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2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 – Conceito de Pedofilia
A grande maioria dos pedófilos são homens e algo que favorece para que eles
possam cometer as suas atrocidades é a dificuldade de reconhecê-los, visto que
aparentam ser pessoas comuns e longe de qualquer suspeita. Acima de tudo, essas
pessoas agem de forma sedutora com o intuito de ganhar a confiança da criança, alguns
até chegam a usar de subterfúgios presentes, doces, dinheiro entre outras coisas. Com
o avanço da tecnologia, os pedófilos começaram a usar a Internet pela agilidade que
esse meio de comunicação disponibiliza para que possam selecionar as suas vítimas.
Nas mais variadas salas de bate-papo ou redes sociais, essas pessoas adotam uma
identidade falsa e usam uma linguagem que atrai crianças e adolescentes. Portanto, é
muito importante os pais supervisionarem se os filhos estão divulgando dados pessoais
tais como endereço, telefone, escola onde estuda, lugares que frequenta e até fotos que
evidenciam por onde essa criança anda.
Anderson Batista, fundador do site Censura, disse que:
“Às vezes, a criança envia uma foto para
um colega de classe e essa imagem acaba caindo
na rede dos pedófilos. Ou porque alguém ligado ao
colega que recebeu a foto está numa rede de
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Apesar do completo repúdio por grande parte da sociedade, ainda assim existem
movimentos pró-pedofilia. Essas pessoas que aprovam a pedofilia e querem que esse
ato seja tratado não como um delito, mas apenas como um transtorno psicológico
possuem o viés ideológico político esquerdista e defendem a plena liberação sexual. Na
visão dessas pessoas, a família tradicional moldada de acordo com os princípios judaico-
cristãos precisa ser destruída para que a agenda progressista e globalista seja
efetivamente aplicada. Vale ressaltar que essas mesmas pessoas aprovam além da
pedofilia, o sexo bestial, incesto e a completa erotização infantil. O filósofo, escritor e
professor Olavo de Carvalho afirmou de maneira categórica que a estratégia do
movimento pró-pedofilia é primeiro dizerem que é doença para não dizer que é crime.
Depois tornarem crime dizer que é doença.
Uma má influência para os jovens é a mídia tradicional que tem mostrado para as
crianças que a sexualização infantil é algo extremamente natural.
Um estudo americano realizado em 2009 revelou que 53% dos meninos e 28%
das meninas com idade entre 12 e 15 anos assistem constantemente cenas de sexo
explícito na rede. O estudo mostrou ainda que 32% das crianças de 10 anos estão à
mercê de pornografia online. Certamente falta atenção e cuidado por parte dos pais no
controle do que é acessado pelos jovens, visto que as empresas de tecnologia têm feito
um enorme esforço no desenvolvimento de filtros gratuitos e sistemas de bloqueio de
conteúdo inapropriado para menores, mas apenas 28% dos pais procuram aplicar este
tipo de tecnologia em computadores utilizados pelas crianças. Em relação aos celulares
esse número é ainda pior, sendo reduzido a 16%. Adolescentes têm usado as redes
sociais como instrumento de extorsão sexual visto que vem aumentando os relatos de
jovens que filmam cenas de sexo com seus parceiros e depois ameaçam divulgar o
conteúdo aos pais da vítima ou aos colegas da escola.
Estima-se que mais de 1 milhão de imagens de casos de pornografia infantil
circulem via web, pois com a Internet ficou incrivelmente mais fácil cometer esse tipo de
crime e ainda menos arriscado ser punido. Através da rede mundial de computadores,
esses criminosos deixaram de serem infratores isolados e passaram a interagir com
outros infratores de diferentes partes do mundo. Em 2002, o ICMEC desenvolveu um
sistema para identificar imagens de pedofilia retratadas na rede e logo no primeiro ano
cerca de 60 mil fotografias foram recebidas. Já em 2014, o número foi de 24 milhões
entre imagens e vídeos. Dentre essas, 80% foram imagens que retratam o ato sexual
consumado.
Os dados referentes ao Brasil são ainda mais alarmantes visto que a nação
brasileira está entre os países com maior incidência de denúncias por divulgação de
imagens de pornografia infantil, ao lado dos EUA, México, Índia, Indonésia e Tailândia.
Um dos poucos líderes mundiais que expressou de maneira pública a sua opinião foi o
ex-primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. O ex-líder britânico solicitou às
quatro principais empresas de tecnologia do Reino Unido sistemas que bloqueiem o
acesso de conteúdo impróprio por crianças em dispositivos eletrônicos. Nas palavras de
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Cameron, os adultos continuam podendo acessar o que quiserem, a diferença é que para
visitar determinados sites uma solicitação será requisitada.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de cada 3
pessoas que utilizam a Internet regularmente, uma pessoa tem menos de 18 anos. No
Brasil existem em torno de 29,7 milhões de indivíduos entre 9 e 17 anos e
aproximadamente 23 milhões usam a rede mundial de computadores o que representa
77,44% de pessoas, de acordo com os números levantados pelo Centro Regional de
Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Boa parte
dessa nova geração está imersa nas mais variadas ferramentas tecnológicas, mas a
grande batalha e convencer os jovens a manter a sua intimidade offline. Algo bem
preocupante é o conhecido nude ou sexting, que é o ato de se fotografar ou deixar que
alguém tire fotos ou compartilhe vídeos e imagens em redes sociais e/ou aplicativos.
Neste caso, jovens podem ser vítimas de redes de aliciadores e sem que percebam o
conteúdo compartilhado torna-se público gerando constrangimento quase que irreparável
para quem é vítima desse tipo de ato. Houveram casos em que jovens cometeram
suicídio por terem fotos íntimas divulgadas em redes sociais.
A delegada da Polícia Federal em Santos, São Paulo, Cassiana Saad de Carvalho,
responsável pelas investigações de casos relacionados à exploração sexual infantil de
crianças e adolescentes, salientou que os pais devem ter atenção redobrada. Nas
palavras da delegada, os criminosos monitoram crianças justamente pela situação de
vulnerabilidade e imaturidade, aproveitando do comprometimento mental e afetivo que
facilmente é demonstrado pelos mais jovens. A delegada Carvalho afirmou que os pais
não precisam se tornar sentinelas e verificar 100% da vida pessoal dos seus filhos, mas
é preciso ter atenção e transmitir confiança para os jovens para que eles saibam que se
algo de estranho vier a acontecer eles tenham em quem confiar.
Itamar Gonçalves, gerente da Organização da Sociedade Civil de Interesse
Público (Oscip) Childhood Brasil, corrobora do mesmo pensamento e acrescenta ao dizer
que os pais devem ter o papel pedagógico para falar com os filhos no momento em que
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discutirem a respeito do que é acessado pelos jovens nas redes sociais. Dados coletados
pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação
(Cetic.br) aponta que 32% dos jovens brasileiros entre 9 e 17 anos acessam a Internet
em deslocamento, 34% utilizam espaços públicos tais como shopping centers, igrejas e
lanchonetes e 75% acessam a rede na casa de outras pessoas. O mundo virtual tem se
tornado mais real a cada dia e muitos pais não se dão conta de que este é um perigo
cada vez mais ameaçador. Muitos adolescentes enviam nudes sem medir nenhuma
consequência e muitas vezes fazem isso por negligência dos pais por não terem dado a
devida relevância a esse tipo de perigo.
2.3.1 – Conscientização
2.3.2 – Denúncias
O gerente da Oscip Childhood Brasil explicou que casos de pedofilia podem ser
denunciados anonimamente através do Disque 100 ou pelo site
new.safernet.org.br/denuncie. Vários países têm se unido no combate a este tipo de
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crime e através desse trabalho conjunto 119,6 mil páginas de conteúdo pornográfico
infantil já foi removido em 9 idiomas diferentes. A Central Nacional de Denúncias de
Crimes Cibernéticos recebeu entre 2006 e 2016 cerca de 1,518 milhão de denúncias
anônimas relacionadas a pornografia infantil.
A delegada Carvalho chama atenção para certas atitudes não intencionais que
podem desencadear em situações embaraçosas. Certa vez, um pai enviou fotos das
partes íntimas do seu filho para o médico através de um aplicativo para a troca de
mensagens porque para o pai ir até o consultório geraria muito gasto devido à distância.
A delegada afirmou que é um grande constrangimento para a Polícia Federal entrar na
casa de uma pessoa, mesmo que seja para apurar a verdade e mais complexo quando
a pessoa não cometeu crime algum. Quando uma pessoa acessa conteúdo pornográfico
ela está suscetível a estar envolvida quando acidentalmente realiza o download de
apenas uma imagem de sexo envolvendo crianças. A delegada Carvalho fez parte da
segunda fase da operação Glasnost, deflagrada em julho de 2017 que visou combater a
exploração sexual de crianças e adolescentes através da Internet.
Um jovem entrou no radar da polícia por ter acessado um único arquivo que
continha material pornográfico infantil e por conta disso toda uma equipe da polícia
federal foi até a casa dele. Na ocasião, não foi encontrado nenhum material, mas o jovem
responde a um inquérito policial. Em contrapartida e beirando a plena insanidade
humana, um pai foi pego por planejar atos sexuais com o filho que ainda estava na barriga
da mãe. A mãe relatou que em momento algum desconfiou de nada. O desejo humano é
iniciado nos olhos, na ativação dos estímulos cerebrais e o pedófilo muitas vezes não
contente com as imagens e vídeos, passa a desejar viver uma realidade com a sua vítima
em potencial.
Paulo Marco Ferreira Lima, procurador de Justiça Criminal e coordenador do
Núcleo de Suporte à Investigação de Delitos Cibernéticos do Ministério Público do Estado
de São Paulo, relatou que a Polícia Civil precisa de mais investimentos para investigar
crimes desse gênero:
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anos por meio de softwares de edição de imagem e vídeo (artigo 241-C do ECA) sob
pena de 1 a 3 anos);
f) Crime de aliciamento de Criança: define o ato de aliciar, assediar, instigar ou
constranger a criança (menor de 12 anos de idade), por qualquer meio de comunicação
(podendo ser pessoalmente ou à distância), a praticar atos libidinosos. Em outras
palavras, tornou-se crime convidar uma criança para relação libidinosa (artigo 241-D do
ECA) sob pena de 1 a 3 anos. O artigo 241-D engloba quem induz a criança a ter acesso
a pornografia e/ou estimular a praticar atos libidinosos.
Dilma Rousseff
2.5.2 – O combate à pedofilia através da Lei nº. 11.829/2008
A Lei nº. 11.829/2008 fortaleceu muito o combate à pedofilia e contribuiu para que
o direito pudesse evoluir em meio a era digital que vivemos. A nova lei visa estabelecer
parâmetros que se adequam as novas modalidades de pedofilia que têm sido praticados
e mesmo em meio a dificuldades, a justiça brasileira tem tido sucesso no combate a esse
tipo de crime virtual.
Em outubro de 2017, a Polícia Civil do Maranhão deflagrou a operação “Luz na
Infancia” que visou combater a exploração sexual de menores de 18 anos. O foco da
operação foram cidades do Maranhão. Os alvos da operação foram localizados por meio
de um levantamento de informações da Secretaroa Macional de Segurança Pública e a
Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Com base nas informações que foram
reunidas, um inquérito policial foi instaurado que resultou nos mandados de busca e
apreensão emitidos pelo Poder Judiciário. A operação visou apreender computadores e
dispositivos eletrônicos móveis em que estão armazenados conteúdos de pedofilia. As
investigações decorreram ao longo de 6 meses e envolveu 1.100 policiais.
Em fevereiro de 2018, a Polícia Civil chegou até endereços na cidade de São Paulo
após ter realizado o monitoramento de acessos que eram feitos em determinados
computadores por meio do endereço de IP das referidas máquinas. As ações que foram
realizadas por agentes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa
de São Paulo (DHPP) e por outros investigadores e delegados e culminou na prisão de
48 pessoas. Os pedófilos utilizavam de artimanhas para conquistar as crianças, visto que
foram encontrados brinquedos e uma boneca na residência de um dos suspeitos. Na
operação foram apreendidos 35 computadores, 31 HDs, 34 pen-drives, 68 CDs, 1
videogame e 10 celulares. No caso de crimes que apenas houve o armazenamento de
material pornográfico infantil a justiça pode conceder fiança.
Na mesma operação, mas na cidade de Taboão da Serra, que incluiu 21
municípios da Grande São Paulo, a Polícia Civil prendeu 36 pessoas. As investigações
para a deflagração da operação demoraram 6 meses após o recebimento de uma
denúncia anônima.
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tais crimes. Para se ter uma ideia, em 2013 a pornografia infantil foi o crime virtual mais
denunciado no Brasil, representando quase metade das denúncias, segundo a
Organização Não Governamental (ONG) Safernet. A pedofilia iniciada por meios virtuais
é só uma parte do grande problema, visto que ainda existe o assédio sexual direto, a
cooptação para a prostituição e para a produção de vídeos e fotografias pornográficos. A
criação do cadastro preenche a lacuna das políticas voltadas para a repressão de crimes
sexuais praticados contra as crianças.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4 CRONOGRAMA
5 RECURSOS
6 REFERÊNCIAS
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mar. 2018.
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integrantes à polícia. Disponível em: <bbc.com/portuguese/internacional-41261434>. Acesso em: 24
mar. 2018.
FORTES, Carlos José e Silva. 2011. LEI 11.829 DE 25 DE OUTUBRO DE 2008 – “LEI DA
PORNOGRAFIA INFANTIL”. Disponível em: <todoscontraapedofilia.ning.com/profiles/blogs/lei-11829-
de-25-de-outubro-de>. Acesso em: 25 mar. 2018.
G1 SP. 2018. Polícia chegou a suspeitos após rastrear computadores que acessavam sites de
pedofilia. Disponível em: <g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/preso-por-pedofilia-em-sp-guardava-
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KARASINSKI, Lucas. 2013. Muito além da Deep Web: o que é a Mariana`s Web? Disponível em:
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