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GESTÃO CONTÁBIL
Professor: Allan dos Santos Pinto
1 Fundamentos da contabilidade................................................................. 7
3 A nformação contábil.............................................................................. 12
Gastos............................................................................................................ 14
Custos ............................................................................................................ 14
Despesas ....................................................................................................... 14
Investimentos ................................................................................................. 14
Perdas............................................................................................................ 15
Receitas ......................................................................................................... 15
Ganhos........................................................................................................... 15
Desembolso ................................................................................................... 15
PRINCÍPIO..................................................................................................... 16
CARACTERÍSTICA ........................................................................................ 16
PRINCÍPIO..................................................................................................... 17
CARACTERÍSTICA ........................................................................................ 17
2
6 Demonstrações contábeis ...................................................................... 17
Balanço patrimonial........................................................................................ 21
BALANÇO PATRIMONIAL............................................................................. 23
ATIVO ............................................................................................................ 23
Ativo circulante............................................................................................... 23
PASSIVO ....................................................................................................... 24
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6.9 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ................................................................. 25
Elementos do ativo:........................................................................................ 25
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO............................................................ 29
8.1.2 Controlada........................................................................................... 35
Capital social.................................................................................................. 40
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Reservas de capital........................................................................................ 40
Reservas de reavaliação................................................................................ 40
Reservas estatutárias..................................................................................... 41
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9.6 Modelo de livro Diário ............................................................................. 50
10 Apêndice................................................................................................. 60
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1 FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE
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recursos humanos e logística - está o sistema de informações contábeis, tal como
representado na figura abaixo:
registro dos fatos nos livros contábeis, como por exemplo o diário, onde se lançam
as transações por ordem cronológica, e o razão, onde estas são registradas
separadamente por tipo de evento;
O registro dos fatos contábeis nos livros competentes é feito mediante uma
codificação utilizada para classificar os eventos segundo suas particularidades.
Essa codificação é denominada contas contábeis, e o conjunto das diversas
contas constitui o plano de contas contábeis, como veremos no próximo capítulo.
• o balanço patrimonial;
• a demonstração do resultado do exercício;
• a demonstração das origens e aplicações de recursos;
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• a demonstração das mutações do patrimônio líquido.
O plano de contas, anteriormente citado, inclui todas as contas contábeis da
organização, agrupadas de forma racional e planificada. Um bom plano de contas
deve conter os seguintes elementos básicos:
• elenco das contas - relação nominal das contas (títulos) que integram o
plano;
• função das contas - discriminação do conteúdo de cada conta,
esclarecendo-se o significado de cada título, os elementos componentes,
etc.;
• funcionamento das contas - explicação sumária da movimentação de cada
conta, indicando as relações com outras contas e a posição do saldo.
As contas devem ser ordenadas e agrupadas em sistemas; para facilitar a
aplicação do plano, é comum codificá-las. Todo plano de contas deve ser
suficientemente flexível para permitir alterações necessárias sem quebra de sua
unidade. Essa codificação deverá indicar as operações de ativo, passivo,
patrimônio líquido e resultado, como veremos no fim deste capítulo.
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Observando o fluxo apresentado anteriormente, podemos dizer que o
processamento das informações contábeis ocorre da seguinte forma:
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Como você já percebeu, as origens são efetivamente aplicadas nas operações,
sejam elas principais ou acessórias. Assim, tais aplicações são efetuadas da
seguinte forma:
3 A NFORMAÇÃO CONTÁBIL
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Compete ao profissional de contabilidade, ou controller, conceituar a informação e
conhecer profundamente os ambientes interno e externo. Ele sabe que as
informações geradas são essenciais para que o gestor tome uma decisão
adequada e mais rápida. Como você viu, as demonstrações contábeis possibilitam
uma completa análise das informações geradas, daí sua importância para o
usuário.
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Planejamento é o processo pelo qual se decidem as ações a serem empreendidas
no futuro. A informação contábil é de grande utilidade no planejamento
empresarial, na medida em que permite estabelecer padrões. Mesmo em caso de
decisões isola das sobre várias alternativas possíveis, normalmente utiliza-se
grande quantidade de informações contábeis.
4 CONCEITOS BÁSICOS
Gastos
Todos os dispêndios efetuados pelas organizações representam gastos que,
conforme suas características, podem dividir-se em: custos, despesas,
investimentos, perdas, gastos operacionais e gastos não-operacionais.
Custos
São os gastos efetuados com a produção dos bens e/ou a prestação de serviços.
Por exemplo, com matérias-primas, mão-de-obra etc.
Despesas
Trata-se dos gastos que, direta ou indiretamente, contribuem para a geração de
receitas. Incluem-se aí as despesas administrativas, comerciais, gerais e
financeiras.
Investimentos
São todos os gastos visando expandir as instalações ou mesmo as atividades da
empresa. Por exemplo, os gastos com a compra de imóveis, máquinas e
equipamentos.
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Perdas
Correspondem aos gastos anormais ou involuntários efetuados pela empresa e
que constituem todo o imprevisto ocorrido num certo período.
Gastos operacionais
Representam as parcelas referentes ao ciclo operacional da empresa, ou seja,
aquelas vinculadas aos produtos ou serviços que constituem os objetivos da
organização. Assim, há que se considerar como gastos operacionais aqueles
referentes aos custos, às despesas e aos investimentos.
Gastos não-operacionais
Representam as parcelas que não se incluem no ciclo operacional da
organização, isto é, aquelas vinculadas a atividade ou evento extraordinário, fora
dos objetivos da empresa. Consideram-se, portanto, gastos não-operacionais
aqueles não previstos, ou seja, as perdas.
Receitas
Evento causado pela venda de bens e serviços, bem como pelo rendimento de
aplicações financeiras.
Ganhos
Representam o acréscimo do patrimônio líquido que não gera acréscimo no
resultado. Esse item será amplamente discutido no terceiro capítulo.
Desembolso
Trata-se do pagamento referente a um gasto qualquer.
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5 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE
Toda ciência é regida por princípios ou leis. Os princípios contábeis podem ser
definidos como as premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos
contemplados pela contabilidade, as quais são resultado de análise e observação
da realidade econômica, social e institucional.
São duas as condições básicas para que um princípio supere a fase de tentativa e
se torne "amplamente aceito", incorporando-se assim à doutrina e à prática
contábeis:
PRINCÍPIO CARACTERÍSTICA
Entidade A contabilidade é feita para entidades como pessoas
distintas dos sócios. O patrimônio pertence, pois, a uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou
finalidade, com ou sem fins lucrativos,
independentemente de ser propriedade de uma pessoa.
Continuidade Presume-se, em geral, que a entidade operará por
tempo indefinido. Portanto, esse princípio influencia o
valor econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor
ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a
extinção da entidade tem prazo determinado, previsto
ou previsível.
Oportunidade A observância desse princípio permite às empresas
registrar as variações patrimoniais, o que deve ser feito
mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza
de sua ocorrência. Tal registro deve incluir os aspectos
físicos e monetários, bem como as variações ocorridas
no patrimônio da entidade.
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PRINCÍPIO CARACTERÍSTICA
Registro pelo valor Os componentes do patrimônio devem ser registrados
pelos valores originais das transações com o mundo
original
exterior, expressos em valor presente na moeda do
país, os quais serão mantidos na avaliação das varia-
ções patrimoniais posteriores.
Competência Despesas e receitas são atribuídas de acordo com o
seu fato gerador, independentemente de terem sido ou
não pagas ou recebidas.
Atualização monetária Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda
nacional devem ser reconhecidos nos registros
contábeis mediante o ajustamento da expressão formal
dos valores dos componentes patrimoniais.
Prudência Esse princípio determina a adoção do menor valor para
os componentes do ativo e do maior valor para os do
passivo, sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
6 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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Lei nº 10.303, de 31-10-2001, alterou os arts. 196, 197 e 202. Embora
regulamente especificamente a sociedade anônima, essa lei aplica-se a qualquer
tipo de pessoa jurídica. Cabe ressaltar que aqui será utilizada a expressão
"demonstrações contábeis", uma vez que "demonstrações financeiras" aplica-se
ao contexto financeiro, limitando-se às operações de crédito e financiamento.
Você pode observar que as demonstrações têm por finalidade refletir não só a
situação do patrimônio naquele momento, mas também as mutações ocorridas no
exercício.
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6.4 Balanço patrimonial
O balanço patrimonial tem por objetivo apresentar aos diversos usuários a
situação patrimonial da empresa, evidenciando, através da estrutura de capital, a
participação do capital de terceiros e do capital próprio, isto é, as fontes de finan-
ciamentos. Mediante o processo de gestão, tais recursos serão investidos de tal
sorte que se consiga maximizar a aplicação dos investidores e, ao mesmo tempo,
ter capacidade para saldar as dívidas da empresa, o que caracteriza rentabilidade
e liquidez.
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6.5 APRESENTAÇÃO LÓGICA DA ESTRUTURA PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
GRAU DE EXIGIBILIDADE
(GIRO MAIOR)
GRAU DE LIQUIDEZ
REALIZÁVEL A EXIGÍVEL A
LONGO PRAZO
LONGO
PRAZO
PERMANENTE PATRIMÔNIO
(GIRO LÍQUIDO
MÍNIMO)
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Bens Obrigações com terceiros
Imóveis 80.000,00 Fornecedores 30.000,00
Veículos 30.000,00
Caixa 134.000,00
Mercadorias 42.000,00
Direitos Patrimônio líquido
Duplicatas a receber 60.000,00 Capital 360.000,00
Bancos 70.000,00 Lucro 26.000,00
Total 416.000,00 Total 416.000,00
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6.7 REPRESENTAÇÃO DE LlQUIDEZ E EXIGIBILlDADE
Ativo Passivo
Caixa 134.000,00 Bens Fornecedores 30.000,00 Obrigações
Com Terceiros
Bancos 70.000,00 Direitos
Dupl. Receber 60.000,00 Direitos
Mercadorias 42.000,00 Bens Capital 360.000,00 Capital
Veículos 30.000,00 Bens Lucros ou26.000,00 próprio
prejuízos
acumulados
Imóveis 80.000,00 Bens
Como você pode perceber, nosso objetivo é gerar informações para um conjunto
heterogêneo de usuários. Para tanto é preciso estruturar as demonstrações de
forma a permitir-lhes extrair as informações de que necessitam.
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6.8 Estrutura sintética
A Lei das S.A. aplica-se a todos os tipos de sociedades no que se refere à
escrituração contábil e à elaboração das demonstrações contábeis. Para melhor
entendimento, mostramos a seguir a estrutura sintética das demonstrações
contábeis.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo Passivo
a) Ativo circulante (grupo) a) Passivo circulante (grupo)
Disponível (subgrupo) Obrigações (subgrupo)
Créditos (subgrupo)
Outros créditos (subgrupo) b) Passivo exigível a longo prazo (grupo)
Estoques (subgrupo)
Despesas antecipadas (subgrupo) Obrigações (subgrupo)
b)Ativo realizável a longo prazo (grupo) c) Resultado de exercícios futuros
(grupo)
Créditos (subgrupo)
Outros créditos (subgrupo)
Estoques (subgrupo) d) Patrimônio líquido (grupo)
Despesas antecipadas (subgrupo) Capital (subgrupo)
c) Ativo permanente (grupo) Reservas (subgrupo)
Investimento (subgrupo)
Resultado acumulado
Imobilizado (subgrupo) (subgrupo)
Diferido (subgrupo)
Total Total
Vejamos agora como se compõem os diversos grupos de contas integrantes do
balanço patrimonial.
ATIVO
Ativo circulante
Classificam-se nesse grupo todos os bens e direitos cuja realização ocorra no
curso do exercício social seguinte ao encerramento do exercício atual.
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Ativo realizável a longo prazo.
Incluem-se aqui os bens e direitos cuja realização é certa ou provável após o
término do exercício social subseqüente, ou seja, a realização ocorrerá num prazo
superior a um ano, a contar da data de apresentação do balanço patrimonial do
exercício atual.
Ativo permanente.
São os bens e direitos de uso da empresa, bem como os demais investimentos.
Não se trata de uma aplicação de capital de forma temporária ou especulativa.
PASSIVO
Passivo circulante.
Classificam-se nesse grupo todas as exigibilidades cujo vencimento ocorra no
curso do exercício social seguinte ao encerramento do exercício atual.
Patrimônio líquido.
Aqui se incluem os valores recebidos dos investidores e os recursos gerados pela
própria atividade, ou seja, os lucros que estão formalmente incorporados à ativi-
dade como fonte de financiamento.
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6.9 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Os critérios de avaliação são os elementos do ativo e os elementos do passivo, a
seguir discriminados.
Elementos do ativo:
• direitos e títulos de crédito e quaisquer valores mobiliários não classificados
como investimentos, pelo custo de aquisição ou pelo valor do mercado, se
este for menor; serão excluídos os já prescritos e feitas as provisões
adequadas para ajustá-Ias ao valor provável de realização, e será admitido
o aumento do custo de aquisição, até o limite do valor de mercado, para
registro de correção monetária, variação cambial ou juros acrescidos;
• direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da
companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens
em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de
provisão para ajustá-Ia ao valor de mercado, quando este for inferior;
• investimentos em participação no capital social de outras sociedades,
avaliados pelo método do custo ou pelo método da equivalência
patrimonial;
• demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para
atender às perdas prováveis na realização de seu valor ou para redução do
custo de Aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior;
• direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do
saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
• ativo diferido, pelo valor do capital aplicado, deduzido do saldo das contas
que registrem sua amortização.
Elementos do passivo:
• obrigações, encargos e riscos conhecidos ou calculáveis; o imposto de
renda a pagar com base no resultado do exercício será computado pelo
valor atualizado até a data do balanço;
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• obrigações em moeda estrangeira, com cláusula de paridade cambial,
convertidas em moeda nacional à taxa de câmbio em vigor na data do
balanço;
• obrigações sujeitas a correção monetária, atualizadas até a data do
balanço.
Feitos todos os ajustes, faz-se o balancete final para que se possa elaborar a
demonstração de resultado e o balanço patrimonial.
ATIVO
a)Ativo circulante (grupo)
Disponibilidades (subgrupo)
Caixa
Bancos conta movimento
Aplicações de liquidez imediata
Créditos (subgrupo - direitos realizáveis até o exercício seguinte)
Duplicatas a receber
(-) Duplicatas descontadas
(-) Provisão para devedores duvidosos
Outros créditos (subgrupo)
Títulos a receber
Adiantamentos a empregados
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Aplicações financeiras
Impostos a recuperar
Estoques (subgrupo)
Matérias-primas
Produtos em processo de fabricação
Material de embalagem
Produtos acabados
Mercadorias
(-) Provisão para ajuste a valor de mercado
Despesas do exercício seguinte (subgrupo – despesas antecipadas)
Prêmios de seguros a apropriar
Juros a apropriar
Aluguéis a apropriar
Material de escritório
b) Ativo realizável a longo prazo (grupo)
Créditos (subgrupo)
Duplicatas a receber
(-) Duplicatas descontadas
(-) Provisão para devedores duvidosos
Outros créditos (subgrupo)
Títulos a receber
Aplicações financeiras
Valores a receber de pessoas ligadas Depósitos compulsórios
Depósitos judiciais
Estoques (subgrupo)
Matérias- primas
Produtos em processo de fabricação
c) Ativo permanente (grupo)
Investimentos (subgrupo)
Participações permanentes em outras sociedades
(-) Provisões para perdas na alienação de investimentos
Ágios ou deságios de investimentos
Imóveis de renda
Imóveis para futura utilização
Obras de arte
Aplicações em incentivos fiscais
Imobilizado (subgrupo)
Terrenos
Móveis e utensílios
(-) Depreciação acumulada
Veículos
(-) Depreciação acumulada
Edifícios
(-) Depreciação acumulada
Marcas e patentes
(-) Amortização acumulada
Benfeitorias em propriedade de terceiros
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(-) Amortização acumulada
Direitos sobre recursos naturais
(-) Exaustão acumulada
Diferido (subgrupo)
Despesas pré-operacionais de implantação
(-) Amortização acumulada
Despesas de organização ou reorganização
(-) Amortização acumulada
Pesquisa e desenvolvimento de produtos
(-) Amortização acumulada
Total do ativo
Passivo
a) Passivo circulante (grupo)
Obrigações (subgrupo)
Fornecedores
Contas a pagar
Salários a pagar
Férias a pagar
Honorários a pagar
ICMS a recolher
PIS a recolher
Cofins a recolher
b) Passivo exigível a longo prazo (grupo)
Obrigações (subgrupo)
Empréstimos a pagar Financiamentos a pagar
Debêntures a pagar
Impostos a recolher
c) Resultado de exercícios futuros (grupo)
Receita de exercícios futuros (subgrupo)
Receitas de aluguel de imóveis
Receitas com vendas de imóveis
(-) Custo de exercícios futuros (subgrupo)
Custos com imóveis alugados
Custos com vendas de imóveis
d) Patrimônio líquido (grupo)
Capital social (subgrupo)
Capital subscrito
(-) Capital a subscrever
Reservas (subgrupo)
Reservas de capital
Reservas de reavaliação
Reservas de lucros
Resultados acumulados (subgrupo)
Lucros ou prejuízos acumulados
Ações em tesouraria (subgrupo)
Total do passivo
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7 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
VENDAS
(-) Custos
( -) Despesas
( -) Impostos
(=) Lucro ou prejuízo do exercício
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A receita será reconhecida no ato da venda, e o encaixe só acontecerá no ato do
recebimento. Como você pode perceber, é possível gerar receitas e não ter
liquidez, sendo talvez necessário contrair empréstimos para arcar com os
compromissos. Observe que o gestor deverá buscar o equilíbrio entre receitas e
caixa. Para tanto, deve seguir uma política racional de realização de vendas e
suas respectivas cobranças.
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7.1 Estrutura sintética
Para compreender melhor os diversos grupos de contas integrantes da
demonstração de resultado, mostramos a seguir sua estrutura sintética.
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• lucro bruto - diferença;
• despesas operacionais - necessárias ao funcionamento da empresa,
estão associadas às atividades principais e secundárias; serão diminuídas
em função de receitas financeiras e outras receitas operacionais;
• resultado operacional líquido - diferença;
• receitas e despesas não-operacionais - correspondem a evento
econômico diminutivo ou aumentativo do patrimônio líquido não associado
às atividades principais ou secundárias da empresa, independentemente
de sua freqüência;
• resultado líquido antes da contribuição social - diferença;
• contribuição social sobre o lucro e imposto de renda - tributos;
• participações - distribuição, a quem de direito, da parte que lhe cabe do
resultado da empresa;
• resultado líquido do exercício - representa o lucro líquido da empresa
proveniente daquele período de apuração.
O cálculo do lucro por ação é feito dividindo-se o lucro líquido pela quantidade de
ações em que está dividido o capital da empresa.
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8 PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS E VARIAÇÕES DO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
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Para que você tenha uma noção mais abrangente dos investimentos societários,
mostraremos a seguir algumas conceituações referentes às empresas investidas,
isto é, a coligada e a controlada.
Coligada
A empresa participa com 10% ou mais do capital social da sociedade investida até
o ponto de não exercer o controle. É interessante notar que a nossa legislação
menciona essa percentagem de participação, abrangendo participação em ações
ou cotas com ou sem direito a voto, preferenciais ou ordinárias, com ou sem
direito a participação na administração. Numa empresa não-controlada que
represente menos que 10% do capital da sociedade investida, cada participação
societária estará automaticamente no grupo das avaliadas ao custo, sem ter a
obrigatoriedade de ser avaliada por equivalência patrimonial.
Controlada
A empresa investidora, direta ou indiretamente, através de outras sociedades
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo
permanente, preponderância nas deliberações sociais e poder de eleger a maioria
dos administradores. Normalmente existe a controlada quando a investidora
possui mais de 50% de suas ações ou cotas com direito a voto. Mas nossa
legislação não fala nessa percentagem, e sim nas características citadas, pois
pode ser que uma sociedade possua menos da metade das ações ou cotas com
direito a voto e tenha poder para eleger a maioria dos administradores e mandar
na investida. Isso pode ocorrer numa participação de sociedade por cotas de
responsabilidade limitada em função de cláusula contratual ou acordo de
acionistas, ou ainda, no caso de uma S.A., se as demais ações com direito a voto
estiverem tão pulverizadas no mercado que se torne quase impossível a perda de
controle por parte da investidora.
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8.2 Evidenciação de participações societárias
As participações societárias que tenham finalidade de aplicação de capital não-
especulativo classificam-se como investimentos de caráter permanente. Segundo
o art. 179 da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), classificam-se como
investimentos no ativo permanente as participações permanentes em outras
sociedades e os direitos de qualquer natureza não classificáveis no ativo
circulante e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa.
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Método de equivalência patrimonial
Por esse método, o custo histórico das participações societárias será ajustado de
modo a refletir os resultados e quaisquer variações patrimoniais ocorridas na
sociedade investida.
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O art. 248 da Lei das S.A. estabelece as seguintes exigências cumulativas para
que os investimentos sejam avaliados pelo método de equivalência patrimonial:
• investimentos em controladas:
• investimento tem que ser relevante;
• investimento em coligadas:
• investimento tem que ser relevante;
• influência na administração da sociedade coligada ou participação de 20%
ou mais no capital social da sociedade coligada.
Os investimentos que não se enquadram nessas exigências são avaliados pelo
método de custo. São eles:
Os investimentos avaliados pelo método de custo são mantidos por seu valor
histórico. A investidora não altera o valor contábil do investimento em função de a
investida ter apurado lucro ou prejuízo. Os dividendos declarados pela investida
são contabilizados como receita pela investidora.
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Capital social
Corresponde a todo o investimento realizado na empresa pelos sócios ou
acionistas, incluindo o capital inicial e a integralização de novos recursos, bem
como a parte do lucro e outras reservas não distribuídas e incorporadas ao capital
em virtude de decisões dos sócios. De acordo com o art. 182 da Lei nº 6.404/76, a
conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada. Capital subscrito é aquele prometido pelos acionistas. No
momento em que os acionistas entregam à empresa as parcelas prometidas em
bens ou direitos, tem-se a realização ou integralização do capital.
Reservas de capital
São as que não se originam do resultado do exercício, isto é, não são apuradas e,
portanto, não transitam pela demonstração do resultado do exercício. As reservas
de capital não decorrem das operações da companhia, mas de ágio na emissão
de ações, prêmio recebido na emissão de debêntures, doações e outros.
Reservas de reavaliação
Classificam-se como reservas de reavaliação as contrapartidas de aumentos de
valor atribuídos a elementos do ativo (permanente) em virtude de novas
avaliações. Esse procedimento está amparado pela Lei nº 6.404/76, que garante a
possibilidade de se avaliarem os ativos de uma empresa por seu valor de
mercado.
40
para o grupo de ativos realizáveis. À medida que se realiza, a reserva de
reavaliação é transferida para a conta de lucros ou prejuízos acumulados.
Reservas de lucros
Consiste na retenção de parte do lucro com finalidade específica. O objetivo de
constituí-Ia é evidenciar a parcela de lucros ainda não realizada financeiramente,
apesar de contábil e economicamente realizada. As reservas de lucros são discri-
minadas a seguir:
Reserva legal
Do lucro líquido do exercício, 5% serão aplicados, antes de qualquer outra
destinação, na constituição de reserva legal, que não poderá exceder a 20% do
capital social. A reserva legal tem por finalidade assegurar a integridade do capital
social e somente poderá ser utilizada para compensar prejuízos ou aumentar o
capital.
Reservas estatutárias
O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
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• fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que não
será destinada à sua constituição;
• estabeleça o limite máximo da reserva.
42
Reserva de lucros: benefícios fiscais
Segundo o art. 422 do Regulamento do Imposto de Renda 1999, é facultado ao
contribuinte o diferimento do ganho de capital obtido na desapropriação de bens,
mediante sua transferência para uma conta de reserva especial de lucros. Tal
diferimento é possível contanto que a empresa aplique importância igual ao ganho
de capital na aquisição de outros bens do ativo permanente.
43
Por outro lado, o patrimônio líquido pode também ser acrescido com novos
investimentos de capital quando a situação econômica (e mesmo a situação
financeira) exigir dos sócios uma intervenção a fim de equilibrá-Ia.
Note-se que as variações do patrimônio líquido não derivam apenas dos lucros
resultantes de receitas e despesas, mas também de ganhos e perdas. Tem havido
alguma confusão no que diz respeito à definição de ganhos e receitas. Para
melhor compreender esses dois conceitos, vale relembrar a sua origem. Os
ganhos representam itens não-recorrentes que têm o mesmo efeito sobre o
patrimônio líquido, mas que podem ou não surgir na atividade normal de uma
empresa, ao passo que a receita sempre advém direta ou indiretamente da
atividade normal da empresa, que é gerar produtos ou serviços. O ganho,
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portanto, resulta de uma transação ou evento esporádico que provavelmente não
acontecerá no futuro.
Segundo ludícibus &. Marion (1999), no Brasil costuma-se usar tanto o termo
receita, que pode ser operacional ou não, quanto ganhos. Estes últimos são
normalmente englobados entre as receitas não-operacionais, o que é
conceitualmente incorreto, uma vez que ganho e receita têm origens diferentes.
Receita bruta
(-) Deduçôes
= Receita operacional liquidada
(-) Custo das vendas
= Resultado bruto
(-) Despesas operacionais
= Resultado operacional
(+) ou (-) Receitas e despesas não-operacionais (incluindo ganhos e perdas)
= Resultado antes do imposto de renda e contribuição social
(-) Imposto de renda e contribuição social
= Resultado líquido
45
entender que os lucros altos são recorrentes e operacionais e que os prejuízos
não são recorrentes, mas derivam de fatores externos. Portanto, os analistas
devem averiguar se o lucro resulta de uma atividade rotineira ou de uma transação
ou evento esporádico que provavelmente não acontecerá no futuro. Ou, ainda, se
o lucro resulta de uma atividade operacional ou de uma atividade periférica à
atividade principal (venda de um item imobilizado) .
Supondo, por exemplo, que haja um aumento nas vendas, isso acarretaria uma
modificação no capital de giro, assim como no resultado do exercício. Portanto,
seria possível identificar, através das demonstrações contábeis - em especial o
balanço patrimonial e a demonstração de resultado -, as alterações mencionadas.
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• pela legislação fiscal, particularmente a do Imposto de Renda, segundo a
qual a pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real (ou seja,
que paga o imposto com base nos seus resultados efetivos) deve manter
escrituração com observância das leis comerciais e fiscais. Essa
escrituração deve abranger todas as operações realizadas pela empresa,
os resultados apurados em atividades no território nacional, bem como os
lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior.
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9.4 Livro Diário
O livro Diário é o registro básico de toda a escrituração contábil. Nele devem ser
lançados, dia a dia, todos os atos ou operações da atividade que modifiquem ou
possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica.
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Qualquer que seja o sistema adotado em substituição ao livro Diário tradicional, os
lançamentos deverão satisfazer todos os requisitos e as normas de escrituração
exigidos para os livros mercantis, tais como:
certas contas:
50
O livro Razão, além de ser imprescindível como meio de escrituração contábil, é
obrigatório perante a legislação do Imposto de Renda para as empresas tributadas
com base no lucro real.
Importa salientar que cada ficha do Razão representa uma conta. Assim, temos o
Razão da Conta Caixa, o Razão da Conta Bancos Conta Movimento etc. Mais
adiante, num dos próximos Módulos, vamos focalizar o conceito de conta e seu
agrupamento lógico para fins de utilização (o chamado "Plano de Contas").
Veja um modelo de Razão e repare que nele, diferentemente do que ocorre com o
livro Diário, há uma coluna de saldo, que representa a totalização a que nos
referimos:
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e/ou a crédito (lado direito) da conta num determinado período, além do respectivo
saldo (indicado no lado esquerdo, se for devedor, ou no lado direito, se credor).
Não confundir o livro Caixa aqui referido com aquele cuja escrituração deve ser
feita pela microempresa ou pela empresa de pequeno porte optante pelo
"Simples" Federal que não mantenha escrituração contábil.
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9.11 LIVROS FISCAIS EXIGIDOS PELA LEGISLAÇÃO DO IR
A legislação do Imposto de Renda exige que, além dos livros comerciais
anteriormente mencionados, as pessoas jurídicas (empresas individuais e
sociedades) tributadas pelo Imposto de Renda com base no lucro real escriturem
os seguintes livros fiscais (sem prejuízo da exigência de outros livros pela
legislação do IPI, ICMS e ISS):
b.1) deve ser escriturado em condições de poder identificar, pelos seus registros,
os fornecedores e respectivos documentos de compras de bens destinados a
industrialização e/ou comercialização;
b.2) pode ser substituído pelo livro Registro de Entradas, adotado para
atendimento da legislação do ICMS/IPI, podendo a empresa, ainda,
alternativamente, criar modelos próprios que satisfaçam às necessidades de seu
negócio, inclusive substituindo o livro por fichas numeradas;
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d) Livro de Movimentação de Combustíveis, a ser escriturado diariamente pelos
postos revendedores;
Note que os livros fiscais supracitados são exigidos apenas para as pessoas
jurídicas tributadas com base no lucro real. Se a empresa for ME ou EPP optante
pelo Simples ou, ainda, se for tributada com base no lucro presumido, ficará
sujeita à escrituração obrigatória apenas do livro Registro de Inventário (além do
livro Caixa).
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9.13 AUTENTICAÇÃO DE LIVROS
Os livros mencionados sujeitos a autenticação devem conter termos de abertura e
de encerramento e ser autenticados:
Se forem utilizados, para efeito de Imposto de Renda, livros fiscais exigidos por
outras legislações (por exemplo, os livros de Registro de Inventário e Registro de
Entradas exigidos pela legislação do ICMS, este em substituição ao registro de
compras), eles deverão ser autenticados pela Junta Comercial, independen-
temente da autenticação a que estejam sujeitos na forma da legislação do ICMS.
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9.14 Livros dispensados de autenticação
É dispensada a autenticação na Junta Comercial ou no Registro Civil das Pessoas
Jurídicas:
• do livro Razão;
• dos livros contábeis auxiliares referidos no subitem 3.4 deste Módulo;
• do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur);
• do Livro de Movimentação de Combustíveis.
• que, legalmente habilitadas para tanto, optarem pela tributação com base
no lucro presumido;
• as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes pelo Simples
Federal.
Para tanto, devem manter em boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o
prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que Ihes sejam pertinentes:
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9.16 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
A escrituração contábil das pessoas jurídicas deve ficar sob a responsabilidade de
contabilista legalmente habilitado nos termos da legislação específica. A
habilitação profissional pressupõe, além da formação escolar, o registro no CRC.
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atacadistas, podendo, a critério do Fisco, ser exigido de estabelecimento de
contribuintes de outros setores, com as adaptações necessárias);
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a) Registro de Ações Nominativas;
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10 APÊNDICE
AVALIAÇÃO DE ESTOQUES
1. INTRODUÇÃO
A avaliação de estoques parece ter sido a primeira das aplicações gerenciais da
Contabilidade de Custos é geralmente aceito que os problemas de avaliação de
estoques estão na própria origem da Contabilidade de Custos – foi para resolvê-
las que procedimentos típicos de análise e apuração de custos começaram a ser
desenvolvidos.
2. CONCEITO DE ESTOQUE
O termo "estoque" designa o "conjunto" dos itens materiais de propriedade da
empresa que:
• São mantidos para venda futura;
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1. OBJETIVO PRINCIPAL DO CUSTEIO DOS ESTOQUE E A SELEÇÃO DOS
MÉTODOS DE CUSTEIO.
O maior objetivo do custeio do estoque é a determinação de custos adequados às
vendas, de forma que o lucro apropriado seja calculado.
Em adição ao fator lucro, existe um número de outros fatores que influenciam as
decisões relativas à seleção dos métodos de custeio de estoque.
A lista destes fatores, excluindo a definição de lucro, incluiria:
• aceitação do método pelas autoridades do Imposto de Renda;
• objetividade do método;
61
23/mar. compra de 30 unidades a $ 35 cada
EI - - - - - - 20 20,00 400,00
• O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas;
EI - - - - - - 20 20,00 400,00
30 30,00 900,00
50 1.300,00
30 30,00 900,00
40 1.100,00
10 30,00 300,00
20 600,00
63
30 35,00 1.050,00
50 1.650,00
40 1.350,00
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Unit. Total Unit. Total Unit. Total
EI - - - - - - 20 20,00 400,00
30 30,00 900,00
50 1.300,00
40 1.000,00
30 35,00 1.050,00
50 1.450,00
20 35,00 700,00
40 1.100,00
Outros Métodos
• Custo de mercado na data de entrega para consumo – itens de estoque
padronizados e comercializados em Bolsas de Mercadorias, tais como algodão,
café, trigo cru, etc., são, às vezes, apropriados à produção pelo preço de
cotação na Bolsa na data de entrega para consumo. Este procedimento substitui
o custo de compra pelo custo de reposição e tem a virtude de apropriar os itens
pelo custo corrente, que é, sem dúvida, mais significativo.
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lucros operacionais, a administração será informada sobre os efeitos da
variação dos preços nos lucros da empresa e sobre o valor de mercado
corrente, útil na área de planejamento e na de tomada de decisão. Um
elemento-chave desse sistema é o valor de mercado (custo de reposição) dos
itens de estoque. O objetivo principal do custo de reposição é determinar o
custo de compra atual de um bem que pode estar no estoque há diversos
meses, devendo prevalecer para fins de determinação inicial do preço de venda.
1. CUSTEIO DA PRODUÇÃO
O custo de produção é o custo associado às unidades produzidas; é o custo que
se pode considerar como "amarrado" às unidades produzidas, é através dele
que transferimos valores das contas de produtos em processo de fabricação
para as de produtos acabados.
2. CUSTEIO DE VENDAS
Quando ocorre a saída dos produtos acabados, reflete o custo dos produtos vendidos
ou reflete o custo das mercadorias vendidas (CMV) quando se tratar de operações
comerciais.
6. BIBLIOGRAFIA
CURSO BÁSICO DE CUSTO-IOB
CONTABILIDADE COMERCIAL, IUDÍCIBUS, Sérgio de e MARION, José.
Editora Atlas. São Paulo
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