Vous êtes sur la page 1sur 13

Página 1 de 13

O QUE VOCÊ PEDE EM SUAS


ORAÇÕES - Atos 4.23-31

INTRODUÇÃO

Cada vez mais tenho me impressionado


com o conteúdo das orações da Bíblia e como
os crentes primitivos oravam de forma diferente
de nossas modernas orações individuais ou
coletivas. As orações da igreja neo-
testamentária não se assemelham com as
nossas orações que fazemos nem com as
orações que ouvimos em nossas igrejas.

A. O conteúdo da oração moderna é


centrada no Eu. “Senhor, eu quero!”,
“Senhor eu preciso”, e nos casos extremos:
“Senhor eu decreto!”. Não que nas orações
não possamos clamar por necessidades
específicas, mas o problema é que as orações
estão muito voltadas para o Eu. Deus se
transforma em alguém à minha disposição para
atender às minhas necessidades.

B. As orações modernas são muito


superficiais. Oramos pouco, e oramos mal.
Temas profundos como a dor da cidade,
problemas sociais, a depravação humana, não
se constituem no objeto de nossa oração. Não
Página 2 de 13

oramos pelos pecadores para que se


convertam, não oramos pelo avanço da obra
missionária. Os temas de nossas orações são
ensimesmados e superficiais, em busca de
conforto e de soluções imediatas para os
problemas que enfrentamos.

C. Terceiro, nossas orações não se


identificam com as orações bíblicas: Leia oração
de Paulo em Efésios 1.15-23 e Ef 3.14-21.
Você já orou dessa forma? Compare suas
orações, se é que você tem orado
sistematicamente, com as orações que
lemos nestes textos. Como são diferentes
das nossas.

D. Oramos muito por coisas. Queremos,


pedimos, “reivindicamos e decretamos”.
“Como pai, o que mais gostaria de ouvir dos
meus filhos não é a lista de itens que precisam
– muitos deles legítimos, outros nem tanto, e,
quem sabe, a maioria absolutamente supérflua
– mas de estar com eles, poder amá-los e ser
amado, gozar de uma amizade intensa, íntima e
pessoal”(Ricardo Barbosa).
Página 3 de 13

EXPLICAÇÃO

Hoje queremos analisar a oração dos


discípulos, registrada em At 4.23-31.

Os discípulos estavam sob enorme pressão


política e religiosa. Ameaçados de morte pelos
mesmos líderes que dias atrás colocaram Jesus
na cruz. Suas ameaças eram reais e graves.
Qual seria nossa oração nesta hora?
Certamente pediríamos livramento, pediríamos
para que as ameaças acabassem, mas
surpreendentemente eles não pediram nada
daquilo que seria o centro de nossas orações
atuais.

Quais foram os temas de suas orações?


O que eles pediram a Deus?
Qual a natureza e conteúdo de suas
orações?
A análise deste texto vai nos revelar onde
estava o coração dos discípulos e pelo que
oravam?

PRIMEIRAMENTE OBSERVAMOS QUE A


ORAÇÃO DOS DISCÍPULOS ESTAVA
CENTRADA NA SOBERANIA DE DEUS.
Página 4 de 13

Esta foi a primeira declaração que fizeram:


“Tu, soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra,
o mar e tudo o que neles há” (At 4.24).

O que oramos vai depender, antes de mais


nada, da compreensão e percepção daquele a
quem dirigimos nossas orações.

Precisamos colocar o centro de nossas


orações no Deus que governa todas as coisas,
dirige a história, ouve as orações de seu povo, e
vê todas as coisas. Não precisamos dizer a
Deus o que está acontecendo, porque ele é
soberano, não precisamos dar o enredo e fazer
a narrativa, ele a conhece.

Ao orar, é necessário reconhecer que o


destino humano é decidido, não pela "vontade
do homem," e, sim, pela vontade de Deus.

“Quando Jesus afirma que o nosso Pai sabe


o que necessitamos, isto muda radicalmente
todo o conceito utilitário que temos da oração. A
pauta das nossas orações não somos mais nós
e nossas necessidades, mas Deus e nossa
comunhão com Ele. Oramos, não para
reivindicar nossas necessidades, mas para
demonstrar amor e afeto por nosso Pai” (Ricardo
Barbosa).
Página 5 de 13

Como bem afirmou R.C. Sproul: “Nada


escapa da atenção de Deus; nada ultrapassa
os limites do Seu poder. Deus é autoridade
em todas as coisas. Se eu pensasse, mesmo
que por um momento, que uma única
molécula estava solta no universo, fora do
controle e domínio do Deus todo-poderoso,
eu não dormiria esta noite. Minha confiança
no futuro repousa na minha confiança no
Deus que controla a história. Mas como é
que Deus exerce esse controle e manifesta
essa autoridade? Como é que Deus faz
acontecer as coisas que Ele soberanamente
decreta?”

Agostinho reitera: “nada acontece neste


universo fora da vontade de Deus” e que, em
certo sentido, Deus ordena tudo o que
acontece. Nada escapa da atenção de Deus.

A soberania de Deus se expressa na


realização do seu plano para a história, mesmo
imperceptível (Is 46.10-11). A maior expressão
desta soberania foi o envio do Seu Filho ao
mundo, na plenitude dos tempos (Gl 4.4), isto é,
no tempo em que achou mais apropriado. Deus
na grande história e na nossa história individual
faz tudo como Ele quer (Is 46.11),. "O nosso
Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe
apraz" (Sl 115.3).
Página 6 de 13

A. W. Pink argumenta: “Deus preordena


tudo que acontece... Deus inicia todas as coisas,
controla todas as coisas...” Edwin H. Palmer
concorda: “Deus está por trás de tudo. Ele
decide e faz todas as coisas acontecerem... Ele
preordenou tudo ‘segundo o conselho de Sua
vontade’ (Ef 1.11).

Portanto, oração é um ato de humildade, um


ato de fraqueza. Quando oramos, admitimos a
Deus que precisamos desesperadamente de
ajuda, que não temos o controle das coisas. Que
não somos autossuficientes. A oração
reconhece que Deus é soberano e controla
todas as coisas. Nos curvamos perante sua
soberania. Reconhecemos que Deus governa
com sua mão poderosa e que não podemos
controlar qualquer coisa em nós mesmos. Não
podemos mudar qualquer coisa e precisamos
esperar que Deus mude.

Ao orarmos desta forma, isto muda


radicalmente a essência de nossos pedidos. O
que pedimos, como pedimos, para que pedimos
e a quem pedimos?

EM SEGUNDO LUGAR, A ORAÇÃO DOS


DISCÍPULOS ESTAVA CENTRADA NA
PALAVRA DE DEUS.
Página 7 de 13

Eles liam a Bíblia e oravam de acordo com


a Bíblia. “...que disseste por intermédio do
Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu
servo: Por que se enfureceram os gentios, e os
povos imaginaram coisas vãs? Levantaram-se
os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se
à uma contra o Senhor e contra o seu
Ungido” (At 4.25-26).

Com a Bíblia aberta eles interpretaram os


eventos que os atingiam. Aquilo que lhes
aconteciam fazia parte de um plano soberano, e
por isto não deveriam ficar assustados ou
surpresos.

Esta é a única forma de nos livrar de


equívocos teológicos, de orações vazias e até
mesmo heréticas. A melhor forma de orar é, na
medida em que lemos a Palavra de Deus,
oremos as verdades de Deus, ou para usar uma
paráfrase de Michel Quoist, “precisamos orar os
salmos”.

Na leitura da Bíblia devemos considerar:

i. Há algum princípio que aprendi na leitura e


preciso assimilar? Ore para que Deus lhe dê
humildade e coragem para mudar.
Página 8 de 13

ii. Há alguma promessa das Escrituras da qual


preciso me assenhorear? Suplique a Deus
para que seu coração assimile esta verdade.

iii. Há algum pecado que precisa ser


confessado? Você foi confrontado com a
Palavra de Deus? Ore por isto, peça sua graça,
seu perdão, confesse, arrependa-se.

Orar baseado nas promessas da Palavra


mudam a perspectiva na oração.

Os discípulos oram com a Bíblia aberta.

Uma das promessas mais impressionantes


das Escrituras encontra-se no livro do Profeta
Isaías “Não trabalharão debalde, nem terão
filhos para a calamidade, pelo contrário, eles
serão a posteridade bendita do Senhor, e
estarão para sempre com eles”(Is 65.23). Esta é
uma clara promessa de Deus aos pais
concernente aos filhos. Muitas vezes ficamos
preocupados com a situação espiritual deles – e
não deveríamos ficar? O que podemos fazer
diante de tudo o que tem acontecido neste
mundo caído? Leia com atenção as promessas
da Palavra de Deus. “Não trabalharão em
vão”. Isto é, o que fazemos hoje pelos filhos, o
Página 9 de 13

investimento espiritual, não será vazio. Deus vai


abençoar tudo isto. Outra verdade: “Não terão
filhos para a calamidade”. Que promessa
maravilhosa. Deus não nos tem dado filhos para
povoar o inferno. Elas são a posteridade
bendita de Deus. Ao lermos tantas promessas,
não vale a pena orar por elas, baseados naquilo
que Deus afirma?

Isto significa orar segundo as Escrituras


Sagradas.

EM TERCEIRO LUGAR, A ORAÇÃO DOS


APÓSTOLOS RECONHECIA O GOVERNO
DE DEUS.

O que os reis e lideres pagãos estão


fazendo, senão cumprir “tudo o que tua mão e o
teu propósito predeterminaram”? (At 2.28). Na
verdade, podemos fazer a vontade de Deus de
duas formas, completamente antagônicas:

a. Fazemos a vontade de Deus porque


desejamos glorificar o seu nome. Ao
obedecermos a sua vontade, ao orarmos para
que a obra de Deus se realize na história e ao
participar fazendo aquilo que ele espera de nós,
estamos fazendo de boa vontade.
Página 10 de 13

b. Fazemos a vontade de Deus, lutando contra


Deus. Não fazemos a vontade de Deus apenas
quando o obedecemos, mas também quando o
desobedecemos. Isto pode parecer um tanto
quanto estranho, mas será que, quando os reis
da terra se levantam contra o Senhor e o seu
Ungido, em algum momento, Deus perdeu o
controle da história? Se isto acontecesse, ele
deixaria de ser Deus.

Os apóstolos afirmam que a reação histórica


à obra de Deus, fazia parte de um projeto maior
de Deus. Ele estava cumprindo seus propósitos
através da oposição. Eles estavam fazendo
““tudo o que tua mão e o teu propósito
predeterminaram”. Isto já havia sido profetizado.
Aqueles homens ímpios, na sua arrogância e
altivez, no seu orgulho e rejeição, estavam
cumprindo o propósito de Deus, ao perseguir a
igreja, tanto quanto Faraó, ao endurecer o
coração e não deixar o povo de Deus sair do
Egito. Fazia parte do projeto de Deus que Faraó
endurecesse o coração. “Eu, porém,
endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei
na terra do Egito os meus sinais e as minhas
maravilhas” (Ex 7.3). A dureza daquele homem
não escapava à soberania de Deus.
Página 11 de 13

Na oração precisamos aprender que Deus


não perdeu o controle. Seja nos dando o que
pedimos ou negando o que lhe pedimos. Ele é
Deus! Sua glória não deixou de brilhar. Ele é
soberano, seus propósitos predeterminados se
cumprirão, porque “os dons e a vocação de
Deus são irrevogáveis” (Rm 11.29).

EM QUARTO LUGAR, A ORAÇÃO DOS


APÓSTOLOS NÃO ESTAVA CENTRADA NO
LIVRAMENTO, MAS NO PROPÓSITO DE
DEUS.

Em nenhum momento eles oram por


livramento. Não é surpreendente?

O que faríamos se estivéssemos diante de


ameaças e perseguição? Não convocaríamos
um grupo de pessoas para lutarmos em oração
para que Deus nos livrasse da oposição e até
mesmo do martírio? Pois os apóstolos não
oraram por isto em nenhum momento.

Não oram por livramento e nem oram para


Deus mudar a situação.

Então, qual foi o motivo de sua oração?

Eles oram por ousadia.


Página 12 de 13

“Agora, Senhor, olha para as suas ameaças


e concede aos teus servos que anunciem com
toda intrepidez a tua palavra, enquanto
estendes a mão para fazer curas e prodígios por
intermédio do nome do teu santo Servo
Jesus” (At 2.29-30).

Eles pedem coragem para enfrentarem a


situação, para não recuarem, para não terem
medo.

Eles oram também para que o Evangelho


prevaleça.

Eles não estão preocupados com seus


problemas pessoais, mas com a glória e avanço
da mensagem de Jesus Cristo. O que eles
pedem é força para enfrentar as ameaças e
poder para que o nome de Cristo se torne
conhecido.

CONCLUSÃO

Orações assim atingem os céus.

Orações assim confrontam as trevas.

Orações assim mexem com as estruturas


sísmicas da terra. “Tendo eles orado, tremeu o
lugar onde estava reunidos”. O chão tremeu.
Página 13 de 13

Muitos movimentos pentecostais gostam de


falar que o chão vai tremer, mas o chão treme
quando a oração não é ensimesmada, que é
preso em sim, mas o seu conteúdo é a glória de
Deus.

Orações assim nos enchem do Espírito


Santo. “E todos ficaram cheios do Espírito
Santo”. Só se enche do Espírito, quem ora de
acordo com o propósito do Espírito.

Orações assim fazem o evangelho avançar.


“com intrepidez, anunciavam a palavra de
Deus”. Igrejas que buscam conforto e querem
evitar o confronto, cujos membros estão
interessados em bem estar e ausência de
conflito não será uma igreja poderosa no
anúncio das eternas mensagens de Cristo.

QUAL FOI O CONTEÚDO DA ORAÇÃO DA


IGREJA?

PELO QUE PEDIRAM? INTREPIDEZ.


CORAGEM!

O QUE TIVERAM?
INTREPIDEZ.

S9MZEUPSWR8PB9T

Vous aimerez peut-être aussi