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Resumo:
Desde os anos 80 vem ocorrendo mudanças significativas nas políticas de gestão pública em todo o
mundo e, desde então nota-se um importante crescimento nos estudos acerca da governança pública.
Para a realização deste trabalho destaca-se o projeto desenvolvido por Kaufmann, Kraay e Mastruzzi
desde 1996 denominado o Worldwide Governance Indicators (WGI) que trabalha com seis
indicadores aplicados a mais de 200 países sendo importantes instrumentos de gestão que visam
proporcionar uma visão geral demonstrada em índices, também chamados de Dimensões da
Governança. O presente estudo buscou comparar os resultados dos Indicadores pesquisados pelo
Worldwide Governance Indicators (WGI), observando a situação do Brasil e dos demais seis países de
maiores economias do mundo - baseado em dados de 2014 do Banco Mundial – sendo eles os Estados
Unidos, a China, Japão, Alemanha, França e Reino Unido. Para o alcance do objetivo proposto, o
estudo baseou-se em uma pesquisa qualitativa. Os dados foram analisados e notou-se que apesar de os
sete países estarem nas primeiras posições do ranking de países com as maiores economias do mundo,
nem todos apresentam resultados de Governança parecidos e positivos. Dentre os sete, o Brasil e a
China apresentam os piores resultados, já os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha, França e Reino
Unido, têm bons resultados. Por fim, conclui-se que a boa governança não está necessariamente
relacionada à riqueza do país, mas sim, está atrelada ao maior planejamento, abertura para participação
popular, accountability, democracia, transparência e eficácia na implantação de políticas públicas.
Palavras chave: Governança Pública, Indicadores de Governança, WGI.
Abstract:
Since the 80s has been occurring significant changes in public management policies around
the world and, since then we notice a significant growth in studies about public governance.
For to accomplish this work stands out the project developed by Kaufmann, Kraay e Mastruzzi
from 1996 called Worldwide Governance Indicators (WGI) working with six indicators applied to
more than 200 countries and are important management tools that aim to provide an overview
demonstrated in indexes, also called governance dimensions. This study aimed to compare the results
of the indicators surveyed by Worldwide Governance Indicators (WGI), observing the situation of
Brazil and the other six countries of world's largest economies - based on World Bank 2014 data - they
are the United States, China, Japan, Germany, France and the UK. To achieve the proposed objective,
the study was based on a qualitative research. Data were analyzed and it was noted that although
the seven countries are in the top positions of the ranking of countries with the largest
economies in the world, not all of then have similar results and positive governance. Among
the seven, Brazil and China have the worst results, while the United States, Japan, Germany,
France and the UK, have good results. Finally, it is concluded that good governance is not
necessarily related to the wealth of the country, but rather is linked to more planning, opening
for popular participation, accountability, democracy, transparency and efficiency in the
implementation of public policies.
Key-words: Public Governance, Governance Indicators, WGI.
1 Introdução
Desde a década de 1980 vem ocorrendo mudanças significativas nas políticas de
gestão realizadas pelas administrações públicas em todo o mundo, a fim de consolidar novas
práticas derivadas do setor privado (SECCHI, 2009). As políticas neoliberais das últimas duas
décadas e a evidente incapacidade das instituições públicas, já enfraquecidas, em lidar de
forma eficiente com os crescentes problemas urbanos, foram motivos para a ampliação do
debate sobre governança que se deu pela retratação do Estado (FREY, 2007). Esse
enfraquecimento do estado e das instituições refletiu a necessidade de mudanças para a
eficácia governamental, pois, conforme Bresser-Pereira (2008, p.392) “o desenvolvimento
econômico é possível somente quando um estado-nação pode contar com um Estado eficaz”.
Bresser-Pereira (2008, p.392) ressalta que a Reforma da Gestão Pública
é a segunda mais importante reforma administrativa vivida pelo moderno estado
capitalista. Em sua primeira versão, o Estado moderno era absolutista e adotava uma
administração patrimonial. Na segunda parte do século XIX, os países capitalistas
mais avançados empreenderam a primeira grande reforma administrativa – a
reforma do serviço público ou reforma burocrática.
Essa primeira reforma trouxe grandes progressos, porém, após a II guerra mundial,
países que utilizavam o Estado como instrumento de promoção do desenvolvimento
econômico e da Justiça social, perceberam que a gestão pública precisava ser mais flexível e
eficaz, todavia, foi apenas nos anos 80 que se tornou clara a necessidade de uma nova forma
de administrar a organização do Estado, começando então a segunda grande reforma do
aparelho de estado, o que fomentou debates sobre governança (BRESSER-PEREIRA, 2008).
Desde então, é notável o crescimento de estudos a respeito da governança pública a
nível mundial. Neste sentido Kaufmann, Kraay e Mastruzzi desenvolvem um projeto desde
1996 denominado o Worldwide Governance Indicators (WGI) que trabalha com seis
indicadores, também chamados de Dimensões da Governança: Voice and Accountability (Voz
e Accountability/Responsabilidade), Political Stability and Absence of Violence (Estabilidade
Política e Ausência de Violência/Terrorismo), Government Effectiveness (Eficácia
Governamental), Regulatory Quality (Qualidade Regulatória/Normativa), Rule of Law
(Estado/Regime de Direito), Control of Corruption (Controle da Corrupção).
Diante deste contexto, o presente estudo teve por objetivo, comparar os resultados dos
Indicadores pesquisados pelo Worldwide Governance Indicators (WGI), observando a
situação dos sete países de maiores economias do mundo - baseado em dados de 2014 do
Banco Mundial – sendo eles os Estados Unidos, a China, Japão, Alemanha, França, Reino
Unido e Brasil, destacando que o Brasil ocupa o 7º Lugar neste ranking (em 2014). Serão
observados os resultados dos índices dos países citados, entre os anos de 2009 a 2013. Sendo
assim, com o objetivo proposto, emerge-se a seguinte questão: o que se percebe a respeito dos
índices de governança mundial dos sete países de maior economia do mundo?
Na perspectiva de atender o problema de pesquisa, o presente estudo baseou-se em
uma pesquisa qualitativa. Os estudos que adotam esse método descrevem a complexidade de
determinado problema por meio da análise de suas variáveis, a fim de contribuir para o
processo de mudança e entendimento de particularidades do comportamento de um grupo de
indivíduos ou entidades (RICHARDSON, 2010). Quanto aos instrumentos adotados para
auxiliar a formulação desta pesquisa, foram utilizados materiais bibliográficos, como livros e
publicações periódicas. Segundo Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base
em material já elaborado, que é constituído principalmente de livros e artigos científicos. A
principal vantagem desse tipo de pesquisa, é que permite ao investigador uma cobertura
ampla de fenômenos. Por fim, a análise dos dados foi realizada por meio de relatórios,
quadros, e gráficos. O processo de análise dos dados pode ser definido como “uma sequência
de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua
interpretação e a redação do relatório” (GIL, 2008, p. 133).
O presente estudo contribui para maior compreenção acerca dos WGI dos sete países
de maior economia mundial, sendo possível observar os resultados dos seis índices de
governaça trabalhados pelo Projeto entre os anos de 2009 a 2013. Sendo assim, o artigo está
estruturado de forma que apresente primeiramente uma contextualização teórica acerca do
tema proposto, na sequência se discorre sobre o Projeto desenvolvido por Kaufmann, Kraay
e Mastruzzi, os Worldwide Governance Indicators (WGI), sendo possível compreender qual
sua função e com que indicadores trabalha. Em seguida, serão expostos os resultados da
pesquisa e por fim as conclusões do trabalho.
2 Considerações sobre Governança na Gestão Pública
Pode-se dizer que a Governança Pública é a capacidade de governar, de decidir e
implementar políticas públicas que atendam às necessidades da população, além disso, é a
forma como o Governo se organiza para prestar serviços à sociedade, como gere os recursos
públicos, como divulga suas informações (transparência), como se relaciona com a sociedade
civil, entre outros (PALUDO, 2010). Ademais, Paludo (2010, p.145) complementa que “uma
boa governança fortalece a legitimidade do governo e aumenta sua governabilidade”. Por
governabilidade entende-se, o poder político de governar, as condições materiais do seu
exercício, legitimidade e sustentação política do governo do Estado no seu programa e suas
estratégias de desenvolvimento, sendo que se os governos não forem legitimados, não haverá
as condições necessárias para governar (BENTO, 2003; PALUDO, 2010). O World Bank
(2015) corrobora e explica que
Governance consists of the traditions and institutions by which authority in a
country is exercised. This includes the process by which governments are selected,
monitored and replaced; the capacity of the government to effectively formulate and
implement sound policies; and the respect of citizens and the state for the
institutions that govern economic and social interactions among them.
Um ponto importante observado pelo Word Bank é a interação entre estado e cidadão,
entendendo-se que havendo governança, ocorre uma reciprocidade entre os mesmos. O Estado
deve ter capacidade de implantar políticas públicas com eficácia, conquistando assim o
respeito do cidadão.
Segundo o Brasil/TCU (2014) o conceito de governança teve início quando
organizações deixaram de ser geridas diretamente pelos seus proprietários, passando a gestão
a terceiros que tinham autoridade e poder de administrar os recursos. Porém, foram nos
últimos 30 anos que o conceito se fortaleceu. O Brasil/TCU (2014) ainda explica que segundo
o IBGC, apesar de o conceito ter sido desenvolvido, primariamente, com foco em
organizações empresariais, ele foi modificado, com o intuito de torná-lo mais abrangente e
adaptável, atendendo a outros tipos e organizações, como Terceiro Setor, cooperativas,
Administração Pública (estatais, fundações e órgãos governamentais), entre outros.
Administração pública, segundo Amaro (1971) apud Saldanha (2006, p.12), "é a gestão dos
bens e interesses qualificados da comunidade, nos âmbitos federal, estadual ou municipal,
segundo os preceitos do direito e da moral, visando ao bem comum". Pereira (2010, p.89)
completa que o objetivo da administração pública é atender as necessidades e interesses
públicos, que nada mais é do que os direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.
Começou a se falar em Governança em meados de 1932, quando os autores Berle e
Means desenvolveram os primeiros estudos acadêmicos tratando no assunto e defendiam que
era papel do Estado Regular as Organizações privadas, segundo BRASIL/TCU (2014).
Porém, a Governança na esfera Pública começou a ser discutida em 1980, conforme observa-
se no quadro 1, após isso surgiram no decorrer dos anos novas teorias.
De acordo com a figura 2, o Brasil, foi o país que apresentou menores índices dentre
os sete países, chegando a -0,14 em 2011, contudo em 2013 chegou a 0,28. A França e os
Estados Unidos tiveram resultados variados, porém fecharam 2013 com índices parecidos,
0,42 e 0,48. Já a China apresentou os piores resultados entre os países analisados, sendos
todos os valores negativos, representando que a Governança baseada neste índice, não obteve
resultados otimistas. Alemanha e Japão apresentaram os melhores resultados, fechando o ano
de 2013 respectivamente com índices de 0,93 e 0,98.
3.3 Government Effectiveness (Eficácia Governamental)
A Pontuaçao de Governaça baseada na Eficácia Governamental, é o indicador para o
qual o Brasil apresenta resultados negativos, nos cinco anos observados a pontuaçao do País
variou entre -0,04 e -0,12, como mostra a figura 3.
Fonte: Word Bank (2015) – Adaptado pelo autor
Figura 3 – Indicador de Eficácia Governamental
O Brasil é o segundo país com os menores resultados, apresentando índices entre 0,07
(em 2013) e 0,18 (em 2011), seu melhor resultado entre os cinco anos. Em seguida observa-se
que o Reino Unido apresenta os melhores índices, chegando a 1,77 em 2013, seguido da
Alemanha, Estados Unidos, França e Japão, respectivamente.
3.5 Rule of Law (Estado/Regime de Direito)
Brasil e China novamente apresentam resultados negativos, agora na Pontuação do
Indicador de Estado/Regime de Direito. A China com índicesnegativos que chegam a -0,49
em 2012, é novamente o país com os piores resultados entre os sete países, seguida do Brasil,
qua variou seus índicesentre -0,22 em 2009 e 0,00 em 2010, nos demais anos os valores
ficaram entre essa faixa de resultados. Conforme observa-se na figura 5.
Fonte: Word Bank (2015) – Adaptado pelo autor
Figura 5 – Indicador de Estado/Regime de Direito
Nos últimos cinco anos a melhor pontuação do Brasil neste indicador foi em 2011 com
0,12, fechando 2013 com o resultado de -0,12. Comparado-se com a Alemanha, que teve
resultado em 2013 de 1,78, o resultado é bastante baixo. A China novamente apresenta índices
negativos, chegando a -0,60 em 2010. Apesar de ter melhorado os resultados em 2013,
chegou a apenas -0,35, o menor entre os demais países, representando a pior pontuação no
Controle de Corrupção.
Os Estados Unidos apresentam uma constância nos resultados, variando muito pouco
nos cinco anos, seu menores índices são em 2009 e 2010 com 1,26 e o maior em 2012, 1,38,
fechando 2013 em 1,28. Já a França apresenta índices um pouco mais altos, variando entre
1,30 em 2013 e 1,52 em 2011. Na sequencia os melhores índices são do Japão, Reino Unido e
Alemanha, que mantém resultados sem muita variação e com bons valores, fechando 2012 e
2013 em 1,78.
Nota-se que nenhum país chegou a atingir o valor máximo (+2,5) e nem o mínimo (-
2,5), em nenhum dos seis Indicadores investigados, no período de cinco anos. No índice de
Voz e Accountability/Responsabilidade, o maior valor foi de 1,41 em 2013 apresentado para a
Alemanha e o menor -1,66, para a China. A Estabilidade Política e Ausência de
Violência/Terrorismo, teve maior valor em 2011, onde o Japão apresentou 0,98, o menor
valor foi da China em 2010, -0,66. O índice de Eficácia Governamental, teve como valor
máximo 1,59, pelo Japão em 2013 e o menor foi do Brasil, -0,12 em 2011 e 2012. Para o
índice de Qualidade Regulatória/Normativa, o Reino Unido apresentou maior valor registrado
em 2013 com 1,77, e novamente a China obteve o menor valor, -0,31 em 2013 também. O
Estado/Regime de Direito, apresentou maior valor em 2010, 1,76 do Reino Unido e o menor
foi -0,49 da China em 2012. Por último, o indicador de Controle da Corrupção) teve maior
valor novamente pelo Reino Unido, 1,78 em 2012 e 2013 e menor em 2010 pela China, que
obteve o índice de -0,60.
3.7 Ranking Percentual dos Indicadores de Governança no ano de 2013
O Ranking Percentual é calculado para cada uma das seis dimensões da Governança
dos WIG, e demonstra a classificação dos países no Ranking mundial, dentro de cada
indicador. A Figura 7 apresenta esses resultados do ano de 2013 dos sete países analisados no
presente estudo. Optou-se por observar o ano de 2013 por ser o último lançado no WGI. Esse
Ranking está interligado e/ou relacionado com os resultados das Figuras 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Segundo o Word Bank (2014) zero representa a classificação mais baixa e 100 a mais
alta classificação no Ranking. Sendo assim, observa-se que na Dimensão Voz e
Accountability, a China apresenta o pior resultado com a posição 5, demonstrando que os
cidadãos não têm muita participação nas escolhas do governo, assim como liberdade de
expressão, entre outros. O Brasil está em uma posição mediana, 59. Os demais países
aparecem em posições melhores, França, 89, Alemanha na melhor classificação, 94, Japão, 85
e Estados Unidos, 92. Em relação a Estabilidade Política e Ausência de Violência/Terrorismo,
percebe-se que Brasil e China aparecem em posições baixas, 37 e 27, França e Estados
Unidos aparecem em uma classificação melhor, 62 e 63, já Alemanha e Japão têm resultados
ainda melhores, 77 e 82, representando que a probabilidade de o governo vir a ser
desestabilizado por métodos inconstitucionais ou violentos, inclusive o terrorismo, são
menores.
Observando a Dimensão de Eficácia Governamental, percebe-se a proximidade
novamente de Brasil e China, 51 e 54, sendo a posição do Brasil um pouco melhor que a da
China. França, Alemanha, Japão e Estados Unidos, também aparecem em posições próximas,
porém bem melhores, sendo respectivamente, 89, 91, 94 e 90. Isso representa que esses países
são melhores em qualidade dos serviços públicos, competência na administração pública,
independência das pressões políticas e a qualidade na formulação das políticas. Se tratando de
Qualidade Regulatória/Normativa, a capacidade do governo de fornecer políticas e normas
sólidas que habilitem e promovam o desenvolvimento do setor privado, nota-se que
novamente França (85), Alemanha (93), Japão (83) e Estados Unidos (96) aparecem em boas
posições, sendo os Estados Unidos o melhor classificado. Já o Brasil aparece na posição 55 e
a China, 43.
O índice de Estado/Regime de Direito, representa a confiança dos agentes nas regras
da sociedade e até que ponto agem de acordo com elas, abrangendo a qualidade a execução de
contratos, política, entre outros. Nesse quesito, o Brasil está na posição 52, a frente apenas da
China (40), considerando somente os sete países, novamente uma posição mediana, os demais
apresentam boas posições, a melhor sendo dos Estados Unidos, em 93º. E por fim, o indicador
de Controle da Corrupção, indica o Brasil na posição 55, china, 47, França, 88, Alemanha, 94
e Japão e Estados Unidos na mesma posição, 93, representando o controle da corrupção,
considerando o exercício do poder público em benefício privado, inclusive as pequenas e
grandes formas de corrupção, além do “aprisionamento” do estado pelas elites e pelos
interesses privados.
4 Considerações Finais
A Governança é um assunto de grande importância quando se fala em Gestão Pública,
pois conforme já citado por Paludo (2010), a Governança é a capacidade de o Estado
governar, implementar suas políticas públicas voltadas para o cidadão, a forma como se
organiza e gere seus recursos para prestar seus serviços, entre outros. Pensando neste
contexto, a presente pesquisa teve por objetivo comparar os resultados dos Indicadores
pesquisados pelo Worldwide Governance Indicators (WGI), observando a situação dos sete
países de maiores economias do mundo - Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França,
Reino Unido e Brasul-, por meio da análise dos resultados dos índices destes países entre os
anos de 2009 a 2013, a fim de responder ao problema da pesquisa: o que se percebe a respeito
dos índices de governança mundial dos sete países de maior economia do mundo?
Sendo assim, observando os resultados dos Indicadores de Governaça do Brasil,
Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França e Reino Unido, nota-se que a China
apresentou os resultados mais inferiores em quase todos os seis índices que fazem parte do
Projeto Wordwide Governace Indicators (WGI), tendo resultado melhor que o Brasil apenas
no Indicador de Eficácia Governamental. O Brasil, apesar de ter resultados um pouco
melhores que a China no Indicador de Voz e Responsabilidade, Indicador de Controle de
Corrupção e Indicador de Estabilidade Política e Ausência de Violência/Terrorismo, são
valores baixos comparados com os demais países. Nos demais indicadores - Indicador de
Eficácia Governamental, Indicador de Qualidade Regulatória / Normativa e Indicador de
Estado/Regime de Direito – Brasil e China têm resultados parecidos e ainda baixos. Os
Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Reino Unido, apresentaram bons resultados em
todos os Indicadores, sendo que não obtiveram nenhum índice negativo no período analisado.
A Alemanha e o Reino Unido, foram os países que mais se destacaram, pois obtiveram os
melhores resultados na maioria dos indicadores. Os Estados Unidos, o Japão e a França
mantiveram resultados positivos, com valores próximos entre si e sem muita variação.
Apesar de alguns países não terem apresentado resultados negativos, nenhum país
atingiu a pontuação máxima de +2,50, assim como, nenhum país foi totalmente negativo
atingindo -2,50, no período investigado (entre 2009 e 2013). O maior valor atingido foi +1,78
em 2012 e 2013, pelo Reino Unido no Indicador de Controle de Corrupção. Já o menor valor
registrado, foi no Indicador Estabilidade Política e Ausência de Violência/Terrorismo em
2009, quando a China teve pontuação de -1,66.
Em relação ao Ranking Percentual dos Indicadores, as tendências se mantiveram de
acordo com os Resultados de Governança avaliados primeiramente nos resultados da
pesquisa. Para cada um dos Indicadores de Governança elencou-se um Ranking, sendo assim
o Reino Unido se manteve entre a posição 63 a 96, a Alemanha nas posições entre 77 e 94, o
Japão entre 82 e 94, a França entre 62 e 89, seguidos do Brasil posições entre 37 e 59 e a
China com as posições entre 5 e 54. Lembrando que zero representa a mais baixa e 100 a mais
alta classificação no Ranking.
Os sete países analisados, estão nas primeiras posições do ranking dos países com as
maiores economias do mundo – 1º Estados Unidos, 2º China, 3º Japão, 4º Alemanha, 5º
França, 6º Reino Unido e 7º Brasil –, apesar disso, percebe-se que nem todos apresentam
resultados de Governança parecidos e positivos. Porém, ao contrário do que se julga, “a boa
governança não é exclusividade dos países ricos” (WORD BANK INSTITUTE, 2008, p. 02),
mas sim do país com maior planejamento, abertura para participação popular, accountability,
democracia, transparência e eficácia na implantação de políticas públicas.
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