Vous êtes sur la page 1sur 44

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL

PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Olá alunos!

Como estão? Firme e forte nos estudos? Essa é nossa oitava e última
aula deste curso (que alívio hein?), sobre a Lei do óleo; licenciamento
ambiental em regiões de malária, em ferrovias, em assentamentos rurais e de
empreendimento de estudos sísmicos marítimos; planos de emergência para
acidentes com óleo; e diretrizes para operação de dragagem.

Animados e preparados? Então vamos começar:

AULA 6:

LEI DO ÓLEO (LEI N.º 9.966/2000 e DEC. N.º 4.136/2002); PLANOS DE


EMERGÊNCIA PARA ACIDENTES COM ÓLEO (RES. CONAMA N.º 398/08)
LICENCIAMENTO AMBIENTAL EM REGIÕES DE MALÁRIA, EM
FERROVIAS, EM ASSENTAMENTOS RURAIS E DE EMPREENDIMENTO DE
ESTUDOS SÍSMICOS MARÍTIMOS (RES. CONAMA N.º 286/01, 349/04,
350/04, 387/2006); E DIRETRIZES PARA OPERAÇÃO DE DRAGAGEM
(RES. CONAMA N.º 454/2012).

Antes de começar a aula, mais uma vez tenho que conversar com vocês
sobre as questões.

Os temas dessa última aula são raríssimos em provas de concurso. A lei


do óleo e seu regulamento já foram cobrados nos editais da ANTAQ de 2005 e
de 2009, porém esse tema só caiu na prova de 2005.

Com relação às outras normas, em todos os editais que olhei (e olha que
foram dezenas!) não achei essas normas em nenhuma prova. São resoluções
CONAMA muito específicas e as provas não tendem a cobrar esse tipo de
conteúdo. Por isso, por mais que elas apareçam em alguns editais, não
chegam a ser cobradas nas provas.

Para vocês terem uma ideia, a resolução CONAMA n.º 454/2012 foi
editada em novembro de 2012 e esse é o primeiro edital que ela aparece.

Por causa disso, essa aula praticamente não terá questões. De qualquer
forma, o conteúdo está bem detalhado e quem estudar direitinho estará em
condições de responder uma eventual questão sobre esses temas.

1 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Se algum de vocês achar alguma questão sobre um desses temas, por


favor poste no fórum que terei o maior prazer em respondê-las, ok?

Agora chega de papo e vamos para a aula.

I – LEI N.º 9.966, DE 28 DE ABRIL DE 2000 E DECRETO N.º 4.136, DE


20 DE FEVEREIRO DE 2002

Antes de estudarmos essas normas, você deve saber que o Brasil é


signatário de alguns acordos internacionais sobre poluição causada por óleo.
Vamos ver quais são esses acordos:

CLC 69 (Convenção sobre Responsabilidade Civil em Danos por Poluição por


Óleo): Assinada em Bruxelas em 1969, essa convenção definiu limites de
responsabilização civil (dos proprietários de embarcações), por danos causados
a terceiros por derramamento de óleo. Além disso, criou um seguro
compulsório onde todos os navios petroleiros dos países signatários devem
participar. Dessa forma, se houver um derramamento de óleo, o proprietário
da embarcação “pagará” parte dessa responsabilização e a outra parte será
paga pelo seguro.

MARPOL 73/78 (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por


Navios): é a convenção mais importante sobre esse tema. Tem o objetivo de
reduzir a poluição nos oceanos. Nesse documento foram definidas regras de
prevenção e controle de poluição por óleo, outras substâncias nocivas, esgoto
e lixo de navios. Ela contem diversas regras como a obrigatoriedade de
vistorias periódicas em petroleiros, distâncias mínimas da costa para descarte
de substâncias, etc.

OPRC/90 (Convenção Internacional sobre Preparo, Resposta e


Cooperação em Caso de Poluição por Óleo): Essa convenção, assinada em
Londres em 1990, obriga os navios dos países assinantes a possuírem planos
de emergência para poluição por óleo e define que deve haver sistemas
regionais e nacionais de combate à poluição, além disso, define a cooperação
entre os países assinantes na resposta à poluição.

Todos esses tratados foram ratificados no Brasil, isso quer dizer que eles
valem como lei para as embarcações e águas jurisdicionais brasileiras, ok?

2 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

I.I - Lei n.º 9.966, de 28 de abril de 2000

A Lei n.º 9.966/2000 trata da prevenção, controle e fiscalização da


poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou
perigosas em águas brasileiras. Ela estabelece os princípios básicos para
movimentação de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em portos,
plataformas e navios.

Antes dessa lei, o controle de poluição nos mares era feito


exclusivamente com base na aplicação das convenções internacionais. Por isso,
a Lei do Óleo surgiu para complementar essas convenções, pois as convenções
só tratam de embarcações, sem definir as regras prevenção e controle de
poluição também nos portos, e outras estruturas portuárias.

Essa lei trouxe alguns conceitos bem específicos sobre esse tema. Vamos
ver os mais importantes, de acordo com o art. 2º:

VI – plataformas: instalação ou estrutura, fixa ou móvel, localizada em


águas sob jurisdição nacional, destinada a atividade direta ou indiretamente
relacionada com a pesquisa e a lavra de recursos minerais oriundos do leito
das águas interiores ou de seu subsolo, ou do mar, da plataforma
continental ou de seu subsolo;

VIII – óleo: qualquer forma de hidrocarboneto (petróleo e seus derivados),


incluindo óleo cru, óleo combustível, borra, resíduos de petróleo e produtos
refinados;

IX – mistura oleosa: mistura de água e óleo, em qualquer proporção;

X – substância nociva ou perigosa: qualquer substância que, se


descarregada nas águas, é capaz de gerar riscos ou causar danos à saúde
humana, ao ecossistema aquático ou prejudicar o uso da água e de seu
entorno;

XI – descarga: qualquer despejo, escape, derrame, vazamento,


esvaziamento, lançamento para fora ou bombeamento de substâncias
nocivas ou perigosas, em qualquer quantidade, a partir de um navio, porto
organizado, instalação portuária, duto, plataforma ou suas instalações de
apoio;

XII – porto organizado: porto construído e aparelhado para atender às


necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de
mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações
portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária;

XIII – instalação portuária ou terminal: instalação explorada por pessoa


jurídica de direito público ou privado, dentro ou fora da área do porto
3 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

organizado, utilizada na movimentação e armazenagem de mercadorias


destinadas ou provenientes de transporte aquaviário;

XIV – incidente: qualquer descarga de substância nociva ou perigosa,


decorrente de fato ou ação intencional ou acidental que ocasione risco
potencial, dano ao meio ambiente ou à saúde humana;

XVI – alijamento: todo despejo deliberado de resíduos e outras substâncias


efetuado por embarcações, plataformas, aeronaves e outras instalações,
inclusive seu afundamento intencional em águas sob jurisdição nacional;

XVII – lastro limpo: água de lastro contida em um tanque que, desde que
transportou óleo pela última vez, foi submetido a limpeza em nível tal que,
se esse lastro fosse descarregado pelo navio parado em águas limpas e
tranquilas, em dia claro, não produziria traços visíveis de óleo na superfície
da água ou no litoral adjacente, nem produziria borra ou emulsão sob a
superfície da água ou sobre o litoral adjacente;

XVIII – tanque de resíduos: qualquer tanque destinado especificamente a


depósito provisório dos líquidos de drenagem e lavagem de tanques e
outras misturas e resíduos;

XIX – plano de emergência: conjunto de medidas que determinam e


estabelecem as responsabilidades setoriais e as ações a serem
desencadeadas imediatamente após um incidente, bem como definem os
recursos humanos, materiais e equipamentos adequados à prevenção,
controle e combate à poluição das águas;

XX – plano de contingência: conjunto de procedimentos e ações que visam


à integração dos diversos planos de emergência setoriais, bem como a
definição dos recursos humanos, materiais e equipamentos complementares
para a prevenção, controle e combate da poluição das águas;

XXIII – autoridade portuária: autoridade responsável pela administração do


porto organizado, competindo-lhe fiscalizar as operações portuárias e zelar
para que os serviços se realizem com regularidade, eficiência, segurança e
respeito ao meio ambiente;

Vamos ver agora a classificação das substâncias nocivas ou perigosas, de


acordo com o risco produzido quando descarregadas na água, segundo o art.
4º:

I – categoria A: alto risco tanto para a saúde humana como para o


ecossistema aquático;

4 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

II – categoria B: médio risco tanto para a saúde humana como para o


ecossistema aquático;

III – categoria C: risco moderado tanto para a saúde humana como para o
ecossistema aquático;

IV – categoria D: baixo risco tanto para a saúde humana como para o


ecossistema aquático.

I.I.I – Sistemas de Prevenção, Controle e Combate da Poluição.

Todo porto organizado, instalação portuária e plataforma (observem os


conceitos!) devem possuir instalações ou meios adequados para o recebimento
e tratamento de resíduos e também para o combate à poluição (art. 5º).

Todos estes locais também devem possuir, obrigatoriamente, planos de


emergência individuais para o combate à poluição por óleo ou outras
substâncias nocivas ou perigosas, que devem ser aprovados pelo órgão
ambiental competente (art. 7º).

Além disso, esses locais devem ter manual de procedimento interno para
gerenciamento dos riscos de poluição e gestão de resíduos, que também deve
ser aprovado por órgão ambiental competente.

Se houver concentração de portos organizados, instalações portuárias


e/ou plataformas numa mesma área, os planos de emergência individuais
devem ser consolidados para formar um plano de emergência único para toda
área, contendo mecanismos de ação conjunta. Essa consolidação e
transformação de planos individuais em planos conjuntos deve ser realizada
pelo órgão ambiental competente.

Esses locais devem, ainda, ser objeto de auditorias ambientais bienais


para avaliar seus sistemas de gestão e controle ambiental (art. 9º).

Vamos ver uma questão sobre isso:

1 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

A Lei n.º 9.966/2000, conhecida como lei do óleo, determina que


planos de emergência devem ser adotados como medidas preventivas
de controle e combate da poluição das águas.

5 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

É exatamente isso! Os planos de emergência tem a função de prevenção,


controle e combate da poluição, segundo os arts. 5º e 7º.

Próxima:

2 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

Os planos de contingência são aprovados pela autoridade portuária,


que deverá comunicar a autoridade ambiental competente, após a sua
finalização.

Essa questão tem dois erros. Primeiro: não existe “plano de


contingência”, o nome correto é plano de emergência. Segundo: eles devem
ser aprovados pelo órgão ambiental, e não pela autoridade portuária.

Item ERRADO.

I.I.II – Transporte de substâncias nocivas ou perigosas

As plataformas e os navios com arqueação bruta (AB) maior que 50


(cinquenta) que transportem óleo ou o utilizem para sua movimentação e
operação, são obrigados a manter a bordo um livro de registro de óleo,
contendo todas as movimentações. Esse livro pode ser requisitado pela
autoridade marítima (Marinha), pelo órgão ambiental, e pelo órgão regulador
da indústria do petróleo (ANP) (art. 10).

Mas o que é arqueação bruta?

Arqueação bruta (AB) é uma unidade de medida adimensional (sem


unidade), adotada internacionalmente, que relaciona o tamanho do navio com
sua capacidade de carga (volume interno). A grosso modo, podemos de dizer
que um navio com AB maior que 50 é um navio onde é teoricamente possível
transportar pelo menos 50 toneladas de carga. Isso não se reflete na prática.
AB de 50 que dizer que cabem 50 toneladas dentro no navio, já incluindo tudo
que um navio precisa (motores, compartimentos, salas, etc).

Qualquer navio (independente de AB) que transportar substância nociva


ou perigosa a granel deve ter a bordo um livro de registro de carga
(semelhante ao livro de registro de óleo), que também pode ser requisitado
pelas autoridades competentes (art. 11). Se o transporte for de forma
fracionada (não for a granel) o navio deve possuir e manter a bordo um

6 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

documento que especifique a substância e informe sua localização no navio


(art. 12).

Para que os navios enquadrados da CLC/69 (aqueles que pagam o seguro


compulsório instituído por essa convenção) trafeguem no Brasil, devem possuir
certificado ou garantia financeira equivalente (art. 13).

Anualmente o IBAMA deve elaborar e atualizar lista de substâncias cujo


transporte em navios seja proibido ou exija medidas e cuidados especiais (art.
14).

I.I.III – Descarga de óleo, substâncias nocivas ou perigosas e lixo.

Em águas sob jurisdição nacional é proibida a descarga de substâncias


classificadas na categoria “A” além da água de lastro (água do mar utilizadas
para aumentar ou diminuir o calado do navio), resíduos de lavagem de tanques
ou outras misturas (art. 15).

As substâncias classificadas nas categorias “B”, “C” e “D” só podem ser


descartadas nas seguintes condições, segundo o art. 16:

I – a situação em que ocorrer o lançamento enquadre-se nos casos


permitidos pela Marpol 73/78;

II – o navio não se encontre dentro dos limites de área ecologicamente


sensível;

III – os procedimentos para descarga sejam devidamente aprovados pelo


órgão ambiental competente

Essa mesma regra vale para o descarte de óleo, misturas oleosas ou lixo.

Com exceção dos casos que acabamos de ver, todas essas substâncias só
poderão ser descartadas em instalações de recebimento e tratamento de
resíduos (art. 18), que são aquelas que os portos, instalações portuárias e
plataformas devem ter, segundo o art. 5º.

As únicas excepcionalidades onde se tolera o descarte dessas substâncias


em águas jurisdicionais brasileiras, é para salvaguarda de vidas humanas,
pesquisa (autorizada pelo órgão ambiental) e segurança do navio (art. 19).
Contudo, esse tipo de descarga não desobriga o responsável a reparar os
danos ambientais e indenizar as atividades prejudicadas, se houver (art. 21).
7 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Qualquer incidente ocorrido em porto organizado, instalação portuária,


plataforma, dutos, navios e suas instalações de apoio deve ser comunicado à
Capitania dos Portos, órgão ambiental competente, e ANP, independentemente
das medidas de controle (art. 22).

I.I.IV – Infrações e Sanções

As infrações dessa lei podem ser punidas com multa (simples ou diária),
retenção do navio ou suspensão imediata das atividades de empresa
transportadora.

Vamos ver então quais são as infrações, segundo o art. 25:

Descumprir o disposto nos arts. 5º, 6º e 7º (relativo aos planos de


emergência): Pena: multa diária.

Descumprir o disposto nos arts. 9º e 22º (relativo às auditorias bienais e à


comunicação de incidente aos órgãos competentes): Pena: multa simples

Descumprir o disposto nos arts. 10, 11 e 12 (relativo às regras de transporte


de óleo e substâncias nocivas ou perigosas): Pena: multa + retenção do navio
até a regularização da situação

Descumprir o disposto no art. 24 (relativo à contratação de empresa de


transporte de óleo ou substância nociva ou perigosa): multa + suspensão
imediata das atividades da empresa.

Além disso, o infrator também pode ser punido com base na lei de crimes
ambientais (Lei n.º 9.605/1998).

I.I.V – Atribuições dos órgãos:

Vamos ver agora as atribuições dos diferentes órgãos na questão da


gestão e transporte de óleo e outras substâncias, segundo o art. 27.:

I – a autoridade marítima:

a) fiscalizar navios, plataformas e suas instalações de apoio, e as cargas


embarcadas, de natureza nociva ou perigosa, autuando os infratores na
esfera de sua competência;

8 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

b) levantar dados e informações e apurar responsabilidades sobre os


incidentes com navios, plataformas e suas instalações de apoio que tenham
provocado danos ambientais;

c) encaminhar os dados, informações e resultados de apuração de


responsabilidades ao IBAMA, para avaliação dos danos ambientais e início
das medidas judiciais cabíveis;

d) comunicar à ANP irregularidades encontradas durante a fiscalização de


navios, plataformas e suas instalações de apoio, quando atinentes à
indústria do petróleo;

órgão federal de meio ambiente (IBAMA):

a) realizar o controle ambiental e a fiscalização dos portos organizados, das


instalações portuárias, das cargas movimentadas, de natureza nociva ou
perigosa, e das plataformas e suas instalações de apoio, quanto às
exigências previstas no licenciamento ambiental, autuando os infratores na
esfera de sua competência;

b) avaliar os danos ambientais causados por incidentes nos portos


organizados, dutos, instalações portuárias, navios, plataformas e suas
instalações de apoio;

c) encaminhar à Procuradoria-Geral da República relatório circunstanciado


sobre os incidentes causadores de dano ambiental para a propositura das
medidas judiciais necessárias;

d) comunicar À ANP irregularidades encontradas durante a fiscalização de


navios, plataformas e suas instalações de apoio, quando atinentes à
indústria do petróleo

órgão estadual de meio ambiente:

a) realizar o controle ambiental e a fiscalização dos portos organizados,


instalações portuárias, estaleiros, navios, plataformas e suas instalações de
apoio, avaliar os danos ambientais causados por incidentes ocorridos nessas
unidades e elaborar relatório circunstanciado, encaminhando-o ao IBAMA;

b) dar início, na alçada estadual, aos procedimentos judiciais cabíveis a


cada caso;

c) comunicar à ANP irregularidades encontradas durante a fiscalização de


navios, plataformas e suas instalações de apoio, quando atinentes à
indústria do petróleo;

d) autuar os infratores na esfera de sua competência;

órgão municipal de meio ambiente:


9 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

a) avaliar os danos ambientais causados por incidentes nas marinas, clubes


náuticos e outros locais e instalações similares, e elaborar relatório
circunstanciado, encaminhando-o ao órgão estadual de meio ambiente;

b) dar início, na alçada municipal, aos procedimentos judiciais cabíveis a


cada caso;

c) autuar os infratores na esfera de sua competência;

órgão regulador da indústria do petróleo (ANP):

a) fiscalizar diretamente, ou mediante convênio, as plataformas e suas


instalações de apoio, os dutos e as instalações portuárias, no que diz
respeito às atividades de pesquisa, perfuração, produção, tratamento,
armazenamento e movimentação de petróleo e seus derivados e gás
natural;

b) levantar os dados e informações e apurar responsabilidades sobre


incidentes operacionais que, ocorridos em plataformas e suas instalações de
apoio, instalações portuárias ou dutos, tenham causado danos ambientais;

c) encaminhar os dados, informações e resultados da apuração de


responsabilidades ao IBAMA;

d) comunicar à autoridade marítima e ao IBAMA as irregularidades


encontradas durante a fiscalização de instalações portuárias, dutos,
plataformas e suas instalações de apoio;

e) autuar os infratores na esfera de sua competência.

Vamos ver uma questão sobre isso:

3 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

Embora seja desejável, não existe exigência legal no sentido de que


haja uma ação coordenada entre a autoridade marítima e a autoridade
ambiental.

Existe exigência legal para que haja ação coordenada entre a autoridade
marítima e a autoridade ambiental. O art. 27 em diversas vezes obriga um
órgão a se comunicar com o outro, de forma que os órgãos se apoiem e atuem
em conjunto no que tange a Lei do Óleo.

Item ERRADO.
10 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

I.II – Decreto N.º 4.136, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2002

O Decreto n.º 4.136/2002 especificou as infrações e sanções às regras


de prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas.

Esse decreto se aplica às condutas nas águas sob jurisdição nacional.


Vamos ver quais são essas, segundo o art. 3º:

I - águas interiores:

a) as compreendidas entre a costa e a linha de base reta, a partir de onde


se mede o mar territorial;

b) as dos portos;

c) as das baías;

d) as dos rios e de suas desembocaduras;

e) as dos lagos, das lagoas e dos canais;

f) as dos arquipélagos;

g) as águas entre os baixios a descoberto e a costa;

II - águas marítimas, todas aquelas sob jurisdição nacional que não sejam
interiores, a saber:

a) as águas abrangidas por uma faixa de doze milhas marítimas de


largura, medidas a partir da linha de base reta e da linha de baixa-mar, tal
como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas
oficialmente no Brasil (mar territorial);

b) as águas abrangidas por uma faixa que se estende das doze às


duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que
servem para medir o mar territorial, que constituem a zona econômica
exclusiva-ZEE; e

c) as águas sobrejacentes à plataforma continental quando esta ultrapassar


os limites da ZEE

11 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Apenas para esclarecimento, uma milha náutica é igual a


aproximadamente 1,85km.

Vamos ver uma questão sobre isso:

4 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

As águas dos portos são consideradas águas interiores e estão sob


jurisdição nacional.

Segundo o art. 3º, inciso I, alínea b), as águas interiores dos portos
estão sob jurisdição nacional.

Item CERTO.

I.II.I – Infrações e Penalidades

Podem responder pela infração, por ação ou omissão, os seguintes,


segundo o art. 5º:

I - o proprietário do navio ou quem legalmente o represente;

II - armador ou operador do navio, caso este não esteja sendo armado ou


operado pelo proprietário;

III - o concessionário ou a empresa autorizada a exercer atividades


pertinentes à indústria do petróleo;

IV - o comandante ou tripulante do navio;

V - a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que legalmente


represente o porto organizado, a instalação portuária, a plataforma e suas
instalações de apoio, o estaleiro, a marina, o clube náutico ou instalação
similar; e

VI - o proprietário da carga.

12 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

São autoridades para lavrar auto de infração os agentes da autoridade


marítima, dos órgãos ambientais federais, estaduais e municipais e da ANP
(art. 7º).

As infrações são punidas com as sanções de: i) advertência; ii) multa


(simples ou diária); iii) apreensão do navio; iv) destruição ou inutilização do
produto; v) embargo da atividade; vi) suspensão total ou parcial das
atividades; e vii) restritiva de direitos (art. 9º). Essas sanções podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente.

A advertência e multa funcionam de maneira semelhante ao disposto na


Lei n.º 9.605/98 e Decreto n.º 6.514/2008 (que nós já estudamos). Se o
infrator for advertido e não sanar a irregularidade no prazo determinado, será
aplicada a multa. Além disso, independente do cometimento de outras
infrações, a multa também será aplicada se houver embaraço à fiscalização
dos órgãos competentes.

A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,


melhoria e recuperação ambiental e a multa diária será aplicada quando a
infração se prolongar no tempo até sua efetiva cessação.

Se o agente beneficiado pela conversão da multa em serviços cometer


nova infração em um prazo inferior a 3 (três) anos (prazo de reincidência),
essa segunda multa será aplicada em dobro. Se a primeira multa não tiver sido
convertida, a segunda multa será triplicada.

Os valores das multas são classificados em grupo, segundo o anexo I


desse decreto, para permitir a adequada gradação em função da gravidade da
situação. Eu não vou entrar em detalhes sobre esse anexo, mas sugiro que
vocês deem uma olhada nele.

A destruição ou inutilização do produto deve obedecer à duas regras: i)


se for apreensão de substância, a destinação final ou destruição será
determinada pelo órgão que procedeu à apreensão; ii) as embarcações
apreendidas somente serão liberadas após o pagamento de multa,
oferecimento de defesa ou impugnação da infração.

As sanções restritivas de direito são: i) suspensão de registro, licença,


permissão ou autorização; ii) cancelamento de registro, licença, permissão ou
autorização; iii) perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; iv) perda
ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos
oficiais de crédito; e v) proibição de contratar com a Administração Pública,
pelo período de até três anos.

13 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Vamos ver quais são as infrações relativas os Sistemas de Prevenção,


Controle e Combate à Poluição, que são obrigatórios aos portos organizados,
instalações portuárias e plataformas:

Art. 12. Deixarem de apresentar estudo técnico definindo as características


das instalações ou meios adequados ao recebimento, tratamento de
resíduos gerados ou provenientes das atividades de movimentação e
armazenamento de óleo e substâncias nocivas ou perigosas ou o seu envio
para tratamento, para os quais está habilitado, e para o combate da
poluição, aprovado ou em processo de análise pelo órgão ambiental
competente:

Penalidade: multa diária do Grupo F.

Art. 13. Deixarem de dispor de instalações ou meios adequados para o


recebimento, tratamento dos resíduos gerados ou provenientes das
atividades de movimentação e armazenamento de óleo e substâncias
nocivas ou perigosas ou o seu envio para tratamento, para os quais está
habilitado, e para o combate da poluição, implementados, ou em processo
de implementação, aprovados ou em processo de análise pelo órgão
ambiental competente:

Penalidade: multa diária do Grupo G.

Art. 14. Deixarem de dispor de plano de emergência individual para o


combate à poluição por óleo e substâncias nocivas ou perigosas, aprovado
ou em processo de aprovação pelo órgão ambiental competente:

Penalidade: multa diária do Grupo G.

Vamos ver agora as infrações relativas aos Sistemas de Prevenção,


Controle e Combate à Poluição, obrigatórios para as entidades exploradoras de
portos organizados, instalações portuárias e operadores de plataformas:

Art.15. Deixarem de elaborar manual de procedimento interno para o


gerenciamento dos riscos de poluição, bem como para a gestão dos
resíduos gerados ou provenientes das atividades de movimentação e
armazenamento de óleo e substâncias nocivas ou perigosas, aprovado ou
em processo de análise pelo órgão ambiental competente:

Penalidade: multa diária do Grupo F.

14 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Art. 16.Deixarem de realizar auditorias ambientais independentes bienais,


para avaliação dos sistemas de gestão e controle ambiental em suas
unidades, a partir de dezoito meses da entrada em vigor deste Decreto:

Penalidade: multa do Grupo H.

Vamos ver a infração relativa aos Sistemas de Prevenção, Controle e


Combate da Poluição, obrigatórios nas Instalações Portuárias Especializadas
em Outras Cargas que não seja Óleo ou Substâncias Nocivas ou Perigosas e
aos Estaleiros, Marinas, Clubes Náuticos e Similares:

Art. 17. Deixarem as instalações portuárias especializadas em outras cargas


que não óleo e substâncias nocivas ou perigosas e os estaleiros, marinas,
clubes náuticos e similares de possuir meios destinados ao recebimento, ao
tratamento de resíduos gerados ou provenientes das atividades para as
quais estão habilitados, ou o seu envio para tratamento, e ao combate da
poluição quando exigidos pelo órgão ambiental competente:

Penalidade: multa diária do Grupo G.

Vamos ver agora as infrações imputáveis a Portos Organizados,


Instalações Portuárias e Dutos não Associados a Plataforma:

Art. 31. Efetuarem, a descarga de substâncias nocivas ou perigosas da


categoria A, bem como água de lastro, resíduos de lavagem de tanques ou
outras misturas que as contenham, salvo nas condições de descarga
aprovadas pelo órgão ambiental competente:

Penalidade: multa do Grupo E.

Art. 33. Efetuarem a descarga de substâncias classificadas nas categorias B,


C e D, bem como água de lastro, resíduos de lavagem de tanques e outras
misturas que as contenham, salvo nas condições de descarga aprovadas
pelo órgão ambiental competente:

Penalidade: multa do Grupo D.

Art. 35. Efetuarem a descarga de esgoto sanitário e águas servidas em


desacordo com os procedimentos aprovados pelo órgão ambiental
competente:

Penalidade: multa do Grupo B.


15 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Art. 37. Efetuarem a plataforma a descarga de óleo, misturas oleosas e lixo,


salvo nas condições de descarga aprovadas pelo órgão ambiental
competente:

Penalidade: multa do Grupo E.

Como regra geral, a atribuição de aplicação dessas primeiras sanções,


mais voltadas para os portos organizados, instalações portuárias e
plataformas, são de responsabilidade do órgão ambiental competente (federal,
estadual ou municipal).

Vamos ver as infrações relativas ao Transporte de Óleo e Substâncias


Nocivas ou Perigosas Imputáveis às Plataformas e Navios com AB Superior a
Cinquenta que Transportem Óleo ou o Utilizem para sua Movimentação ou
Operação:

Art. 19. Deixarem de possuir a bordo o livro de registro de óleo com as


anotações relativas a todas as movimentações de óleo, lastro e misturas
oleosas, inclusive as entregas efetuadas às instalações de recebimento e
tratamento de resíduos:

Penalidade: multa do Grupo H e retenção do navio até que a situação seja


regularizada.

Art. 20. Deixar o navio que transporte substância nociva ou perigosa a


granel de possuir a bordo o livro de registro de carga

Penalidade: multa do Grupo H e retenção do navio até que a situação seja


regularizada.

Dando sequência, vamos ver as infrações relativas ao Transporte de Óleo


e Substâncias Nocivas e Perigosas por Navios que Transportem estas
Substâncias de Forma Fracionada:

Art. 21. Deixarem de manter a bordo estas substâncias sem que as


embalagens estejam corretamente identificadas e com a advertência quanto
aos riscos, utilizando a simbologia prevista na legislação e normas nacionais
e internacionais em vigor:

Penalidade: multa do Grupo I e retenção do navio até que a situação seja


regularizada.

16 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Art. 22. Deixarem de manter a bordo estas substâncias sem que as


embalagens estejam devidamente estivadas, amarradas e posicionadas de
acordo com os critérios de compatibilidade com outras cargas existentes:

Penalidade: multa do Grupo I e retenção do navio até que a situação seja


regularizada.

Art. 23. Deixarem de possuir a bordo documento que especifique e forneça


a localização das substâncias no navio:

Penalidade: multa do Grupo H e retenção do navio até que a situação seja


regularizada.

Art. 24. Deixar o agente ou responsável pelo navio de conservar cópia do


documento que especifique e forneça a localização das substâncias nocivas
e perigosas de forma fracionada, até que essas substâncias sejam
desembarcadas:

Penalidade: multa do Grupo H.

Art. 25. Operar, o proprietário do navio ou quem legalmente o represente,


navio no transporte de óleo ou de substâncias nocivas e perigosas de forma
fracionada, em desacordo com as Normas da Autoridade Marítima, ou sem
que a empresa transportadora esteja devidamente habilitada pelo Ministério
dos Transportes:

Penalidade: multa do Grupo I e suspensão imediata das atividades da


empresa transportadora em situação irregular.

Art. 26. Contratar, o concessionário ou a empresa autorizada a exercer


atividades pertinentes à indústria do petróleo ou o proprietário da carga,
navio para transporte de óleo ou de substâncias nocivas e perigosas de
forma fracionada em desacordo com as Normas da Autoridade Marítima, ou
sem que a empresa transportadora esteja habilitada pelo Ministério dos
Transportes:

Penalidade: multa do Grupo I.

Art. 27. Deixar o navio enquadrado na Convenção CLC/69 de possuir o


Certificado nela previsto ou garantia financeira equivalente ou outro
Certificado de maior ou igual cobertura para que possa trafegar ou
permanecer em águas sob jurisdição nacional:

Vamos ver as infrações relativas à Descarga de Substâncias Nocivas ou


Perigosas da Categoria A por Navios:

17 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Art. 29. Efetuar o navio a descarga de substâncias nocivas ou perigosas da


categoria A, bem como água de lastro, resíduos de lavagem de tanques ou
outras misturas que as contenham e água subseqüentemente adicionada ao
tanque lavado em quantidade inferior a cinco por cento do seu volume
total:

Penalidade: multa do Grupo E.

Art. 30. Efetuar o navio a descarga de água subseqüentemente adicionada


ao tanque lavado que continha substâncias nocivas ou perigosas da
categoria A, em quantidade superior a cinco por cento do seu volume total,
salvo se atendidas cumulativamente as seguintes condições:

I - a situação em que ocorrer o lançamento enquadrar-se nos casos


permitidos pela MARPOL 73/78;

II - o navio não se encontrar dentro dos limites de área ecologicamente


sensível

III - os procedimentos de descarga sejam devidamente aprovados pelo


órgão ambiental competente:

Penalidade: multa do Grupo C.

Vamos ver as infrações cometidas por Navios e Plataformas com suas


Instalações de Apoio:

Art. 32. Efetuarem a descarga de substâncias classificadas nas categorias B,


C e D, bem como água de lastro, resíduos de lavagem de tanques e outras
misturas que as contenham, salvo se atendidas as seguintes condições:
(são as mesmas do art. 30)

Art. 34. Efetuarem a descarga de esgotos sanitários e águas servidas, salvo


se atendidas as seguintes condições: (também são as mesmas do art. 30).

Penalidade: multa do Grupo A.

Art. 36. Efetuarem a descarga de óleo, misturas oleosas e lixo, sem atender
as seguintes condições:

Penalidade: multa do Grupo E

Art. 39. Efetuarem o navio ou plataforma com suas instalações de apoio a


descarga de água de processo ou de produção em desacordo com os
procedimentos aprovados pela autoridade marítima:

18 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Penalidade: multa do Grupo C.

Art. 40. Efetuarem a descarga de qualquer tipo de plástico, cabos sintéticos,


redes de pesca e sacos plásticos:

Penalidade: multa do Grupo E.

Art. 42. Efetuarem a descarga de óleo, misturas oleosas, substâncias


nocivas ou perigosas de qualquer categoria e lixo, para fins de pesquisa,
sem atender as seguintes condições:

I - seja autorizada pelo órgão ambiental competente;

II - esteja presente, no local e hora da descarga, pelo menos um


representante do órgão ambiental competente que autorizou a descarga; e

III - o responsável pela descarga coloque à disposição, no local e hora em


que ela ocorrer, pessoal especializado, equipamentos e materiais de
eficiência comprovada na contenção e eliminação dos efeitos esperados:

Penalidade: multa do Grupo E.

Art. 43. Efetuarem a descarga de óleo, misturas oleosas, substâncias


nocivas ou perigosas de qualquer categoria e lixo, exceto nas situações
previstas nas Subseções VI, VIII, X, XII, XIV e XVI da Seção II deste
Capítulo, sem comprovar a excepcionalidade nos casos de salvaguarda da
vida humana e segurança do navio:

Como regra geral, a atribuição de aplicação desse segundo grupo de


sanções, mais voltadas para os navios, é de responsabilidade da autoridade
marítima (federal, estadual ou municipal). Porém existem infrações que não
necessariamente seguem essa regra. Vamos ver quais são elas:

Art. 38. Efetuarem os navios ou plataformas com suas instalações de apoio


o descarte contínuo de água de processo ou de produção em desacordo com
a regulamentação ambiental específica:

Penalidade: multa do Grupo C.

Parágrafo único. Cabe ao órgão ambiental competente autuar e multar os


infratores na situação prevista neste artigo.

Art.41. Efetuarem os portos organizados e instalações portuárias a descarga


de qualquer tipo de plástico, cabos sintéticos, redes de pesca e sacos
plásticos:

19 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Penalidade: multa do Grupo E.

Parágrafo único. Cabe ao órgão ambiental competente autuar e multar os


infratores nas situações previstas neste artigo.

Vamos ver as infrações relativas à Comunicação de Incidentes que


possam Provocar Poluição das Águas sob Jurisdição Nacional:

Art. 46. Deixarem as entidades exploradoras de portos organizados,


instalações portuárias, terminais, operadores de plataformas com suas
instalações de apoio, navios ou os responsáveis por dutos não associados a
plataforma, de comunicar, na forma do Anexo II deste Decreto, qualquer
incidente que possa provocar poluição das águas sob jurisdição nacional,
ocorrido em suas instalações ou no seu navio, quando dele tomar
conhecimento, à Capitania dos Portos ou à Capitania Fluvial da Jurisdição do
incidente, independentemente das medidas tomadas para o seu controle:

Penalidade: multa do Grupo J.

Art. 47. Deixarem as entidades exploradoras de portos organizados,


instalações portuárias, terminais, operadores de plataformas com suas
instalações de apoio, navios ou os responsáveis por dutos não associados a
plataforma, de comunicar, na forma do Anexo II deste Decreto, qualquer
incidente que possa provocar poluição das águas sob jurisdição nacional,
ocorrido em suas instalações ou no seu navio, quando dele tomar
conhecimento, ao órgão ambiental competente, independentemente das
medidas tomadas para o seu controle:

Penalidade: multa do Grupo J.

Art. 48. Deixarem as entidades exploradoras de portos organizados,


instalações portuárias, terminais, operadores de plataformas com suas
instalações de apoio, navios ou os responsáveis por dutos não associados a
plataforma, de comunicar, na forma do Anexo II deste Decreto, qualquer
incidente ocorrido em suas instalações ou no seu navio quando dele tomar
conhecimento, que possa provocar poluição das águas sob jurisdição
nacional, ao órgão regulador da indústria do petróleo, independentemente
das medidas tomadas para o seu controle:

Art. 49. As autoridades competentes deverão divulgar os seus respectivos


canais de comunicação, principal e alternativo, para efeito de recebimento
da informação do incidente de que trata esta Subseção.

20 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

O órgão competente que deixar de ser comunicado pela ocorrência de


um incidente é o responsável para autuar e multar o infrator. Se a
comunicação for impossível, a tentativa dela deve ser registrada.

Observe que a maior parte das infrações está diretamente relacionada


com as obrigatoriedades da Lei n.º 9.966/2000.

As penalidades serão aplicadas mediante procedimento administrativo


próprio da autoridade competente que realizou a autuação, sendo assegurada
a ampla defesa e o contraditório. Dependendo do caso, é obrigatória a
elaboração do laudo técnico ambiental para determinar o dano causado.

A aplicação das penas desse Decreto não isenta o infrator da aplicação


de outras sanções administrativas e penais previstas na Lei n.º 9.605/1998, e
em outras normas específicas que tratam da matéria, nem da responsabilidade
civil pelas perdas e danos causados ao meio ambiente e ao patrimônio público
e privado (art. 54).

Agora vamos para a segunda parte da nossa aula:

II – RESOLUÇÃO CONAMA N.º 398, DE 11 DE JUNHO DE 2008

A Resolução CONAMA n.º 398/2008 definiu o conteúdo mínimo de um


Plano de Emergência Individual para incidentes de poluição por óleo, que como
vimos, é obrigatório para portos organizado, instalações portuárias e
plataformas.

Essa resolução definiu que o Plano de Emergência Individual (PEI)


também é obrigatório para terminais, dutos, sondas terrestres, refinarias,
estaleiros, marinas, clubes náuticos e instalações similares.

A apresentação do PEI deve ocorrer no licenciamento ambiental durante


a etapa de Licença de Operação (LO) ou Licença Prévia de Perfuração e da
Licença Prévia de Produção para Pesquisa (art. 3º).

O PEI deve garantir desde sua aprovação, a capacidade da instalação


para executar, de imediato, as ações de respostas previstas para atendimento
aos incidentes de poluição por óleo, nos seus diversos tipos, com emprego de
recursos próprios, humanos e materiais, que poderão ser complementados
com recursos adicionais de terceiros (art. 4º).

21 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

O PEI deve ser elaborado de acordo com as orientações dos Anexos I a


III dessa resolução e também com base nos resultados da análise de risco de
instalação e de forma integrada com o Plano de Área (plano de informações,
medidas e ações referentes a uma área de concentração de portos
organizados, instalações portuárias, terminais, dutos ou plataformas e suas
respectivas instalações de apoio, que visem integrar os diversos PEIs da área
para o combate de incidentes de poluição por óleo) correspondente (art. 4º).

Como esses anexos são basicamente um checklist de elaboração do PEI,


não vou colocá-los na nossa aula para não ficar muito pesada, mas recomendo
a leitura desses anexos, ok?

As marinas, clubes náuticos, pequenos atracadouros, instalações


portuárias públicas de pequeno porte e instalações similares que armazenem
óleo ou que abasteçam embarcações em seus cais, e as sondas terrestres
deverão possuir um PEI simplificado.

No caso de instalações situadas em áreas próximas à áreas


ecologicamente sensíveis, poderão ser agregados requisitos especiais ao PEI a
critério do órgão ambiental competente.

O PEI deve ser reavaliado pelo empreendedor em 3 (três) casos: i)


quando a atualização da análise de risco da instalação recomendar; ii) sempre
que a instalação sofrer modificações físicas, operacionais ou organizacionais
capazes de afetar os seus procedimentos ou a sua capacidade de resposta; e
iii) quando a avaliação do desempenho do PEI, decorrente do seu acionamento
por incidente ou exercício simulado, recomendar (art. 6º).

Agora vamos para a terceira parte da nossa aula.

III – LICENCIAMENTO AMBIENTAL EM REGIÕES DE MALÁRIA, EM


FERROVIAS, EM ASSENTAMENTOS RURAIS E DE EMPREENDIMENTO DE
ESTUDOS SÍSMICOS MARÍTIMOS

III.I – Resolução CONAMA n.º 286, de 30 de agosto de 2001

A Resolução CONAMA n.º 286/2001 definiu procedimentos específicos


para o licenciamento ambiental de empreendimentos em regiões onde ocorre
malária.

Os empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental cujas atividades


potencializem os fatores de risco para ocorrência de casos de malária nas
22 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

regiões endêmicas (região de ocorrência frequente da doença) deverão


desenvolver, de acordo com orientação da FUNASA (Fundação Nacional da
Saúde), estudos epidemiológicos e conduzir programas para o controle da
doença e seus vetores (art. 1º).

O licenciamento ambiental desses empreendimentos deve considerar


prévia avaliação e recomendação da FUNASA acerca dos impactos sobre os
fatores de risco pra a ocorrência de malária (art. 2º).

Com relação ao licenciamento ambiental, a FUNASA possui 3 (três)


competências: i) identificar os municípios localizados nas áreas endêmicas de
malária; ii) participar no processo de licenciamento ambiental no que se refere
a fatores de risco relacionados a transmissão da malária; e iii) acompanhar a
implementação das recomendações e medidas de prevenção e controle da
malária (art. 3º).

III.II – Resolução CONAMA n.º 346, de 16 de agosto de 2004

A Resolução CONAMA n.º 346/2004 definiu procedimentos específicos


para o licenciamento de ferrovias com pequeno potencial de impacto
ambiental.

Antes de falarmos dos procedimentos, vamos ver os três conceitos mais


importantes dessa resolução, segundo o art. 2º:

I - empreendimento ferroviário: conjunto de atividades, obras e projetos


desenvolvidos ou implantados pela administração ferroviária para
construção, operação ou exploração comercial de ferrovias;

V - via permanente: leito, propriamente dito, da estrada de ferro, incluindo-


se os troncos, ramais e desvios ferroviários, compondo-se, ainda, de:

a) infra-estrutura: obras de implantação e manutenção, tais como,


fundação, terraplanagem, drenagens, obras de artes correntes, obras de
arte especiais (pontes, pontilhões, viadutos, túneis, passagens inferiores e
passagens superiores) e obras complementares;

b) superestrutura: partes integrantes da via permanente, tais como, sub-


lastro, lastro, dormentes, trilhos e acessórios;

VIII - faixa de domínio: faixa de terreno de largura variável em relação ao


seu comprimento, em que se localizam as vias férreas e demais instalações
da ferrovia, incluindo áreas adjacentes adquiridas pela administração
ferroviária para fins de ampliação da ferrovia;
23 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Como vimos em aulas anteriores, é obrigatório o licenciamento ambiental


para ferrovias (Resolução CONAMA n.º 1/86). Também vimos que podem ser
adotados procedimentos simplificados de licenciamento para atividades de
pequeno potencial de impacto ambiental (Resolução CONAMA n.º 237/97).

Considera-se atividade ou empreendimento ferroviário de pequeno


potencial de impacto ambiental as obras desenvolvidas dentro da faixa de
domínio preexistente que não impliquem: i) remoção de população; ii)
intervenção em áreas de preservação permanente, unidades de conservação
ou em outros espaços territoriais especialmente protegidos; iii) supressão de
vegetação sujeita a regime especial de proteção legal (art. 3º).

Também podem ser consideradas de pequeno potencial de impacto


ambiental: i) a ampliação ou construção de ramais ferroviários de até cinco
quilômetros de extensão; ii) a ampliação ou construção de pátios de
manobras, transbordo e cruzamento; iii) a ampliação ou construção de
terminais de carga, descarga e transbordo, cujos produtos não sejam
classificados como perigosos pela legislação vigente.

É proibida a fragmentação de empreendimentos para que passe a se


enquadrar nessa resolução. Por exemplo: dividir uma expansão de 20 km de
ramal ferroviário em 5 partes de 4km.

Via de regra, o licenciamento ambiental desses empreendimentos é


realizado em duas etapas: Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação
(LO), ou seja, não há a fase de licença prévia (LP) (art. 5º).

A LO é integrada pelas atividades de manutenção, reparo e melhoria da


via permanente, quando realizada dentro dos limites da faixa de domínio (art.
7º).

A execução de intervenções emergenciais em situações que coloquem


em risco o meio ambiente, a saúde e a segurança da população e dos
empregados das ferrovias, bem como o andamento das operações ferroviárias,
deverá obrigatoriamente e imediatamente ser comunicada ao órgão ambiental
competente (art. 8º).

III.III – Resolução CONAMA n.º 387, de 27 de dezembro de 2006

A Resolução CONAMA n.º 387/2006 definiu os procedimentos específicos


para o licenciamento ambiental de projetos de assentamentos de reforma
agrária.
24 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Vamos ver alguns conceitos necessários para o entendimento dessa


resolução, segundo o art. 2º:

II - Projeto de Assentamentos de Reforma Agrária: conjunto de ações


planejadas e desenvolvidas em área destinada à reforma agrária, de
natureza interdisciplinar e multisetorial, integradas ao desenvolvimento
territorial e regional, definidas com base em diagnósticos precisos acerca do
público beneficiário e das áreas a serem trabalhadas, orientadas para
utilização racional dos espaços físicos e dos recursos naturais existentes,
objetivando a implementação dos sistemas de vivência e produção
sustentáveis, na perspectiva do cumprimento da função social da terra e da
promoção econômica, social e cultural do trabalhador rural e de seus
familiares;

III - Licença Prévia - LP: licença concedida na fase preliminar do


planejamento dos Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária
aprovando sua localização e concepção, sua viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos a serem atendidos na próxima fase do
licenciamento;

IV - Licença de Instalação e Operação - LIO: licença que autoriza a


implantação e operação dos Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária,
observadas a viabilidade técnica das atividades propostas, as medidas de
controle ambiental e demais condicionantes determinadas para sua
operação;

V - Relatório de Viabilidade Ambiental - RVA: conjunto de dados e


informações apresentadas ao órgão ambiental competente para subsidiar a
análise da viabilidade ambiental no pedido da licencia prévia de um Projeto
de Assentamentos de Reforma Agrária, contendo a caracterização do imóvel
destinado para sua implantação e da sua área de influência adjacente,
devendo conter, no mínimo, o conteúdo estabelecido no Anexo II desta
Resolução;

VI - Projeto Básico - PB: conjunto de dados e informações apresentadas ao


órgão ambiental licenciador para subsidiar a análise da viabilidade técnica
da solicitação da LIO para a implantação e desenvolvimento de Projetos de
Assentamentos de Reforma Agrária, sendo que as informações
apresentadas deverão ter nível de precisão adequada para caracterizar as
atividades a serem desenvolvidas e assegurar a viabilidade técnica e o
tratamento pertinente dos impactos ambientais, devendo conter, no
mínimo, o estabelecido no Anexo III desta Resolução;

VII - Relatório Ambiental Simplificado - RAS: levantamento simplificado dos


possíveis impactos ambientais decorrentes da operação de uma atividade
sobre a área do projeto e a faixa limítrofe que, a critério do órgão
licenciador, poderá ser utilizado para o licenciamento de Projetos de

25 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Assentamentos de Reforma Agrária devendo conter, no mínimo, o


estabelecido no Anexo IV desta Resolução;

VIII - Plano de Desenvolvimento do Assentamento - PDA: plano que reúne


os elementos essenciais para o desenvolvimento dos Projetos de
Assentamentos de Reforma Agrária, em estrita observância à diversidade de
casos compreendida pelos diferentes biomas existentes, com destaque para
os seus aspectos fisiográficos, sociais, econômicos, culturais e ambientais,
sendo instrumento básico à formulação de projetos técnicos e todas as
atividades a serem planejadas e executadas nas áreas de assentamento,
constituindo-se numa peça fundamental ao monitoramento e avaliação
dessas ações, e que deverá conter, no mínimo, o estabelecido no Anexo III
dessa Resolução;

Assim com falei durante a explicação da Resolução CONAMA n.º


398/2008, esses anexos são basicamente um checklist de elaboração, não vou
colocá-los na nossa aula para não ficar muito massante, mas recomendo a
leitura desses anexos, ok?

O licenciamento ambiental desses empreendimentos é composto por 2


(duas) etapas: Licença Prévia (LP) e Licença de Instalação e Operação (LIO)
(art. 3º).

Para emissão de LP, devem ser apresentados os estudos contidos no


Relatório de Viabilidade Ambiental (RVA) e para emissão de LIO devem ser
apresentados Projeto Básico (PB) ou Plano de Desenvolvimento de
Assentamento (PDA).

À critério do órgão ambiental competente, mediante decisão


fundamentada em parecer técnico, poderá ser admitido procedimento
simplificado de licenciamento ambiental para Projetos de Assentamentos de
Reforma Agrária. Nesses casos deverá ser elaborado o Relatório Ambiental
Simplificado (RAS) para obtenção das licenças (art. 4º).

Pode ser realizado um único processo de licenciamento ambiental para


Projetos de Reforma Agrária contíguos, cujos impactos afetem áreas comuns
(art. 5º).

Para os Projetos de Reforma Agrária em áreas ocupadas por populações


tradicionais, será exigida apenas a LIO, desde que essas populações sejam as
únicas beneficiadas (art. 9º).

O prazo da LP é o mesmo definido na Resolução CONAMA n.º 237/97: 5


(cinco) anos. Já o prazo da LIO é o mesmo da LO, definido pela mesma
resolução: 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
26 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Nos casos de Projetos de Reforma Agrária situados na Amazônia Legal,


deve ser solicitada a avaliação do potencial malarígeno (ocorrência de malária)
para a área (art. 11).

Em cada Projeto de Assentamento de Reforma Agrária, pode ser


constituída uma comissão de representantes dos beneficiários para
acompanhar o processo de licenciamento (art. 12).

Os órgãos ambientais competentes devem dar prioridade à análise e


concessão de licença ambiental para esses projetos, já que são urgentes e de
relevante interesse social (art. 13).

III.IV – Resolução CONAMA n.º 350, de 6 de julho de 2004

A Resolução CONAMA n.º 350/2004 definiu os procedimentos específicos


para o licenciamento ambiental das atividades de aquisição de dados sísmicos
marítimos em zonas de transição.

Essas atividades estão sujeitas ao licenciamento ambiental por serem


potencialmente causadoras de impactos ambientais e possuem regras
específicas em razão do seu caráter temporário, de sua mobilidade e da
ausência de instalações fixas.

Vamos ver os conceitos mais importantes associados a essas atividades,


segundo o art. 2º:

I - dados sísmicos: conjunto de informações obtidas por meio do método


geofísico de reflexão ou refração sísmica, que consiste no registro das
ondas elásticas durante um período de tempo decorrido entre o disparo de
uma fonte sonora artificial e o retorno da onda sonora gerada, após esta ter
sido refletida e refratada nas interfaces de diferentes camadas rochosas em
subsuperfície;

II - zonas de transição: áreas que incluem a água rasa e a área terrestre


adjacente, caso estas integrem um mesmo levantamento de dados
sísmicos;

III - enquadramento: estabelecimento de classe em que se encontram as


atividades em relação ao licenciamento ambiental, com base na Ficha de
Caracterização das Atividades-FCA;

IV - ficha de caracterização das atividades-FCA: documento apresentado


pelo empreendedor, em conformidade com o modelo indicado pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, em
27 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

que são descritos os principais elementos que caracterizam as atividades e


sua área de inserção e são fornecidas informações acerca da justificativa da
implantação do projeto, seu porte e a tecnologia empregada, os principais
aspectos ambientais envolvidos e a existência ou não de estudos e licenças
ambientais emitidas por outras instâncias do governo;

X - plano de controle ambiental de sísmica - PCAS: documento elaborado


pelo empreendedor que prevê as medidas de controle ambiental da
atividade de aquisição de dados sísmicos;

XI - estudo ambiental de sísmica - EAS: documento elaborado pelo


empreendedor, que apresenta a avaliação dos impactos ambientais não
significativos da atividade de aquisição de dados sísmicos nos ecossistemas
marinho e costeiro;

XII - relatório de impacto ambiental de sísmica - RIAS: documento


elaborado pelo empreendedor que apresenta a síntese do EAS em
linguagem acessível aos interessados, demonstrando as conseqüências
ambientais da implementação das atividades de aquisição de dados
sísmicos;

XIII - Licença de Pesquisa Sísmica - LPS: ato administrativo pelo qual o


IBAMA autoriza e estabelece condições, restrições e medidas de controle
ambiental que devem ser seguidas pelo empreendedor para a realização
das atividades de aquisição de dados sísmicos;

A licença para esse tipo de atividade é a Licença de Pesquisa Sísmica


(LPS) e só existe ela. O licenciamento dessa atividade é de competência do
IBAMA, ouvidos os órgãos ambientais estaduais, quando couber (art. 3º).

Vamos ver quais são as etapas e procedimentos para obtenção da LPS,


segundo o art. 4º:

I - encaminhamento da FCA por parte do empreendedor;

II - enquadramento das atividades pelo IBAMA, considerando as seguintes


classes:

a) Classe 1 - Levantamentos em profundidade inferior a 50 m ou em áreas


de sensibilidade ambiental, sujeitos à elaboração de PCAS e EAS/RIAS;

b) Classe 2 - Levantamentos em profundidade entre 50 e 200 m, sujeitos à


elaboração de PCAS e EAS/RIAS;

28 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

c) Classe 3 - Levantamentos em profundidade superior a 200 m, sujeitos à


elaboração de PCAS;

III - emissão do TR pelo IBAMA, no prazo de 15 (quinze) dias úteis,


contados da data de protocolo da solicitação;

IV - entrega da documentação pelo empreendedor, juntamente com o


requerimento da LPS;

V - atendimento pelo empreendedor de esclarecimentos e informações


complementares, caso solicitados, no prazo máximo de 4 (quatro) meses,
contados do recebimento da respectiva notificação, prazo esse passível de
prorrogação, desde que justificado, acordado com o IBAMA e requerido até
30 (trinta) dias antes de sua expiração;

VI - manifestação do IBAMA pelo deferimento ou indeferimento da LPS.

O prazo para deferimento ou não do requerimento de LPS é de 6 (seis)


meses a contar do protocolo do requerimento. Se houver EIA/RIMA, o prazo
aumenta para 12 (doze) meses. O EIA/RIMA será exigido se a atividade for
considerada pelo IBAMA como potencialmente causadora de significativa
degradação ambiental.

No caso de atividades que não exijam EIA, o IBAMA promoverá reunião


técnica informativa sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por
entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinqüenta) pessoas maiores
de dezoito anos (art. 5º). São os mesmos casos da Audiência Pública,
lembram? (Resolução CONAMA n.º 9/87)

Na apresentação ao empreendedor do TR para a elaboração do EAS/RIAS


ou do EIA/RIMA, o IBAMA deve considerar a competência exclusiva da Marinha
do Brasil para a vistoria das condições de segurança da navegação e de
prevenção da poluição do meio ambiente das embarcações envolvidas nessas
atividades (art. 7º).

As embarcações envolvidas nas atividades de pesquisa sísmica podem


utilizar quaisquer portos ou terminais reconhecidos pela autoridade
competente em suas operações (art. 9º).

É obrigação do IBAMA definir as áreas e períodos de restrição periódica


ou permanente para realização das atividades de aquisição de dados sísmicos
marítimos e em zonas de transição (art. 8º).

Assim como o licenciamento de Projetos de Assentamentos de Reforma


Agrária, o licenciamento de das atividades de aquisição de dados sísmicos
29 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

marítimos em zonas de transição é considerado de relevante interesse social


(art. 11).

Agora vamos para a quarta e última parte dessa aula:

IV – RESOLUÇÃO CONAMA N.º 454, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2012

Antes de falar dessa resolução, quero alertar vocês de uma coisa:

O edital do DNIT colocou no conteúdo programático a resolução CONAMA


n.º 344/04, que dispunha sobre as atividades de dragagem. Acontece que essa
resolução foi revogada pela Resolução CONAMA n.º 454/2012 cinco dias antes
de sair o edital.

Eu achei que o edital seria retificado, assim como houve com o Código
Florestal que também saiu errado, mas a retificação dessa resolução não
ocorreu.

Como a resolução CONAMA n.º 344/04 foi revogada e agora a resolução


que trata do assunto referente a ela é a Resolução CONAMA n.º 454/2012,
preferi fazer a aula com base na última, que é a que vale, ok?

A Resolução CONAMA n.º 454/2012 estabeleceu diretrizes gerais para o


gerenciamento do material dragado.

Para quem não sabe, dragagem é uma operação de retirada de


sedimentos do fundo de um corpo hídrico para diversos fins como combate ao
assoreamento, conservação de barragens, aprofundamento, manutenção ou
ampliação de canais hidroviários, da infraestrutura aquaviária dos portos,
terminais e outras instalações portuárias.

A dragagem é uma atividade potencialmente causadora de impactos


ambientais, por isso está, obrigatoriamente, sujeita ao licenciamento
ambiental.

Vamos ver os conceitos mais importantes associados a esse tema,


segundo o art. 2º:

II - área de disposição do material dragado: local onde será disposto o


material resultante das atividades de dragagem, em seu estado natural ou
transformado em material adequado a essa permanência, de forma a não

30 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

prejudicar a segurança da navegação e não causar danos significativos ao


meio ambiente ou a saúde humana;

V - efeito tóxico medido: e o parâmetro estabelecido para ensaio


ecotoxicologico que irá expressar o efeito tóxico da amostra sobre o
organismo-teste, sob condições experimentais especificas e controladas,
como, por exemplo, mortalidade (ensaio agudo) ou desenvolvimento
embriolarval (ensaio crônico);

IX - gerenciamento do material a ser dragado: procedimentos integrados


que incluem a caracterização, avaliação, classificação e disposição do
material a ser dragado, bem como monitoramento dos seus efeitos na área
de disposição, considerando aspectos tecnológicos, econômicos e
ambientais;

X - material a ser dragado: material que será retirado ou deslocado do leito


dos corpos d'água por meio da atividade de dragagem;

XI – Plano de Amostragem – documento que apresenta planejamento


detalhado da amostragem do material a ser dragado, explicitando a
metodologia de coleta; o número de amostras – incluindo as de controle de
qualidade-, a localização dos pontos de coleta em planta georreferenciada e
no perfil vertical da camada de sedimentos a dragar (profundidade da
amostra); as metodologias analíticas que serão adotadas; as formas de
identificação, de armazenamento e preservação e transporte das amostras,
a data de realização das amostragens; a equipe técnica e os equipamentos
a serem utilizados na coleta, incluindo os de medição in situ .

XII - terras caídas: denominação dada, aplicada apenas para a Região


Amazônica, a escavação natural de margens produzida pelas águas dos
rios, fazendo com que elas sejam solapadas intempestiva e intensamente;

XVI - uso benéfico do material dragado: utilização do material dragado, no


todo ou em parte, como recurso material em processos produtivos que
resultem em benefícios ambientais, econômicos ou sociais, portanto sem
gerar degradação ambiental, como alternativa a sua mera disposição no
solo ou em corpo de água;

As operações de dragagem devem ser caracterizadas através de um


plano conceitual de dragagem, que deve ser apresentado ao órgão ambiental
contendo, no mínimo: i) Levantamento batimétrico da área a ser dragada (é o
estudo topográfico do fundo de um corpo hídrico); ii) apresentação das cotas
(profundidades) pretendidas e cotas de eventual projeto anterior; iii)
delimitação da área a ser dragada com coordenadas georreferenciadas;iv)
volume a ser dragado; v)delimitação das áreas de disposição propostas, com

31 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

suas coordenadas georreferenciadas.; vi) Cronograma de execução; e vii)


características dos equipamentos de dragagem (art. 3º).

Dependendo do material a ser dragado, ele deve ser previamente


analisado e caracterizado em até e (três) estágios: i)caracterização física; ii)
caracterização química; e iii) caracterização ecotoxicológica.

As amostras para a caracterização do material a ser dragado deverão


apresentar distribuição espacial representativa do volume a ser dragado,
considerando a área e o perfil vertical da camada de sedimentos a ser
removida (art. 5º).

Se o material a ser dragado atender ao menos uma das condições


abaixo, ele fica dispensado da caracterização ambiental. Vamos ver quais são
essas condições segundo o parágrafo único do art. 4º:

I - quando a dragagem ocorrer no atendimento a casos de emergência ou


calamidade publica, decretadas ou declaradas oficialmente;

II - proveniente de áreas com monitoramento regular do sedimento de


acordo com os critérios definidos pelo órgão ambiental licenciador;

III - proveniente de áreas que não apresentem histórico de contaminação,


considerando o uso e ocupação do solo ou comprovados por dados
representativos de caracterização do sedimento

IV - oriundo de “terras caídas”; ou

V - oriundo de dragagem de manutenção e sujeito a programa de


monitoramento da área a dragar, aprovado e acompanhado pelo órgão
ambiental licenciador.

Se o material não se enquadrar em nenhum dos critérios acima, será


realizada a caracterização física, que é expressa pelo volume e granulomentria
(tamanho das partículas que compõem o material). É com base no resultado
da análise física se será verificada a necessidade de análise química do
material (art. 6º).

Se, como resultado da análise física, o material apresentar uma das


condições abaixo, ele fica dispensado das análises química e ecotoxicológica
(art. 7º):

I – for 100% composto por areia e granulométricas superiores;


32 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

II – for composto por areia grossa, muito grossa, cascalho ou seixo em


fração igual ou superior a 50%;

III - material dragado no mar, em estuários ou em baias, a ser disposto em


águas sob jurisdição nacional, cujo volume dragado seja inferior a 100.000
m3 e desde que as amostras apresentem porcentagem de areia igual ou
superior a 90%;

IV - material dragado em cursos de água, lagos e reservatórios, a ser


disposto em solo ou em águas sob jurisdição nacional, cujo volume dragado
seja inferior a 10.000m3 e desde que as amostras apresentem porcentagem
de areia igual ou superior a 90%;

V - material dragado ate 100.000 m³, em cursos de água, lagos e


reservatórios, a ser disposto em solo ou em águas sob jurisdição nacional,
dependendo da vazão ou do volume do corpo hídrico, desde que justificado
pelo empreendedor e aceito pelo órgão ambiental licenciador e que as
amostras apresentem porcentagem de areia igual ou superior a 90%.

A areia é um material sabidamente inerte (não reage facilmente com


outras substâncias) e, por isso, sua disposição em outro lugar não causa
significativo impacto ambiental. É por isso que, se verificado pela análise física
que a maior parte do material a ser dragado é composta de areia, não há
necessidade de outras análises.

Se o material não se enquadrar em nenhum dos critérios que acabamos


de ver, deve ser realizada a análise química do material (art. 8º). O órgão
licenciador é quem define as substâncias químicas a serem determinadas para
a caracterização do material a ser dragado (art. 9º).

Após a caracterização química, deve ser feita a classificação do material


para avaliar as condições de deposição tanto em solo quanto em águas (art.
10).

Se na caracterização química forem encontradas quantidades significativas


de algumas substâncias como metais pesados, derivados de Cloro (vestígios de
agrotóxicos e fertilizantes), e hidrocarbonetos (vestígios de combustíveis
fósseis), deverá ser realizada a análise de ecotoxidade do material a ser
dragado (art. 12).

Após essa análise, o material será classificado quanto à ecotoxidade em


dois níveis: i) efeito tóxico não significativo: quando menor ou igual a 50% do
efeito tóxico medido; ii) efeito tóxico significativo: quando maior que 50% do
efeito tóxico medido.

33 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Após a classificação, procede-se finalmente à disposição do material


dragado. Essa disposição deve considerar a sua caracterização e classificação,
as técnicas e metodologias de disposição e as características físicas, químicas e
biológicas da área de disposição (art. 16).

I. obras de engenharia – criação e melhoria do terreno, recomposição e


engordamento artificial de praias, estabilização da linha de costa, margens
de rios e controle de erosão, bermas offshore, material de capeamento e
preenchimento de células sedimentares, aterro para portos, aeroportos,
ancoradouros, construção de diques, barragens e rodovias;

II. construção civil e industria;

III. usos na agricultura e aquicultura; e

IV. melhorias ambientais – restauração e estabelecimento de áreas úmidas,


ilhas de nidificação, pesca, recuperação de solo, recuperação de áreas
degradadas, recuperação de margem erodida.

A definição da disposição de material dragado pode considerar também a


divisão do projeto de dragagem em segmentos contínuos em extensão e
homogêneos em função da caracterização e classificação do sedimento,
delimitando-os em planta e indicando seus respectivos volumes (art. 17).

A disposição do material dragado em águas poderá ocorrer sem estudos


complementares, em local de disposição autorizado pelo órgão ambiental
licenciador, quando: i) for dispensado de caracterização física, química ou
ecotoxicologica; ou ii) apresentar concentração das substancias químicas
indicadas pelo órgão ambiental licenciador inferiores aos níveis toleráveis (art.
19).

Quando o material dragado apresentar o resultado da analise


ecotoxicologica maior que 50% do efeito tóxico medido ou concentração
significativa de qualquer uma das substâncias, serão necessários estudos
específicos de viabilidade técnica e locacional para definir a disposição
adequada em águas ou, eventualmente, em uma unidade de confinamento
(art. 20).

É proibida a mistura do material dragado com sedimentos de melhor


qualidade para fins de diluição antes de sua disposição (art. 21).

A utilização de uma área onde ocorreu disposição, seja solo ou águas,


deve ser autorizada pelo órgão ambiental licenciador (art. 22). Nessas áreas a

34 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

atividade de pesca deverá ficar suspensa enquanto estiver ocorrendo a


disposição (art. 23).

As dimensões das áreas de disposição do material dragado no mar,


estuários ou baias deverão garantir que haja alternância de setores existentes
nessas áreas (art. 24).

A localização da área onde o material dragado será disposto em águas de


jurisdição nacional deve ser definida com base em levantamento prévio que
considere: i) outros usos existentes no local e em seu entorno; ii) viabilidade
econômica da operação de dragagem; iii) segurança operacional, incluindo-se
zonas de exclusão militar; iv) presença de áreas ambientalmente sensíveis ou
protegidas no local e em seu entorno (art. 25).

As áreas de disposição devem ser monitoradas através de Programas de


monitoramento, que deverão levar em consideração as informações de
caracterização e classificação do material a ser dragado e outras relevantes da
área de disposição selecionada e do seu entorno, bem como as medidas de
controle cabíveis a cada situação (art. 26).

Ao final da revisão coloquei um fluxograma geral do processo decisório da


dragagem que está em anexo da Resolução CONAMA n.º 454/2012. Ele é
muito didático e facilita a compreensão dessa norma.

Então é isso, alunos! Esses são os temas mais importantes sobre a Lei do
óleo; planos de emergência para acidentes com óleo; licenciamento
ambiental em regiões de malária, em ferrovias, em assentamentos
rurais e de empreendimento de estudos sísmicos marítimos; e
diretrizes para operação de dragagem. Espero ter contribuído para o seu
aprendizado e que você obtenha sucesso nos seus estudos!

Não se esqueça de ler as normas na íntegra, para não deixar nenhum


ponto de fora, ok?

Com a proximidade da prova, aproveitem para revisar todas as aulas


desse curso e tenham em mente que “comerás do trabalho das tuas mãos;
feliz serás, e te irá bem” (sl. 128:2). Se você realmente se esforçar, Deus vai
te recompensar.

Um abraço e fiquem com Deus!

Professor Giancarlo Chelotti.

35 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Agora vamos revisar os pontos mais importantes:

REVISÃO:

LEI N.º 9.966, DE 28 DE ABRIL DE 2000 E DECRETO N.º 4.136, DE 20


DE FEVEREIRO DE 2002

Lei n.º 9.966/2000:

*Todo porto organizado, instalação portuária e plataforma deve


possuir instalações ou meios adequados para o recebimento e
tratamento de resíduos e também para o combate à poluição + planos
de emergência individuais para o combate à poluição por óleo ou
outras substâncias nocivas ou perigosas + manual de procedimento
interno para gerenciamento dos riscos de poluição e gestão de
resíduos + auditorias ambientais bienais.

*Se houver concentração de portos organizados, instalações


portuárias e/ou plataformas => planos conjuntos

*Em águas sob jurisdição nacional é proibida a descarga de


substâncias classificadas na categoria “A”.

*As substâncias classificadas nas categorias “B”, “C” e “D” só podem


ser descartadas nas seguintes condições: i) o lançamento enquadre-se
nos casos permitidos pela Marpol 73/78; ii) o navio não se encontre
dentro dos limites de área ecologicamente sensível; iii)os
procedimentos para descarga sejam devidamente aprovados pelo
órgão ambiental competente.

*Essas substâncias só poderão ser descartadas em instalações de


recebimento e tratamento de resíduos.

Exceção: descarte para salvaguarda de vidas humanas, pesquisa e


segurança do navio.

36 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

*Qualquer incidente ocorrido em porto organizado, instalação


portuária, plataforma, dutos, navios e suas instalações de apoio deve
ser comunicado à Capitania dos Portos, órgão ambiental competente, e
ANP, independentemente das medidas de controle.

Atribuições da Autoridade Marítima: i) fiscalizar navios, plataformas e


suas instalações de apoio, ii)encaminhar informações e resultados de
apuração de responsabilidades ao IBAMA; iii) comunicar à ANP
irregularidades encontradas durante a fiscalização.

Atribuições do IBAMA: i) realizar o controle ambiental e a fiscalização


dos portos organizados, das instalações portuárias; ii) avaliar os danos
ambientais causados por incidentes nos portos organizados, dutos,
instalações portuárias, navios, plataformas e suas instalações de
apoio; iii) comunicar à ANP irregularidades encontradas durante a
fiscalização de navios

Atribuições do órgão estadual de meio ambiente: i) realizar o controle


ambiental e a fiscalização dos portos organizados, instalações
portuárias, estaleiros, navios, plataformas e suas instalações de apoio;
ii) comunicar à ANP irregularidades encontradas durante a fiscalização
de navios; iii) autuar os infratores na esfera de sua competência

Atribuições do órgão municipal de meio ambiente: i) avaliar os danos


ambientais causados por incidentes nas marinas, clubes náuticos e
outros locais e instalações similares; ii) autuar os infratores na esfera
de sua competência

Atribuições da ANP: i)fiscalizar as plataformas e suas instalações de


apoio, os dutos e as instalações portuárias, no que diz respeito às
atividades de pesquisa, perfuração, produção, tratamento,
armazenamento e movimentação de petróleo; ii) levantar os dados e
informações e apurar responsabilidades sobre incidentes operacionais;
iii) encaminhar os dados, informações e resultados da apuração de
responsabilidades ao IBAMA; iv) comunicar à autoridade marítima e ao
IBAMA as irregularidades encontradas durante a fiscalização; v)
autuar os infratores na esfera de sua competência.

Decreto n.º 4.136/2002

Podem responder pela infração: i) o proprietário do navio ou quem o


represente; ii) o armador ou operador do navio; iii) o concessionário
ou a empresa autorizada a exercer atividades pertinentes à indústria
do petróleo; iv) o comandante ou tripulante do navio; v) a pessoa que
37 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br
CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

legalmente represente o porto organizado, a instalação portuária, a


plataforma e suas instalações de apoio, o estaleiro, a marina, o clube
náutico ou instalação similar; e vi) o proprietário da carga.

Podem lavrar auto de infração: os agentes da autoridade marítima, dos


órgãos ambientais federais, estaduais e municipais e da ANP.

As sanções, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, são:


i) advertência; ii) multa (simples ou diária); iii) apreensão do navio;
iv) destruição ou inutilização do produto; v) embargo da atividade; vi)
suspensão total ou parcial das atividades; e vii) restritiva de direitos.

*As sanções mais voltadas para os portos organizados, instalações


portuárias e plataformas, são de responsabilidade do órgão ambiental
competente.

*As sanções mais voltadas para os navios são de responsabilidade da


autoridade marítima.

*O órgão competente que deixar de ser comunicado por incidente é o


competente para autuar e multar o infrator.

*As penalidades serão aplicadas mediante procedimento


administrativo próprio da autoridade competente que realizou a
autuação, sendo assegurada a ampla defesa e o contraditório.

*A aplicação das penas desse Decreto não isenta o infrator da


aplicação de outras sanções administrativas e penais previstas na Lei
n.º 9.605/1998.

RESOLUÇÃO CONAMA N.º 398/2008

*O Plano de Emergência Individual (PEI) também é obrigatório para


terminais, dutos, sondas terrestres, refinarias, estaleiros, marinas,
clubes náuticos e instalações similares.

*A apresentação do PEI deve ocorrer no licenciamento ambiental


durante a etapa de Licença de Operação (LO) ou Licença Prévia de
Perfuração e da Licença Prévia de Produção para Pesquisa.

38 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

*O PEI deve garantir a capacidade da instalação para executar, de


imediato, as ações de respostas previstas para atendimento aos
incidentes de poluição.

* As marinas, clubes náuticos, pequenos atracadouros, instalações


portuárias publicas de pequeno porte e instalações similares que
armazenem óleo ou que abasteçam embarcações em seus cais, e as
sondas terrestres deverão possuir um PEI simplificado.

*EM instalações situadas em áreas próximas a áreas ecologicamente


sensíveis, poderão ser agregados requisitos especiais ao PEI.

O PEI deve ser reavaliado quando: i) a atualização da análise de risco


da instalação recomendar; ii) a instalação sofrer modificações físicas,
operacionais ou organizacionais capazes de afetar os seus
procedimentos ou a sua capacidade de resposta; e iii) a avaliação do
desempenho do PEI recomendar.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL EM REGIÕES DE MALÁRIA, EM


FERROVIAS, EM ASSENTAMENTOS RURAIS E DE EMPREENDIMENTO DE
ESTUDOS SÍSMICOS MARÍTIMOS

Resolução CONAMA n.º 286/2001

*Os empreendimentos sujeitos a licenciamento ambiental cujas


atividades potencializem o risco de malária deverão desenvolver
estudos epidemiológicos e conduzir programas para o controle da
doença de acordo com orientação da FUNASA.

*O licenciamento ambiental desses empreendimentos deve considerar


prévia avaliação e recomendação da FUNASA acerca dos impactos
sobre os fatores de risco pra a ocorrência de malária.

Competências da FUNASA: i) identificar os municípios localizados nas


áreas endêmicas de malária; ii) participar no processo de
licenciamento ambiental no que se refere a fatores de risco
relacionados a transmissão da malária; e iii) acompanhar a
implementação das recomendações e medidas de prevenção e controle
da malária.

39 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

Resolução CONAMA n.º 346/2004

Empreendimento Ferroviário de Pequeno Potencial de Impacto


Ambiental: as obras desenvolvidas dentro da faixa de domínio
preexistente que não impliquem: i) remoção de população; ii)
intervenção em áreas de preservação permanente, unidades de
conservação ou em outros espaços territoriais especialmente
protegidos; iii) supressão de vegetação sujeita a regime especial de
proteção legal.

Etapas do Licenciamento: Licença de Instalação (LI) e Licença de


Operação (LO), ou seja, não há a fase de licença prévia (LP).

Resolução CONAMA n.º 387/2006

*O licenciamento ambiental de projetos de assentamentos de reforma


agrária possui 2 etapas: Licença Prévia (LP) e Licença de Instalação e
Operação (LIO).

*Para emissão de LP deve ser apresentado o Relatório de Viabilidade


Ambiental (RVA).

*Para emissão de LIO devem ser apresentado Projeto Básico (PB) ou


Plano de Desenvolvimento de Assentamento (PDA).

*Poderá ser admitido procedimento simplificado de licenciamento


ambiental para Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária.

*Pode ser realizado um único processo de licenciamento ambiental


para Projetos de Reforma Agrária contíguos.

*Para os Projetos de Reforma Agrária em áreas ocupadas por


populações tradicionais, será exigida apenas a LIO.

*Os órgãos ambientais competentes devem dar prioridade à análise e


concessão de licença ambiental para esses projetos, já que são
urgentes e relevante interesse social.

A Resolução CONAMA n.º 350/2004

40 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

*O licenciamento ambiental das atividades de aquisição de dados


sísmicos marítimos em zonas de transição é de competência do IBAMA
e possui apenas uma licença: Licença de Pesquisa Sísmica (LPS).

*O EIA/RIMA será exigido se a atividade for considerada pelo IBAMA


como potencialmente causadora de significativa degradação
ambiental.

Prazo para deferimento ou não da LPS: 6 meses. Se houver EIA/RIMA,


o prazo aumenta para 12 (doze) meses.

*As embarcações envolvidas nessas atividades podem utilizar


quaisquer portos ou terminais reconhecidos pela autoridade
competente.

*O licenciamento das atividades de aquisição de dados sísmicos


marítimos em zonas de transição é considerado de relevante interesse
social.

RESOLUÇÃO CONAMA N.º 454/2012

Dragagem: operação de retirada de sedimentos do fundo de um corpo


hídrico.

*As operações de dragagem devem ser caracterizadas e através de um


plano conceitual de dragagem.

*Dependendo do material a ser dragado, ele deve ser previamente


analisado.

*As amostras para a caracterização do material a ser dragado deverão


apresentar distribuição espacial representativa do volume a ser
dragado.

*É proibida a mistura do material dragado com sedimentos de melhor


qualidade para fins de diluição antes de sua disposição.

*A utilização de uma área onde ocorreu disposição, seja solo ou águas,


deve ser autorizada pelo órgão ambiental licenciador (art. 22). Nessas
áreas a atividade de pesca deverá ficar suspensa enquanto estiver
ocorrendo à disposição.

41 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

42 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

43 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br


CONHECIMENTOS ESPECIFICOS DNIT: LICENCIAMENTO E AUDITORIA AMBIENTAL
PROFESSOR: GIANCARLO CHELOTTI

QUESTÕES:

1 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

A Lei n.º 9.966/2000, conhecida como lei do óleo, determina que


planos de emergência devem ser adotados como medidas preventivas
de controle e combate da poluição das águas.

2 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

Os planos de contingência são aprovados pela autoridade portuária,


que deverá comunicar a autoridade ambiental competente, após a sua
finalização.

3 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

Embora seja desejável, não existe exigência legal no sentido de que


haja uma ação coordenada entre a autoridade marítima e a autoridade
ambiental

4 – (CESPE) ANTAQ (2005) – Engenheiro Naval (Adaptada)

As águas dos portos são consideradas águas interiores e estão sob


jurisdição nacional.

GABARITO:

1 – C, 2 – E, 3 – E, 4 - C

44 Prof. Giancarlo Chelotti www.pontodosconcursos.com.br

Vous aimerez peut-être aussi