abrupta. redor de 8), as flores são brancas.
A identificação e descrição dos horizontes de um perfil de solo, é
uma parte importante do estudo dos solos para sua classificação.
Nestas, os horizontes principais são representados com uma
R
letra maiúscula, geralmente seguida de vários caracteres
alfanuméricos, indicadores das características do solo.
Golfo
(Mex.)
de C
Baja
rocha matriz), clima, organismos vivos, especialmente vegetação, California
alif
G o l fo d e M é x i c o
Océano
orn
Trópico de Câncer
topografia ou situação na paisagem e tempo. Jenny expressou
ia
essa relação através da seguinte equação denominada cl.o.r.p.t: Islas Revillagigedo
(Mex.)
Pico de
Yucatán
Turquino
2005m Atlántico
Orizaba
5610m
Cerro las Minas
2850m Mar Caribe Norte
Picó Cristóbal Colón
solo = f (clima, organismos, relevo, material parental ou de origem, tempo...) Cerro
5775m
Chirripó
3810m Pico Bolívar
5007m
Isla del Coco Mount
(Costa Rica) Roraima
Deste modo, as variações no material de origem, clima ou idade do Nestes três exemplos de perfis de solos, pode-se observar características Islas Galápagos
Galapagos Is.
Isla de Malpelo
(Col.) Pico da
Neblina
2810m
Wilhelmina
Gebergte
1286m
Equador (Equador) 3014m N egro
solo, determinam as suas propriedades especificas. Por exemplo, distintas do solo, produto da interação entre os diferentes fatores de Isla Isabela Chimborazó Amazo n a
s
Isla San 6310m
Toca tins
formação. A imagem acima mostra um solo profundo, de textura grosseira, Cristóbal
n
s
o intemperismo de uma rocha matriz sólida através dos ciclos
ajó
X i n gu
p
á
u
rico em ferro, desenvolvido sob clima tropical. Por encontrar-se numa
Ta
Jur
Pur u s
Uca
A
de aquecimento-resfriamento ou gelo-degelo (determinados planície, sob inundação periódica, desenvolve um padrão característico Nevado
yali
Huascaran
6768m
mosqueado abaixo dos 100 cm. (CCG)
pela topografia e pelo clima), dão lugar a uma matriz de
Océano Pacífico
N
fragmentos de rocha conhecida como regolito. Se a alteração Nevado Sajama
6542m
Paragu ay
for contínua, os fragmentos irão formar sedimentos mais finos, Trópico de Capricórnio
Volcán Llullaillaco
Isla de Pascua 6723m
D
contendo minerais cristalinos que provenientes da rocha. Estes (Easter Island)
(Rapa Nui)
(Chile)
Isla San Félix
(Chile) San Ambrosio
(Chile)
P a raná
sedimentos de textura fina apresentam condições favoráveis Cerro Aconcagua
6962m
E
(Chile)
Patagonia
Isla de Chiloé
Atlántico
S
componentes servirão de nutrientes às plantas. Depois que as Archipiélago
de los
Chonos
plantas tenham se estabelecido com êxito, as folhas mortas irão Isla
Wellington
Sur
cair sobre a superfície e contribuir para a formação de camadas
Isla Grande de
finas de matéria orgânica, as quais irão alimentar o próximo ciclo Tierra del Fuego
Cabo de Horno
s
(Cape Horn)
ge
de crescimento da planta. Com o passar do tempo, o material Este mapa ilustra os principais ke
Pa
ssa
ra
elementos geográficos da ALC.
ALC (LJ)
D
originário vai sendo coberto com as camadas de matéria orgânica,
permitindo assim que se estabeleçam plantas de maior porte. O A América do Sul é atravessada pela linha do equador na sua
grau do declive e a orientação irão determinar a drenagem e o extremidade norte, ficando assim com a maior parte do seu território
aporte e/ou remoção do material. Deste modo, forma-se um solo no Hemisfério Sul. Está situada entre os oceanos Atlântico e Pacífico,
com propriedades que refletem a interação entre vários fatores. enquanto que delimita-se ao norte pelo Mar do Caribe e pela Antártida
em seu extremo sul. Representa 42% do continente americano e é
No entanto, se as condições climáticas mudam, o intemperismo
habitada por 6% da população mundial. O ponto mais alto da ALC é
pode ser diminuído e, juntamente com ele, o fornecimento de
o Aconcágua (com 6.961 m de altitude), uma montanha localizada na
material parental e a liberação de minerais. Por outro lado, sob
Cordilheira dos Andes (Argentina). Os países localizados no denominado
outras condições climáticas também poderá se desenvolver uma
"Anel de Fogo do Pacífico" apresentam uns dos maiores níveis de
vegetação mais exuberante, aportando maiores acumulações
sismicidade e vulcanismo do mundo, fenômenos relacionados entre sí,
de matéria orgânica ao solo e permitindo o desenvolvimento de
Na imagem acima observa-se um solo de textura fina com alto
que surgem como efeitos secundários, provocados pela convergência
camadas mais profundas. Em ambos os casos, as características
teor de argilas expansíveis, oriundas da alteração da rocha-mãe das placas tectônicas de Nazca e a placa Continental. O Chile tem a
finais do solo seriam distintas. (basalto). A cor cinza é um indicador da ausência de ferro. (CCG)
maior cadeia de vulcões no mundo, depois da Indonésia, com cerca de
Apesar de que os princípios básicos da formação do solo, descritos 2.000 vulcões identificados, sendo 500 potencialmente ativos e com
anteriormente, sejam plenamente aceitos hoje em dia, existem várias erupções recentes.
algumas controvérsias a respeito das interrelações dos fatores
de formação do solo. O clima tem uma clara influência sobre os
organismos vivos, os quais são parte dos processos de formação «América Latina»
do solo. No entanto, em certas ocasiões o microclima encontrado
na superfície do solo, é muito diferente do clima regional. O • O termo "América Latina" faz referência ao sentido cultural e
microclima pode estar determinado pela topografia, a qual exclusivamente, aos países de língua espanhola e portuguesa do
continente americano, incluindo Porto Rico, apesar deste ser um
resulta do efeito combinado do clima com a geologia subjacente.
Estado Livre Associado aos Estados Unidos da América. O Haiti
Um fator adicional importante que não deve ser ignorado é a somente é incluído ocasionalmente, porque compartilha a ilha
Espanhola com a República Dominicana.
influência das atividades humanas. Os processos e características
do solo podem ser fortemente alterados como resultado do • De acordo com a definição da Real Academia Espanhola, «América
manejo e do uso do solo. A remoção da vegetação natural ou Latina» é o conjunto de países do continente americano onde são
a drenagem ou fertilização química do solo, são apenas alguns faladas as línguas romanas (castelhano, português e francês).
exemplos de intervenções humanas que podem alterar as • Na América do Sul, existem dois países com outras línguas oficiais:
propriedades do solo. holandês (Suriname) e inglês (Guiana).
• Na região do Caribe existem seis línguas oficiais, que reflete a
diversidade histórica e cultural da região, a saber: espanhol (Cuba,
A menor unidade do solo República Dominicana e Porto Rico), francês (Guadalupe, Haiti,
Martinica, São Bartolomeu e São Martinho), inglês (Anguilla, Antígua
O pedon é a menor unidade tridimensional para o estudo do solo, e e Barbuda, Bahamas, Barbados, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas
não deve ter menos de 1 m2, para poder permitir a observação da Cayman, Dominica, Granada, Jamaica, Montserrat, Porto Rico, Saba,
variabilidade lateral. Santo Eustáquio, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Martinho,
Este solo desenvolveu-se sobre sedimentos ricos em calcário
São Vincent e Granadinas, Trinidade e Tobago, Turcas e Caicos e Ilhas
sob um clima árido. Igualmente aos anteriores, encontra-se num Virgens dos EUA), holandês (Aruba, Bonaire, Curaçao, Saba, Santo
terreno predominantemente plano. As variações fundamentais, Eustáquio e São Martinho), crioulo haitiano (língua oficial do Haiti) e
em comparação com os outros exemplos, devem-se às diferenças
nas propriedades do material de origem. (CCG) papiamento (língua oficial de Aruba, Curaçao e Bonaire).
Sedimentar–orgânica
Sedimentar– carbônica
Coluvial
Eólica
Fluvial
Geleira
Lacustre
Marinha
Orgânica
O mapa ilustra a litologia superficial da ALC. Esta é
Piroclástica formada por rochas (material mineral consolidado) e por
depósitos ou materiais não consolidados (coluvial, eólico,
fluvial, glacial, lacustre, marinho e orgânico). A categoria
piroclástica engloba o material consolidado (p. ex. lavas) e
Diaclase colunar, Paraguai. (AER) não consolidado (p. ex., cinzas vulcânicas). (ISRIC /JRC)
Trópico de Capricórnio
MATERIAL DE
ORIGEM
ROCHA- DEPÓSITOS
ALUVIAIS PLANÍCIE DE ROCHA-
MÃE INUNDAÇÃO MÃE
ANTIGOS
TES
ECEN
UV IAIS R
OS AL
PÓSIT
0
DE 0
A A
B
B 0 A
C C
1.5m
R
C 1.5m
Bem Moderadamente
desenvolvido desenvolvido
1.5m
Pouco
desenvolvido
Acima: O gráfico ilustra a relação entre a topografia e o
desenvolvimento do solo. Os solos de materiais aluviais
recentes mostram um desenvolvimento menor do que os Direita: A posição na vertente determina as características do solo. Os solos
solos em outro tipo de material de origem. (USDA) situados nas posições superiores não estão são afetados pela erosão hídrica (1),
enquanto que os solos da parte mais acentuada do declive estão sujeitos à erosão
hídrica muito intensa (2). As partes mais baixas (3) recebem mais água e maior
deposição de sedimentos: a erosão ocasionalmente comporta-se como um fator
de formação do solo, transportando o material de origem e depositando-o no sopé
das encostas. (JRC/LJ)
1
2
A catena de solos
Au
A Catena provém do latim e significa cadeia. É utilizada para descrever A teoria da catena originou-se a partir de um estudo de identificação m en
to
a sequência de solos encontrados numa mesma encosta onde o material
de origem do solo é o mesmo.
de solos (publicado em 1947), realizado entre 1935 e 1936, por um
funcionário agrícola inglês, Geoffrey Milne, na atual Tanzânia (África).
d
[TO e la
TR esco
3
AN r
SL rent
AT í
Neste caso, o relevo é o fator dominante na formação do solo. Este O conceito da catena é frequentemente usado nos estudos de solos. No E] a y l
ae
determina principalmente, a espessura do solo e o movimento da água âmbito de conhecimento local, os agricultores indígenas já sabiam que a ros
ión
sobre ele. Explicado de maneira simples, as características de um solo topografia determinava os diferentes tipos de solo.
no sopé de uma encosta podem ser muito diferentes daquelas de solos
Abaixo: Série de perfis que ilustram as variações nas características dos
situados mais acima ou em zonas com de declives mais acentuados. solos, de acordo com os principais fatores pedogenéticos (por exemplo,
paisagem, relevo, clima). Ver página 58-59 para a explicação sobre o
nome dos solos. Por exemplo, LVhu = Haplic Luvisols (Humic). (CGC)
LVhu ACcr ACcr PHcr RGsk LVro LVcr LVap LVdy ANhu CMsk LVap ALcr ANdy
msnm 1584 83 66 150 733 640 560 350 1950 2400 1320 2180 900 2560
mm 2000 1810 2022 750 710 2000 2500 1100 1600 1200 1300 1400 1050 1800
Por outro lado, o clima também influencia outros fatores que formam
o solo, tal como os fatores bióticos (p. ex: a vegetação) e abióticos
(o relevo). Sua ação conjunta condiciona o teor de matéria orgânica
e o grau de evolução do solo. Assim, embora nos climas tropicais ou
equatoriais, quentes e úmidos, se produza uma grande quantidade
de matéria orgânica, esta se degrada rapidamente nessas condições
ambientais e assim os solos das regiões temperadas apresentam
geralmente um maior conteúdo de matéria orgânica e de melhor
Classificação climática
qualidade, do que os solos de clima tropical. (Koppen Geiger)
Csa Dwd
Por outro lado, as propriedades morfológicas e físicas dos solos
relacionadas com o teor e a qualidade das argilas e a matéria Csb Dfa
orgânica (p. ex., cor, textura, estrutura e permeabilidade) também
Cwa Dfb
são influenciadas pelo clima. O mesmo acontece com a fração
coloidal do solo, formada igualmente pela matéria orgânica e Cwb Dfc A maior parte da ALC apresenta um clim ma temperado ou
quente, embora a umidade e a precipitação variem de
argilas, estando assim, sua capacidade de troca, diretamente muito de uma região para outra. A ALC C em sua maioria
Cwc Dfd
relacionada com as condições climáticas (e, em consequência, a (60%) possui um clima tropical com 10 0 a 12 meses de
chuva. Em outras áreas, a altitude e outras variáveis
fertilidade dos solos). Cfa ET dão lugar a climas reegio
giionais diferentess. Regionalmente,
o clima pode variar de maneira cíclica a em períodos de
Cfb EF dezenas ou centenas de anos. As mudanças no clima,
Evapotranspiração Cfc
especialmente as relacionadas com seecas prolongadas,
são aquelel
elas que mais afetam o seetor agrícola do
continente, uma vez que a maioria dos cultivos precisam
É a perda de água de uma superfície por evaporação direta do solo e da água da chuva. As zonas áridas e seemiáridas cobrem
14% da ALC [13]. (JRC)
pela transpiração da vegetação (devolvida para a atmosfera em forma
de vapor). Expressa-se em mm por unidade de tempo.
No mapa ilustra-se a classificação de Köppen Geiger para a ALC. Esta classificação estabelece as seguintes categorias: clima tropical clima temperado continental (D) caracteriza-se porque a temperatura média do mês mais fria é menor que -3 °C e a do mês mais
(A), com temperatura média superior aos 18 °C todos os meses do ano e precipitações anuais superiores à evapotranspiração. quente é superior aos 10 °C. As precipitações superam a taxa de evapotranspiração. Subdivide-se em: Df (precipitações constantes),
Subdivide-se em: tropical e quatorial (Af), tropical de monção (Am), tropical com inverno seco (Aw) e tropical com verão seco (As); Dfa (continental, sem estação seca), Dfb (semiboreal, sem estação seca, verão temperado, inverno frio), Dfc (subpolar sem estação
clima seco (B), onde as precipitações anuais são inferiores à evapotranspiração. Subdivide-se por sua vez em: semi-árido (BS, com seca, verão suave e curto e inverno frio), Dfd (subpolar sem estação seca, verão suave e curto e inverno muito frio), Dw (inverno
as categorias semi-árido quente - BSh e semi-árido frio - BSk) e árido (BW, incluindo árido quente -BWh- e árido frio - BWk); clima seco), Dwa (continental com inverno seco e verão cálido, inverno frio), Dwb (inverno semiboreal seco, verão suave, inverno frio),
temperado (C), no qual a temperatura média do mês mais frio está entre 18 °C e -3 °C, enquanto que no mês mais quente supera os Dwc (subpolar com inverno seco), Dwd (subpolar com inverno seco, verão suave e curto, inverno muito frio), Ds (verão seco), Dsa
10°C e as precipitações superam a taxa de evapotranspiração. Este é subdividido em Cf (precipitações constantes), Cfa (subtropical (continental mediterrâneo, verão quente, inverno frio), Dsb (semiboreal mediterrâneo, verão suave, inverno frio), Dsc (subpolarr com
sem estação seca, verão quente), Cfb (oceânico, verão suave), Cfc (oceânico subpolar), Cw (inverno seco), Cwa (subtropical com verão seco, verão suave e curto, inverno frio), Dsd (subpolar com verão seco, verão suave e curto, inverno muito frio); por último o
estação seca, verão quente), Cwb (temperado com inverno seco, verão suave), Cwc (oceânico subpolar com inverno seco), Cs (verão clima frio (E), caracteriza-se porque a temperatura média do mês mais quente é inferior a 10°C. A vegetação é geralmente escassa
seco), Csa (mediterrâneo, verão quente), Csb (oceânico mediterrâneo, verão suave) e Csc (oceânico subpolar com verão seco), o ou nula. Subdivide-se em ET (clima de tundra) e EF (clima polar).
Precipitações
O mapa da esquerda ilustra-se o padrão de distribuição da
Precipitação Média Total Anual (PMA, em mm de chuva ou de
água equivalente a neve). As precipitações se distribuem de forma
muito irregular na ALC: o Deserto do Atacama é o lugar mais
seco do mundo (PMA de 1mm). Outras áreas muito secas, com
menos de 250 mm de PMA encontram-se ao norte do México, na
costa peruana, ao norte do Chile, sudoeste da Bolívia, noroeste da
Argentina e a Patagônia (sul da Argentina). Por outro lado, ao longo
da costa do Pacífico, na Colômbia, foram registrados 8.000 mm de
precipitação, pois corresponde a uma das zonas mais úmidas do
planeta. Aliás, mesmo sem considerar os casos extremos, a maior
parte da bacia do Amazônica registra mais de 2.000 mm/ano, e
grande parte desta, especialmente na fronteira entre Colômbia e
Brasil, excede os 3.000 milímetros/ano.
Cada pedon dispõe um regime de temperatura característico que pode ser medido e descrito. Este
regime se caracteriza mediante os seguintes parâmetros: a temperatura média anual do solo
(TMAS), as flutuações médias dessa média nas diferentes estações do ano; e o gradiente sazonal
médio, frio ou quente na zona radicular (profundidade 5-100 cm). Os regimes térmicos do solo são:
• Gélico: solos com TMAS menor que 0°C. A temperatura média do solo no verão é de pelo menos
10°C.
• Cryico: solos muito frios (TMAS inferior a 8°C). Não apresentam permafrost já que não se
encontram congelados ao longo do ano. Surgem nos Andes e no sul do Chile e da Argentina.
Regimes de temperatura
• Frígido*: é mais quente no verão do que um solo com regime cryico, embora sua temperatura do solo
média anual não supere os 8°C. A diferença entre a temperatura média do solo no verão e no
inverno é maior que 6°C. . Agua
• Isofrígido*: a TMAS é inferior a 8°C, a diferença entre as temperaturas médias do solo no verão Hielo
e no inverno é menor que 6°C.
Gélico
• Mésico: a TMAS encontra-se na faixa de 8-15°C, a diferença entre a temperatura média do solo
entre o verão e o inverno é maior que 6°C . Cryico
• Isomésico: a TMAS encontra-se na faixa de 8-15°C, a diferença entre a temperatura média do Mésico
solo entre o verão e o inverno é menor que 6°C .
Térmico
• Térmico: a TMAS encontra-se na faixa de 15-22°C; a diferença entre a temperatura média do
solo entre o verão e o inverno é maior que 6°C . Hipertérmico
• Isotérmico: a TMAS encontra-se na faixa de 15-22°C, a diferença entre a temperatura média Megatérmico
do solo entre o verão e o inverno é menor que 6°C .
Isomésico
• Hipertérmico:a TMAS é superior a 22°C, a diferença entre a temperatura média do solo entre o
O mapa ilustra o padrão de distribuição dos regimes
verão e o inverno é maior que 6°C . Isotérmico de temperatura do solo na ALC. Este fa ator é
determinante como fator de formação do so olo e nos
• Isohipertérmico: a TMAS é superior a 22°C, a diferença entre a temperatura média do solo entre Isohipertérmico processos biológicos que aí acontecem. A info
ormmação
o verão e o inverno é menor que 6°C . procede da bases de dados dos Regimes Globais
Isomegatérmico da Temperatura do Solo (Global Soil Temperature
• Megatérmico: a TMAS é superior a 28°C, a diferença entre as temperaturas médias do solo Regimes) do Departamento de Agricultura dee EUA
(USDA), elaborado a partir dos dados de ma ais de
entre o verão e o inverno é maior que 5°C . 20.000
20 000 estações climáticas [16 , 17].
17] (USDA / JRC). O
• Isomegatérmico: a TMAS é superior a 28°C, a diferença entre as temperaturas médias do solo regime megatérmico não aparece no mapa, devvido à
escala utilizada; ocorre unicamente em duas reregiões
• entre o verão e o inverno é menor que 5°C. muito pequenas situadas no México e no Paraguai.
(USDA/JRC)
* (Não visível no mapa). Regime de umidade do solo
Os regimes de umidade do solo são baseados no nível do lençol freático e na presença ou ausência
de água disponível para as plantas. Estes regimes afetam a formação do solo e o uso emanejo dos
mesmos. As distintas classes de regime de umidade mostradas no mapa à esquerda são:
• Permafrost: o solo se encontra permanentemente congelado abaixo de 0°C durante dois ou
mais anos.
• Arídico: clima árido, normalmente seco. A irrigação dos cultivos é requerida. O solo permanece
seco durante longos períodos.
• Xérico: semi-árido ou clima mediterrânico. Culturas de sequeiro se a água for armazenada no
solo. Os solos podem ser úmidos no inverno mas no verão são secos.
• Údico. clima úmido - Os solos geralmente permanecem úmidos e normalmente a irrigação das
culturas não é necessária.
• Ústico: clima semi-árido - A chuva ocorre durante a estação de crescimento. Geralmente secos
no verão.
• Perúdico: a precipitação excede a evapotranspiração todos os meses, mas o solo se fica
saturado por longos períodos.
• Áquico*: o solo permanece saturado por tempo suficiente para que ocorram condições
anaeróbias.
Salinas
Cobertura arbórea mista Cobertura do Solo ou da terra
Cobertura arbórea de coníferas deciduais
O termo “cobertura do solo ou da terra” (land cover, em inglês), é
Cobertura arbórea de coníferas perenes utilizado para descrever o tipo de elemento que cobre a superfície
Cobertura arbórea frequentemente inundável (água doce) terrestre (incluindo vegetação, solo nu, áreas urbanas e corpos
d’água). É importante distinguir entre “cobertura do solo ou da
Cobertura arbórea frequentemente inundável (água salgada)
terra” e “uso do solo”: um solo coberto de arbustos e campos
Corpos d´água poderia ser um parque urbano, uma plantação de árvores
frutíferas ou uma savana (p/ex., o Cerrado brasileiro), de acordo
com seu uso.
O mapa de cobertura do solo da ALC foi elaborado em 2000 com
dados adquiridos por satélite [21, 22]. (JRC)
Na imagem da esquerda, são mostrados os diferentes tipos de
cobertura do solo na ALC para o ano 2000, de acordo com dados
obtidos de satélites.
5. O Fator antrópico
L Os assentamentos humanos dependem na maior parte, do Em geral, a densidade populacional
clima e da disponibilidade de água e de solo fértil. Estes fatores é muito baixa nas regiões
fazem que as atividades sócio-econômicas concentrem-se em interiores da América do Sul,
determinadas zonas, onde se desenvolvem as infra-estruturas enquanto que as densidades mais
para que as mesmas sejam realizadas. O mapa à direita ilustra altas concentram-se ao longo da
a densidade demográfica da ALC (número de pessoas por km2). costa, onde as maiores cidades
As áreas menos povoadas são ilustradas em azul, enquanto que estão localizadas (p.ex. Buenos
as áreas onde existe uma maior densidade populacional são Aires, Rio de Janeiro, Santiago de Chile,
representam em laranja e vermelho. Caracas). Existem exceções de grandes
cidades localizadas no interior, como é o
caso do México, Bolívia, Colômbia e Paraguai.
A cidade do México e São Paulo encontram-se
entre as maiores aglomerações urbanas do mundo,
em terceiro e quinto lugar, respectivamente, de acordo
com dados da ONU (cidades com cerca de 20 milhões
de habitantes). A densidade da população na ALC é muito
variável: desde 596 habitantes por km2 em
Densidade Demográfica
Barbados, até 3,2 habitantes/km2 no Suriname
(habitante por km2)
(trata-se de uma das densidades populacionais
mais baixas do mundo, comparável com a da 0
Islândia). Em geral, a maior parte do Suriname 1 – 13
possui geralmente valores muito baixos de
14 – 26
densidade populacional (menos de 1 habitante/
2
km ). 27 – 52
53 – 78
O mapa à esquerda ilustra distribuição do
índice de acessibilidade na ALC. 79 – 116
117 – 168
169 – 259
260 – 440
441 – 3298
O período necessário para que o material de origem evolua é Na seguinte figura, ilustra-se uma cronossequência de solos
muito longo, uma vez que os ritmos dos processos pedogenéticos sobre terraços aluviais. A maior idade dos solos se traduz pela 500.000
maior alteração dos minerais. Alguns índices, como a razão
são extraordinariamente lentos. Este pode variar entre 0,001 e 1 quartzo/ feldspato na fração de areia grossa, estão relacionados
mm/ano, sendo mais rápido em climas quentes e úmidos, onde com a idade dos solos. (LJ / CCI) 300.000
a atividade dos organismos é mais intensa e a vegetação mais
exuberante.
100.000
50.000
A velocidade da formação do solo diminui com o tempo, até atingir
a sua estabilização. Inicialmente, o material de origem evolui 10.000
formando uma camada superficial rica em matéria orgânica que 500 anos
converte-se em horizonte A, considerada de rápida formação. A
seguir desenvolve-se o horizonte subsuperficial mineral (B), cujo Holoceno Pleistoceno Superior Pleistoceno Médio
processo de formação é muito mais lento.
Podemos observar uma cronossequência na paisagem ou no solo, quando todos os Horizonte Horizonte
B E
fatores de formação do solo, (litologia, clima, organismos vivos, relevo, tempo e de
atividade antrópica) se mantem constantes, exceto o tempo. Material Material Horizonte
de origem de origem B
Na imagem ilustram-se perfis de solos desenvolvidos em uma Material
área originalmente ocupada pela floresta mesófila de montanha de origem Material
em El Rincón, Serra Norte, Oaxaca-México. de origem
Tempo
No esquema de cores acima ilustra-se de forma simplificada, o desenvolvimento
teórico do solo ao longo do tempo, sob condições de umidade. O material inalterado
da rocha matriz está exposto aos processos de intemperismo. A acumulação e a
decomposição da matéria orgânica, leva eventualmente ao desenvolvimento de
um horizonte A. Muito mais tarde, os processos de formação do solo irão levar à
formação de um horizonte B, com acumulação de matéria orgânica, argila, ferro e
alumínio, normalmente derivados do horizonte A. Em condições de umidade, a camada
superficial irá sofrer um processo de lavagem (lixiviação), mediante o qual, parte do
horizonte irá se transformar num horizonte eluvial (horizonte E). (JRC)
Rego
Regoso
ol Phae
Phaeoozzeem
m Lu
Luvi
uvi
v sso
ol Umbr
Um
mbris
brris
b isol
ol Po
odzzol
o
Estado estacionário
l
also
Desenvolvimento
do perfil do solo
ol
em
Acris
Ferr
zol
rnoz
Pod
Che
Nulo
101 102 103 104 105 106
Tempo (anos)
Intemperismo físico
Argila
O termo "argila" pode ter vários significados:
i Uma partícula do solo de diâmetro inferior a 2 μm;
ii Uma classe textural que contém mais de 40% de partículas
argilosas, menos de 45% de areia e menos de 40% de silte.
iii Um material natural composto originalmente por minerais de
grão fino, o qual é plástico em condições apropriadas de úmidade
e tem a capacidade de endurecer-se ao secar. Embora a argila
normalmente seja constituida por filossilicatos, pode conter
outros materiais que lhe conferem plasticidade e a capacidade de
endurece-se ao secar.
Salar de Huasco (Chile). Esta salina encontra-se no extremo sul do vale de Collacagua, dentro de uma extensa bacia endorreica,
próxima da fronteira com a Bolivia. Trata-se de um ecosistema muito rico e frágil, situado a mais de 3.700 m de altitude, o qual
foi declarado como sítio RAMSAR (zona úmida de interesse nacional) em 1996 e Parque Nacional no ano 2010. (HLB)
Solos encharcados ou hidromórficos Os solos saturados de água impedem a circulação dos gases
através dos poros do solo; a falta de ar impede o crescimento e o
Forças Direção do Solo Fendas cheias com
Quando chove, a água percola através do solo drenando-o na desenvolvimento das raízes das plantas. de tensão movimento desagregado material da superfície
maioria dos casos. No entanto, em alguns lugares, devido à
textura do solo ou à presença de barreiras impermeáveis, os A agitação do material subjacente para a superfície muitas vezes forma um
poros e cavidades do solo saturam-se com água. Esta zona microrrelevo conhecido como gilgai, onde a superfície do terreno torna-se
irregular, alternando montículos e pequenas depressões. (MF)
pode ser encontrada relativamente próximo à superfície do solo
(<2m) e é conhecida como lençol freático (ver Glossário). Essa
Além da formação de fissuras causadas pela contração das
situação é consequência da presença de estratos impermeáveis
argilas, na superfície se formarão estruturas granulares ou
no subsolo e/ou depressões na paisagem (p. ex. áreas de marés,
de torrões que caem dentro das fendas. Quando o solo é
perto da costa).
novamente umedecido, uma parte do espaço requerido por
A este estado do solo (permanente ou temporário), em que se este para recuperar seu volume, está ocupado pelas partículas
encontra saturado por água, denomina-se hidromorfia, e tem um que caíram dentro das fendas, provocando uma tensão de
efeito nas propriedades do mesmo, na sua formação e na sua corte com o material do solo. À medida que aumente a pressão
evolução. Também influi nas suas possibilidades de exploração pelo aporte da água, alguns blocos do solo sucumbem a estas
do solo. Na bibliografia especializada existem numerosos termos forças e deslizam uns sobre os outros. Os planos de corte são
que fazem alusão a esse estado do solo, em todos os sistemas conhecidos como superfícies de fricção e exibem uma superfície
de descrição e classificação dos solos (p. ex. propriedades lustrosa e estriada na direção do corte. A interseção dos planos
hidromórficas, horizontes de cores variegadas, manchas de de corte cuneiformes produzem agregados angulares em blocos,
croma baixo - inferior a 2 - , descolorações, regime áquico, que tendem a aumentar com a profundidade (provavelmente
gleização ou pseudogleização). refletindo o gradiente de umidade). Como consequência desse
movimento interno do solo e da deposição dos agregados da
superfície nas fendas profundas, o subsolo é empurrado até a
A Química dos solos encharcados superfície e misturado. Este processo é conhecido como agitação
(ou com excesso d’ água) ou pedoturbação. A mistura constante de materiais do solo
resulta num horizonte A localizado em profundidade. Esse tipo
Nos solos saturados de água falta espaço para o ar (O2), uma vez de solo geralmente desenvolve-se no sopé das encostas ou nas
que os poros estão todos preenchidos por água. A matéria orgânica se planícies, como resultado do intemperismo de basaltos ou pela
decompõe e os elétrons são capturados pelos compostos: NO3-, Fe2O3, redeposição de sedimentos aluviais ricos em esmectita.
SO2-4 ou CO2.
Algumas das reações químicas mais importantes que ocorrem nestes
solos são: Acima: perfil típico de um solo periodicamente ou permanentemente encharcado.
As propriedades gleicas (p. ex. cor verde azulado) não são visíveis na foto, já que
• Mineralização do nitrogênio orgânico: devido à falta de oxigênio neste caso encontram-se abaixo do nível da água. Este tipo de solo se desenvolve
produz-se a acumulação de amônia. onde a drenagem é pobre ou inexistente. (CCG)
1. Ferralitização
Os solos dos trópicos úmidos apresentam as seguintes
características: são de profundidade média, fortemente erodidos,
são vermelhos ou amarelos e com transição difusa ou pouco
acentuada entre os seus horizontes. O intemperismo é intenso,
devido à elevada umidade e temperatura. Se estas condições
forem mantidas durante um longo período de tempo, resultarão
na formação solos com vários metros de profundidade e com
uma proporção de fragmentos da rocha matriz inferior a 5%.
A foto abaixo foi tirada no Brasil, mostra um típico perfil de Ferralsol: profundo, Petroplintita que surge como uma camada dura na superfície do solo. (CG)
sem diferenciação de horizontes e avermelhado. (LMSB)
Caulinita (1:1) Illita (2:1) Vermiculita (2:1) Esmectita (2:1) Clorita (2:1)
Não expansível Não expansível Moderadamente expansível Fortemente expansível Não expansível
Octaedro
Tetraedro
Você sabia...?
• Formação de turfa
Todo
Solo permanentemente acumule-se no solo. Nas condições de calor e umidade dos
congelado trópicos, os fungos e as bactérias são muito ativos. Nas áreas
o an
temperadas, aqueles animais que constroem galerias ou tocas,
Detrito + Ar+ Gelo
o como pequenos mamíferos, besouros ou minhocas, podem ter
Base
Profundidade uma grande influência sobre os processos do solo, uma vez
que facilitam o movimento da água através destes canais e
Água galerias. Nos trópicos, o papel dos cupins e das formigas é de
Detrito + Ar+ Água Solo não vital importância na reciclagem de nutrientes e na redistribuição
congelado de partículas do solo.
Os cupins
Os cupins são insetos que formam colônias e cuja estrutura social
é muito sofisticada. Esses insetos dividem o trabalho em grupos
A Argentina é o segundo país, depois do Chile, em termos de superfície coberta pelo gelo (abriga ao redor de 15% da superfície específicos, produzem gerações sobrepostas e cuidam dos indivíduos
coberta por gelo da América do Sul). Na foto de acima aparece um vale onde predomina o permafrost de montanha nos jovens de maneira coletiva. Alimentam-se principalmente de matéria
Andes Secos (Mendoza, Argentina). Pode-se observar o caráter pedregoso da superfície dos solos afetados pelos ciclos de
congelamento e descongelamento (crioclastia), típico dos ambientes periglaciais, bem como uma espetacular geleira rochosa, vegetal morta, geralmente na forma de madeira, serrapilheira ou, ainda,
também denominada geleira de escombros. (LR) de excremento de animais.
O Parincota (6.342 m de altitude) é um vulcão localizado na fronteira entre Bolívia e o Chile. Uma das erupções mais violentas, ocorrida há
aproximadamente 8000 anos atrás, provocou um deslizamento de terra que originou o lago Chungara (em primeiro plano na foto). (LG)
Ciclagem de nutrientes
Entende-se por ciclagem de nutrientes a transferência de • Quando os organismos morrem, são decompostos e passam deve-se aplicar grandes quantidades de insumos orgânicos a fim
elementos entre o solo, as plantas e a atmosfera. Num a formar parte das reservas orgânicas do solo. de melhorar os níveis de matéria orgânica. No entanto, muitos
ecossistema natural e equilibrado, esta transferência é auto- • Armazenamento no/sobre o solo dos restos dos organismos: métodos de cultivo atuais consomem muitos mais nutrientes do
sustentável e cíclica. No diagrama da direita ilustra-se, de forma desta maneira fecha-se o ciclo ao decompor os restos dos que devolvem ao solo. A situação é particularmente evidente nas
geral, este processo. Os distintos elementos contêm diferentes organismos vivos (ver página 24). monoculturas de cereais as quais removem quase toda a planta
"ciclos da vida". Através de processos de transformação, estes do campo.
elementos são formados e armazenados no solo em formas Como resultado, existem diferenças significativas na distribuição
inorgânicas ou orgânicas. Se as condições são favoráveis, alguns dos elementos dentro do solo. Os nutrientes são liberados em
dos elementos são consumidos pelos organismos, os quais, ao profundidade pelo intemperismo dos minerais e, em seguida,
morrerem e se decompor, devolvem os elementos à terra para são absorvidos pelas raízes das plantas, para posteriormente
que o processo possa continuar. serem transferidos às partes aéreas das mesmas; a seguir são
redepositados no solo na forma de matéria orgânica fresca. Com
Mesmo que cada nutriente apresente um ciclo específico, vários o aporte de precipitação há o enriquecimento das reservas da
Deposição
elementos aparecem em mais de um ciclo. Alguns ciclos, como superfície do solo. O nitrogênio tende a acumular-se no horizonte atmosférica
o do nitrogênio, carbono, oxigênio e enxofre, implicam em A, rico em matéria orgânica, e diminui gradualmente com a
transferências entre a atmosfera, o solo e as plantas, enquanto profundidade. O fósforo comporta-se de maneira semelhante.
que outros podem desenvolver seu ciclo apenas abaixo da terra. No entanto, por ser praticamente imóvel no solo, 90% tende a
As fases mais importantes destes ciclos se referem à troca de permanecer nos primeiros 30 cm superficiais do solo. No caso Decomposição Folha
nutrientes entre os três âmbitos principais: do potássio, o número se aproxima de 50%. O enxofre também
• Armazenamento no solo na forma inorgânica: em cada tende a acumular-se na superfície em ambientes temperados,
embora, no caso de solos tropicais, ocorrem concentrações mais Absorção de
fase de crescimento, as raízes das plantas só podem ter Água nutrientes
acesso a uma pequena fração das reservas inorgânicas do elevadas no subsolo. solo Minerais e do solo pelas plantas
nutrientes do solo
solo de fósforo, potássio e cálcio, elementos provenientes
Na realidade, cada ciclo é um processo de equilíbrio entre as
do intemperismo dos minerais, da chuva e das partículas
entradas e saídas de nutrientes. As entradas podem ser de forma rocha Lixiviação Intemperismo
presentes na atmosfera, da mineralização da matéria
natural, como a fixação biológica de nitrogênio, ou por fora do
orgânica e da aplicação de fertilizantes inorgânicos. Nestes
sistema (p. ex., fertilizantes orgânicos e inorgânicos). As saídas de Esquema geral do ciclo dos nutrientes. Os nutrientes do solo podem
casos, os nutrientes são compostos por íons presentes na
nutrientes incluem sua eliminação completa do sistema através ter origem na atmosfera, na decomposição de resíduos vegetais ou
solução do solo e de íons trocáveis adsorvidos pelos minerais no intemperismo de minerais. Estes permanecem retidos na matéria
das colheitas, do vento, da erosão hídrica e da lixiviação. orgânica e nas partículas de argila, que os liberam lentamente na
de argila e matéria orgânica (ver a continuação);
solução aquosa do solo, de forma que possam ser utilizados pelas
• Armazenamento nos organismos vivos no/sobre o solo: Uma das principais fontes de nutrientes para as plantas é a plantas. No entanto, os nutrientes podem ser perdidos através da
lavagem. (MSS)
inclui os nutrientes armazenados nos animais, plantas e matéria orgânica do solo, a qual melhora as propriedades
microrganismos. Para os elementos com ciclos rápidos (p. biológicas, químicas e físicas do mesmo. Os resíduos vegetais
ex., o potássio), o armazenamento desta forma é muito são a fonte principal de matéria orgânica do solo, enquanto que o
significativo. estrume e a urina, são fontes secundárias. Nos campos agrícolas
...demasiado úmidas (existem ... aqui não tem solo... As zonas em laranja
problemas de drenagem)... representam os solos
naturalmente férteis.
O solo é o coração da segurança alimentar. Os solos saudáveis O primeiro passo foi descartar as áreas de altitudes superiores
são necessários para sustentar a vida na Terra: neles são a 2.000 m, o que representa aproximadamente 8% da ALC.
cultivados os alimentos e dele se obtém a forragem; fornecem Inclusive, se algumas áreas da ALC praticam agricultura a esta
matéria-prima para o aquecimento e para cozinhar; fornecem altitude, não se pode considerar adequada para um tipo de Os solos potencialmente férteis na ALC
materiais para a construção civil e utensílios diversos. agricultura intensiva. A seguir, calculou-se a percentagem de
O mapa acima mostra os solos naturalmente férteis da ALC, os quais
extensão territorial cujas limitações são as baixas temperaturas
Infelizmente, as condições necessárias para que um solo seja representam cerca de 25% da área. No entanto, existem limitações
(1,6%) ou o clima muito seco (4,8%).
considerado naturalmente fértil são pouco extensas na ALC. a nível local, como, por exemplo, o grau do declive, que não podem
Nesta página são ilustradas se as limitações ambientais para a Em relação às características do solo, foram excluídos aqueles ser avaliados de maneira adequada nesta escala. Os mapas aqui
produção agrícola. Para se poder avaliar a extensão dos solos muito rasos (os quais somam cerca de 15,2%), os muito salinos representados expressam uma visão generalizada – uma vez que
potencialmente férteis, foram eliminadas aquelas zonas que (5,5%), os muito pobres em nutrientes (34%) e, por último, foram existem métodos para cultivar em lugares onde as condições naturais
apresentavam algum tipo de limitação relacionada à fisiografia, excluídos os solos muito úmidos (5,3%). não são ótimas -, não obstante estes são relevantes no debate sobre a
ao clima e/ou às características do solo, as quais poderiam impor fertilidade do solo e a produção de alimentos.
algum tipo de limitação à produção agrícola intensiva. Ainda foram excluídos os corpos de água e as áreas urbanas.
reveste a parte exposta da terra: o solo. No Planeta Terra, a vida uma maior consciência dos processos naturais e, agora, mais do Protozoários (Protista) [3.060-4.140] 36.000
se desenvolve nos oceanos (71% da superfície do planeta) ou que nunca, dos limites nos quais o solo pode funcionar, incluindo Nematóides (Nematoda) [1.280-2.880] 15.000
ainda nas massas continentais. Na terra firme (a superfície que os novos eventos de mudanças climáticas. Rotíferos (Rotifera)2 457 2.000
não está coberta por gelo ou água), a vida tem seu sustento no Tardígrados (Tardigrada)2 67 750
solo. Apesar de estarmos acostumados a admirar a surpreendente Biodiversidade do solo na ALC Mesofauna
biodiversidade que ocorre sobre o mesmo na forma de diferentes Dipluros (Diplura) - 659
paisagens (p.ex., prados, bosques, florestas, campos cultivados), Nos solos tropicais encontramos um grande número de organismos, Ácaros (Acari) 1.500 45.000
também há vida dentro do solo, já que a maioria de suas funções o que, em parte, é explicado pelo enorme tamanho destas regiões Enquitríqueos (Enchytraeidae) 100 800
depende da diversidade das formas de vida que abriga abaixo e o seu alto grau de endemismo (ou seja, a ocorrência de espécies Pseudoescorpiões (Pseudoscorpionida) >100 3.235
de sua superfície (multitude de espécies, gêneros, famílias e que existem exclusivamente nessas áreas). Por exemplo, no Brasil Colêmbolas (Collembola) 199 7.500
comunidades de organismos que compõem a biodiversidade já foram descritos mais de 50.000 espécies que habitam o solo Macrofauna
do solo). Por isso, às vezes faz-se referência ao solo como uma e a serrapilheira (ver tabela adjacente). Apenas algumas delas Formigas (Formicídae) 2.750 11.826
camada biológica, um produto da atividade dos vários organismos são de grande tamanho, como algumas minhocas; a maioria Besouros (Coleoptera) 30.000 350.000
que nele habitam. são organismos microscópicos (p. ex., nematóides, minhocas Vermes (Megadriles) 306 3.800 [8.000]
minúsculas) ou pequenos macroinvertebrados (p. ex., insetos, Opiliões (Opiliones) 951 [1.800] 5.500
A importância do solo reside na sua capacidade de sustentar a besouros e formigas). Os solos tropicais também abrigam uma Centopéias (Chilopoda) 150 2.500
vida vegetal. Esta (o principal produtor primário), mediante a ampla diversidade de espécies de fungos. Milípedes (Diplopoda) - 10.000
fotossíntese, é capaz de fixar o carbono ao produzir biomassa Escorpiões (Scorpionida) 119 1.259
vegetal, formando, assim, a base das cadeias tróficas (ou Os organismos do solo podem ter grandes efeitos em nível global. Caracóis (Gastropoda) 670 [2.000] 30.000
alimentares) dos seres vivos. Os herbívoros dependem desta Por exemplo, a minhoca-mansa ou Pontoscolex corethrurus, Aranhas (Araneae) 2.587 [10.000] 38.884
biomassa vegetal e os carnívoros, por sua vez, alimentam-se deles. originária do norte da América do Sul, expandiu-se nos últimos 600 Cupins (Isoptera) 290 [600] 2.800
Os resíduos resultantes dessas relações servem de alimento para anos para a maioria das regiões tropicais do mundo. Em alguns Onicóforo (Onychophora) 4 90
os organismos decompositores. Deste modo, o solo é o principal casos, quando a sua população aumenta de maneira significativa Tatuzinhos-de-jardim (Onychophora)2 135 4.250
gerador de produtos e serviços terrestres. em lugares alterados da floresta tropical, provoca a compactação 1. Número de espécies classificadas.
Acima: Número de espécies
2. Inclui espécies terrestres e aquáticas.
da superfície do solo devido à sua alta produção de resíduos 3. Fonte: modificado de Brown, G. G. et al., 2006. Biodiversity and de organismos do solo no
Sabemos que o solo funciona como um grande organismo vivo function of soil animals in Brazilian agroforestry systems. Sistemas Brasil em comparação com o
muito finos, limitando a infiltração da água e, consequentemente, Agroflorestais: Bases científicas para o desenvolvimento sustentado.
resto do mundo.3
Campos dos Goytacazes, UENF, 6, Parte IV, p. 217-242).
capaz de manter uma imensa e complexa atividade biológica ao impactando de maneira negativa o crescimento das plantas. Outra Os números entre colchetes correspondem a estimativas.
longo do tempo: respira e altera-se de maneira constante. Isto é espécie de minhoca, Enantiodrilus borellii, tem uma influência
possível graças à atuação dos organismos decompositores que ainda maior e realmente domina a paisagem das savanas do leste
eliminam uma grande quantidade de resíduos, os quais, de outro da Bolívia, com a formação de torres que podem atingir até 30
modo, poderiam acumular e impedir desenvolvimento da vida. A cm de altura. Estas torres parecem ser a resposta às frequentes
atividade microbiana do solo transforma as estruturas de carbono inundações que ocorrem na região (província de Beni). Estes
de resíduos vegetais em diferentes tipos de moléculas orgânicas, "engenheiros" do ecossistema, também podem ter efeitos positivos
coletivamente denominadas de matéria orgânica do solo (MOS). sobre o crescimento das plantas ao melhorarem a qualidade do
Inicialmente, a estrutura destes resíduos é simples, uma vez que solo, como é o caso da minhoca anécica (gênero Martiodrilus)
se encontram na forma de açúcares, aminoácidos e celulose, dos Lhanos colombianos,. A remoção desta minhoca conduz à
facilmente utilizáveis por muitos organismos. A vida útil desses desestabilização do sistema solo.
compostos é relativamente curta em consequência da sua fácil
decomposição. Porém, à medida que são utilizados e reutilizados A diversidade de formigas nas regiões tropicais, especialmente
sucessivamente por outros seres vivos de maior tamanho, irão nas florestas, é também considerável. Por exemplo, podem
transformar-se em substâncias mais complexas, denominadas ser encontradas mais de 500 espécies numa área de 10 km2.
húmus (ver página 29). O húmus está intimamente ligado à Atualmente, existem 12.513 espécies descritas no mundo, das
fase inorgânica ou mineral do solo, e pelo fato de não ser uma quais cerca de 25% são encontradas na América do Sul.
fonte de energia prontamente disponível, permanece no solo por
períodos de tempo relativamente prolongados. Os processos que
se desenvolvem no solo são responsáveis pela cor e a estrutura
do mesmo, propriedades necessárias para classificar os solos e
avaliar o seu estado de saúde. Você sabia que...?
Pela primeira vez na história, a nossa civilização é, atualmente, mais • Em uma parcela de 10 x 10 m no Peru foram encontradas 114
urbana do que rural e as atividades humanas têm intensificado o espécies de formigas.
uso do solo. Praticamente não existem lugares naturais que não • Em uma única árvore da floresta amazônica foram capturadas 82
tenham sido interferidos pelo homem. espécies de formigas.
É importante preservar os solos com alto potencial de abrigar o As imagens à esquerda correspondem
ao Museu das Múmias de Guanajuato.
patrimônio cultural através de uma gestão adequada. Para isto Mediante técnicas avançadas é possível
é necessário o controle de práticas de cultivo, como a aração deduzir a idade aproximada no momento
do falecimento, o ambiente social e até
profunda, que não deve ser realizada em lugares susceptíveis a fazer a reconstrução facial. (IAM)
vestígios arqueológicos na primeira camada de solo ou suscetíveis
à erosão.
A partir das escavações realizadas em 2002 no sítio arqueológico de Teotihuacan (zona central do México), na conhecida Pirâmide da Lua, confirmou-se que s teotihuacanos tinham laços com os maias após a
descoberta de um cemitério que conservava vários objetos de jade (a área de exploração mais próxima deste mineral localiza-se no Vale de Motagua, Guatemala); os objetos esculpidos com esta pedra eram
apenas utilizados por membros de famílias reais ou governantes das sociedades maias. Em tempos anteriores já haviam sido encontrados outros cemitérios nas zonas dos maias que sugeriam alguma relação
com os visitantes de Teotihuacan. Ambos os grupos colaboraram uns com os outros em questões comerciais e de política. Arqueólogos, historiadores e antropólogos têm formulado várias hipóteses para explicar
o declínio e abandono da área (cerca do ano 700 d.C.); entre elas, a mais aceita afirma que os teotihuacanos terminaram com os recursos naturais: erodiram seu solo, que deixou de ser útil para a agricultura,
bem como acabaram com a água. O lugar, de fértil, transformou-se em deserto com o tempo. Assim, no século VIII, a população foi disseminada pelo centro do país e foi mais além, já que alguns chegaram até
os territórios que hoje ocupam El Salvador e Nicarágua. Os astecas descobriram a cidade e deram o nome que até hoje é conservado - e que significa "o lugar onde os deuses se reúnem". (CG)
Ao longo do século XX foram desenvolvidos novos sistemas de Dentre as quatro imagens apresentadas abaixo, o par de cima corresponde
a solos geograficamente muito distantes entre si, mas que apresentam as
classificação de solos como resultado do crescente interesse pela mesmas características, o que implica que deveriam ser agrupados juntos
conservação e manejo deste recurso. Estes sistemas enfatizaram em um sistema de classificação (neste caso, Grupo de Solo de Referência:
Phaeozem de acordo com a classificação WRB, que será explicado mais
diferentes aspectos, tanto básicos como aplicados. Alguns sistemas adiante, na página 44). (GS, MF)
baseiam-se na identificação das características naturais dos solos, As fotos na linha inferior são de perfis de solos que têm características
muito contrastantes. Trata-se de um Andosol (esquerda) e um Leptosol
enquanto que outros focam em características técnicas. (direita), ambos localizados em um ambiente árido. No entanto, a natureza
do material de origem, a profundidade do solo e o teor de matéria orgânica
As classificações naturais ocupam-se da diferenciação dos solos fazem com que pertençam a classes de solos distintas. (CCG, JAO)
com base em suas propriedades intrínsecas, comportamento ou
origem, sem fazer referência ao uso que se fazem deles. Alguns
exemplos são:
i. O agrupamento de acordo com as principais características
ecológicas, como, por exemplo, os solos dos desertos ou das
florestas tropicais úmidas. Estes grupos, geograficamente
homogêneos, podem apresentar propriedades e funções
diversas.
ii. Agrupamento segundo os processos de desenvolvimento,
considerando-se os fatores de formação e a gênese do solo
e. Esta classificação é conhecida como genética. Nela, o solo
é considerado como um corpo natural, com uma história e
ecologia próprias.
As classificações técnicas estão relacionadas a um propósito
concreto do manejo do solo. Os solos podem, então, serem
classificados como uma função de variáveis, como:
• Hidrologia: os tipos de solo são agrupados de acordo com o
seu regime hídrico (p.ex., classes de drenagem).
• Aptidão agrícola: agrupamento de acordo com a capacidade
dos solos de suportar determinados cultivos.
• Usos do solo: agrupamento baseado no manejo do solo para
diferentes usos.
• Fertilidade: agrupamento baseado na disponibilidade de
certos nutrientes.
• Engenharia: agrupamento de acordo com a capacidade do
solo de suportar cargas e estruturas.
Alic (álico): horizonte de acumulação de argila com uma alta CTC e Hemic (hêmico): apresenta, depois de friccionado, de um sexto e dois Thionic (tiónico): presença de uma camada rica em enxofre, de
baixa saturação por bases. terços (em volume) de material orgânico composto de tecido vegetal espessura mínima de 15 cm, dentro dos 100 cm da superfície do solo.
reconhecível, dentro de 1 m de profundidade.
Alumic (alúmico): subsolo elevada saturação por alumínio. Umbric (úmbrico): presença de horizonte superficial escuro, rico em
Histic (hístico): presença de camada orgânica superficial espessa e húmus e com baixa saturação por bases.
Andic (ândico): presença de uma ou mais camadas de espessura saturada com água.
acumulada de 30 cm ou mais, com minerais de baixo grau de ordenação Vertic (vértico): presença de horizonte argiloso subsuperficial onde
(alofanas e imogolitas) ou com complexos de substâncias orgânicas Humic (húmico): contém um teor médio de húmus relativamente alto ocorre movimento de massas de solo.
com alumínio, e sempre com ferridrita. dentro dos primeiros 50 cm do solo mineral.
Vitric (vítrico): presença de uma ou mais camadas de espessura
Anthraquic (antráquico): presença de horizonte superficial modificado Hydric (hídrico): contém, dentro dos 100 cm de profundidade, uma acumulada de 30 cm ou mais, com vidros vulcânicos ou com uma
pelo cultivo de arroz (inundado), causando um pé de grade relativamente ou mais camadas com uma espessura mínima (somadas) de 35 cm quantidade limitada a moderada de alofana, imogolita ou substâncias
denso e processos de redução dentro e acima desse pé de grade. e com retenção de água de 100% ou mais em amostras sem secar orgânicas com alumínio (apenas nos Andosols).
(unicamente nos Andosols).
Arenic (arênico): textura, arenosa presente em uma camada de pelo Xanthic (xântico): presença de horizonte ferrálico de coloração
menos 30 cm de espessura dentro dos 100 cm da superfície do solo. Leptic (léptico): rocha contínua inicia dentro de 1 m de profundidade. amarelo pálido com pelo menos 30 cm de espessura, localizado dentro
dos 150 cm da superfície.
Nesta seção seguem os principais tipos de solos que podemos encontrar na ALC (seguido pelos tipos de solos
secundários) de acordo com o esquema de classificação WRB em que são descritos os Grupos de Solos de
Referência (GSR). As páginas seguintes servirão de apoio ao leitor para obter um conhecimento geral sobre as
Esquerda: os Acrisols estão naturalmente cobertos
características chaves para cada tipo de solo, suas paisagens associadas e seu padrão de distribuição na ALC. por florestas tropicais e subtropicais. A agricultura
de subsistência, em parte itinerante, ocupa grandes
Na ALC são encontrados 32 tipos de solos segundo a classificação WRB. Os solos apresentam-se em dois grupos: áreas de Acrisols. Como se pode observar na
imagem, esses solos também são aptos para o
primeiro aqueles 13 tipos de solos que ocupam áreas de extensão significativa (tipos de solo principais) e a cultivo de pastagens, embora dependam, em grande
seguir os 19 tipos restantes que ocorrem com menor frequência (tipos de solos secundários). Em ambos os casos parte, de práticas adequadas de manejo do solo.
(SC)
os solos foram ordenados por ordem alfabética, seguindo o sistema de classificação descrito anteriormente.
Abaixo: Este Acrisol no Peru contém um horizonte
Somente os Albeluvisols não se mostram aqui, devido a sua ocorrência documentada na ALC ser mínima. superior de cor clara onde a argila foi lixiviada e
depositada no subsolo, de cor avermelhada. Devido
Cada tipo de solo recebe uma definição clara e concisa e uma descrição das características principais, da à sua estrutura pouco desenvolvida, os Acrisols são
suscetíveis à seca, à compactação, à formação de
cobertura vegetal e de seu uso. Cada descrição é complementada com um mapa de distribuição, uma foto de crostas e à erosão. (JNR)
um perfil típico e uma imagem típica de paisagem. O mapa mostra os locais onde predominam os
Acrisols. Cobrem cerca de 12% da ALC. A Soil
A cor associada com o título de cada item (tipo de solo) é usada na legenda das páginas 58 e 59 e na legenda Taxonomy classifica a maioria destes solos como
dos mapas regionais que seguem. Deste modo, uma cor específica no mapa corresponde à cor desta seção onde Ultisols.
se pode consultar as características básicas do solo em questão (p. ex. Andosol = vermelho).
Não podemos esquecer que um determinado tipo de solo não se restringe à área indicada no mapa. Por um lado,
os mapas ilustram apenas o tipo de solo dominante, o qual pode ir acompanhado de vários solos associados.
Além disso, a escala pequena dos mapas não permite mostrar áreas de distribuição menores.
Solos arenosos susceptíveis à erosão, com baixo conteúdo de Solos com acumulação significativa de cálcio (Ca) secundário.
Arenosols Calcisols
água disponível e baixa capacidade de retenção de nutrientes Em geral, localizam-se em zonas áridas (do latim, calx, calcário)
(do latim, arena, areia)
Os Arenosols são os solos mais extensos em âmbito mundial. Podem-se distinguir dois grupos Os Calcisols apresentam carbonatos secundários que precipitam quando a água do solo supersatura-se de íons
de acordo com sua gênese: depósitos de areias recentes (desertos, praias ou dunas) e areias de cálcio e bicarbonato. O cálcio provêm, sobretudo, d do intemperismo de materiais calcários (p. ex. calcário),
quartzosas que se acumulam residualmente pela intemperização in situ avançada de outros mas também do gesso ou feldspatos. Os Calcisols ocupam as zonas áridas e semi-áridas onde a água da
minerais, geralmente sob clima tropical úmido. Na América Latina, esses solos são especialmente chuva não penetra a muita profundidade ou onde a água do lençol freático, que ascende por capilaridade,
adequados para o cultivo de coco, mandioca e milho. Quando ocorrem nas regiões semiáridas evapora-se. Ambos os fenômenos provocam a precipitação dos carbonatos. Se o conteúdo em carbonatos for
toleram apenas os sistemas de pastagens extensivas e de baixo rendimento. elevado, ocorre a formação de uma camada cimentada e impenetrável para as raízes das plantas.
Esquerda: a falta de água e/ou a presença de
horizontes cimentados próximo à superfície do solo
Esquerda: paisagem de um Arenosol pouco limita a atividade agrícola nos Calcisols. A imagem
desenvolvido em um pediplano da Amazônia e corresponde a uma paisagem em que os Calcisols
da Orinoquía colombiana. Os Arenosols estão surgem no vale (nas partes mais altas e menos
localizados principalmente na Colômbia, Venezuela, profundas encontramos Leptosols com carbonatos
Suriname, Brasil, Peru, Paraguai e Argentina. Estes primários). A pecuária extensiva é o principal uso nas
solos são muito propensos à erosão, especialmente zonas montanhosas com Calcisols, como pode-se
quando a cobertura vegetal é eliminada (como observar na fotografia de Sierra de Tamaulipas, México
acontece com o sobrepastoreio). (RS) Noroeste. (GCC)
Abaixo: solo arenoso no Mato Grosso do Sul, Brasil. Abaixo: Este Calcisol do Chile desenvolveu-se a partir
A cor mais escura dos primeiros 70 cm deve-se à de um depósito de conchas marinhas. Os carbonatos
acumulação da matéria orgânica (presença de secundários foram redepositados a um nível inferior,
raízes) e a diferença de umidade entre o horizonte originando uma camada cimentada .O conteúdo da
mais escuro e o subjacente. (PS) matéria orgânica é muito baixo. (MF)
O mapa mostra os locais onde há predominância O mapa os locais de ocorrência dos Calcisols. Cobrem
dos Arenosols. Cobrem cerca de 5% da ALC e a Soil cerca de 2% da ALC. A Soil Taxonomy classifica a
Taxonomy classifica a maioria dos Arenosols como maioria destes solos como Inceptisols (Calcixerepts ou
Psamments. Calciustepts) ou Aridisols (Calcids).
Esquerda: Este exemplo da cordilheira dos Andes Esquerda: os Ferralsols ocorrem principalmente
orientais, na Bolívia, demonstra que os Cambisols nas regiões tropicais e subtropicais, principalmente
suportam diversos tipos de agricultura, embora em terrenos geologicamente antigos e estáveis. A
a erodibilidade, a pedregosidade e a pouca fotografia corresponde à floresta tropical situada no
profundidade podem atuar como fatores limitantes. norte da bacia amazônica (Brasil). (GG)
(RV) Abaixo: este perfil do Brasil revela a coloração
Abaixo: Este perfil mostra um Cambisol do Chile vermelha típica dos Ferrasols. Observa-se um
desenvolvido a partir de depósitos não consolidados. horizonte superficial mais escuro e menos vermelho,
Abaixo da camada superficial observa-se um em que o conteúdo de carbono orgânico é mais
horizonte pouco diferenciado com evidencias de elevado, embora em alguns casos possam ser
formação de óxido de ferro. O conteúdo de matéria perdidos devido ao desmatamento e às práticas
orgânica é baixo. (PS) agrícolas inadequadas. (MLMS)
O mapa mostra os locais de maior ocorrência O mapa indica as áreas de maior ocorrência dos
dos Calcisols. Cobrem cerca de 9% da ALC. A Soil Ferralsols. Cobrem cerca de 17% da ALC. A Soil
Taxonomy classifica a maioria destes solos como Taxonomy classifica a maioria destes solos como
Inceptisols. Oxisols.
Solos com lençol freático alcançando a superfície (do russo Solos pouco profundos sobre rocha dura contínua ou com
Gleysols Leptosols
gley, pedaço de barro). elevada quantidade de cascalho (do grego leptós, delgado)
Os Gleysols ocorrem principalmente nas depressões do terreno onde a água subterrânea, que flui ou Os Leptosols contêm pouca quantidade de terra fina, o que reduz a sua capacidade de armazenar
ascende por capilaridade, chega à superfície do solo. Nas porções inferiores do perfil surgem o ferro reduzido, água. Podem-se distinguir dois tipos: solos pouco profundos que recobrem uma massa rochosa, e
juntamente com colorações cinza azuladas. Provinda das camadas mais profundas, a água ascende por solos muito pedregosos que, localmente, podem ser profundos. Estendem-se por todo o mundo
capilaridade e evapora-se na superfície dos agregados, onde o ferro oxida-se na presença do oxigênio e são comuns nas regiões montanhosas, nos desertos e nas áreas onde o solo foi erodido.
atmosférico, dando origem a mosqueados amarronzados, vermelhos ou amarelos. As suas maiores Geralmente, os Leptosolos são utilizados com a pecuária extensiva e reflorestamento.
extensões localizam-se nos trópicos úmidos (escudo de Guiana, Amazônia e regiões andinas úmidas).
Solos ligeiramente ácidos ou neutros, com um horizonte mineral Solos com acumulação de óxidos de ferro de forma nodular ou
Phaeozems Plinthosols
superficial espesso e escuro (do grego phaiós, escuro e do reticular (do grego plinthos, tijolo)
russo, zemlja, terra).
Os Phaeozems são caracterizados por apresentarem um horizonte mineral superficial escuro, rico Os Plinthosols se desenvolvem sobre materiais cauliníticos ricos em óxidos de ferro. As reações
em húmus. São encontrados principalmente nas regiões temperadas subúmidas. Sua umidade químicas causadas pela presença d' água subterrânea ou estagnada resultam na redistribuição
relativamente alta impede que se acumulem carbonatos secundários ou sais solúveis no perfil. dos óxidos de ferro num padrão reticular ou nodular e com espaços intermediários pobres em
Devido ao alto teor de húmus e de íons cálcio, que se ligam às partículas do solo, os Phaeozems são ferro e de cor clara. Estes horizontes recebem o nome plintita e endurecem com o umedecimento
bem estruturados e permeáveis. São solos férteis, predominantemente encontrados nas florestas e secagem repetida.A presença da plintita pode limitar o uso destes solos. Para prevenir o
do pampas da América do Sul e nas florestas de elevadas altitudes dos trópicos. endurecimento, as camadas superiores devem estar protegidas contra a erosão.
Os Regosols são solos provenientes de materiais de origem macios; são pouco desenvolvidos e Os Solonetz são solos que apresentam um horizonte subsuperficial com acumulação de argila e uma alta
com baixos conteúdos de matéria orgânica. A produção agrícola nesses solos é bastante escassa proporção de sódio e/ou de magnésio trocável. Essas características imprimem elevada alcalinidade a
e, como no caso dos Leptosols, a maioria deles encontram-se sob pastagens extensivas. Em esses solos, bem como uma estrutura colunar típica, bastante desenvolvida. Estes solos geralmente estão
determinados locais, a vegetação natural é preservada ou reflorestada nas encostas. Em geral, o associados a materiais de origem não consolidados (principalmente sedimentos de textura fina), a terrenos
seu uso agrícola é rentável apenas em climas úmidos e frios. planos e a climas semi-áridos. O subsolo dos Solonetz normalmente encontra-se endurecido durante a
estação seca e volta a ser pegajoso quando umedecido, o que torna seu cultivo bastante problemático.
Solos secundários na ALC: Mesmo sendo importantes localmente, os tipos de solo descritos a seguir ocupam pequenas extensões territoriais (<2% da superfície da ALC).
Solos moderadamente a extremamente ácidos, com um subsolo Solos jovens desenvolvidos principalmente a partir de materiais
Alisols Andosols que contém vidros vulcânicos (do japonês, an, escuro, e do, solo).
rico em argila e com alta capacidade de retenção de nutrientes
(do latim alumen, alumínio)
Estes solos apresentam um alto conteúdo de Muitos Andosols são derivados de cinzas vulcânicas,
argila na zona subsuperficial, como consequência pedras-pomes ou outros materiais vulcânicos.
da migração de sua parte superior. Os Alisols O intemperismo rápido dos vidros dá origem a
têm baixa saturação por bases a determinadas minerais com baixo grau de ordenação cristalina,
profundidades e argilas de alta atividade (p.ex., como alofanas e imogolitas (Silandic Andosols) ou
vermiculita, ilita e montmorilonita) no horizonte a sustâncias orgânicas complexadas com alumínio
rico em argila. Ocorrem principalmente nas (Aluandic Andosols). Ambos contêm óxidos de ferro,
áreas úmidas subtropicais e temperadas; este tais como a ferridrita. Os Andosols aparecem nas
clima produz acidez e lixiviação de bases. O regiões vulcânicas em todo o mundo. No entanto, os
intemperismo dos silicatos primários pode Aluandic Andosols também podem se desenvolver em
liberar uma quantidade elevada de alumínio - outros materiais ricos em silicatos sob condições de
normalmente a níveis tóxicos. intemperismo ácido, em climas úmidos e perúmidos.
Cryosols Solos com permafrost (do grego, krýos, frio) Durisols Solos com acumulação de sílica secundária (do latim durus,
duro).
Estes solos são encontrados nos depósitos aluviais das Os Gypsisols são solos com acumulação substancial
planícies de inundação, fundo dos vales, deltas e áreas de gesso secundário (CaSO42H2O). Estes solos
pantanosas costeiras, em todos os continentes e zonas são encontrados em regiões muito áridas. Muitos
climáticas. Muitos Fluvisols são inundados periodicamente deles aparecem nas depressões do terreno e estão
de maneira natural. Apresentam estratos ao longo do relacionados a antigos leitos de lagos que secaram
perfil e a diferenciação entre os horizontes é fraca. Muitos pela evaporação. A vegetação natural é escassa e
Fluvisols possuem uma grande quantidade de húmus na é dominada por arbustos xerofíticos ou espécies
camada superficial do solo. Com frequência aparecem herbáceas perenes.
traços característicos dos processos de oxirredução,
especialmente na parte inferior do perfil.
Esquerda: neste perfil de um Fluvisol mexicano, os primeiros 40
cm caracterizam-se pela presença de sedimentos estratificados
por deposição de areias finas como o resultado de um lento fluxo
de água. Ao redor dos 30 cm de profundidade houve uma mudança
abrupta no fluxo, uma vez que aparecem materiais mais grossos.
Abaixo dos 40 cm, a predominância de areias grossas misturadas Esquerda: no perfil observa-se a acumulação de gesso na matriz
com cascalho é igualmente indicadora de condições de fluxos mais do solo, especialmente entre 40 e 80 cm da superfície do solo
turbulentos. falta de camadas estratificadas abaixo de 40 cm (horizonte gíbsico). (JNR)
de profundidade sugere uma deposição contínua em condições Abaixo: paisagem típica dos Gypsisols numa zona árida do Peru,
semelhantes de fluxo durante um longo período de tempo. (CCG) próxima da costa. Os Gypsisols costumam aparecer nas áreas
Abaixo: vale fluvial em Tapacari, Bolívia. Observa-se a planície de onde a evapotranspiração é muito superior a quantidade de
inundação com cultivos inundados (RV) precipitação. (JNR)
A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como Fluvents. A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como Gypsids.
Histosols Solos ricos em matéria orgânica, que se desenvolvem geralmente Solos com um horizonte mineral superficial escuro e rico em
em condições de excesso de água ou baixas temperaturas (do
Kastanozems
matéria orgânica, com carbonatos secundários no subsolo (do
grego histós, tecido) latim castanea, castanho, e russo zemlja, terra).
Os Histosols são solos formados a partir de Os Kastanozems possuem um perfil semelhante
material orgânico. Incluem desde os solos de aos Chernozems; diferenciam-se desses apenas pela
turfeiras das regiões árticas e boreais, até os solos presença de horizonte superficial do solo de tonalidade
de manguezais e florestas permanentemente mais clara.Além disso, tanto o conteúdo de húmus como
inundadas dos trópicos úmidos. A maioria destes a sua espessura tendem a ser menores em relação
solos ocorrem nas depressões do terreno. aos Chernozens. Também costumam apresentar
maiores acumulações de carbonatos secundários na
parte subsuperficial. Compreendem os solos que se
desenvolvem sob pastagens ou matagais secos. Os
Kastanozems são solos potencialmente ricos; a falta
periódica de umidade é o principal obstáculo para
alcançar altos rendimentos agrícolas. Na ALC são
encontrados, por exemplo, nos vales inter-andinos.
Solos ácidos e arenosos, com um horizonte lavado sobre um Solos com acumulação de sais solúveis (do russo, sol, sal)
Podzols Solonchaks
horizonte de acumulação de matéria orgânica, alumínio e ferro
(do russo, pod, abaixo, e zola, cinza).
Os Podzols são solos com um horizonte subsuperficial Os Solonchaks são solos que contêm concentrações
superior (logo abaixo do horizonte superficial) elevadas de sais mais solúveis do que o gesso (p.
tipicamente de cor cinza, descolorado pela perda da ex; cloreto de sódio ou sulfato de magnésio). Estes
matéria orgânica e óxidos de ferro, sobre um horizonte sais podem mover-se no perfil ao longo do ano. Os
escuro com acumulação de húmus iluvial, seguido por Solonchaks estão confinados às zonas climáticas
outro horizonte com acumulação de óxidos de ferro de áridas e semi-áridas. As suas características
cor marrom a avermelhado. São frequentes nas áreas limitam o crescimento das plantas dependendo
úmidas das zonas boreais ou temperadas e aparecem da quantidade de sais, da profundidade em que se
localmente nos trópicos. A presença de camadas encontram e de sua composição.
orgânicas é comum nas áreas de baixas temperaturas.
Devido ao baixo nível de nutrientes, de retenção de água
e do pH, os Podzols são pouco aptos para a agricultura.
Esquerda: Trata-se de solos arenosos desde a superfície, com
acumulação de matéria orgânica, alumínio e/ou óxidos de ferro na
parte mais profunda do solo. Geralmente são solos muito pobres e
ácidos. A toxicidade por alumínio e deficiência de P são problemas
comuns. A foto é de um Podzol do Brasil, onde distribuem-se de
forma irregular ao longo do litoral, e em alguns lugares da Amazônia Esquerda: A acumulação de sal é evidente nos primeiros 50 cm do
Ocidental. Nesses locais,o horizonte lavado pode atingir alguns metros solo (horizonte sálico) (ISRIC)
de profundidade. (Embrapa) Abaixo: Os Solonchaks surgem nas regiões muito áridas, como é o
Abaixo: paisagem de Podzol no Brasil. (Embrapa) caso desta paisagem boliviana. (RV)
A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como Spodosols. A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como Salids.
Esquerda: observa-se no perfil um intrincado padrão de Esquerda: perfil típico de um Technosol, o qual revela
cores neste tipo de solo. A cor uniforme dos 30 cm superficiais evidências de antigas construções na sua parte superior. (ER)
deve-se ao cultivo ao longo dos anos. (EM) Abaixo: aterro onde são depositados os resíduos da
Abaixo: as paisagens típicas dos Stagnosols destacam-se por construção civil. Embora os Technosols possam ter certa
serem planas, como esta da costa de Golfo do México. (CCG) importância em âmbito local, numa escala continental
A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como ocupam menos que 1,5 % da área de ALC. (ER)
Epiaqualfs, Epiaquults e Epiaquepts. Não têm equivalência na Soil Taxonomy.
Solos ácido, com um horizonte mineral superficial escuro e rico Solos ricos em argila que experimentam expansão e contração
Umbrisols Vertisols
em matéria orgânica (do latim, umbra, sombra) (do latim, vertere, verter)
Os Umbrisols possuem um horizonte mineral Os Vertisols são solos muito argilosos com alta
superficial rico em matéria orgânica, porém com proporção de argilas expansivas. A sua designação faz
baixo conteúdo de nutrientes. Em geral, estão referência à remoção constante de material do solo.
associados a materiais de origem de natureza Na sua parte subsuperficial aparecem agregados em
ácida e/ou a áreas onde ocorrem chuvas intensas. forma de cunha, com superfícies estriadas e polidas
Na ALC, os Umbrisols são comuns na cordilheira (slickensides). Quando o solo seca (o que ocorre quase
dos Andes da Colômbia, Equador e, em menor todos os anos), formam-se fendas largas e profundas
proporção, na Venezuela, Bolívia e Peru. Também da superfície do solo até maiores profundidades.
ocorrem no Brasil (p. ex.: na Serra do Mar). Os Vertisols são encontrados nas posições baixas
da paisagem, tais como nos fundos de lagos secos,
bacias fluviais, terraços inferiores de rios e outras
Esquerda: solo argiloso de 33 cm de profundidade e com
acumulação de húmus no horizonte mineral superficial. Apresenta planícies, onde o clima revela uma alternância entre
valor de pH neutro, porém com saturação por bases inferior a 50 % a estação chuvosa e seca. Os Vertisols aparecem na
a partir dos 14 centímetros de profundidade. Este perfil localiza-
se em condições de clima temperado úmido na região do grande maioria dos países da ALC.
planalto duranguense (2.620 m de altitude), associado à Sierra
Madre Occidental, México. (CCG) Esquerda: perfil de um Vertisol do México que apresenta as
Abaixo: Floresta nublada do Parque Henri Pitter, Venezuela. As fendas típicas, resultantes da contração de argilominerais durante
nuvens formam-se pela ação das massas de ar úmido ascendentes, os períodos secos. (CCG)
o que favorece a produção da matéria orgânica e intensa lixiviação Abaixo: Campo de cereais colhidos: os Vertisols são solos muito
de nutrientes, resultando na formação de Umbrisols. (ISRIC) férteis (embora requeiram cuidados especiais com o uso das
A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como máquinas agrícolas). (CCG)
Inceptisols. A Soil Taxonomy classifica a maioria destes solos como Vertisols.
Fortalezas: os solos arenosos são fáceis de serem trabalhados. Fraquezas: para serem utilizados se faz necessário a adubação
com nitrogênio, fósforo e oligoelementos como ferro e zinco uma
Oportunidades: dado que os Arenosols se estendem, sobretudo, vez que esses nutrientes são escassos nos Calcisols.
pelas áreas semiáridas do continente, o uso desses solos
normalmente se limita à pastagem extensiva. Com suficiente Ameaças: a falta de cobertura vegetal torna os Calcisols
precipitação pluvial ou uso de sistemas de irrigação, podem se suscetíveis a erosão eólica e hídrica
tornar adequados ao cultivo de cereais em pequena escala, de
melões, leguminosas e espécies forrageiras, sempre com uso de Cambisols
fertilizantes.
Fortalezas: em geral, os Cambisols constituem boas terras
Fraquezas: são solos pobres em matéria orgânica, nutrientes e agrícolas, permitindo seu uso intensivo (especialmente aqueles
com baixa capacidade de retenção de água. Exigem fertilização com alta saturação por bases).
e irrigação frequentes sob condições de clima sub-úmido e
Oportunidades: dependendo de sua profundidade, podem
semiárido a fim de manter a umidade.
ter elevada capacidade de retenção de água. Os Cambisols
Ameaças: os Arenosols das regiões semiáridas são propensos à localizados nos trópicos úmidos são geralmente pobres em
erosão eólica e hídrica se medidas de conservação do solo não nutrientes, porém, são mais ricos em relação aos Acrisols ou Albeluvisol de Alemanha onde se observam as línguas
forem implementadas. Ferrasols. Além disso, os Cambisols possuem maior CTC, o que desde o horizonte eluvial até o horizonte de acumulação de
argila (vermelho). (EM)
representa uma vantagem ao reter os elementos da fertilização.
Fraquezas: os Cambisols fortemente intemperizados são pouco Ameaças: nas áreas montanhosas, onde os Cambisols são mais
férteis. frequentes, é necessário tomar medidas para prevenção do
processo erosivo quando o solo encontra-se descoberto. Nestas
áreas é melhor manter uma cobertura florestal ou utilizá-las com
cultivos perenes, como o chá.
Ferralsols
Fortalezas: abrigam uma exuberante vegetação natural,
geralmente floresta tropical, ou são manejados mediante sistemas
de corte e queima. Podem ser cultivados de forma intensiva se
manejados com uso de calagem e fertilizantes.
Oportunidades: embora a maioria dos Ferralsols sejam ácidos e
apresentem elevada saturação por alumínio, a quantidade real
do elemento trocável no solo é baixa, o que facilita sua correção
mediante aplicação de calcário. No entanto, o elevado conteúdo de
óxidos promove a fixação do fósforo dos fertilizantes. Os sistemas
agroflorestais são uma alternativa moderna para manter a matéria
orgânica e fornecer nutrientes ao solo.
Fraquezas: os níveis inerentes de nutrientes e a capacidade
de retenção dos mesmos são muito baixos. Para desenvolver
uma agricultura intensiva é necessário aplicar fertilizantes em
pequenas doses. A forte microagregação dos Ferralsols leva à
predominância de poros grandes; em consequência, a maioria dos
Ferralsols apresentam uma baixa capacidade de retenção de água,
o que pode promover a falta de água suplementar às plantas em
períodos anormais de seca em plena estação chuvosa (veranico).
Ameaças: manter a fertilidade do solo e um certo conteúdo de
matéria orgânica são os requisitos mais importantes no manejo
Plantação de café (Coffea spp.) na Costa Rica em um Acrisol. (SLCS)
dos Ferralsols.
Estudantes realizando práticas de manejo do solo nas áreas de Estelí, Nicarágua. (JLMR)
Nesta página apresenta-se de maneira esquemática o processo convencional de elaboração de mapas de solo. O primeiro passo consiste na leitura do território
através de fotografias aéreas ou imagens de satélite (imagem à esquerda. Fonte: Google Earth, Digital Globe, Marina dos NOAA dos EUA), para a seguir definir as
unidades do solo (mediante levantamentos pedológicos, como é ilustrado na imagem do centro. Foto: CCG) e paisagem. Através do estudo dos solos estima-se a sua
distribuição e por último, as unidades são delimitadas graficamente (imagem à direita. Fonte: JRC).
México realizou o seu mapeamento de solos a escala 1:250.000 em dois sistemas diferentes de classificação de solos. O primeiro é
baseado na legenda da FAO-UNESCO e o segundo, de acordo com a classificação da Base de Referência Mundial (WRB) de 1998. No
transcurso dessa atividade foram gerados 121 mapas impressos e 146 mapas digitais. A imagem corresponde a um mapa impresso
da área E1503. A carta denomina-se "Morelia", por ser a localidade mais importante que aparece. O mapeamento em escala
1:250.000 foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), desde 1983. (INEGI)
Os mapas de solos são baseados em observações de campo topografia (com declives variáveis que resultam em mudanças seguida, digitalizados. A informação registrada para cada
e a seguir, na interpretação das características do solo e suas nas propriedades do solo) e a geologia variam. Nos casos em horizonte pode variar, embora geralmente inclua a espessura, a
variações. As interpretações são realizadas a partir de modelos que a paisagem for mais homogênea, os pontos de amostragem cor, a textura, o tamanho e a estrutura do solo, a presença de
conceituais que incorporam as características do solo, e os fatores podem situar-se - aleatoriamente. Em alguns casos, como carbonatos e pedregosidade [44]. Para realizar uma avaliação
e processos de formação do solo. Para a maioria dos mapas de nos casos de inventários nacionais, por exemplo, os pontos de mais detalhada das propriedades do solo, as amostras são
solos elaborados durante o século XX, estes modelos conceituais observação encontram-se em intervalos predeterminados por analisadas em laboratório. Após a amostragem dos pontos
nunca foram explicitamente definidos ou quantificados, mas uma quadrícula regular (p.ex., intervalos de 10 x 10 km). requeridos, desenvolve-se um modelo conceitual das relações
apenas baseados na experiência dos pedólogos e nas observações entre as características do solo e topografia local, material de
das variações locais das propriedades dos solos. Com a chegada Segundo o método de amostragem tradicional, em cada ponto origem, clima e uso do solo. Em seguida, são desenhadas limites
da era digital, estes modelos conceituais começaram a ser são examinadas as características do solo, seja através da provisórios onde as características do solo se alteram (para este
quantificados, tornando-se mais assim robustos [64]. escavação de uma trincheira (para observar o perfil do solo) aspecto torna-se crucial a observação no campo). Este processo
ou por meio do uso de um trado (instrumento em forma de costuma dar lugar a alterações no modelo conceitual utilizado
As observações de campo são a chave para elaborar mapas de espiral, que possui a extremidade inferior pontiaguda, que ao para interpolar entre os pontos, delineando assim os limites no
solos de qualidade. A localização de cada ponto de amostragem ser girado, perfurara e extrai a amostra) para extrair amostras mapa utilizado no campo. O resultado do inventário de campo
é escolhida pelo pedólogo para proporcionar a melhor qualidade de solo.. Mediante ambas as técnicas, realizam-se amostragens é um conjunto de mapas com os limites delineados entre as
da informação sobre a variação das características do solo. Os de até cerca de 2 m de profundidade (se não surgir antes, a diversos tipos de solos.
fatores que determinam esta variação, e que portanto têm sido rocha matriz). Cada ponto de amostragem é georreferenciado e
utilizados para desenvolver o modelo conceitual da variação as características do solo são anotadas em folhas de registro,
espacial do solo são a geologia local, a paisagem, a vegetação muitas vezes em forma de símbolos ou notas. No mapeamento
e o clima. Os pontos de amostragem geralmente localizam-se de solos moderno, a informação registra-se diretamente em
num transecto que atravessa o território por uma área onde a formato digital ou em formulários padronizados que são em
ACct Haplic Acrisols (Cutanic) ARle Leptic Arenosols* DUha Haplic Durisols
Calcisols
ACfr Ferric Acrisols ARwl Hypoluvic Arenosols DUpt Petric Durisols
AChu Humic Acrisols ARws Hyposalic Arenosols FLce Eutric Fluvisols (Clayic)
Cryosols
ACle Leptic Acrisols Chernozems FLdy Dystric Fluvisols
Durisols ACpl Plinthic Acrisols CHcc Calcic Chermozems FLeu Eutric Fluvisols
Fluvisols ACum Umbric Acrisols CHpc Petrocalcic Chermozems FLhi Histic Fluvisols
Gypsisols ALau Haplic Alisols (Alumic) CLad Haplic Calcisols (Aridic) Ferralsols
ALcr Chromic Alisols CLar Haplic Calcisols (Arenic) FRac Acric Ferralsols
Histosols ALct Haplic Alisols (Cutanic) CLha Haplic Calcisols FRdy Haplic Ferralsols (Dystric)
Leptosols ALha Haplic Alisols CLng Haplic Calcisols (Endogleyic) FRhu Humic Ferralsols
ALhu Humic Alisols CLns Haplic Calcisols (Endosalic) FRoa Haplic Ferralsols (Oxyaquic)
Lixisols
ALpf Haplic Alisols (Profondic) CLpt Petric Calcisols FRpl Plinthic Ferralsols
Luvisols ALpl Plinthic Alisols CLso Haplic Calcisols (Sodic) FRro Rhodic Ferralsols
ALpp Petroplinthic Alisols CLwc Haplic Calcisols (Hypocalcic) FRum Umbric Ferralsols
Nitisols
ALum Umbric Alisols Cambisols FRxa Xanthic Ferralsols
ANeu Eutric Silandic Andosols CMcr Chromic Cambisols GLaq Eutric Gleysols (Anthraquic)
Plinthosols
ANge Aluandic Andosols (Gelic) CMdy Dystric Cambisols GLar Dystric Gleysols (Arenic)
Podzols ANha Andosols sem diferenciação CMeu Eutric Cambisols GLca Calcaric Gleysols
ANle Leptic Silandic Andosols CMfv Fluvic Cambisols GLdy Dystric Gleysols
Solonchaks
ANml Melanic Silandic Andosols CMge Dystric Cambisols (Gelic) GLeu Eutric Gleysols
Solonetz ANmo Mollic Silandic Andosols CMha Cambisols sem diferenciação GLfo Folic Gleysols
ANsn Silandic Andosols CMhu Dystric Cambisols (Humic) GLfv Eutric Gleysols (Fluvic)
Stagnosols
ANum Umbric Aluandic Andosols CMle Leptic Cambisols GLha Gleysols sem diferenciação
Technosols ANvi Vitric Andosols CMng Endogleyic Cambisols GLhi Histic Gleysols
ARab Albic Arenosols CMro Rhodic Cambisols GLns Eutric Gleysols (Endosalic)
Vertisols
ARad Eutric Arenosols (Aridic) CMsk Skeletic Cambisols GLpl Plinthic Gleysols
ARbr Brunic Arenosols CMso Eutric Cambisols (Sodic) GLpy Dystric Gleysols (Petrogleyic)
GLum Umbric Gleysols LVst Stagnic Luvisols PTst Stagnic Plinthosols VRcc Calcic Vertisols
GYha Haplic Gypsisols Lixisols PZab Albic Podzols VRee Haplic Vertisols (Epieutric)
GYpt Petric Gypsisols LXap Haplic Lixisols (Abruptic) PZcb Carbic Podzols VReu Haplic Vertisols (Eutric)
Histosols LXcr Chromic Lixisols PZgl Gleyic Entic Podzols VRgl Haplic Vertisols (Gleyic)
HSdr Sapric Histosols (Drainic) LXha Haplic Lixisols PZha Entic Podzols VRgy Gypsic Vertisols
HSfi Fibric Histosols LXhu Haplic Lixisols (Humic) Regosols VRha Haplic Vertisols
HSha Histosols sem diferenciação LXni Haplic Lixisols (Nitic) RGad Eutric Regosols (Aridic) VRhu Haplic Vertisols (Humic)
HShm Hemic Histosols LXpf Haplic Lixisols (Profondic) RGar Dystric Regosols (Arenic) VRnl Haplic Vertisols (Endoleptic)
HSrh Rheic Histosols LXro Rhodic Lixisols RGca Calcaric Regosols VRnv Haplic Vertisols (Novic)
HSsa Sapric Histosols Nitisols RGdy Dystric Regosols VRpd Haplic Vertisols (Duric)
HSso Hemic Histosols (Sodic) NTdy Dystric Nitisols RGel Epileptic Regosols VRpe Pellic Vertisols
Kastanozems NTeu Eutric Nitisols RGeu Eutric Regosols VRso Sodic Vertisols
KScc Calcic Kastanozems NTfl Ferralic Nitisols RGge Dystric Regosols (Gelic) VRst Haplic Vertisols (Stagnic)
KScr Haplic Kastanozems (Chromic) NTha Nitisols sem diferenciação RGha Regosols sem diferenciação VRsz Salic Vertisols
KSha Haplic Kastanozems NThu Humic Nitisols RGhu Dystric Regosols (Humic)
KSle Haplic Kastanozems (Leptic) NTmo Mollic Nitisols RGle Leptic Regosols Miscelânea
Áreas urbanas
KSlv Luvic Kastanozems NTro Rhodic Nitisols RGsk Skeletic Regosols
BR Rochas
KSpc Petrocalcic Kastanozems NTum Umbric Nitisols RGso Eutric Regosols (Sodic)
CA Corpos d´água
KSso Haplic Kastanozems (Sodic) Phaeozems Solonchaks
GC Geleiras
Leptosols PHar Haplic Phaeozems (Arenic) SCad Haplic Solonchaks (Aridic)
Sem dados
LPca Eutric Leptosols (Calcaric) PHca Calcaric Phaeozems SCcc Calcic Solonchaks
(*Leptic Regosols (Arenic))
LPdy Dystric Leptosols PHgl Gleyic Phaeozems SCgl Gleyic Solonchaks
LPli Gleysols
Lithic Leptosols PHph Gleysols(Pachic)
Haplic Phaeozems SNad Gleysols
Haplic Solonetz (Aridic) EUTRIC, DYSTRIC E HAPLIC
LPmo Mollic Leptosols PHrz Rendzic Phaeozems SNcc Calcic Solonetz • Eutric (eutrófico): contém uma saturação de bases de 50% ou
mais, entre 20 a 100 cm de profundidade.
LPrz Rendzic Leptosols PHsk Skeletic Phaeozems SNgl Gleyic Solonetz
• Dystric (distrófico): contém uma saturação de bases inferior a
LPsk Eutric Leptosols (Skeletic) PHsl Haplic Phaeozems (Siltic) SNha Haplic Solonetz 50%, entre 20 e 100 cm de profundidade.
LPum Umbric Leptosols PHso Haplic Phaeozems (Sodic) SNhu Haplic Solonetz (Humic) • Háplico (háplico): utilizado unicamente se nenhum dos qualificadores
anteriores forem aplicados.
Luvisols PHst Haplic Phaeozems (Stagnic) SNmo Mollic Solonetz
PREFIXOS
LV Luvisols sem diferenciação PHvr Vertic Phaeozems SNpc Petrocalcic Solonetz
Os seguintes prefixos podem ser utilizados para indicar a profundidade
LVab Albic Luvisols Planosols SNst Stagnic Solonetz de ocorrência ou para expressar a intensidade de certas características
do solo. Sempre são adicionados ao princípio e combinados com outros
LVap Haplic Luvisols (Abruptic) PLab Dystric Planosols (Albic) SNvr Haplic Solonetz (Vertic) elementos em uma única palavra (p.ex., Endoskeletic).
LVcc Calcic Luvisols PLal Alic Planosols Stagnosols Endo – característica que se inicia entre os 50 e 100 cm da superfície
do solo.
LVcr Chromic Luvisols PLdy Dystric Planosols STha Stagnosols sem diferenciação
Epi – característica que se inicia dentro dos primeiros 50 cm da
LVct Haplic Luvisols (Cutanic) PLeu Eutric Planosols STpl Albic Stagnosols (Plinthic)
superfície do solo.
LVed Haplic Luvisols (Epidystric) PLlv Luvic Planosols Technosols Hyper – revela uma forte expressão da característica em questão.
LVha Haplic Luvisols PLmo Mollic Planosols TCek Ekranic Technosols Hypo – revela uma fraca expressão da característica em questão.
LVhu Haplic Luvisols (Humic) PLsl Dystric Planosols (Siltic) Umbrisols Petro – após uma camada fortemente cimentada ou endurecida que
se inicia antes dos 100 cm da superfície. A segunda parte do nome
LVle Leptic Luvisols Plinthosols UMhd Haplic Umbrisols (Hyperdystric)
irá descrever a composição dominante da camada cimentada (p.ex.,
LVni Haplic Luvisols (Nitic) PTab Albic Plinthosols UMhu Haplic Umbrisols (Humic) Petrocalcic = camada cimentada com carbonato de cálcio).
LVpf Haplic Luvisols (Profondic) PTdy Dystric Plinthosols UMle Leptic Umbrisols Piso – mais de 40% do horizonte consiste de nódulos endurecidos e
nódulos de plintita.
LVro Rhodic Luvisols PThu Dystric Plinthosols (Humic) UMne Haplic Umbrisols (Endoeutric)
O tipo de solo mais representativo em cada polígono ou unidade Acima: detalhe do processo de generalização. (JRC)
cartográfica, está representado neste atlas com uma cor que mapas originais
corresponde a um GSR específico da classificação WRB e um generalização geométrica generalização temática
código de quatro caracteres que indica as suas características
dominantes (ver página 46 para obter uma descrição detalhada
de cada GSR). Por exemplo, o quadro azul contendo o código GLmo
representa Mollic Gleysols no mapa (solos com lençol freático
próximo da superfície e um horizonte superficial escuro, rico em
nutrientes e matéria orgânica). Juntamente com o tipo de solo
dominante, no mesmo polígono podem existir outros (que ocupam
menores áreas), embora não se encontrem representados no
mapa..
Os mapas de solos
A seguinte seção do Atlas contém uma série de mapas que mostram
a distribuição regional dos Grupos de Solo de Referência da WRB na
ALC.
Como ilustrado no diagrama abaixo, um mapa de solos indica as áreas
onde as propriedades do solo, de acordo com o sistema de classificação eliminação de polígonos eliminação das categorias
utilizado, são similares. Neste exemplo, os tons azuis do mapa
correspondem ao perfil do solo da foto, enquanto que as áreas em rosa
e marrom correspondem a outros tipos de solos.
Um mapa de solos é uma expressão bidimensional de um objeto
tridimensional, portanto, o solo representa a mudança espacial ou
geográfica nas propriedades do solo.
Fluvisol
Processo de Generalização.
À esquerda, de cima para abaixo, processo de generalização geométrica. Pode-se observar como alguns polígonos pequenos foram eliminados ao serem generalizados. (JRC)
À direita, de cima para abaixo, processo de generalização temática. De duas classes, passa-se a uma, ao considerar-se todo o conjunto de Cambisols. (JRC)
Canadá
EE.UU
Países da ALC
2
[pp68-69]
1 22
[pp66-67] [pp108-109]
4 5 5
3 [pp72-73]
[pp74-75]
[pp70-71]
3
6 7 8
[pp76-77] [pp78-79]
[pp80-81]
9
9 10
[pp82-83] [pp84-85] 11
[pp86-87]
13 14 12
[pp90-91] [pp88-89]
[pp92-93] 15
[Número da folha] [pp94-95]
[Número da página]
16
Escala: 1 : 2 500 000 [pp96-97]
17
[pp98-99]
[Número da folha] 18
[Número da página] [pp100-101] 19
[pp102-103]
[Número da folha]
[Número da página]
21
[pp106-107]
Escala: 1 : 4 500 000
LBNA25402PTC_002.pdf
JRC LAC atlas maps PT
Principais tipos de solos da América Latina e Caribe
Os mapas a seguir correspondem à atualização da versão 2.0 de Nas regiões desérticas do México, Venezuela, Peru e Chile Quanto aos Nitisols (cor salmão),estão localizados em sua
62 indd 62
SOTERLAC. Foram realizados por alguns países da ALC (México, predominam os Calcisols (amarelo forte), Leptosols (solos rasos, maioria na América Central e no Caribe (Cuba, principalmente).
Cuba, Porto Rico, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, cinzentos), Regosols (rosa pálido), Arenosols (marrom amarelado), Por outro lado, os Solonetz estendem-se principalmente por
Equador, Peru, Brasil e Uruguai) e foram integrados em âmbito Gypsisols (amarelo pálido) e Solonchacks (fúcsia). A Cor púrpura Argentina, Paraguai e Bolívia. Por ultimo, nas áreas urbanas e
nacional, para os objetivos deste trabalho. designa a localização dos Vertisols, que estão localizados próximas das maiores áreas de exploração mineral, encontram-se
predominantemente na América Central (principalmente no solos altamente alterados pela atividade humana, denominados
O mapa abaixo ilustra a distribuição geográfica dos solos na México), na zona do Caribe, Venezuela e Colômbia. Por outro lado, Technosols.
região América Latina e Caribe. A parte central do continente a cor vermelha indica a distribuição das áreas em que predominam
corresponde ao trópico úmido, onde dominam os Ferralsols os Andosols, geralmente relacionados com os vulcões da América
(marrom alaranjado) e os Acrisols (laranja). Estes solos também Central e da cadeia Andina.
são os mais representativos de todo o continente. Nesta região,
estes dois tipos de solos são dominantes e estão associados aos Na região de solos de campos temperados e subtropicais existem
Plinthosols (marrom escuro), Gleysols, Alisols e Podzols. os grupos Phaeozems, Kastanozems e Chernozems. Estes solos
são muito férteis e sobre eles se desenvolvem as atividades
agrícolas orientadas para a produção de cereais, soja e carne
(gado). Unidades Cartográficas de Solos
A unidade de mapeamento é o componente geográfico básico num
mapa de solos. Um tipo de solo é um solo específico com características
definidas.
Nos mapas em grande escala, a unidade cartográfica corresponde a tipos
de solos individuais, enquanto que nos mapas em pequena escala, essas
unidades raramente compreendem um único tipo: pode ser formado por
um tipo de solo dominante e com solos menores associados.
Quando vários tipos de solo de uma unidade de mapeamento seguem
um padrão geograficamente reconhecível de proporções definidas,
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JRC LAC atlas maps PT63 indd 63
Acrisols Kastanozems
Alisols Leptosols
Andosols Lixisols
Arenosols Luvisols
Calcisols Nitisols
Cambisols Phaeozems
Chernozems Planosols
Cryosols Plinthosols
Durisols Podzols
Ferralsols Regosols
Fluvisols Solonchaks
Gleysols Solonetz
Gypsisols Stagnosols
Histosols Technosols
Umbrisols
Escala
A escala de um mapa é a relação entre o tamanho do mapa e a área
Vertisols correspondente no solo. Por exemplo, um centímetro no mapa de escala
1:100.000 equivale a 100.000 cm (1km) na realidade.
Corpos d´água
Os mapas com precisão suficiente para ilustrar a localização de lotes
individuais de uns poucos hectares, são de escala 1:5.000 (1cm : 50m)
a 1:25.000 (1cm : 250m) e são considerados como mapas de grande
escala ou detalhados. Em âmbito regional ou nacional, os mapas mais
adequados são elaborados em escalas intermediárias, geralmente
1:100.000 (1 cm: 1 km) ou 1:500.000 (1 cm: 5 km).
A maioria dos mapas exibidos neste Atlas foram elaborados com o
objetivo de ilustrar uma perspectiva regional e se baseiam em mapas
compilados em escalas menores que 1:1.000.000 (1cm : 10 km), que
são considerados como de pequena escala.
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O território da ALC: visão política e geológica
Tijuana Mexicali
Ciudad
Juárez
III II
Hermosillo I III
II
I III
Chihuahua
Ciudad Nuevo
Obregón Laredo
Culiacán Torreón
Monterrey BAHAMAS
La Paz MÉXICO LA HABANA
NASSAU
E
ARIBO
RAM A (Fr.)
Medellín PA RA NC E S
BOGOTÁ GUIANA NA F
U AY A
SURINAME G
Cali COLÔMBIA Boa
Pasto Vista
Macapá
QUITO
Belém
EQUADOR São Luís
Guayaquil Manaus
Iquitos Fortaleza
Teresina Natal
Chiclayo João Pessoa
Trujillo Rio
Branco
Porto
Velho
B R A S I L Recife
Palmas Maceió
PERU Aracaju
Callao
LIMA Salvador
Cusco
Cuiabá BRASÍLIA
LA PAZ
Arequipa Goiânia
Mapa Político BOLÍVIA
Santa Belo
Campo Uberlândia
SUCRE
Localidade Número de habitantes Cruz Horizonte
Grande
São Paulo 10-20m Vitória
5-10m Nova Iguaçu Campos
Rio de Janeiro
Medellín 1-5m Rio de Janeiro
Antofagasta PARAGUAI São
Antofagasta 250,000 - 1,000,000 Curitiba Paulo
La Paz 100,000 - 250,000 ASUNCIÓN
San Miguel
de Tucumán
KINGSTON As capitais são mostradas em MAIÚSCULAS Florianoplois
Concepción ARGENTINA
Mar del Plata
CHILE Bahía Blanca
Comodoro Rivadavia Acima: mapa político da ALC. A esta escala, as fronteiras entre os países são
meramente indicativas. (LJ)
Abaixo: principais elementos tectônicos sobreepostos aos continentes. (USGS)
Punta Arenas
Politicamente, a ALC é constituída de 33 estados reconhecidos Do ponto de vista geológico, a ALC encontra-se sobre a placa
pelas Nações Unidas e por alguns territórios pertencentes a tectônica da América do Norte (México), a placa do Caribe (região
outros países (por exemplo, Guiana Francesa (França), Ilhas do Caribe e partes da América Central) e a placa Sul-americana
Cayman (Reino Unido). Destes 33 países, 20 estão situados no (subcontinente da América do Sul).
continente, enquanto 13 representam nações insulares. A área Mapa
pa de ppllac
pa a as
a tec
ecctô
tôniica
ca
cas
total dos 33 países é de 20.454.918 km2, com uma população de Estas placas são significativamente maiores do que a massa
583.717.872 de habitantes (sem contar com a Guiana Francesa, de terra continental visível (ver imagem à direita). As setas
com 60.000 habitantes em 93.200 km2 e outros pequenos vermelhas no mapa indicam a direção atual do movimento
territórios do Caribe). tectônico. A colisão da placa de Nazca com a placa Sul-americana
é responsável pela formação da Cordilheira dos Andes e dos
O Brasil é o maior país (8.514.877 km2) e o mais populoso vulcões da América do Sul.
(190.732.694 habitantes), enquanto a Federação de São
Cristóvão e Neves é o menor país (261 km2) e menos povoado, Com o propósito de divulgação, as informações sobre o solo
com apenas 38.950 habitantes nas suas duas ilhas. nesta publicação abrangem toda a massa terrestre continental
do México, América Central, região do Caribe e América do Sul,
A população da maioria dos países da ALC incrementa entre 1 bem como todas as ilhas pertencentes aos países da ALC. Por
e 3 % ao ano. A Guatemala é um dos países que mostra um essa razão, também estão incluídas algumas ilhas pertencentes
maior crescimento (cerca de 3 %). No entanto, existem países a outros países (por exemplo, em Porto Rico, "território não
cuja população diminui, como Cuba ou Porto Rico. incorporado" dos EUA), localizados nas placas mencionadas
anteriormente.
Ba RGle
ja LPli
I. Angel de la Guarda
LPli Ca LPli LVso
lif Herm
I. Guadalupe or C.
(México) ni de RGle
LPsk Punta Prieta a RGle la
sB
I. Tiburón LPli Bahía
CLlv
(L al
Kino
o len
as VRca
LVso
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LPli
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LPli
SC
Ca
B. Sebastián Vizcaíno
RGle
lif
I.Cedros
or
LPsk Guerrero
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Negro
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LPli
LPli
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C
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Rosalía
RGle SCso
Fronteira disputada PHle
E
Mulegé
RGca RGle
Capital nacional CARACAS
A
SCso RGeu
LPeu
Localidade (por número de habitantes)
N
Rosario
RGle
LPli
200.000+ MARACAIBO LPeu
O
LPli
Ciudad
ESCALA 1:3 000 000 Insurgentes
A
ARad CLns
1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS ARad
0 100 200 km
C
LPsk
Este mapa ilustra os solos do noroeste do Califórnia, a maior parte de Sonora e grande altura. A combinação de Leptosols, Cam- ARso CLpt
IC
México, a região mais setentrional do Atlas, parte de Chihuahua recebem menos de bisols e Regosols, pouco desenvolvidos, re-
limitando-se com os Estados Unidos e o 250 mm. flete a atividade tectônica contínua na área,
Oceano Pacífico. A maior parte do território A escassa vegetação é a principal caracte- o que se traduz nas altas taxas de erosão
ilustrado neste mapa está situado ao norte rística na maior parte da paisagem. As co- e na presença de sedimentos recentemente
do Trópico de Câncer. munidades de plantas são compostas de depositados. Nas áreas aluviais onde o ter-
O
A paisagem desta região é composta pela gramíneas curtas, arbustos dispersos e uma reno é geralmente plano ou suavemente
península árida e montanhosa da Baja Cal- variedade de cactos e outras plantas sucu- ondulado, surgem os Phaeozems, ricos em
ifórnia (mais de 1.300 km de comprimento lentas, localizadas nas altitudes mais eleva- matéria orgânica, e em menor medida, os
e, no máximo, 150 km de largura), as terras das. Nas zonas de altitude mais elevadas Chernozems e Kastanozems; nas planícies
baixas da costa do Pacífico ao longo do Gol- da Serra Madre Ocidental encontram-se as costeiras encontram-se os Vertisols, ricos em
fo da Califórnia e ao leste da cadeia Sierra extensas florestas de coníferas. argila. A presença destes solos reflete a de-
Madre Occidental, marcam a margem oci- posição de sedimentos ricos em bases pelo
O padrão do solo no mapa reflete a interação efeito da água. Os Vertisols suportam áreas
dental do vasto planalto norte, uma extensão do clima, litologia e atividade tectônica. Os
de terreno árido, atravessada por montanhas extensas de culturas de irrigação nas planí-
Leptosols pouco profundos predominam nas cies costeiras. Nas regiões florestais surgem
e com algumas depressões. Uma parte da encostas das áreas montanhosas. Ao Nord-
área do mapa é ocupado pelo Gran Desierto vastas extensões de Umbrisols e Luvisols;
este, surgem vastas áreas de Calcisols que este último revela a presença de material
de Altar, o qual forma parte do deserto de evoluíram a partir de rochas sedimentares,
Sonora. É uma área tectonicamente ativa. de origem de rochas ígneas extrusivas (por
como rochas calcárias, lutitos e conglomera- exemplo, basalto). A ausência de Fluvisols
A falha de San Andrés atravessa o Golfo da dos. Estes solos muitas vezes apresentam
Califórnia. resulta das condições áridas da região. Ex-
horizontes cimentados. A presença de solos istem solos potencialmente adequados para
O clima da região é quente e árido. As tem- salinos e sódicos (Solonchaks e Solonetz) o cultivo, se forem submetidos a sistemas
peraturas ultrapassam os 45°C em meados indicam as condições de evaporação que de irrigação, embora, nestes casos, deva-se
do verão, o que é comum em áreas desé- frequentemente ocorrem nas depressões prestar atenção aos potenciais problemas
rticas, tanto na área central como na Baja do terreno. A ampla extensão de Arenosols de salinização que possa ocorrer no solo.
Califórnia. Fora das áreas de alta montanha, observado no extremo norte do Golfo da Cal- A erosão e desertificação são as principais
as temperaturas raramente caem abaixo ifórnia é o deserto de areia ativo (denomi- causas naturais de degradação na região.
de 0°C. Com exceção da Sierra Madre Occi- nado erg) da América do Norte apresentando
dental, as precipitações anuais ficam abaixo dunas gigantes em forma de estrela ou pi-
dos 500 mm, enquanto em quase toda Baja ramidais, por vezes com mais de 100 m de
CLlv CIUDAD
JUÁREZ
Fabens
CLpt SCvr Guadalupe Bravos
RGca Agua CLpt CLpt
Nogales RGsk Prieta CMca
CLso
LPsk LPeu
LPli
PHle
LPli
RGeu CLlv Rio
Cananea LPsk VRsz SNpc Gr
an
Fronteras Morelos Janos RGca
CLlv
de
CLso
CMle RGsk
RGle CMle SCha
LPsk LPli Lucero LPli
Santa LPli
Ana CLlv
RGle Magdalena LPli PHle Villa
Nuevo Casas Carrizal
Bavispe Grandes Ahumada
Nacozari LVsk CLpt
LVle LPeu LPeu VRso CLlv
CLpt Cucurpe RGle
RGca
CMad CLpt
LPli Galeana
RGle RGca CLpt LPli
CLlv
RGca
PHle Buenaventura CMns El Sueco
LPli
VRso
Moctezuma CMle UMle
Carbó LPsk RGca LPsk
LVha
VRnl UMle CLlv
Tepache Namiquipa LPsk
RGle RGle RGle
Coyame
RGca Ojinaga
LVle RGle CLpt
LPli PHlv SNvr
RGle PHle Madera Santa PHle
Hermosillo LPsk LPli Clara CMsk RGle
Sahuaripa SCcc Manuel
PHca CLlv
La Colorada
RGle
RGle
M É X
Matachic
I LPsk
LVed C
El Sáuz
Aldama
O LPli
CLpt
Benavides
LPli
LVso CLlv
RGle
CMle LPli PHle Chihuahua CLpt
LPsk Tonichí LPsk
SCso LPsk Adolfo López Matías LVab LPsk
Cuauhtémoc Julimes CLpt
PHle PHpc
Oritz LPsk PHle
Ocampo General Meoqui
LPsk LPsk LPsk
LPli VRca Trías LVsk KScc Delicias LPli
RGle
Empalme KScc LPsk
VRso
PHle Saucillo LPsk
Guaymas LPli LVvr
CLpt
RGle CLpt
CMle RGle
LPsk Creel Ciudad Camargo LPli
Esperanza LPsk
fo
PHle LPsk
SCgl
LPeu PHle
Ciudad Agua Caliente de Chínipa
Nonoava
d
Valle de
ARad Obregón RGle RGle
PHle LPsk
Zaragoza
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RGle
VRca
LPsk RGle
LVle Jiménez LPsk
Navojoa LPli
C
CLlv
RGle
Baborigame LPsk Villa
Estero de Agiabampo
r
Ocampo Ceballos
n
LPsk LPrz
ia
68
LPli
RGar Badiraguato LVle PHle LVct El Casco CLha
LPsk Angostura CLpt
B.Topolobampo PHvr
RGsk Nazas
Pericos Rodeo RGle
RGle LPli LVle RGle
VRso Santiago
LPsk Papasquiaro Nazas
I. San José AReu RGso RGso LPsk
Culiacán
B.Santa Maria CMle LPsk
Navolato San Juan
RGle del Rio
Pichilingue Altata
LPli LPli
Quilá RGle
CLpt B. La Paz LPsk
El LPli PHle
La I. Cerralvo Dorado UMle
PHle
Paz LPli GLns LVle
LPli
LPsk VRnl
CLpt Durango
RGle La Cruz
PHle
RGca El Triunfo El Salto Nombre de Dios KSpc
LVle
LPli
LPsk PHle
Todos Santos LVle
LPli
RGeu RGle
RGle
LPeu Concordia
San José del Cabo Mazatlán Villa Union
Rosario
C. San Lucas San Lucas
Escuinapa de Hidalg
o LVle
PHle
LPli
Acaponeta
Tecuala
LVha
ARso
Rosamorada RGle
LVha
Tuxpan
RGle LVle
San Blas LVle
Is. Marías CMle
RGle LVle
Tepic
PHle
PHle RGle
Este mapa ilustra o nordeste do México e sua Nesta área, os furacões são frequentes. da cobertura vegetal e o clima semi-árido
fronteira com os EUA, ao longo do Rio Grande Em termos de vegetação, as áreas interiores que limita os processos de formação do solo
e do Golfo do México. A maior parte do ter- se caracterizam pela presença de vegetação refletem a presença de Cambisols e Regosols
ritório ilustrado neste mapa está situado ao arbustiva xerófilas. As comunidades veg- pouco desenvolvidos. A presença de Durisols
norte do Trópico de Câncer. etais são compostas de gramíneas curtas, (rico em sílica) e Gypsisols nas áreas do sul,
indica condições mais áridas. Nas áreas alu-
A paisagem desta região é composta de arbustos dispersos e uma grande variedade
planaltos áridos do norte e cadeias de mon- de cactos e outras suculentas. Na planície viais onde o terreno é plano ou suavemente
tanhas que as atravessam, as planícies e litorânea do Golfo e nas encostas das mon- ondulado se desenvolvem os Phaeozems (e
em menor grau, os Chernozems e Kasta-
depressões com enclaves salinos, a parte tanhas adjacentes as taxas de precipitação
nozems), onde se encontram extensas áreas
norte da Sierra Madre Oriental e a planície anual são mais altas e a vegetação é mais
de cultivos irrigados. Ao longo da costa do
litorânea do Golfo, que se caracteriza com a abundante (por exemplo, existem mais flo-
Golfo, as condições pantanosas geram o
presença de lagoas e zonas pantanosas. restas que nas zonas do interior).
desenvolvimento generalizado de Vertisols
O clima da região é geralmente quente O padrão de distribuição dos diferentes ti- pesados (ver página 14 para a definição de
Fabens (quente e seco em algumas áreas). Em toda pos de solo reflete a interação do clima, o "solo pesado"), ricos em argila e calcário.
Guadalupe Bravos a área, durante os meses de verão, são co- material parental e a atividade tectônica. Na Estes solos são localizados geralmente no
CLpt CLpt muns as temperaturas acima dos 25°C e nas parte leste da região ilustrada no mapa, no fundo dos vales fluviais (por exemplo, no
Rio zonas de baixa altitude e próximas ao mar o planalto e nas encostas da Sierra Madre Ori- delta do Rio Grande). Muitos solos podem
Gr clima é suave. Os invernos são frescos (ou ental, predominam os Leptosols e Calcisols,
SNpc
and ser cultivados gerando bons rendimentos,
e frios, em raras ocasiões). Uma grande parte desenvolvidos em calcários e lutitos. As ba- com irrigação frequente, porém nesses ca-
CLlv da área interior registra menos de 500 mm cias interiores (como o Bolsón de Mapimí) se sos, deve-se prestar atenção aos processos
LPli
de precipitação anual. Em contraste, na Cos- caracterizam pela presença de solos salinos de salinização. Na área do planalto o sobre-
ta do Golfo o ar úmido marítimo é respon- e sódicos (Solonchaks e Solonetz) e revelam pastoreio é a causa principal da degradação
sável pelos 1.000 mm de precipitação anual. condições de evaporação. A baixa densidade do solo.
VRso
RGca CLpt
LPsk CLlv LPli
RGle KSpc
Coyame Ojinaga Ciudad
CLlv Acuña
RGca
RGle
Manuel
Benavides
CMsk
LPli CLpt
Nvr LPli CLpt CLpt LPli
SCcc LPli
LPsk
Aldama CHcc Piedras
CLlv Negras
CLpt
PHle Zaragoza
CLpt
Chihuahua CLpt
Nava
Julimes PHpc
Acebuches Allende
LPsk
Meoqui LPsk LPli
LPsk CLlv
KScc Delicias LPli CLpt
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LVsk LPli VRcc
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Saucillo LPsk
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SCso Nueva
CLpt Múzquiz
de
Rosita VRca Sabinas VRcc
RGle LPli CLpt
VRnl RGle
Ciudad Camargo RGeu
LPsk Laredo
CLpt LPrz CLlv
LPli
CLlv Nuevo Laredo
Valle de CLpt Hermanas Anáhuac
Zaragoza Sierra Mojada CLpt GYpt CLlv VRso
LPsk LPli
Lampazos
LPli San Buenaventura
CLpt Jiménez de Naranjo
Cuatrociénagas
LPli
Hidalgo Villa Monclova CLlv FLca Zapata
San Francisco del Parral KScc CLpt CLad Frontera
del Oro Carrillo ARso
PHle CLpt
Santa CLad LPrz
Escalón PHle Sabinas CLha
Barbara LPrz LPli
Hidalgo Nueva Ciudad
RGle Ceballos LPli Guerrero
Villa Villaldama
67
SCso CLpt
Ocampo CLpt Yermo LPli CLad CLha
LVso
LPsk LPrz General
Villa Treviño CLha
Hidalgo CLpt KSpc
PHle CMca Reata LPli VRca R
LPsk LPli
Santa María RGle PHle
LPrz San
La CLns
del Oro SCad RGle LPsk Nicolás CLlv
Cadena
VRca General Bravo
UMle La Zarca Gómez MONTERREY Guadalupe
CHcc CHcc LPsk CLpt
LPli Palacio MatamorosSan PHlv
Pedro
RGca SNha
CLpt
VRca
PHle de la Fuente Parras de Saltillo
CLlv la Fuente
CMle LPli
El KScc
LPli
Casco
LPli Ciudad RGca Torreón Viesca Parras CLlv VRsz
LPsk Lerdo RGle LPsk RGle KSpc
Nazas LPli VRso
LVle
Santiago
Papasquiaro
RGle
M
Rodeo
LPsk
RGle
Nazas
É
CLha
Pedriseña
X CLpt I LPli
LPli C CLpt O CLpt
San Rafael
Galeana
Montemorelos
RGle
VRcc Burgos
70
68 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
0 50 100 milhas
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
Galv
eston ay
Bay ya B
afala
Atch
Matagorda Bay
Matagorda I.
Lag.Madre
Padre I.
Golfo
CLha
Reynosa
Rio
Bravo
VRcc do México
VRgl
Bravo
Valle Hermoso
Matamoros
CHcc
CLha
ARso
Burgos Lag.Madre
SCcc
San Fernando
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Carlos VRcc
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CLpt
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LPsk
La Pesca
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oria CHcc
VRca
PHle
e LPeu
Xicohténcatl PHle
VRso
Gonzáles
Ciudada VRso
Mante KScc
GLso
Ciudad Madero
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Tampico
Tamuín RGca
VRpe
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PHle Lag.de Tamiahua
RGeu
GLeu
Tantoyuca Naranjos
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hale CMng
PHle
71
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 69
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Tomatlán
RGle
Autlán
LPli
LPli Ciudad
CMle
Guzman
CMle LVle
M
Los Reyes
Zacapu
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É Morelia
VRhu
X Ciudad
Hidalgo
I LVcr PHle
C Tlalnepantla
LPli LVle Zitácuaro
CMeu VRpd
RGle LVle ANum
Chamela Uruapan Heroica TCek CIUDAD D
LVle PHha
PHle VRnv Tacámbaro
Colima PHsk
Zitácuaro
Toluca MÉXICO A
LVle LPli LPli ANum
VRnl
RGle
Manzanillo
LPli Apatzingán Cuernavaca ANmo
Armeria LPli LPrz PHle La
LPli Huacan
Tecomán
Aguililla LVle LPrz VRpe
Cuautla
Taxco de VRhu
LVle LPli Zacatepec
LPrz Alarcón V
PHle
PHle Arteaga LVle
LPmo Teloloapan PHle
LPli VRcr
LVle Ciudad Altamirano
RGle Iguala
Arcelia
LPsk
LPli RGle
RGeu
Playa Azul La Unión
CMle
Lázaro Balsas
Cárdenas LPrz
LVed RGle
Zihuatanejo Chilapa
LVle de Alvarez RGle
B. de Petacalco Petatlán
LVle Chilpancingo
LPli
Atoyac de Alvarez
Tierra Colorada
PHha
RGle
Ayutla
Acapulco
ESCALA 1:3 000 000 San Marcos LVhu
Cruz
Grande
1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
0 100 200 km
0 50 100 milhas
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
OCEANO PA C Í F I C O
LPli
LPli
LPeu
Isla Socorro
Revillagigedo Islands (Is. Revillagigedo) (México)
(México)
LPli
Isla Clarion
(México)
OC EAN O PA C Í F I C O
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Ciudad Madero
Ebano
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Tamuín RGca
VRpe
Naranjos GLeu
Tantoyuca
zunchale
PHle Huejutla
Tuxpan
CMng
Golfo do México
PHle
LVle CMhu Poza
RGle Rica
RGle Papantla
LVhu PHso
pan RGca
Huauchinango CMle PHle
Martinez
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Tulancingo
LVle Tlapacoyan LVvr
O
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Apan
ANle
Teziutlán
PHha
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PHph B . d e C a m p e c h e
LPli
Apizaco
AReu Coatepec
Jalapa Enríquez
UDAD DE LPli
Tlaxcala ANle
XICO ANhu
RGsk
LVvr
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Veracruz
RGar
72
RGle CMle Venustiano
Jamiltepec LPeu Salina LPli LVle
Cruz PHlv CMeu Carranza
Arriaga
Tehuantepec LPrz LPrz
LPhu Villa
RGle PHha Comitán
CMle
Flores PHlv
RGle RGle
CMeu LVcr
Puerto RGle LPli
Puerto Arista Tres Picos
Escondido San Pedro Pochutla
CMeu
ACha
ACha
Puerto LPrz
LVhu Ciudad RGdy
Ángel Cuauhtémoc CMeu
CMhu CMdy
G. de Tehuantepec CMeu
ACle LPeu
RGdy
PHlv
PHgl Huixtla CMdy
CMeu ANsn
LVed
RGle
ANvi
LVhu ANvi 15
Este mapa ilustra os solos do México central que influencia a temperatura. Abaixo dos 1.000 tram-se extensas áreas irrigadas. Tapachula CMdyAChu
ANvi RGsk
ARdy AChu
e do sul. Ao oeste do território representado m de altitude, as temperaturas são elevadas Na planície de inundação do rio Lerma e na Puerto Madero PHha VRpe VRha RGdy
se situa o Oceano Pacífico, ao leste o Golfo do (médias diárias de 25°C na Costa do Golfo). Costa do Golfo foram desenvolvidos os Vertisols Ciudad Hidalgo VRha ANvi
AChu ANsn
México e sudeste Guatemala. A maior parte Até 1.800 m de altitude, a temperatura média PHvr Mazatenango
pesados, escuros, e ricos em argila. Estes solos, VRpe
PHvr CMdy
da área está localizada ao sul do Trópico de diária é de 19°C. A neve e o gelo permanentes PHgl FLgl PHvr
juntamente com os Phaeozems da bacia do
Câncer. aparecem acima de 4.000 m, no centro do Mé- CMle
Lerma-Chapala, abrigam a principal área agrí- VRpe
xico. Grande parte do centro e do sul do México
A paisagem é composta principalmente pela Si- cola do México. Na costa do Golfo de Tabasco,
erra Madre Oriental e pela cordilheira Ociden-
tal, que convergem na cordilheira Neovolcânica
recebem menos de 1.000 mm de precipitação
anual, aumentando ligeiramente em direção ao
a proximidade das águas subterrâneas com a GUATEMALA
litoral. Os furacões afetam ambas as costas do superfície, sobre sedimentos aluviais, resulta
(ou Eixo Neovulcânico), um cinto vulcânico em grandes extensões de Gleysols, os quais
México, como ventos fortes e chuvas intensas,
localizado no centro-sul do México, que se es- permanecem alagados por longos períodos (re-
de junho a novembro.
tende por 900 km de oeste a leste, contendo sultando em pântanos, por exemplo). Ao longo
o Pico de Orizaba (o ponto mais alto do Mé- Os Regosols pouco desenvolvidos e rasos e
da costa, destacam-se as condições salinas. As
xico, com 5636 m de altitude) e vários vulcões os Leptosols pedregosos, são característicos
condições tropicais e a vegetação exuberante
das áreas montanhosas. Na cordilheira Neo-
ativos (por exemplo, Popocatépetl, com 5.452 dão lugar ao predomínio de solos mais profun-
vulcânica surgem os Andosols, os quais foram
m de altitude). A área localizada no meio, dos e com argilas e óxidos de ferro (Luvisols,
desenvolvidos em sedimentos vulcânicos (por
denomina-se Mesa Central, uma região do alti- Acrisols, Plinthosols). Devido à acidez do solo,
exemplo, cinzas). Apesar do teor de matéria
plano com 2.700 m de altitude, próximo da Ci- a variedade de culturas potenciais é restrita ao
orgânica presente nos horizontes superficiais
dade do México. Ao longo da costa do Golfo, a cacau, abacaxi e café (nos Acrisols). Os Luvisols
desses solos, estes são suscetíveis à erosão
planície se estreita consideravelmente; apenas contêm uma boa reserva de nutrientes, mas
(especialmente em declives acentuados). As
220 km separam o Golfo do México do Golfo são muito propensos à erosão. Nas áreas mais
altas concentrações de fósforo e alumínio po-
de Tehuantepec, conhecido como o Istmo de dem ser um problema para o cultivo desses elevadas, permanente congeladas, formam-se
Tehuantepec. solos. Nas áreas aluviais onde o terreno é plano os Cryosols. Os processos de degradação mais
Geralmente são pequenas as variações sazo- ou suavemente ondulado, desenvolvem-se os comuns nesta região provêm da erosão e da
nais de temperatura nos trópicos (cerca de 5°C). Phaeozems (e em menor proporção, os Cher- contaminação do solo nas áreas urbanas e das
No entanto, a altitude é um fator importante nozems e Kastanozems), sobre os quais encon- atividades de extração de petróleo.
C
.
d
Rio e
Lagartos I. Holbox
ARso
PHle
Progreso
Yucatán Pen. Puerto Juárez
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Motul LVhu Cancún
PHle CMhu
Sisal Izamal PHle PHle
Celestún Mérida
LVle
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Maxcanú Valladolid
LPrz
SCso Ticul CMle
I. de Cozumel
LPrz
Tulum
NTmo Peto LVle
HSso Tzucacab
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PHle
Campeche CMle
VRgl CLle
B . d e C a m p e c h e Dzibalchén
LXhu Felipe Carrillo Puerto
PHle
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B.
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SCso Corozal
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GLar
VRgl Comalcalco
GLce
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M É X I C O GLar
Candelaria
VRgl
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PHle
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PHle
VRgl
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Villahermosa VRsz
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PThu
Benito
VRgl
Emiliano
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CMeu
LVvr
LPli
VRha
VRpe
VRpe
VRpe
CMvr
Hill
GLeu
BELIZE
Juarez Bank
GLce VRha VRpe Belize
Teapa Palenque Tenosique VRpe VRpe City
LVap LVvr VRpe GLeu
LVvr
VRha
PHle VRha BELMOPAN GLeu Turneffe Is.
LVle LPrz LVvr VRpe VRpe
LVap LVvr VRpe
LVvr LPeu LPli VRha
Simojovel LPeu San Ignacio
VRpe VRha VRpe VRha VRpe
VRha
de Allende LPli
LPeu
LPli
LPeu
71
HONDURAS
Ciudad Hidalgo VRha CMdy Chimaltenango RGeu CMdy
PHha RGsk RGsk CMdy ANsn
CMle CMcr Corquin
Mazatenango ANvi Retalhuleu CMdy Antigua ANvi
LPeu
PHvr VRpe CMdy ANvi
LVha
LVcr LVha LPeu VRpe VRha LVha ALpl Comayagua
CMle PHha LVha CMle CMdy
PHvr CMle CMdy ANvi ANsn ANvi ANvi CMdy LVha RGdy
CMle LVha ANha
ANha
PHgl FLgl PHha ANvi CMeu CMdy
RGel RGsk LPeu LVha VRha RGsk
Tiquisate VRha CMdy LPha
CMha RGha
RGdy CMdy ARdy Metapan GLum
CMeu RGle Cuilapa CMcr CMcr Jutiapa LVha
VRpe CMdy ARpr ARdy ARpr ANha
CMdy ANsn
CMdy
Escuintla LVha CMle ANvi Marcala ANha
ANsn PHvr CMdy CMcr CMdy VRpe CMdy LVha RGeu
Danli
PHha RGeu VRpe ACcr PHlv
PHha FLdy RGdy RGsk TEGUCIGALPA
GLeu FLeu FLdy
FLdy
PHvr VRha
LVhaCMdy CMle
CMle
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San
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PHha VRha ANmo Ana
GUATEMALA José VRpe PHha
Sonsonate ANvi
EL SALVADOR G. de
F onsec
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CMeu
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ANmo
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PHle
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PHle
CMca CMle VRcc
VRpe PHle
CMle
Colón
NTfl
PHca
VRgl Sagua la Grande
VRgl GLpy
VRcc NTfl GLpy HSfi
GLpl ALap GLmo HSfi
GLpl Santo Domingo
LVha Caibarién
CMcr GLal GLhi
ALpl LVha CMle Pinar del Rio G. del Batabanó LPli PHle PHca CMca
ALap ARha
GLpl
GLal
GLpl
GLal GLmo
HSfi LPli
NTfl Santa Placetas NTfl
GLhi HSfi
Guane NTfl SCgl LPli Clara CMca CMle GLeu
GLpy GLhi ARng
PHle Cienfuegos NTfl
C. San Antonio LVni Nueva
Gerona CMca
d LPli GLar CMeu
74
NTfl CMca
GLpl CMcr
ALpp Sancti Spiritus
e ARha
ALgl ALcr
NTfl
Trinidad
LXni
GLmo
GLmo
Y LXni
GLar
GLpl
HSfi
HSfi HSfi HSfi
LXni
GLpy
GLpy
u PHle GLar
HSfi VRpe GLeu
e s A n t
i l h
a s
RGca
George Town
Cayman Is.
(R.U.)
Este mapa ilustra os solos do sul do México, Guatemala, muitas vezes registram mais de
Belize, El Salvador, Guatemala, Honduras, 4.500 mm de precipitação anual. A precipi-
Nicarágua e Cuba (ver Folha 22). As fronteiras tação anual nas planícies do Pacífico são de
territoriais limitam-se no oeste com o Oceano 1.700 mm. De junho a novembro, os furacões
Pacífico e no leste com o Mar do Caribe. O podem trazer fortes ventos e chuvas.
elemento mais destacado do mapa é a penín- Estas chuvas intensas na região tornam pos-
sula de Yucatán, que separa o Golfo do México sível a existência de extensas e densas flores-
do Mar do Caribe. tas perenes. Ao subir de altitude, aparecem
Nesta região a paisagem é muito contrastante. as florestas mistas. Por outro lado, nas baixas
A maior parte do terreno oriental é plano ou altitudes, as árvores dão lugar a campos e
levemente ondulado. As áreas baixas e pan- vegetação arbustiva mesófilas, que se esten-
tanosas são abundantes. Por outro lado, em dem pelas bacias interiores e pelos vales. Nas
direção a costa do Pacífico, o relevo é com- planícies costeiras do Pacífico e nas encos-
posto por altas montanhas. Existem vários tas das montanhas adjacentes, geralmente
cones vulcânicos no sul da Guatemala (mais encontram-se florestas tropicais deciduais e
de 4.000 m de altitude). A maioria dos países savanas. A vegetação das zonas pantanosas
conta com vulcões ativos. Entre as cadeias de perto da costa é formada por florestas de
montanhas centrais e o Oceano Pacífico, sit- mangue e palmeiras.
ua-se uma planície costeira estreita e fértil. O A península de Yucatán é quase inteiramente
Gran Lago de Nicarágua (lago Cocibolca) é um composta de recifes e rochas calcárias poro-
lago de água doce localizado na Nicarágua e sas, que dão lugar a extensas áreas de Lep-
é o maior da América Central. tosols pouco profundos, pedregosos e secos.
CMdy
Em geral, o clima da região varia de subtropi- Ao sul, nas planícies de inundação dos vales
án cal a tropical, de forte a moderadamente úmi- amplos e pouco profundos se desenvolvem
do, com chuvas abundantes (com sazonali- os Vertisols. Ao longo da costa do Caribe, os
dade acentuada) e altas temperaturas (com antigos sedimentos marinhos e a proximi-
algumas variações sazonais). As altitudes dade das águas subterrâneas em relação à
Trujillo
mais baixas e a proximidade da costa modi- superfície, em áreas de sedimentos aluviais
FLdy Barra Patuca
Iriona ficam estas condições. Por exemplo, o clima mal drenados, resultam na formação de So-
CMdy
CMdy
CMdy do norte de Yucatán é quente (a temperatura lonchaks (solos salinos) e Gleysols (solos mal
FLeu NThu drenados). Nas áreas baixas de Honduras e
diária situa-se entre os 24 e 38°C) e seco
(<500 mm de precipitação anual), enquanto Nicarágua, predominam os Nitisols, que se
ao sul, a precipitação ultrapassa os 2.000 mm caracterizam pela alta concentração de óxi-
Puerto
KSha Lempira e as temperaturas são moderadas, devido aos dos de ferro. Nas terras altas se desenvolvem
ventos marítimos. Em Belize e Guatemala, as os férteis Andosols oriundos de material vul-
FLdy
Sha C. Gracias a Dios temperaturas médias mensais, em altitudes cânico (por exemplo, lavas e cinzas), junta-
LPrz CMng mente com os Cambisols e os Regosols, que
FLeu abaixo dos 1.000 m, são geralmente entre
21 e 27 °C. No entanto, diminuem significa- são solos relativamente jovens, pouco desen- 15
Juticalpa Waspán tivamente com o aumento de altitude (tem- volvidos. Os sedimentos ricos em nutrientes
peraturas médias anuais de cerca de 14°C sob pastagens permanentes nos vales dos
S NThu
CMeu
NThu Dákura
FLeu
a 2.000 m de altitude). Ao sul (El Salvador,
Honduras e Nicarágua), as temperaturas cor-
rios, dão lugar a férteis Phaeozems e Kasta-
nozems ou Fluvisols, caso estejam situados
sobre material fluvial estratificado. Final-
Puerto respondentes às essas mesmas altitudes, são
Cayos Miskitos mente, aparecem os Luvisols, que são solos
Cabezas mais elevadas, devido à proximidade com
o Equador. Ao longo da costa do Caribe, os profundos e ricos em argila, em áreas onde
Bonanza
níveis de precipitação anual são altos e con- as chuvas são mais constantes.
CMdy stantes (2000-4000 mm), especialmente nas A fronteira nítida entre Belize e Guatemala/
Siuna CMeu
encostas orientadas para o norte e o leste. México reflete diferenças nas escalas dos
Muitas regiões experimentam uma estação mapas disponíveis entre os países. Para evi-
RGeu seca marcada no inverno, mas a precipitação tar essas diferenças abruptas entre os tipos
NTha anual geralmente excede os 1.000 mm na to- de solos, especialmente nas fronteiras,há ne-
talidade da área do mapa (com um aumento cessidade de melhorar e harmonizar as esca-
NThu Prinzapolka
geral nas zonas elevadas). As montanhas de las de mapeamento entre os países.
Estelí NTha
Jinotega
Matagalpa
NICARAGUA NThu
ESCALA 1:3 000 000
PHsl PHsl 1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
PHha
LVcc 0 100 200 km
Boaco
VReu
PHsl
0 50 100 milhas
MANAGUA Rama
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
PLsl Santo Tomás
Masaya Bluefields
Granada
RGeu KSha FLeu
Jinotepe
LVcr NTha
VReu L. de Nicaragua NThu
VReu
LVvr
ANmo Punta Gorda
Rivas LVcr
76
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 73
O C E A N O A T
RGca Little Abaco I.
RGca
Great Abaco I.
RGca
Bimini Is.
RGca
RGca
BAHAMAS
Berry Is. Eleuthera I.
Governor's
Harbour
a
RGca
Nicholl's Town
d
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NASSAU
r
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RGca
Andros I. Arthur's Town
l
GLeu GLeu Ex
F
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RGca Long I.
LA HABANA Clarence Town s
Cárdenas Pas
CUBA CMle CMcr Old nd
Marianao PHle
CMle CMle HSfi GLcc
NTfl Bah sla C
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CMle CMca Matanzas CMca VRccVRpe CMle PHle Sagua la Grande am RGca
GLhi CMca PHle aC ok
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NICARÁGUA
CMeu
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0 50 100 150 miles
NThu
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
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77
74 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
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Este mapa ilustra a distribuição dos solos na maioria 25°C, chegando a ultrapassar os 30°C nos meses de outras ilhas resulta na formação de Leptosols e Calci- Pe qu en as An ti lh as
das ilhas do Caribe (ver Folha 22 para Cuba; Folha 8 verão. As temperaturas nas regiões mais protegidas sols (por exemplo, Jamaica ou República Dominicana).
para o sul das Ilhas de Barlovento, Trinidade e Tobago). podem ser muito altas, enquanto as condições mais Os solos aluviais das planícies costeiras e os vales, os
Localizado predominantemente na zona tropical, o Mar frias se encontram nas altas montanhas do Haiti e da Vertisols e Luvisols, são profundos, ricos em argila e
do Caribe faz parte do Oceano Atlântico e é delimitado República Dominicana. A precipitação anual média é de com frequência calcários. O intemperismo intenso sob
ao sul pelas costas da Colômbia, Panamá e Venezuela; cerca de 1.400 mm na maioria das ilhas. Os níveis de as florestas tropicais resulta em Ferralsols altamente
a oeste, por Belize, Costa Rica, Guatemala, Honduras, precipitação aumentam em direção ao leste e com o lixiviados, de textura grossa, e com tons avermelhados
Nicarágua e a Península de Yucatán; ao norte, pelas aumento de altitude. Muitas ilhas enfrentam invernos e amarelados (por exemplo, na Jamaica ou nas Peque-
Grandes Antilhas (incluindo Cuba, Espanhola, Jamaica secos. Os ventos alísios de nordeste dominam a região nas Antilhas). Os solos superficiais de muitas áreas de
e e Porto Rico) e ao leste, pela cadeia das Pequenas An-
tilhas (ver mapa acima).
A região contêm mais de 700 ilhas, com uma tendên-
e as tempestades tropicais (furacões) são comuns no
norte do Caribe de junho a novembro.
A vegetação é muito diversificada: desde florestas
montanha são suscetíveis à erosão, aparecendo assim
os Cambisols pouco desenvolvidos. Os Andosols, de-
senvolvidos em sedimentos vulcânicos, não são par-
cia de formação de arcos (especialmente as Peque- perenes de altitude nas áreas mais úmidas, a florestas ticularmente evidentes na escala do mapa, mas têm
nas Antilhas) e está localizada quase que totalmente secas nas terras baixas. As comunidades vegetais de uma certa importância local. Os Lixisols estão locali-
sobre a placa do Caribe. Muitas dessas ilhas provêm pântanos e marismas, incluindo manguezais, cobrem zados em paisagens estáveis com uma estação seca
de origem vulcânica, de modo que se pode encontrar as áreas mais baixas. Uma grande parte da vegetação marcada. Estes solos são caracterizados por um sub-
vulcões na maioria delas. Também são comuns os ter- natural dessas áreas de baixa altitude já foi eliminada. solo rico em argila e um pH relativamente elevado. O
remotos. A paisagem é geralmente montanhosa. No O padrão do solo das diferentes ilhas reflete a inter- baixo teor de nutrientes e a alta erodibilidade tornam
entanto, existem ilhas com relevos planos ou de muito ação entre o clima tropical, a topografia e a natureza estes solos inadequados para a agricultura. Por outro
pouca elevação, na sua maioria compostas de rocha vulcânica, metamórfica ou calcária do material origi- lado, os Alisols possuem características semelhantes,
calcária, muitas vezes cercadas por recifes de coral. nal subjacente. As ilhas não vulcânicas das Bahamas mas com um valor de pH baixo (isto é, são mais áci-
O clima caribenho em geral, é tropical a subtropi- são caracterizadas pela presença de Regosols pouco dos). Devido à alta densidade de população no Car-
cal, muito influenciado pela altitude, pelas correntes desenvolvidos e Leptosols calcários. Localmente, ocor- ibe, muitos solos foram superexplorados. No caso do
marinhas e pelos ventos alísios. A média das tempera- rem os Gleysols em condições pantanosas. A formação Haiti, estima-se que aproximadamente 30% dos solos
turas diárias na maior parte do território é de cerca de do solo sobre a rocha calcária e calcário de xisto nas encontram-se degradados de forma irreversível.
78
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 75
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OCEANO PA C Í F I C O
Neste mapa destaca-se o istmo centro- anual nas planícies costeiras do Caribe varia sols, caracterizados pela alta concentração
americano, conhecido como o estreito do entre 24 e 38°C, caindo para 10°C nos picos de óxidos de ferro e argilas. Estes solos são
Panamá, por causa do país em que está das montanhas mais altas. As temperatu- potencialmente os mais férteis da região
localizado. Limita-se com América do Sul e ras na costa do Pacífico são um pouco mais tropical, devido ao seu alto teor de nutri-
I. del Coco com a Costa Rica, o oeste da Colômbia, Pan- baixas. No entanto, existe pouca variação entes, à sua profundidade e permeabilidade
(Costa Rica)
amá e sul da Nicarágua. O istmo do Panamá sazonal. As encostas das montanhas do Car- e por isso, são com frequência destinados à
ALha
separa o Oceano Atlântico do Oceano Pací- ibe e da Cordilheira Central da Costa Rica re- agricultura. Os Ferralsols, Acrisols e Alisols
fico e é a parte mais estreita do continente cebem a maior precipitação (mais de 5.000 representam solos ácidos muito intemperi-
americano (50 km de largura em algumas mm por ano em algumas áreas). zados, geralmente pobres em nutrientes.
áreas). O clima tropical favorece o desenvolvimento Estes tipos de solo contêm altos níveis de
óxidos de ferro e alumínio, resultando em
Com exceção da região noroeste do leste da de um grande número de espécies de plan-
uma coloração vermelha ou amarela carac-
Nicarágua e da Colômbia, a maior parte do tas. As florestas são o ecossistema mais
terística. Os Ferralsols contêm uma fração
terreno é montanhoso e escarpado. Vários representado, ocasionalmente são inter-
granulométrica grossa e contém caulinita,
picos da Cordillera Central superam os 3.000 rompidos por campos e vegetação arbustiva,
enquanto a principal característica dos Acri-
m de altitude, e muitos deles são vulcões ain- onde as chuvas são menos frequentes. O
sols e Alisols é a acumulação de argila no
da ativos. Ao Oeste da cordilheira, à medida desmatamento é uma ameaça constante
subsolo. Os Acrisols são desenvolvidos sobre
que se desce em direção ao Pacífico, o ter- em muitas regiões. Ocorrem manguezais em
a rocha matriz ácida, enquanto os Alisols são I. de Malpelo
reno vai se transformando em uma planície ambas as costas, com maior abundancia nos
formados pelas rochas metamórficas. Os (Colômbia)
litorânea suave ondulada. Toda a região é deltas.
sistemas fluviais são representados pelos
geologicamente ativa; as erupções vulcâni- A característica pedológica dominante deste Fluvisols; ao longo da costa, nos manguezais,
cas e os terremotos ocorrem com frequência. mapa, é o domínio de Andosols, que são estão localizados os Gleysols. Estes últimos
O Lago Nicarágua é o maior lago da América desenvolvidos a partir de cinzas vulcânicas (e em menor proporção os Vertisols) no oeste
Central. Por outro lado, Costa Rica e Colôm- e lavas, especialmente nas regiões mon- da Colômbia, ocupam as extensas planícies
bia são as regiões de alta biodiversidade. tanhosas da Costa Rica, Panamá e da Cor- pantanosas dos rios Atrato, Magdalena e
Devido à sua proximidade com o Equador, o dillera Occidental da Colômbia. Em muitos Cauca. Estas bacias aluviais (algumas são
clima quente e úmido torna-se mais tropical. lugares, os Andosols são excepcionalmente leitos antigos de lagos) estão separadas por
Contudo, em muitas áreas encontra-se uma produtivos para o cultivo de café. Por outro montanhas com Andosols profundos, Cam-
estação seca de dezembro a abril e uma es- lado, os Regosols pouco desenvolvidos e os bisols e Regosols. Por último aparecem os
tação chuvosa, de maio a novembro (durante Leptosols pouco profundos, se desenvolvem Umbrisols, que representam solos com um
este tempo, em algumas áreas pode chover a partir de granitos e rochas metamórficas. horizonte superficial escuro, ácido e rico em
de modo contínuo). Naturalmente, existem Ambos os tipos representam solos jovens matéria orgânica, desenvolvido sob florestas
variações de acordo com a altitude, a precipi- nas áreas montanhosas. As terras baixas ao nos climas frios e úmidos (regiões montan-
tação ou a topografia. A temperatura média leste da Nicarágua são dominadas por Niti- hosas).
82
76 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
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83
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 77
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CLlv
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enquanto na extremidade superior FLeuua direita
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(ver Folha 5). CMeu Sarare
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al e apresenta uma GL grande baía salobra
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RGdy GLdy GLh RGdy GLdy
CMeu GLha guach
gu
g ac
Aguachica
Agu
Aguac
Ag
A h ca
chic
uachica
uach ca Puerto Villamizar
Por se tratar de uma Camaguán
RGle zona tropical, as tem-
Puerto de
VRst GLdyperaturas Oc
O caña
caña
Ocaña ñ La Nutrias
CMfl variam pouco Ldy
FLdy entre as estações. CMfl Fria
VRst VRst
Nechi hi No entanto, a altitude influencia Ldy
FLLdy
FLdy localmenteRGle VRst
as temperaturas, as precipitações FLgl GLdy e a veg- BR Apurito
etação. Uma maior parte FFLceeda área apresenta
Cúcuta San Antonio VRst
Achaguas
Mlee
CMle GLdy U e
UMle CMfl CMfv San Juan d
temperatura média anual acima de 24°C po- Rubio
Mfl
CMfl
dendo chegar a 19°C, em altitudes de 1.500 CMfl GLdy San Mantecal
GLdy
CMfl m, ou atingir 28°C na costaFLdy SCgl RGdy A
de Maracaibo. Cristóbal PTst
maioria
FLdyy
FLdy
das áreas montanhosas apresenta LPsk
G y
GLdy CMhu
condições Gdy
RRGdy de clima temperado (também
GLdyy
GL
GLdy GLdy Puerto
P
Puert rto W ilches
Wilches es RGle
RG BR Pamplona HSfi Arauquita
CMlee podem ocorrer condições glaciais nos picos RGdyy
RGdy UMhd
RGdy Gle GLdy
RGle
RG FLst Guasdualito
mais
CMfl altos dasFRha montanhas).
GLdy CMfl
A precipitação GLdy
GLd
Rionegro UMle Elorza
anual na região é de cerca de 1.000 mm. No El
B a
Barr
Barra rra
rr a
rancan
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ncabe
ancab a b errmej
e
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berm meja
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rrmeja e ja
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ramang
araman manga
m
ma
man
amang a
an nga
ng
anga ga
g a RGle CMdy CMdy LVst
PHha Porvenir
entanto,RGdy na costa árida do noroeste da Ven-
77
CMge RGle
com a lixiviação dosGLdy nutrientes desses UMhd
solos RGle Duitama Paz de ARha GLum ACpl GLdy
ACpl ACpl
CMeu exceção dos mineraisGLdy RGle Ariporo FRha Puerto GLum ACpl GLum
FRha (com
CMe mais insolúveis), Sogamoso Nuevo
C O L Ô M B I A
FRxa FRxa ACpl
GLum ACpl
deixando os solos com altos AANumníveis deLVvr óxi- LVha CMfl UMhd ACpl
FRxa ACpl
An
quira
nquira
n
uinquira
in
h qalumínio ra
uira
quir a e baixa fertilidade. FRxa
GLdy dos de ferroC ehiquinq
Chiqui
Chiq
ANum
FLst
FRxa FRxa GLum
njjaColôm- FRxa GLum
La Os Gleysols RGlee localizados ao leste RGdyTun uda
Tunja GLum GLum GLum
FRxa
ACpl
ARha
FRxa
Dorada bia indicam a presença de extensasANml planícies FLst ACpl GLum
RGle CMfl RGle GLdy GLum ACpl FRxa GLdy Samari
RGeu A
ANumm UMhd ACpl
pantanosasUMhd que correspondem àsRGle RGlezonas de RGle
RGle
Yopal UMhd
FLst CMeu
FRxa
RGle inundação dos rios Orinoco, R
RGdy FLst GLum FRxa ACpl GLum
UMhdMagdalena e CCMan RGle UMhd ARha ARha FRxa GLum GLfo
ocontá
hocontá
hocon nttá á e Vertisols RGle GLdy RGle
Cauca, enquanto os Choco
C Fluvisols N CMan
ANum CMann rev- UMhd ARha GLum ACpl GLum GLum ARha
Hond nda a UMhd GLdy GLum FRxa ACpl ACpl
ARha FRxa LP
elam a existência de bacias aluviais. O Delta UMhdd GLum GLum GLum ACpl GLdy ACpl
CMvr del Orinoco e as planícies adjacentes PHh são
PHha UMhd CMeu GLdy Puerto Nariño
GLdyy CCMfl RGle RGdy Orocué GLum ACpl
ACpl
AN ricosCMeu
Num
Num
ANum em aluviões. A má UMle drenagem UMhd
dessas
CMfl ARha GLdy GLum FRha
FRxa
RGle áreas baixas resulta na formação de Histo- R
RGle e Aguaclara ARha GLum ACpl
ARab GLfo
acata
acat
Facat
Fac ata at va
ativa GLum ACpl ACpl ACpl FRha
CMfl RGdy
C GLdy CMeu FRha GLum GLum
sols. Os Andosols vulcânicos estão CMge localiza- UMhd ACpl GLum FRxa FRxa GLfo
CMan GLdy GLum GLum FRxa ACpl ACpl Sucuaro FRha GLum
dos nas encostas das montanhas; sãoGLdy solos FRxa GLum GLum ACpl ARha
GLdy ACpl GLum ACpl
S
SAN A
ANT TA A
potencialmente férteis,
F
FE E embora por
UMle vezes
RGle ACpl
Maleza
GLum GLum
DEmuito
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BOG OTÁ
OTÁ
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erodidos TÁ devidoUMne U
FLst ARha
ACpl
UMhd ao desmatamento. Os Chaviva
FLdy PZha
RGdy GLdy
Girarrd do Regosols
ot
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d
rdot t pouco
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Fusa a ugá
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gas
ga
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agas udesenvolvidos
gá
g á R
RGle e os LeptosolsCMfl Cabuyaro FLdy
FLdy GLum
Rha FRha GLum PZha
CMeu Gle
RGle
rasos eMle pedregosos
UMle
U Villa ocorrem,
ice
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V en
enc
enci ncio
n ciogeralmente,FRha nas FLdy Puerto
Limón ARha San
principais regiões GLdy GLha
N mmontanhosas. Neste P caso,
U hd
UMhd FLdy ARha GLfv
CMge ANum GLdy
GL L y uee
uert
Puerto t
rto Lopéz FLdy GLum
Espinal correspondem à cordilheira de FRha Mérida GLdy
AANumm CMeue às FRha
ACpl GLdy
GLum PZha Amazonas
GLdymontanhas costeiras nas imediações ARha GLdy GLum A
RGdy Acaci
Acac
Ac
A as
as
acias
GLdy
GLdy
da ci- FFRha R ACha GLum GLum
GLum GLha GLha
dade de Caracas. O clima CMst stt árido da costa da
FRha FLst ACpl GLdy
GLfv FRha
FRac
Venezuela leva à formação de Calcisols CMfl e GLdy
AR
FRha GLdy FRac FRac Arrecifal GLdy GLfv
Arenosols.
CMan
C n Na área dos LlanosSan surgem
an Mart
Martí
Martín rtínínáreas
ín FLst
extensasRGdy de dunas. No vale do Orinoco, FRha a sat- Santa Rosa
RGle uração do solo com água subterrânea rica emACh FRha
UMhd AACha CMfl GLum
FLdy GLdy
ferro leva à formação de Plinthosols. FLdy ARab
FRha ACha FRac GLfv GLdy
A fronteira nítida entre ColômbiaACha A e Venezuela GLum
CMle AC
AC ACfr
Uribe
Ur ibe as diferenças nas escalas
rribe CMfl ACha
reflete CMfl dos mapas FRha CMfl
GLdy FLdy GLdy
CMfl GLdy
PHha disponíveisGLdy
LVha
LVha
entre os países. Para evitar essas GL
GLdy y BR
GLfv
ACha AC ACha FRha Victorin
diferenças abruptas entre os tipos de solos, GLdy FRha
GLdy
GLd FLdy CMeu
ANum RGdy
especialmente nas fronteiras, RGdy
há necessi- AACfr Mapiripán GLce
GLce GLfv RGle GLfv
fl A
ARh
ARha GLdy
dade deCCMfl melhorar e harmonizar as escalas de CMst
ARab
Cejal
CMan AC
mapeamento entre os países. GLdy
AAC
GLce CMfl ACha
AC LVha FLdy FRha RGle
Tigre
GLdy FLdy
RGha San Josédel Guaviare GLdy RGha RGle
GLdy
La
GLdy FRha RGle FRha
CMfl GLfv FRha
AC
GLdy GLfv
Sabana
AC RGha
RGle
ARha CMfl LVha FRha CMfl AC GLfv
83
78 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
o
ESCALA 1:3 000 000 KINGSTOWN
e n t
CMvr
1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS SÃ O VIC EN TE E
0 100 200 km
a v
GR AN AD INA S
rl
0 50 100 milhas
Ba
CMvr
Carriacou
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
e
d
ST.
s
GEORGE'S CMeu
a
h
Il
GR AN AD A
Mar do Caribe
os LXha
Scarborough CMeu
LVcc
La Asunción
CMca
Porlamar
TR IN ID AD E
TO BA GO
La Guaira CMca Carúpano
to CMha LXha
ello Guarenas CMca Irapa CMfv
Maiquetía
VRcr El Pilar Güiria PORT OF Arima Sangre Grande
Los Petare Higuerote Cumaná SPAIN PLdy
Maracay Teques CARACAS ACha
CMoa Puerto
Río FLca PHlv
Cagua ACha Chico la Cruz G. de Paria
LPli FLst
Barcelona VRcr
CMha
San GLeu Trinidad
PHca Ocumare del Tuy Caripito
FLca FLca Fernando
n de los Morros Altagracía de Orituco Aragua de Maturín
CMha HSfi
PTnv LVha
VRcr
ARws Pedernales
Jusepín
LVha
VRgl Aragua de Maturín HSfi
PTnv CMca LVha
VRgl Barcelona Punta
LVha FLhi
CMca ARfl de Mata
VRgy HSfi
LVha
FLce FLce Chaguaramas HSfi
FLca Zaraza Anaco
VRgl LVha
ARws
CMca
FLca Delta del Orinoco
LVha Cantaura FLhi HSfi
VRgl Valle de HSfi
HSfi HSfi
la Pascua FLhi
Las Mercedes FLhi FLhi FLhi
VRgy CMca HSfi
ARdy FLhi
El Socorro ARdy ARdy FLca El
Tigre ARfl El Temblador ACha
Calabozo VRgy San Joséde Tucupita HSfi
VRgl Pariaguán Uracoa
Guanipa FLhi
ACha
Santa María de Ipire FLhi FLhi
PTnv FLhi
PTnv ARpr
FLgl Barrancas FLhi FLhi FLhi
ARfl
PTpx HSfi FLhi
HSfi FLhi
FLhi
VRgl HSfi
ARdy Puerto HSfi HSfi
ARfl
CMfv Soledad Ordaz
ACha ACha
Ciudad Bolívar Ciudad Guayana HSfi
maguán Santa Rita
ACha Boca
LVst ACha del Pao
PTnv ACro
VRst Las
Bonitas FLst Upata
San Fernando de Apure
ACha Mapire
an Juan de Payara FLst ACum
Caicara
Cabruta
ACro
ARdy
CMvr Maripa
ACha LPli LXha
ACro Ciudad Guasipati
Piar
ACro
FRac
El Tumeremo
La Urbana Callao
La
ACro Paragua
ACum
VENEZUELA ACro
El
Dorado
ACha
FRxa Puerto
Puerto LPdy
Carreño Páez ACar
ACpl
ARha ACum
l LPli
LPli
GUIANA
80
Puerto Ayacucho LPli
Lum ACpl LPli
ACum Luepa
FLst LPli
LPli
CMfr
ARfo
Samariapo
LPli
GLfo Guaina
LPli LPli
ACar
LPli Majanajana
LPli
ACum
ACar
LPli
LPli FRum
Guatisimiña
LPli
ARdy
RGdy
ACum LPli
San Fernando de Atabapo LPdy
ACau
FRum
Depósito
GLdy GLfo RGdy
LPdy LPli RGdy LPli ACcr
ARfo ACum ACcr
ACfr LPdy FRha PLlv
FRum ACfr
ARdy ACcr FRha RGdy LPli PTdy
ARwl
LPli ACfr
San LPdy LPdy
ACum FRha
Antonio FRum ACcr
Uraricoera
La Esmeralda ARdy
FLdy FRxa
FRum LPdy
NTeu
NTeu
Yavita ACcr
al
Victorino
Maroa ARdy
Capibara
ACum ARdy
ACcr
BRASIL Boa Vista
São Bento
ARdy
84 85
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 79
o
CMvr RGeu
e n t
LVcc
KINGSTOWN Bridgetown
CMvr
a v
SÃ O VI CE NT E E
rl
GR AN AD IN AS
Ba
CMvr
e
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Tobago
LXha
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OCEANO A
LXha
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CMha
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PHlv
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FLhi
ARfl Barrancas FLhi
HSfi FLhi HSfi
HSfi HSfi
HSfi San Joséde Amacuro
Puerto Morawhanna
Ordaz
Ciudad Guayana Mabaruma
ACum ACum
HSfi
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Baramanni
Arakaka ACha
Marlborough
ARdy LPli
LXha Charity
Guasipati
Towakaima LXha
ACro El Callao Tumeremo Suddie
FRac
ACum HSfi
HSfi HSfi
Parika
79
HSfi
GEORGETOWN
ACha
HSfi Enmore
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ACro ACum Dorado LXha
LPdy Bartica
New
ACar Amsterdam
LXha
Linden ARab
Nieuw
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ACha Rockstone
ACum LPdy HSfi Nickerie
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ACar LPli CMfr
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LPli PTab
ACar
CMfr
FRha
Orinduik LPdy FRhu
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ACar
LPdy RGdy
FRum RGdy LPdy
FRha
LPdy SURINA
Depósito
LPli Apoteri FRhu
ACcr PLlv Annai
LPli LPdy Cantão
ACcr
FRha PTdy LPdy
FRxa FRha
ARdy
LPli ARdy
RGdy
LPdy FRha Conceição do Maú
ACfr ACcr
FRha
LPdy Uraricoera Lethem
FRxa ARdy
FRha
NTeu FRxa LPdy
FLdy
GLdy ACha
São PTpx ARdy
BRASIL
ARdy Bento LPdy
Dadanawa
Boa Vista
ACcr FRhu
Malacacheta FRha FRha FRha
FRha FRhu
NTeu
LPdy LPdy
Isherton
ACcr PTdy
PTpx ACcr
85
80 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
ATLÂNTICO
Este mapa revela os solos das ilhas localizadas valores de temperatura e umidade são mod- (ao leste da Guiana Francesa) se desenvolv-
a sudoeste das Pequenas Antilhas, parte do erados pelas baixas altitudes e pela proximi- eram pântanos extensos. Este alagamento
norte do Brasil, Guiana, Guiana Francesa, Suri- dade da costa, devido aos ventos alísios. A permanente resultou em grandes extensões
name e leste de Venezuela, todos banhados precipitação é geralmente abundante em toda de Gleysols e Histosols ácidos. Este modelo é
pelo Oceano Atlântico. A zona costeira ociden- a região (cerca de 2.000 mm por ano, ultrapas- também visível no delta do Orinoco. No inte-
tal do mapa é dominada pelo Delta de Orinoco. sando 3.000 mm em algumas áreas da Guiana rior, o intemperismo químico de minerais das
O delta pantanoso se estende por 450 km na Francesa), e aumenta em direção ao litoral. No rochas se reflete na distribuição dos tipos de
costa Atlântica e é dividido em vários canais entanto, as secas sazonais podem ocorrer oca- solo. Nos solos com condições de alta lixiviação
ou braços dos rios que desaguam no oceano. sionalmente. e acidez encontram-se grandes extensões de
O canal principal é o Boca Grande. Para o sud- A vegetação é composta principalmente de Ferralsols, geralmente pobres em nutrientes,
este, surge uma planície costeira estreita e de florestas tropicais densas. Em algumas partes mas com altos teores de caulinita e óxidos de
baixa altitude, com um relevo suave ondulado, do sul da Venezuela e Guiana, mais secas, pre- ferro e alumínio. As extensões dos Acrisols e
que corre paralelo à costa. Esta se eleva até o domina a paisagem de savana. Os manguezais Lixisols expressam também solos profunda-
sul até se converter nas Escudo das Guianas, se localizam ao longo da costa. mente intemperizados. Ambos os tipos de so-
uma região de montanhas baixas com mese- Os principais fatores de formação do solo nes- los são caracterizados por um subsolo rico em
tas e cobertas de florestas; o Monte Roraima, ta região são a erosão das rochas cristalinas, argila, embora os primeiros são desenvolvidos
também conhecido como tepuy Roraima, com na maior parte das montanhas da Guiana, e em materiais de natureza ácida e os segundos
2.810 m de altitude, é o ponto culminante da sua posterior redeposição, seguida do intenso a partir de rochas metamórficas com cátions
cadeia de mesetas tepuys (chapadas) da serra intemperismo favorecido por um clima tropi- básicos (e, portanto, geralmente são menos
de Pacaraima. Ao sul destas montanhas os cal quente e úmido. Os Leptosols rasos e pe- ácidos do que os Acrisols). No Brasil, ao sul
rios seguem seu curso até Amazonas. O monu- dregosos e os Cambisols pouco desenvolvidos das montanhas da Guiana, surgem os Gleysols
mento natural mais notável neste mapa é o são representativos da região do altiplano. A nas planícies pantanosas da cabeceira do Rio
Salto Ángel no rio Churun (Venezuela), a ca- deposição de grãos de quartzo, como conse- Branco, afluente do Amazonas. Os Plintho-
choeira mais alta do mundo, com um desnível sols indicam solos que possuem um subsolo
quencia do curso dos rios leva à formação de
de 979 m. Arenosols extensos e esbranquiçados, ao longo contendo uma mistura de minerais argilosos
Esta área está localizada ao norte do Equa- das costas da Guiana e do Suriname. Devido (predominantemente caulinita) com um teor
dor, cujo clima é quente e úmido durante todo ao fato de que a zona costeira é plana, mal elevado de ferro e sílica, materiais que se en-
o ano, com uma temperatura média diária drenada e recebe os grandes volumes de alu- durecem ao secar-se, formando concreções de
de 25°C e variações sazonais mínimas. Estes viões provenientes da foz do rio Amazonas ferro (plintita).
Kaw
FRha
NAME FRhu
GLum
Guisanbourg GLeu
FRha Ouanary
FRxa
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Guayana Francesa St. Georges
LPdy
GLeu
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FRhu
Clevel$ndia do Norte
Saul
ACha
GLdy
Ouaqui
FRhu
ACcr
ACha Camopi Vila Velha
ACha
FRhu FRha
FRxa
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FRhu
ha
FRhu FRha
FRhu FRhu
FRhu
FRha Amapá
ACcr ACcr FRha GLeu
Ccr
86
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 81
GLti
CMfl
GLdy
UMhd
FLgl
OCEANO
ANum
Tumaco CMfl FLgl CMfl
UM
GLti
FLgl UMhd
CMan Barba
C. Manglares
ANum
GLti
PA C Í F I C O
CMfl El
GLti GLti GLdy Diviso
GLti San
Lorenzo
ARad CMdy
LVha ANhy
Rioverde
LPsk
Esmeraldas
ESCALA 1:3 000 000 LPsk CMeu CMdy
PHlv
LVha LPsk ANhy
1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS CMeu ANhy
PHha PH
0 100 200 km GLti
ANhy
DUha
ARad AReu
PHha LVha LPsk ANvi LPsk
Atuntaqui
0 50 100 milhas Cojimíes FLeu
PHha Ibarra P
ARad
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal GLti CMeu ANml ANvi ANml
PHha PHlv
Pedernales PHha
ANvi
AReuPHha Cayam
LVha ANvi DUfp DUha DUha
AReu AReu PHlv BR
Equador PHha PHha ANeu QUITO
Jama PHlv
ANeu DUha
LPsk PHha
PHlv
ANml ANml
PHha PHha BR PHha
Machachi BR
PHha BR
EQUA
CMeu
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OCEANO LPsk GLti Chone ANeu
LPsk
FLeu ANvi BR
LVha LPsk AReu GLan AN
Calceta AReu PHha GLan
PA C Í F I C O
BR
Manta CMeu FLeu ANeu DUha BR
LPsk LPsk
LPsk Quevedo BR
I. Pinta LVha PHha PHlv
BR CMeu Portoviejo Santa Ana ANeu El Corazón DUha
SNad LPsk FLeu FLeu Ambato
PHha
I. Galapagos I. Marchena
LVha PHha AReu
UMhu CLad Jipijapa PHha LPsk ANml ANvi ANvi
(Equador) BR LPsk
PHha LPsk ANeu
ANml LPsk
Puyo
FLeu LPsk ANml
LPsk Paján Guaranda PHha AReu
Vinces PHlv Riobamba GLaq
Equador LPsk PHha PHha DUha PHha BR
CMeu LVha
Babahoyo LVha ANeu ANml ANhy
CMeu Daule GLaq
PHha PHha
LVha VRha GLaq CMeu
LVha
ANeu
I. San Salvador CLad ANvi
LPli LPsk GLaq Palmira
LPsk AReu
LPli SCso Milagro FLeu PHha ANml
I. Fernandina LPli
I. Santa Cruz
Santa Elena
SCso VRha
GUAYAQUIL GLaq
CMeu
DUha Alausí
BR Salinas CMeu ARad GLaq CMeu PHlv
Macas
CLad BR
SNad LVha
LVha VRha LPsk
I. Isabela GLti Cañar ANhy BR
GLti PHha LVha
CMeu
LPsk BR LPsk VRha SCso GLaq
Baquerizo GLti GLti LPhk VRha PHha RGsk
I. Santa Fé CMdy RGs
BR Morena LVha I. San Cristóbal Naranjal LVha CMeu
CMeu
Azogues
CMeu LPhk
CMeu LVha
VRha
G. de Guayaquil GLti SCso LVha LVha LPsk LVha
CMdy
BR Cuenca
LPsk GLti ANhy
I. Santa María BR GLti GLan
I. Española ANml PHha CMdy
I. Puná Machala Girón ANsn
CMeu VRha
FLeu Pasaje LPsk CMeu LVha GLan
GLti GLti
GLaq GLaq
Zarumilla SNad ANml CMeu CMeu
CMdy GLaq
Tumbes LVha CMdy PHlv GLan Gualaquiza
FLeu LVha
Zorritos LVro Zaruma Saraguro
LVha GLan
Este mapa ilustra a grande variedade de solos do A ampla variação das zonas climáticas juntamente LVro
LPsk CMdy CMeu
oeste do Brasil, o sul da Colômbia, Equador e norte com os diferentes tipos de cobertura vegetal e CMca
Catamayo PHlv
do Peru, incluindo o arquipélago vulcânico das ilhas material parental dão lugar a um padrão de dis- LVha
Galápagos, localizado a 1.000 km a oeste da costa tribuição de solos complexo e variado. Ao longo Catacocha Loja GLaq
LPhk
equatoriana. dos Andes, se desenvolveram áreas extensas de Puerto Máncora LPsk VRha Zamora C
CMeu LPsk VRha
A principal característica física desta região é a Andosols em material de ejeções vulcânicas. O PHlv
GLan
intemperismo físico de minerais de rochas bási- CMca LPhu
Cordilheira dos Andes. Muitas dos seus cumes su- CMeu CMdy
peram os 4.000 m, enquanto no Equador, se en- cas cristalinas, arenitos e lutitos, resultaram na PHlv
Lobitos LPsk
contra o vulcão ativo mais alto do mundo, o Coto- formação de Leptosols e Cambisols. Os Andes não
paxi (5.897 m de altitude). A oeste dos Andes, uma representam apenas uma cadeia de montanhas, Talara GLan Orella
LPeu CMdy
faixa estreita de terra desce para o Oceano Pací- mas também uma sucessão de serras paralelas Pta.
fico. Para o leste, as planícies suavemente ondula- onde se intercalam planaltos e depressões. Nas Pariñas AReu
CMca
das da Colômbia, caracterizam o extremo sul dos terras mais altas, os solos permanentemente con-
La Huaca Tambo Grande CMeu
Llanos com uma vasta extensão de pastos trop- gelados levam à formação de Cryosols. Entre as FLeu Sullana
icais. Seguindo mais ao sul, os rios que atraves- cadeias montanhosas, nos grandes vales e bacias Paita Chulucanas
sam as cordilheiras orientais dos Andes no Peru aluviais e coluviais, surgem os Phaeozems férteis.
No mapa se pode observar este mesmo padrão na Huancabamba
são drenados em uma região de colinas e planícies AReu Castilla Morropón LPhu
localizadas na bacia do Amazonas. faixa litoral tanto colombiana como equatoriana. Piura
Os solos da bacia Amazônica também são muito CMca
Devido à proximidade da linha do Equador, na diversos. Os mais intemperizados são os Acrisols, AReu
FLeu
parte superior do mapa, a maior parte apresenta Alisols e Ferralsols, geralmente pobres em nutri- Sechura
B. de Sechura Bagua
um clima tropical úmido. Na costa são registradas entes e com altos níveis de ferro e alumínio. Os Jaen
grandes variações de condições climáticas, devido Bellavista
Acrisols e Alisols juntamente com os Luvisols, são CMle
à zona de convergência intertropical e as cor- compostos de um subsolo rico em argila e refletem FLeu
CMeu
RGeu
RGeu
rentes frias do oceano. Os processos convectivos diferenças topográficas e da composição química
predominam nas partes altas dos Andes. As tem-
Pta. Aguja Bayóvar
LPmo
da rocha matriz. A área afetada pela água corre- LPeu Olmos
peraturas médias durante o dia variam entre 29 e sponde aos Fluvisols e Gleysols. Surgem nas planí-
33°C, caindo com a altitude (a 2.800 m de altitude, AReu Cha
cies de inundação de grandes rios como o Putu- Reventazón
Quito tem uma temperatura média anual de 14 °C, mayo, o Negro, o Napo e Marañón (este último dá Salas Ocalli
Cutervo
e uma mínima de 9 °C). Nas cotas mais altas são origem à grande extensão de Gleysols no norte do AReu L
frequentes as geadas e as cumes estão cobertas Peru), todos são afluentes do curso superior do Rio I. Lobos de Tierra
de neve acima dos 5.000 m de altitude. As partes Amazonas situado na vertente do Atlântico. Grande RGeu
centrais e orientais do território representadas parte dos solos oeste e centro do Peru,são pouco Lambayeque
no mapa são mais úmidas. Na bacia amazônica, Bambamarca
a precipitação anual é de 3.000 a 6.000 mm. No
profundos, de má qualidade e pouco desenvolvidos Chiclayo
(por exemplo, Regosols). Ao sul da cidade costeira Pimentel Monsefú
entanto, em algumas partes do Equador e a zona de Piura, os Arenosols caracterizam o deserto de FLeu
Is. Lobos de Afuera
costeira do Peru ocorrem as condições áridas Sechura. As ilhas vulcânicas de Galápagos são car- AReu
FLeu RGeu
(menos de 500 mm de precipitação anual). acterizadas pela presença de Andosols, Leptosols Cajamarca
A maior parte da área é coberta por floresta tropi- rasos e pedregosos e Luvisols, onde o solo está um
AReu Chilete FLeu
cal, dando lugar a florestas deciduais, ao longo pouco mais desenvolvido.
da zona costeira do norte. As terras altas são car- Pacasmayo San Pedro de Lloc
An
entre os tipos de solos, especialmente nas fron- Puerto Chicama
teiras, há necessidade de melhorar e harmonizar Hu
Chocope Otuzco
as escalas de mapeamento entre os países.
s
FLeu LPeu
RGdy
ARpr
Trujillo LPdy
Molleb
90
82 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
FRha ARle
PHlv Tres Esquinas GLdy
PHha CMfl Puerto GLdy
DUha Asís FRha FRha
GLdy GLdy GLdy
AReu DUha GLdy FRha
ANvi LPsk ANum GLfv GLdy ACha FRha
FRha RGha
LPsk GLdy
i ANhy HShm ACha
ACha GLum
a Ibarra PHlv GLaq ACha Macuje
ml GLaq
CMdy GLaq
PHlv PHha HSha GLdy FRha FRha
GLaq ACha
uPHha Cayambe CMdy
CMdy Putumayo
DUha ACha GLdy
CMdy
PHlv BR LPsk GLum GLfv
CMdy FRha RGha Equador
CMeu GLdy ACha
CMdy ANeu Puerto ACha
GLdy AC
Leguizamo GLdy
ANeu
LPsk CMdy GLum
ml Baeza GLaq GLdy FRha
GLdy GLum ACha
BR ANeu RGha CMst
LPsk CMdy GLaq FLeu Matarca
ACro GLdy
UADORBR
ANhy
ANeu
Francisco
de Orellana
GLaq
CMdy
ACro
La Chorrera
FRha ARle
ACha
ACro
FRha
GLdy
CMst
ACro
GLdy
ACro CMst
FRha
BR CMdy CMdy ACha FLgl
GLaq CMst ACro CMst
Nuevo Rocafuerte GLdy FRha ACha
ACha Puerto Reyes CMst FRha
GLaq GLdy Bárbara
FLgl ACha ACro CMst CMst
GLdy ACro CMst ACro FRha GLdy ACro
GLaq AC CMst
GLdy FRha
CMfl FRha FRha
GLaq ACro ACro
Puyo
FRha ACro ACha
Arica FLeu FRha ACro
GLaq CMdy GLaq ARle FRha ACha
CMdy
El Encanto
ACcr ALpf ACha
Nhy ACro ACha
GLaq GLdy CMst ACro
ACro
ACro ACha
ACha GLdy
CMst
GLaq ACha
Arambaza
FLeu ACro Arica ACro ACha
cas GLaq GLaq CMfl
CMst ACro
CMdy FLeu
Copal ACha ACha
ACha GLdy GLdy
Urcu CMst ACro FLeu
GLdy
GLdy
GLaq GLaq
RGsk HSfi ACha
FLeu ALpf Santa Clotilde
HSfi
GLaq
84
GLaq CMdy Andoas
ALpf
Vargas ACcr
Guerra CMdy
CMdy
Pebas
GLdy R. A
Intutu mazo
nas
FLeu
FLeu
ACcr Iquitos
FLeu
Tamshiyacu
CMdy
GLdy
Omaguas ACcr
PERU
ACcr FLeu
CMdy FLeu
Orellana
Nauta
ACcr
Requena GLeu
FLeu
Condoto ACcr
Lagunas
FLeu Elvira
Arahuante FLeu
GLdy
CMdy FLeu ALcr
Acuracay
FLeu
LPhu ACcr
Yurimaguas
Rioja Moyobamba
CMdy
ALcr ACcr
Chachapoyas
GLdy
FLeu
Ocalli
Lamas
BRASIL
LPhu
Mendoza CMeu
Tarapoto
FLeu
ALcr
FLeu
LPhu ACcr
Orellana LVle
Caninde
FLeu ALcr
GLeu PTdy
CMdy
Juanjuí
LVcr ALcr ACcr
LPdy GLdy
91
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 83
CMfl
FRha
RGle GLfv
AC
GLfv FRha
GLfv
GLfv
RGle
Sabana Sardina
GLfo ARfo
VENEZUELA
GLfo FRum
FRum
GLdy
Morichal Viejo ACha
GLdy FRxa RGle FRum ACau
COLÔMBIA
San Carlos LPli
CMfl RGle
FRha de Río Negro ARdy LPdy
ARab
RGha GLdy
San LPli
FRha Custódio
ARle Vista ACum
FRha Alegre
PZgl PZgl Santa Rosa
FRha
ARdy
ARle ARdy
GLfv ACum
PZgl GLeu Cucuí ACha
ARle FRha Mitú
LPdy FRha
FRha ACha FRxa
ARha PZgl São LPli
ARle
Marcelino
ARha FRxa
ACcr
ARha PZgl
FRha ARdy LPdy ACau
FRha Teresita FRha
ARle
ARha
PZgl GLeu LPdy
ARha LPdy PZ
Lauareté Içana
ARle PZgl FRha
ACcr GLdy ARdy
FRha
ARha FRha Taracua GLeu PZgl
Lerida
ACcr FRxa
FRha Uaupés FRxa
Equador GLfv PZgl PZgl
PZgl PZgl Calanaque
FRha
ARle GLeu GLeu
ARha Tapurucuara
PZgl GLeu Tomar
PZgl GLeu GLeu
CMst FRha FRha PZgl
ACcr GLdy PZgl Ilha Grande FRxa
ACha PTdy
PZgl PZgl
ACro CMst FRha FRxa
CMfl PZgl
FRha FRha
PZgl
GLfv PZgl PTdy
GLdy ACha CMfl
ACha ACcr GLdy
ARha
FRha ALcr
GLeu PZgl
ACro AC ALcr
FRha GLfv
AC PZgl
ACha FRxa PZgl PTdy ALcr PZgl
La PTdy PZgl
GLdy Pedrera PZgl FRxa ACcr
ACha PZgl
CMst GLdy PZgl
AC PTdy
ACro GLeu
GLdy GLeu
ACha Maraã
Piquiá
ACro Igualdade Japurá GLeu PZgl
GLdy ACcr
CMst Copana
ACro PZgl PZgl
ACro
ACro PTdy GLeu
GLdy PTdy GLeu PTdy
ACro FRxa PTdy R. Am
azona
GLdy
s
GLdy ACro PZgl
PTdy GLeu PZgl
GLeu Fonte
FLeu Santa PZgl Boa
CMst
ACha Clara
83
ACcr GLeu
GLdy FLgl ALcr Foz do GLeu
Tonantins GLeu Jutaí
GLdy ALcr GLeu
GLeu Santo Antônio ALcr PZgl
Tarapacá do Içá PTdy PTdy PTdy
ALcr
GLeu PTdy Ipiranga
ACcr ACha PTdy GLeu Alvarães
PTdy GLeu
GLeu
GLeu
PTdy Tefé
ACcr
B
FLeu PZgl
R
PTdy
ACcr CMst GLdy PTdy
GLeu PTdy
Leticia GLeu ACcr PTdy
Tabatinga PTdy ALcr
ACcr
GLeu
Concórdia PTdy
GLdy
Neste mapa se observa os solos do noroeste (conhecidas como terra firme), formadas por de intemperismo químico dos minerais. As ALcr Tapauá
do Brasil, Colômbia, Guiana, Venezuela e uma camadas de aluvião queACcr foram depositadas ra ri
chuvas
ari
ar
a
arar
a
Mar
M intensas causam a lavagem dos nu- PPTdy
ACcr
pequena parte do Peru. O Equador encontra- cerca de 2,5 milhões de anos atrás e eleva- trientes ALcr do solo (lixiviação), deixando os so- PTdy
ão R
São
Sã
São Room
o
Rom mão
mã
mão
omã ão
se ilustrado na parte superior do mapa, ao das posteriormente. Em toda a região são los pobres em nutrientes e ALcr ácidos, devido a
norte do canal principal do rio Amazonas, frequentes os lagos e zonas úmidas pouco um excesso de ferro insolúvel e de silicatos
o segundo maior rio do mundo e de maior profundas. de alumínio (Acrisols, Alisols e Ferralsols). O ALcr
vazão média. A Bacia Amazônica cobre uma ALcr
A área possui um clima equatorial ou tropi- desenvolvimento dos solos nos antigos ter- PTdy
área de cerca de 7.050.000 km2 e está locali-
ACcr maioria da área das raços fluviais são representados por Alisols
cal úmido. Em Janeiro, aPTdy
zada geralmente a baixas altitudes (abaixo terras mais baixas registra temperaturas ao e Plinthosols. Estes solos têm uma camada
GLdy PTdy
de 400 m de altitude). Canutama
redor de 25°C, diminuindo com a altitude. A subsuperficial rica em PTdy
argila. Os Plinthosols
PTdy
A parte norte do mapa reflete as mesetas precipitação é de cerca de 2.000 mm por ano, contêm plintita, uma camada rica em min-
com florestas densas e as montanhas es- mas podeS So de valores muito mais eleva- erais de argila e sílica, endurecida
ade
dad
ocorrer
eda
led
ole ACcr
quando ex-
posta a ciclos de umedecimento e secagem e PTdy Axioma
carpadas da Guayana (o cume mais aara alto cdo
cá
uacá
uac
aua á dos. Geralmente ocorre um ALcr ou dois meses
oz d
oz do T rau
o Tar
Ta ra
Brasil é Pico da GLe Neblina,
u que FFo
atinge 2.994 m mais secos do que os demais. contém concreções de ferro. Nas áreas afe- ALcr
GLeu Ca ni
anin de
d
ind
nde e
ndaltitude). Para o ysul, as planícies do Ama- ALcr tadas pela água encontram-se os Fluvisols e GLdy
PTd
A bacia amazônica possui a maior variedade Gleysols. Estes estão localizados nas planí- PTdy
zonas atingem seu ponto mais largo na base
de espécies de plantas do planeta e abriga cies de inundação dos principais afluentes PTdy do
oriental dos Andes, enquanto seGLeestreitamu Lábrea
pelo leste. O curso do rio abaixo de Manaus, vastas extensões de floresta tropical densa. Amazonas. No norte do mapa, os Leptosols
LVle
existe uma estreita faixa de planícies PTdy peri- O desmatamento é um problema para a con- indicam solos pouco profundos das regiões
ACcr
odicamente alagadas (denominada zona de servação da floresta amazônica. Fort
altas, rochosas e escarpadas, especialmente alez
a
rta a do It
eza
lez Ituxi
Itu
LVcr várzea),ACcar qual separa as montanhas da Gui- Muitos dos solos na Bacia Amazônica se têm aqueles das montanhas da Guiana. Por outro
Bôca do
ana, ao norte, das terras altas do Brasil, ao desenvolvido sobre sedimentos ACcr grossos
ac de lado, nos planaltos formados por
Moaco arenitos e PTdy
LVle Pauiniin
sul. As características topográficas mais no- planícies de inundação, como siltitos, are- quartzitos, se desenvolveram Podzols rasos PTdy GLdy
táveis da bacia são as colinas de relevo suave nitos e lutitos, ou refletem um grau elevado de granulometria grossa e os Arenosols.
Teuin
Te ini ALcr
PTdy
ACcr
PTdy
ACcr
92
84 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
ACau
ACha
ACcr ACcr
PTpx
GUIANA FRha
LPdy Caracaraí
Vista Alegre PTdy Biloku
LPdy
LPdy
FRha
PZgl
LPdy
PZgl
FRha LPdy
ARdy
ARdy PZgl
ACcr
LPdy PZgl
São José
FRxa de Anauá
ACcr
ARdy FRha
ACcr
FRha
PZgl Catrimani
PZgl FRha
PZgl ARdy FRha
ARdy
FRxa PZgl
FRha
ARdy
PZgl
FRxa
Equador
anaque FRxa ACcr
GLdy
PZgl ARdy
Tomar GLeu Boiaçu FRxa
GLeu FRxa FRha FRha
GLeu
Moreira GLeu GLdy
ACcr FRha
PZgl GLeu PZgl
FRha ACcr
GLeu FRha
PTdy GLeu GLdy
ARdy
Barcelos PTdy
GLeu Atauba FRha
ALcr
GLeu LPdy
FRha Porteira
GLeu
86
FRxa GLeu
Urucurituba
PTdy
FRxa
Itapiranga
GLeu FRxa GLeu Barreirinha
Silves GLeu Parintins
Santa Maria
PTdy
ALcr
ALcr
MANAUS R. A
Manacapuru maz Itacoatiara PTdy
FRxa GLeu GLeu ona
PTdy Careiro s GLeu
GLeu
GLeu GLeu FRxa
GLeu Ariaú
GLeu FRxa Maués
Anamã PTdy FRxa
PTdy GLeu
GLeu
PTdy GLeu GLeu Anori
Codajás ALcr
PTdy
Nova Olinda
GLeu GLeu do Norte
Foz do Beruri
GLeu Repartimento
Copeá GLeu GLeu Camara
Axinim
Ldy Canumã
Tdy
A ALcr PTdy
S Aiapuá
Paricatuba
I ALcr
L Pimental
Entre
Rios
GLdy Laranjal
GLdy
FRxa
FRxa
Arumã ALcr
ALcr FRxa GLdy
GLdy FRxa
Itaboca Mundurucas FRxa Repartição
Guajaratuba Novo FRha
Aripuanã Tabuleiro
PTdy FRha
ALcr Terra
ALcr Abufari PTdy Preta
Itapinima ACcr
ACcr
FRxa FRha
GLeu FRxa
GLdy
Capoeira
ALcr GLdy Bacabai
Democracia FRha
Prainha ACcr
ACcr
PTdy
FRha
Humaitá
Castanho LPdy
ACcr LPdy GLdy
FRha
FRha FRha
Pasto Grande Jatuarana Samaúma FRha ARdy
FLdy FRxa
ACcr
Santa FRha
Calama ACcr ACcr ARdy Rita
LPdy
GLdy
93
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 85
SURINAME
FRha
ACha FRha
FRxa
Amapá GLeu
FRhu
FRhu FRhu
FRhu FRha FRhu FRhu ACcr
GLdy
ACcr I. de Maracá
GLdy
FRha FRha FRha
ACcr
ACcr
FRxa
LPdy GLeu
Sucuriju
GLdy
PTpx
PTpx
FRha
Aporema
FRha GLeu
FRxa
GLeu
Parintins Vitória
NTeu
B R A S I
ACcr FRha ACcr
ACcr
LPdy ACcr
FRxa
ACcr
Pôrto Lontra
Itaituba Uxituba Alegre
Remansão
Jacundá
Sem-
Tripa
ACcr Carajari LPdy
Jatobá
Repartição
ACcr GLdy
FRha Itupiranga
ACcr
GLeu
Tucuparé FRha
Entre Rios
FRha
GLdy
ACcr LPdy
LPdy LPdy
NTeu ACcr
LPdy
LPdy
ACcr ACcr
FRha
Maloca LPdy
ACcr LPdy
Araras
NTeu
São Felix LPdy
ACcr do Xingu
LPdy ACcr
LPdy
NTeu
ACcr
FRha LPdy
Manuelzinho
ACcr
LPdy LPdy Pau d'Arco
LPdy
ACcr
Usina LPdy
Gradaús GLdy
LPdy
LPdy ACcr
LPdy A
ARdy
LPdy
LPdy LPdy
GLdy
LPdy PTpx
LPdy
93 94
86 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
Este mapa revela as terras do nordeste do com pouca variação sazonal. sols frequentemente saturados com água,
Brasil e a foz do Rio Amazonas no Oceano A umidade é alta; a precipitação média anual os quais se desenvolveram em sedimentos
Atlântico. A vazão média do Amazonas é de também mostra valores elevados (mais de aluviais grossos, em geral ocupando canais
209.000 m3/s (sem incluir seus afluentes 1.500 mm ao longo do ano, mas pode ser abandonados dos rios, poças, diques e pân-
principais), o que é mais do que os rios Mis- maior em alguns lugares).É comum a ocor- tanos. A bacia de drenagem principal ao sul
sissippi, o Nilo e o Yangtzé juntos. Em direção rência de meses mais secos. da foz do Amazonas é o sistema dos rios
da foz, o rio se divide em vários canais, dan- Tocantins-Araguaia. Representa a maior ba-
A maior parte da região é coberta por uma cia hidrográfica localizada inteiramente no
do lugar a ilhas cada vez maiores. A ilha de
floresta tropical densa, com espécies decid- território brasileiro, com um comprimento de
Marajó, do tamanho da Suíça, representa a
uais, com áreas de savana intercaladas com cerca de 2.500 km. Os solos das terras baixas
maior ilha fluvial do mundo, cercada por água
mais frequência para o leste. Os manguezais na costa do Oceano Atlântico são compostos
doce. Curiosamente, o Amazonas não tem
ocorrem na maior parte do litoral. O des- por Gleysols, cobertos de manguezais e lo-
delta. O vale inferior do Amazonas é relati- matamento, a conversão do uso da terra e
vamente estreito; a terra em ambos os lados calizados na faixa costeira e nos estuários;
a baixa fertilidade do solo são questões im- e por Arenosols com dunas localizados em
se eleva formando encostas íngremes até o portantes que ameaçam o meio ambiente e o depósitos fluviais antigos. Nos terrenos pla-
nível de um planalto antigo. modo de vida dos habitantes da região. nos se desenvolveram os Plinthosols, geral-
A parte norte do mapa marca a fronteira Os Acrisols e Ferralsols ácidos são clara- mente sobre terraços antigos ou sistemas de
com as montanhas da Guiana, enquanto ao mente dominantes no mapa. A distribuição praia, caracterizados por uma camada sub-
sul o terreno é elevado nos terraços cobertos
destes solos, altamente lixiviados, pobres superficial rica em argila e sílica, conhecida
de floresta, um pouco acidentados, devido à em nutrientes e com níveis elevados de ferro como plintita, que endurece quando exposto
erosão da encosta ao norte do planalto cen- insolúvel e silicatos de alumínio, refletem as a ciclos de umedecimento e secagem, com
tral brasileiro. O Equador atravessa o estuário
mudanças na topografia. As áreas peque- concreções de ferro. Por ultimo, ao sul do ter-
I. Caviana de Fora do Amazonas. A outra foz destacada neste nas onde se distribuem os Lixisols e Nitisols, ritório surgem os Leptosols e Arenosols deno-
mapa é a do rio Guamá. revelam alterações na composição química tando solos rasos e arenosos nas montanhas
I. Mexiana O clima é equatorial ou tropical úmido. A do material de origem. Nos vales dos rios de arenito que marcam o ponto mais seten-
temperatura média anual é de cerca de 26°C, surgem os Fluvisols estratificados e os Gley- trional das terras altas do Brasil.
eu GLdy
Equador
OCEANO ATLÂNTIC
GLeu
Leu GLeu
GLeu
rajó
GLdy Soure
B. d
eM
a raj
ó
GLeu Salinópolis
O
Muraja GLeu
Joanes Curuçá Maracanã
Cuinarana
ESCALA 1:3 000 000
PTdy FRxa
GLdy
1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
Igarape- GLeu
Colares
Açu Bragança 0 100 200 km
Mosqueiro FRxa GLeu
Capanema
Carutapera
Castanhal 0
Tentugal GLeu GLeu
50 100 milhas
GLeu BELÉM ARdy São Josédo
GLeu
GLeu
GLeu GLeu
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
Piriá GLeu
Muana
PTdy GLeu
GLeu
Turiaçu GLeu
GLeu Abaetetuba GLdy Capim Irituia GLeu
Camiranga
Cururupu
GLeu PTdy GLeu
ARdy Acará ACcr ACcr
Maracaçumé GLti
FRxa
ma GLeu
Caruçambaba Guimarães
Itamataré Santa
tá Carapajó Tomé- Helena
GLeu Açu FRxa
ba
PTdy ACcr ACcr GLeu São GLeu
GLeu
FLeu
GLti GLeu
GLeu GLeu Luís Anil
GLeu GLeu GLeu
Pinheiro FRxa
PTdy Ribamar GLeu
AR
São Bento
Icatu
GLeu
Alto Turi GLeu GLeu Barreirinhas Paulino
ACcr ARdy Neves
GLeu
PTdy Rosário
FRxa ARdy
GLti
GLeu Pindobal GLeu GLti
I ACcr
L Dom
FRxa
PTdy
LVle
GLti
PTdy
PTpx
Coroatá
PTpx
Chapadinha
FRxa
Brejo
FLeu
Luzil$ndia
LXcr
PTpx
Água Branca
FRxa FRxa
VRha Colinas
Santa Isabel FLeu
ARdy
do Araguaia FRxa
FRha Tocantinópolis LPdy LPdy PHlv
LPdy
Xambioá PHlv
Nazaré NTdy Elesbão
NTdy Mirador Veloso
Paranaidji FRha FRxa
FRxa NTdy FRxa LPdy
FRxa São João dos Patos
FRha Pastos Bons
ACcr ARdy
LPdy FRxa PTpx FLeu
FRxa Floriano
FLeu São Raimundo
ARdy ARdy
Araguaína FLeu das Mangabeiras Loreto
LPdy ACcr Oeiras
PHlv
ACcr
Babaçul$ndia FRxa FRxa
Carolina LVle
Riachão FRxa
Filadélfia FRxa
FRxa
u d'Arco ACcr LPdy ARdy
PTdy Balsas
FRha PTpx LPdy
FLeu
FRxa FLeu
GLdy FLeu
FRha LPdy
FRxa LPdy ARdy
LPdy
ARdy PTpx ARdy FRha LPdy LXcr
ACcr ACcr Craol$ndia LPdy
LPdy
FRxa
PTpx ARdy
95
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 87
LPdy
FRha Juazeiro LXcr LPeu
LPdy
ACcr
FRxa FRxa
Crato do Norte ARdy
LVle Itaporanga
FRxa FRxa FRha LXcr LXcr
ARdy FRha
LPdy Exú
L
ACcr
S I
FRha
B R A
ACcr LPeu LPeu
LXcr
LPdy LXcr Afogado
LPdy LPeu CMeu
LXcr FRha LXcr LXcr
LPdy ARdy LV
LPdy Simplício LPdy Ouricuri Serra Talhada
Mendes Salgueiro
LPdy LVle LVle
Paulistana Parnamirim
LPdy
FLeu ARdy LXcr LVcr
Canto do Buriti FRxa LVle RGeu PLlv
FRxa
LPdy
LPeu LVle
LPeu FRha ARdy
FRxa Belém de
LVle São Francisco
Santa Maria PLlv
LXcr da Boa Vista
Cristino Castro Chorrocho
RGeu
LPdy Petrol$ndia
LPdy
FRxa São Raimundo Casa Nova LXcr
Nonato FRha
Bom LPdy LXcr LXcr LXcr
Jesus Petrolina Paulo Afonso PLlv RG
LXcr ARdy PLlv
Caracol ARdy
LPdy Juazeiro
FRxa LVle
PLlv Piranhas
Remanso PLlv LVle
VRha LVle
FLeu FRxa
FRxa ARdy Pão de
PLlv Açúcar
LXcr Uauá
FRxa
LPdy
95
LPdy
CMeu Jeremoabo LXcr
Curimata Jaguarari PLlv CMeu
LVcr
LXcr FRxa LPeu
Parnaguá LPeu
ACcr
FRxa
ARdy LXcr Senhor do Bonfim RGeu CMeu
Campo Formoso Euclides
da Cunha It
LPdy FRxa LPdy
ARdy
LPdy
LPdy FLeu Ribeira
FRxa FRha do Pombal Lagarto A
Xique Queimadas ARdy
PLlv
Tucano
ARdy FRxa Xique PLlv São Cristó
Barra CMeu FRxa
ACcr
PLlv
Jacobina FRxa Est$ncia
Irecé Olindina
PLlv LPdy
FRxa ARdy
Rio Real
LPdy LXcr
Indiaroba
FRxa Morro do Chapéu Serrinha
Morpara LPdy
FLeu Riachão Esplanada
Cariparé do Jacuípe
LPeu FRxa
Taguá LXcr ACcr
LVle PLlv
FRxa
FRro
FRxa Alagoinhas
FRha
Rui
Barbosa
Barreiras
Ibotirama Feira de Santana ARdy
ACcr
LPdy CMeu VRha
LPdy
FRxa FRxa
FRxa PHlv Cachoeira ARdy
FRxa Itaberaba
Camaçari
PZgl
Ibitiara LVle Iaçu Maragogipe
GLdy LXcr FRro ARdy
Paratinga PLlv
ARdy
Andarai
CMeu Nazaré
GLdy
FRxa
Itaeté Santo Antônio ACcr SALVADOR
Tamburi de Jesus
ARdy Santana FRxa
PZgl
GLdy FRha
95
88 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
ARdy
ha
FRha
ESCALA 1:3 000 000
GLeu Areia São Bento do Norte
Branca GLeu GLeu 1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
ossoró FRxa Macau
CMeu
ARdy LXcr
Touros 0 100 200 km
LPrz CMeu ARdy
LVle CMeu
FRha
FLeu
FRha ACcr FRxa C. de São Roque 0 50 100 milhas
LXcr
Açu Ceará Mirim
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
FRha
PLlv PLlv
GLeu
Angicos ARdy
RGeu
ACcr
LVle Natal
FRxa Macaíba
LVle FRxa
Currais LVcr
Novos FRxa
GLeu
PLlv
Caicó
Nova ACcr
FRxa Cruz
RGeu
mbal Rio
PLlv Tinto
LVcr Guarabira GLeu
LVle LXcr
Patos
ACha
PLlv
RGeu GLeu João Pessoa
LPeu LVle
ACcr
RGeu Campina Itabaiana
LXcr
LPeu LVle VRpe Grande PZgl
Timbaúba
L
LPeu Goiana GLeu
LXcr
Afogados da Ingazeira
LVcr
Carpina
LVle Limoeiro FRha
ACcr
Olinda
PLlv
LPeu Gravatá
Recife
Jaboatão
Pesqueira Belo
Jardim Caruaru
Arcoverde LXcr
Ribeirão
RGeu FRxa
ARdy
PLlv Palmares
Quipapá
RGeu Garanhuns
ACcr
OCEANO
Santana do Palmeira
ATLÂNTICO
RGeu Ipanema dos Indios Barra de Santo Antônio
Rio
PLlv
Largo
FRxa
FRxa
Maceió
Arapiraca
Pão de LPeu Marechal Deodoro
Açúcar
Junqueiro
ACcr
Coruripe
Xcr Propriá Penedo
ARab
ACcr Este mapa ilustra os solos do leste do Brasil. Com exceção dos planaltos, as regiões mon- se encontram nos lugares onde têm ocorrido
Brejo Grande tanhosas e depressões do terreno, quase todo um intenso intemperismo tropical de material
A paisagem é dominada pelo planalto e mon-
ARab o território é coberto por um tipo particular de origem menos ácido. Nos sedimentos alu-
tanhas das serras da Borborema e Grande,
Itabaiana situadas ao nordeste e representando as de estepe arborizada, localmente conhecida viais ao longo dos vales fluviais se encontram
terras altas do Brasil. A uma longitude de como Caatinga. os Fluvisols estratificados, Gleysols saturados
ARab 34°47'35" Oeste se localiza a Ponta do Seixas O padrão complexo de distribuição de solos de água e Vertisols ricos em argila. Ao longo
Aracaju da faixa costeira foram desenvolvidos os
(ao sudeste de João Pessoa), o ponto mais ori- ilustrado no mapa é derivado principalmente
ental do continente americano (curiosamente da topografia e litologia. O intemperismo físico Arenosols de granulometria grossa e os Pod-
São Cristóvão zols. Na planície costeira ao sul de São Luís
localizado a menos de 3° de latitude de Punta das rochas (tipo metamórficas predominante-
ACcr
Parinas no Peru, o ponto mais ocidental do mente ácidas, p. exemplo gnaisse e granito) surgem vastas extensões de Plinthosols em
st$ncia continente Sul Americano). nas zonas altas das montanhas brasileiras que a plintita é formada como consequência
tem levado à formação de Leptosols rasos e do conteúdo de ferro na água subterrânea, por
Localizado ao sul do equador, a maior parte um processo de endurecimento e secagem,
do território mostrado no mapa possui um pedregosos, Regosols com pouco desenvolvi-
roba mento e Arenosols de textura grossa. Onde formando concreções de ferro (plintita). Por
clima tropical. A temperatura média anual outro lado, os Acrisols são solos ácidos com
ultrapassa os 18 °C, com pouca variação sa- os processos de formação do solo foram in-
da tensos se desenvolveram os Luvisols pétricos. um alto teor de argila no subsolo e se desen-
zonal. O teor de umidade geralmente é menor volvem nas superfícies planas. Por ultimo, os
do que na bacia amazônica e a precipitação Os Ferralsols, de natureza ácida, e profunda-
mente intemperizados, surgem na paisagem Planosols são solos que apresentam uma mu-
anual, varia em promédio entre 1.000 e 1.800 dança acentuada na textura, como resultado
mm, irregularmente distribuída (concentrada de encostas com declives suaves adjacentes,
muitas vezes em condições severas de seca. de alterações na sedimentação que ocorre nos
em três ou quatro meses). O interior da costa vales ou nos terraços.
nordeste de Natal e São Luís recebem apenas Os Acrisols, solos ácidos e ricos em óxidos de
entre 400 e 750 mm por ano; além disso, pode ferro e alumínio, se estendem nos terraços
ocorrer de 9 a 10 meses de seca. dos vales fluviais. Por outro lado, os Lixisols
Chocope Otuzco
LPhu
FLeu
Trujillo LPeu Mollebambita
Tayabamba
Salaverry
LPdy CMca
Virú
CMdy
Corongo LPmo
Huacrachuco
ARpr RGeu
RGdy
LPhu
RGdy
Caraz LPhu
Nepeña
Chimbote
LPeu Tingo Maria
Casma
Huaraz
FLeu
CMdy
Recuay
ARpr
LPdy Panao LPhu
Huanuco
KSha
LPca FLeu
Huarmey Ambo
Cajacay
RGdy
Huancabamba
Huariaca
LPeu
Oyón Cerro
de Pasco
Pativilca
An
LPca
RGdy KSha LPhu
OCEANO
LPdy
de
San
Junín Ramón
Huacho FLeu
Sayán
s
LPdy
ARpr
Tarma
Huaral
PA C Í F I C O
RGdy La
Chancay LPeu Oroya RGdy
FLeu
ARpr
FLeu Chosica
Callao FLeu
Vitarte Huancayo
LPdy
LIMA KSle
Lurín RGdy
AReu
Mala
FLeu
Huancavelic
AReu
LPeu
Cerro
Azul FLeu
AReu
Pisco Humay
0 50 100 milhas
AReu Palp
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal LPeu LP
Este mapa ilustra os solos do centro e sul do da região, com pequenas variações sazonais então, arbustos tolerantes à seca e plantas
Caballas
Peru, do noroeste de Bolívia e a parte ociden- de temperatura. herbáceas. Ao leste, a floresta tropical é o
tal do Brasil. Esta diminui com a altitude e com os pro- ecossistema dominante. Nas bacias das ter-
Os principais elementos físicos que surgem cessos de convecção que ocorrem nas ras altas e dos vales, o clima mais ameno fa-
vorece a agricultura intensiva, embora exija San Nicolás
no mapa são a Cordilheira dos Andes, a ex- partes mais elevadas dos Andes. A tempera-
tensão ocidental da bacia Amazônica e os tura média diária varia entre 21 e 30°C na irrigação regular. San
Juán
desertos áridos da costa do Peru. Os Andes, Amazônia, diminuindo com o aumento em O padrão variado de solos presentes é o re-
paralelos à costa do Pacífico, separam uma altitude. A capital boliviana de La Paz, locali- sultado da grande variação de zonas climáti-
estreita faixa costeira árida da parte mais zada a 3.640 m de altitude, apresenta uma cas, tipos de vegetação e litologia. A metade
úmida do continente até o leste. Existem temperatura média anual de cerca de 9°C. oriental do mapa reflete a combinação da
outras serras separadas por mesetas e de- As temperaturas na costa do Pacífico não topografia montanhosa e do clima árido. O
pressões: a Cordilheira Oriental e a Cordil- são elevadas, devido ao efeito das correntes intemperismo físico das rochas leva à for-
heira Ocidental. A primeira se estende para oceânicas, apesar de tratar-se de um deserto mação dos Leptosols, Cambisols e Regosols
o leste formando serras isoladas ou regiões (as temperaturas em Lima raramente caem pouco desenvolvidose pedregosos. Os exten-
abaixo dos 12 °C ou sobem acima dos 29 °C). sos salares (Solonchaks) localizados ao sul
de altiplanos, como o Altiplano. Muitas das
Nos cumes mais altos,as geadas são comuns do Peru representam o extremo norte do de-
montanhas da região central do Peru estão
e muitos picos ficam permanentemente serto de Atacama. Entre as cadeias de mon-
cobertas de neve, atingindo uma altitude
cobertos de neve (acima dos 5.000 m de alti- tanhas, os grandes vales aluviais e as bacias
máxima de 6.768 m. A parte sudoeste do
tude). As partes centrais e orientais do mapa coluviais, se formam os Kastanozems ricos
mapa se caracteriza por um planalto entre
são muito úmidas; a parte amazônica dos em matéria orgânica. Ao leste, as condições
4.000 e 5.000 m de altitude, cercada por Andes recebe mais de 7.000 mm de água climáticas quentes e úmidas das florestas
cumes muito altos. Os sopés dos Andes em forma de precipitação anual. Não ob- tropicais favorecem o intemperismo intenso,
ocidentais fundem-se com as terras baixas stante, os Andes ocidentais e a zona costeira resultando na formação de Ferralsols ácidos,
florestadas da bacia Amazônica. Localizado do Peru apresentam condições áridas, com Acrisols e Cambisols (este último tipo pre-
a 3.810 m, na fronteira peruana-boliviana, o menos de 150 mm de precipitação anual domina nos contrafortes da Cordilheira dos
lago Titicaca se destaca como o maior lago (Lima registra apenas cerca de 15 mm). Andes) com altos níveis de óxido de alumínio.
da América do Sul, possuindo uma área de
Os padrões de vegetação refletem as difer- Os Acrisols e os Luvisols denotam subsolos
8.300 km2. As condições áridas estão pre- enças climáticas mencionadas acima. Nas ricos em argila. Por outro lado, os Fluvisols
sentes principalmente na planície costeira áreas mais elevadas a vegetação é de tun- e Gleysols são solos afetados pela água nas
(por exemplo no deserto de Nazca). dra (de porte arbustivo, adaptadas ao frio várzeas dos grandes rios como o Ucayali
Ao norte do Trópico de Capricórnio, a zona e aos a ventos fortes). Ao oeste, as áreas (que flui para o norte do mapa) e os numer-
oriental do território possui um clima quente costeiras e de montanha apresentam uma osos afluentes dos rios Purús e Madeira que
equatorial subúmido ou úmido, dependendo vegetação muito escassa ou inexistente, ou correm para o leste da bacia Amazônica.
LXcr Tarauacá
GLdy Pôrto Wálter Feijó
GLeu
Pucallpa
Masisea CMeu
LVcr
LVcr
BRASIL CMeu
CMeu
LVle
ACcr
ACcr LVle
FRha
Taumaturgo
Manuel Urbano
GLdy GLeu
CMeu LVle Pôrto Alegre
CMdy Sena Madureira
FLeu LVle CMdy
Foz do LVle
Foz do
Breu Jordão
CMeu
LPca GLdy CMeu Merc;s ACcr
CMdy ALcr LVle
Puerto
Portillo LVle
Puerto
Victoria LVle
LVcr
LVcr LVle
Bolognesi Rio Branco
CMdy
FLeu
Puerto Bermudez CMeu ACcr
Canamari
CMeu LVle
Cocamá Amapa
LVle
Filadelfia
P E
ACau
R
FLdy
RGdy
CMdy
RGdy
U ACau
BO LÍ V IA
FRha FRha
FLeu
CMdy
yo CMdy
FLdy
LPdy ACha
RGdy
Pampas LXcr
Manú
FLeu LXcr
LPca
RGeu FRha
CMcr Puerto Puerto Heath
RGdy
ancavelica Quillabamba Maldonado
Huanta
RGeu
AChd GLdy
GLdy
92
Machu-Picchu ACfr
RGdy Ayacucho RGdy Quince Mil
Urubamba
Huarocondo
Cuzco
Andahuaylas RGeu
Abancay Urcos
RGeu RGdy
Arequipa RGdy
Coroico
SCha
CMeu La Chulumani
FLeu
Ande
Camaná
SCha LPeu Omate Guaqui Paz
Viacha
Mollendo RGso
LPdy
Tizacoma
Cocachacra CMeu Calamarca
s
FLeu Moquegua
LPeu Luribay
SCha FLeu Corocoro Patacamaya
LPdy CMcr
Sicasica
Ilo Locumba
LPeu LPeu RGeu
SCha LPeu
Tacna CMcr
LPeu CMeu
SCso
96
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 91
FRha
FLdy ACcr
Pôrto Jamari GLdy BR
FRha
PTdy Velho FRha
FRha ACcr ACcr
Bôca do Acre FRha PTdy Tabajara GLdy
Bom PZgl PTdy FRxa FRxa PZgl
ACcr Jardím ACcr BR
CMdy
ACcr FRha
Pôrto Alegre LPdy Aripuanã
to
Floriano Peixo FRha
CMdy LPdy
FRha
ACcr Caritianas FRha ACcr
FRha
ACcr FRha
ACcr GLdy FRha
FRha
ACcr Abunã ACcr ACcr
Pôrto Acre FRha
ACcr LPdy
Ariquemes LXcr
Bom
Comércio FRha
LVle LPdy LPeu LPdy
LPdy
FRha FRdy
Rio ACcr Nova Vida
Branco FRha
LXha
LPdy
ACcr LPdy
LVle ACcr LPeu
Villa ACcr
Bella LPdy
ACcr LPeu LXcr LPdy
Palmares za
ACau Cachuela Esperan FRha LPdy LPdy
LPeu FRha
Guajará- BR LPdy NTdy LPdy
Mirim LPdy Rondônia
LXcr ARdy ACcr
FLdy ARdy
FRxa
LXha FRha Guayaramerín LPdy
BR
Riberalta LXcr
LPdy
B
FRxa
GLdy LPdy
ACcr LPdy
Puerto Rico ACcr ARdy
FRha BR LPdy
FLdy FRha FLdy
ARdy LPdy
LPdy LXcr
PTdy
FLdy LXro
V
FLdy PTab
FRha ACcr
ACfr
Puerto Siles Pedras Negras GLdy
PTdy
San FLdy NTdy
91
Joaquín
PTab
GLdy PTdy
FRha
Magdalena
Exaltación GLdy GLdy FRxa LX
Yata
Huacaraje Puerto Villazon
FRha Baures
GLdy
Santa
Ana FLdy
GLdy Puerto Alegre PTab
FRha FRha
FRha PTab
FRha FRha
FLdy
Tumupasa L
ACha
Chup iamonas
San José de
GLdy
CMdy San La
Buenaventura San Esperanza Monte
e Javier Cristo
Rurrenabaqu Perseverancia
LPeu GLdy
B O L Í V I A
CMdy CMcr S
ESCALA 1:3 000 000 IIqnacio San FLdy
Andrés
1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
GLdy
0 100 200 km San
S LXha RGdy FRha
Mapiri Francisco
F FRha
LXha
LXha
0 50 CMdy100 milhas Limoquije
GLdy
LVcr
PROJEÇÃO:
Sa gue
gu
an Mig
an ell
e
Lambert Azimuthal FLdy
i hi
h
ch Ascención
d Hua
de ac
a
an
arrra
Ca n
naavvii
Este mapa ilustra os solos do norte da Bolívia dias anuais são de cerca de 25°C e com pre- de terras altas, dominadas FRha
por arenitos da
FRha
e do centro-oeste do Brasil, incluindo a parte cipitações entre 1.500 e 2.500 mm ao ano Serra dos Parecis. Por outro lado, os Cam- FRha Concepción
Yotau
sudoeste da bacia Amazônica e do bisols ricos em bases e os Lixisols denotam
LPeuplanalto (junho e julho são geralmente os meses mais San
brasileiro conhecido como Mato Grosso, o desenvolvimento do solo nas bacias sedi-
que é secos). As zonas montanhosas são um pouco Javier
Co
C o o
oi
orrro co
ic o RGdy San
um pouco mais seco. A maior parte do norte mais frias, dependendo da altitude, enquanto mentares, geralmente sob floresta densa. Os Ignacio
RGdyy
e do oeste do mapa se caracteriza pela parte as terras altas do Brasil estão geralmente Plinthosols, caracterizados por seu alto teor
ummanani
La inferior
Ch
C huullu
da bacia Amazônica. Esta área está secas de maio a outubro, com os valores de em ferro e minerais de argila, são comuns
z
Pa localizada abaixo dos 400 m de altitude e é precipitações anuais inferiores aos da bacia nos terrenos planos. São encontrados em GLdy
CMdy San
constituída de planícies aluviais, pântanos, Amazônica. terraços fluviais antigos onde a saturação Santa Rafael
das águas subterrâneas ricas em ferro é fre-
a
la
Vililla
V Rosa
vales, savanas abertas e florestas tropicais. As planícies pantanosas e florestadas ri
ari
na da ba-
Tun
Tu
quente. Os Fluvisols e Gleysols se LPdyencontram
A capital do estado brasileiro de Rondônia, RGdy cia Amazônica dão lugar a florestas semide-
Porto nas várzeas dos principais sistemas fluviais,
Callaamar
am rc
arc ca a Velho, se encontra apenas a 85 m de ciduais e savanas arbustivas em terras altas err
e
particularmentePu Puenas Gflorestas
o Gr
rtto
rto
ert eth
ret
re he
ethe
et pantanosas
altitude e se localiza às do rio Madeira, a uma e em regiões onde a precipitação é menor.
Lurribibaayy ndd
deep
pe
ep end
en enc
den
de cia
cia das bacias dos rios que correm para o norte:
distância de 2.000 In
km da foz do Amazonas A distribuição dos diferentes tipos de solo no ac c hue
chu e lo
elo
aGuaporé). Montero FRha
Paat ta
t c
ac
a am
ca mayayaya o Beni, o Mamoré e oCMIténez dy (ourt
Po rta
na costa Atlântica. Ao leste, o altiplano do mapa CMeu reflete a interação da topografia, clima
LPeucorre ao longo da fronteira entre a
O último
Mato Grosso, composto de LPe rochas
u areníticas, aco
ac
la
lac
lla Co
olitologia.
oello cha
oc
Os ab
htiposam
bam a
debsolos predominantes Pozo del Tigre
ca
c
Siic
S ca
iic
assic Qu
Q uililla Bolívia e o Brasil. A vasta extensão de Gley-
com ravinas e falésias, leva à formação de na área são Ferralsols e Acrisols, profun- Santa
uma paisagem característica conhecida como sols que se pode observar no norte da Bolívia,
San José de
RGeu
e ara
Ta ta
atta
damente intemperizados, ambos ricos em
são as savanas do Beni ou planícies de Mox- Cruz Chiquitos
ta
otta
And
cr
CM
CMdy
SNha LVcr
RGeu
LPeu
96
92 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
ARdy FRha
ARdy
Recreio LPdy
LPdy
ACcr
ACcr LPdy Pereirinha
LPdy
FRha ACcr
ARdy GLdy
ACcr
ARdy
ACcr
LPdy
Cachimbo
GLdy LPdy
LPdy ACcr
LPdy
BR ACcr
ACcr
PTpx
ACcr LPdy
LPdy ACcr
ACcr
FRha LPdy
Pdy LPdy
FRha
LPdy
B NTdy
R FRha
ARdy
A LPdy S
ACcr
I L FRha
LPdy LPdy
LPdy
PTpx
LPdy Rancho de Caça dos Tapiúnas
ACcr
FRha
FRha NTdy
ACcr
PTpx
BR LPdy FRha
LPdy
ACcr GLdy
FRha
CMdy
ACcr Pôsto Alto Campo de
FRha FRha Manissaua
LPdy Diauarum
FLdy Pôrto dos
CMeu Gauchos
ARdy
Maloca de Indios
Pouso
ARdy Alegre
PTpx
FLdy FRha
ACcr FRha
ACcr GLdy
FRha
ACcr ACcr
ARdy ARdy
FRha
FRha
GLdy
Vilhena
Nhambiquara Pôrto dos
Juruena
Meinacos
ARdy
Utiariti
Lucas
FRha FRha
ARdy ARdy
LXcr
94
PHlv ARdy
FRha
Ponte
de Pedra FRha
PTab
ARdy ACcr
LXcr
FRha ARdy
PTab PTpx
ACcr
Parecis
FRxa
FRha
LPdy Nortel$ndia Arinos
ACha ACcr
CMdy CMdy
Arenápolis Diamantino
ARdy
CMdy LXcr
FRro Alto
PTdy Paraguai ACcr
ACcr
LPdy Tapirapua Nobres PTpx
ARdy
BR FRha Rosário Oeste
Mato NTdy CMdy ARdy
Grosso PHlv
FRxa Pontes-e-
LXcr Lacerda ARdy
Acorizal
Casalvasco ARdy ACcr
97
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 93
Tocantínia ARdy
LPdy
ARdy M
LPdy PTpx Monte Miracema
ACcr ARdy
GLdy Santo
LPdy
O mapa ilustra os solos do centro e leste do
PTpx ARdy
Brasil, incluindo a parte da costa atlântica. ARdy
Os elementos principais da paisagem nesta Canela
LPdy
região incluem a LPd y
extensão oriental do pla- Palmas
nalto de Mato Grosso e a parte central das GLdy FRha ACcr
ACcr atravessados ACcr Pium
terras altas do Brasil, ambos
pelos seguintes rios que correm para o norte: PTdy
o Araguaia, o Tocantins e o São Francisco. Na FRha
LPdy
maior parte, o terreno é ondulado com vales ACc r
FRha Pôrto Nacional ARdy
de fundo plano. A elevação do terreno geral- PTpx
mente aumenta da costa para o interior e as PTdy
S
oss
A
to do
R
rto
B
os GLdy Arraias
maioMeineii aaccoutubro).
aco os A parte leste do mapa é Araguaçu CMeu
muito árida, com uma precipitação anual de LPdy
500 a 750 mm, diminuindo de dezembro a FRha
93
maio.
LPdy
O tipo de ecossistema predominante é o Cer- São Miguel
do Araguaia São
rado, uma vasta ecorregião de savana tropi- ACcr
PTdy Domingos
cala caracterizada por uma enorme biodiver- Porangatu
FRh
sidade de plantas e animais. Os principais LPdy ARdy
FRha
tipos de habitat são a savana arborizada
FRha
(Cerradão) e os campos cerrados. Também se PTpx Cavalcante Nova
pode encontrar zonas úmidas e florestas de Roma FRxa
Bandeirante ACcr
galeria seguindo os cursos dos rios. A maioria
PTpx PTdy Amaro Leite LPdy
das terras baixas são cultivadas.
ACcr CMdy Posse
O padrão decrsolos no mapa reflete a interação FRha
AC Colinas LXcr
entre a topografia, a litologia e distribuição CMdy
e intensidade das precipitações. O mapa se PTpx NTeu ARdy
ARdy
caracteriza principalmente pelos Ferralsols CMdy
FRha LPdy
CMMddyácidos,
y muito intemperizados, ricos em óxidos Cocalinho
de ferro e alumínio, sem horizontes diferen-
ciados. Estes solos encontram-se geralmente São João
cr LPdy da Aliança
nas colinas. ACAs alterações PTpx na mineralogia da PTpx
ACcr rochas subjacentes resultam na formação de FRha nd ia LPdy
Mozarlâ
Acrisols e Luvisols em locais específicos. Os CMdy
Leptosols pedregosos e de textura grossa, as- Itapaci
a Ar ua nã
sim como os Arenosols ácidos, caracterizam Pi
P nd
n
indda
d aib
a
ai ba
b Serra
FRha FRro
as colinas de granito e as mesetas de rocha ACcr São Gabriel Bonita
PTdy PHlv
arenítica. Por outro lado, os Cambisols ricos Ceres CMdy
FRha CMdy
em bases e os Lixisols, denotam o desenvolvi- Britânia Goianésia
ARd y Je roa qu ara
mento do solo nas bacias sedimentares ou
LXcr Formosa
afloramentos de calcários, enquanto que os FRro
FR ha Ur ua na
Cambisols de natureza ácida, indicam solos FRha CMdy
jovens, em um materialACde cr origem rico em síl-
FRro LPdy BR AS ÍLI A
ica. Embora também profundamente intem- FR
Ja raguá Cabeceiras
perizados, osARdy Lixisols indicam LPd y
solos menos G FRha FRha
Itapirap uã
Ge ne
en all secas, sobBa
a
ra
emais
er Baar ra do Garças
arrra Goiás Corumbá
ácidos, em condições ro
veg- FRro
de Goiás FLeu
Caar ne
arrn eiiro
ei Ja çu ra
etação de cerrado. Existem amplas extensões FRha ACc r
PTpx
ag
a
ra g rç
ar ças
ça s
de Plinthosols, ricos em óxidoArde ferro e min- CMdy
FRro
erais de argila. Estes se desenvolvem nos sis-
Luziânia Unaí
temas de terraços fluviais dos rios Ba Araguaia
ali za
llizza ACcr FRha
e Tocantins. LXcr Inh um as
LPdy
LXcr LPd y FRro Anápolis FRha FRha
Nos a fundos dos vales, sazonalmente alaga- PTpx
Guira iin
attin ga
g FRha
dos, CM surgem
dy formações lineares de Gleysols Ip or á CMdy
ACcr
que, juntamente com os sedimentos estrati- Piranhas FRha
LXc r Senador Canedo Cris talin a
Aurilândia FRha
ficados de Fluvisols, indicam as redes fluviais
LPdy principais. A costa é caracterizada por ACcr
Gley-
Goiânia
LXc r ARdy FRha
a
FRha sols (manguezais) e Arenosols (dunas e areia FRh FRro
CMdy FRro
de praia). No interior da costa, FRextensas ha áreas
Ca iap ônia Jandaia
de Planosols indicam solos mal drenados em Paracatu
terrenos
Al t
to
lto planos, sazonalmente inundados. CMdy Cristianópolis LPd
ça
arç
Gar as
as FRro FRha LXcr
ARdy FRha LPdy
Pires
do Rio
ACcr Ara
Ar
to
t
Allto
ag
gu
ag ESCALA 1:3 000 000
uai
ua ia
aia NTeu Pontalina
FRro
FRha 1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS LXcr
Ipameri
os
ros João Pinheiro
0 Mine ro
eiiiro
100 200 km FRha Santa Helena Morrinhos CMdy CMdy
LPdy
ARdy Rio de Goiás FRro LPdy
LPdy
ACcr Verde
aí
taí
atta
Ja
0 50 100 milhas LXcr
ARdy
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal ACcr
FRro FRha FRha
FRha
ACcr FRro ACcr LXcr
LXcr
98
94 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
Curimata Uauá
ARdy LVcr
Parnaguá LXcr CMeu
FRxa LPdy
FRxa ARdy
FRxa CMeu
LPeu Jaguarari
LPdy LPdy LXcr
Senhor do Bonfim
LPdy FRxa RGeu Euclides ACcr
FRxa Campo Formoso da Cunha
88
ARdy LPdy
FRha ARdy
FRxa
PLlv
Xique
FLeu Xique
FRxa
ARdy Barra
Formosa do Rio Pr;to Queimadas
CMeu CMeu FRxa
LPeu PLlv Tucano
LPdy Jacobina
Irecé PLlv
FRxa FRxa
FRxa FRxa
Cariparé Morpara LPdy
ARdy LPdy
Morro do Chapéu
ARdy LPeu LXcr
FRxa FRxa
Taguá Serrinha
LXcr
Riachão
LPdy do Jacuípe
CMeu
a do Bom Jesus FRxa FRro FRxa
Barreiras FRha
GLdy
Ibotirama Rui
GLdy CMeu ACcr
FRxa Barbosa
tinga LPdy PLlv
FRxa LVle Feira de Santana
FRxa
GLdy
I L
Iaçu
S
FRro VRha
FRxa Andarai Maragogipe
Santana
GLdy Itaeté PLlv
LPdy ACcr ARdy
Tamburi Santo Antônio Nazaré ACcr
LXcr
Bom Jesus de Jesus
da Lapa LPdy
FRxa PZgl
Correntina FRxa FRxa
Paramirim FRxa Maracás Valença
ARdy
y CMeu Riacho de Santana Jaguaquara PZgl
FRxa Itiruçu
LXcr Barra da Estiva PZgl
GLeu
FRxa FLeu LVcr Ituberá
Gandu
LXcr
PLlv Jequié
PLlv Caetité
FRxa ACcr Camamu GLeu
ARdy FRha
Côcos Guanambi CMeu CMeu Ipiaú
FRha FRha
ARdy Carínhanha Brumado
ARdy Malhada Itacaré
FRxa FRha FRxa CMeu
Caculé Ubaitaba
LXcr LVcr
FRxa Poções
GLdy FRxa
Manga FRxa
Urandi Coaraci Itajuipe
ARdy LPdy
FRha LVcr Ilhéus
Ibicaraí
FRxa Vitória da Conquista Itabuna
GLdy Itacarambi Monte
ARdy Azul PHlv
CMeu LPdy
ACcr
CMdy São João do Paraíso Itambé FRxa
FRxa
Itapetinga Una
Januária FRxa
FRxa Camacári
FRha
LXcr
PZgl
FRxa CMeu Janaúba CMeu Canavieiras
Vista Alegre ACcr
FRha Jordânia GLeu
FLeu São Francisco
ARdy Pedra Azul Belmonte
Salto da Divisa FRha ACha
Urucuia CMdy
CMdy Almenara
LXcr Salinas FRxa
ARdy CMdy LXcr
LXcr FRha
São
LPdy Romão FRro ACcr
LXcr
Itaobim Jequitinhonha Pôrto Seguro
FRha
CMdy Montes ACcr
FRxa
99
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 95
BOLÍVIA
Rio
Mulatos
SCgy LPeu
Porco Charagua
Pisagua
Coscaya Azurduy
San Lucas Camiri
LPeu
Huara
CMeu
Pozo Boyuibe
SCgl
Almonte LPli Pulacayo
Iquique
Uyuni
Pica Camargo
FLca
ANvi Villazon
FLca LPeu
LPli
Santa Yacuiba
Catalina
La Quiaca PHlv La E
Aguaray
es
Tocopilla Toco
RGeu
RGeu
RGeu Rinconada
a
Chuquicamat LPeu FLeu
Tartagal
RGeu
Calama
Cochinoca Abra
FLca ANha Pampa
SCso
LVha
FLca KSha
Sierra
Gorda Orán LVvr
Embarcación
Toconao
SCso Humahuaca Tabacal
Mejillones PHlv Pichanal
RGeu SCha
Baquedano LVha
SCso FLeu
RGca
SCso KSha
CHILE
Libertador La
Pta. Tetas General San Martín Estrella
PHlv
FLeu
RGeu RGeu
Antofagasta
SCso LVha
La FLca
Negra San Salvador
SCha San Antonio
KSha de Jujuy San Rivadavia
de los Cobres Pedro
Palpalá CMdy Apolinario
SCso
Caleta RGeu Perico
Saravia
LPeu
el Cobre
Socompa
Las
SCso SCha KSha Lajitas
de Güemes
General Martín Miguel
ARca
RGca
RGeu
CMcr SCha
RGeu
Cachi
Campo
Quijano
Chicoana
Salta
A R G E N T Joaquín V.
González
RGeu
Paposo SCso CMdy
El
Tunal
SCha
Santa Metán
Catalina ANha
Refresco Taco
Taltal
Angastaco Pozo
SCso
SCso
FLeu
RGeu
Caldera Puquios Concepción
La
RGca
Tina
Copiapó Las Clodomira
CLpt
ARha Termas
Tierra Amar
illa Andalgalá La
Fiambalá Belén Cocha
CMhu
CLha CMcr RGeu RGeu Santiago Suncho
Corral
SNha
ARha
PHlv
del Estero
100
96 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
PTdy
a LVha PZgl
LVcr ARfl LXcr
CMcr
FRha PZgl
SNhu
LVcr Robore LVha
ARdy
LXcr
PLlv
SNha Fortín Suárez Arana
s El
Carmen
LPeu Puerto GLeu
SNha Suárez LXcr
CMcr
PLal
Corumbá
SNhu
Fortín LPeu
Ravelo PHlv PZgl FRro
CMcr PTdy
ARdy
CMcr No mapa são ilustrados os solos do norte da
VRpe Argentina, sul da Bolívia, norte do Chile, Para-
RGeu guai e sudoeste do Brasil.
Pôrto VRpe Como em outras partes dos Andes, diversas
ragua PLlv Esperança cadeias de montanhas se estendem parale- FRha
SNha CMcr lamente à costa do Pacífico, separadas por
CMeu
PLal
longas e estreitas depressões. A Cordilheira ARdy
dos Andes na fronteira entre Chile e Argentina
LXcr
chega a alcançar alturas superiores a 6.000 m
Bahía
Negra de altitude. Com uma altitude PLlv de 6960,8 m de
LPeu LXcr
LVha altitude, o Aconcágua LXcr é o cume mais alto dos
ARdy
hemisférios Mira Sulrande aOcidental, e o mais alto
nda
CMcr PLlv
do mundo fora do sistema montanhoso do
Fortín General Fortín SNhu PLlv
Himalaia,
LPrz
na Ásia. A oeste dos Andes, no norte Tereno
Te
Ter
Tere re s
re
Eugenio Garay Madrejón do Chile, se estende oAq deserto
quuid
ida aua
uan
anaade Atacama,
BRASIL
sendo o mais RGdyárido do mundo. A leste, a al-
Fortín Florida FRro
ARha
titude decresce e surge a planície aluvial do
PHlv
Chaco Boreal, cujo extremo norte se funde com
Fuerte as zonas úmidas do Pantanal. Mais a leste, o
Olimpo SNhu rio Paraguai corre para o sul até alcançar Sidro o drol
rio
Sidrolrol$ $ndia
$
Paraná, oBonito ACcr
Bsegundo
onito
n to maior rio da América do Sul.
CMcr Puerto Guaraní
O Trópico LXcr de Capricórnio atravessa o centro
Fortín Garrapatal LPrz
do mapa, de modo que o clima da zona leste
vai de tropical a subtropical. Entre outubro e
LPeu março, as temperaturasNTeuvariam LPeu entre 24 e 38
Jardim
Jardi
Jard
ardi
rdim m
Santa PLlv °C, diminuindo significativamente ao sul, du-
Rosa rante o inverno. A precipitação média anual Marac
Mara rac
acaj
é aaj
aju
Pôrto
CMcr SNha Murtinho Margarida
garida
garida
dei cerca de 1.700 mm, baixando até 600 mm
FRro
cr no oeste da planície do Chaco. Os picos altos
LXcr
Mariscal Estigarribia Fortín Teniente SNhu
Montania dos Andes são cobertos de neve perpétuas e
La Esmeralda Puerto gelo. Na área costeira do Chile, as tempera-
Sastre Bela la
turas
Vista
Vist
staa médias anuais são em torno FRro de 17°C,
FRha
Filadélfia Puerto Casado enquanto que no interior do deserto de Ata-
SNgl
cama, as temperaturas diárias podem atingir
Puerto Fonciere os 40°C. Na área ocidental do mapa, a principal Dourrados
RGdy
característica ARbré a aridez (a área Ponta
onta
recebe menos
Puerto RGeu CHcc Porã
orã
rã
La Paz Puerto Pinasco NTro
Puerto de 100 mm de chuvas por ano e às vezes, mui-
Max to menos). Ped
Pedrodro
roAlgumas
Jua
Juanan Caballe
an Caballero
Cabal
Caaballero
ba erro
ro
estações meteorológicas
SNmo
PA R A G U A I FLdy
no Atacama nuncaLPeu registraram chuvas.
Os padrões de vegetação refletem o padrão
climático. Nas regiões secas surgem as acá-
98
GLeu cias espinhosas, cactos e arbustos adaptados FRro
El
Chorro às condições de secas extremas, enquanto
CMcr
que ACpl nos planaltos elevados, encontram-se Amam
A ma
mambaí
Horqueta arbustos e gramíneas. Capitá
Ca
C apitá
apitán
p itán
ánA
n leste,
Bado
Ba
Bad
B ad
ad
adodo
o no Chaco, a
FLeu Concepción
vegetação é do tipo savana, aberta, ocorrendo
SNmo um aumento na cobertura ARbr florestal, nos locais
Belén ARdy
onde as chuvas ocorrem com mais frequência.
FRha
Puerto Ybapobó A variedade de zonas climáticas e paisagens,
SNgl SNgl GLeu
juntamente com a litologia determinam a
diversidade
L ma
Lima a
dos solos na área. A metade oci- LXcr
SNmo Paran
Para
aranh
ranho hos
os
Los Chiriguanos dental reflete a combinação da topografia
davia montanhosa e da aridez. O intemperismo das
SNcc San
Pedro rochas, principalmente físico, resulta na for-
Igatim
Igat
gatimí
atimíí
CMeu mação de Leptosols pouco profundos eLPeupe- ARbr
dregosos, cercados por Regosols pouco desen-
Rosario volvidos, nos terrenos íngremes. Os Andosols
Fortín Sargento Primero Leyes destacam a natureza vulcânica da área onde
El
Pintado Las SNmo se situam. A vasta extensão de Leptosols na
Lomitas Bolívia ARbr
Villa a corresponde ao planalto escarpado e às
N T I N A
San
SNcc Rey montanhas
Estanisla
Est
stanislao
t anislao
i laooda cordilheira Real. O deserto do
Pozo del GLeu
Tigre SNgl
Atacama e as depressões internas dosACplAndes
são representados por Cambisols pouco de-
senvolvidos, Regosols e Solonchaks. Yhú
Y hú OIta salar de
Itaqu
taq
aquyr
aqu
Estanislao quyryry
ryy
del Campo SNcc Uyuni (no canto noroeste do mapa) é a maior
CMeu planície salar do mundo. A maioria destes so-
Clorinda ASUNCIÓN los apresentam pouca ou nenhuma vegetação.
SNmo PLeu
Ypacaraí
GLeu LPeu A leste, os solos do Chaco (Arenosols, Luvisols
Palo Fernando de la Mora Caacupé e Cambisols) foram desenvolvidos nas areias
Santo Coronel Oviedo vviie
viedo
ed
eddooargilas aluviais que provêm da cordilheira He
Hern
erna
rrn
rnan
naanda
annda
darias
dos Andes. Por Caag
Ca aagua
outro uazú
alado,
zú em sedimentos
Monte Paraguarí Foz
Fooz do o Igu
Ig açú LXap
Ig
Quemado PLeu ricos em sódio de vários rios que correm do
Gran Villarrica
Vi
V
Villarr
arrica
a
arr
rr
rrica
rica
planalto circundante dos Andes, se desenvolv-ACpl
PHlv Juan José Castelli Guardia
eram grandes extensões de Solonetz alcalinos.
ACpl Na parte argentina do Chaco, sob os campos NTro
Quiindy
Formosa LPeu permanentes,no clima árido, se desenvolveram
Phaeozems ricos em matéria orgânica, muitas Espe
Es p ranza
CMeu LPeu vezes associados ACpl com Solonetz, indicando de-
Pampa de Caazap
Ca aazapá á
pressões do terreno ou pântanos sazonais. San
S an
a A
Campo Infierno Lore
Lo oren
ren
renzo
nzo
zo
Gallo CMeu leste do rio Paraguai, as condições mais úmi-
Yegros
Yegro
Ye gror
ros
das e as mudanças na litologia LPeu resultam emEld Eldorado
GLeu PLeu
característicos solos vermelhos e amarelos
Donadeu Presidencia Roque Saenz Peña
San Juan Bautista tropicais; Ferralsols e Acrisols são indicadores
GLum
de condições ácidas, enquanto que os Lixisols Mon
Mo onntte
teca
e rlo
San ARha
PHlv Ignacio San
ansãoPedro ro
caracterizados por um pH ligeiramente su-
Tintina Pilar del
e Paraná
el Pararaná
ACpl perior. O conjunto ACpl
de Gleysols, Vertisols, Plano- SNmo
S
ARhaa sols e Plinthosols no canto nordeste do mapa
Humaitá
General indica os solos das zonas úmidas do Pantanal.
Pinedo Makallé Os Fluvisols e Gleysols representam Jardi
Jard
ardin
rdin os
n solos
La ARha GLeu Amér
Amé
mé éri
érica
éric
rrica
ica
caa sis-
das planíciesEncar de inundação dos principais
Tinajas Resistencía SNmo R. Paran carnac
carna
carnrn
n
nac
nacio
acio
acion
c on
n FRro
á temas fluviais. As extensões de Gleysols no sul
Quimilí SNha Corrientes do Paraguai, se relacionam com as marismas e NT NTro
Villa Ángela
PHlv
planícies P
Pososad
o
osasad
s
sa
aluviais adas
ad
ada
a d as
a
dass zonas úmidas do Ñeem-
á
aran
LVab SNmo
SN
SNha FRro
FR
Santa Sylvina SNha General Paz CMeu
PLmo
R. P
Empedrado
GLeu HSfi NTeu
101
Cartografia ou Mapeamento de Solos | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 97
Birigui Jaboticabal
LVle FRha
Maracaju
FRha
FRha
PLal
Xavantina
FRha
Panorama
GLdy Dracena
FRha
Adamantina
B
FRha
Promissão
LXcr
R Lins
LXcr
A Araraquara
S FRro
M
cio LXcr
Rio Presidente Epitá Tupã
Brilhante
FRha São Carlos
Presidente
LXcr
FRro FRha á
r an Prudente ARdy
FRha Pa Rancharia LPeu Jaú
Nova R. FRha Marília
Rio
Dourados Andradina Bauru FRha FRro
FRha ACcr FRha
ACcr Claro
ACcr
FRha LXcr Limeira
ACcr NTeu FRha
Itaguajé Assis FRha FRro
Piracicaba
97
FRro
PLal FRha
Botucatu
NTeu
Ourinhos
LPdy
Ca
FRro Cambará ACcr FRro Avaré ACcr
Cornélio
Paranavaí Procópio NTeu
Jacarézinho LPdy
Amambaí FRha
NTeu Rolândia
Capitán Bad
o FRha Londrina LPeu Sorocaba
Maringá Arapongas
HSrh NTeu FRro Itapetininga
ARdy ACcr Apucarana LPeu
FRha
NTeu LPeu
HSrh Cianorte ACcr
ACcr S
Umuarama Cruzeiro Ibaiti
do Oeste LPeu FRro ACcr
LXcr LPeu
Capão
NTeu
Paranhos Campo Mourã
o Bonito CMdy
ACcr Goio-
ARbr Telêmaco Jaguariaíva CMdy
Juquiá
Erê Ivaiporã
LPeu Guaíra FRro ACcr
LPeu Borba Itapeva
LPeu
Registro
ARbr NTeu FRha
FRro CMdy
CMdy PZab
Puerto ACcr ACcr GLdy
Adela NTeu ACcr
HSrh LPeu
FRro Iguape
Castro ARab
LPeu FRha
Toledo Pitanga LPeu PZab
ACpl
Tunas
NTro FRro FRro LPeu
Cascavel Cêrro CMdy
Yhú Itaquyry
Prudentópolis FRha
CMdy
Colombo Azul
LPeu
FRum Ponta LXcr
PZab
FRro FRum
FRum
l
Irati Curitiba Antonina PZab
s Laranjeiras do Su
Hernandaria LPeu GLdy
PZab
NTeu
LPdy CMdy
Paranaguá
CMdy
çú
ACpl Foz do Igua CMdy Rio Azul
FRha
LPdy
FRum LPeu Mallet Guaratuba
NTro GLdy
CMeu PZab
NTro Rio ACcr
Coronel Vivida LPdy
NTeu
União da
FRha Negro
Esperanza LPeu São Francisco do Sul
NTro Santo Antonio Vitória Canoinhas
San do Sudoeste NTeu FRha PZab
Pôrto
Lorenzo ARha FRum Pato Bran
co
União Joinville
Barracão ACcr PZab
Clevelândia CMdy
FRum
GLum Eldorado LPeu CMdy
LPeu
Montecarlo LPeu
Oeste Caçador ACcr GLdy
São Miguel d' Itajaí
Xanxerê
NTro
Videira
CMdy
Blumenau
CMeu NTeu
NTro CMeu
A R G E N T IN A
LPeu Rio Brusque
Chapecó Joaçaba ACcr Porto Belo
do Sul
FRro Itapiranga Curitibanos
Jardin SNmo
CMeu
América ACcr I. de Santa Catarina
FRum
carnacion
ARdy
En
FRro Marcelino Ramo
s Florianópolis
NTeu
CMeu
PHha FRro Erechim NTdy Lages ACcr
CMeu FRro ACcr
CMeu FRum CMdy Bom ARab
Palmeira Retiro
NTeu
FRha da
s Missões
LPeu
ARdy
103
98 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
S I L
Itaperuna
ACcr LXcr
Mococa Itabapoana
Varginha Cataguases
Santos
FRro Dumont ACha
PZgl
Poços de Caldas Três Juiz Além ACha
FLeu
Paraiba
Corações de Fora PZgl
FRha CMdy FLeu
São João da Boa Vista CMdy LXcr Campos
Três GLdy
Ríos FRha FRha
CMeu C. de São Tomé
HSrh
Pouso Alegre FRha ACha
FRha
PZgl
Nova
Itajubá FRha Friburgo
Petrópolis CMdy
Macaé
FRha
ra LXcr Cruzeiro Volta CMeu
PZgl
FRha CMdy Redonda ACcr São
FRro
Gonçalo LXcr
FRha PLlv
PLal Nova ACcr
PZab
OCEANO ATLÂNTICO
GLdy
Iguape
Este mapa ilustra os solos da região sud- 26°C. As áreas do norte são um pouco mais ticas destes solos. Os Acrisols geralmente se
este do Brasil, na costa atlântica, além das quentes (em torno dos 30°C). desenvolvem em terrenos mais montanho-
extremidades orientais da Argentina e do São registrados cerca de 1.500 mm de pre- sos indicam condições ácidas e possuem um
Paraguai. cipitação anual, sendo os níveis mais eleva- subsolo rico em argila. Os Lixisols e Nitisols
O Trópico de Capricórnio atravessa o centro dos, encontradosna parte superior da cadeia indicam condições menos ácidas, frequente-
do mapa. A principal característica física rep- montanhosa e no sudeste. Em direção ao mente desenvolvidos de produtos de intem-
resentada é o extremo sul das terras altas leste, a precipitação é muito sazonal, ocor- perismo de basalto (muitas vezes o café é
do Brasil. As montanhas da Serra do Mar e rendo a maioria delas durante os meses de cultivado sobre os Nitisols). Os Leptosols,
da Serra da Mantiqueira, cujos picos ultrapas- verão (de novembro a abril), muitas vezes em rasos e pedregosos, representam os aflo-
sam mais de 2.000 m de altitude, formam forma de tempestades. Em direção ao oeste, ramentos rochosos nas terras altas brasilei-
uma cadeia montanhosa próxima da costa. a precipitação é distribuída quase uniforme- ras. Os Cambisols, ao norte do mapa indicam
A oeste encontra-se a hidrelétrica de Itaipú, mente ao longo do ano. solos jovens e ocorrem principalmente nas
formado pela construção de barragens no rio Em grande parte da região existia floresta encostas das montanhas. A erosão das for-
Paraná (com 4.800 km, representa o segundo atlântica com campos naturais, que eram mações de rochas areníticas na parte ociden-
maior rio da América do Sul e o oitavo maior mais frequentes para o leste. Não obstante, tal do mapa, têm contribuído para a formação
do mundo). As famosas Cataratas de Iguaçu a maior parte da cobertura florestal foi re- dos Arenosols. A estreita faixa costeira, quase
encontram-se próximas da hidrelétrica de movida, restando apenas alguns fragmentos ausente em alguns pontos, se caracteriza
Itaipú. A leste, uma estreita faixa costeira remanescentes em áreas com declives acen- pelas planícies de inundação (Cambisols),
separa o planalto do oceano. Os centros ur- tuados. pântanos (Gleysols) e dunas (Arenosols e
banos do Rio de Janeiro e São Paulo, a maior O tipo de solo predominante é o Ferralsol, re- Podzols). Os enclaves com Histosols, indi-
cidade da América do Sul, encontram-se fletindo o intenso intemperismo sob um clima cam a presença de turfeiras, enquanto que
neste mapa. quente e úmido. Os Ferralsols de granulome- os Planosols denotam os solos mal drenados
A maior parte da região apresenta um clima tria grossa e altamente lixiviados, contêm al- dos fundos dos vales. Os solos alcalinos no
tropical ou subtropical úmido. Na maioria das tos níveis óxidos de ferro de alumínio, o que canto sudoeste correspondem às planícies de
terras baixas, a temperatura varia entre 20 e origina a cor vermelha e amarela caracterís- inundação dos rios Paraná e Uruguai.
Punta RGeu
de Diaz Tinogasta La
Carrizal Bajo CMhu
Mer
Algarrobal
ARha
ARca RGca Catamarca
RGca Aimogasta
Huasco Freirina
Vallenar Jagüe CMhu
Mazán
Vinchina Chumbicha
El
Transito Famatina CMhu
Domeyko RGca
Cebollar RGeu
RGca
O mapa ilustra os solos da região central e do
Chilecito
norte da Argentina, o centro do Chile e o oeste
CMcr
do Uruguai. CLha CMhu Villa Unión La Rioja
De oeste para leste, as grandes unidades de RGca
paisagem são: as estreitas planícies secas Guandacol
costeiras do Chile, a cordilheira dos Andes, a ca-
RGeu
beceira do rio Colorado, as serras de Córdoba,
as depressões das Salinas Grandes, o Chaco,
o Pampa argentino e as planícies de inundação
CLpt
dos rios Paraná e Uruguai, que desaguam suas La Serena LPdy Los
águas no rio da Prata até o Atlântico Sul. Neste Coquimbo Casitas Patquía
LVc r CMhu
mapa, os Andes cobrem uma área muito mais
estreita do que ao norte e sua elevação diminui LPeu CMcr Rodeo San Jose
de Jáchal
em direção ao sul. No entanto, as regiões norte ARha Las Chamical
Tongoy
e central do mapa representam cumes muito Andacollo Flores
altos (mais de 6.000 m), entre eles, o Aconcá- CLlv
gua (6.960,8 m de altitude), a montanha mais Tucunuco
alta do continente americano. Rumo a leste, a RGca
all e RGca
elevação diminui, formando a planície aluvial CLpt Ov
LPeu
semi-árida do sul do Chaco e a extensão norte Monte CMhu
CMhu
do Pampa. O corpo d’água localizado no centro CLlv
Patria RGca
do mapa,é a lagoa Mar Chiquita.
Ao sul do trópico, a parte ocidental tem um
Desiderio
clima temperado, que varia de acordo com a CLpt LVcr Tello
SNha
altitude, latitude e proximidade da costa. As es- Combarbalá Chepes
tações do ano são bem definidas, com invernos CMhu CMhu Mascasín
chuvosos e frios (cerca de 15°C) e verões secos Tamberías San Juan
e quentes (até 30°C). A precipitação anual é
geralmente inferior a 800 mm. As temperatu- Huentelauquén Illapel Caucete
ras são geralmente mais frias ao longo da cos- CLpt
RGca
CLha
ta, devido às correntes oceânicas. Nos cumes
da cordilheira dos Andes, as temperaturas são
baixas e existe neve, gelo e glaciares nos pi- CLpt Cañada Honda
LPdy
cos mais altos. Nos contrafortes orientais dos Los Vilos
LPeu
Andes, as temperaturas anuais são um pouco Quines
mais elevadas, embora os níveis de precipi-
Petorca
tação sejam muito mais baixos (menos de 300 CLha
mm por ano). Em direção à costa do Atlântico, o
La CLpt
clima torna-se temperado ou subtropical, com Ligua San Francisco
temperaturas mais baixas e condições mais
úmidas e com níveis de precipitação anual de
RGca
mais de 1.000 mm. San Felipe Villa Nueva RGeu
ARha CLpt
Nas planícies da Argentina predominam as Quillota
formações herbáceas perenes e anuais, com
CMhu Mendoza
arbustos dispersos. Quando as condições são Viña del Mar San
Martín
mais úmidas, pode-se encontrar as florestas. A Villa CLlv PHha
vegetação arbustiva espinhosa e comunidades Va lp ar aí so Ale mana
vegetais do deserto, encontram-se nas regiões VReu San Luis
LVcr LPdy
mais áridas.
SANTIAGO to
O mapa reflete a diversidade litológica desta Puente Al Tunuyán
região. Os Calcisols e Arenosols no canto
CLpt San
noroeste do mapa, marcam o limite sul do
deserto do Atacama, enquanto que o terreno
San Antonio Melipilla San Bernardo Carlos Beazley ARha
acidentado da cordilheira dos Andes, na fron- LPeu
CHILE
VReu FLeu
teira do Chile com a Argentina, se caracteriza
s
A R G E
A n d e
raná
Corral LVab
a
Garza LVab
R. P
Merced
Mburucuyá
Villa San Villa
Martín Guillermina
Los
GLeu
Herrera Juríes
Añatuya SNha Villa
Frias Villa PHlv
Ocampo Bella
Minetti Vista San
SNha Roque
Los PHlv
Cruz Conquistadores
del Eje La Paz
Jesús Baltasar
María PHha Sunchales San Chajarí SNmo Brum
La LVcc
PHlv
Falda Justo Santa Villa FLha
Elena Federal
PHlv
SNha Cosquín
Salsacate Rafaela
Córdoba Arroyito San PHlv PHlv
RGeu
Francisco PHvr
LPli
Alta GLmo Concordia
Esperanza
Gracia
LVcc Salto
Río Segundo de Garay Santa Fé
Gca
VReu
SNmo San Paraná
Jorge SNmo PHlv
Villa Villaguay
Dolores PHha Galvez
Oliva PHha PHvr
Río Tercero Quebracho PHlv
Quines SNmo Diamante LVct PHvr
PHvr
SNmo GLha
PHlv PHlv Colón PHvr PHvr LPli
Villa María LVcc
ncisco Nogoyá
Concepción del Urugua Paysandú
y
GLha LVct
Bell Victoria
Ville PHha
PHha Marcos Cañada GLha
u de Gómez San Lorenzo
Juárez PHha GLha PHvr PHvr
PHlv
GLha PHlv
102
Río Cuarto Casilda
Gualeguaychu GLha PHlv
PHha
SNmo
Rosario PHvr
PLmo LPli
Sampacho PHlv Villa Constitución Gualeguay PHvr LPli PHlv
La Carlota Fray Bentos PHlv
Firmat San Mercedes PHvr
Nicolas PHlv
Mercedes PHlv
PHha
Venado PLmo Dolores PHvr PHha
PHha Tuerto Trinidad
ha
Vicuña
Mackenna
General
Levalle
Colón Pergamino
San
Pedro
Baradero
PLmo
PHlv
URUGUAI PHlv
PLmo
PHha
E N T I N A
SNmo Carmelo
Laboulaye PHlv
Villa PHha
PHvr
Valeria PHlv Zárate PHha
Rufino PHha CMle
PHha Campana PHvr
ARha
Ingeniero
Alvear
a PHlv
Lobos Cañuelas
Luiggi
PHca
p 9 de 25 de
Mayo
General m Carlos
Julio PHlv VReu
Arizona
Pico
a Casares
Saladillo San Miguel Chascomas Las Pipinas
Eduardo
Castex
P Trenque
Lauquén
Pehuajó
PHha
del Monte
Quemu SNmo
PHca Quemu
Luan Las
Toro Henderson
Flores B. Samborombó
Winifreda n
Telén Bolivár
Salazar
Catrilo PHha SNha
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Clodomira LVab Apóstol
Santa
R. Pa
Empedrado
Santiago Suncho Sylvina
Mburucuyá FR
del Estero Corral Villa
Guillermina S
SNha
Garza Santo
Villa Bella Tomé
Villa San Ocampo HSfi PLmo
Martín Los Vista
Juríes GLeu
Añatuya San
Herrera Villa
Minetti Roque Sã
FRro
GLeu
PHlv Bandera PHlv
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SNmo Goya LVab Cruz PTdy
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SNmo
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Curuzú los Libres
Ojo de Agua Cuatiá LPeu Ale
Uruguaiana
PHlv
o Ceres VRee
San Francisc PHlv
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VReu
SNgl VReu
SNmo Monte Caseros
Quaraí
RGeu
San
Cristóbal PHvr Artigas
Quilino Gobernador VReu
SNmo PHlv
Crespo Los
Deán Conquistadores Baltasar LVct LPli
Funes LVcc SNmo Brum
La Paz LVct
Chajarí PHlv
PHvr
FLha
San Santa
Villa PHlv
Sunchales Federal
Justo Elena PHvr
LV
Jesús GLmo
PHvr
María LPli
La Rafaela
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San LVcc Salto
Cosquín Francisco PHlv
LPli LV
Arroyito Esperanza
Córdoba PHvr
Tacuarembó
Santa Fé PHvr
Alta
Gracia o de Garay Paraná Villaguay
Quebracho
PHlv
Río Segund San
PHvr
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PHvr
Galvez SNmo
GLha
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SNmo PHvr
Diamante PHvr Curtin
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Santa Lucia
Coloniadel PHlv
General San Martín AIRES GLha
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PHlv
GLha PHlv
Villa Junín Mercedes
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Las Piedras Pando
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Mayo
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Casares
Saladillo SNmo
General
Pico a Pehuajó B. Samborombón
Arizona Eduardo
P Trenque
Lauquén
Las
Flores
Castex Quemu
PHca Quemu Henderson
PHca Bolivár SNha Dolores
Luan General Lavalle
Toro Winifreda Salazar
SNmo VReu
Catrilo Pirovano
SNmo
105
102 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
Araranguá
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Tupanciretã NTeu
y Santiago
ACcr LPeu NTdy Caxias do Sul
FRha Bento Gonçalves
CMdy Praia Grande
LPeu ARdy
Jaguari LPeu
ACcr LPeu
NTeu
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General Vargas LPeu
Alegrete Santa Novo Hamburgo Taquara
FRha
Santa Cruz do Sul
Cacequi Maria ACcr
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PLlv PLlv ACcr
Canoas
ACcr Cachoeira do Sul Butiá PÔRTO ALEGRE
ACcr ACcr
ACcr ACcr
São ACcr PLlv
araí Rosário Gabriel Palmares do Sul
do Sul LPdy PLlv
ACcr PLlv Caçapava do Sul
LVle Encruzilhada do Sul
LPeu LPeu AR
ACcr
Tapes
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L. dos Patos
LVha LVha Santana do Livramento
Camaquã
LVha Rivera LVha Dom
Torquato LPeu
PHvr Pedrito PLlv
La Severo ACcr
Manguera Mostardas
LVha ACcr
LVct PHlv
GLmo Bagé Canguçu
GLmo
PHlv LVct Pinheiro São Lourenço do Sul
LVct GLmo
PLlv
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PHha PHlv PHlv
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GLmo PHlv
PHvr Pelotas PLlv
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PHha Basilio
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ESCALA 1:3 000 000
LPli Ansina LVct
PHha
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PHvr
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PHvr PHvr 1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
PLlv Rio Grande
Curtina PHlv GLmo PHvr Arrôio 0 100 200 km
PHlv
PHvr Grande
PHvr
PHlv Melo PHha Jaguarão
0 50 100 milhas
PHlv CMle
LVct
PHvr LVct
PHha GLha
AR
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
PHlv
L. Mirim
CMle
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Jorge Vergara
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CMle Cebollatí PLlv
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ATLÂNTICO
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PHlv San LVct LVct
GLha
Pando PHlv Carlos O mapa ilustra os solos da região central e direção nordeste), e diminuir na direção oeste áreas regularmente encharcadas. Os Luvisols
GLha
LVct GLha norte da Argentina, o sul do Brasil e o Uru- (cerca de 600 mm por ano). Na metade orien- e os Planosols, também são caracterizados
O Maldonado LVct guai. tal do mapa, a precipitação é relativamente pelos subsolos ricos em argila. Estes estão
Pta. del Este No centro do mapa destaca-se a região da constante ao longo do ano, tornando-se mais situados nos antigos terraços fluviais. As
Mesopotâmia Argentina, a qual se estende sazonal para oeste. vastas extensões de Gleysols ao norte, corre-
entre os rios Paraná e Uruguai. Nesta área As planícies da Argentina encontram-se spondem aos Esteiros do Iberá (ver folha 18).
Os Histosols são o resultado da lenta decom-
também se situam os pântanos dos Esteiros cobertas por gramíneas perenes e anuais,
a com arbustos dispersos. Quando as con- posição da matéria orgânica em condições
P l do Iberá. A oeste se localizam os campos dos
a t pampas, enquanto que a leste, a topografia dições são mais úmidas, surgem florestas. de encharcamento. No nordeste do mapa,
a mais ondulada da savana uruguaia repre- Em condições secas, ocorre vegetação gramí- a mudança do material de origem para as
senta a transição do pampa argentino até as neo-lenhosa de estepe. Ao longo dos rios são rochas características do planalto do Brasil,
colinas do sul do Brasil, os contrafortes mais comuns as florestas de galeria. muito intemperizados, resultam na formação
meridionais das terras altas brasileiras. O O padrão de solos deste mapa, predominam de Ferralsols ácidos, ricos em ferro (com
grande corpo d’ água na parte esquerda do os Phaeozems ricos em matéria orgânica, fração granulométrica grossa, sem difer-
mapa representa o lago de água salgada do que foram desenvolvidos em depósitos alu- enciação de horizontes) e Acrisols (ricos em
Mar Chiquita, enquanto que a planície costeira viais e de loess, frequentemente sobre cinzas argila no subsolo). Os Planosols expressam
do Uruguai e Brasil, à direita, é arenosa e vulcânicas, localizado na planície pampeana o desenvolvimento do solo em sedimentos
pantanosa, com várias lagoas grandes e da Argentina e do Uruguai. Estes solos fér- de grão fino e com má drenagem, nos vales.
pouco profundas. Nesta área se situam as teis, ricos em húmus, foram desenvolvidos Os Leptosols do sul do Brasil e do Uruguai,
capitais da Argentina e do Uruguai, respecti- sob extensas pastagens nativas e marcam são desenvolvidos nas encostas íngremes, a
vamente, Buenos Aires e Montevidéu, ambas a transição do clima seco do oeste e do sul partir dos produtos oriundos do intemperismo
nas margens do Rio da Prata, resultando em para o clima mais úmido do norte. No Uruguai das mesetas das terras altas. As extensões
uma das áreas mais densamente povoadas os Phaeozems se desenvolveram em relevo de Cambisols situados na borda ocidental do
da América do Sul.O clima da região varia de suavemente ondulado. Nas áreas de má mapa, são os solos jovens da serra de Córdo-
subtropical a temperado úmido, suavizado drenagem ou nas depressões se formaram ba, amplamente erodidos. Ao longo da costa
pela proximidade da costa. As estações do Solonetz pesados e alcalinos, especialmente atlântica, os Arenosols representam o desen-
ano são bem definidas, com invernos úmi- nas planícies de inundação dos rios Paraná volvimento do solo em depósitos de areno-
dos e frios (cerca de 13°C), e verões secos e Uruguai e parte dos pampas. A vasta ex- sos das praias, enquanto que os Planosols e
e quentes (cerca de 25°C). As temperaturas tensão de Solonetz ao sul do Rio da Prata se os Luvisols indicam os solos que evoluíram
aumentam na direção oeste. A precipitação é desenvolveu de um delta salino. a partir de sedimentos finos, muitas vezes
mais abundante na zona costeira (cerca de Entre os rios Paraná e Uruguai surgem os como consequencia do assoreamento das
1.000 mm por ano, que pode aumentar na Vertisols ricos em argilas e os Gleysols, em lagoas.
Andes
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NThu Cutral- FLeu
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106
104 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Cartografia ou Mapeamento de Solos
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1 CENTÍMETRO = 30 KILÓMETROS; 1 PULGADA = 47,3 MILHAS
0 100 200 km
0 50 100 milhas
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
O mapa ilustra os solos do centro-sul da As áreas do leste e o norte do mapa, são viais encontram-se os Fluvisols desenvolvi-
Argentina e do Chile e a zona norte da caracterizadas por um clima semi-árido, com dos em areias grossas e cascalhos aluviais.
região,conhecida como Patagônia. temperaturas médias anuais entre 12 e 20°C O desgaste dos afloramentos rochosos an-
Depois das folhas da América Central, as (as temperaturas estivais ultrapassam os dinos resultaram na formação de Leptosols
costas atlântica e pacífica encontram-se 35°C e invernais abaixo de zero). A precipi-
nes
tação anual varia entre os 100 e 450 mm. Os e Regosols pedregosos e pouco profundos,
B. Camarones novamente na mesma folha cartográfica.
ventos fortes de sudoeste, são secos e frios. enquanto as extensões de terreno vulcânico,
As planícies semiáridas da Patagônia gan-
ham altura até os picos glaciais dos Andes, Na direção oeste, a costa do Chile possui um predominantemente basáltico, levam à for-
a oeste. Estas planícies são interrompidas por clima oceânico frio, com temperaturas mé- mação de um conjunto de Andosols, Niti-
vales profundos, muitos deles secos. No lado dias anuais ligeiramente mais baixas do que sols, Luvisols, Leptosols e Cambisols. Ao sul
chileno, o terreno é escarpado. Com uma alti- as do lado argentino, embora com maior plu- do Rio Negro, os solos tornam-se cada vez
tude de 3.470 m de altitude, o vulcão extinto viosidade (a média anual é de cerca de 2.000 mais áridos e pedregosos e surgem vastas
mm, mas já foram registrados, mais de 7.000
do Monte Tronador é o ponto mais alto, em- extensões de cascalhos fluviais ("grava pa-
bora existem outros picos superiores a 3.000 mm). Em direcao ao sul, o clima torna-se
m. Ao sul, a altura das montanhas descende cada vez mais oceânico. tagônica"), geralmente em terreno plano. Os
até cerca de 2.000 m de altitude, e surgem Ao norte do Rio Negro, predominam os Phae- Luvisols geralmente aparecem nos terraços
inúmeros fiordes e canais. Na fronteira entre ozems ricos em matéria orgânica, que foram fluviais ou elevações intercaladas nas planí-
Argentina e Chile, uma extensa atividade vul- desenvolvidos nos depósitos aluviais e loess cies. Os Solonetz e Solonchaks indicam os
cânica deu origem a grandes falésias basálti- da planície pampeana. O aumento da ari- solos de textura fina, salinos, localizados em
cas, fluxos de lava e cones vulcânicos. Exis- dez resulta na formação de solos com alto depressões pouco profundas do terreno. As
J o r g e tem vários grandes lagos localizados entre teor de carbonato de cálcio (Calcisols), gesso extensões de Arenosols em todo o mapa, cor-
os vales glaciais, represados pelas morainas (Gypsisols) e cascalhos (Regosols). As de-
(caso do lago Nahuel Huapí). O rio Negro e respondem aos campos de dunas, especial-
pressões no planalto patagônico juntamente
o Colorado, fluindo de oeste para leste, de- com sedimentos marinhos antigos formam mente ao longo da costa. As condições cada
notam o limite sul do Pampa e a transição os Solonetz ricos em argila e em sódio. As vez mais frias e úmidas ao longo da costa
para condições mais secas. planícies secas são caracterizadas pela pre- do Pacífico favorecem a formação de turfa, o
sença de Regosols, enquanto nos cursos flu- que leva à formação de Histosols.
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LPeu
Cabo Blanco
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0 50 100 milhas
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
OCEANO ATLÂNTICO
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Beauchene I.
O mapa ilustra os solos do sul da Argentina A região apresenta um clima cada vez mais Os Leptosols pouco profundos, pedregosos
e do Chile, a parte sul da Patagônia. Também frio e úmido, à medida que se avança em e ricos em bases se estendem amplamente
surge o arquipélago denominado Terra do direção ao sudoeste. Na parte oriental do nos Andes chilenos. Por outro lado, sobre os
Fogo, separado do continente da América do mapa, as temperaturas estivais variam entre depósitos piroclásticos como as cinzas vul-
Sul pelo estreito de Magalhães. Este marca o 18 e 21°C, enquanto as invernais, de 4 a 7 °C. cânicas, se desenvolvem os Andosols, ricos
extremo sul da cordilheira dos Andes. Apesar da aridez da região (entre 200 e 300 em matéria orgânica. As turfeiras (Histosols)
O famoso Cabo Horn, ao sul da Terra do Fogo mm de precipitação anuais), as precipitações são comuns nas condições mais úmidas, ao
(localizado a 55o58'47'' S na Ilha de Hornos) em forma de neve são comuns no inverno. longo da costa chilena. Na Terra do Fogo, nos
é o ponto mais meridional do continente. As As temperaturas no interior são ligeiramente sedimentos de textura grossa sob florestas
águas ao redor do Cabo são particularmente inferiores, porém com maiores variações semideciduais encontram-se Podzols alta-
perigosas, devido aos fortes ventos e ondas e diárias. No altiplano o clima é muito mais mente lixiviados. A região leste dos Andes é
a presença de icebergs. Apesar de que alguns frio, com ventos fortes e geadas frequentes. coberta por uma estepe seca, dominada por
picos da Terra do Fogo atingem os 2.500 m O clima na região andina é influenciado pelo uma paisagem de basalto erodido e mese-
de altitude, a parte da Cordilheira dos Andes Oceano Pacífico, resultando em maior umi- tas sedimentares. Uma camada fina de ar-
que aparece no mapa apresenta altitudes dade e chuvas mais abundantes. Em direção gila e areias de origem eólica, acumulada nas
ao sul, o clima torna-se cada vez mais ex- mesetas vulcânicas resulta na formação de
muito menores do que na parte norte da
tremo (já foram registrados mais de 5.000
cordilheira. No entanto, a maioria das mon- Luvisols e Cambisols neutros. Nos vales que
re mm de chuva) e é extremamente variável. Os
ai CMhu tanhas encontra-se cobertas por neves per- precedem a cordilheira dos Andes e nos ter-
eM pétuas e também existem muitas geleiras. A
verões na Terra do Fogo são curtos e frescos,
raços planos do extremo sul, se desenvolvem
.d
LPli
Estr I. de los Estados (Staten I.)
leste dos Andes, surgem as planícies do sul
enquanto que os invernos são longos, úmidos
os Phaeozems sob campos permanentes em
e moderadamente suaves. A precipitação no
da Patagônia, que consistem de uma série argilas, areias e cascalhos de origem fluvial
oeste é muito alta, diminuindo rapidamente
de amplos terraços atravessados por rios e e fluvioglacial. Os Solonetz representam a
em direção ao leste.
vales amplos e profundos. Estes incluem, de formação do solo nas depressões fechadas
norte a sul, os rios Deseado, Santa Cruz, Coig As ilhas mais austrais possuem um clima ou depósitos marinhos recentes, ricos em
e Gallegos. A 105 m abaixo do nível do mar, a subantártico, típico de tundra, que torna im- sódio. Finalmente, os Gleysols e os Fluvisols,
bacia salina da Laguna del Carbón, na provín- possível o crescimento das árvores. Algumas ambos afetados pela água, indicam a locali-
cia de Santa Cruz (Argentina), é o ponto mais zonas do interior possuem um clima polar.
zação dos vales dos rios principais, enquanto
baixo do hemisfério sul. As geleiras localiza- O padrão do solo a oeste do mapa reflete que os Leptosols representam as serras
das na fronteira do Chile e da Argentina cor- a interação entre os planaltos andinos, a isoladas. Apesar de não serem revelados no
respondem à camada de gelo da Patagônia, erosão dos afloramentos rochosos e o clima mapa devido à escala, os Cryosols possuem
a maior camada de gelo fora da Antártida e oceânico, úmido e frio, o que impossibilita a importância local, contendo camadas de gelo
da Groenlândia. formação de solos maduros. permanente nos níveis superficiais do solo
(permafrost).
O mapa ilustra os solos das ilhas ocidentais embora modificado de maneira significativa Porto Rico se mantiveram na placa tectônica
das Grandes Antilhas (Cuba e Jamaica) e do pelas correntes de água, como a corrente do do Caribe e compartilham similares histórias
arquipélago das Bahamas (ver folha 5 para Golfo, os ventos alísios e, em menor propor- geológicas e materiais de origem dos solos.
mais detalhes). cao, a elevação do terreno. A temperatura Nestas regiões, sob clima chuvoso e altas
As Grandes Antilhas estão localizadas entre o média anual na maior parte da região é de temperaturas, formaram-se solos muito
Mar do Caribe e o Oceano Atlântico. Ao norte, cerca de 23°C, aumentando ligeiramente em desenvolvidos, profundos e não saturados
as ilhas das Bahamas estão localizadas num direção ao sul. A precipitação anual é mod- (Ferralsols, Alisols e Acrisols). Os solos de im-
banco superficial do Atlântico, separadas do erada (1.400 mm). As tempestades tropicais portância agrícola devido à sua produtividade
continente da América do Norte e das ilhas (furacões) são comuns entre junho e novem-
são os Nitisols, solos vermelhos, profundos
ao sul, por canais profundos. A elevação das bro.
e ricos em argila. Os solos jovens em áreas
Bahamas é baixa (a altitude máxima é de 63 Embora se preservam as florestas nativas, frequentemente erodidas, são representados
m), muitas das ilhas ficam a menos de 20 m grande parte da vegetação das terras baix- por Leptosols pouco profundos e Cambisols
de altitude). Na sua maioria são formadas por as foi removida em favor da agricultura e a (muito abundantes em Cuba). Os Phaeozems,
corais, areia de origem eólia e rocha calcária. degradação dos solos constitui em geral, um
Cuba, apesar de ser a 17a maior ilha do mun- com ricas camadas de matéria orgânica, so
fator limitante à produtividade.
do, é na realidade um arquipélago (incluindo aparecem no sopé das cadeias montanhosas
O padrão de solos das diversas ilhas reflete e indicam o desenvolvimento de solos rela-
a Isla de la Juventud e dezenas de outras
a interação entre a litologia, o clima tropical tivamente maduros em material coluvial. Os
menores). A orografia cubana é formada
e a topografia. As ilhas não vulcânicas das solos aluviais das planícies costeiras e dos
principalmente por planícies suavemente
Bahamas são caracterizadas principalmente
onduladas ou aplainadas, embora existam vales são profundos, de textura franca e ricos
por Regosols e Leptosols pouco desenvolvi-
áreas montanhosas, sendo a mais elevada, a em argila aluvial, muitas vezes, mal drena-
dos, muitas vezes arenosos e calcários. A
Golfo do México
Sierra Maestra, cujo ponto culminante atinge dos. Estas condições, permitem com frquen-
formação do solo em Cuba e Jamaica re-
os 1.996 m de altitude. Em comparação, a cia os processos de hidromorfia, que levam
flete uma história geológica mais complexa,
Jamaica é uma ilha muito mais montanhosa, ao desenvolvimento de Vertisols, Gleysols e
com picos que ultrapassam os 2.000 m de resultando em uma associação de diversos
tipos de solo. Cuba se manteve como parte Fluvisols e à formação de turfa (Histosols).
altitude.
a
da placa tectônica da América do Norte e Por ultimo, os Arenosols são solos com fração
d
O clima no norte da região é subtropical, tor- granulométrica grossa e geralmente de alta
ri
conta com uma ampla variedade de solos
nando-se tropical ao sul, desenvolvidos principalmente sobre calcário. permeabilidade e baixa capacidade de arma-
lo
Enquanto que na ilhas Jamaica, Espanhola e zenamento de água e nutrientes.
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ESCALA 1:2 500 000
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1 CENTÍMETRO = 25 KILÓMETROS; 1 POLEGADA = 39,4 MILHA
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0 100 200 km
0 50 100 milhas
PROJEÇÃO: Lambert Azimuthal
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VRcc PHle
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Guamo VRcc PHle GLmo
HSfi Nicaro CMle
FLca VRpe FRgr
FRgr ALau Sagua de FRgr
VRcc Bayamo CMca Tánamo FRgr
Manzanillo
G. de Guacanayabo PHle
ALau
VRgl CMle GLmo
VRpe
75
PHle
VRcc ALgl
VRgl ALgl Palma Soriano Guantánamo LPli CMle NTfl
VRsz ALgl CMle LVcc
CMle LXcr CLwc
CMle CLha
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HSfi Santiago CMca GLhi
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la Mar Antonio
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VReu FRha KINGSTON LPeu Les C
Mandeville May CMca
JAMAICA Pen
VReu FRha
Spanish Town I
FRha
HAITI
Tabela de atributos
Dados geométricos
dos polígonos
...ÁREA... SMU
SMU STU.ORG
STU Atributos
SMU STU % ÁREA STU SOLOS TEXT...
CM CS
AN M
RG C
AN M
NT LC
Acima: o diagrama ilustra as relações entre as unidades de mapeamento ou cartográfica (SMU), tipos de solo
(STU) e as propriedades do solo (por exemplo, TEXT para textura). (JRC)
Diversidad edafológica
Número de tipos de suelo
Tal como se ilustra no mapa, cada unidade cartográfica de SOTERLAC pode conter mais de um tipo de solo. Apesar de não se
conhecer a localização geográfica dos distintos tipos de solo dentro de cada unidade, a base de dados armazena informação
sobre a proporção que cada um deles ocupa na unidade. Quando a unidade de atribuição é composta por apenas um tipo de solo,
a percentagem equivale a 100%. Quando existem vários tipos de solo, a soma das percentagens é igual a 100. As áreas com tons
mais claros (como algumas áreas do norte da Amazônia) apresentam um menor numero de tipos de solo por unidade cartográfica,
enquanto que com tons mais escuros (como algumas áreas do México) apresentam uma maior diversidade. Esta variabilidade tende
a refletir ao mesmo tempo o nível de levantamento de solos (escala) em uma região. [SOTERLAC] (JRC)
Grossa 10 – 20
Media 20 – 30
Media fina 30 – 45
Fina 45 – 60
Orgânico
A textura do solo é uma propriedade que descreve a composição granulométrica das partículas minerais no solo. A classe Este mapa ilustra a proporção de argila na camada superficial do solo (ou seja, partículas minerais com menos de 0,002
textural do solo (areia, silte ou argila) corresponde a um intervalo específico das frações separadas e é esquematicamente mm de diâmetro; é necessário um microscópio para poder se ver as partículas deste tamanho). Ao se manipular o solo entre
representado pelo triângulo textural do solo (consultar página 172, " textura do solo"). Os solos arenosos contém uma os dedos, sente-se que é suave. Geralmente um maior teor de argila é um indicador do intemperismo químico do material
maior proporção de partículas grossas, enquanto que os solos siltosos contém partículas de tamanho médio e os argilosos, de origem (e de transporte associado). Os solos ricos em argila tendem a conter mais nutrientes e devido à sua superfície
partículas muito finas. [SOTERLAC] (JRC) especifica muito elevada, podem reter grandes quantidades de umidade. Como resultado, são adequados para a agricultura,
mas podem dificultar o cultivo quando úmidos, ao se tornarem muito pesados e de drenagem lenta. Quando secos por
completo, sua dureza também dificulta a lavoura. [SOTERLAC] (JRC)
10 – 20 10 – 20
20 – 30 20 – 30
30 – 45 30 – 45
45 – 60 45 – 60
> 60 > 60
O mapa ilustra a proporção de silte na camada superficial do solo (as partículas minerais entre 0,002 e 0,0625 mm, de O mapa ilustra a proporção de areia na camada superficial do solo (partículas minerais de tamanho entre 0,0625 a
acordo com a classificação da FAO). É composto por partículas muito pequenas para serem vistas a olho nu. O silte é um 2,0 mm de diâmetro). Os grãos de quartzo são em geral, visíveis a olho nu. Os solos arenosos são muito fáceis de
produto da meteorização mecânica da rocha, ao contrário da erosão química, que resulta em fragmentos de argilas. Esta trabalhar, mas geralmente são pobres em nutrientes e com baixa capacidade de retenção de água. Como resultado
transformação deve-se à abrasão eólica (causada pelo movimento das partículas de areia pelo vento) ou a ação da água da grande quantidade de espaços entre os grãos de areia, estes tipos de solo drenam facilmente a água, o que os
sobre as rochas no leito dos rios e córregos. Os solos com uma proporção elevada de silte são adequados para as atividades faz muito propensos à seca. Existem cinco subcategorias de areias, em função do tamanho das partículas que as
agrícolas, devido aos altos níveis de nutrientes disponíveis e à capacidade de retenção de água nos espaços entre as formam: areia muito fina, areia fina, areia média, areia grossa e areia muito grossa. O mapa acima destaca Arenosols
partículas. Também são fáceis de cultivar, embora sejam altamente propensos à erosão. [SOTERLAC] (JRC) e Ferralsols com areias de tipo mais grossa dos trópicos. [SOTERLAC] (JRC)
O cascalho é composto de fragmentos arredondados ou angulares de rocha entre 2 mm e 6 cm de diâmetro. É um indicador A classe de drenagem se refere à frequência e duração dos períodos de saturação total ou parcial da àgua no solo. Estas
da pedregosidade do solo. Um teor elevado de cascalho pode ser um indicador da proximidade do material de origem. classes variam de "excessivamente drenados", onde a água é removida do solo muito rapidamente (solos rochosos ou
Algumas formas de agricultura (por exemplo vinhedos) tem preferência por solos de cascalho, no entanto, uma proporção superficiais, frequentes encontrados em encostas íngremes) para "muito mal drenado" em que a água é removida do solo
elevada de pedras na matriz do solo não é de interesse para o uso agrícola devido aos baixos níveis de retenção de água tão lentamente, que o lençol freático permanece na superfície ou próximo dela (na elaboração deste mapa foram usados as
e nutrientes. O conteúdo de cascalho é geralmente mais elevado nas áreas montanhosas (as serras mexicanas, Guayana, classes de drenagem definidas pela FAO). Os solos muito drenados não são suficientemente capazes de reter a água para
as serras brasileiras e os Andes) e onde a erosão seletiva favorece a acumulação de cascalho nos horizontes superficiais sustentar os cultivos, enquanto que em solos mal drenados (exceto aqueles com drenagem artificial), a limitação para o
dos solos. [SOTERLAC] (JRC) cultivo é dada pela falta de oxigênio na zona radicular. [SOTERLAC] (JRC)
150 – 200
> 200
A densidade do solos (ou densidade aparente) é uma medida do peso do solo pela unidade de volume (por exemplo, kg/ O conceito de água disponível expressa a quantidade de água que um tipo de solo pode armazenar. Se define como
dm3). As variações neste parâmetro do solo dependem do seu grau de compactação, propriedade diretamente relacionada a diferença entre a quantidade de água contida no solo e a quantidade de água existente quando se atinge o ponto
com a porosidade. A maioria dos solos minerais possui densidade entre 1 e 2 kg/dm3, enquanto os solos ricos em matéria de murcha permanente (a quantidade de água mínima necessária para que uma planta não murche). Geralmente se
orgânica podem apresentar uma densidade bem abaixo de 1. Esta propriedade do solo é um indicador da resistência deste expressa em milímetros de água por metro do solo. O teor de água disponível não depende das condições climáticas; é
à compactação e um parâmetro crítico no cálculo do teor de carbono orgânico do solo. Os valores altos chegam a limitar determinado apenas pela textura e estrutura do solo. A matéria orgânica favorece o armazenamento de água no solo:
o crescimento das raízes, a infiltração e favorecem os níveis baixos de oxigênio. Geralmente, existe uma relação inversa um aumento de 1% no teor de matéria orgânica aumenta aproximadamente em 1,5% a capacidade do solo para reter,
entre a densidade e o teor de carbono orgânico (ver o mapa de distribuição de carbono orgânico, página 137). Os solos armazenar e liberar a água gradualmente para ser absorvida pelo sistema radicular das plantas.[SOTERLAC] (JRC)
com valores de densidade mais elevados correspondem aos solos fortemente intemperizados, como Ferralsols, Acrisols ou
Plinthosols. [SOTERLAC] (JRC)
3,6 – 4,4
4,5 – 5,0
6,1 – 6,5 4 – 10
6,6 – 7,3 10 – 20
7,4 – 7,8
20 – 40
7,9 – 8,4
> 40
8,5 – 9,0
> 9,0
O pH é uma designação numérica de acidez ou alcalinidade do solo (ver página 11). Um pH de 7 é considerado como um A capacidade de troca catiônica (CTC) é o número total de cátions permutáveis que se podem encontrar no solo. É um
valor neutro, enquanto que os valores mais baixos são classificados como ácidos e os superiores, como alcalinos ou básicos. indicador do conteúdo de nutrientes; o aumento do teor de matéria orgânica num solo está diretamente relacionado com a
É um parâmetro fundamental do solo, uma vez que controla muitos dos processos químicos, como os relacionados com a CTC. Os íons carregados positivamente de elementos como cálcio, alumínio, potássio e sódio, os quais se ligam às partículas
disponibilidade de nutrientes necessários para as plantas. A faixa de pH ideal para a maioria das plantas se encontra entre de solo com carga negativa, podem ser substituídos por cátions de hidrogênio na solução do solo. Uma vez na solução,
6 e 7,5, no entanto muitas espécies desenvolveram adaptações, podendo crescer em solos com valores fora desta faixa. os nutrientes tornam-se disponíveis para as plantas. Os solos com baixa CTC não podem armazenar nutrientes; muitos
Os solos ácidos são encontrados principalmente em áreas com alta pluviosidade, onde os cátions básicos mais móveis são solos arenosos possuem valores de CTC inferiores a 4 cmol/ kg. Os valores superiores a 10 cmol/ kg são considerados
lixiviados do solo, aumentando os níveis de cátions Al3+ e H+. Os solos alcalinos são caracterizados pela presença de sais satisfatórios para a maioria das culturas. Os Vertisols e solos ricos em carbono orgânico são caracterizados pelos altos
solúveis. A aplicação de cal em solos ácidos pode aumentar os valores de pH e permitir o cultivo de certas espécies, que de valores de CTC. [SOTERLAC] (JRC)
outro modo não podem ser cultivadas. [SOTERLAC] (JRC)
O teor de sais de um solo pode ser estimado a partir da sua condutividade elétrica (expressado em dS/m). Um solo pode O carbonato de cálcio, CaCO3 , é o componente principal das conchas dos moluscos marinhos. Na agricultura, é
ser rico em sais por causa do material original que o formou ou por inundações nas planícies costeiras (água do mar). Em o ingrediente ativo da calagem e a principal causa da água calcária ou de água "dura". O carbonato de cálcio é
climas quentes, a água subterrânea salgada pode alcançar as camadas superiores do solo. A maioria das espécies vegetais bastante comum no solo, especialmente em áreas mais áridas. Quando presente no solo a baixos níveis, melhora a
não crescem bem em solos salinos, principalmente as culturas, embora existam espécies adaptadas a estes ambientes. sua estrutura e geralmente beneficia a produção das culturas. Por outro lado, se as concentrações são mais elevadas,
Alguns cultivos, como a maioria das árvores frutíferas, acusam o teor de sal, apresentando valores baixos de condutividade, pode induzir à deficiência de ferro e, se cimentado, limita a capacidade de armazenagem de água no solo.[SOTERLAC]
como 2 dS/m, enquanto outras plantas são mais tolerantes (por exemplo, espinafre ou beterraba e geralmente, a subfamília (JRC)
Chenopodioideae), suportando valores de 16 dS/m. Muitas das áreas com solos salinos da ALC se encontram nas bacias
onde a água não tem saída fluvial para o mar. Este é o caso dos salares de Guasco e Uyuni. [SOTERLAC] (JRC)
matéria orgânica na parte superior dos solos da área de estudo. Aplicação de cartografia digital de solos para estimar o teor
de carbono orgânico numa área de Bolívia. (RV)
116 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
50km
50km
m Expansão urbana
A urbanização significa o avanço e expansão das cidades e a
construção de novos povoamentos, que geralmente localizam-se
sobre solos férteis.
20
0005
5
Deste modo, se perde a melhor terra agrícola, se impede a
recarga de depósitos de águas subterrâneas se se destrói a flora
e a fauna do solo. Em muitos países, grande parte dos solos de
alto potencial agrícola localiza-se dentro dos limites urbanos e
portanto, encontram-se ameaçados pelo rápido crescimento das
cidades.
19
973
7 20
007
7
Entre 2000 e 2005, a taxa de perda anual foi de 0,50%, quase
o triplo da taxa anual mundial (0,18%). As florestas tropicais
perenifólias (incluindo a floresta úmida tropical), representam 90
% da extensão total das florestas na região, enquanto que as
florestas caducifólias ocupam os restantes 10%. Os fragmentos
maiores e contínuos das florestas estão localizados na Bacia
Amazônica (6 milhões km2), enquanto as florestas tropicais
caducifólias estão localizadas na região boliviana de Santa Cruz,
perto da fronteira com o Brasil [58].
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 117
5kkm
5 5km
5k m
Desmatamento da floresta amazônica entre os anos 2003 e 2011 causado pela extração de ouro na região remota de
Madre de Dios (Peru), próximo da fronteira com a Bolívia. Com o aumento do preço do ouro (360% em 10 anos, de 2001
a 2011), começaram a chegar nesta região peruana, inúmeros mineiros ilegais. O resultado não é só o desmatamento
mas também a contaminação por mercúrio, utilizado no processo de purificação de ouro. (NASA)
Mineração
A mineração tem sido historicamente uma das atividades mais Considerando-se o potencial de mineração, e levando em conta
contaminantes na região. O desenvolvimento desta atividade as melhores práticas de mineração e sem incluir restrição no uso
não afeta apenas as reservas minerais exploradas, mas também da terra, os grandes investidores consideram o Peru como um dos
influi sobre outros recursos naturais -água, vegetação ou solos- e países mais atrativos, seguido do Chile, México, Brasil, Argentina,
gera grandes quantidades de resíduos contaminantes. Bolívia, Venezuela e Equador.
Este setor continua a ser uma fonte de atração de capitais e Na Colômbia, por exemplo, encontram-se os maiores projetos de
desempenha um papel importante em muitas economias mineração a céu aberto do mundo. Uma delas é a mina de carvão El
nacionais: a contribuição média dessa atividade para a economia Cerrejón, onde foram registradas em 2007, mais de 70 mil hectares
da América Latina é de 4%, mas existem países onde chega a 8% explorados e cerca de 29,8 milhões de toneladas de exportação. No
(Chile, Peru) e até 10-25% (Jamaica). México, as paisagens com mineração a céu aberto são conhecidas
como "jales". Na maioria das vezes, o relevo é alterado de maneira
Mina de cobre a céu aberto Radomiro Tomic, na Região II do Chile. Uma
irreversível, assim como os solos e a biota. Além disso, os jales, mina desenvolvida em condições hiper áridas e em altitude (deserto do
muitas vezes poluem o solo e os corpos de água mais próximos. Atacama), onde a noção de solo se restringe a um Horizonte C pouco
definido. Nestas circunstâncias, nenhuma atividade de mineração
constitui uma atividade verdadeiramente agressiva para o solo (embora
o seja para o ambiente natural). (IDP)
Vista da exploração mineira de Potosí, localizada ao sul da Bolívia. A cidade se expande no sopé da montanha legendaria
Sumaj Orcko (quechua: 'Cerro Rico'), onde se situava a maior mina de prata do mundo. (SG)
118 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Solo nu
Floresta protegida
Floresta virgem
Outras florestas
Pastagens
Pastagens naturais
Água
Zonas úmidas
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 119
A terra tem historicamente um importante significado cultural, religioso e nos anos 1970, o qual priorizava a colonização de regiões remotas organizações de cerca 69 países que defendem a agricultura familiar
jurídico para as diferentes sociedades. Na América Latina se testemunhou do território, para a produção e exportação dos excedentes e para e sustentável. Esta coalisão lançou o conceito de soberania alimentar
o nascimento de vários movimentos sócio-políticos que lutaram (e ainda implementar a integração estratégica. Contrariamente a este modelo, como o direito dos povos de definir suas políticas agrícolas e de
lutam) por uma gestão democrática do território, por exemplo: o MST busca principalmente a redistribuição das terras improdutivas. produzir alimentos localmente.
O grupo está entre os maiores movimentos sociais da América Latina
• O Movimento Zapatista em 1910 e as das vilas rebeldes de Chiapas • Outro aspecto importante é a apropriação ou estrangeirização da terra
(cerca de meio milhão de camponeses sem terra organizados em 23
em 1994, onde a luta pela terra foi uma das principais razões. (land grabbing, em inglês). Refere-se à aquisição de grandes extensões
dos 27 estados do Brasil).
de terras realizadas por particulares, grandes empresas estrangeiras e
• Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um movimento • A Via Campesina é um movimento internacional que coordena por alguns países interessados em expandir suas reservas de recursos
sócio-político brasileiro de inspiração marxista com o objetivo de organizações camponesas, pequenos e médios produtores, mulheres naturais. Um estudo recente conduzido pela FAO para a América
alcançar a reforma agrária no Brasil. Originou-se como oposição ao rurais, comunidades indígenas, trabalhadores rurais migrantes, Latina e o Caribe, concluiu que este fenômeno é novo e está restrito
modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente jovens e trabalhadores sem terra. Trata-se de uma coalisão de 148 aos grandes países da região (Brasil e Argentina)
Irrigated Agriculture
Cobertura herbácea
Cultivos
Mosaic: irrigados
Cropland / Shrub and/or grass cover
Mosaico:
Mosaic: agricultura/vegetação
Cropland arbustiva
/ Tree Cover / Other e/ouvegetation
natural pastagem
Mosaico:
Mosaic: Treeagricultura/vegetação
Cover / Other naturalarbórea/ outra vegetação natural
vegetation
Mosaico: Vegetação arbórea/outra vegetação natural
Regularly flooded shrub and/or herbaceous cover
Vegetação arbustiva e/ou herbácea, frequentemente inundáveis
Shrub Cover, closed-open, deciduous
Cobertura arbustiva de espécies deciduais
Shrub Cover, closed-open, evergreen
Cobertura arbustiva de espécies perenes
Snow and Ice
Neve e gelo
Sparse herbaceous or sparse shrub cover O mapa ilustrado à esquerda é um exemplo (neste caso, de Buenos
Cobertura escassa de herbáceas ou arbustivos
Aires, Argentina) do projeto Global Land Cover, o qual, como já explicado
Tree Cover, broadleaved, deciduous, closed
Cobertura arbórea, de espécies deciduais, densa anteriormente, foi utilizado como base de dados inicial para a elaboração
Tree Cover, broadleaved, deciduous, open do mapa de Land Use Systems (LUS).
Cobertura arbórea, de espécies deciduais, aberta
TreeCobertura
Cover, broadleaved, evergreen
arbórea, de espécies perenes, aberta Este mapa contém uma maior resolução geográfica (1 km) e ilustra a
TreeSalinas
Cover, burnt cobertura do solo, no entanto, não inclui informações sobre aspectos sócio-
econômicos, tais como a gestão do território. Na classificação da legenda
TreeCobertura
Cover, mixed leafmista
arbórea type podemos observar que só existe uma classe correspondente ao sistema de
TreeCobertura
Cover, needle-leaved, deciduous
arbórea de coníferas deciduais
gestão do território ("áreas cultivadas e geridas"), enquanto que relativas
aLUS se encontra seis classes que descrevem várias atividades agrícolas,
TreeCobertura
Cover, needle-leaved, evergreen
arbórea de coníferas perenes como observado na tabela acima ("Cultivos de sequeiro", "Cultivos
TreeCobertura arbórea frequentemente
Cover, regularly inundável (água doce)
flooded, fresh water moderadamente intensivos com pecuária de alta intensidade ", "Cultivos
em grande escala com irrigação e atividade pecuária moderada-alta ",
TreeCobertura arbórea frequentemente
Cover, regularly inundável (água salgada)
flooded, saline water "Agricultura de irrigação em grande escala" e "Viveiros"). (JRC)
Corpos
Water d´água
bodies
120 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 121
Sambaquí de Figueirinha em Jaguaruna (Santa Catarina, Brasil). Esta colina de conchas foi construída há
milhares de anos atrás pelos antigos habitantes do litoral brasileiro. Tem uma altura ao redor de 15 m. (T)
Muitas vezes, essas estruturas apresentam horizontes com O conhecimento das práticas utilizadas pelos antigos habitantes
tons escuros, não só na parte superficial, mas também dentro dessas áreas que levaram à formação desses horizontes, poderia
da complexa matriz de estratos. Estes horizontes escuros são orientar a formação de novos Anthrosols com características
compostos de grande quantidade de fósforo e carbono [65]. O desejáveis, como por exemplo, com um alto conteúdo de carbono
mecanismo pelo qual o carbono se estabiliza nos sambaquis resiliente à mineralização ou com uma alta capacidade para a
ainda não foi esclarecido, porém provavelmente se relacione com retenção de nutrientes. Um conhecimento mais profundo destes
a combustão de resíduos orgânicos (pirólise) e a disponibilidade processos permitiria a formação de novas práticas de manejo dos
de um elevado teor de cálcio procedente das conchas dos solos, o armazenamento de carbono e o aumento da fertilidade,
moluscos. A formação destes horizontes assemelha-se em parte entre outros.
ao processo de formação de horizontes A nos solos do grupo dos
Chernozems (com material de origem rico em carbonatos).
Horizonte antrópico típico conhecido como terra preta de índio (TPI) sobre Os geoglifos
Ferralsol amarelo na Amazônia central, Brasil. (WGT)
Os geoglifos são grandes figuras geométricas (circulares ou retangulares)
No Brasil se pode definir, de forma geral, dois tipos de horizontes construídas nas encostas das colinas ou nas planícies, mediante a
de origem antrópica: (i) o solo preto da Amazônia ou a terra preta acumulação de pedras ou então escavando a camada superficial do
de índio e (ii) os montes de conchas ou sambaquis. A terra preta da solo conectados por caminhos. Foram formados por uma civilização pré-
Amazônia ou terra preta de índio (TPI) refere-se às extensões colombiana da bacia alta do Amazonas. As investigações realizadas até
de horizontes extremamente escuros e muito férteis localizados agora não encontraram sinais de horizontes escuros relacionados com a
na Bacia Amazônica. Os lugares em que encontramos a TPI estão presença de geoglifos ou próximo deles. Neste caso é surpreendente a
normalmente adjacentes aos Acrisols, Ferralsols, Plinthosols ou ausência de horizontes ou restos químicos indicadores de assentamentos
Podzols, quando localizados sobre terreno firme. Enquanto nas humanos, já que para construir as figuras de uns 300 m de diâmetro,
planícies de inundação (várzeas) encontramos sobre Fluvisols 10 m de largura e 4 m de profundidade, seria requerido uma enorme
e Gleysols. Nos horizontes antrópicos da TPI surgem muitos força de trabalho e alimentação para os supostos trabalhadores. Por isso,
fragmentos cerâmicos arqueológicos, assim como altos níveis de surgiram mitos em torno destas figuras, as quais se tornaram conhecidas
fósforo - total e disponível - e outros minerais (Ca, Mg, Zn, Mn, Ba no século XIX pela primeira vez.
e Sr), em comparação com os solos do seu entorno.
Essas figuras representam um campo ainda aberto para a pesquisa
A designação TPI trata da cor do carvão vegetal, embora este não multidisciplinar, que permita ampliar as informações disponíveis sobre
seja o único a influenciar a formação da TPI (a matéria orgânica as alterações no solo e os mecanismos que fazem que o carbono e os
e os nutrientes, tal como os microrganismos e a biota do solo, nutrientes permaneçam armazenados nos solos tropicais.
também desempenham um papel importante). Estes horizontes
foram desenvolvidos pelas atividades dos índios na era pré-
colombiana, há centenas ou mesmo milhares de anos atrás (o
carbono foi datado com cerca de 10.000 anos de idade [64]).
122 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Cochas escavadas para o cultivo do figo sobre uma várzea desértica, onde os solos são salinos e arenosos. A foto foi
tirada no distrito de Chilca, a 65 km ao sul de Lima, Peru. A maior parte da costa peruana apresenta uma área muito
árida que recebe menos de 10 mm de precipitação anual. (JNR)
A horizontalidade do solo favorece a absorção da radiação solar, As cochas (do Quechua cocha, lagoa) estão localizadas na
aumentando a capacidade de conservação do calor do solo. costa peruana, região muito árida. São também conhecidas
Esta prática, ao permitir o plantio em encostas em diferentes como chacras afundadas e são amplas depressões construídas
altitudes (em diferentes zonas ecológicas), permitiu ao homem para atingir as camadas úmidas dos horizontes inferiores do
andino diversificar os seus cultivos, onde por exemplo, a batata solo. Assim, o agricultor plantava no fundo das depressões sem
era encontrada nas partes altas e o milho nas zonas baixas. No necessidade de implementar irrigação, aproveitando a umidade
entanto, o trabalho não só consistia em construir esses terraços, do subsolo que aumentava por capilaridade, resolvendo de tal
por si um trabalho extenuante, mas também em preenchê- forma o problema da escassez da água. No distrito de Chilca, a
los com solo rico em nutrientes, o qual eram transportados de 60 quilômetros ao sul da cidade de Lima, este sistema ainda é
lugares distantes, e em construir escadas e canais de irrigação. utilizado no cultivo de figo (ver foto acima).
Atualmente ainda se utilizam os andenes dos incas para a
produção agrícola, apesar de que a maioria destes foram
Reprodução da construção de uma chinampa. (IDP)
abandonados. As principais zonas do Peru onde ainda são
utilizados são Arequipa, Tarata, Pisac e Tarma.
Outro exemplo de práticas ancestrais de manejo e conservação
do solo é a construção de andenes, característicos do Peru,
Bolívia, norte do Chile e Argentina. São terraços escalonados
construídos pelo homem pré-hispânico nas encostas íngremes,
a fim de incorporar terrenos não apropriados para a agricultura
e armazenar água da chuva para a irrigação de cultivos. Os
andenes são plataformas horizontais sustentadas por um muro
de contenção de pedras. Dessa forma, também se reduz o risco
de erosão ao se diminuir a pendente e se consegue executar
os trabalhos agrícolas com menos esforço. Encontram-se
principalmente nas áreas montanhosas, embora também podem
ser encontrados em áreas com declives mais suaves, em colinas
e contrafortes da cordilheira ocidental andina na vertente do
Pacífico. Sua construção foi uma avançada obra de engenharia
agrária que exigiu um trabalho comunal da povoação.
No Peru pode-se encontrar até hoje, os andenes da época dos Sistema tradicional de andenes no vale do Colca , Peru. (MVR)
Incas. São encontrados nas áreas da Arequipa, Tarata, Pisac e
Tarma, embora muitos deles tenham sido abandonados. (JNR)
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 123
124 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Xochimilco
De acordo com os dados arqueológicos, durante o período de 650-900 chinampera cobria uns 5.000 ha, que permitiam o sustento anual de
AD, nas orlas do lago de Xochimilco (atualmente localizado em um dos cerca de 200.000 pessoas. Os xochimilcas chegaram a construir 38.760
16 municípios do Distrito Federal do México), começou a construção e cuemitl (terra lavrada, cultivada ou camellón: hoje chinampa) e algumas
o uso intensivo das chinampas. A partir do ano 900 d.C. até 1400 d.C. das ferramentas que usaram para construir e lavrar foram: o acatl
aproximadamente, deu-se a maior expansão do sistema de chinampas "cana" ou caniço utilizado para a pesca, para dividir o cuemitl ou para
no lago de Xochimilco. Após este período, Xochimilco tornou-se um formar tolchimales "escudos de junco ". O ahuejotl, ahuejote ou salgueiro
importante e extenso assentamento, em grande parte devido à alta (Salix bompladiana), árvore plantada nas orlas para fixar os materiais
produtividade de seu cultivo no sistema chinampero; naquela época, a de cuemitl. Atualmente, a área ocupada pelas chinampas foi reduzido
área coberta por chinampas atingia uma extensão de 12.000 ha. Durante significativamente por diversas causas, dentre elas a dessecação do lago,
Xochimilco é hoje um dos lugares mais visitados na Cidade do México pelo o período de maior prosperidade de Xochimilco (s.X-XIV d.C.) a superfície a salinização ou a urbanização.
turismo nacional e internacional. Uma das suas principais atrações turísticas
são os canais pelos quais se pode navegar com a trajinera (barcos típicos
ilustrados na imagem). Numa área com mais de 215 ha se contempla uma
paisagem que relembra onde viviam os xochimilcas há mais de 500 anos. (MVR)
As planícies de inundação do Caribe
Os canais por sua vez, serviam como meio de comunicação e
de drenagem. O sedimento extraído para a construção desses Na Colômbia, no centro das planícies do Caribe, a Depresión Momposina recebe anualmente as águas dos
canais permitiu ao mesmo tempo, um aumento do controle das rios Magdalena, Cauca e San Jorge que descem das cordilheiras. Com a inundação que que alaga durante
inundações. Os principais cultivos nas chinampas eram milho, oito meses ao ano, chega também um depósito fértil de sedimentos. Hoje a população sofre, ano após ano,
feijão, tabaco, pimenta, frutas, cacau e algodão. com a perda de suas casas, pertences, colheitas e gado, mas nos tempos pré-hispânicos os zenúes sabiam
como aproveitar a água e o silte de maneira favorável. Num longo processo, que atingiu o seu maior auge
Estas novas técnicas agrícolas baseadas na irrigação por entre 200 a.C. e 1000 d.C., os nativos transformaram a paisagem por meio de um engenhoso sistema de
inundação do subsolo e na construção de canais, permitiu o controle de águas. O sistema hidráulico composto por uma vasta rede de canais e leiras ou camaleões,
crescimento populacional sem precedentes. Naquela época, a chegou a cobri 500.000 hectares na bacia do rio San Jorge e 150.000 há no entorno do rio Sinú.
bacia do México foi, provavelmente, a maior e a mais populosa
área urbana do mundo. Estima-se que até finais do século XV O mecanismo principal do sistema consistia em manter estáveis os cursos dos rios e córregos, margeados
a população da bacia atingiu um milhão e meio de habitantes, por ilhéus artificiais onde as casas eram elevadas. Perpendicular a estes cursos, os zenúes cavaram canais
distribuídos em mais de uma centena de aldeias. de até quatro quilômetros de comprimento, com 10 metros de separação entre eles, onde a água das
enchentes fluíam até os pântanos mais baixos. A corrente de água ali era freada com canais curtos e
Alguns exemplos notáveis desses sistemas são os que existiram reticulados, de 30 a 70 metros de comprimento, para cobrir grandes áreas dedicadas à agricultura.
nas bacias de Tlaxcala, Puebla, Teotihuacan, Tenochtitlan, Toluca, Nestas extensões de até 2.000 hectares aptas para a agricultura, ao baixar o nível das águas, os canais
Mapa do norte da Colômbia
Cuitzeo, Patzcuaro e Chapala, no centro do que hoje é o México. mantinham uma reserva de umidade para o tempo seco. Os sedimentos ricos em nutrientes eram coletados mostrando as áreas onde a cultura
Hoje esses sistemas ainda existem na área de Xochimilco e nos leitos dos canais e transportados até ao topo dos campos elevados para fertilizá-los e prepará-los zenú foi desenvolvida. A zona verde
escura ao redor do Cano Rabón
Mixquic. para serem cultivados. Alguns setores eram dedicados a um único produto, enquanto outros sustentavam denota maior concentração de obras
várias espécies: coca, milho, batata doce, abóbora- menina, pimenta, abóbora, mandioca e muitas frutas. de irrigação e drenagem. Os canais
também foram construídos na parte
Uma organização social e política rigorosa permitiu que durante 1.300 anos sucessivas populações zenúes inferior dos rios Cauca e Sinú. (JA)
adequassem a paisagem e mantivessem limpos os canais para poder abrigar uma vasta população sem
deteriorar o meio ambiente (MDO). Embora o sistema de drenagem tenha colapsado após da conquista
espanhola, os padrões dos canais na paisagem ainda são detectáveis (ver abaixo).
Plantio de milho numa chinampa conservada até hoje. A árvore Vista atual dos canais artificiais construídos pela povoação dos indígenas Vista aérea de uma área inundada com restos dos canais zenúes.
que delimita e assenta a estrutura do chinampa é um salgueiro zenúes para o controle de enchentes, melhoria da qualidade do solo e Observa-se que a rede de canais irradia de um canal principal (imagem
(gênero Salix). Xochimilco, México. (J) provisão de reserva de água para os períodos secos. A fotografia aérea superior ao lado direito) para a parte de baixo da fotografia. A maioria
ilustra os terraços elevados (linhas amarelas) separados por canais dos canais possuem uma largura de 10 m. Os sedimentos ricos em
inundados (marrom). (MDO) nutrientes sustentam o cultivo da coca, do milho, da batata doce, da
abóbora, das pimentas, da mandioca e muitas frutas. (MDO)
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 125
Degradação natural
O que é a degradação? E um processo natural sobre os fatores e processos de formação
dos solos, desenvolvendo características que limitamos solos para
A degradação do solo é um fenômeno global que reflete uma redução Global Soils Degradation Data Base (GLASOD) define a degradação do
determinados usos. De tal modo, por exemplo, são reconhecidos,
da capacidade do mesmo para fornecer de uma maneira sustentável os solo como " ... um fenômeno induzido pelo ser humano, o qual reduz a
para a América Latina e o Caribe, sete fatores que limitam a
serviços ambientais, tanto diretos como indiretos. Está associado a um capacidade atual ou futura para sustentar a vida humana ... " [71] .
fertilidade do solo (FAO, 2000. Consultar a tabela nesta página).
sistema complexo de fenômenos extremos: o clima e as mudanças no
uso do solo.
Degradação antrópica e a sua influência na fertilidade
Os processos de degradação que levam à transformação dos
Degradação natural. Fatores limitantes na ordem decrescente de importância com a percentagem solos de forma acelerada são induzidos frequentemente pelas
de área afetada por cada fator [72, 73, 74]. atividades humanas. As causas são variadas, embora muitas
Toxicidade por alumínio vezes são o resultado de uma complexa interação de fatores
naturais, sociais e econômicos.
Apresenta-se nos solos em que o complexo de troca catiônica é dominado por alumínio, como nos Ferralsols e Acrisols
39% não húmicos, associado a um pH inferior a 5,0. A causa principal e a forte lixiviação de bases trocáveis, devido à A maioria das atividades humanas envolvem, em maior ou menor
elevada pluviosidade, como nos trópicos úmidos. Embora certas plantas sejam tolerantes ao alumínio trocável (p. ex., grau, um processo de degradação, embora o grau de severidade
seringueira, abacaxi, chá) para a maioria das culturas é uma grave limitação. dependa das características da paisagem (p.ex., tipo de solo,
Risco de erosão relevo, vegetação e clima), além dos fatores socioeconômicos,
como: densidade populacional, propriedade da terra, políticas
Este fator limitante origina-se ao se cultivar os solos nas encostas muito acentuadas (>30%) e moderadas (8-30%),
19% aumentando o risco quando também possuem texturas contrastantes nos diversos horizontes. Não obstante, as ambientais e uso e manejo do solo [71].
características físicas que dão lugar a um risco potencial elevado de erosão não são as únicas causas desta. Igualmente
importantes são condições sócio-econômicas que obrigam os agricultores a cultivar em terrenos inadequados. As atividades que mais contribuíram para a degradação dos
solos são a agricultura mecanizada, o sobrepastoreio e o
Alta fixação de fósforo
desenvolvimento urbano e industrial; todas elas iniciam-se com
A causa principal desta limitação é o alto teor de óxidos de ferro (Fe2O3) na fração argilosa, os quais fixam o fósforo pelo desmatamento.
15% de tal modo, que não se encontra disponível para as plantas; o fósforo é frequentemente associado com solos do tipo
Ferralsols, Acrisols, Nitisols e Andosol com altas percentagens de argila. É um fator limitante e difícil de remediar As consequências podem ser apreciadas em vários níveis. Em
devido a que os fertilizantes fosfatados aplicados são rapidamente fixados pelos óxidos de ferro. Por esse motivo, se âmbito local, a perda da qualidade e da quantidade de solo
recomenda a adição de fontes de fósforo que possam liberar lentamente o elemento para a solução do solo. numa parcela, que causa uma diminuição na produtividade e,
Hidromorfia consequentemente, a redução da renda familiar. Num âmbito
10% mais amplo, a partir da eutrofização e assoreamento (acumulação
Refere-se aos solos que permanecem encharcados durante a maior parte do ano. Geralmente, são solos localizados nas
partes baixas do relevo e pertencem aos grupos Gleysol, Stagnosol, Fluvisol e Histosol.
de sedimentos) dos corpos d’água, até a perda de biodiversidade
e o aumento na emissão de gases que provocam o aquecimento
Baixa capacidade de troca catiônica global.
São solos com baixa percentagem de matéria orgânica e argilas, onde predominam as argilas com baixa capacidade
Os processos de degradação do solo devem-se à:
5% de troca catiônica, como os Arenosols e os Ferralsols. A baixa reserva de nutrientes, acompanhada pelos baixos teores
de matéria orgânica e baixa capacidade de retenção de umidade, fazem que os insumos para o rendimento agrícola • Deterioração interna do solo, que resulta em uma numa
sejam muito altos e não sustentáveis, com exceção nos casos em que seja possível aumentar artificialmente o teor de
perda de qualidade, provocada pelas alterações químicas,
matéria orgânica do solo.
físicas ou biológicas, que resultam numa diminuição
Salinização/Sodificação da fertilidade ou da capacidade do solo para permitir o
5% Os solos salinos ou sódicos encontram-se naturalmente em posições baixas do relevo nas regiões áridas e semi-áridas. crescimento sustentável das plantas.
Apresentam uma acumulação de sais no perfil (Solonchaks) ou dominância de sódio no complexo de troca (Solonetz). • Deterioração externa (física) ou perda da quantidade de solo,
Solos rasos resultante da desagregação e do transporte do material do
solo.
São solos que contêm rochas ou um horizonte endurecido muito próximo à superfície, como nos Leptosols e Regosols,
11% apresentando profundidades efetivas menores que 30 cm de profundidade. São pedregosos, propensos à dessecação
e frequentemente são encontrados nas encostas íngremes. O aumento da pressão sobre a terra agrícola tem levado a
utilizá-los, principalmente nos trópicos.
126 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
O limite norte da localidade Nezahualcóyotl era um aterro sanitário de grande dimensão da Cidade do México, o
qual foi fechado após muitos anos de funcionamento, nivelado e coberto de areia. Sobre o solo "morto" existem
hoje 76 campos de futebol. A contaminação do solo gera frequentemente danos irreversíveis nos aquíferos e
canais de rios subterrâneos, o que provoca riscos graves de saúde para os vizinhos. (GW)
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 127
São processos que alteram algumas características físicas do A erosão é a degradação e o transporte de solo ou rocha na
solo, como a permeabilidade, a porosidade e a estrutura do superfície terrestre devido à ação do movimento da água ou
mesmo. do gelo, vento e as mudanças térmicas, entre outros. A erosão
implica no movimento, transporte de material, em contraste com
A compactação é um processo induzido por um estresse o intemperismo, o qual consiste na desintegração das rochas. A
mecânico causado, especialmente, pelo peso do maquinário erosão leva à formação do relevo dos vales, desfiladeiros, canyons,
utilizado na agricultura e pelo pisoteio do gado nas pastagens, cavernas e mesas.
a qual influencia negativamente a densidade do solo (ver
Glossário), reduz o espaço poroso e homogeiniza a estrutura do Sua magnitude, visto como um processo natural, depende
solo, destruindo a geometria e a ligação dos poros. Esta resulta das propriedades do solo, do tipo de vegetação e quantidade
numa redução do transporte de gases, água, e nutrientes, além de cobertura vegetal, tal como da topografia e das condições
de uma diminuição dos processos biológicos. Também aumenta a climáticas. Suas causas naturais permanecem relativamente
resistência à penetração de raízes e da macrofauna do solo [76]. constantes ao longo do tempo, mas a erosão pode ser acelerada
devido às atividades humanas, que incluem a conversão do uso do
Os efeitos negativos na fertilidade do solo incluem a tanto solo (de floresta para agricultura, pecuária ou urbano), as práticas
a redução, da capacidade de absorção de nutrientes como na agrícolas inadequadas, o sobrepastoreio e o desmatamento. A erosão também é uma consequência do desmatamento para fins
agropecuários, uma vez que o solo agrícola utilizado, é abandonado quando
eficiência de fertilizantes e pesticidas, o aumento da demanda de exaurido e novas áreas com vegetação natural são procuradas para reiniciar
lavoura e energia requerida e uma diminuição da infiltração de Muitas vezes o termo "erosão" se emprega como sinônimo de o plantio. A fotografia corresponde à Amazônia boliviana, especificamente
numa área onde se plantam as espécies tropicais e a coca (Erythroxylum
água, aumentando o escoamento superficial e o risco de erosão. processo de degradação de solos. No entanto, é necessário fazer a coca). Tomada em agosto de 2012, no Chapare. (RV)
distinção entre os mecanismos de degradação (p. ex., compactação,
O encrostamento superficial ou selagem refere-se à formação de salinização, contaminação) e a perda irreversível do recurso solo, Nos últimos 40 anos perdeu-se aproximadamente um terço
uma camada fina sobre a superfície do solo com uma porosidade como por exemplo, a selagem pelo asfalto ou a erosão, já que o da terra arável do mundo por causa da erosão, e a superfície
reduzida e uma alta resistência à penetração, impedindo a solo não é um recurso natural renovável numa escala humana. afetada continua aumentando a um ritmo de mais de 10 milhões
infiltração de água e a germinação de sementes. É causada de hectares por ano; 80% dos solos agrícolas do mundo sofrem
pela ação da água da chuva que dispersa o material fino que Uma classificação, em termos gerais, permite distinguir a entre erosão erosão moderada a severa e 10%, ligeira. As terras de cultivo
se acumula sobre a superfície e que ao secar, fica endurecido. hídrica, a eólica e produzida pelo preparo do solo. A preparação do são as mais suscetíveis à erosão, especialmente quando o solo
Muitas vezes afeta principalmente os solos férteis nas áreas solo é puramente antrópica, enquanto que, tanto a erosão hídrica é deixado em pousio repetidamente e sem cobertura vegetal
planas. como a eólica também ocorrem em condições naturais; no entanto, o que o proteja. O sobrepastoreio também pode causar taxas de
homem tende a acelerá-las até o ponto em que as perdas não podem erosão anuais que excedem 100 t/ha [77]. Estes números são
ser compensadas pela taxa natural de formação do solo. mais dramáticos nas terras de cultivo encontradas nas encostas.
Por exemplo na Jamaica se quantificou uma perda de solo de
400 t/ha anuais, onde 52% das terras agrícolas estão situadas
O combate à desertificação em encostas com mais de um 20% de declive.
A desertificação é a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas As maiores taxas de erosão do mundo são registradas na Ásia,
e subúmidas secas, resultante de diversos fatores, inclusive as variações na África e na ALC, com uma média anual de 30 a 40 t/ha; as
climáticas e as atividades humanas. taxas mais baixas excedem em muito a taxa média de formação
do solo (cerca de 1 t/ha por ano). A erosão é uma das principais
Faz muito tempo que a comunidade internacional reconheceu a
causas de degradação do solo na América Central e na parte
desertificação como um dos problemas mais graves em âmbito mundial,
ocidental da América do Sul (Andes).
abrangendo tanto os aspectos econômico como o social e ambiental. A
desertificação afeta uma grande quantidade de países em todo o mundo. Os rendimentos dos cultivos em alguns solos com erosão severa
Em junho de 1994, foi adotada em Paris, a Convenção das Nações Unidas são mais baixos do que em solos protegidos. A erosão causada
para o Combate à Desertificação (CNUCD, UNCCD segundo as siglas em pela água e o vento afeta de maneira adversa a qualidade e
inglês) com o objetivo de combater a desertificação e mitigar os efeitos a produtividade do solo. Uma vez que ao perder-se a camada
da seca, através de programas nacionais, incorporando estratégias a superficial do solo, a reduzida a taxa de infiltração, a capacidade
longo prazo apoiadas pela cooperação internacional e as alianças de de retenção de umidade, os nutrientes, a matéria orgânica, a
acordos entre países. biota do solo, assim como a profundidade efetiva, reduzindo de
Quando o solo é coberto com asfalto e concreto, devido à urbanização, causa
uma perda irreversível em quase todas as suas funções naturais. (AC) forma geral, a fertilidade do solo e a disponibilidade da água.
128 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Salinas no Vale Sagrado, Peru. Sistema complexo de terraços onde se acumula a água carregada de sal, proveniente de uma
nascente quente na parte superior do vale. O sal até hoje ainda é extraído. (MVR)
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 129
O índice de NDVI
Numa tentativa de monitorar as grandes flutuações na distribuição da
vegetação e entender como estas afetam o meio natural, os cientistas
usam sensores em satélites para medir e mapear a densidade da
vegetação na Terra. Através da medição da intensidade da luz no
espectro visível e infravermelho refletido pela superfície da terra para
0,5
130 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Honduras
México
Nicarágua
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 131
132 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos e as mudanças climáticas na ALC
Os solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 133
5km
Imagem de satélite da geleira Perito Moreno. Apesar de ser uma das poucas geleiras no mundo ainda em
expansão, os efeitos da mudança climática são evidentes: na imagem pode-se observar uma redução de
sua profundidade, especialmente nas margens. (NASA)
134 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os Solos e as mudanças climáticas na ALC
Os Solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 135
Energia
Indústria
Agricultura
Resíduos
136 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os Solos e as mudanças climáticas na ALC
Carbono orgânico
(0 - 30 cm)
(t/ha)
< 26
26 - 50
51 - 75
76 - 100
101 - 125
126 - 150
151 - 200
201- 250
251 - 300
> 300
O peso seco do carbono orgânico expressado em toneladas por hectare é o indicador mais ilustrativo da capacidade de acumulação deste elemento no solo. Este valor
depende da densidade do solo (em toneladas por metro cúbico), do teor de carbono orgânico medido (em percentagem do peso), da proporção de terra fina presente
(partículas de 2 mm ou menos, em percentagem do peso) e da profundidade (em metros). Este último valor é o que tem maior efeito na variabilidade do indicador.
No primeiro metro de profundidade dos solos da ALC, se armazenam aproximadamente 185 Gt de carbono orgânico. Esta quantidade equivale a quase o dobro das reservas
de carbono acumuladas na vegetação da Amazônia.
Os solos mais ricos em carbono orgânico da América Latina (CO superior a 250 ton/ha) estão localizados na região sedimentar do Carso Huasteco e na península de Yucatán
no México, no delta do Orinoco na Venezuela, nas florestas da Guatemala e da Costa Rica, na região de Cauca e Magdalena na Colômbia, em Iquitos, Napo e no Rio Negro, na
Amazônia oriental, nas savanas uruguaias e nos pampas úmidos, nas florestas de Valdivia, no Chile e nas estepes da Patagônia, na Argentina.
Em relação às regiões mais áridas (no México, Chile, Peru, Brasil e Argentina), é indispensável preservar o escasso carbono que ainda existe (CO abaixo de 25 ton/ha), devido
à grande fragilidade dos ecossistemas aí encontrados. (ISRIC /JRC [47])
Os Solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 137
Desmatamento
Exemplo de mudança no uso do solo, neste caso, de floresta para urbano, no Urbanização
Vale do México de 1940 (acima/IDP) a 2010. (abaixo/JSR)
Contaminação
O mapa pa ililust
s ra a distribuiçção dos principais fatores
Efeitos menores ou sem informação antropogênicos que afetam a emissão o ou a absorção dos
Desmatamento gases de efeito estufa (GEE) n nos solos da América Latina.
A informação disponível peloss diversoss países não dispõe
do mesmo nível de detalhes. (CCG) [87 7, 88, 89, 90]
A mudança no uso da terra de floresta para outros fins, é
responsável na América Latina, por 46% do carbono emitido para
a atmosfera. Estas emissões originam-se a partir da combustão
por incêndio, da decomposição da biomassa vegetal e da remoção
da manta ou serapilheira das florestas, assim como pelas perdas Práticas agropecuárias Geralmente os estados ou municípios menos participativos são
produzidas durante a mineralização do carbono e pela erosão. também aqueles com menos recursos disponíveis. No Peru, por
A aplicação intensiva de fertilizantes, a irrigação mal planejada exemplo, os municípios de Huancavelica e Ayacucho, com os
Portanto, no caso da ALC, manter o carbono orgânico armazenado e o preparo excessivo do solo, provocam a compactação dos maiores índices de pobreza humana, são os menos comprometidos
no solo, é uma forma efetiva de mitigar os efeitos das mudanças primeiros 30 cm do solo, onde os agregados acabam sendo e, paradoxalmente, neles as possibilidades de captura e sequestro
climáticas. Assim, quando uma floresta é derrubada, inicia-se destruídos, desaparece a maior parte dos macroporos e o de carbono são mais elevadas do que em outros municípios. O
de imediato, um processo de oxidação e degradação da matéria fator de dispersão aumenta. Além disso, se estes solos forem mesmo ocorre no México, onde estados como Guerrero e Oaxaca,
orgânica, seguido de uma deterioração da microestrutura do destinados para a monocultura, as reservas de carbono orgânico com maior biodiversidade e maiores taxas de erosão, apresentam
solo, aumentando assim o fator de dispersão e a densidade irão diminuir em poucos anos, até chegarem a menos da metade um menor número de projetos de conservação e políticas
do solo. O desmatamento diminui a capacidade do solo para do seu conteúdo original. orientadas para resolver estes problemas.
infiltrar a água que escorre na superfície durante as chuvas mais
Nem tudo é preocupante, já que também existem boas práticas Existem no entanto, exceções como na Bolívia, onde se encontra o
intensas, o que conduz a uma erosão mais intensa, por causa
agrícolas que ajudam a conter as emissões de CO2 para atmosfera. maior projeto de restauração integral do mundo, conhecido como
do desprendimento e transporte das partículas do solo. Isso
Por exemplo, no Brasil, o arroz geralmente se produz em grandes PAC-Noel Kempff, o qual abrange 634.000 hectares no altiplano
contribui para o assoreamento de muitos corpos d´água e rios,
extensões de áreas não inundadas e a cana-de-açúcar é cortada andino. Além disso, neste país, se protege o solo, compensando o
reduzindo sua capacidade natural e podendo levar a problemas
mecanicamente sem recorrer à queima tradicional, num terço da desmatamento mediante o cultivo de plantações perenes de cacau
de inundações ou deslizamentos da terra.
superfície que já foi colhida. Na Colômbia e Cuba incentiva-se a silvestre e castanhas. No Peru existem registros de reflorestamento
O Brasil perde mais de 2,5 milhões de hectares de floresta por produção e o uso de fertilizantes orgânicos. em mais de 50.000 ha, destacando a Cajamarca. O México por sua
ano, mais do que qualquer outro país no mundo. A mudança no vez, orienta os esforços não só para reflorestar, mas também para
Por outro lado, os solos que são convertidos em novas pastagens
uso do solo na Amazônia gera 52% das emissões de GEE para o restaurar os solos mais erodidos mediante obras como barragens,
são rapidamente compactados quando as taxas de lotação são
Brasil. Segue em magnitude de danos, o México, com cerca de um gabiões, terraços e pagamentos diretos por serviços ambientais.
elevadas e o pisoteio constante, como sucede no caso do Brasil,
milhão de hectares de florestas perdidas por ano, e após, o Peru,
onde apenas nos biomas Cerrado e Amazônia se concentram Por outro lado, a geração de resíduos causa por sí só, um impacto
com 400.000. Nos casos notáveis da Mata Atlântica da Argentina
mais de 240 milhões de cabeças de gado. negativo ao meio ambiente, no entanto, existem esforços
e do Brasil, 70% da floresta original já foi removida.
importantes para melhorar dos sistemas de tratamento de
resíduos sólidos depositados sobre o solo. Por exemplo, as dez
cidades mais densamente populadas da ALC, geram em conjunto,
cerca de 50 milhões de toneladas de lixo por dia, das quais uma
Conservação ambiental
parte é altamente contaminante e geralmente se deposita em
Os programas oficiais e iniciativas empresariais ou civis de contato direto com o solo.
restauração ambiental, são orientados em sua maioria, para
Se os solos que recebem esses materiais dispõem de uma alta
proteger ou ampliar as áreas de florestas e, em menor proporção,
capacidade de troca (argilas expansíveis do tipo montmorilonita ou
para proteger o solo. Em todo caso, a América Latina apresenta
vermiculita), a retenção destes resíduos será maior, caso contrário,
ainda, um grande desequilíbrio entre as ações positivas e
os resíduos tóxicos serão depositados nos aquíferos profundos ou
negativas em relação ao manejo do recurso solo. De acordo com
escoarão lateralmente até as correntes de água mais superficiais.
fontes oficiais, para cada 8 hectares desmatados, apenas um é
O pantanal de Mato Grosso, no centro-oeste do Brasil, é um
reflorestado. Os valores mais extremos são encontrados no Brasil
recipiente natural dos sedimentos domésticos e industriais do
e no México: para cada 40 hectares desmatados apenas1 ha
crescimento acelerado de sua população e, como se comentou
reflorestado. Nos países menores, ao contrário, mas com melhores
anteriormente, é a principal emissor de metano na ALC.
políticas de conservação, como é o caso de Cuba, Guatemala ou
Costa Rica, esta proporção é de até 3 hectares desmatados por As atividades de mineração podem também causar impactos no
cada hectare reflorestado. solo e nos fluxos de carbono. Torna-se cada vez mais importante
o investimento nas investigações para caracterizar os impactos
ambientais das grandes explorações de mineração, bem como as
novas tecnologias para a extração de metais que sejam respeitosas
do meio ambiente (como poderia ser o uso das bactérias oxidantes
A erosão do solo morro abaixo, após o uso de "corte e queima". para extrair certos minerais).
Região Huasteca, México. (CG)
138 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os Solos e as mudanças climáticas na ALC
40 40
50 50
60 60
70 70
80 80 Unidades: porcentagem
do peso seco do solo.
90 90
Arenosol Cambisol Umbrisol Chernozem
sódico endoléptico téfrico hipercálcico Teor de carbono orgânico em diferentes perfis
perfi
de solo, de acordo com dados de 2006. As cores
das linhas correspondem aos perfis ilustrados à
esquerda. (CCG)
Andosols
Alisols
Phaeozems
Plinthosols
Chernozems
Nitisols
Solonchaks
Cambisols
Gleysols
Podzols
Ferralsols
Kastanozems
Luvisols
Leptosols
Fluvisols
Lixisols
Acrisols
Regosols
Solonetz
Planosols
Arenosols
Calcisols
Gypsisols
Os Solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 139
Armazenamento de
Armazenamento de carbono nos solos e na biomassa de biomas diferentes carbono orgânico no solo
140 (0 - 30 cm)
(t/ha)
Densidade de carbono (kg/m2)
100 < 45
46 – 50
80
Biomassa
Solo 51 – 55
60 56 – 60
61– 65
40
66 – 70
20 > 70
0
Florestas
tropicais
Florestas
temperadas
Florestas
boreais
Campos
rupestres
Savanas
Campos
Tundra
Vegetação
Arbustiva
Desertos
Gelo
Lagos e rios
Zonas úmidas
Turfeira
Cultivos
140 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os Solos e as mudanças climáticas na ALC
climáticas provocam a degradação do solo: redução das geleiras, massiva que apresentam um elevado risco natural, pela magnitude Menos de 4. Com alto risco
erosão e compactação do solo, deslizamentos de terra, inundações de seus danos. No México, Guatemala, Peru e Bolívia, mais de mil 4 a 1000
e mineralização da matéria orgânica. vidas já foram perdidas nos últimos dez anos por esta causa. 1000 a 2000
2000 a 4000
Mais de 4000
Redução dos glaciares e do gelo continental Inundações e redução da linha da costa
Nos últimos cem anos, a área das geleiras tem diminuindo de As mudanças climáticas afetarão o volume de descarga, as
extensão em cerca de 2 milhões de km2 em escala mundial. características dos novos sedimentos nos rios e também o
desenvolvimento de uma cobertura vegetal protetora que Á
Áreas com maior
i risco
i d
de iintrusão
t ã ou d de cobrimento
bi t ttotal
t l
Desde o ano 2011, as geleiras se tornaram um dos ícones dos pela água do mar, projetado para o ano 2100. (CCG)
efeitos das mudanças climáticas. Quando a superfície de uma estabilize a paisagem. O aumento do nível do mar, irá modificar
geleira retrocede, ficam expostas as camadas mais ativas do solo, em grande parte, os atuais padrões de drenagem e as sequências
Isto representa não só um importante retrocesso na linha da
onde se encontra a maior parte da atividade biológica. Algumas típicas dos sedimentos.
costa com a consequente perda do território continental, mas
dessas camadas podem conter até 50 t/ha de carbono orgânico, também a inundação permanente ou a intrusão severa de água
Nos últimos cem anos, o nível médio do mar aumentou15 cm. O
correndo mais risco de serem liberados para a atmosfera e de do mar em 0,4% do território da América Latina e cerca de 6%
aumento estimado para o ano 2050 poderá variar entre 8 e 27
acelerar ainda mais o aquecimento global. O Chile é o país com do território cubano, mexicano ou venezuelano.
cm, de acordo com os diferentes modelos de predição climática,
a maior concentração de geleiras (glaciares) e gelo continental do
revelando altas probabilidades de chegar a 85 centímetros no
hemisfério sul. Das 1.835 geleiras existentes, 75% encontram-se
ano 2100.
no Chile, na região de Aisen e Magallanes. Existem evidências de
que de cada 100 geleiras existentes, pelo menos 5 estão crescendo
ou se encontram em equilíbrio. Outros países latino-americanos
com redução importante das geleiras ou glaciares, são a Bolívia
Desertificação e seca
(glaciares Chacaltaya, Charkini, Tuni e Codorni), Argentina (na A qualidade do solo está ligada à desertificação. Quando o solo recebe Na ALC encontram-se quatro dos dez países mais vulneráveis do
Patagônia e Cuyo), Peru e Equador. maior radiação solar direta, ele mantém temperaturas elevadas e reduz mundo às mudanças climáticas, porque apresentam quatro das cinco
por sua vez a umidade; os processos de mineralização ou erosão do características de vulnerabilidade reconhecidas pela Convenção Quadro
Erosão e deslizamentos de terra carbono disparam e os sais de carbonatos são substituídos por sais menos das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (CQNUMC): zonas
solúveis de sódio que, finalmente, irão diminuir a fertilidade do solo. costeiras baixas; zonas áridas e semiáridas, zonas expostas a inundações,
Refere-se à perda de solo pelo efeito da água ou do vento e que pode seca e desertificação; e ecossistemas montanhosos frágeis. Além disso,
ser acentuada pela intervenção do homem através do desmatamento, Alguns solos férteis de agricultura com irrigação como os Vertisols do
tem-se o crescimento populacional constante, o elevado índice de
práticas agrícolas inadequadas, sobrepastoreio ou a remoção direta México, sofrerão um impacto direto nos seus coeficientes de cultivo (Kc),
pobreza e seu território mantém ameaças crescentes por eventos de seca
do solo para construção. Menos camada superior do solo, para isto é, as plantas irão precisar de quase a mesma quantidade de água,
extrema relacionados com o ENOS (Efeito do El Niño, Oscilação Sul). Estes
menos alimentos, maior pobreza e mais emissões de carbono para mas em períodos de crescimento muito mais curtos, o qual aumenta
países são, em ordem de fragilidade decrescente: Haiti, Peru, Bolívia e
a atmosfera. A erosão mais ativa e severa ocorre geralmente nos os custos de produção e torna os cultivos mais suscetíveis a pragas e
Guatemala.
limites da fronteira agrícola, quer dizer, naquelas áreas onde se doenças.
mudou recentemente o uso do solo, e que de maneira geral, Outras áreas vulneráveis à desertificação no futuro, são: o norte da
A AGROASEMEX, a maior agência de seguros agrícolas do México, inclui as
encontra-se nas áreas denominadas de tampão, as Argentina, o vale do Chaco (Bolívia), Fortaleza e Campina Grande,
previsões da variabilidade climática na hora de definir as suas políticas
quais na prática, quando a fragilidade do no Brasil e, no México, o altiplano central, a zona mixteca e os solos
de seguro agrícola em culturas de sequeiro (principalmente sobre
solo é alta, convertem-se nas orgânicos ao norte de Yucatán. Inclusive vastas regiões das florestas da
Phaeozems e Vertisols). Seus custos de pagamento de seguro nestes
áreas com maior grau América do Sul serão afetadas pelas reduções importantes da quantidade
solos quando o clima é anormal, tornam-se altos e por isso, se impulso o
de erosão. e/ou frequência das precipitações.
conhecimento, para aproveitar a informação climática e dos solos.
Desertificação
Captura reduzida de
carbono nas reservas Redução da diversidade de
espécies dos organismos
de carbono acima e Produção primária reduzida
abaixo da terra do solo e das plantas
e ciclagem de nutrientes
Redução da
conservação do solo
Erosão do solo
Aumento de los
acontecimientos extremos
Aumento na frequência de (inundaciones, sequias, incendios...)
Principais impactos das eventos climáticos extremos Redução da diversidade
(inundações, secas, incêndios...) estrutural da cobertura vegetal
mudanças climáticas sobre o solo
Redução das reserva e de espécies microbianas
Desertificação de carbono e aumento na crosta terrestre
das emissões de CO2
Degradação física ou química
Diminuição das chuvas Perda de nutrientes e
umidade do solo
Redução de geleiras
Erosão
Mudança climática Perda da biodiversidade
Emissão de metano
Inundação
Aumento e reduções Alterações na
Uso amplo de técnicas na abundância diversidade e na Os solos se encontram no centro
preventivas de erosão de espécies estrutura da comunidade do intercâmbio entre as alterações
climáticas, a desertificação e a perda
da biodiversidade. Fonte: MEA A [5]
Em verde: Principais componentes da biodiversidade envolvidos nas inter-relações
I
Impactos
t fortalecidos
f t l id pelasl mudanças
d climáticas
li áti de
d fenômenos
f ô
Em preto: Principais serviços afetados pela perda da biodiversidade
erosivos ou de degradação do solo. (CCG) [93, 94, 95, 96, 97]
Os Solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 141
Atividades de capacitação e atualização de especialistas em Pedologia. É necessário conhecer o funcionamento Entrevista com o produtor para conhecer a história do uso e gestão do território
dos solos para saber como serão alteradas as suas funções em consequência das mudanças climáticas. (CCG) (México), informação essencial para conhecer o uso e manejo do solo. (CCG)
142 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os Solos e as mudanças climáticas na ALC
Os Solos e as mudanças climáticas na ALC | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 143
Biomas
Florestas tropicais e subtropicais úmidas
Manguezais
Água
Rochas e gelo
Esquerda: Vista da floresta tropical na bacia superior do rio Amazonas. (S) Direita: distribuição do
bioma floresta tropical e subtropical úmida latifoliada na ALC. (Fonte: JRC/WWF)
Iniciando-se desde a costa oriental do México e América Central, Antes do impacto do meteorito que levou provavelmente à Amazônia: um mosaico de solos na
surge uma paisagem que estende-se pelas ilhas do Caribe, extinção dos dinossauros, a estrutura e composição dessas
continua pela costa Pacífica colombiana, pela costa do Atlântico formações frondosas quente e úmidas eram muito diferentes maior floresta tropical do mundo
da Guiana e concentra-se na Mata Atlântica da costa brasileira. das de hoje, segundo a informação que se infere de análises
A bacia do rio Amazonas abrange uma área de cerca de 7 milhões
Esta paisagem se caracteriza por desenvolver-se num ambiente polínicas (de pólen). Hoje em dia, estas florestas são dominadas
de km2, cobrindo parte do Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Venezuela
quente e úmido, com grande biodiversidade e uma vegetação por angiospermas (plantas com flores), as quais surgiram durante
e Equador. O rio Amazonas tem o nome Marañón na sua cabeceira e
exuberante de folhas largas, distribuída em diferentes estratos o Cretáceo. No entanto, naquele período, as espécies dominantes
Solimões na parte brasileira, até seu encontro com um de seus afluentes
ou níveis. É conhecida como selva ou floresta tropical pluvial ou eram as gimnospermas e samambaias, com baixo potencial de
mais importantes, o Rio Negro. A partir deste ponto denomina-se rio
floresta úmida [102]. fotossíntese e não existiam estratos diferenciados nas florestas.
Amazonas até chegar ao mar no golfo Marajoara, depois de percorrer
Foi após a queda do meteorito quando as comunidades das
Estas florestas úmidas encontram-se dentro da zona climática mais de 6.000 km, recebendo a contribuição de mais de 200 afluentes.
plantas sofreram uma transformação. Durante o período
úmida tropical (precipitações anuais de mais de 1.500 mm No oceano deságua num fluxo que pode atingir 20% da descarga total
Cenozóico, as angiospermas e os mamíferos começaram a
e temperatura média anual superior a 18oC). Geralmente anual de água doce nos oceanos.
dominar o cenário. Paulatinamente foi se produzindo a transição
encontram-se associadas a solos muito intemperizados e de um planeta mais quente para um planeta frio. Acredita-se que Geologicamente, a bacia do rio Amazonas está limitada ao norte pelo
profundos. Segundo a classificação WRB trata-se principalmente a diversidade da floresta tenha sido afetada durante os últimos Escudo das Guianas e ao sul pelo Brasileiro. A maioria das rochas
de Ferralsols, Acrisols, Nitisols e Plinthosols. A distribuição de 60 milhões de anos, aumentando os períodos de aquecimento e são ígneas (vulcânicas) da era Pré-cambriana, cobertas por depósitos
cada grupo de solos depende de fatores como a geologia e o diminuindo os períodos de resfriamento. sedimentares mais recentes. A erosão nas áreas desses escudos levou
relevo; por exemplo, os Nitisols estão geralmente associados à formação de depositos sedimentares mais recentes e extensivos na
com a rocha basáltica, enquanto que os Plinthosols são formados Também não está esclarecido o papel desempenhado pelos parte central da bacia
nos terraços marinhos e aluviais ou no sopé das montanhas. Vale múltiplos estratos das florestas de angiospermas e sua relação
mencionar que apesar da exuberância de sua cobertura vegetal, com a dinâmica de nutrientes e carbono dos ecossistemas dos periodos Terciário e Quaternário. Devido à sua antiguedade, as
este tipo de floresta pode ser formado sobre solos rasos e pouco tropicais. O conhecimento dos processos de alteração da rochas destas eras geológicas diferentes foram submetidas a vários
desenvolvidos, por exemplo, nas áreas montanhosas e/ou com diversidade e estrutura das comunidades vegetais terrestres processos morfogenéticos e pedogenéticos, dando lugar a uma ampla
rocha calcária. ao longo do tempo geológico e sua relação com as mudanças variedade de solos em diferentes tipos de topografía e com cobertura
climáticas, é importante para entender a mudança climática vegetal diferente.
A origem das florestas tropicais úmidas, assim como o porquê moderna. O registro fóssil sugere que as plantas mais modernas Os solos variam desde texturas muito argilosas na parte central da
do grande número de espécies nela encontradas, é ainda um possuem uma ampla variabilidade genética para responder às bacia, a arenosos na parte baixa. A paisagem é predominantemente
objeto de debate. A hipótese mais aceita, é que as ditas florestas, mudanças de temperatura e CO2 no ambiente. composta por planícies, embora nas áreas da fronteira entre o Brasil
semelhantes às atuais, iniciaram sua formação há 65 milhões de
e a Venezuela e nas cabeceiras dos rios na Cordilheira dos Andes, o
anos, durante a transição entre os períodos Cretáceo e Cenozóico.
relevo varia de ondulado a montanhoso. A fisionomia vegetal de maior
expressão são as florestas tropicais úmidas localizadas tanto na terra
firme como nas terras sujeitas a inundações periódicas.
Na bacia predominam os solos pobres em nutrientes. No entanto,
podem-se encontrar solos férteis, os quais desenvolveram-se a partir
de rochas máficas (ricas em ferro e magnésio) na região andina e no
escudo Brasileiro. Os solos nos terraços do Pleistoceno e nas planícies
de inundação do Holoceno possuem uma fertilização anual, resultante
dos ricos sedimentos em suspensão que são aportados pelas águas dos
rios. Este ambiente constitui, provavelmente, a maior reserva de solos
eutróficos dos trópicos, com um total de mais de 20 milhões de hectares
de solo fértil.
Durante muito tempo, ocorre o debate sobre a viabilidade do bioma
de Amazonas e a sua capacidade agrícola para sustentar grandes
populações, que remontam à era pré-colombiana. Novas descobertas
arqueológicas evidenciam a existência de grandes populações que
viveram neste ambiente e o modificaram. Estudos apontam que na
América do Sul, não só prosperaram as grandes civilizações andinas
dos Incas, Paracas e Nazca, mas também as Marajoara Tapajônica,
Maracá e Xinguana, ao longo do rio. Estas civilizações perdidas foram
identificadas devido às permanencias de evidencias das suas cidades,
geoglifos, terraços agrícolas e canais de drenagem.
200k
20 0km
0k A Amazônia representa a ecorregião com maior biodiversidade de
plantas e animais do planeta e uma alta vulnerabilidade à exploração
Esquerda: A Imagem de satélite ilustra em detalhes o efeito do desmatamento na floresta Amazônica brasileira. dos seus recursos naturais.
As áreas de cor verde escuro indicam floresta intacta, enquanto que as áreas de cor marrom (solo nu) e verde
claro (cultivos, pastagens ou ocasionalmente florestas secundárias), a vegetação original foi eliminada. (NASA)
Direita: Horizonte típico de solos antrópicos sobre Ferralsols amarelos na Amazônia Central do Brasil (Embrapa).
As florestas tropicais secas crescem nas áreas onde existem uma Não obstante, estas florestas secas possuem uma alta capacidade
ou duas estações secas definidas ao ano, entre 0 e 1.000 m de recuperação pós perturbações, isto é, são muito resilientes. No
de altitude e com temperaturas médias anuais acima de 24oC. entanto, se as perturbações persistem e a floresta for altamente A Área de Conservação de Guanacaste
Distinguem-se das florestas úmidas por conter de 40 a 100% de degradada, a recuperação até seu estado inicial não é garantida. (Costa Rica)
espécies lenhosas deciduais, as quais perdem a sua folhagem
de maneira mais ou menos simultânea, durante a estação seca. As florestas secas sofrem incêndios florestais de grande
magnitude, devido ao acúmulo de matéria orgânica seca não A iniciativa de restauração ecológica mais importante realizada numa
Este tipo de floresta tem uma ampla distribuição no Neotrópico, floresta tropical seca é a da Área de Conservação de Guanacaste
estendendo-se desde o México ocidental até a Costa Rica, decomposta, embora existam evidências de que tais florestas
sejam menos suscetíveis a esses eventos, em virtude dos (ACG) na Costa Rica. Uma iniciativa liderada por Daniel H. Janzen, que
algumas ilhas do Caribe, o norte da Colômbia e a Venezuela, afirmou que as florestas tropicais secas se encontravam entre os mais
o sudoeste equatoriano e o noroeste do Peru, assim como no mecanismos de adaptação de suas espécies. Apesar da pouca
importância dada a essas florestas, elas representam uma fonte ameaçados de todas as florestas tropicais. Assim, desde 1985, iniciou-
nordeste do Brasil. se uma campanha para a aquisição de terras, para assim obter uma
importante de espécies vegetais úteis para o homem. É o caso
A origem das florestas tropicais remonta ao Pleistoceno, embora para várias espécies leguminosas forrageiras, ornamentais e área grande e deixar que a floresta se recuperasse através do processo
a sua condição atual de seca tenha se desenvolvido na metade frutíferas originárias desta formação vegetal. natural de sucessão ecológica. Dessa forma, se estabeleceu cerca de
do Holoceno. Durante este período (há 5.000-7.000 anos), o clima 70.000 ha de floresta, as quais tinham sido anteriormente convertidas
dominante era o da Zona de Convergência Intertropical, uma vez Os solos das florestas secas são diversos, devido aos seus em campos agrícolas e pastos. As principais atividades desenvolvidas
que o fenômeno do El Niño era ausente ou muito fraco. Alguns diferentes graus de desenvolvimento. Uma grande parte destas para apoiar este processo de restauração, foram a interrupção das
estudos sugerem que a fase climática mais seca do Holoceno florestas se encontram nas áreas montanhosas, onde a taxa de queimadas antropogênicas, a proibição da coleta de plantas e caça de
resultou da mudança da zona intertropical até a sua posição erosão impede o desenvolvimento de um perfil maduro. Embora animais e a capacitação de pessoas comprometidos com esta causa.
atual. possam desenvolver-se sob este tipo de vegetação solos como
A ACG representa um dos projetos de restauração florestal mais
os Luvisols, Alisols e Phaeozems, os solos mais abundantes das
importantes realizados nos trópicos e uma das poucas iniciativas em
As florestas tropicais secas são consideradas as mais vulneráveis florestas secas são os Cambisols, Leptosols e Regosols, que se
escala de paisagem. Também foi possível com este projeto, chamar
diante da persistente ameaça de desmatamento pelas formam nas encostas, onde a taxa de erosão é maior do que a de
a atenção sobre a importância da conservação das florestas tropicais
atividades antrópicas. Devido à fertilidade dos seus solos, têm formação do solo. Em certas áreas, como a península de Yucatán
secas e da viabilidade de sua execução.
desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento de (México), os solos são desenvolvidos a partir de rocha calcária
populações humanas e objeto de uma intensa transformação. (Leptosols e Phaeozems).
Existem estudos que demonstram que a floresta seca, devido
às condições de seca que sofre, possui menores taxas de
crescimento do que das florestas tropicais úmidas.
O bioma "escolhido"
Nos trópicos existe uma tendência de habitar os ambientes quentes e
secos, em detrimento dos úmidos. América Central, 79% da população
se localiza nessas zonas. Embora existam razões políticas, também
influenciam os fatores ecológicos. Por exemplo, em comparação com
a floresta tropical pluvial, as árvores das florestas secas são menores
e, portanto, mais simples de serem removidas para desenvolver a
agricultura. Estas florestas são também mais adequadas para produção
pecuária e muitas vezes mais férteis. O crescimento da vegetação é
mais lento e menos agressivo, e o mesmo sucede com a propagação de
doenças que afetam os seres humanos.
Ao serem relacionados com centros populacionais, o recurso das florestas
secas tem sido aproveitado durante milhares de anos. Por isso, é possível
que não exista uma floresta seca completamente "virgem ". Além disso,
uma demanda de madeira superior à produção das florestas secas,
provoca uma redução significativa deste recurso. Assim, devido à pressão
humana, muitas dessas regiões são mantidas como campos e savanas,
uma vez que eliminada a floresta, é muito difícil retome sua forma original.
Embora existam espécies de plantas adaptadas ao fogo, este torna-se
uma ameaça quando é reiteradamente provocado pelo homem.
Izquierda: Bosque de coníferas (Abies religiosa) en el Estado de México, México. (TA) Derecha:
Distribución del bioma bosque tropical y subtropical de coníferas en LAC. (WWF/JRC)
Esquerda: Floresta com Araucaria araucana, Parque Nacional Nahuelbuta, Chile (SZ) Direita:
Distribuição do bioma de florestas temperadas latifoliadas e mistas na ALC. (WWF/JRC)
As regiões que incluem essa vegetação são a Floresta Valdívia e a Podem distinguir-se três tipos de floresta, de acordo com a sua
Floresta Subpolar Magalhães (Magallánico), as quais encontram- composição florística: Região da Floresta de Laurissilva, Região Região da Floresta Sempre-Verde
se no sul do Chile e na fronteira sudoeste da Argentina, da Floresta Andina-Patagônica e Região da Floresta Sempre-
respectivamente [103]. Verde e Turfeiras.
e das Turfeiras
Estas florestas são desenvolvidas sob clima temperado ou por Os grupos de solos dominantes são os Leptosols, Cambisols, A Floresta Sempre-Verde caracteriza-se pela alta pluviosidade e
abaixo dos picos montanhosos, onde as variações sazonais Regosols, Luvisols e Phaeozems. temperaturas relativamente baixas, sendo estas características
são suaves. Nessas áreas a pluviosidade é geralmente muito em conjunto, uma limitação para o desenvolvimento da vegetação.
abundante (regime hiper-úmido). Esta floresta estende-se sobre as áreas montanhosas nas encostas
Região da Floresta Andina-Patagônica ocidentais das cordilheiras patagônicas. As formações florestais
A Floresta Andina-Patagônica estende-se sobre o território da Cordilheira alternam-se com comunidades de vegetação arbustiva e turfeiras. Esta
Região da Floresta Laurissilva dos Andes, desde os 37° de latitude sul até o extremo meridional do vegetação desenvolve-se sobre solos dos grupos Nitisol, Cambisol,
continente (latitude 55° sul), limitada pela estepe patagônica no leste. Leptosol, Andosol e Histosol.
A Floresta Laurissilva distingue-se pela presença de árvores perenifólias, Uma de suas características ecológicas mais importantes é que recebe Nesta região existe uma floresta sempre-verde, a qual desenvolve-
de folhas grandes, brilhantes e verde escuras, desenvolvidas sob clima geralmente, precipitação em forma de neve. Na região das cordilheiras se a partir dos 47°de latitude sul, ocupando principalmente terrenos
chuvoso durante o ano todo. Apresenta uma baixa oscilação térmica, da Araucanía (37° a 40° de latitude sul), esta floresta caracteriza-se pela montanos em direção ao sul e setores médios dos vales dos grandes
com valores constantes durante as estações. Algumas das suas predominância de Andosols, sendo uma zona de floresta alto-montana, rios ao norte. Nas áreas de encostas baixas e nos vales a floresta foi
espécies de árvores são consideradas relíquias, ou seja, organismos com invernos frios e nevados. Por outro lado, durante os meses estivais praticamente eliminada pela conversão do uso para a pecuária. A espécie
remanescentes que em outras épocas foram abundantes em áreas as condições ambientais são mais favoráveis. A vegetação da área é mais destacada é a coihue de Magallanes (Nothofagus betuloides).
extensas e agora estão distribuídos em pequenas áreas. Trata-se de uma tolerante e cresce em solos pouco desenvolvidos e também é capaz
floresta densa e escura, pobre em espécies herbáceas, sua extensão é Outras áreas de interesse nessa região são Turfeiras, o Matorral (ou
de crescer sobre mantos de lava ou nas fendas das rochas. A espécie
limitada e fragmentada, condições essas que são interpretadas como campos arbustivos) e a Estepe Pantanosa. Localizam-se a partir dos
arbórea dominante é a araucária (Araucaria araucana). Outro lugar
uma regressão de caráter biogeográfico. Localizam-se na zona norte 47°de latitude sul, ocupando as inúmeras ilhas dos arquipélagos que
de destaque desta região é a Cordilheira Patagônica, onde a floresta
e ao sul de Valdívia, entre 38° e 42° de latitude sul, onde os efeitos encontram no extremo sul do país (56° de latitude sul).
estende-se desde os 45° até mais de 52° de latitude sul, ou seja, na
de das glaciações e do vulcanismo do Quaternário foram menores do parte mais austral da Cordilheira dos Andes. Esta floresta é distribuída Nas turfeiras destacam-se os Histosols e a vegetação é de caráter
que nas áreas adjacentes. Os solos destas florestas são os Nitisols, ao longo da encosta oriental da cordilheira, sobre vertentes e grandes sub-antártico, com formações de plantas pulvinulares (com forma de
Alisols, Fluvisols, Cambisols, Andosols e Gleysols. Estão localizadas vales. Os grupos de solos de referência dominantes são os Andosols e almofada), cespitosas (formando grupos) e arbustos baixos.
preferencialmente nas terras baixas e nas vertentes de ambas as Leptosols. Sobre eles desenvolvem-se espécies como a faia (Nothofagus
cordilheiras. pumilio).
Floresta de lenga (Nothofagus pumilio) de altitude. Controle de pastoreio com cerca elétrica na Araucanía no sul do Chile, como uma medida para
Estancia Chacabuco, Parque Patagônia, Chile. (R) evitar o sobrepastoreio e preservar a cobertura do solo. (PNR)
Esquerda: Deserto do Atacama. (CH) Direita: Distribuição dos desertos e vegetação xeromórfica na ALC. (WWF/JRC)
Os desertos da ALC
Os desertos mexicanos Também comporta áreas serranas, zonas úmidas e outros tipos de nichos juntamente com um aumento da temperatura produziram uma brusca
climáticos mais amenos. Este bioma está sujeito a dois períodos secos diminuição no caudal dos cursos d’água.
Na vegetação dos desertos mexicanos, situados ao norte do Equador
anuais: um longo período de estiagem, seguido de chuvas intermitentes
e considerados tropicais, predominam as espécies suculentas, as quais Por causa desse fenômeno de aridez, as bacias endorréicas (aquelas sem
e outro de seca, seguido de chuvas torrenciais (que podem faltar durante
tem sua origem na flora neotropical mesoamericana. A continentalidade saída superficial das águas, seja para o mar, seja para outros rios) da
anos).También hay áreas serranas, terrenos pantanosos y otros tipos de
(afastamento da costa) é um dos fatores que mais influencia as variações área das planícies altoandinas começaram a secar, transformando as
nichos climáticos más amenos. Éste bioma está sujeto a dos periodos secos
extremas de temperatura. lagoas existentes em salinas, que atualmente são encontradas nessas
anuales: un largo periodo de estiaje, seguido de lluvias intermitentes, y
latitudes. Essa diminuição nas precipitações permitiu a preservação nas
No sul do México surgem comunidades de plantas desérticas. No Vale de otro de sequía, seguido de lluvias torrenciales (que pueden faltar durante
planícies costeiras no oeste dos contrafortes da Cordilheira da Costa, de
Tehuacán destacam-se os cactos conhecidos como tetechales (Opuntia años).
uma reserva valiosa de fósseis marinhos, ricos em cálcio. Por outro lado,
heliabravoana). Estas comunidades são uma extensão do deserto chihuahense
As duas estações acentuam os contrastes da Caatinga: numa época, o no deserto pode-se identificar uma grande área coberta por areias de
que ficou marginalizada por efeitos geológicos. No norte do país distinguem-se
bioma encontra-se exposto, cinzento e espinhoso; enquanto em outra, origem fluvial, que foram mobilizadas a partir de planícies marinhas pelo
dois grandes desertos: o chihuahense, o deserto mais seco e mais frio do país
torna-se mais verde e coberto com uma quantidade significativa de folhas efeito das mudanças na intensidade dos ventos.
e o Sonora, de clima tropical seco e geograficamente ligado com o deserto
pequenas. Cerca de 80% dos ecossistemas originais da Caatinga foram
de Mojave (de clima mais frio). A maior parte dos desertos mexicanos são Quatro sub-regiões são identificadas: deserto absoluto, deserto andino,
alterados, especialmente devido ao desmatamento e às queimadas.
dinâmicos e vastos, neles os solos são teoricamente "pouco desenvolvidos, deserto costeiro e deserto florido. O primeiro é a parte do deserto onde as
devido à baixa umidade", mas são na realidade, muito diversos. Mais da Atacama precipitações são insignificantes ou quase nulas. Aqui dominam os solos
metade dos 32 tipos de solos existentes no mundo de acordo com a WRB, dos grupos Solonchak, Leptosol, Arenosol, Calcisol e Regosol. A vida vegetal
O deserto de Atacama localiza-se ao sul do Peru e ao norte do Chile,
podem ser encontrados nos desertos mexicanos. Particularmente abundam os é praticamente ausente, no entanto, existem espécies que desenvolveram
estendendo-se dos 17° até 30° de latitude sul, limite meridional do
solos alcalinos ricos em carbonatos, rasos e de textura grossa. sistemas radiculares para absorver água do lençol freático, em grandes
bioma do deserto da Costa Pacífica da América do Sul. O regime de
profundidades. O deserto andino apresenta um nível de vegetação superior ao
A Caatinga umidade predominante corresponde a um deserto hiper-árido, com uma
do deserto absoluto e está localizado nas encostas ocidentais da Cordilheira
precipitação anual abaixo dos 100 mm e uma altíssima evapotranspiração,
O nome Caatinga é de origem indígena e significa "floresta clara e aberta". dos Andes, em altitudes de 1.800 a 3.500 m, apresentando solos dos grupos
que provoca um déficit hídrico de 1.200 mm. É considerado o deserto mais
Localizada no Brasil, cobre aproximadamente 11% de sua superfície. A Regosol, Leptosol e Fluvisol. A sub-região do deserto costeiro, estende-se
árido do mundo, já que existem áreas onde não se registram precipitações
Caatinga é o bioma principal da Região Nordeste. Se caracteriza por entre as encostas ocidentais da Cordilheira da Costa, principalmente sobre
durante décadas.
ser rico em habitats e em espécies (em grande parte, endêmicas deste solos dos grupos Arenosol, Solonchack e Calcisol. Finalmente, a sub-região
bioma). A seca, a luminosidade e o calor característicos das áreas tropicais As características climáticas que hoje caracterizam o deserto do Atacama, do deserto florido, localizada entre 27° e 30° de latitude sul, caracteriza-
dão como resultado, uma vegetação de savana tipo estepe, espinhosa e foram começaram a se definir no início do nosso período, o Holoceno se pela presença de uma grande diversidade de espécies que florescem de
decídua (ou seja, as folhas caem em determinada época do ano). (cerca de 11.600 anos), quando uma drástica redução das precipitações, setembro a novembro sobre solos dos grupos Arenosol e Calcisol.
Esquerda: Savanas neotropicais nos Llanos Orientales (Orinoquia, Colômbia). A Orinoquia é uma região geográfica da Colômbia, definida pela bacia do rio Orinoco, onde existe uma
intensa atividade pecuária. (DA) Direita: Distribuição do bioma de pradarias e savanas tropicais e subtropicais na ALC. (WWF/JRC)
As savanas são planícies localizadas em climas tropicais e Sua topografia é composta em geral de grandes planícies. Estas
subtropicais nas quais se desenvolvem uma cobertura de plantas podem ser desde altiplanícies planas ou suavemente onduladas, Biodiversidade do solo nas
herbáceas (gramíneas perenes), formando um estrato contínuo, bem drenadas, estáveis e antigas, como as do Brasil e dos savanas da Colômbia
juntamente com um dossel superior, descontínuo, de arbustos e/ Llanos Orientales da Colômbia e da Venezuela, até planícies mais
ou árvores. Encontram-se em zonas de transição entre florestas depressionais. Também existem savanas mais jovens, como as A macrofauna do solo das savanas colombianas apresenta uma grande
tropicais e semi-desertos. Apresentam características de floresta planícies ocidentais e centrais da Venezuela e as de Casanare e riqueza de táxons. Os cupins (ordem Isoptera) são o grupo mais abundante
e pradarias. Os grupos de solos dominantes nas pradarias, savanas Arauca na Colômbia. Suas altitudes variam entre 100 e 600 m. (47%), seguidos pelas minhocas (Oligochaeta, 31%). Também podemos
e matorrales tropicais e subtropicais são Ferralsols, Plinthosols, O clima predominante é o dos trópicos baixos, com temperaturas encontrar formigas e vespas (Hymenoptera), besouros (Coleoptera),
Lixisols, Acrisols e Arenosols, enquanto que nas áreas subtropicais elevadas e constantes e precipitações anuais de 600 e 2000 mm, aranhas (Arachnidia), centopéias (Myriapoda), vermes (Nematoda),
ocorrem os Phaeozems, Luvisols, Vertisols, Planosols e Solonetz. porém geralmente, com um ciclo de chuva de 5 a 7 meses e um moscas ou mosquitos (Diptera). A intensificação da agricultura e suas
longo período de seca. práticas associadas, como a remoção da vegetação nativa, mecanização
As savanas tropicais, também denominadas cerrados, no e o uso de pesticidas, causam alterações que levam a uma redução
Brasil, são grandes planícies onde predominam uma vegetação Os solos, geomorfologicamente relativamente estáveis, significativa da biodiversidade dessas comunidades de organismos do
herbácea, sobre as quais crescem várias espécies arbóreas, foram submetidos durante milhares de anos a períodos de solo, as quais costumam ser muito sensíveis às variações climáticas
com uma cobertura variável: algumas áreas podem encontra- sobressaturação ou lavagem durante a época de chuvas e a sazonais e às intervenções humanas. As mudanças nas comunidades de
se praticamente sem árvores, enquanto que outras apresentam secas intensas no resto do ano. Caracterizam-se por serem solos invertebrados podem levar a perturbações das funções do solo e, assim,
uma alta proporção de árvores, semelhantes a uma floresta muito lavados, ácidos, pobres em nutrientes e ricos em ferro e causar impactos na prestação de serviços do ecossistema.
rala ou pouco densa. As palmeiras, especialmente a Carandaí alumínio, como são os Acrisols, os Ferralsols e os Plinthosols.
(Copernicia alba) - são típicas das pradarias próximas aos rios Nesse ambiente predominam os gêneros de gramíneas como o
Paraná e Paraguai. Em âmbito mundial, é o bioma com maior Trachypogon e Axonopus, leguminosas do gênero Stylosantes e
extensão nos trópicos da África, Ásia, Austrália e América. Na árvores resistentes à seca e ao fogo como as do gênero Curatella
ALC, a área coberta por este tipo de paisagem é de cerca de e Byrsonima. Por outro lado, nas savanas mais jovens sujeitas a O Cerrado
4.000.000 km2, o que representa 19,3% da superfície da América variados graus de inundação, os solos (Stagnosols, Gleysols ou
Latina, distribuindo-se principalmente pela zona central e oriental Vertisols) são menos pobres em bases, mas estão submetidos a A savana tropical mais extensa da América do Sul conhecida como o
do Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia, Venezuela e Colômbia. processos de inundação. Aí predominam gramíneas dos gêneros Cerrado, está localizada na região central do Brasil e em parte da Bolívia
Paspalum e Leersia, enquanto que as árvores surgem apenas e do Paraguai. O Cerrado é a savana com a maior biodiversidade do
Do ponto de vista geológico e geomorfológico, localizam-se nas áreas melhor drenadas da paisagem. mundo. Encontra-se rodeada por outros biomas: a Amazônia ao norte,
principalmente sobre sedimentos aluviais do Pleistoceno, os
o Chaco e o Pantanal a oeste, a Caatinga a nordeste e a Mata Atlântica
quais tem sua origem na erosão dos Andes e dos escudos Pré-
para a leste e o sul. O relevo do Cerrado consta de rochas cristalinas ou
Cambrianos do Brasil e da Venezuela.
sedimentares e de uma rede de depressões periféricas com diferentes
tipos de floresta, distribuídas em forma de mosaico. O clima é tropical
com uma estação seca e outra chuvosa. Os solos do Cerrado podem ter
até 25 m ou mais de profundidade e são os mais antigos e os menos
férteis do mundo.
O Cerrado se caracteriza por uma enorme biodiversidade de plantas e
animais, embora esta riqueza esteja sendo ameaçada pela expansão
agressiva das monoculturas, de pastagens para a produção pecuária e
queima para produzir carvão vegetal. Cerca de 67% do Cerrado já foi
modificado com relação ao seu estado natural, e apenas 1% encontra-
se sob proteção. Nos últimos 50 anos, o Cerrado sofreu a maior
transformação de sua história, devido à construção da nova capital do
Brasil, Brasília. Uma rede de transportes foi construída, abrindo a região
a um grande processo de desenvolvimento, que juntamente com uma
revolução verde, tornando essa área na nova fronteira agrícola do país.
Os principais cultivos que se desenvolvem em grande escala são: as
plantações de soja, milho e arroz. Para o estabelecimento desses cultivos,
milhares de quilômetros quadrados do Cerrado foram eliminados sem
qualquer tipo de estudo ambiental prévio. As atividades agrícolas
continuam sendo uma ameaça para a biodiversidade do Cerrado. Em
vários estados existem conflitos de terra e novas ondas de colonização,
o que torna muito difícil a conservação do que ainda resta da flora e
fauna originais
Esquerda: Paisagem de savana em Monagas, Venezuela e o seu correspondente perfil de solo. (JC)
Esquerda: Parque Nacional Palo Verde, Costa Rica. (JZ) Direita: Distribuição do bioma pradarias e savanas inundadas na ALC. (WWF/JRC)
As zonas úmidas incluem um amplo espectro de ecossistemas na hidrocarbonetos nas áreas de exploração de petróleo. No caso
América Latina, muito variáveis espacial e temporalmente. Em das marismas e das zonas úmidas costeiras, deve-se levar em A convenção de RAMSAR
termos gerais, existe uma forte relação entre as características conta o risco de inundação previsto para os próximos 50 anos, RAMSAR é a Convenção sobre as Zonas Úmidas, assinada no Ramsar,
de drenagem superficial e subsuperficial e a heterogeneidade devido ao aumento médio do nível do mar em alguns lugares, Iran (1971). É um tratado intergovernamental que fornece o marco para
ambiental interna de cada unidade. Deste modo, cada zona devido às mudanças climáticas. a ação nacional e a cooperação internacional para a conservação e uso
úmida proporciona habitats, recursos e funções alternativas racional das zonas úmidas e de seus recursos.
para a região e para as diferentes espécies biológicas presentes,
incluindo o ser humano. Ao serem inundadas regularmente, o
solo torna-se saturado, desprovido de oxigênio, resultando num
ecossistema híbrido entre os puramente aquáticos e os terrestres
[105]. O Pantanal
As zonas úmidas classificam-se geralmente, em função da sua
O Pantanal é uma planície aluvial localizada a região são: o Cuiabá, o São Lourenço, o Itiquira, de até seis metros de altura (conhecidas como
morfologia e vegetação e, em menor grau, por sua hidrologia. A
oeste do Brasil, abrangendo também parte da o Corrientes, o Aquidauana e o Paraguai. Todos cordilheiras). Circundando a planície existem
Convenção sobre as Zonas Úmidas (RAMSAR, 1971 - ver quadro),
Bolívia e do Paraguai. Devido ao seu solo pouco eles formam parte da bacia hidrográfica do alguns terrenos mais elevados, como mesas,
classifica as zonas úmidas em diversos tipos, agrupados em
permeável, este ecossistema é caracterizado Rio de la Plata, que engloba grande parte do serras e maciços. O maciço mais conhecido é o
três categorias: marinhos e costeiros, continentais e artificiais. O
pela ocorrência anual de inundações por sudoeste brasileiro. Quando as chuvas cessam de Urucum, no Mato Grosso.
aporte de água pode ser de origem marinha, fluvial, pluvial ou do
períodos longos que provocam mudanças e os terrenos secam, permanece sobre a
lençol freático. As condições de alagamento ou inundação, ou ao Quase toda a fauna brasileira está
no ambiente, na vida silvestre e no dia a dia superfície uma mistura de areia, restos animais
menos a saturação de água do solo, podem acontecer de forma representada no Pantanal. Durante o período
das populações locais. O clima é tropical, com e vegetais, sementes e húmus, o que tornam o
permanente e/ou semi permanente. de inundação, algumas espécies de aves e
temperaturas elevadas durante todo o ano. A solo mais fértil.
região apresenta duas estações bem definidas: mamíferos deslocam-se para as áreas altas
As zonas úmidas são ecossistemas muito dinâmicos e expostos à Nos terrenos mais elevados e mais secos o
influência de fatores tanto naturais como humanos. Os solos das o verão chuvoso, de outubro a março, com mais próximas. Nesta vasta planície aluvial, a
solo é arenoso e ácido. Nestas áreas a água água é o elemento que regula a vida. É a maior
zonas úmidas atuam como sumidouros de carbono, mas também aproximadamente 32°C de temperatura
absorvida é retida no subsolo, nas camadas planície alagada do mundo: calcula-se que
de sulfatos, nitratos e substâncias tóxicas. Muitas espécies média e o inverno seco, de abril a setembro,
freáticas. Estes solos são menos férteis do que cerca de 180 milhões de litros de água diários
vegetais das zonas úmidas são capazes de agir como "biofiltros", quando a temperatura média é de 21°C. As
os anteriormente mencionados.
retendo substâncias tóxicas provenientes de pesticidas, de chuvas intensas são um fator determinante na entram na planície do Pantanal. A cobertura
atividades de mineração ou de resíduos industriais. Algumas paisagem da região. As inundações ocorrem na A planície é o tipo de relevo predominante vegetal originária das áreas que cercam o
espécies de plantas flutuantes como o aguapé (Eichhornia época das chuvas pelo aumento do volume dos no Pantanal. Uma vez inundado, no meio das Pantanal, foi substituída em grande parte, por
crassipes) são capazes de absorver e armazenar metais pesados, cursos d´água. Os rios mais importantes da águas podem observar-se elevações arenosas campos e pastagens.
como o ferro e o cobre, contidos nas águas residuais.
Esquerda: Evidencia de erosão eólica no pampa, na província de Tucumán, Argentina. (La) Direita: Distribuição do
bioma pradarias, savanas e campos temperados na ALC. (WWF/JRC)
Espinal
O Espinal rodeia pelo norte, oeste e pelo sul, as pradarias pampeanas. O
clima varia de subtropical úmido no norte a subúmido seco e semi-árido
no sul. Caracteriza-se pela presença de florestas baixas dominadas por
árvores do gênero Prosopis. Trata-se de um ambiente intensamente
alterado pela atividade antrópica de extração de lenha, produção
de carvão, agricultura e pecuária. Se distinguem três sub-regiões:
(i) Distrito Ñandubay, onde a espécie predominante é o "ñandubay"
(Prosopis affinis); (ii) Distrito do Algarrobo, onde as espécies dominantes
são a Prosopis alba e Prosopis nigra (algaroba branca e algarobo
negra, respectivamente), (iii) Distrito de Caldén, integrado por florestas
Esquerda: Gado no Pampa Argentino. (CG) Direita: perfil de um Phaeozem correspondente à paisagem da foto da esquerda.
xeromórficas caducifólias sobre relevos suavemente ondulados e serras Trata-se de um solo rico em matéria orgânica, o qual se desenvolveu sobre as cinzas dos vulcões andinos cobertos por
baixas com solos arenosos. loess. Embora após a conversão destas terras para o uso agrícola o teor de matéria orgânica tenha sido reduzido, a sua
presença pode ainda ser observada no horizonte superior (coloração marrom-escura). (CG)
Esquerda: Altiplano chileno. (RB) Direita: Distribuição do bioma pastagens, savanas e arbustos de montanha na ALC. (WWF/JRC)
Este bioma inclui as pradarias e vegetação arbustiva de altitude. A Puna é uma região de baixa pressão atmosférica, com menor
As pradarias de montanha muitas vezes surgem como "ilhas" difusão de oxigênio no ar e clima frio, com escassas precipitações
Solos crioturbados
biogeográficas, separadas de outras regiões montanhosas por e temperatura média anual que oscila entre 6° e -7°C, de acordo
regiões mais temperadas e menos elevadas, e costumam abrigar com a região. Todos estes fatores geográficos juntamente com São característicos desta zona, os solos crioturbados, aqueles submetidos
muitas plantas endêmicas, as quais evoluíram em resposta ao o relevo, tem originado vários endemismos na região, na qual a uma sequência de gelo e degelo. Este fenômeno ocorre diariamente na
clima de montanha, frio e ensolarado. A área mais representativa também se desenvolveram várias culturas pré-colombianas. parte alta dos Andes tropicais e provoca o deslocamento das partículas,
na América Latina, é a região de Puna. modificando sua distribuição nas camadas do solo. Esta condição,
O clima de Puna é geralmente de montanha, frio e seco, embora
somada a baixas temperaturas, radiação solar intensa e outros fatores
A região de Puna é uma região formada por uma meseta de alta de acordo com a sua posição geográfica e altura pode-se
edáficos e climáticos, fazem que a vegetação que coloniza esses solos
montanha, própria da Cordilheira dos Andes. Se distribui pelas observar variações distintas. A puna apresenta uma alta sequidão
seja difere da encontrada nos habitats circundantes, principalmente em
partes mais altas dos Andes centrais e a sua parte central, é atmosférica, é quente durante o dia e muito fria durante a noite.
relação à sua diversidade, estrutura, fisiologia e ecologia.
mais extensa e conformada pela meseta do Altiplano. Este Só ocorrem precipitações estivais de chuvas, granizo e neve, de
conjunto orográfico encontra-se entre as latitudes 8°S e 30°S, dezembro a abril, principalmente em janeiro e fevereiro (também O aquecimento global está atualmente afetando a camada congelada
aproximadamente, cobrindo territórios do centro e do sul do Peru, chamado de inverno andino), que determinam um clima úmido do solo (permafrost), o que repercute na distribuição do carbono do
nordeste do Chile, Bolívia ocidental e noroeste da Argentina. nessa época. Nas áreas mais baixas, o clima é temperado solo e nas suas propriedades físicas e químicas. Estes processos estão
enquanto que nas zonas mais elevadas o clima é polar. muito relacionados com as populações vegetais que habitam nestes
Os parâmetros altitudinais variam de acordo com cada país e com ambientes, assim, espera-se mudanças em sua composição, adaptações
a latitude; No Peru, se considerada como Puna, a partir dos 3.800 A vegetação dominante é a estepe arbustiva, representada e estratégias biogeográficas.
ou 4.000 m de altitude (onde se iniciam as altiplanícies), e sua por espécies cujos indivíduos se apresentam como arbustos
vegetação característica é a pradaria de alta montanha. No Chile, dispersos. Os microclimas edáficos locais determinam a As recentes mudanças climáticas poderiam ocasionar a perda do ciclo
considera-se como Puna, a partir dos 4.000 m, apresentando existência de pequenos setores com fisionomias diferentes. Na de gelo-degelo, o que afetaria a ciclagem de nutrientes. Alguns estudos
uma flora de gramíneas ao norte e uma paisagem desértica em zona setentrional e oriental, onde a precipitação anual supera os revelam que esse tipo de mudança no ciclo de nutrientes favorece
direção ao sul (Puna de Atacama). 400 mm, predomina a estepe de tolas (Parastrephia lepidophylla), a presença de algumas espécies, trazendo consequências sobre a
arbustos baixos da família das margaridas. Em direção ao sul e estrutura das comunidades nestas áreas.
Na Bolívia, considera-se que o Altiplano ou Puna, inicia-se a oeste, a estepe altoandina apresenta uma dominância de chijua, É por isso que as dinâmicas dessas comunidades podem ser usadas
partir de uma altitude de 3.660 m, limite definido pelo ponto tolilla, anágua, rica-rica e suriyanta, entre outras espécies. São como indicador potencial das mudanças ambientais, constituindo um
mais baixo do altiplano que corresponde ao Salar de Uyuni. Na típicos os arbustos "queñoa" que crescem nas encostas e ravinas fator a considerar nos futuros estudos das áreas altoandinas.
Argentina, Puna é uma continuação das altiplanícies, que vai se entre os 3.800-4.300 m de altitude.
fraturando em cordões de montanhas e depressões e diminuindo
sua altitude a 3.700 m na Puna de Jujuy e 3.200 m ao sul, na Os solos nesta zona são pouco desenvolvidos (Regosols e
Puna de Catamarca. Arenosols). Existem muitos solos rasos (Leptosols). Próximo da
costa surgem os Durisols. As áreas desérticas possuem solos
ricos em sais solúveis (Solonchaks).
Agricultor trabalhando a terra na Puna boliviana. (RV) Lhamas no altiplano boliviano. (RV)
Esquerda: Vista da floresta do Parque San Carlos de Apoquindo perto de Santiago do Chile. (BR) Direita: Distribuição
do bioma Floresta e vegetação arbustiva (matorrales) mediterrâneos na ALC. (WWF/JRC)
O Parque Nacional La Campana é uma das áreas naturais mais representativas Río Mapocho, Santiago do Chile. (CH)
da Região Central do Chile. Caracteriza-se por ter uma das últimas florestas
de palma-chilena. (BR)
Esquerda: Manguezal na Ciénaga de Ocumare, Venezuela. (D) Direita: Distribuição do bioma Manguezais na ALC. (WWF/JRC)
O termo mangle é originário do guaraní e significa "árvore De acordo com a WRB, a característica mais importante dos
retorcida". No continente americano, os manguezais são manguezais é o seu caráter tidálico (td): que se inunda durante a Serviços ambientais
distribuídos a partir da Baja Califórnia (Baixa Califórnia) e maré-alta, mas não é coberto por água na maré baixa a média.
Flórida no norte, até o Peru e o Brasil, no sul. Os manguezais Para a realização de mensurações do solo, é necessário drená-lo Os manguezais fornecem uma grande variedade de serviços ambientais,
são um bioma com árvores muito tolerantes ao sal, que ocupam e durante esse processo, suas características sulfato-sódicas são como por exemplo:
zonas influenciadas pelas marés e encontram-se próximos das drasticamente modificadas. • Atuam como um refúgio e fonte de alimentação para um grande número
desembocaduras de água doce nas latitudes tropicais da Terra. de organismos aquáticos, muitos deles de importância para a pesca.
Estima-se que, nas últimas duas décadas tenha se perdido cerca
É possível encontrar grandes extensões de manguezais de 35% dos manguezais do mundo. Os mangues são uma fonte • Possuem uma alta produtividade.
compostas por uma única espécie ou mistos. A maioria são de produtos madeireiros, especialmente para as populações • Os taninos produzidos nas suas cascas são empregados em cortumes
mistas e existe uma sucessão entre as três espécies de mangues locais. No entanto, a exploração para vários usos (urbanos, e tinturaria.
mais abundantes. O mais exposto à água é o mangue vermelho turístico, agrícolas ou cultivos de camarão), são as principais • São fontes de madeiras pesadas, de grande comprimento, de fibra
(Rhizophora mangle), que cresce nas margens dos manguezais, causas prejudiciais de mudança nesse bioma. larga e resistentes à umidade.
seguido do mangue branco (Laguncularia racemosa) e do
mangue-preto (Avicennia germinans), que ocupa as planícies A recuperação de um manguezal degradado é muito difícil ou • Proporcionam uma proteção natural contra catástrofes naturais.
lodosas inundáveis. Este zoneamento natural, é uma estratégia quase impossível e vai depender do seu grau de degradação, • Fornecem proteção nas costas contra a erosão eólica e da
de reprodução, à sua capacidade de resposta à salinidade e já que requer a restauração de condições físico-químicas muito arrebentação das ondas.
inundação, ou então, à concorrência. particulares, por estarem interligados com outras espécies de
plantas nas zonas de inundação. São requeridos cerca de 50 • Funcionam como um filtro biológico.
Os grupos de solos dominantes neste bioma são os Fluvisols, anos para que um manguezal atinja sua maturidade estrutural, • Formam solos.
seguidos dos Histosols, Leptosols e Gleysols. Nas zonas e sobre a restauração biogeoquímica, não se tem conhecimento
• Abastecem de água e regulam a sua disponibilidade.
inundáveis encontram-se os Solonchaks, Fluvisols e os Histosols suficiente para garantir o sucesso de um reflorestamento de
com características salinas. mangue. • Fornecem serviços recreativos e culturais.
198
198
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86
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km
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m
Manguezal de Tamasopo, Veracruz, México. (CCG) Expansão industrial da criação de camarão em Honduras, durante
o período de 1987 a 1999. (NASA)
Argentina
Área: 2.780.400 km2
População: 40.764.561 habitantes
Belize
Área: 22.965 km2
População: 317.928 habitantes
156 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos da ALC: uma perspectiva nacional
Brasil
Área: 8.502.728 km2
População: 192.379.287 habitantes
Os solos da ALC: uma perspectiva nacional | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 157
Colômbia
Área: 1.141.748 km2
População: 46.581.823 habitantes
158 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos da ALC: uma perspectiva nacional
Cuba
Área: 109.884 km2
População: 11.247.925 habitantes
Os solos da ALC: uma perspectiva nacional | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 159
El Salvador
Área: 21.041 km2
População: 6.216.143 habitantes
Dentre o grupo de solos com um nível mais elevado de desenvolvimento, Uma ordenação territorial adequada que desse prioridade à utilização de
podemos encontrar os Luvisols, coloridos pela presença de minerais de levantamentos de solos em diferentes escalas de intervenção, permitiria
ferro de diferentes tipos e graus de oxidação, ao longo das encostas médias melhorar os rendimentos produtivos da agricultura e, ao mesmo tempo,
a íngremes, com textura superficial franco-argilosa e subsolo argiloso. otimizar o uso do recurso solo. Neste contexto, considera-se necessário
São muito pedregosos e sua origem é a lava ou lodo vulcânicos. Também concentrar esforços para enfrentar os graves problemas de deterioração
podemos encontrar Acrisols e Nitisols, semelhantes aos anteriores dos recursos naturais, a baixa rentabilidade agrícola e a pobreza rural.
embora mais profundos, antigos, mais ácidos e consequentemente mais
pobres em nutrientes. Estes últimos estão distribuídos nos enclaves da
região norte e das terras mais altas, nas montanhas. Embora possam ser
aptos para cultivar pequenas áreas com flores, hortaliças e frutas, o seu
uso mais adequado é o florestal.
160 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos da ALC: uma perspectiva nacional
Haiti
Área: 27.700 km2
População: 10.123.787 habitantes
Os solos da ALC: uma perspectiva nacional | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 161
O desmatamento vinculado à mineração, agricultura e As principais limitações dos solos da região são a pouca profundidade e
o declive acentuado de suas encostas.
turismo
A Jamaica tem um triste recorde de taxa de desmatamento devido
principalmente ao rápido crescimento da indústria turística e da expansão
da agricultura, principalmente das plantações de café. As práticas
agrícolas inadequadas sobre as terras onde antes cresciam as florestas,
desencadeiam processos erosivos que enchem de sedimentos as reservas
de água e produzem inundações. A sinergia destes acontecimentos leva
à degradação dos recifes de coral que rodeiam a ilha. A exploração das
minas de bauxita é a principal causa do desmatamento na Jamaica.
Esta atividade destrói grandes áreas de floresta porque a extração de
bauxita nas minas acontece a céu aberto, o que exige a remoção total da
vegetação e do horizonte superficial do solo. Bahia de Parlatuvier, Trinidade e Tobago. (Ch)
162 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos da ALC: uma perspectiva nacional
Nicarágua
Área: 130.373 km2
População: 6.071.045 habitantes
Os solos da ALC: uma perspectiva nacional | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 163
Paraguai
Área: 406.752 km2
População: 6.568.290 habitantes
164 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos da ALC: uma perspectiva nacional
Porto Rico
Área: 9.104 km2
População: 3.706.690 habitantes
Os solos da ALC: uma perspectiva nacional | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 165
Suriname Guiana
2
Área: 163.820 km Área: 214.970 km2
População: 529.419 habitantes População: 784.894 habitantes
166 Atlas de solos da América Latina e do Caribe | Os solos da ALC: uma perspectiva nacional
Venezuela
Área: 916.445 km2
População: 27.150.095 habitantes
Os solos da ALC: uma perspectiva nacional | Atlas de solos da América Latina e do Caribe 167
Paisagem da Cordilheira Andina no Chile. As erosões naturais destas rochas vulcânicas liberam um material de
origem rico em nutrientes, que ao ser transportado para elevações mais baixas, dá lugar a solos férteis. (MF)
O solo pode ser definido como a camada superficial da crosta Mais do 95% dos alimentos consumidos na ALC provêm, É necessário que as autoridades responsáveis pela formulação de
terrestre. É um corpo natural composto por partículas de rochas diretamente ou indiretamente, da terra, assim como a lenha políticas ambientais e os usuários da terra estejam conscientes
alteradas (os minerais), matéria orgânica, água e ar. Geralmente, utilizada para cozinhar ou aquecer-se. Apesar dos avanços de que a produção agrícola dependa da produtividade dos solos
um solo é composto por cerca de 45 % de minerais, 25% de água, tecnológicos, o solo será sempre necessário para o cultivo de e para mantê-la, deve-se usar de maneira adequada os recursos
25% de ar e 5% de matéria orgânica, embora tais proporções alimentos e produção de forragem, combustíveis e fibras têxteis, naturais. A terra não é um recurso infinito.
possam variar. entre outras funções.
Nos últimos anos, o uso do mesmo espaço para diferentes
Este meio cumpre funções muito diversas: constitui uma reserva Na ALC, a globalização manifesta-se através de dois processos usos (por exemplo, infra-estrutura, florestal e agricultura) tem
genética, serve como plataforma para as atividades humanas e opostos; a crescente demanda global de produção de alimentos sobrecarregado a capacidade de recuperação dos processos
forma parte da paisagem e do patrimônio cultural. Além disso, do e produtos da pecuária (tanto para o consumo interno como naturais, causando a degradação severa do solo e diminuição
solo também são extraídas matérias-primas. Um solo saudável e para a exportação) acelera o desmatamento em favor de áreas na sua produtividade. Portanto, as estratégias de intensificação
fértil constitui a pedra angular da segurança alimentar. Portanto, de agricultura intensiva, enquanto que o abandono de terras da produção agrícola devem buscar atingir altos rendimentos
dada a sua importância sócio-econômica e ambiental, o solo agrícolas marginais, promove a recuperação dos ecossistemas por unidade de superfície, e, simultaneamente, melhorar a
deve ser protegido. em algumas áreas de solos pobres. A mudança no uso do solo saúde do solo e conservar os recursos hídricos e a vitalidade do
e a perda da cobertura vegetal associadas a muitos desses meio ambiente. Isto pode ser alcançado quando os usuários são
Os processos de formação do solo são geralmente lentos e processos, afeta a troca de energia entre a superfície terrestre informados sobre as possibilidades e necessidades de gestão de
requerem longos períodos de tempo: a taxa aproximada de e a atmosfera, o que produz efeitos microclimáticos e sobre a uma área determinada de terra identificada para um propósito
formação do solo em pradarias de climas temperados é de capacidade de retenção de carbono. Além disso, provoca a perda específico.
apenas 1-2 cm a cada 100 anos. de biodiversidade em diferentes escalas, a degradação do solo,
a deterioração e/ou a perda dos serviços ambientais, a perda de A prevenção da degradação do solo é também limitada pela
A quantidade de solo que se perde devido aos processos de escassez de dados (ver página seguinte). Os países latino-
resiliência e um aumento da vulnerabilidade dos assentamentos
degradação, tais como a erosão ou a contaminação, pode ser americanos devem considerar o desenvolvimento de um enfoque
humanos perante as perturbações naturais e os eventos
recuperada de forma natural, embora seja preciso para tanto, de base de dados harmonizada, suscetível de ser utilizada tanto
climáticos extremos.
centenas ou até mesmo milhares de anos. Portanto, o solo deve para o monitoramento dos solos como para a criação e/ou
ser considerado um recurso natural não renovável porque, do O uso e o manejo insustentável da terra levam ao aumento aplicação de programas de coleta de novos dados de solos.
ponto de vista da esperança de vida humana, quando este se da degradação do solo e às vezes, à perda de um recurso
perde não se recupera mais. fundamental para a vida no continente latinoamericano. Neste Também é necessário apoiar o desenvolvimento de projetos de
contexto, deve-se prestar atenção aos processos como a perda pesquisa dedicados em particular, a aprofundar o conhecimento
Além disso, é possível que as mudanças climáticas favoreçam dos benefícios econômicos, sociais e ambientais das funções
de nutrientes, a contaminação, a erosão, os deslizamentos de
alguns processos de degradação como a desertificação, com exercidas pelo solo, assim como o impacto de médio a longo
terra, a salinização, a perda de biodiversidade e a compactação e
drásticas consequências para as funções do solo: estiagens mais prazo nos processos de degradação do solo.
selagem do solo devido à urbanização e ao desenvolvimento de
frequentes e intensas farão com que os mecanismos de retenção
infra-estruturas.
de água dos solos colapsem, levando à erosão e às vezes, à Finalmente, é importante desenvolver iniciativas para sensibilizar
desertificação. A degradação dos recursos da terra tem um impacto negativo a sociedade como um todo do valor e da importância do solo e
sobre os meios de vida rural e urbana. É o caso dos solos para protegê-lo, neste caso, a educação desempenha um papel
Muitos dos solos da América Latina e do Caribe (ALC) são frágeis fundamental.
exauridos ou inférteis. Esta condição, juntamente com o aumento
e/ou pobres em nutrientes.
da aridez, provoca a desertificação e, conforme demonstrado por
estudos, tem causado um aumento do nível de pobreza nas áreas
rurais. Isto resulta na migração da população para as cidades.
A agricultura urbana (foto de um exemplo em Cuba) é uma atividade sustentável, uma vez Cultivo de batata no Equador. O manejo sustentável dos solos é
que promove a conservação de energia através da produção local de alimentos, ao mesmo fundamental para a segurança alimentar. (JEM)
tempo que contribui para a soberania alimentar. (OMU)
Glossário
As páginas seguintes contém alguns termos técnicos utilizados Camada arável: zona superior do solo destinada ao cultivo. Geralmente Cultivo zero\ Plantio Direto: consiste em semear os cultivos
neste Atlas. Os leitores que desejarem informações adicionais, oscila entre os 10 e 50 cm de espessura. diretamente no solo, sem remover os resíduos de cultura do cultivo
podem consultar vários outros glossários disponíveis na internet. anterior. É utilizado como técnica de conservação de solos e na agricultura
Capacidade de Campo (CC): é o conteúdo de água ou de umidade que o
Por exemplo: sustentável.
solo é capaz de reter após ter sido saturado ou encharcado e após deixá-
Definições técnicas de termos de solos da ASSS: lo drenar livremente (sem considerar as perdas por evapotranspiração) Deslizamento de terra: o deslocamento de massas do solo causado
até que o seu potencial hídrico se estabilize (ao redor de 24 a 48 horas pelo excesso de água no terreno e pelo efeito da força da gravidade.
https://www.soils.org/publications/soils-glossary
após a chuva ou irrigação). Desmatamento: a remoção de árvores em uma área arborizada.
Termos de solos dirigidos para crianças e o público em geral:
Capacidade de Retenção de Água Disponível (CRAD ou Água Útil Densidade do solo: peso seco de uma unidade de volume de solo,
http://www.soil-net.com - AU): difere para cada tipo de solo de acordo com a sua textura. A geralmente expresso em unidades do Sistema Internacional (kg/m3).
CRAD (AU) define um valor de conteúdo de água no solo situado entre a
Depósitos coluvionares: acumulações de materiais de tamanhos
Definições Capacidade de Campo (limite superior) e o Ponto de Murcha Permanente
(limite inferior). diversos, más de litologia homogênea, englobados em uma matriz
Ácido: substância com valor de pH<7 que reage com uma base. As arenosa. Distribui-se irregularmente nas vertentes do território
substâncias com propriedades de um ácido denominam-se substancias Capacidade de troca catiônica (CTC): a capacidade do em solo em montanhoso. e é formado pela alteração e desintegração in situ das
ácidas. manter os nutrientes disponíveis para as plantas. rochas localizadas nas encostas superiores adjacentes, com a ação da
Adsorção: processo no qual os átomos, moléculas ou íons são retidos Capacidade tampão: capacidade do solo em reduzir níveis elevados de gravidade.
na superfície de substâncias sólidas por meio de ligações químicas ou alcalinidade ou acidez (por exemplo, os solos calcários são capazes de Deslizamentos: movimento lento de uma massa de solo e de
físicas. neutralizar os ácidos). fragmentos de rochas em uma vertente com mais de 15 ° de inclinação,
Aeróbico: ver anaeróbico Carbonatos: sais de ácido carbônico. Os sais têm em comum o ânion sobre a qual tende a deslizar. Os deslizamentos são favorecidos pela
CO32- e são derivados do ácido carbônico (H2CO3). O carbonato mais infiltração da água e contato do solo e dos fragmentos de rochas com
Agregados: partículas individuais do solo (areia, silte e argila) unidas
abundante é o carbonato de cálcio (CaCO3). as rochas abaixo, inclinadas em direção ao declive da vertente.
pela água, filmes orgânicos ou atividade biológica. Classificam-se em
função do seu tamanho, forma (por exemplo, granular) e grau (por Carbono: elemento não metálico de símbolo C e número atômico 6. O Dióxido de carbono: composto químico natural formado por dois átomos
exemplo, forte). carbono orgânico do solo (COS) relaciona-se com a sustentabilidade dos de oxigênio ligados a um átomo de carbono (CO2). Em condições normais,
encontra-se em estado gasoso. Durante o processo da fotossíntese, as
Agricultura: é o conjunto de técnicas e conhecimentos para cultivar a sistemas agrícolas, afetando as propriedades do solo relacionadas com
plantas absorvem o dióxido de carbono para produzir energia na forma
terra e produzir espécies vegetais para a alimentação, para a produção o rendimento sustentável dos cultivos a longo prazo. O COS influencia na
de carboidratos. O dióxido de carbono também é produzido através da
de fibras e/ou combustíveis. quantidade e disponibilidade dos nutrientes do solo.
combustão de hidrocarbonetos (por exemplo, petróleo), da fermentação
Agricultura conservacionista: sistema de agricultura que busca Cátion: partícula com carga positiva. de líquidos e por meio da respiração dos mamíferos. É reconhecido como
minimizar a perda do solo e água e incrementar o nível da matéria Ciclo do carbono: refere-se a transformação do dióxido de carbono um gás causador do efeito de estufa.
orgânica no solo. Implica no uso de técnicas de cultivo zero ou plantio para formas orgânicas, através da fotossíntese, com posterior reciclagem Ecótono: zona de transição entre dois ou mais ecossistemas diferentes.
direto, cultivo reduzido e cobertura permanente do solo onde os resíduos através da biosfera (com incorporação parcial aos sedimentos) e,
da colheita permanecem na sua superfície. Eluviação: processo de translocação (remoção) vertical de materiais de
finalmente, o retorno ao seu estado original através da respiração ou
um horizonte do solo pelo movimento da água.
Agricultura de subsistência: sistema de agricultura com produção de combustão.
alimentos suficiente para sustentar uma família ou um grupo reduzido Emissões GEE: a industrialização e a conversão de áreas florestais
Clima: média do tempo atmosférico de um determinado lugar, durante
de pessoas. para terras agrícolas tem levado a um incremento significativo da
um longo período de tempo, geralmente 30 anos.
concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera.
Águas subterrâneas: todas as águas encontradas abaixo da
Clima temperado: tipo de clima que se caracteriza por temperaturas
superfície do solo na zona de saturação. Estas águas formam-se a Eólico: relacionado ao vento.
médias anuais ao redor de 15°C e precipitações médias anuais variando
partir da infiltração da água da chuva no solo e por aportes dos cursos Erosão: processo natural de movimento das partículas do solo de um
entre 500 e 1.000 mm.
superficiais. Com a força da gravidade a água penetra verticalmente pelo lugar para outro, principalmente pela ação da água (erosão hídrica) ou
solo até atingir uma camada impermeável, onde escorre lateralmente Clima tropical: tipo de clima típico dos trópicos, não árido. As
do vento (erosão eólica).
até desaguar em coletores maiores. temperaturas médias em todos os meses do ano são superiores a 18°C.
Escoamento: termo hidrogeológico que faz referência à lâmina de água
Alcalina: substância que se comporta como uma base. Exemplo são os Colheita: refere-se à coleta ou recolhimento de frutos, sementes
que circula sobre a superfície numa bacia de drenagem, ou seja, a altura
hidróxidos dos metais alcalinos e de amônio, os quais neutralizam os ou legumes no campo, em determinada época do ano quando estes
em milímetros de água da chuva. Pode ser calculado da seguinte maneira:
ácidos para formar sais. atingiram seu período de maturação. precipitação menos a evapotranspiração real, menos a infiltração da
Aluvião: depósitos de sedimentos transportados por um rio ou riacho; Comissão Europeia: órgão executivo da União Europeia encarregado água para o solo.
em geral são terras agrícolas muito produtivas. de propor leis, verificar a implementação das decisões e de manter os Esmectitas: família de argilas que se expandem quando umedecidas
seus tratados em água ou em certos líquidos orgânicos.
Anaeróbico: é um termo técnico que significa vida sem ar (onde "ar"
refere-se ao oxigênio); é o oposto ao termo aeróbico. Compactação do solo: processo resultante da compressão mecânica Estrutura do solo: agregação das partículas primárias do solo (areia,
das partículas do solo e agregados (muitas partículas do solo juntas silte e argila) em unidades compostas, denominadas agregados. Estes
Ânion: um íon com carga negativa.
em uma única porção do mesmo). A compactação causa a quebra dos são separados dos adjacentes por superfícies de fraca resistência. São
Antrópica: gerada pelo homem. agregados maiores e a redução ou eliminação dos espaços (poros) entre classificadas quanto à forma, tamanho e grau de distinção.
Areia: conjunto de partículas originadas da desagregação das rochas, as partículas do solo.
Estrutura do solo
cujo tamanho varia entre 0,063 a 2 mm. Condutividade Elétrica (CE): serve para medir a concentração total de de grão simples em bloco laminar
Argila: partículas minerais presentes no solo com dimensão inferior a sais no solo; à medida que o solo seca, a CE da solução do solo aumenta.
0,002 milímetros. A uma mesma quantidade de sais aplicada ao solo, a concentração de
sais na solução do solo na capacidade de campo será menor em relação
Argilas do tipo 1:1: argilas, cuja estrutura é composta pelo
ao solo mais seco.
empilhamento de uma camada T - tetraédrica - e uma O - octaédrica - e
assim de modo sucessivo. Condutividade hidráulica: velocidade de percolação da água no solo. É rápida moderada-lenta lenta-muito lenta
um fator de proporcionalidade da lei de Darcy que trata do fluxo viscoso taxa de infiltração
Argilominerais: silicatos de tamanho das argilas, capazes de reter, no
de água no solo.
espaço entre as camadas, quantidades significativas de água e outras
substâncias. Congelamento: a redução da temperatura do ar em níveis inferiores ao Estrutura do solo
granular prismática maciça
ponto de congelamento da água (0 °C).
Base: substância que aceita íons de hidrogênio; o oposto de ácido.
Coníferas: plantas lenhosas, em sua maioria árvores (às vezes arbustos).
Biocombustível: combustível líquido produzido a partir de alcoóis
É o grupo mais importante das gimnospermas, tanto do ponto de vista
presentes em determinadas espécies vegetais (por exemplo, o etanol
ecológico quanto do econômico. As suas folhas têm forma de agulha.
obtido a partir da cana de açúcar).
Bioma: áreas da superfície terrestre com relações do clima-flora-fauna Contaminação: a presença de concentrações nocivas de alguns rápida-moderada moderada-lenta muito lenta
elementos e compostos químicos (contaminantes). É um tipo específico (quando úmida)
características (por exemplo, floresta úmida tropical).
de degradação do solo. taxa de infiltração
Biomassa: a quantidade total de organismos vivos presentes na
superfície e debaixo da terra numa área específica e num determinado Contaminante: elemento de concentrações maiores que as habituais
(anomalias), produzindo efeito adverso em alguns organismos. De Evapotranspiração: consultar p.18
momento.
acordo com a sua origem, podem ser geogênicos ou antropogênicos. Evapotranspiração potencial (ETP): a máxima quantidade de água
Bolsón: em Argentina, Colômbia, Guatemala e México. Bacia entre Os primeiros podem ter sido derivados da mesma rocha matriz que que pode evaporar de um solo completamente coberto de vegetação,
montanhas, relativamente circular e às vezes atravessada por um rio
se formou o solo, da atividade vulcânica ou da lixiviação dos próprios que se desenvolve em condições ótimas, supondo-se o caso de não
que permite o deságue para o seu exterior.
minérios. Ao contrário, os antropogênicos são originados de resíduos existir limitações quanto à disponibilidade de água. A magnitude da ETP
Camada ativa: camada do solo sujeita a processos anuais de derivados de atividades industriais, agrícolas ou de mineração, bem é regulada apenas pelas condições meteorológicas ou climáticas do
congelamento e degelo. Camada superior do permafrost. como de resíduos sólidos urbanos. momento ou do período no qual a estimativa for realizada.
100
90 10
80 20
Muito fina
70 30
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60 40
de
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m
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40 60
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30 70
20 80
Média Média-
fina
10 90
Grossa Fotografia selecionada no II Concurso de Fotografia da Associação Argentina de
Ciência do Solo, realizado em 2012. O uso da fotografia como uma forma de
100 expressão pessoal é um meio adequado para difundir e conscientizar as pessoas
sobre a importância do recurso solo. O tema deste concurso foi "Pensando no
100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 solo da América Latina, Espanha e Portugal". Título da fotografia: Desabitada.
Salar de Uyuni, Bolívia, 2009. (FNF)
Porcentagem de argila
26. Sanchez, P.A., Bandy, D.E, Villachica, J.H. & Nlcholaides, J.J., 50. Defence Mapping Agency, 1993. Digital Chart of the World. 74. Bautista F., 1999. Introducción al estudio de la contaminación
ITU
Sede Instituto de
Elementos Transurânicos
(Karlsruhe)
IPTS
Instituto de
Prospectiva Tecnológica IHCP
(Sevilla) Instituto de Saúde e
Proteção dos Consumidores (Ispra)
IPSC ISD
Instituto de Proteção IES
Direção de Instituto do Ambiente
e Segurança do Cidadão (Ispra) Administração Ispra e da Sustentabilidade (Ispra)
O Instituto do Ambiente e Sustentabilidade se localiza em O salar de Uyuni (Bolívia) é o deserto de sal mais extenso (12.000 km2) e o mais alto (3.700
Ispra, uma pequena localidade às margens do lago Maggiore m de altitude) do mundo. Originou-se a partir da secagem de um lago salgado pré-histórico
ao norte de Itália. (JRC) sem drenagem e cercado de montanhas. O sal é coletado de forma tradicional como se pode
observar na imagem, acumulando-se em pequenas pilhas para que a água evapore. (LG)
AMÉRICA LATINA
diversidade de solos presente no continente. Este trabalho se realizou mas fundamental para sustentar a vida na Terra.
em colaboração entre cientistas de solos da América Latina, Caribe,
Europa e América do Norte.
E DO CARIBE
Nos solos se refletem o material original, o clima, a topografia, a vegetação, o tempo e a influência da atividade humana. As suas
propriedades, características e seu uso se derivam desses fatores
Nas imagens acima, da esquerda para a direita, tem-se estudantes realizando práticas de manejo de solos na Nicarágua (acima); um
exemplo da biodiversidade que se desenvolve no solo em uma reserva natural de Costa Rica (abaixo); um perfil de um solo classificado
como Nitisol, em Cuba; um perfil de um solo tipo Fluvisol, na Argentina; um perfil de tipo Solonetz no Brasil; cultivo intensivo na Argentina
em solos classificados como Phaeozem, muito férteis (acima); e por último, uma plantação de mandioca na Republica Dominicana
(abaixo). A produção de alimentos é uma das funções do solo mais importantes para o bem estar do ser humano.