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Vanessa Levati Biff

ORGANIZAÇÃO DO ACERVO FOTOGRÁFICO DA BIBLIOTECA ESCOLAR


SEBASTIÃO NETO CAMPOS

Florianópolis, 2015
Vanessa Levati Biff

ORGANIZAÇÃO DO ACERVO FOTOGRÁFICO DA BIBLIOTECA ESCOLAR


SEBASTIÃO NETO CAMPOS

Monografia do Curso de Especialização em


Gestão de Bibliotecas Escolares,
Modalidade a Distância, do Centro de
Ciências da Educação, da Universidade
Federal de Santa Catarina, como requisito
parcial à obtenção do título de Especialista
em Gestão de Bibliotecas Escolares.
Orientação: Profa. Me. Graziela Martins
Medeiros

Florianópolis, 2015
B591o Biff, Vanessa Levati.
Organização do acervo fotográfico da biblioteca escolar
Sebastião Neto Campos / Vanessa Levati Biff. –
Florianópolis: 2015.
59 f. : il. ; 30 cm

Orientadora: Profª. Me. Graziela Martins de Medeiros.


Monografia (Especialização em Gestão de Bibliotecas
Escolares) - Centro de Ciências da Educação, Universidade
Federal de Santa Catarina, 2015.

1. Acervo fotográfico. 2. Catalogação descritiva.


3. Indexação. I. Título.

CDD 025.3
Ficha catalográfica elaborada pela autora.

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons de Atribuição, uso não comercial
4.0 Internacional.
Ao meus pais, razão e estímulo de
crescimento, com amor e gratidão pelo
esforço dispensado durante toda minha
formação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Universidade Federal de Santa Catarina, especificamente ao


Departamento de Ciência da Informação, pela oportunidade de complementar minha
formação por meio deste curso.
Aos professores, que durante este período me proporcionaram novos
conhecimentos.
À minha orientadora Profª Me. Graziela Martins Medeiros, pelas revisões e
sugestões efetuadas durante a execução deste trabalho.
Às tutoras Ana Claudia Philippi Pizzorno, Maria Ana Pires de Oliveira e Maria
Salete Della Giustina Ceolin pelo apoio, disposição e dedicação demonstrada em
todo o processo.
Aos meus pais, pelo incentivo e apoio incondicional.
Ao meu noivo, pela paciência e compreensão durante esse período de
pesquisa.
A todos aqueles que participaram e contribuíram direta e indiretamente, meu
muito obrigada.
“Há conhecimento de dois tipos: sabemos
sobre um assunto, ou sabemos onde
podemos buscar informação sobre ele.”

Johnson (s.d)
BIFF, Vanessa Levati. Organização do acervo fotográfico da biblioteca escolar
Sebastião Neto Campos. 2015. 60 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Gestão de Bibliotecas Escolares, Centro de Ciências da Educação, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo investigar critérios para organização do


acervo fotográfico, com vistas a definir uma proposta de descrição e análise para o
acervo da Biblioteca Sebastião Neto Campos. O acervo é composto por documentos
que retratam na sua maioria atividades de ensino e eventos da instituição, e que se
encontram atualmente sem qualquer descrição, organização e conservação.
Considerando a importância da fotografia como instrumento de pesquisa e fonte de
informação, esta pesquisa traz como resultado uma proposta para organização do
acervo fotográfico, por meio do estabelecimento de critérios para descrição e análise
do documento fotográfico, incluindo os processos de catalogação, e indexação, por
meio de um levantamento a respeito dos padrões e metodologias existentes na área
da Biblioteconomia, no que tange à representação descritiva e temática,
relacionadas à organização de acervos fotográficos, e considerando as condições e
sistema existente na Biblioteca escolar, relados por meio de um estudo de campo
realizado. Como conclusão da pesquisa, sugere-se a adoção de planilhas de
identificação, o uso do AACR2 e MARC21 para a representação descritiva, e de
Blery (1981) e Alves e Valerio (1998) para representação temática. Propõe como
desdobramento um estudo posterior sobre classificação de documentos fotográficos,
e conservação e preservação do acervo.

Palavras-chave: Acervo fotográfico. Representação descritiva. Representação


temática. Biblioteca escolar.
BIFF, Vanessa Levati. Organização do acervo fotográfico da biblioteca escolar
Sebastião Neto Campos. 2015. 60 f. Monografia (Especialização) - Curso de
Gestão de Bibliotecas Escolares, Centro de Ciências da Educação, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

ABSTRACT

This research aims to investigate criteria for photographic collection organization, in


order to define a proposal for description and analysis to the collection of Sebastião
Campos Neto Library. The collection consists of documents that depict mostly
teaching activities and events of the institution, and who are currently without any
description, organization and conservation. Considering the importance of
photography as a research tool and source of information, this research will result in
a proposal for the photographic collection organization by establishing criteria for
description and analysis of the photographic document, including cataloging
processes, classification and indexing, through a survey about the existing standards
and methodologies in the field of librarianship, with respect to descriptive and
thematic representation, related to the organization of photographic collections, and
considering the conditions and system exists in the school library, relados through a
study conducted field.Suggests the adoption of identification sheets, the use of
AACR2 and MARC21 for descriptive representation, and Blery (1981) and Alves and
Valerio (1998) for thematic representation. It proposes to split a later study on
classification of photographic documents, and conservation and preservation of the
acquis.

Keywords: Photographic collection. Descriptive representation. Thematic


representation. Scholar library.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Registro formato MARC 21 ...................................................................... 23


Figura 2 – Registro formato Dublin Core ................................................................... 25
Figura 3 – Esquema de análise proposto por Kossoy (2001) .................................... 30
Figura 4 – Metodologia proposta por Smit (1996) para análise de imagem .............. 32
Figura 5 – Planilha de identificação de acervo fotográfico elaborada pela
pesquisadora ............................................................................................ 45
Fotografia 1 – Índios Bocotudos, 1909 ...................................................................... 22
Fotografia 2 – Organização do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto
Campos .............................................................................................. 39
Fotografia 3 – Metodologia de representação temática encontrada no acervo
fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos ............................. 40
Fotografia 4 – Acondicionamento do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto
Campos .............................................................................................. 41
Fotografia 5 – Conservação do acervo da Biblioteca Sebastião Neto Campos ........ 41
Fotografia 6 – Desumidificador da Biblioteca Sebastião Neto Campos .................... 42
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Campos básicos do formato MARC 21 .................................................. 22


Quadro 2 – Campos básicos do formato Dublin Core ............................................... 24
Quadro 3 – Metodologia de Blery (1981) para análise de imagem ........................... 31
Quadro 4 – Quadro elaborado por Manini (2002) com base na grade de Smit (1996).
................................................................................................................. 33
Quadro 5 – Áreas escolhidas do AACR2 para elaboração de planilha de identificação
do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos ................. 44
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
1.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 12
1.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 13
2.1 Fotografia como fonte de informação .......................................................... 13
2.2 Organização da informação de acervo fotográfico ..................................... 15
2.2.1 Representação descritiva ................................................................................. 16
2.2.2 Representação temática................................................................................... 26
2.2.3 Análise documental de fotografias ................................................................... 29
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 39
4.1 Identificação do campo de pesquisa ............................................................ 39
4.2 Proposta para organização do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião
Neto Campos ................................................................................................... 43
4.2.1 Planilha de identificação ................................................................................... 43
4.2.2 Catalogação ..................................................................................................... 46
4.2.3 Indexação ......................................................................................................... 48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 51
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 53
APÊNDICE A – FICHA DE ESTUDO DE CAMPO ........................................... 56
ANEXO A – ROTEIRO DE DESCRIÇÃO FOTOGRÁFICA ELABORADO POR
KOSSOY (2001) ............................................................................................... 59
ANEXO B – RECURSOS TÉCNICOS E VARIÁVEIS PARA ANÁLISE DE
IMAGEM ........................................................................................................... 60
11

1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa trata sobre a organização de acervos fotográficos em


bibliotecas escolares, considerando a fotografia como instrumento de pesquisa e
fonte de informação.
Considerando a missão de tratar, organizar e conservar seu acervo, muitas
bibliotecas escolares possuem ainda o desafio de viabilizar a organização e a
recuperação da informação de seus acervos fotográficos, que em alguns casos são
fontes da história e memória escolar.
Todavia, a biblioteca escolar sendo responsável pela disponibilização do
acervo aos seus usuários, encontra tal desafio, no que se refere ao tratamento da
informação, que difere ao dado aos materiais bibliográficos.
Autoras como Boccato e Fujita (2006) consideram essencial a organização
de um acervo fotográfico, merecendo este uma atenção especial, pois considerando-
o como produtor de informações, sua organização deve possibilitar uma
representatividade adequada de seu conteúdo, visando uma satisfatória
recuperação da informação.
No caso de acervos fotográficos em bibliotecas escolares, tal organização é
fundamental, pois permite a instituição entender e recuperar sua trajetória ao longo
da história.
Sua organização deve proporcionar conexões entre tempo, lugares e
pessoas, permitindo uma reconstrução do passado, e resultando em um processo de
construção de sentido.
No entanto, considerando a importância da fotografia como instrumento de
pesquisa e fonte de informação, questiona-se: Como organizar o acervo fotográfico
de uma biblioteca escolar, considerando os critérios existentes na área da
Biblioteconomia?
Nesse sentido, essa pesquisa surgiu na intenção de identificar critérios para
organização do acervo fotográfico da biblioteca escolar Sebastião Neto Campos,
que possui acervo da Associação Beneficente da Indústria Carbonífera (SATC),
instituição de ensino, localizada em Criciúma/SC, fundada em 1959 por iniciativa da
Indústria Carbonífera de Santa Catarina.
O acervo é composto por documentos que retratam na sua maioria
atividades de ensino e eventos da instituição, e que se encontram atualmente sem
12

qualquer descrição, organização e conservação, tendo como foco desta pesquisa a


investigação de critérios pertinentes a representação e a recuperação da
informação, por meio da representação descritiva e temática do documento
fotográfico.
A intenção é aplicar posteriormente os conceitos e padrões estudados no
decorrer da pesquisa com a colaboração dos funcionários da instituição.
Assim sendo, considerando a importância da fotografia como instrumento de
pesquisa e fonte de informação, esta pesquisa trará como resultado uma proposta
para organização do acervo fotográfico, por meio do estabelecimento de critérios
para descrição e análise do documento fotográfico, que possa além de propor uma
garantia a conservação e a recuperação das informações do passado pelas
gerações futuras, vir a ser adotado por outras instituições posteriormente.
Dessa forma, para o desenvolvimento dessa pesquisa definiu-se os
seguintes objetivos geral e específicos apresentados a seguir:

1.1 Objetivo Geral

Investigar critérios para organização do acervo fotográfico, com vistas a


definir uma proposta de descrição e análise para o acervo da biblioteca Sebastião
Neto Campos, de Criciúma, SC.

1.2 Objetivos Específicos

a) Caracterizar a fotografia como instrumento de pesquisa e fonte de


informação;
b) Identificar padrões e metodologias de representação descritiva e temática
aplicadas a documentos fotográficos;
c) Elaborar uma proposta de descrição e análise para os documentos
fotográficos da biblioteca Sebastião Neto Campos.
13

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Visando fundamentar o problema de pesquisa, neste capítulo é apresentado


o referencial teórico sobre os seguintes temas: fotografia como fonte de informação
e organização da informação de acervo fotográfico, no que tange à representação
descritiva e temática, e análise documental de fotografias.

2.1 Fotografia como fonte de informação

O surgimento da fotografia vem sendo construído ao longo da história por


diversos processos que foram sendo agregados até originar o conceito de fotografia
que se tem hoje.
A invenção da fotografia ocorre na Revolução Industrial e, de acordo com
Kossoy (2001, p.25), "teria papel fundamental enquanto possibilidade inovadora de
informação e conhecimento, instrumento de apoio à pesquisa nos diferentes campos
da ciência e também como forma de expressão artística."
Kossoy (2001, p.26) atenta ao fato que seu surgimento possibilitou um novo
processo de conhecimento do mundo, já que “o homem passou a ter um
conhecimento mais preciso e amplo de outras realidades que lhe eram, até aquele
momento, transmitidas unicamente pela tradição escrita, verbal e pictórica”.
No entanto, no que tange seu uso como instrumento de pesquisa, Kossoy
(2001) relaciona dois impedimentos: a primeira de ordem cultural, na qual a tradição
escrita é vista ainda como forma de transmissão do saber, e a fotografia em função
dessa visão geralmente é vista com restrições. Já segunda razão diz respeito a sua
expressão. Coloca que a informação registrada visualmente configura-se num sério
obstáculo tanto para o profissional da informação como ao usuário. Tal problema
reside na dificuldade em aceitar, analisar e interpretar a informação quanto esta não
é transmitida segundo um sistema codificado de signos conforme a tradição da
comunicação escrita.
14

Entretanto, a fotografia é matéria e expressão, e se configura como


linguagem visual, já que inseridas no contexto das fontes de informação primária1,
de acordo com Boccato e Fujita (2006, p. 86):

A fotografia, como texto visual, possui um enunciado, uma textualidade,


uma narrativa. É um meio de comunicação possuindo um emissor (a
fotografia em si - imagem fixa), um receptor (o usuário) e um mediador (que
será a linguagem fotográfica).

A fotografia nasce com o propósito inicial de reprodução do real, registrando


um instante do passado ou do presente e, desde o seu advento, cada vez mais tem
sido fonte de informação histórica. Com o desenvolvimento da técnica, tem se
tornado um elemento de ampla função, passando a ter diversos usos: artístico,
social, documental, científico e comunicacional, constituindo a construção da
história, da cultura, da educação de uma sociedade. (KOSSOY, 2001).
Por todas essas características, a fotografia também pode se caracterizar
como um documento narrativo que transmite informações, podendo compor o acervo
de bibliotecas. Conforme Boccato e Fujita (2006, p.86) “podemos analisar e
representar o seu conteúdo informacional, independente do tipo, da finalidade e da
forma de produção da fotografia.”
A fotografia se caracteriza como fonte de informação na medida em que é
possível a investigação e descoberta por meio da sistematização de suas
informações, que por sua vez, serão possibilitadas por meio do estabelecimento de
critérios adequados de análise para decifração de seus conteúdos.
Nesse sentido, Boccato e Fujita (2006, p.88) colocam que:

Os documentos imagéticos como fonte de informação cumprirão o ciclo


informacional, isto é, a partir da produção intelectual, a informação passará
por um processo que abrange várias etapas como edição, a seleção, a
aquisição, o processamento técnico, a armazenagem e a estocagem, a
disseminação, a recuperação e a utilização da informação.

Neste contexto, enquanto instrumento de pesquisa e fonte de informação, as


fotografias devem ser submetidas a um processo de organização, tema que será
discutido na próxima seção.

1 De acordo com Cunha e Cavalcanti (2008, p. 172) são fontes primárias “documento primário que
contém principalmente novas informações ou interpretações de ideias ou fatos acontecidos. [...]
documentos e textos originais, manuscritos ou impressos, que servem à elaboração de um trabalho
intelectual.
15

2.2 Organização da informação de acervo fotográfico

Preocupada com a manutenção de seu acervo bibliográfico, atualmente, a


biblioteca escolar Sebastião Neto Campos demonstra, a partir da falta de descrição,
organização e conservação de seu acervo fotográfico, descomprometimento na
preservação da memória da instituição e de uma importante fonte de pesquisa da
vida escolar.
Dessa maneira, se faz necessário investigar um tratamento que respeite a
especificidade documental fotográfica, o que muitas vezes implica somente na
reorganização física do material existente.
Como coloca Fellipi, Lima e Carvalho (2002, p.14) “é comum encontrarmos
situações nas quais a fotografia é acondicionada juntamente com documentos
textuais, a ela não sendo dispensado nenhum tratamento específico”.
Kossoy (2001, p.26) alerta que:

As instituições que guardam este tipo de documentação devem perceber


que, à medida que esta se distancia da época em que foi produzida, mais
difíceis as possibilidades de suas informações visuais serem resgatadas, e
por tanto menos úteis serão ao conhecimento, justamente por não terem
sido estudadas convenientemente deste o momento em que passaram a
integrar as coleções.

Por isso, ao se propor analisar critérios para a organização do acervo


fotográfico da biblioteca Sebastião Neto Campos, se tornou necessário estudar as
possibilidades encontradas na literatura no que tange a organização da informação
(OI)2.
A OI compreende “a organização de um conjunto de objetos informacionais
para arranjá-los sistematicamente em coleções, neste caso, temos a organização da
informação em bibliotecas, museus, arquivos, tanto tradicionais quanto eletrônicos.”
(BRÄSCHER; CAFÉ, 2008, p. 6).
Conforme expõem Bräscher e Café (2008, p. 5), “o objetivo do processo de
organização da informação é possibilitar o acesso ao conhecimento contido na
informação”.

2
Termo defendido por Bracher e Café (2008) compreende processos que se aplicam a objetivos
físicos, aos objetos informacionais tais como a catalogação, a classificação, a indexação, a
elaboração de resumos, entre outros.
16

Dessa maneira, a organização da informação pode ser entendida como um


processo que objetiva, por meio da representação da informação a recuperação da
informação.
Para tanto, a OI, enquanto atividade operacional, “é um processo de arranjo
de acervos tradicionais ou eletrônicos realizado por meio da descrição física e de
conteúdo (assunto) de seus objetos informacionais.” (CAFÉ; SALES, 2010, p.116)
Esta etapa no processo de organização de um acervo fotográfico resulta na
representação da informação. Conforme Café e Sales (2010), a abrangência da OI
ao tratamento da informação se ramifica em duas dimensões: a representação
descritiva, voltada aos elementos relativos à forma dos documentos e a
representação temática, voltada aos conteúdos informacionais.
Por isso, no tópico seguinte serão estudados os parâmetros definidos no
âmbito da biblioteconomia para as atividades de organização e tratamento de
documentação fotográfica que envolvem ambas as representações.

2.2.1 Representação descritiva

A representação descritiva objetiva a descrição do material ao usuário,


formulando pontos de acesso que visam sua recuperação em um sistema de
informação. Conforme Café e Sales (2010, p.118), “a descrição física de um objeto
informacional se dá pelo processo de catalogação cujo resultado é a representação
do suporte físico ou documento.”
A catalogação como processo da representação descritiva, segundo
Hillesheim (2010, p.13):

É a operação que consiste em descrever a coleção de livros ou quaisquer


tipos de materiais que fazem parte do acervo de uma unidade de
informação, e elaborar catálogos que servirão de índice indicativo de seus
componentes individuais.

Para Mey e Silveira (2009), a catalogação compreende três partes: a


descrição bibliográfica, os pontos de acesso, e os dados de localização.
Por sua vez, a descrição bibliográfica é conceituada como “registro dos
elementos, retirados do item em processo de catalogação e fontes de referência,
capazes de identificar este item por suas características.” (CUNHA; CAVALCANTI,
2008, p. 119)
17

Segundo Hillesheim (2010), a descrição deve conter informações que


possibilitem ao usuário distinguir um material dos demais no catálogo, como
também, permitir que o mesmo consiga selecionar o material que melhor responda
às suas necessidades informacionais de maneira rápida e precisa.
Mey e Silveira (2009, p.94) complementam:

A descrição bibliográfica, também chamada representação descritiva, é a


parte da catalogação responsável pela caracterização do recurso
bibliográfico. À descrição cabe extrair diretamente do recurso bibliográfico
todas as informações, de interesse para o usuário, que individualizem o
recurso bibliográfico, tornando-o único entre os demais.

Ou seja, a representação descritiva refere-se a representação da forma


física do documento, sendo por esse processo possível a identificação de
informações tais como: autor, título, edição, editora, data, número de páginas entre
outros que são realizadas por meio da catalogação.
No entanto, Dias e Naves (2013) atentam para o fato de que terá maior
facilidade na representação descritiva, os casos cujo documento traga de forma
clara todos os elementos necessários a esse tipo de descrição. “Há casos bastante
complexos que podem demandar extensas pesquisas em fontes de variada natureza
(documental, institucional, etc) para se estabelecerem as informações precisas.”
(DIAS; NAVES, 2013, p.9). Este é o caso do documento fotográfico.
Para Boccato e Fujita (2006, p.88), os elementos de identificação do
documento fotográfico, tais como: autor da fotografia, título, data, local, descrição
física da fotografia, “não se encontram identificados em sua totalidade, devendo
procurá-los, dentro do possível, em obras de referência e em outros materiais para
sua identificação completa.”
A fotografia, neste caso, se caracteriza como fonte principal da informação.
Por sua vez, se caracterizam como fontes auxiliares da informação para a
identificação dos elementos descritivos, as anotações, dedicatórias e legendas, que
na visão de Boccato e Fujita (2006) auxiliam na contextualização e compreensão da
imagem, que poderá auxiliar o profissional da informação no processo de
representação descritiva da imagem.
Diferente da descrição de documentos bibliográficos, Alves e Valerio (1998)
alertam que é preciso atenção, pois na maior parte das vezes os dados deverão ser
atribuídos pelo catalogador, pois acervos fotográficos dificilmente possuem dados
18

em sua fonte para descrição, o que exigirá do catalogador uma análise detalhada do
documento a ser catalogado.
No âmbito da biblioteconomia, os principais instrumentos necessários a
organização da informação, no que se refere a representação descritiva são os
códigos de catalogação e os formatos de metadados. (DIAS; NAVES, 2013).
Como expõe Hillesheim (2010, p.15):

Para elaboração de catálogos padronizados em bibliotecas e/ou em


qualquer outra unidade de informação, foram criados regras e códigos como
instrumentos padrões. Estes não devem ser seguidos rigidamente, mas
devem ser considerados dentro dos limites de cada biblioteca, das
necessidades de seus usuários (os quais sempre devem ser considerados
preponderantes) e da obra em questão e suas variações.

Conforme aponta Mey e Silveira (2009, p.45) “a descrição bibliográfica deve


seguir a norma internacionalmente acordada, ou seja, a International Standard
Bibliographic Description (ISBD), como indicado na Declaração dos Princípios
Internacionais de Catalogação3.”
A International Standard Bibliographic Description (ISBD), traduzido como
Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada, foi criada em 1969, com o intuito
de normalizar todos os diferentes códigos de catalogação e metadados existentes e
especificar os elementos necessários para descrição de diversos tipos de
documentos, tendo como principal impacto a determinação das áreas de descrição
bibliográfica a serem representadas e a pontuação utilizada entre tais áreas.
A ISBD consolidada (2011) divide as informações descritivas em oito áreas,
sendo elas:
0 Área da Forma do Conteúdo e do Tipo de Mídia
1 Área do Título e Indicação de Responsabilidade
2 Área da Edição
3 Área Específica do Material ou Tipo de Recurso
4 Área da Publicação, Produção, Distribuição, etc.
5 Área da Descrição Física
6 Área da Série e Recursos Monográficos em Partes
7 Área das Notas
8 Área do Identificador de Recursos e Condições de Disponibilidade

3
Anteriormente, denominada Princípios de Paris, aprovados pela IFLA em 1961, e atualizada em
2009, a Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação tem como propósito apresentar
regras que sirvam como base a normalização internacional na catalogação.
19

Já a utilização de um código de catalogação, de acordo com Dias e Naves


(2013, p.11) “tem por finalidade estabelecer regras a serem seguidas na descrição
de cada documento.”
Dentre os principais códigos de catalogação, se destacam o Código de
Catalogação Anglo-Americano (AACR2) e mais recentemente o Resource
Description and Access (RDA).
O AACR2 teve sua primeira edição4 publicada em 1969, surgindo mais tarde,
a segunda edição5 publicada em 1978, tendo sua revisão6 mais recente em 2002,
traduzido para o português e publicado em 2004 pela Federação Brasileira de
Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB).
De acordo com Hillesheim (2010, p.25):

Suas atualizações têm atendido as necessidades das unidades de


informação quanto à descrição dos mais diferentes tipos de materiais
existentes no acervo de qualquer unidade de informação. Porém, a
necessidade de alterações é contínua na forma de descrever os materiais,
em virtude de novos suportes da informação que surgem constantemente e
com o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação.

O ACCR2 segue aos princípios da ISBD, e está dividido em duas partes,


sendo elas: Descrição (parte 1), e Cabeçalhos, títulos uniformes, remissivas (parte
2) que constitui a diferença entre a ACCR2 e o ISBD, já que o segundo não prevê os
pontos de acesso.
O Resource Description and Access (RDA), por sua vez, tem sua criação
recente, e se apresenta como um novo código que surge a partir da necessidade de
uma nova abordagem de descrição com possibilidade de uso para o ambiente
digital, sendo construído sobre as fundações instituídas pelo AACR2.
O RDA foi lançado em 2010 como uma ferramenta on-line acessível por
meio de um navegador mediante assinatura.

4
A primeira edição (AACR) foi preparado, em conjunto, pela American Library Association, Library of
Congress, Britanic Library Associatione Canadian Library Association e fundamentado no código de
Lubetzky e nos Princípios de Paris. (HILLESHEIM, 2010)
5
A segunda edição (AACR2R), reflete uma política de maior conformidade com os Princípios de
Paris, e encontra-se ajustada aos princípios da ISBN. (HILLESHEIM, 2010)
6
Anterior a revisão de 2002, o código teve as seguintes edições: AACR2R, 1988; AACR2R, 1993;
AACR2R, 1999 (emendas); AACR2R, 2001 (emendas); e por fim AACR2 revisão 2002, que
encontra-se em uso.
20

A estrutura do RDA tem em sua base os modelos conceituais FRBR7 e


FRAD8, que definem entidades, atributos e relacionamentos, sendo desenvolvidos
de acordo com o conjunto objetivos e princípios que são informados pela Declaração
de Princípios Internacionais de Catalogação.
Em relação ao tratamento especificamente da tipologia fotográfica, o AACR2
apresenta o capítulo 8, que abrange regras que dizem respeito à descrição dos
materiais gráficos de todos os tipos, dentre eles a fotografia.
Por sua vez, o RDA abrange um conjunto de orientações para a descrição de
recursos e de acesso que cobrem todos os tipos de conteúdo e mídia.
No Brasil, a Fundação Biblioteca Nacional editou manuais que buscam
auxiliar a catalogação descritiva de acervos fotográficos.
Tais manuais são baseados no AACR2 e buscam sugerir a escolha e formas
de registro dos pontos de acesso na descrição de acervos fotográficos.
No entanto, a organização da informação, em vista da representação
descritiva do documento, não se dá apenas no estabelecimento da descrição física,
mas sim, da necessidade de propor o acesso e uso dessa informação, para tanto é
necessário criar métodos que proporcionem o armazenamento e a sua recuperação.
Assim como expõe Rowley (1994 apud HILLSHEIM, 2010, p.35):

Com o uso de computadores para o tratamento da informação e


consequentemente, para a descrição bibliográfica, fez-se necessário a
criação de padrão para a entrada de dados, ou de um formato de
intercâmbio bibliográfico, em que os registros possam ser reformatados para
atender aos objetivos específicos de cada aplicação.

Conforme afirmam Castro e Santos (2010) é nesse contexto que surgem os


metadados, termo atribuído às novas formas de representação da informação em
meio digital, e que, contudo, compreendem a releituras de algumas práticas de
representação descritiva aplicadas em um contexto tecnológico.

7
Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR) é um modelo conceitual e um
documento publicado em 1998 que fornece um quadro estruturado, claramente definido, para
relacionar dados registrados em registros bibliográficos às necessidades dos usuários destes
registros. O documento pode ser acessado no link:
http://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr/frbr-es.pdf (versão espanhol)
8
Requisitos Funcionais para Dados Autoridade (FRAD) é um modelo conceitual e um documento que
inclui atributos destinados a apoiar o processo de controle de autoridade. O documento pode ser
acessado no link: http://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frad/frad_2009-es.pdf (versão
espanhol)
21

Grácio (2002, apud ALVES, 2005, p.114) aponta os metadados como sendo,
comumente chamados de dados sobre dados. Para ele:

[...] o termo metadados pode ser melhor descrito como um conjunto de


dados chamados de elementos, cujo número é variável de acordo com o
padrão, e que descreve o conteúdo de um recurso, possibilitando a um
usuário ou a um mecanismo de busca acessar e recuperar esse recurso.
Esses elementos descrevem informações do tipo nome, descrição,
localização, formato, entre outras, que possibilitam um número maior de
campos para pesquisas.

Na recuperação da informação, os metadados são considerados fator chave,


pois além de facilitar este trabalho, também possibilitam a interoperabilidade entre
sistemas, como também, o amplo acesso às informações disponibilizadas devido à
sua representação informacional padronizada.
Dentro as variedades de padrão de metadados temos o Machine Readable
Cataloging (MARC) e o Dublin Core (DC), que tem sido os mais utilizados e objetos
de comparação.
O MARC é um padrão já consolidado e muito utilizado, criado na década de
60 pela Library of Congress nos Estados Unidos. Foi o primeiro formato de
intercâmbio de dados criado para a catalogação automatizada. Atualmente, se
encontra na versão MARC 219 e conforme aponta Alves (2005, p.141):

O objetivo geral do MARC 21 é fornecer aos usuários a localização, o


acesso e a recuperação dos recursos informacionais por meio de uma
representação padronizada, e possibilitar a comunidade que adota esse
formato intercambiar registros bibliográficos, ou seja, intercambiar os
registros com a representação dos recursos informacionais.

Quanto a sua estrutura, o MARC 21 é considerado um formato completo e


complexo, “sua estrutura está baseada na semântica estrutural do AACR2 para a
descrição e a identificação das características e especificidades do recurso
informacional, por meio de uma representação padronizada” (CASTRO; SANTOS,
2010, p. 307)
Quanto a sua abrangência, deve-se destacar que o formato contempla a
descrição bibliográfica dos recursos informacionais em diferentes suportes de
armazenamento, tais como: livros, periódicos, mapas, música, materiais de arquivo e

9
Ao longo dos anos, o padrão MARC acabou ganhando várias variações, tais como: USMARC
(Estados Unidos); UKMARC (Reino Unido); CAN/MARC (Canadá); entre outros. O MARC 21 é
resultado da harmonização entre USMARC (americano) e o CAN/MARC (canadense) ocorrida no
início de 1999. A Library ofCongress e a National Library of Canada resolveram eliminar as
diferenças existentes entre seus dois formatos, publicando a edição única sob nome MARC 21.
22

manuscritos, arquivos de computador e materiais visuais; por isto, pode ser usado
por qualquer organização que necessite representar recursos informacionais.
No Quadro 1 estão descritos os campos básicos do formato MARC 21.

Quadro 1- Campos básicos do formato MARC 21

Campos Descrição

0xx Informações de controle, números e códigos

1xx Autoria (nome pessoal, entidade, evento)

2xx Títulos, edição, imprenta

3xx Descrição física

4xx Série

5xx Notas

6xx Entrada de assuntos

7xx Entradas secundárias (nome pessoal, entidade, evento, título)

8xx Entradas secundárias de série

9xx Reservado para implementação local


Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)

O registro de intercâmbio do formato MARC, que contém a representação de


um item documentário fotográfico (Fotografia 1), pode ser visualizado na Figura 1,
disponível no acervo digital da Biblioteca Nacional.

Fotografia 1 - Índios Bocotudos, 1909

Fonte: Biblioteca Nacional Digital10 (2015)

10 Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp?codigo_sophia=33037


23

Figura 1- Registro formato MARC 21

Fonte: Biblioteca Nacional Digital11 (2015)

Já o Dublin Core (DC) é um padrão de metadados, desenvolvido em 1995


por um consórcio de instituições produtoras de informação no setor de pesquisas da
OnLine Computer Library Center (OCLC), com o objetivo de proporcionar
representações mais simples, e que assim como o RDA, atendam às características
dos novos recursos informacionais em meio digital.
Para Souza, Vendrusculo e Melo (2000, apud Castro e Santos, 2010, p.310):

[...] o Dublin Core, pode ser definido como sendo o conjunto de elementos
de metadados planejado para facilitar a descrição de recursos eletrônicos. A
expectativa é de que os autores e Websites, que não possuam
conhecimentos em catalogação, possuam capacidade de usar o Dublin
Core para descrição de recursos eletrônicos, tornando suas produções mais
visíveis aos mecanismos de busca e sistemas de recuperação.

Desta maneira, o DC foi planejado para facilitar a descrição de recursos


eletrônicos e objetiva ser um padrão destinado à descrição de recursos
informacionais em qualquer domínio do conhecimento, já que sua filosofia é de que
a descrição possa ser elaborada sem a necessidade de um profissional da
informação.

11 Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp?codigo_sophia=33037


24

Quanto a sua estrutura, o DC é composto por 15 elementos e se caracteriza


como um padrão de metadados estruturados de descrição simples.
Quanto a sua abrangência, o DC integra todos os tipos de materiais, incluindo:
textos eletrônicos, vídeos, filmes, imagens, gravações sonoras.
Na Quadro 2 estão descritos os campos básicos do formato Dublin Core.

Quadro 2- Campos básicos do formato Dublin Core

Elementos Descrição

Título Nome dado ao recurso

Criador Entidade originalmente responsável pela criação do conteúdo do recurso

Assunto Tema do conteúdo do recurso. Pode ser expresso em palavras-chaves


e/ou Categoria. Recomenda-se o uso de vocabulários controlados

Descrição Relato do conteúdo do recurso. Exemplos: texto livre, sumário e resumo

Publicador Entidade responsável por tornar o recurso disponível

Colaborador Entidade responsável pela contribuição intelectual ao conteúdo do recurso

Data Data associada a um evento ou ciclo de vida do recurso

Tipo Natureza ou gênero do conteúdo do recurso. Exemplos: texto, imagem,


som, dados, software

Formato Manifestação física ou digital do recurso. Exemplos: html, pdf, ppt, gif, xls

Identificador Referência Para o recurso dentro de dado contexto


não-ambígüa
(localizador)

Fonte Referência a um recurso do qual o presente é derivado

Idioma Língua do conteúdo intelectual do recurso

Relação Referência para um recurso relacionado

Cobertura Extensão ou escopo do conteúdo do recurso; pode ser temporal e espacial

Direitos autorais Informação sobre os direitos assegurados dentro e sobre o recurso


Fonte: Alvez e Souza (2007, p.25)

O registro de intercâmbio do formato Dublin Core, que contém a


representação de um item documentário fotográfico (Fotografia 1), pode ser
visualizado na Figura 2, disponível no acervo digital da Biblioteca Nacional.
25

Figura 2 - Registro formato Dublin Core

Fonte: Biblioteca Nacional Digital12 (2015)

Além das discussões em torno do uso da AACR2 ou RDA, Castro e Santos


(2010) afirmam que outra grande discussão na comunidade científica é referente a
escolha do padrão de metadados (MARC 21 ou Dublin Core). Parte da comunidade
científica tem adotado o Dublin Core no uso de repositórios e bibliotecas digitais
devido a sua simplicidade, no entanto o MARC 21, parece ainda dominar o cenário
das bibliotecas tradicionais.
Castro e Santos (2010, p.312) argumentam que:

[...] a adoção de um formato/padrão ou outro dependerá dos objetivos


institucionais dos ambientes informacionais e de uma lógica descritiva que
atenda e contemple suas necessidades informacionais e que permita o
estabelecimento dos requisitos da interoperabilidade na satisfação dos
usuários.

Compatível com o Dublin Core13, tem-se o SEPIADES14, um modelo criado


pela SEPIA (Safeguarding European Photographic Images for Access) a partir de um

12 Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp?codigo_sophia=33037


13
O capítulo V do presente relatório consultivo SEPIADES é dedicado recomendações sobre a
transferência de elementos SEPIADES em registros Dublin Core.
14
A ferramenta pode ser baixada online no link: http://www.ica.org/7363/paag-resources/sepiades-
recommendations-for-cataloguing-photographic-collections.html
26

projeto financiado pela União Europeia entre 1999 até 2003 que visava a
normalização de um modelo de descrição para as coleções fotográficas europeias.
A estrutura do SEPIADES compreende 21 elementos, e quatro níveis
podendo ser Instituto, Coleções, Grupos ou Item único. O nível mais alto é o
Instituto, que detém uma ou mais coleções. Cada Coleção é composta por um ou
mais Grupos. Um Grupo é um agregado de imagens. Cada Grupo é constituído por
um ou mais Itens individuais.
No entanto, o SEPIADES possui descrição multinível, ou seja, os
catalogadores determinam a estrutura da hierarquia e são livres para criar qualquer
número de níveis e subníveis que necessitam.
O modelo SEPIADES está preparado enquanto ferramenta independente no
âmbito da descrição documental fotográfica15, seu desenvolvimento propôs se
adaptar aos requisitos e necessidades de qualquer instituição depositária de acervos
fotográficos. No entanto, não pretende substituir modelos de descrição já existentes,
como é o caso do ISBD, AACR ou RDA vistos anteriormente.

2.2.2 Representação temática

A representação temática identifica e condensa o conteúdo do assunto do


documento, visando sua recuperação em um sistema de informação.
Diferente da representação descritiva, que cuida de aspectos mais objetivos,
a representação temática, cuida de aspectos subjetivos que visam caracterizar o
documento do ponto de vista de seu conteúdo. Segundo Dias e Naves (2013, p.7) “é
o que muitos chamarão de assunto do documento, só que este assunto dependerá
muito de quem faz a leitura”.
Tal atividade “é percorrida pelo catalogador, através do processo de análise
de assunto16, que tem o objetivo de propiciar o entendimento do conteúdo, para

15Mais informações sobre a ferramenta ver: CORDENONSI, Andre Zanki; FLORES, Daniel;
FERREIRA, Rogério Rocha Ferreira. Análise da aplicação do software SEPIADES para um acervo
fotográfico. Informação & Informação. v. 15, n. 1, 2010. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n1p129. Acesso em: 27 mar. 2015
16A análise de assunto (DIAS; NAVES, 2013), como processo da representação temática recebe

várias denominações na literatura, tais como: Análise documentária (CUNHA, 1989), Análise
Temática (CAVALCANTI, 1978), Descrição de Conteúdo (GUINCHAT; MENOU, 1994) e Tratamento
Temático da Informação (FOSKETT, 1973).
27

produzir a informação documentária, que será disponibilizada no catálogo.” (SOUZA,


2013, p.139).
Os principais instrumentos no que se refere a representação temática são as
linguagens de indexação.
Existem dois tipos principais de linguagens de indexação: alfabéticas e
simbólicas. As alfabéticas compreendem cabeçalhos de assunto e tesauros,
enquanto simbólicas se limitam aos sistemas de classificação bibliográfica, que
utilizam símbolos como letras e números para representar os assuntos dos
documentos (DIAS; NAVES, 2013).
As primeiras estabelecem entradas de assunto, num catálogo ou índice, por
termos traduzidos a partir da leitura técnica do documento. Já as segundas,
descrevem o conteúdo do documento de forma mais abrangente e visam sua
organização no espaço físico. Os instrumentos utilizados para esta finalidade são os
Sistemas de Classificação, cujos exemplos clássicos são a Classificação Decimal
Universal (CDU) e a Classificação Decimal Dewey (CDD).
Dias e Naves (2013) ainda mencionam, como sendo instrumentos da
representação temática, as normas para elaboração de resumos e indexação, bem
como, os manuais de indexação e de catalogação por assunto que visam padronizar
os procedimentos na área da representação temática.
Por indexação entende-se “a extração de conceitos que possam representar
o assunto de um documento e a tradução desses para linguagens de indexação, ou
linguagens documentárias.” (DIAS; NAVES, 2013, p.18)
De acordo com a NBR 1267617 (1992), referente a métodos para análise de
documentos, são estágios da indexação: (1) o exame do documento e
estabelecimento do assunto de seu conteúdo; (2) a identificação dos conceitos
presentes no assunto; (3) a tradução desses conceitos nos termos de uma
linguagem de indexação.
O modo pelo qual um documento pode ser examinado (1) depende em
grande parte de sua forma física. Podem-se distinguir dois casos: documentos

17
Esta Norma fixa as condições exigíveis para a prática normalizada do exame de documentos, da
determinação de seus assuntos e da seleção de termos de indexação. Destina-se aos estágios
preliminares da indexação, não tratando das práticas de qualquer tipo de sistema de indexação, pré
ou pós-coordenado. É dirigida para sistemas de indexação nos quais os assuntos dos documentos
são expressos de forma resumida, e os conceitos são registrados através dos termos de uma
linguagem de indexação. Aplica-se especialmente a serviços de indexação independentes e a
serviços de indexação em rede. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992)
28

impressos e documentos não-impressos, de modo a ressaltar que cada caso recebe


diferente tratamento. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992)
Após a primeira etapa de análise ocorre a identificação dos conceitos
essenciais na descrição do assunto. (2) O critério para realização dessa etapa deve
ser o valor de um conceito para a expressão e recuperação do assunto do
documento. Para isso é preciso ter em mente a finalidade para qual está sendo
indexado tal documento.(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
1992)
O terceiro estágio (3), refere-se a seleção de termos de indexação que visam
expressar os conceitos por termos que poderão compreender, cabeçalhos de
assuntos, tesauros, classificações, entre outras linguagens de indexação.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1992)
Em termos bibliográficos, a atividade de indexação consiste na leitura técnica
que possibilite a extração de conceitos que sintetizem o conteúdo desses textos, que
segundo Dias e Naves (2013, p. 43) “consiste numa leitura direcionada para certas
partes do documento onde serão encontrados elementos especialmente importantes
para a identificação do assunto ou assuntos do documento”.
Tais partes seriam: título, subtítulo, sumário, resumo, introdução, prefácio,
apresentação, títulos dos capítulos e bibliografia.
Mas no caso da fotografia? Como realizar a leitura técnica? Como extrair
conceitos que sintetizem seu conteúdo imagético?
Assim como visto na NBR 12676, a literatura estudada aponta para a
existência de diferentes tipologias básicas documentais, de modo a ressaltar que
diferentes materiais recebem também diversos tratamentos.
No estudo desta pesquisa, verificou-se a existência de vasta bibliografia no
que diz respeito a representação temática dos materiais textuais, percebendo
lacunas teóricas e metodológicas referente a representação temática, no âmbito da
biblioteconomia, aos materiais imagéticos.
Por tanto, optou-se por estudar tal abordagem de representação temática de
fotografias, a partir de estudos pautados na análise de imagens, que serão
discutidos no próximo tópico.
29

2.2.3 Análise documental de fotografias

A análise de imagens traduz para uma linguagem verbal o aspecto visual de


uma obra. De acordo com Boccato e Fujita (2006), os estudos sobre a análise
documental de documentos textuais para a representação temática da informação
não podem ser aplicados automaticamente para documentos visuais, tendo em vista
a influência que o modo de produção de um documento tem em seu tratamento.
Segundo Smit (1996, p.29) devemos considerar que “o estatuto da imagem
distingue-se do texto”, bem como, que “a utilização da imagem fotográfica (e da
imagem em geral) não se baliza unicamente por seu conteúdo informacional, mas
também por sua expressão fotográfica.”
Neste caso, a representação temática do documento fotográfico, que possui
especificidades, requer uma metodologia de análise própria.
Autores como Panofsky (1979), Kossoy (2001), Shatford (1986), Smit (1996)
e Manini (2002) entre outros, desenvolveram alguns critérios para a análise da
imagem.
Panofsky (1979) estabelece três níveis para análise de imagem, a saber: O
nível pré-iconográfico (Descrição), que descreve, genericamente, os objetos e ações
representadas pela imagem. O nível iconográfico (Análise), que descreve e classifica
as imagens, estabelece o assunto secundário representado pela imagem. E o nível
iconológico (Interpretação), que propõe uma interpretação do significado intrínseco
do conteúdo da imagem.
A partir de Panofsky (1979), Kossoy (2001) propõe uma metodologia que
sugere duas linhas de análise: a análise iconográfica e a interpretação iconológica.
A análise iconográfica compreende inventariar o que é percebido na
exterioridade da fotografia, revelando os dados concretos sobre o documento (a
materialização do documento e os detalhes icônicos gravados). Para tal análise é
necessário determinar os elementos que ocorreram para a materialização (assunto,
fotógrafo e tecnologia) em dado lugar e época (espaço, tempo); e obter uma
identificação dos detalhes icônicos que compõe seu conteúdo.
Na interpretação iconológica busca-se decifrar a realidade interior da
fotografia, seu significado, tendo em vista que o documento fotográfico é o resultado
final de um processo de criação, e dessa forma compreende uma visão particular,
um modo de ver. Nessa etapa descrever não é o suficiente, mas é necessário
30

buscar elementos para a compreensão da primeira realidade, já que o documento é


uma representação a partir do real. Nessa busca, torna-se necessário o
conhecimento do momento histórico. Embora o documento seja a referência, a
interpretação vai além dele, e neste processo, deve-se: resgatar a história própria do
assunto, e/ou desmontar as condições de produção, ou seja, o processo de criação
que resultou na representação do assunto. (KOSSOY, 2001)
Dessa maneira, atribui-se a análise iconográfica como segunda realidade, e
a interpretação iconológica como a primeira realidade, conforme a Figura 3.

Figura 3 - Esquema de análise proposto por Kossoy (2001)

Fonte: Kossoy (2001)

A metodologia de análise de imagem proposta por Kossoy (2001) ainda


estabelece um roteiro de descrição fotográfica (Anexo A), que contém questões
importantes relacionadas desde o seu suporte físico até seu conteúdo informacional,
incluindo suas relações externas ao objeto.
Gardin (1974 apud SMIT, 1996) coloca outra forma de distinção de níveis de
análise de imagem, opondo a denotação à conotação. Caracterizando como
denotação a atividade pré iconográfica, e assimilando a conotação a iconografia e
iconologia.
Outros autores que trabalham com esta abordagem incluem Barthes (1990),
Moreiro Gonzalez e Roblendano Arrillo (2003).
31

Para eles, o estado denotativo é o momento da descrição fiel da imagem


fotográfica, isto é, o que realmente está sendo representado pela imagem
(processo descritivo, imagem objetiva) enquanto o estado conotativo é a
interpretação que se dá à imagem representada, isto é, a forma como
vemos e sendimos a imagem (processo interpretativo, imagem subjetiva)
(BOCCATO; FUJITA, 2006, p.94)

Shatford (1986) também parte da categorização de Panofsky para


desenvolver suas considerações. Para a autora, a imagem é simultaneamente
específica e genérica, ou seja, uma imagem pode ser específica ou genericamente
DE alguma coisa (algo concreto) ou SOBRE alguma coisa (algo interpretativo).
Segundo Shatford (1986 apud MANINI, 2002, p.77), “para responder DE que
é uma imagem, usa-se o nome de pessoas, lugares, objetos e ações; já para o
SOBRE, as respostas são nomes que descrevem emoções e conceitos abstratos.”
Dessa maneira, a autora atribui uma maior facilidade na análise do DE em
comparação ao SOBRE, em virtude da variedade e subjetividade da interpretação
de alguns símbolos podem dar margem a diferentes SOBREs.
Blery (1981) desenvolveu uma proposta de representação do conteúdo das
imagens que recupera as categorias informacionais Quem, Onde, Quando, Como e
O que, utilizadas para a análise textual, e adapta ao universo da imagem. Tal
metodologia pode ser visualizada no Quadro 3.

Quadro 3 - Metodologia de Blery (1981) para análise de imagem

Categorias Representação do conteúdo das imagens

Quem Identificação do “objeto enfocado”; seres vivos, artefatos, construções,


acidentes naturais

Onde Localização da imagem no “espaço”: espaço geográfico ou espaço da


imagem (p.ex. São Paulo, ou interior da danceteria)

Quando Localização da imagem no “tempo”: tempo cronológico ou momento da


imagem (p.ex. 1996, noite, verão)

Como/O que Descrição de “atitudes” ou “detalhes” relacionados ao “objeto enfocado”,


quando este é um ser vivo (p.ex cavalo correndo, criança trajando roupa do
século XVIII)
Fonte: Smit (1996, p.32)

A metodologia de Blery (1981) é adaptada pela Biblioteca Nacional do Brasil,


que de acordo com Alves e Valerio (1998) utiliza os questionamentos de: Quem
fotografou? Quando? Onde? Que e/ou Quem foi fotografado?
32

Smit (1996) compreende, por sua vez, que a análise de imagem é composta
pela soma de seu conteúdo informacional e sua expressão fotográfica (Figura 4).
Entendendo como conteúdo informacional, o que esta mostra, e como expressão
fotográfica, “os dados oriundos da geração da imagem fotográfica, tais como,
angulação, enquadramento, tempo de exposição, presença/ausência de cor,
luminosidade, etc.” (SMIT, 1996, p.34)

Figura 4 - Metodologia proposta por Smit (1996) para análise de imagem

Fonte: Produzido pela pesquisadora (2015)

Para Smit (1996, p.34), os procedimentos de representação da imagem


“supõem uma sistematização dos dados oriundos à categoria ‘expressão fotográfica’
pertinente, significando a elaboração de nova grade de leitura, a ser justaposta à
grade do conteúdo informacional.”
Dessa maneira, sugere uma nova grade para análise da imagem, unindo as
categorias informacionais de Blery (Quem/O Que/Onde/Quando/Como) e as
Shatford (ao DE Genérico, ao DE Específico e ao SOBRE18) em conjunção com uma
grade de leitura relacionada à “expressão fotográfica”.
Manini (2002), com base na teoria de Smit (1996) estabelece uma
metodologia com relação ao conteúdo informacional e das técnicas que devem ser
consideradas no tratamento documental da fotografia, apresentando um conjunto
referencial para análise da imagem fotográfica.
Constam como alterações no modelo elaborado por Manini (2002)
apresentado no Quadro 4, descritas abaixo.

18
Segundo Manini (2002, p. 107) o SOBRE de Shatford (1986) não é usado por Smit para cada
categoria de perguntas feitas à imagem (quem, o que, quando, onde, como). O SOBRE é uma
síntese, nomeada a partir de um ou vários conceitos abstratos e que pode ser deduzida a partir de
vários componentes da imagem, distribuídos por diferentes categorias informacionais.
33

A mudança da sequência de categoria: a primeira linha passa figurar as


categorias Quem e O Que, e na última apenas a categoria Como. Manini (2002,
p.106) acredita que “a pergunta O Que está mais relacionada a um sujeito (ou
substantivo); já o Como dá uma noção de ação (expressa por verbos).”
A criação de uma coluna referente a Dimensão Expressiva da Fotografia:
compreende a “expressão fotográfica” proposta na teoria de Smit. A Dimensão
Expressiva, segundo Manini (2002, p.49) é “a parte da imagem fotográfica dada pela
técnica: é a ‘aparência física’ através da qual a fotografia expressa seu conteúdo
informacional”. A coluna, de acordo com Manini, deve ser preenchida com os
Recursos Técnicos e Variáveis para análise de imagem (Anexo B).

Quadro 4 - Quadro elaborado por Manini (2002) com base na grade de Smit (1996).

Fonte: Manini (2002, p.108)

Para Manini (2002, p.52), “a análise de fotografias prevê a transposição de


elementos do código imagético para o verbal: parte-se da fotografia e o resultado é
verbal (seja no resumo ou na indexação).”
A indexação de documentos fotográficos, se dará assim como no documento
textual, a partir de duas etapas: a análise conceitual, na qual se analisa e retira o
assunto deste documento; e a tradução, momento que o assunto é representado por
um termo de uma linguagem documental.
A etapa da análise conceitual, de acordo com Manini (2002) inicia-se com a
leitura do documento fotográfico visando a construção de significados, e este
processo se dará a partir da análise e da síntese.
A análise compreende na leitura superficial da imagem, que visa identificar
os elementos constitutivos da imagem, que Manini (2002) caracteriza como primeiro
34

nível. (=DE Genérico). Já a síntese compreende na leitura em profundidade que visa


nomear elementos constitutivos da imagem ou elaborar conceitos abstratos
deduzidos a partir da imagem, que Manini (2002) caracteriza como segundo nível.
(=DE Específico e SOBRE).
A referida atividade, segundo Manini (2002), requer do profissional da
informação um conhecimento prévio sobre o conteúdo da fotografia, tal preparação
envolve a elaboração de um resumo.

O resumo tem se justificado e se mostra útil em alguns acervos porque os


termos de indexação não são extraídos exclusivamente da imagem
fotográfica, mas do resumo que se faz da fotografia. Mesmo que o resumo
não traga qualquer informação suplementar, ele serve como etapa do
processo de indexação. (MANINI, 2002, p.51)

A etapa de tradução, por sua vez, refere-se a própria escolha do termo de


indexação, transpondo seu conteúdo visual para o verbal. Esta atividade requer do
profissional da informação, na visão de Manini (2002, p.53) “um conhecimento
mínimo sobre o conteúdo do documento que está analisando, bem como conhecer
os interesses dos usuários do acervo e a política da instituição e ter acesso aos
mecanismos de controle de vocabulário, quando este existir. ”
De maneira geral, a indexação deve representar o documento fotográfico de
modo a “oferecer ao usuário palavras e/ou termos que, de fato, nomeiem coisas e/ou
pessoas que apareçam na fotografia; ao mesmo tempo, estas palavras e/ou termos
devem nomear pessoas e/ou coisas que foram identificadas na imagem.” (MANINI,
2002, p.68).
Especificamente sobre a representação temática desses documentos
imagéticos, a Library of Congress apresenta o Thesaurus for Graphic
Materials(TMG)19, um vocabulário controlado de assuntos, formas e gêneros
referente à materiais visuais, destinados a serem utilizados na indexação em
catálogos e índices.

19
Publicado pela Library of Congress. TGM foi originalmente publicado como duas obras separadas,
LC Thesaurus for Graphic Materials (LCTGM) e Descriptive Terms for Graphic Materials (GMGPC).
As obras foram combinadas em um único volume, em 1995, e são agora referidos, respectivamente,
como TGM I e TGM II. Disponível online em http://www.loc.gov/rr/print/tgm1/ e
http://www.loc.gov/rr/print/tgm2/ .
35

O TMG é uma ferramenta de acesso online20, que inclui mais de 7.000


termos de assunto e 650 termos gênero/formato para tipos de índice de fotografias,
gravuras, desenhos de projeto, coisas efêmeras, e outras imagens.
Dessa maneira, referente as metodologias para análise documental da
fotografia analisadas destacam-se as teorias de Panofsky (1979) e Kossoy (2001)
cada qual sugerindo duas linhas de análise: a análise iconográfica e a interpretação
iconológica; Shatford (1986) para qual uma imagem pode ser específica ou
genericamente DE alguma coisa (algo concreto) ou SOBRE alguma coisa (algo
interpretativo); Blery (1981) e Alves e Valerio (1998) que recuperam as categorias
informacionais Quem, Onde, Quando, Como e O que, utilizadas para a análise
textual, e adaptam ao universo da imagem; Smit (1996) que a partir de Blery (1981)
compreende, por sua vez, que a análise de imagem é composta pela soma de seu
conteúdo informacional e sua expressão fotográfica; e por fim, Manini (2002) que faz
uma junção das teorias de Shatford (1986) e Smit (1996).

20
A ferramenta pode ser acessada pelo link: http://www.loc.gov/pictures/collection/tgm/
36

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa, de acordo com seu objetivo, se configura como uma


pesquisa exploratória, de natureza aplicada, pois objetiva “proporcionar maior
familiaridade com o problema” (GIL, 1991, p.41) e “gerar conhecimentos para
aplicação prática, dirigidos à sua solução.” (SILVA; MENEZES, 2005, p.20)
Do ponto de vista da abordagem do problema, a pesquisa pode ser
classificada como qualitativa, tendo em vista que seus dados não podem ser
mensuráveis. Tal abordagem segundo Silva e Menezes (2005, p.20):

Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a


fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente.

Para o desenvolvimento desta pesquisa definiu-se como procedimentos


técnicos, a realização de uma pesquisa bibliográfica, desenvolvida com base em
material constituído principalmente de livros e artigos.
Esta etapa objetivou caracterizar a fotografia como instrumento de pesquisa
e fonte de informação, para posteriormente investigar as possibilidades de
organização de um acervo fotográfico, por meio de um levantamento a respeito dos
padrões e metodologias existentes na área da Biblioteconomia, no que tange à
representação descritiva e temática, relacionadas à organização da informação de
acervos fotográficos.
Subsequentemente, para elaboração da proposta de descrição e análise do
documento fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos, verificou-se a
necessidade de um estudo de campo, visando conhecer as condições e a estrutura
na qual se encontra a referida Biblioteca, caracterizando, desta maneira, o campo de
pesquisa.
A realização desta etapa da pesquisa ocorreu com a participação da
bibliotecária responsável, tendo como abrangência a atual situação do acervo
fotográfico da instituição. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi uma
ficha elaborada a partir das especificações sugeridas por Mosciaro (2009) e Fillippi,
Lima e Carvalho (2002) por realizarem estudos a respeito de diagnóstico de acervo,
especificamente para acervo fotográfico. A ficha utilizada encontra-se disponível no
Apêndice A.
37

Mosciaro (2009) destaca a necessidade de uma breve observação do acervo


a ser tratado, a fim de estabelecer informações prévias sobre a documentação, tais
como: localização do acervo, levantamento de volume documental, datas estimadas,
formatos e dimensões predominantes, dados referentes a organização do acervo,
temáticas abordadas, formas de acondicionamento e mobiliário, condições físicas do
acervo, dados referentes a conservação.
De acordo com Fillippi, Lima e Carvalho (2002), por sua vez, anterior ao
estabelecimento de metodologias para organização de acervos fotográficos se faz
necessário conhecer e estabelecer o tipo de consulente para o qual o acervo estará
sendo organizado. Esta atividade influenciará diretamente nas decisões quanto às
formas de acesso, bem como, os instrumentos de pesquisa utilizados.
Dessa maneira, a ficha ainda permitiu coletar dados referentes ao perfil do
usuário da biblioteca, os padrões de classificação e catalogação adotados, sistema
de gerenciamento de biblioteca, e recursos humanos disponíveis.
Os tópicos abordados nesta ficha foram concentrados e estão organizados
respectivamente nas áreas de organização, temática, acesso, acondicionamento,
conservação, condições ambientais, segurança e tópicos gerais. As informações
coletadas a partir deste estudo de campo, estão apresentadas no Apêndice A.
Por conseguinte, a análise de dados foi realizada com base nas bibliografias,
padrões e metodologias investigadas anteriormente, e nas informações obtidas por
meio do estudo de campo realizado.
O resultado desta análise compõe uma proposta para organização do acervo
fotográfico, estabelecendo os critérios de descrição e análise documental, incluindo
os processos de catalogação e indexação, considerando as condições e sistema
existentes na biblioteca escolar, tal como relatado no capítulo a seguir.
Não compreende resultado deste estudo uma proposta de classificação
deste acervo, necessário para sua organização física, sendo esta uma limitação da
pesquisa. Além disso, a partir do estudo de campo foi verificado que a biblioteca
utiliza o Sistema de Classificação Decimal para seu acervo bibliográfico. Entretanto,
o estabelecimento de uma proposta de classificação específica para acervo
fotográfico requer uma pesquisa aprofundada, uma vez que outros tipos de
classificações podem ser criados a partir do estudo relacional entre as fotografias e a
história institucional.
38

A biblioteca Sebastião Neto Campos é pertencente a Associação


Beneficente da Industria Carbonífera, entidade sem fins lucrativos, filantrópica e
pertencente ao segmento comunitário, fundada em 1959 por iniciativa da indústria
carbonífera de Santa Catarina.
Inicialmente foi criada com foco na mão de obra qualificada e especializada,
bem como na assistência social, tornando-se posteriormente uma instituição de
educação e tecnologia, mantida via contribuição de cerca de 1% do faturamento das
empresas carboníferas da região, além das mensalidades para pelos alunos.
A instituição possui todos os níveis de ensino: fundamental, médio, cursos
técnicos presenciais e a distância, pós-técnicos, cursos à nível superior,
especialização e mestrado.
Atualmente conta com aproximadamente 7000 alunos e 650 colaboradores,
oferecendo profissionais qualificados para todas as regiões do país. O campus
possui uma área total de 550.000 m², sendo 33.000 m² de área construída, e sua
infraestrutura contempla duas grandes áreas principais: a SATCEDU, composta pela
Escola Educacional Técnica SATC e Faculdade SATC; e a SATCTEC, com os
laboratórios Laec, Laqua e Lametro, Centro Tecnológico de Carvão Limpo (CTCL)
e Incubadora.
39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados consistem na apresentação da coleta de dados realizada por


meio do estudo de campo, seguida da proposta de organização do acervo
fotográfico, que inclui a definição de critérios para representação descritiva e
temática do acervo.

4.1 Identificação do campo de pesquisa

Nessa seção apresenta-se os resultados do estudo de campo realizado,


visando a identificação e caracterização do campo de pesquisa para a elaboração
de uma proposta de organização do acervo fotográfico.
A partir da análise do estudo de campo conforme Apêndice A, verificou-se
que o acervo fotográfico da instituição encontra-se em uma sala localizada atrás do
balcão de atendimento, também destinada ao depósito de outros materiais.
O acervo encontra-se sem organização, não apresentando nenhuma forma
de ordenação, bem como, nenhum instrumento que auxilie na recuperação do
documento fotográfico, tal como documentando na Fotografia 2, a seguir.

Fotografia 2– Organização do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos

Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)


40

Referente às temáticas abordadas, verificou-se que o acervo possui pouca


informação sobre assuntos, autorias ou data de produção. No entanto, a partir da
análise visual do acervo constatou-se, de maneira geral, que as imagens são de
eventos internos e externos da instituição, como jogos esportivos, formaturas e
desfiles cívicos.
Na realização do estudo de campo foi observado que a instituição já fez uso
de uma metodologia para representação temática de seus documentos fotográficos.
Em alguns álbuns, conforme Fotografia 3, foram encontradas informações
sobre as imagens obtidas a partir de uma metodologia, que de acordo com a
literatura estudada, se configura como a metodologia de Blery (1981), Alves e
Valerio (1998), pois ambos recuperam as categorias informacionais Quem, Onde,
Quando, Como e O que, utilizadas para a análise textual, e adaptam ao universo da
imagem.

Fotografia 3 – Metodologia de representação temática encontrada no acervo fotográfico da


Biblioteca Sebastião Neto Campos

Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)

Referente ao acesso, não existe nenhuma política de controle aos originais,


o usuário geralmente solicita o acesso ao bibliotecário ou auxiliar de biblioteca e o
mesmo o encaminha a sala referente. A instituição não possui o acervo digitalizado,
no entanto, quando o usuário solicita alguma foto, esta é entregue ao usuário
digitalizada.
41

No que tange ao acondicionamento, o acervo encontra-se disperso dentro de


caixas de prolipropileno armazenadas em mobiliários de aço. Algumas fotos estão
acondicionadas em álbuns, outras avulsas ou em envelopes conforme Fotografia 4.

Fotografia 4 – Acondicionamento do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos

Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)

No que se refere à conservação, não foi identificado nenhum cuidado de


preservação deste acervo, conforme Fotografia 5, e não há nenhum trabalho de
conservação em andamento, bem como, nenhuma política de reprodução das
fotografias ou cuidado em seu manuseio.

Fotografia 5 – Conservação do acervo da Biblioteca Sebastião Neto Campos

Fonte: Produzidas pela pesquisadora (2015)


42

Referente as condições ambientais, a sala onde é armazenando o acervo


possui lâmpadas fluorescentes, e um desumidificador, conforme Fotografia 6, no
entanto, o mesmo não é mantido ligado constantemente. O espaço não possui
exposição direta da luz solar, nem ventilação.

Fotografia 6– Desumidificador da Biblioteca Sebastião Neto Campos

Fonte: Produzidas pela pesquisadora (2015)

Referente a segurança, o espaço possui sistema de prevenção de incêndio,


com detector de fumaça e luz de emergência. O espaço é dedetizado duas vezes ao
ano.
Referente aos tópicos gerais, verificou-se que a biblioteca utiliza o Sistema
Pergamum, adotando o Sistema de Classificação Decimal Dewey e o AACR2.
Atuam hoje na biblioteca, uma bibliotecária, quatro auxiliares de biblioteca,
dois estagiários e um serviços gerais.
43

4.2 Proposta para organização do acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião


Neto Campos

Nesta sessão apresenta-se a proposta para organização do acervo


fotográfico.
De acordo com a literatura estudada, para o estabelecimento de critérios
para a organização da informação, se faz necessária a escolha de um padrão para
representação descritiva e temática do acervo.
Os critérios adotados para elaboração desta proposta consideram os
aspectos abordados no estudo de campo realizado (Apêndice A), que apresenta a
caracterização do campo de pesquisa, descrito na seção anterior.
Desta maneira, como resultado da presente pesquisa, foi elaborada uma
proposta de descrição e análise dos documentos fotográficos para a Biblioteca
Sebastião Neto Campos, a partir da definição de critérios para planilha de
identificação, catalogação e indexação conforme descriminados a seguir.

4.2.1 Planilha de identificação

Tendo em vista que segundo o estudo realizado, a Biblioteca Sebastião Neto


Campos possui atualmente apenas um bibliotecário, foi elaborado um modelo de
planilha de identificação, visando a identificação prévia do acervo com dados
referentes à representação descritiva e temática que visam auxiliar a catalogação e,
posteriormente, a indexação.
Para a criação desta planilha, no que concerne a representação descritiva,
foi realizado um estudo a partir do capítulo 8 do AACR2, que trata materiais gráficos,
no qual a fotografia se configura, levando em consideração a obra de Ribeiro (2009).
Desse estudo, se considerou as áreas apresentadas no Quadro 5, página
seguinte.
44

Quadro 5 - Áreas escolhidas do AACR2 para elaboração de planilha de identificação do acervo


fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos

ÁREAS DE DESCRIÇÃO ELEMENTOS DE DESCRIÇÃO

8.1 Área do Título e Indicação de 8.1B Título principal


Responsabilidade
8.1C Designação geral de material

8.1F Indicação de responsabilidade

8.4 Área da Publicação, Produção, 8.4F Data


Distribuição, etc.

8.5B Extensão do item


8.5 Área da Descrição Física
8.5C Outros detalhes físicos

8.5D Dimensões

8.7 Área das Notas 8.7B3 Fonte do título principal

8.7B6 Indicações de responsabilidade (Doador,


fonte, proprietário)

8.7B7 Edição e histórico

8.7B10 Descrição física

8.7B16 Outros formatos

8.7B17 Resumo

8.7B20 Restrições de uso


Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)

Com exceção da área 8.3, específica do material ou tipo de recurso que não
é aplicada para materiais gráficos, as demais áreas não foram selecionadas pois o
documento fotográfico não se configura como item publicado, diferente de outros
materiais gráficos, e, desta maneira, não comportam informações de edição e série.
Posteriormente, os dados deste quadro foram comparados com os 21
elementos centrais SEPIADES, e com o roteiro de descrição proposto por Kossoy
(2001). (Anexo A).
Desse estudo, foram constatadas lacunas informacionais descritivas no que
se refere à conservação do documento, inseridas no contexto de Kossoy (2001).
Essa informação foi incluída na elaboração da planilha de identificação, na área
8.7B10 do AACR2.
Referente à representação temática, conforme já analisado anteriormente,
na realização do estudo de campo foi observado que a instituição já fez uso de uma
45

metodologia, para representação temática de seus documentos fotográficos, que se


configura como a metodologia de Blery (1981) e Alves e Valerio (1998).
Para elaboração da planilha foram considerados os campos Quem, Onde e
Quando, tendo em vista, que o Como e O Que estarão subtendidos no Resumo.
Desta maneira, a partir destes critérios descritivos e temáticos adotados foi
estabelecido como proposta a planilha de identificação, conforme Figura 5 abaixo.

Figura 5 – Planilha de identificação de acervo fotográfico elaborada pela pesquisadora


Localização: Nº de localização:

Nível de descrição: ( ) Álbum ( ) Fotografia

1. REPRESENTAÇÃO DESCRITIVA

1.1Título:

1.2 Fonte do título:

1.3 Fotógrafo:

1.4 Ano de produção:

1.5 Quantidade: _____ Álbum(s) ______ Fotografias

1.6 Outros detalhes: ( ) colorido ( ) preto e branco ( ) sépia

1.7 Dimensões:

1.8 Outros formatos disponíveis:

1.9 Condições de uso e reprodução:

1.10 Conservação: ( ) Rasgado ( ) Manchado ( ) Amarelada ( ) Perda de Contraste


( ) Colada ( ) Fungos ( ) Escrito ( ) Outros

1.11 Observações:

2. REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA

2.1 Quem:

2.2 Onde:

2.3 Quando:

2.4 Resumo:

2.5 Nota Biográfica ou histórica:

2.6 Fontes de pesquisa consultadas:

Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)


46

Esta planilha de identificação compreende uma linguagem de fácil acesso, e


foi elaborada para agilizar o processo de organização, podendo ser preenchida por
funcionários, estagiários e bolsistas devidamente treinados, com supervisão do
bibliotecário responsável, e visa auxiliar as atividades de catalogação e indexação
posteriormente.
As informações para preenchimento desta ficha devem ser inicialmente
coletadas das próprias imagens, como determina a AACR2.21
No entanto, a planilha também serve como referência para a busca de novas
informações sobre as fotografias, a partir da realização de pesquisas em outras
fontes de informação, tais como documentos da instituição ou até mesmo coleta de
informações com funcionários, alunos ou ex-alunos da instituição, na tentativa de
identificar o maior número de informações a respeito de um documento fotográfico,
ou de uma coleção.

4.2.2 Catalogação

Posterior a identificação dos documentos fotográficos por meio da planilha


de identificação, compete ao bibliotecário ou responsável pela biblioteca escolar, a
realização da catalogação.
Para esta etapa foram consideradas as metodologias já adotadas para o
tratamento dos recursos bibliográficos pela biblioteca escolar descritas na
identificação do campo de pesquisa anteriormente.
Dessa maneira, a presente proposta utiliza o Pergamum como sistema de
recuperação e disponibilização do acervo, optando como critério de descrição a
utilização dos campos MARC 21, com as regras de catalogação propostas no
AACR2, aliado ainda aos campos da Planilha de identificação já definidos
anteriormente.
Desta forma, se estabeleceu o seguinte Quadro 7, na página seguinte
identificado:

21
Regra 8.0B1 que determina que a fonte principal de informação para materiais gráficos é o próprio
item, incluindo qualquer etiqueta que estejam permanentemente fixadas no item ou em um contêiner
que seja parte integrante do item.
47

Quadro 7 – Relação de campos para catalogação de acervo fotográfico

PLANILHA DE CAMPO IND.1 IND.2 SUB DESCRIÇÃO PONTUAÇÃO REGRA


IDENTIFICAÇÃO MARC CAMPO UTILIZAD
A AACR2

1.2 100 2 # $a Nome pessoal 22.5

1.1 245 1-0 0-9 $a Título 8.1B

$h [fotografia] : 8.1C

1.1 $b Subtítulo / 8.1E

1.3 $c Indicações de . 8.1F


responsabilidade

1.4 260 # # $c Ano . 8.4F

1.5 300 # # $a Extensão : 8.5B

1.6 $b Outros detalhes ; 8.5C

1.7 $b Dimensões 8.5D

1.2 500 # # $a Fonte do título . 8.7B1


principal

2.4 520 8 0 $a Resumo . 8.7B17

1.8 530 # # $a Outros formatos 8.7C16


disponíveis

1.9 540 # # $a Condições de uso e 8.7B20


reprodução

2.5 545 # # $a Nota biográfica ou 8.7B7


histórica

1.10 583 # # $a Conservação

2.6 588 # # $a Fonte da Nota de


descrição
Fonte: Produzida pela pesquisadora (2015)

Como a biblioteca já utiliza o sistema Pergamum, outros campos deverão ser


considerados de acordo com a política de indexação já adotada pela biblioteca, tais
como: 007, 008, 040, 090 entre outros.
Em relação a representação descritiva do documento fotográfico, a
FUNARTE et al (1997) considera que a catalogação do documento pode se dar de
maneira individual, em lotes/dossiês22, e/ou analíticas23. Esta decisão deve se dar, a

“De modo geral, o lote e os dossiês fotográficos designam conjuntos de documentos fotográficos
22

reunidos segundo critérios temáticos, de autoria ou em decorrência de outras características


comuns aos documentos” (FUNARTE et al, 1997, p. 8)
48

partir das características do documento fotográfico, em muitos casos, o significado e


a importância de uma determinada imagem está diretamente ligada ao conjunto do
qual ela faz parte, podendo por tanto, ser catalogada em lotes.

A entidade catalogadora deve optar pela formação de dossiês apenas


quando a descrição do conjunto não ocasionar a perda de informações
essenciais acerca de cada um dos componentes. Com o objetivo de evitar a
omissão de dados considerados relevantes à descrição dos documentos
que compõem um conjunto, recomenda-se que o dossiê abranja
documentos fotográficos resultantes da mesma missão fotográfica ou sobre
um mesmo tema. (FUNARTE, 1997, p. 8)

No caso da entrada analítica, a FUNARTE et al (1997) recomenda o


emprego dessa catalogação quando, por exemplo, as fotografias de um álbum
merecem destaque ou não apresentarem as características comuns indicadas
anteriormente para a formação de dossiês. Nestes casos, na Área das Notas, deve-
se indicar que o item catalogado integra um conjunto.

4.2.3 Indexação

O estabelecimento de critérios para a representação temática compreende


numa proposta de análise de imagem que, por sua vez, englobará a elaboração de
um resumo, o uso da metodologia de Blery (1981) e Alves e Valerio (1998), tal como
já descritas em 5.2.1 Planilha de Identificação, e posteriormente, a escolha dos
termos de indexação.
As decisões tomadas consideram o sistema Pergamum utilizado pela
biblioteca para gerenciamento de seu banco de dados, e dessa maneira, a definição
dos campos do MARC 21 utilizados na indexação e na recuperação das
informações.
No que se refere às linguagens de indexação, Alves e Valerio (1998)
recomendam o uso do resumo como instrumento de indexação, pois além de serem
necessários para a definição dos assuntos principais, também servirão para à
recuperação da fotografia, uma vez que, tendo o sistema automatizado é possível
recuperar a informação a partir de campos não padronizados oficialmente.

“A catalogação analítica é o processo de preparação da catalogação que descreve uma parte ou


23

partes de um todo.” (FUNARTE et al, 1997, p. 8)


49

O campo “Resumo” da base de dados se destina à redação de um texto


sucinto e objetivo sobre o conteúdo da(s) fotografia(s) que faz(em) parte de
um registro catalográfico, nos casos em que as outras partes da descrição
não forneçam informações suficientes ou todas as informações
consideradas relevantes. [...]Com isso, abrimos a possibilidade de
selecionar palavras no campo “Resumo”, de onde serão extraídas
informações complementares não constantes nos campos principais de
recuperação (área de assunto ou secundárias). (ALVES, VALERIO, 1998, p.
22).

Dessa maneira, cabe ao indexador avaliar o resumo, selecionar os assuntos


pertinentes e transcrevê-los para uma linguagem de indexação.
Para Alves e Valerio (1998), o assunto deve corresponder aos acidentes
geográficos, entidades, eventos para que o pesquisador tenha sempre a
possibilidade de selecionar o documento, mesmo não sabendo o nome certo do que
procura.
A partir de um estudo da metodologia de análise de imagem já definida na
planilha de identificação e da análise dos campos MARC 21, adotou-se como
campos necessários na indexação do acervo, conforme Quadro 8.

Quadro 8 – Relação de campos para indexação de acervo fotográfico

PLANILHA DE METODOLOGIA CAMPO IND. IND. SUB DESCRIÇÃO


IDENTIFICAÇÃO MARC 1 2 CAMPO

2.1 Quem? 600 1 4 $a Nome pessoal como assunto

610 2 4 $a Nome de entidade como assunto

2.2 Onde? 611 2 4 $a Nome do evento como assunto

$n Edição do evento

$d Ano do evento

$c Cidade, Estado do evento

1.1 O que? 630 0-9 4 $a Título uniforme como assunto

2.4 O que? 650 # 4 $a Assunto tópico

2.3 Onde? 651 # 4 $a Nome geográfico como assunto


Fonte: Produzidos pela pesquisadora (2015)

Estes campos também são sugeridos por Alves e Valerio (1998) para
aplicação no sistema Micro CDS-Isis, que por sua vez, podem ser adaptados ao
sistema Pergamum.
50

Para os campos 600, 611, 610, 630, 651, a parte II do AACR2 determina o
estabelecimento de cabeçalhos (pontos de acesso) sob os quais a informação deve
ser apresentada ao usuário. Dessa maneira, é recomendado um estudo das regras
22, para definição de padrão a ser adotado no campo 600, regra 24 para campo 610
e 611, regra 25 para campo 630 e regra 23 para campo 651.
Em relação à área de assuntos tópicos (campo 650), se faz necessário a
atribuição de um cabeçalho de assunto, Alves e Valerio (1998) recomendam o uso
do Thesaurus for Graphic Materials– TGM I: subject terms (LCTGM), elaborado pela
Library of Congress para o tratamento específico de material iconográfico, e o caso o
assunto desejado não tenha um termo satisfatório no LCTGM, os autores
recomendam consultar o LC Subject Headings (LCSH). A partir disso, recomenda-se
que a biblioteca verifique se o uso proposto atende as necessidades de indexação
do acervo a ser indexado.
51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta desta pesquisa fundamentou-se numa necessidade de organizar


o acervo fotográfico da Biblioteca Sebastião Neto Campos, elaborando uma
proposta de descrição e análise para o acervo fotográfico da instituição,
considerando os critérios existentes na área da Biblioteconomia.
Dessa maneira, foi possível inicialmente caracterizar o documento
fotográfico como uma fonte de informação e instrumento de pesquisa, quando
submetido a um processo de organização, que por sua vez, compreende um
conjunto de processos que objetivam a recuperação da informação, sendo
constituída a partir de representações descritivas e temáticas.
Entende-se que os objetivos propostos foram alcançados, considerando que
os critérios adotados para a proposta de descrição e análise do acervo da Biblioteca
Sebastião Neto Campos foram elaborados a partir da identificação de padrões e
metodologias de representação descritiva e temática aplicadas a documentos
fotográficos. Além disso, utilizou-se como base as informações obtidas pela análise
do estudo de campo realizado, formulando uma proposta adequada à realidade da
instituição.
No estudo de campo verificou-se a atual situação do acervo fotográfico da
biblioteca escolar, bem como, dados referentes aos recursos humanos disponíveis e
aos padrões de classificação e catalogação já adotados.
Como resultado foi elaborada uma proposta de descrição e análise dos
documentos fotográficos, a partir da definição de critérios para planilha de
identificação, catalogação e indexação.
A planilha de identificação foi criada por meio de um estudo do AACR2, do
SEPIADES e do roteiro de Kossoy (2001) e sugerida para auxílio no levantamento
de informações a serem utilizadas na catalogação e indexação.
A definição dos campos e critérios a serem adotados na catalogação,
levaram em consideração a planilha de identificação sugerida, e os padrões AACR2
e MARC 21, uma vez que a biblioteca faz uso do sistema Pergamum, que por sua
vez, utiliza estes padrões para catalogação.
Posteriormente, a definição dos campos e critérios a serem adotados na
indexação, levou em consideração a aplicação da metodologia criada a partir de
52

Blery (1981) e Alves e Valerio (1998), e uso de linguagens de indexação, uma vez
que foi identificada no estudo de campo a adoção desta metodologia em algumas
fotografias.
Para o desenvolvimento de pesquisas futuras indica-se a área de
conservação e preservação de acervo fotográfico, tendo em vista que o estudo de
campo realizado evidenciou também a necessidade de acondicionamento dos
acervos fotográficos da instituição, no que tange a adoção de técnicas específicas
para higienização e o acondicionamento do acervo, com vistas a sua preservação.
Segue ainda como desdobramento, uma vez que não contemplado nesta
pesquisa, um estudo aprofundado sobre classificação de documentos fotográficos.
Por fim, considera-se que o presente trabalho será disponibilizado a
instituição, almejando desta forma colaborar efetivamente para a organização do
acervo estudado, uma vez que objetiva vir a ser aplicado pelos funcionários da
unidade.
53

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56

APÊNDICE A – FICHA DE ESTUDO DE CAMPO

ESTUDO DE CAMPO
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA

Instituição: Associação Beneficente da Indústria Carbonífera

Biblioteca: Sebastião Neto Campos

Descrição do espaço físico ocupado:


Sala Arquivo localizada atrás do balcão de atendimento, também utilizada como depósito para
outros documentos e objetos

Volume documental estimado: cerca de 2 mil fotos

Primeira data: 1960 Ultima data: 2014

Dimensões predominantes:
( ) 3X4 ( ) 4X5 cm ( ) 6X6 cm ( ) 6X7 cm ( ) 9 X 12 cm
(x) 10X15 cm ( ) 13 X18 cm (x) 18 X 24 cm ( ) 24 X 30 cm. ( ) 30 X 40 cm
(x) Outros: 15x21 cm

ORGANIZAÇÃO

Qual estágio de organização?


( ) Identificado
( ) Organizado parcialmente
( ) Organizado totalmente
(x) Sem organização

Qual forma de ordenação dos documentos?


( ) Alfabética
( ) Por assunto
( ) Numérica
( ) Cronológica
( )Alfa-numérica
( ) Procedência
(x) Nenhum

Existe algum instrumento que auxilie na recuperação do documento fotográfico?


( ) Listagem
( ) Catálogo
( ) Fichário
( ) Sistema informatizado
(x) Nenhum

TEMÁTICA

Quais as temáticas abordadas?


Eventos internos e externos, esportes, autoridades, formaturas

ACESSO

Existe alguma política de controle de acesso aos originais?


( ) sim (x) não
Obs.: O usuário entra em contato com o acervo mediante o bibliotecário ou auxiliar de biblioteca.

É realizado a digitalização?
( ) sim (x) não
57

Obs.: Em partes, pois as quando fotos são solicitadas elas são entregues ao usuário digitalizadas.

ACONDICIONAMENTO

Qual mobiliário adotado?


(x) estantes de aço
( ) estantes de madeira
( ) arquivos de aço
( ) arquivos de madeira
( ) armários de aço
( ) armários de madeira
( ) Outro: ___________________________________

Como se dá o acondicionamento?
(x) caixas de polipropileno
( ) caixas de papelão
( ) pastas suspensas
( ) jaquetas poliéster
( ) envelopes
( ) Outro: ___________________________________

Quais as condições de acondicionamento? Os documentos são armazenados com materiais


oxidantes, como grampos e clipes?
Não há cuidado no acondicionamento, as fotografias encontram-se em álbuns, em envelopes, ou
ainda soltas dentro das caixas de polipropileno. Algumas com identificações presas por clipes.

CONSERVAÇÃO

Existe algum trabalho de conservação em andamento? Se existe, qual é a proposta?


Não

Existe alguma política de reprodução e duplicação fotográficas?


Não há nenhuma política definida, as fotos solicitadas geralmente são digitalizadas e enviadas ao
usuário solicitante.

Quais são os cuidados tomados no manuseio dos documentos fotográficos?


Nenhum

CONDIÇÕES AMBIENTAIS

Qual sistema de iluminação adotado?


( ) Lâmpadas incandescentes
(x) Lâmpadas fluorescentes
( ) Lâmpadas halógenas
( ) Lâmpadas de descarga

Possui exposição direta da luz solar?


( ) sim (x) não

Possui desumidificador?
(x) sim ( ) não Obs.: A sala possui porém o equipamento estava desligado.

Possui ar condicionado?
( ) sim (x) não

Possui ventilação (janelas)?


( ) sim (x) não

As condições ambientais são monitoradas e registradas?


58

( ) sim (x) não

Existe alguma rotina de limpeza e controle do ambiente?


( ) sim (x) não

Como é realizada a limpeza do ambiente?


A limpeza é realizada pelo serviço de limpeza, não há um periodicidade estabelecida para a sala
que acondiciona o acervo.

SEGURANÇA

Possui prevenção de incêndios e inundações?


(x) sim ( ) não

Caso positivo, descreva atividade para prevenção de incêndios e inundações:


Detector de fumaça, e luz de emergência

Possui prevenção de insetos e roedores?


(x) sim ( ) não

Caso positivo, descreva atividade para prevenção de insetos e roedores:


O espaço é dedetizado duas vezes ao ano.

Já sofreu algum desastre (inundação, incêndio, etc.)?


( ) sim (x) não

Em caso positivo, quais ações foram realizadas?


______________________________________________________________________

GERAIS

Qual o perfil de usuário da biblioteca?


Alunos do ensino fundamental, médio, técnico e graduação.

Qual sistema de classificação foi adotado?


(x) Sistema Decimal Dewey
( ) Sistema Classificação Universal
( ) Outro: ___________________________________

Qual código de catalogação foi adotado?


(x) AACR2
( ) RDA
( ) Outro: ___________________________________

A biblioteca faz uso de algum sistema de gerenciamento? Se sim, desde quando?


Sim, o sistema Pergamum implementado entre o ano de 2002 e 2003.

Quantos funcionários atuam na biblioteca? Quais funções são exercidas?


Função Qtd

Bibliotecária 1

Auxiliar de biblioteca 4

Estagiário 2

Serviços Gerais 1
59

ANEXO A – ROTEIRO DE DESCRIÇÃO FOTOGRÁFICA ELABORADO POR


KOSSOY (2001)

Níveis Descrição

I - Referência Reprodução do documento-matriz-frente e verso, se for caso – para fins de estudo


visual do (reprodução em diferentes suportes, conforme a necessidade: fotografia, fotocópia, meios
documento eletrônicos etc)

II -Procedência 1. Local onde se encontra a imagem (museu, arquivo, biblioteca, coleção particular)
do documento 1.1 Código de referência (número de tombo, ou outros tipos de identificação)
2. Origem da aquisição (de quem foi adquirido?)
2.1 Tipo de aquisição, data e demais detalhes
2.2 Foi adquirido juntamento com outros documentos? (sim, não)
2.3 É peça avulsa ou faz parte de um conjunto de fotos?
3. Informações adicionais sobre a procedência do documento (trajetória do documento ao
longo do tempo)

III - Conservação 1. Estado atual de conservação (bom, regular, mau, péssimo)


do documento 2. Condições físicas em que se acha armazenado (pasta, envelope, arquivo de madeira ou
de outros materiais.)
3. Condições ambientais em que se acha armazenado (local climatizado ou não)

IV - Identificação 1. Informações concernentes aos elementos constitutivos (ASSUNTO, FOTOGRÁFO,


do documento TECNOLOGIA) e as coordenadas de situação (ESPAÇO, TEMPO), anotadas:
1.1 Na ficha (referente à foto), existente na instituição.
1.2 No envelope ou pasta em que a foto se acha armazenada.
1.4 Na própria foto.
2. Se o documento fotográfico for parte integrante de um álbum ou de uma publicação –
em que foram utilizadas cópias fotográficas originais ou reproduções sob diferentes meios,
a título de ilustração – é necessário recuperar os dados bibliográficos.

V - Informações 1. Arrolamento sistematizado dos elementos icônicos que compõe o conteúdo da imagem,
referentes ao visando à recuperação de informações múltiplas de cada elemento em particular (pesquisa
assunto (tema iconográfica e histórica: levantamentos juntos às mais diversificadas fontes), considerando
representado na inclusive: os títulos e/ou legendas impressas ou manuscritas referente à identificação do
ASSUNTO; e as notas marginais, comentários, dedicatória, data e local, e outras
imagem informações anotadas, conforme roteiro IV
fotográfica) Nesse momento são coletadas informações sobre o tema representado na imagem

VI - Informações 1. FOTOGRÁFO (e/ou estabelecimento) autor do registro


referentes ao 1.1 Endereço(s) do fotógrafo e/ou estabelecimento
fotógrafo (autor 2. Autoria por atribuição
do registro) 2.1 Tipo de montagem da fotografia
2.2 Cenários de estúdio no caso de retraos
2.3 Caracteristicas de estilo
2.4 Fotógrfos
3. Pistas que levem à determinação do contratante do serviço fotográfico

VII - Informações 1. Quando se tratar de um original fotográfico de época.


referentes à 1.1 Equipamento utilizado
tecnologia. 1.2 Natureza do original
1.3 Suporte da superfície fotossensível
1.4 Processo fotográfico empregado
1.5 Textura da superfície do papel
1.6 Tonalidade
1.7 Formato da imagem
1.8 Caracteristicas da montagem
2. Quando se tratar de uma reprodução
2.1 Caracteristicas técnicas de reprodução
2.2 pistas que possam levar à identificação da TECNOLOGIA empregada no ORIGINAL
Fonte: KOSSOY (2001, p.90-94)
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ANEXO B – RECURSOS TÉCNICOS E VARIÁVEIS PARA ANÁLISE DE IMAGEM

RECURSOS TÉCNICOS VARIÁVEIS


- fotomontagem - estroboscopia - alto-
Efeitos Especiais
contraste - trucagens - esfumação - etc.
- utilização de objetivas (fish-eye, lente
normal, grande-angular, teleobjetiva,

Ótica etc.)
- utilização de filtros (infravermelho,
ultravioleta, etc.) - etc.
- instantâneo - pose - longa exposição -
Tempo de Exposição
etc.
- luz diurna - luz noturna - contraluz - luz
Luminosidade
artificial - etc.
- enquadramento do objeto fotografado
(vista parcial, vista geral, etc.)

Enquadramento - enquadramento de seres vivos (plano


geral, médio, americano, close, detalhe)
- etc.
câmara alta - câmara baixa - vista aérea
- vista submarina - vista subterrânea -
Posição de Câmera
microfotografia eletrônica - distância
focal (fotógrafo/objeto) - etc.
- retrato - paisagem - natureza morta -
Composição
etc.
- com profundidade: todos os campos
fotográficos nítidos (diafragma mais

Profundidade de campo fechado)


- sem profundidade: o campo de fundo
sem nitidez (diafragma mais aberto)
Fonte: MANINI, (2002, p.92)
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