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A caminho de uma extinção em massa?

Pesquisadores sugerem que, nos próximos séculos, vivenciaremos a sexta grande


extinção no nosso planeta, caso medidas de conservação não sejam adotadas.

Um dos assuntos mais discutidos pela sociedade e que têm muito espaço na mídia é a
questão das extinções causadas pela ação do homem no meio ambiente. Aquecimento
global, poluição e desmatamento são alguns dos fatores que, segundo especialistas,
estão levando ao desaparecimento de muitas espécies do nosso planeta. E o pior:
grande parte dessa biodiversidade nem chega a ser conhecida, pois se extingue antes
mesmo de ser documentada. Mas qual é a gravidade desse problema? O nosso planeta
já passou por 5 períodos de extinções de espécies, estaríamos nos dirigindo para mais
uma extinção em massa?

Os cinco grandes eventos de extinção


Pode parecer estranho aos leitores, mas extinções são processos naturais. Desde o
surgimento da vida no nosso planeta – ocorrido em torno de 3,8 bilhões de anos atrás
–, existe uma documentação extensa proveniente dos fósseis que demonstra que
organismos surgem e desaparecem com o passar do tempo.

O que chama a atenção é quando os eventos de surgimento de novas espécies e


extinção das já existentes estão em desequilíbrio. Nesses casos, durante um curto
intervalo de tempo geológico (no máximo alguns milhões de anos), o número de
espécies extintas é bem superior ao de espécies que surgem.

Nos últimos 540 milhões de anos, período cujo registro fóssil é mais bem conhecido,
houve apenas cinco episódios em que mais de 75% de toda a diversidade biológica da
Terra desapareceram. Por sua magnitude, esses eventos são chamados de extinção em
massa.

Após o período conhecido como “explosão do cambriano”, (540-490 milhões de anos


atrás) no qual são observados pela primeira vez todos os filos de animais invertebrados
e os peixes, a vida se diversificou nos mares e depois conquistou o ambiente terrestre.
Os artrópodos foram os primeiros animais a conquistarem o ambiente terrestre, a
cerca de 500 milhões de anos atrás. Provavelmente eles se alimentavam de algas e
fungos, já que não existiam nem mesmo plantas terrestres.

O primeiro evento de extinção em massa ocorreu a cerca de 444 milhões de anos.


Nesse tempo, grande parte das espécies estava nos mares, mas algumas plantas,
fungos e artrópodos já estavam presentes em locais úmidos do ambiente terrestre. Em
menos de 2 milhões de anos, 86% de todas as espécies foram extintas.
Outra grande extinção ocorreu a, aproximadamente 359 milhões de anos atrás. Neste
momento já existiam as primeiras florestas de pteridófitas (surgiram a 385 milhões de
anos atrás) e os artrópodos eram os animais dominantes no planeta, embora os
anfíbios também já estivessem presentes no ambiente terrestre. Estima-se que 75%
das espécies tenham sido extintas em cerca de 27 milhões de anos.

O maior episódio de extinção de todos os tempos terminou em torno de 251 milhões


de anos atrás. Estima-se que 96% (!) das espécies não sobreviveram a esse evento de
extinção em massa, que durou quase 8 milhões de anos.

A quarta ‘megaextinção’ ocorreu após um espaço de tempo menor, a


aproximadamente 200 milhões de anos atrás. Cerca de 80% das espécies foram
extintas, incluindo diversas plantas, répteis e mamíferos. Isso tudo em menos de 8
milhões de anos.

O último desses grandes eventos de extinção em massa – e também o mais famoso –


ocorreu a cerca de 65 milhões de anos. Foi nesse episódio que desapareceram a
maioria dos dinossauros (apenas as aves sobreviveram) e outros animais populares
como os pterossauros. Em menos de 2,5 milhões de anos, 76% das espécies se
extinguiram. A partir deste momento, sem a concorrência dos dinossauros, os
mamíferos se diversificaram e passaram a explorar todos os ambientes terrestres.

Comparação com os dados atuais


Após analisar os dados sobre os cinco eventos de extinção em massa, pesquisadores
compararam o que está ocorrendo nos dias de hoje com o que ocorreu há milhões de
anos. O resultado desse estudo aponta que, apesar do que se apresenta, ainda não
estamos com taxas de extinção semelhantes às dos cinco eventos de extinção em
massa conhecidos, em que pelo menos 75% das espécies do planeta foram extintas.

No entanto, se forem consideradas todas as espécies classificadas como ‘ameaçadas’


de extinção, em alguns séculos poderemos estar caminhando a passos largos para o
sexto evento de extinção em massa na Terra. Ou seja, segundo os pesquisadores, ainda
existe tempo para a introdução de medidas de conservação efetivas que possam evitar
essa tragédia.

Modificado de: Alexander Kellner, Ciência Hoje, publicado em 15/03/2011

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