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Os artigos abaixo mencionados foram pela Lei nº13.

257/16, tal lei dispõe sobre as políticas públicas para a


primeira infância. alterando o caput do art. 11, substitui a expressão atendimento médico por atendimento
integral à saúde. Este último conceito é muito mais amplo, não se limitando apenas ao cuidado médico, mas
também a todo cuidado atinente à saúde da criança e do adolescente.” (2008).

Há, portanto, um alargamento no conceito da aplicação dessa garantia. Não se pensa mais somente no
aspecto do atendimento médico propriamente dito, mas também numa integralidade da saúde, acolhendo a
pessoa em desenvolvimento na sua plenitude, dando-lhe total garantia de acesso no tocante à saúde.

CF/88 Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente,
por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e
serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

Principio da Equidade - Equidade é uma forma justa da aplicação do Direito, porque é adaptada a regra, a
uma situação existente, onde são observados os critérios de igualdade e de justiça. A equidade não
somente interpreta a lei, como evita que a aplicação da lei possa, em alguns casos, prejudicar alguns
indivíduos, já que toda a interpretação da justiça deve tender para o justo, para a medida do possível,
suplementando a lei preenchendo os vazios encontrados na mesma.

O uso da equidade tem de ser disposta conforme o conteúdo expresso da norma, levando em conta a moral
social vigente, o regime político do Estado e os princípios gerais do Direito. A equidade em síntese,
completa o que a justiça não alcança, fazendo com que a aplicação das leis não se tornem muito rígidas
onde poderia prejudicar alguns casos específicos onde a lei não alcança.

O Principio da Equidade aplicado ao SUS - A equidade é uma das doutrinas fundamentais que constituem o
SUS. Isto significa que todos os cidadãos têm o direito de usufruir do sistema de saúde.

Apesar de todos terem acesso a cuidados prestados pelo sistema de saúde, a equidade contempla a
realidade que locais e pessoas diferentes têm necessidades diferentes, e por isso soluções e esforços
diferentes devem ser feitos de acordo com o contexto em questão.

Pois bem, o citado artigo vem justamente ratificar as previsões constitucionais, assegurando o atendimento
médico à criança e ao adolescente, através do Sistema Único de Saúde, e garantindo o acesso universal e
igualitário às ações para promoção, proteção e recuperação da saúde.

§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em


suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)

§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses,
próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e
adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas.
3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância receberão
formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem
como para o acompanhamento que se fizer necessário.

Os parágrafos 1º e 2º prevêem dois pontos que devem ser observados na elaboração de políticas públicas
de saúde voltadas a crianças e adolescentes. O primeiro é o atendimento especializado às crianças e aos
adolescentes portadores de deficiência, pois, na medida em que têm algum tipo de deficiência, possuem
necessidades especiais, não podendo o atendimento a eles oferecido ser igual àquele ofertado a crianças e
adolescentes sem deficiência.

Em relação ao segundo parágrafo, prevê de maneira expressa o dever do Estado no fornecimento gratuito
de recursos, como medicamentos e próteses, necessários ao tratamento, habilitação e reabilitação. Apesar
desta previsão não ser necessária, pois o direito à saúde não significa o mero acesso a tratamento
hospitalar, o legislador preferiu, em decorrência da importância do tema, afirmar de maneira expressa este
direito da criança e do adolescente.

Como é sabido, no Brasil, o sistema de saúde é bastante precário, pois falta atendimento digno nos
hospitais, as filas para atendimento são intermináveis, faltam médicos para atender a população e
principalmente, faltam medicamentos básicos para o tratamento de inúmeras doenças, e as crianças e os
adolescentes sofrem com esta situação problemática.

Por exemplo, é triste ter que nomear o direito dos deficientes físicos, sensoriais e mentais à proteção e ao
tratamento; porém, quem desconhece o descaso e o abandono de que é vítima essa porção discriminada de
nossa população? Até hoje, seus problemas têm sido tratados no nível das campanhas de caridade pública.

Quem não sabe que muitas de nossas crianças estão morrendo por falta de atendimento, nas filas dos
hospitais, ou por não terem acesso aos medicamentos e cuidados de que necessitam? Quem não sabe que,
nesta sociedade excludente e de desigualdades profundas, os que mais sofrem com a pobreza e a miséria
são as crianças?

Quem não sabe que, de norte a sul do Brasil (hoje, verdadeiro “bolsão de pobreza”), a fome dizima nossas
crianças, e grande maioria das que sobrevivem sofrem irrecuperáveis deficiências físicas, psicológicas e
mentais?

Quem desconhece que nos nossos hospitais gerais não há espaço pensado para as crianças? Estão ali,
quase sempre, como um corpo estranho, esquecidas em seu sofrimento e em suas necessidades
particulares.

Quem desconhece a tristeza ainda reinante em tantas enfermarias de crianças, onde são afastadas do
convívio de seus pais e amargam, além da dor física, desmedido stress emocional?

Por serem as crianças e os adolescentes tão frágeis e tão fundamentais, nos seus rostos há um julgamento
contundente de nosso sistema de saúde. Infelizmente, hoje, esse julgamento é duro e cruel. Portanto, é bom
que esteja aí, como reconhecimento e apelo, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Mas não basta
reconhecer-lhes os direitos: é necessário batalhar, na certeza de que a saúde de uma sociedade se espelha
no rosto saudável de seus jovens.

EXEMPLO:

Nesse âmbito temos uma decisão já em segundo grau da sétima câmara cível do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul, em que o Município de Caxias do Sul apela contra a decisão em primeira instância que dava
provimento ao pedido do Ministério Público para que fosse feito novos exames necessários no menor A., a
fim de esclarecer a natureza da enfermidade do menor.

“APELAÇÃO. ECA. REALIZAÇÃO DE EXAME PATOLÓGICO. LEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTÉRIO


PÚBLICO. DIREITO À SAÚDE ASSEGURADO. I - Por atribuição constitucional (CF, art. 127, caput) e
expressa previsão legal (ECA, art. 201, V e 208, VII), o Ministério Público é parte legítima para intentar ação
civil pública em favor de direito individual heterogêneo de crianças e adolescentes, como, por exemplo, o
direito à saúde e à educação. II - A saúde é direito garantido pela Constituição Federal, devendo a atuação
do judiciário se dar no sentido de reparar as omissões do Estado, principalmente em se tratando do direito à
saúde de criança, em cumprimento ao princípio da absoluta prioridade à criança e ao adolescente.

NEGARAM PROVIMENTO. UNÂNIME”. (TJRS, 2007).

O voto do relator Des. Luiz Felipe Brasil Santos, no que se refere aos direitos do menor, citando o art. 7º do
ECA, lembra que “O direito à saúde, como consectário natural do direito à vida, é assegurado com absoluta
prioridade às crianças e adolescentes pela Constituição Federal.” (TJRS, 2007)

Menciona também, no tocante à responsabilidade do poder público pela promoção efetiva da saúde da
criança e do adolescente, o art. 11, caput e no parágrafo 2º do ECA:

O município de Caxias do Sul, entretanto, alegou em sua defesa que tomou todas as providências para
cumprir suas atribuições legais, proporcionando os exames necessários e, inclusive duas cirurgias, opondo
exceções à afirmativa de que não havia cumprido o acesso ao direito à saúde.

Porém, afirma o relator, ficaram evidenciadas mediante prova documental, as dificuldades enfrentadas pela
família do menor em obter um diagnóstico seguro e consistente, prejudicando seu quadro clínico e
impossibilitando aos médicos o correto tratamento da enfermidade.

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