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Gestão de
Contratos
Gestão de
Contratos
Raquel Ferreira de Medeiros
Gestão de
Contratos
Natal/RN
2014
presidente
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica
PROFA. LEIDEANA BACURAU
FICHA TÉCNICA
projeto gráfico
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação
MAURIFRAN GALVÃO
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
ISBN 978-85-68100-23-3
Inclui referências
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo.
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência,
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no
decorrer do estudo.
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Sumário
Apresentação institucional 09
Palavra do professor autor 11
Apresentação das competências 13
Competência 01
Conhecer a visão estrutural do contrato 17
A pessoa física 17
A pessoa jurídica 19
A classificação dos contratos 24
Resumo 26
Autoavaliação 27
Competência 02
Conhecer as recomendações aplicadas à linguagem contratual, as cláusulas
exorbitantes, procedimentos de registros e a necessidade de publicação 31
Linguagem contratual 31
Principais cláusulas contratuais e seus efeitos 32
Restrições ao uso da exceção do contrato não cumprido 36
Garantia do equilíbrio financeiro do contrato 36
Registrar o contrato 37
Publicação 38
Resumo 39
Autoavaliação 39
Competência 03
Conhecer os princípios gerais dos contratos, defeitos na formação e extinção dos contratos 43
Princípios gerais dos contratos 43
Defeitos na formação dos contratos 44
Extinção dos contratos 45
Resumo 46
Autoavaliação 47
Competência 04
Identificar os elementos do contrato e compreender a importância do
acompanhamento de contratos em geral 51
Identificar os elementos do contrato 51
Acompanhar a execução do trabalho 55
Dicas importantes! 56
Resumo 57
Autoavaliação 57
Referências 59
Conheça o autor 60
Apresentação institucional
Gestão de Contratos
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 9
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
Palavra do professor autor
Gestão de Contratos
Querido estudante!
É com muita satisfação que iniciamos nossas conversas e estudos sobre Gestão de
Contratos. Sem dúvida é um agradável trabalho, porém, de uma complexidade que requer
muita atenção e responsabilidade, além do conhecimento específico, entretanto, se você
se dedicar ao aprendizado, poderá ter um futuro brilhante.
11
É importante que você saiba que Gestão de Contratos é um assunto muito extenso e,
portanto, difícil de contemplar todo o conteúdo num só curso, ou num só material. Assim,
para o nosso estudo, foram selecionados alguns assuntos, remetendo você, a se apro-
fundar mais em alguns assuntos indicados. A sua participação nesse processo é o mais
importante de todos os passos que precisam ser dados.
12
Apresentação das competências
Gestão de Contratos
Ao final deste estudo você será capaz de redigir e interpretar contratos diversos,
pertinentes a sua rotina de trabalho. Assim, será necessário dominar os conhecimen-
tos necessários à análise e acompanhamento dos mesmos.
Para tanto, o estudo está dividido em 04 (quatro) competências a serem desenvolvi-
das, sendo que na primeira, você conhecerá a visão estrutural do contrato – definição,
pessoas que podem contratar, e classificação dos contratos em geral. 13
Na segunda competência estudaremos as cláusulas exorbitantes específicas dos
contratos públicos, a redação deste tipo de contrato, os procedimentos para registro e
necessidade de publicação.
Na terceira competência, estudaremos sobre os princípios gerais do contrato, defei-
tos na formação e extinção dos contratos.
Por último, na quarta competência, identificaremos os elementos do contrato e
compreenderemos a importância do acompanhamento de contratos em geral.
Vamos então começar este importante estudo?
Competência
01
Conhecer a visão
estrutural do contrato
Conhecer a visão
estrutural do contrato
Lembrando, aqui você vai conhecer a definição de contrato; pessoas que podem contra-
tar e classificação dos contratos em geral.
A definição de contrato tem sido encarada pelo Direito como sendo uma convenção
estabelecida entre duas pessoas, ou mais, que constitui, regule ou extingue uma relação
jurídica entre elas.
Em alguns livros, caso você queira pesquisar, a definição do contrato abraça a necessi-
dade de que o relacionamento jurídico entre as partes tenha conteúdo patrimonial.
Isso não é verdade. Contratos podem, sim, não ter conteúdo patrimonial, como são
todos os ajustes meramente comportamentais, por exemplo: Convenção de condomínio ou
Gestão de Contratos
um casamento sem comunhão de bens.
Continuando, agora veremos as pessoas que podem figurar como contratante e as suas
características, bem como os seus poderes e limites.
A primeira delas é conhecer pessoas que fazem parte do contrato que iremos escrever,
analisar e acompanhar.
Para o Direito, existem as pessoas físicas e as pessoas jurídicas. Você já deve ter ouvido
essas expressões.
A pessoa física
A pessoa física, que é a mesma coisa de pessoa natural, é o ser humano. Ou seja, todos
nós somos pessoa física ou natural.
Então, são pessoas físicas todas as pessoas nascidas vivas. Nós somos! Mas não po-
demos contratar logo depois de nascermos. É preciso esperar a maioridade civil para rece-
bermos da lei a autorização para contratar.
O Direito brasileiro escolheu seguir uma corrente que usa a biologia como critério para
definir o momento em que uma pessoa está madura, para se comportar de acordo com o
seu próprio pensamento.
Até atingirmos a maioridade civil, ou seja, até completarmos 18 anos, nossos pais ou
responsáveis é que têm a palavra final sobre nossas ações. Após isso, de acordo com o
nosso Direito, nós já podemos nos responsabilizar por tudo o que falamos, fazemos ou
contratamos.
Então, você já sabe, são necessários 18 anos completos para a pessoa física contratar.
Gestão de Contratos
Uma pessoa poderá contratar tendo menos do que 18 anos, mas desde que já tenha a
capacidade civil plena. Mas como, se a capacidade civil plena acontece ao atingirmos os
18 anos completos?
18 O Direito deixou uma possibilidade de atingir a capacidade civil plena antes dos 18
anos, mas só a partir dos 16 anos, e não pode voltar atrás depois de realizada. Chama-se
emancipação.
Pode acontecer com permissão dos pais, ou de apenas um dos pais, no caso de o outro
já ter falecido ou não ter convívio. Nos dois casos, é feito por Escritura Pública no Cartório
de Notas. Neste caso, não é preciso ir à justiça.
Mas, supondo ser uma pessoa órfã de pai e mãe, será necessário ir até o juiz, no fórum
da cidade, requerer a emancipação através de um processo, cuidado por um advogado.
Também será considerado emancipado o menor que se casar, que entrar para o serviço
público efetivo (passar em um concurso público, ser nomeado, tomar posse e entrar em
exercício no cargo), que colar grau em curso de nível superior, que tiver um estabelecimen-
to civil ou comercial, desde que, nesses últimos dois casos, o menor consiga obter renda
suficiente para se manter sozinho financeiramente.
Aviso desde já que esses casos de emancipação são raros, não acontecem a todo o
momento. O mais frequente é o casamento, e, geralmente, para o público feminino.
Então, jamais a menoridade voltará para aquela pessoa que foi emancipada! A partir da
emancipação, como vimos, a maioridade civil se inicia e, com ela, a capacidade civil plena.
Você se lembra?
E, a capacidade civil plena faz com que cada um de nós seja responsável por nos-
sos atos e palavras. Assim, supondo que um emancipado assine um contrato ruim
para seu negócio, ele jamais poderá pedir a sua menoridade de volta e desfazer o
Gestão de Contratos
contrato que assinou.
A partir da maioridade, e com ela a capacidade civil, a pessoa física (ou natural) é
plenamente responsável por seus atos.
19
Até o momento, já estudamos quem é a pessoa física, vimos que é sinônimo de pessoa
natural, conhecemos o processo que a leva até a conquista da capacidade civil (completar
18 anos), e o motivo dessa escolha (critério biológico) para que, assim, ela alcance a capa-
cidade civil plena e, enfim, possa contratar.
Então, agora poderemos avançar um pouco mais em nossos estudos e começar a en-
tender que existem outras pessoas na vida civil além de pessoa física. Você já ouviu falar
da pessoa jurídica?
A pessoa jurídica
A pessoa jurídica é uma construção do homem para facilitar as relações contratuais
na sociedade.
Gestão de Contratos
O Professor Teixeira de Freitas nos lembra de que o homem é um ser gregário por
Gregário: que natureza.
pertence a um
20 rebanho, que vive Ou seja, o homem sempre terá a tendência de realizar os seus projetos com o auxílio ou
em bando.
a companhia de outros homens. Essa atitude é natural para nós. Mas, no mundo moderno,
não basta darmos as mãos e empreendermos. Para que possamos agir em conjunto, é
preciso criar uma unidade jurídica, se não às relações contratuais ficarão muito difíceis de
serem estabelecidas.
Acima dissemos que a pessoa jurídica é uma construção. Quando afirmamos isso, que-
remos dizer que, naturalmente, ela não tem existência. Ou seja, ela não nasce naturalmen-
te de algum ser, como a pessoa física nasce de uma mulher.
Gestão de Contratos
Pois bem, agora, querido estudante, se dirija ao ambiente virtual de apren-
dizagem (AVA) e socialize suas conclusões.
Diferentemente da pessoa física que tem sua origem a partir do nascimento de uma 21
mulher, a pessoa jurídica nasce, como vimos, da vontade humana.
Essa vontade humana é demonstrada através de documentos feitos com essa finali-
dade, a de fazer nascer uma pessoa que será capaz de contratar, de ter obrigações e de
responder por elas, ou seja, uma pessoa que seja capaz de ser responsabilizada no caso
de algum insucesso, falha, deslize, equívoco.
Quando um bebê nasce, na maternidade ou em casa mesmo, logo em seguida ele é re-
gistrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais, não é mesmo? Lá os pais dizem
qual será o seu nome completo, nome dos pais, lugar onde nasceu e outras informações.
Assim que nasce uma pessoa física (ou natural) ela tem o seu registro de nascimento. E
como é que nasce uma pessoa jurídica?
Se a pessoa jurídica for criada para desempenhar suas funções no comércio, então os
documentos que darão origem a sua existência são levados à Junta Comercial, na cidade
onde ela vai funcionar e será registrada. Lá os criadores dizem qual será o seu nome, nome
dos responsáveis, o lugar onde funcionará e outras informações. Nesse momento ela foi
criada, ou seja, ela nasceu, e já poderá funcionar.
No caso de a pessoa jurídica ser criada para exercer sua atividade de forma não co-
mercial (por exemplo, fundações e associações), os documentos para a sua criação serão
levados ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e ela será registrada lá. A partir
desse registro, que também indicará o seu nome, nome dos responsáveis, o lugar onde
exercerá as suas funções, dentre outras informações, ela terá o seu nascimento.
O nascimento, tanto da pessoa física, quanto da pessoa jurídica, causa um efeito para
o Direito que interessa a todos nós. Esse efeito é a personalidade jurídica, que passaremos
agora a estudar.
Talvez você já tenha ouvido falar da personalidade como uma característica de determi-
nada pessoa, pois todos nós acabamos sendo reconhecidos pelos nossos atributos. Então
pode ser que você conheça alguém de personalidade “forte” ou de personalidade “fraca”,
não é mesmo?
Embora a personalidade que iremos estudar alcance todas as pessoas, sejam físicas
ou jurídicas, ela é diferente da personalidade que ouvimos falar no nosso cotidiano, nas
nossas conversas do dia a dia.
Gestão de Contratos
O Prof. Pablo Stolze Gagliano nos ensina um conceito muito usado no Direito para a
22 Personalidade Jurídica:
Com a expressão “sujeito de direito”, o referido Professor quer dizer titular do direito,
dono, proprietário.
Então, com a personalidade jurídica, a Pessoa Física ou Jurídica suporta ser dona de
determinados direitos, especialmente os direitos da Personalidade. E, a essa altura, você
vai me perguntar quais são esses direitos da personalidade, não é?
Em outras palavras, os direitos da personalidade são aqueles que protegerão tudo aqui-
lo que for tão essencial à pessoa, que a sua retirada pode abalar até mesmo a sua exis-
tência.
Para facilitar o entendimento, vamos conhecer uma classificação que é bem práti-
ca e super clara. Ela foi feita pelo Professor Pablo Stolze de acordo com o bem que o
direito protege.
Gestão de Contratos
b) Integridade psíquica e criações intelectuais (liberdade, criações intelectuais, priva
cidade, segredo);
Esses direitos pertencem tanto às pessoas físicas quanto às jurídicas, mas, é claro,
a forma de entender e de exercitar esses direitos será adaptada para cada uma dessas 23
pessoas de acordo com as suas características. Por exemplo, o direito à vida da pessoa
física e da pessoa jurídica é diferente, não é mesmo? A vida da pessoa física é carne, a
vida da pessoa jurídica é contrato registrado. A imagem da pessoa física pode ser tanto o
retrato (imagem-retrato), quanto a boa imagem na sociedade que se tem e quer preservar
(imagem-atributo), pois ela tem rosto e tem fama. Essa última imagem, a imagem-atributo,
é aquela lembrança pela qual a pessoa é conhecida, a fama que a pessoa transmite só de
se pensar nela.
A imagem-retrato não cabe para a pessoa jurídica, já que não tem rosto, mas a imagem-
-atributo cabe a ela inteiramente.
Como você já deve ter percebido, a construção da pessoa jurídica tem o objetivo de
tornar essa reunião de pessoas, ou de bens, tão pessoal quanto a própria pessoa física e,
assim, poder contratar com ela normalmente.
E é isso que acontece. O responsável pela pessoa jurídica assina no espaço reser-
vado para a pessoa jurídica em nome dela, não em nome próprio! Da mesma forma é
a relação contratual entre as pessoas jurídicas. Contratam e cumprem os contratos,
ou, no caso negativo, são responsabilizados pela falta da realização contratual como
se fossem pessoas físicas.
Então, e já encerrando o primeiro assunto, deixo uma última teoria do Direito. Chama-se
Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Essa teoria é invocada quando a pessoa jurídica é utilizada para esconder os bens pes-
soais de seus donos. Ou seja, a pessoa física compra os bens com seu próprio dinheiro,
mas põe em nome da pessoa jurídica com a finalidade de escondê-lo de seus credores, a
quem está devendo.
Verificando isso, é necessário que seja iniciado um processo para que o juiz perceba
essa esperteza e desfaça a trapaça. Ele irá desconsiderar que os bens estão em nome da
pessoa jurídica e vai ordenar que determinado bem, seja vendido para saldar a dívida da
pessoa física.
Gestão de Contratos
Agora que você sabe da existência dessa teoria, não se deixe enganar. Sabemos que
existem muitas pessoas que têm a intenção de contratar, já pensando em fraudar ou pre-
judicar. Se isso acontecer, não se considere vencido porque esse problema tem solução!
Leve o contrato para o advogado responsável e junto todos os documentos que ele solicitar.
E agora para ampliar seus conhecimentos sobre Contratos, vamos estudar sobre a Clas-
sificação dos Contratos.
Apenas uma parte se obriga e apenas uma parte se beneficia, como por exemplo, no Oneroso: árduo e
contrato de doação; de difícil cum-
primento; ônus,
2) Onerosos ou Gratuitos: aqui o definidor para a classificação é a onerosidade. Serão encargo.
Gestão de Contratos
considerados onerosos os contratos em que ambas as partes tem obrigações patrimo-
niais, por exemplo: no contrato de compra e venda um contratante paga o preço e o
outro entrega um bem de valor.
Já nos contratos aleatórios, a parte se arrisca e se aventura num contrato sem ter cer-
teza se, ao final, receberá algo em troca. São exemplos desta classificação os contratos
de seguro, de risco ou de aposta;
Já o contrato acessório existe para outro contrato, que é o principal, como, por exemplo,
o contrato de fiança. A melhor forma de distinguir um do outro é separando-os. O que
deixar de existir era acessório, o que permanecer vigente é o principal;
6) Paritários ou de Adesão: Nos paritários, os contratantes são pares, ou seja, são iguais,
estão em pé de igualdade na liberdade de contratar e discutir as cláusulas contratuais.
Diferentemente, no contrato de adesão as cláusulas estão prontas, pré-estabelecidas,
cabendo ao contratante apenas discutir se as aceita, assinando o contrato, ou se não
as aceita, deixando de assiná-lo.
Como você já deve ter pensado, os contratos paritários são aqueles em que nós po-
demos e devemos elaborar dizendo o preço, as condições de pagamento etc. e, já os
contratos de adesão são bem exemplificados pelos contratos de fornecimento de luz,
água, plano de saúde;
Gestão de Contratos
7) Formais e Não Formais: Os contratos formais são aqueles que têm definidas as suas
formalidades na lei, como o contrato de fiança e o de seguro que só valem se estiver
por escrito, ou o contrato de compra e venda que só vale se feito por escritura pública e
estiver registrado.
26 Os contratos não formais são aqueles que têm a forma livre, a decisão sobre a forma
fica liberada para ser decidida pelos contratantes.
Observe, que a classificação é de não formal, e não informal, o que significaria que ele
não tem forma, e isso não é verdade. Inclusive se for escolhida a forma verbal de con-
tratar, esta é uma forma possível, ou seja, optou-se pela forma verbal.
Resumo
Até o momento, nós estudamos sobre a visão estrutural do contrato, iniciando pela defi-
nição, conhecendo as pessoas que fazem parte do contrato que são pessoas físicas e jurí-
dicas, as formas de nascimento e registro de cada uma delas, a sua função na sociedade.
Estudamos ainda, sobre a classificação dos contratos, e vimos que podem ser: Bilaterais
ou Unilaterais; Onerosos ou Gratuitos; Comutativos ou Aleatórios; Principal ou Acessório;
Consensuais ou Reais; Paritários ou de Adesão; Formais ou Não Formais.
Autoavaliação
1. Marque a resposta certa: Os direitos da personalidade são devidos às pessoas, logo:
c) A pessoa jurídica tem direito a esses direitos, mas não pode cobrá-los;
b) Que os contratos onerosos geram obrigações para uma parte e direitos para a outra;
Gestão de Contratos
c) Que, na existência de uma formalidade prevista em lei para o ato, ele deve ser atendido,
se não o contrato pode ser considerado inválido;
c) O contrato real não tem a necessidade de entrega de coisa para sua validação e concre-
tização.
( ) certo ( ) errado
Competência
02
Conhecer as recomendações
aplicadas à linguagem contratual, as cláusulas
exorbitantes, procedimentos de registros e a
necessidade de publicação
Conhecer as
recomendações
aplicadas à linguagem contratual, as
cláusulas exorbitantes, procedimentos de
registros e a necessidade de publicação
Agora, objetivando deixar você preparado para trabalhar bem com os contratos públicos,
nessa competência, estudaremos a linguagem e cláusulas exorbitantes, específicas dos con-
tratos públicos, e também procedimentos de registros e a necessidade de publicação.
Gestão de Contratos
Linguagem contratual
Os contratos devem estabelecer com clareza e exatidão as condições para a execução,
declaradas nas cláusulas que definam direitos, obrigações e responsabilidades das partes.
Não é necessário um vocabulário pesado, de difícil entendimento.
31
Todo e qualquer documento público se destina a todos os cidadãos, pessoas comuns,
simples. Sendo assim, é mais do que necessário que o documento seja de fácil compreen-
são, com o português correto e um documento bem feito.
Os contratos administrativos, você já sabe, são regidos pela Lei 8666/93, pelas cláusu-
las dos contratos e, secundariamente, pelas regras gerais do Direito.
Apenas os contratos que envolverem bens imóveis, sejam os que tenham um imóvel
como objeto do contrato, ou os que tenham um imóvel como garantia, enfim, qualquer que
seja o motivo da existência de um imóvel no contrato, se ele aparecer, terá que ser feito por
escritura pública e não por termo. E a escritura pública, você também já estudou, só é feita
no cartório de registro público.
Fora a exceção acima, os contratos e seus aditamentos são feitos nas repartições in-
teressadas, que deverão manter um arquivo cronológico de tudo o que for feito e registro
sistemático do seu extrato (um resumo do contrato organizado por tema e em ordem alfa-
bética, para facilitar a localização).
Os contratos com valor inferior ao limite exigido para a licitação na modalidade de to-
mada de preços (você poderá conferir esse valor na internet, com facilidade) podem ser
formalizados por termo ou papéis mais simplificados. São papéis simples mesmo, com
redação livre, desde que contenham os itens que iremos estudar abaixo, e são registrados
em livro próprio na secretaria do órgão que está licitando.
preços estejam dentro dos limites destas modalidades de licitação e facultativo nos de-
mais, em que a administração puder substituí-lo por outros instrumentos aptos, tais como
a carta-contrato, a nota de empenho de despesa, a autorização de compra ou de ordem de
execução de serviço.
32 Quando forem ser realizadas compras de qualquer valor, em que exista entrega imedia-
ta e integral dos bens adquiridos, e de que não resulte obrigação futura, também pode ser
formalizada por termo ou papéis simplificados. Muito simples de fazer!
E deve ser assim. A administração pública possui fórmulas próprias para pagar, para rece-
ber, para fazer e para desfazer. O tempo da administração é diferente do tempo do particular.
Além disso, as necessidades da coletividade são diferentes das necessidades dos par-
ticulares. São mais importantes e refletem mais direitos. Nós somos mais importantes do
que um único eu.
Dentre as cláusulas exorbitantes previstas na lei que eu mencionei, as mais importantes são:
1) Alteração unilateral;
Gestão de Contratos
2) Rescisão unilateral;
3) Fiscalização;
4) Aplicação de penalidades;
5) Anulação;
33
6) Retomada do objeto;
Alteração Unilateral
As alterações são autorizadas quando a administração tiver de alterar o projeto de exe-
cução do contrato, ou tiver que alterar o valor contratado. O particular é obrigado a aceitar
tais alterações até o limite de 25% do projeto original, e em se tratando de reforma de
prédios, o limite amplia-se para 50%.
Rescisão Unilateral
A rescisão unilateral (também chamada de rescisão administrativa) pode ocorrer tanto
por inadimplência (não cumprir com sua parte no acordo) do contratado, como por haver
interesse público na paralisação da execução do contrato, mas nos dois casos se exige que
haja uma justa causa para o rompimento do ajuste, pois não é ato discricionário, mas vin-
Discricionário: no culado aos motivos que a lei ou as cláusulas do contrato apontam como motivador dessa
Direito quer dizer
excepcional descontratação, ou, como se diz no Direito: distrato.
arbitrariedade, algo
que se decida sem
precisar explicar ou Fiscalização
fundamentar.
A cláusula exorbitante de fiscalização existe para que a administração pública, que tem
o dever e o objetivo de zelar pela realização do interesse público, supervisione, acompa-
nhe e fiscalize toda a execução do contrato, podendo interferir para determinar o que for
necessário, se houver a necessidade de regularizar algumas faltas ou defeitos que forem
Gestão de Contratos
detectados.
Se a administração pública não for atendida naquilo que determinar, isso poderá moti-
var a rescisão unilateral do contrato.
34 Aplicação de penalidades
Os contratos administrativos permitem a aplicação de penalidades do poder público
sobre o particular, que não cumpriu a sua obrigação contratual. O ordenamento jurídico
brasileiro admite as seguintes sanções:
I - advertência;
Assim, acaso a administração pública verifique que o contrato firmado está acometido
de ilegalidade, poderá declarar sua nulidade, depois de pedida as explicações para a outra
parte, e os efeitos dessa anulação serão desde a assinatura do contrato, ou seja, a anula-
ção apaga tudo o que foi feito desde o passado até o presente.
Você pode estar se perguntando o que são esses vícios que autorizam a administração
pública a anular um contrato.
Vícios do contrato são aqueles defeitos que estudamos, quando aprendemos a identifi-
car os elementos do contrato. Sempre que aqueles elementos não estiverem absolutamen-
Gestão de Contratos
te corretos, serão considerados infectados, ou contaminados pelo erro.
O Direito chama esse erro de vício. Você poderá encontrar a seguinte expressão: “o
contrato administrativo está eivado de vício.” Quer dizer que o contrato feito pela admi-
nistração pública, portanto, também pode ser chamado de contrato administrativo, está
contaminado pelo erro que não foi corrigido a tempo.
35
Por isso, não dispense o estudo das bases, da teoria, antes de se aventurar na prática!
Atividade 01
Comente no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) quais são os vícios
do contrato.
Os serviços públicos não podem parar de ser prestados. Por esta razão, caso a exe-
cução do contrato sofra paralisação que cause prejuízo ao interesse público, a adminis-
tração pública poderá assegurar a continuidade da execução do contrato, que resulta na
prestação dos serviços à população, retomar imediatamente o objeto do contrato para
prosseguir com sua execução, isso somente após rescindir unilateralmente o contrato,
que nós já vimos acima.
Restrições ao uso da exceção do contrato não
cumprido
No estudo do Direito entre particulares, pessoas físicas, celebrado um contrato entre
duas pessoas, se uma delas não cumprir as obrigações que assumiu, a outra está livre
para não cumprir sua parte no contrato, já que a outra parte também não cumpriu a parte
que lhe cabia.
Isso é que quer dizer a cláusula de nome difícil e de fácil entendimento, chamada ex-
ceptio non adimpleti contractus, exceção do contrato não cumprido, prevista no art. 477
do Código Civil.
guimento à execução do contrato, porque os serviços públicos não podem deixar de ser
prestados e também porque o interesse público é superior ao interesse particular.
Mas o rigor da impossibilidade de usar essa cláusula nos contratos públicos vem sendo
suavizado pelos entendedores do Direito, passando a aceitar a cláusula da exceção do con-
trato não cumprido, nos casos em que a falta da administração cria um encargo extraordi-
36 nário e insuportável para a outra parte, como, por exemplo, quando o poder público atrasa
seus pagamentos por longo tempo, obrigando o contratado a um verdadeiro financiamento
das obras e serviços não previsto na assinatura do contrato.
Então, hoje em dia é permitido que, ocorrendo o atraso superior a noventa dias dos
pagamentos devidos pela administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento,
ou parcelas destes, já recebidos ou executados, exceto em caso de calamidade pública,
grave perturbação da ordem interna ou guerra, poderá o contratado optar pela suspensão
do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação.
Registrar o contrato
O registro do contrato é uma das tarefas mais importantes, porque depois dele, não
existirá ninguém que possa declarar que não o conheça, mesmo que não tenha nem mes-
Gestão de Contratos
mo visto o contrato.
Mas como pode isso? Vamos relembrar um pouco da história dos cartórios públicos.
Você já assistiu a algum filme antigo, daqueles às vezes em preto e branco, que re-
tratam a vida dos que viveram muitos anos antes de nós? Eu assisti repetidas vezes aos
seriados e aos filmes sobre a vida do Zorro. Nele claramente nós vemos que as pessoas
37
escondiam as escrituras de suas propriedades, com medo de que algum malfeitor viesse
tomá-las, porque a propriedade da terra era de quem possuísse a escritura, que ia passan-
do de comprador para comprador.
Não era arriscado? Bastaria um único furto, um incêndio ou uma enchente para que a
posse da terra deixasse de ser daquele que a comprou!
Nascia, assim, o sistema de registro público, que permitia que as informações sobre
compras e vendas (primeiramente só registravam os imóveis) ficassem anotadas em livros
que ficavam guardados e vigiados, além daquele papel que o dono levava para a casa.
Assim, qualquer pessoa que quisesse saber qualquer informação sobre determinada
propriedade não precisava encontrar o dono e entrar em contato. Bastaria ir diretamente
ao cartório de registro público e lá perguntar.
Depois desta novidade, outros contratos também passaram a ser registrados, além
dos contratos de compra e venda. E, hoje, o nascimento e a morte das pessoas também
passaram a ser registradas, não é isso que fazemos quando um bebê nasce ou quando
uma pessoa falece?
E por último, porém não menos importante, existe o cartório de registro de imóveis para
o registro de toda contratação que abranger imóveis, quer seja ele o objeto principal, ou o
acessório.
Gestão de Contratos
Publicação
Uma etapa necessária e, portanto, obrigatória quando se trabalha com os contratos
públicos é a ampla divulgação de todo o ocorrido. É a transparência que todos gostamos
de ver, pois se trata do nosso dinheiro e deve ser revertido em nosso favor.
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Essa ampla divulgação acontece quando o contrato é publicado em jornal oficial ou um
de ampla circulação, no caso de não haver a imprensa oficial no local do contrato.
Como informado no início deste estudo, em virtude da extensão dos assuntos, alguns
foram selecionados e aqui contemplados, remetendo você, a se aprofundar mais em al-
guns assuntos indicados. Neste contexto, recomendamos que você busque conhecimentos
relativos aos Principais Contratos Públicos e suas Características. Citamos a seguir: Contra-
to de Obra Pública; Contrato de Serviço; Contrato de Fornecimento; Contrato de Concessão
e Contrato de Permissão.
Resumo
Aqui verificamos que é mais do que necessário que a redação contratual seja de fácil
compreensão, com o português correto e um documento bem feito.
Gestão de Contratos
Autoavaliação
1. Assinale a frase que está errada diante do que estudamos.
a) A linguagem dos contratos deve ser a mais elevada possível, já que somente os interes-
sados os leem;
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b) Não é necessário um vocabulário pesado, de difícil entendimento;
2. A cláusula que protege a relação proporcional entre custo e lucro, o que é entregue e o
que é recebido, é a cláusula:
a) Exorbitante;
c) Retomada;
4. Qual das alternativas abaixo não está de acordo com o que foi estudado?
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Competência
03
Conhecer os princípios
gerais dos contratos, defeitos na formação e
extinção dos contratos
Conhecer os princípios
gerais dos contratos, defeitos na formação
e extinção dos contratos
Como o próprio nome pode sugerir, o princípio é o ponto de partida, de início. E é exata-
mente assim que eles devem ser considerados e respeitados.
Gestão de Contratos
Vale ressaltar que, então, tudo o que se estuda, pense ou faça no Direito deve ser pen-
sado e feito a partir dos princípios regentes da matéria de que se trata.
b) Princípio da Supremacia do Poder Público: este é o princípio que vai limitar a ação do
princípio que estudamos acima, pois diz que é possível contratarmos o que quisermos,
desde que seja lícito, moral e ordeiro.
Lícito: desejável,
c) Princípio da Obrigatoriedade do Contrato: este princípio protege o contrato e obriga as permitido ou possí-
partes que contrataram. Ele é decorrente de um grande princípio do Direito, o princípio vel no Direito, justo,
válido.
da Segurança Jurídica. Este nos diz que o Direito não pode causar insegurança, muito
pelo contrário! Assim, pensando na desordem que seria a assinatura de mil contratos
sem cumprimento de nenhum, o Direito estabeleceu mais especificamente o princípio
da Obrigatoriedade do Contrato para que o Direito pudesse promover formas de focar o
cumprimento daquilo que foi ajustado, acertado, contratado, mesmo que à força.
Atividade 01
Realize onde preferir, uma pesquisa sobre os Princípios Gerais do Contrato e
socialize com os demais participantes no (AVA).
O elemento mais importante nesta parte do Direito sobre o qual estamos debruçados a
estudar é a VONTADE. A manifestação livre, pura e sem vícios é absolutamente necessária
para que o contrato seja considerado perfeito.
Qualquer inadequação, defeito ou vício nesta vontade, poderá gerar o que chamamos
de Defeitos na Formação dos Contratos, que são, basicamente, dois: nulidade e anulabili-
dade, que estudaremos a seguir.
A nulidade pode se referir a apenas uma cláusula e, caso não contamine as demais com
sua repercussão, bastará retirá-la do contrato e o restante permanecerá sem problemas.
Neste caso, haverá uma costura jurídica entre o Princípio da Autonomia das Partes, do
Pacta sunt Servanda e do Princípio do Prejuízo, que protege os atos recuperáveis, desde
que eles não resultem em prejuízo à parte inocente ou à ordem pública.
Gestão de Contratos
as partes siga bem até o seu encerramento, não é? Esta é a forma mais desejada e espe-
rada para o fim de um contrato com a consequente desvinculação das partes contratantes.
Contudo, ela não é a única.
Na rescisão pela denúncia unilateral, a parte deve ser notificada do ocorrido. A notifica-
ção em Direito sempre se dará em relação a eventos passados, enquanto a intimação se
dá para conhecimento de atos que irão ocorrer no futuro.
Para que seja possível a denunciação, é necessário haver uma cláusula que expressa-
mente preveja esta possibilidade a partir de um evento qualquer, a escolha das partes, que
podemos chamar aqui, numa hipótese, de evento “ABC”.
Então, o contrato que as partes firmaram contempla, desde o início da contratação, que
se ocorresse o evento ABC o contrato poderia ser rescindido unilateralmente pela parte
que se implicou. Logo, quando esse dia chegar, se chegar, caberá a essa parte notificar a
outra da ocorrência da cláusula ABC, que lhe gera a oportunidade de sair do contrato.
E, por fim, temos a rescisão pelo inadimplemento. Cabe, neste momento, reafirmar que,
embora o conceito de inadimplemento esteja muito ligado à falta de pagamento, na verda-
de o conceito é bem maior e engloba: a falta de contrapartida; dinheiro; entrega de coisa;
entrega de documento; deixar de agir de determinada forma; enfim, a inadimplência é bem
mais ampla do que apenas a falta de pagamento de determinada obrigação.
Assim, agora você já deve ter percebido que a rescisão por inadimplemento é bem
maior do que se imaginava no início, não é mesmo? A inadimplência pode ser pela falta de
qualquer prestação ou contraprestação de quaisquer das partes do contrato.
Por fim, querido aluno, gostaria de deixar com você uma distinção bem elegante e sofis-
ticada do Direito, utilizada por aqueles que se dedicam a estudar a teoria dos contratos: a
diferença entre os termos resolução e resilição.
Resumo
Nesta parte estudamos os princípios gerais do contrato e compreendemos que outros
que são princípios gerais do direito, também devem ser respeitados e levados em conside-
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ração em tudo o que se faça.
Estudamos também sobre os defeitos na formação dos contratos e vimos que estes
podem não ter validade no mundo jurídico, o que se chama de nulidade ou anulabilidade.
Concluímos que a manifestação livre, pura e sem vícios é absolutamente necessária para
que o contrato seja considerado perfeito.
a) A manifestação livre, pura e sem vícios é absolutamente necessária para que o contrato
seja considerado perfeito;
c) Somente uma grande inadequação, defeito ou vício nesta vontade, poderá gerar o que
chamamos de defeitos na formação dos contratos;
Gestão de Contratos
a) Existem três grandes princípios regentes do contrato que são:
c) ( ) Na rescisão pela denúncia unilateral, a parte não precisa ser notificada do ocorrido;
d) ( ) A notificação em Direito sempre se dará em relação a atos que irão ocorrer no
futuro, enquanto a intimação se dá para conhecimento de eventos passados.
4. Assinale qual das alternativas abaixo melhor retrata a diferença entre os termos resolu-
ção e resilição.
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Competência
04
Identificar os elementos
do contrato e compreender a importância do
acompanhamento de contratos em geral
Identificar os elementos
do contrato e compreender a importância
do acompanhamento de contratos em geral
Gestão de Contratos
personificando a pessoa jurídica.
Personificar:
Então, tanto a pessoa física, quanto a pessoa jurídica, são tratadas pelo Direito como atribuir dotes e
pessoa. Pessoa e ponto final. Ambas terão que se responsabilizar pelos seus atos, pelos qualidades pesso-
ais a alguma coisa;
seus contratos, ambas poderão comprar e vender bens, e seus bens serão utilizados para tornar igual a uma
quitar suas dívidas, caso venham a existir. pessoa.
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Agora, responda ao seguinte questionamento: quais são os elementos fundamentais
do contrato?
É claro que já conhecemos quem são as pessoas do contrato, que tanto podem ser
pessoas físicas, como podem ser pessoas jurídicas. Mas só isso não basta, não é mesmo?
Para que um contrato seja válido, são necessários 4 elementos fundamentais. São eles:
4) Forma adequada.
Iremos conhecer cada um desses elementos de forma separada, o que vai facilitar mui-
to o nosso entendimento.
A vontade que interessa para o contrato deve ser revelada através de palavras, ações
ou sinais, e isso indicará a intenção da pessoa na hora de contratar.
Se houver qualquer intromissão externa, o Direito vai considerar manchada essa mani-
Gestão de Contratos
festação de vontade e ela não valerá, ou seja, não vai dar nenhum resultado.
O que importa mesmo para o Direito é que essa vontade seja pura, ou seja, que
nada, nem ninguém, esteja influenciando ou pressionando a emissão da vontade,
e mais, que ela seja oferecida sem malícia.
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Quando o Direito exige que a vontade venha sem malícia, ou seja, de boa-fé, quer dizer
que o contrato deve abordar, considerar, apenas aquilo sobre o que ele se refere, sem que
ele seja, na verdade, uma enganação, uma simulação, uma fraude. Ao descobrir essa tra-
paça, o contrato é desconsiderado e as pessoas envolvidas responderão a processos (civil
e criminal) perante o juiz.
Reforço que a existência de uma pessoa para a emissão da vontade é essencial para
que o contrato seja válido. Isso é tão fundamental para o Direito que o negócio poderá ser
considerado como inexistente, se a vontade não tiver sido manifestada por uma pessoa.
E mais, deverá vir da pessoa que deseja contratar, e, relembrando, a pessoa pode ser
física ou jurídica. Neste momento, elas são absolutamente iguais porque ambas tem per-
sonalidade jurídica. Isso é legitimidade, ou seja, a vontade vem diretamente da pessoa que
irá se responsabilizar pelo contrato.
Mas o que o Direito quer dizer quando diz que a pessoa que vai contratar deve ser
capaz?
A pessoa que emite a vontade de contratar deve ser a mesma que irá se respon-
sabilizar pelo contrato (ser legítima) e também deve ser capaz (ter a capacidade
civil plena).
Gestão de Contratos
Atividade 01 53
Responda à seguinte questão no ambiente virtual de aprendizagem (AVA):
Imaginando que Caio receba um telefonema de uma pessoa que se identifi-
cou como Tício, que informou ter em seu poder Mévio, sobrinho de Caio.
A partir dessa informação, Caio, com seus próprios dedos, digitou uma men-
sagem de texto para Tício informando-lhe suas senhas de banco pela internet.
Com as senhas em mãos, Tício transferiu para outra conta todo o valor que
Caio tinha na conta. Caio, logo depois do ocorrido, recebeu a visita de seu
sobrinho Mévio, que nada havia sofrido e sequer sabia do que se passou com
o tio. Tudo foi uma armação de Tício.
Agora, com base no que estudamos, responda: Já que Caio recebeu de Tício,
sem violência, as senhas do banco pela internet, qual é o vício dessa transfe-
rência bancária?
Objeto possível e determinado
Neste ponto, é importante que você permita que novas ideias, novos significados, façam
parte de seu entendimento.
Quando nós pensamos na palavra objeto, vem a nossa mente alguma coisa que possa-
mos pegar, não é verdade? Mas nem sempre o objeto do contrato será uma coisa.
Em todo contrato está presumida a existência de um objeto, que pode ser uma utilidade
física (uma coisa: casa, carro, roupa, viagem) ou uma utilidade não física (serviço, melhora-
mento, beleza). Em quaisquer dos casos, sempre haverá o objeto sobre o qual as pessoas
manifestarão a sua vontade de contratar. Ele é o objeto do contrato.
Então, tudo bem. Sempre existirá um objeto sobre o qual as pessoas manifestarão a
sua vontade de contratar. Mas poderá ser qualquer objeto? Não.
Gestão de Contratos
Seria possível contratar a venda de lotes no céu? Não é possível! Não somos donos do
54 céu e, ainda que fôssemos, ele não foi loteado! Seria possível contratar as gotas de água
do oceano? Não, porque não poderíamos contabilizar as gotinhas!
Forma adequada
O último elemento que vamos estudar é a forma, ou seja, a maneira como a pessoa
vai manifestar a sua vontade sobre o objeto do contrato. Não é feita de qualquer forma ou
de qualquer maneira a manifestação da vontade da pessoa, sobre o objeto, que ela quer
contratar.
Para o Direito, não são todas as formas que valem na hora de contratar. Cada contrato
tem sua maneira de vir ao mundo e, vindo da maneira correta, todos tem aquilo que con-
trataram. Vindo da maneira errada, pode ser que nada aconteça.
E então, gostou de saber mais sobre o mundo dos contratos? Ainda falta caminharmos
um pouco mais, porém, por hora, vamos exercitar o que aprendemos até agora? É pra já!
Quando contratamos, pensamos e planejamos tudo para aquele contrato que estamos
a estudar. Naquele momento, é como um filho único que tem dos pais toda a atenção do
Gestão de Contratos
mundo.
Contudo, após a assinatura, o contrato vem para a sua casa (escritório ou arquivo pú-
bico) e logo deixa de ser único para ser apenas mais um, já que nenhuma pessoa jurídica,
seja pública, seja privada, tem apenas um único contrato para cumprir.
E como podemos ter esse “olho de dono”? Hoje em dia não utilizamos mais arquivos
manuais para esse serviço. Eles se revelaram lentos diante das novas tecnologias. Utili-
zam-se programas de computador para o controle dos contratos.
Muito legal, não é? Mas, sendo requerido isso de você, saiba que é possível algo mais
simples e menos sofisticado com uma tabela de Excel ou algum programa parecido.
Funcionará do mesmo jeito para o caso de uma empresa que ainda tenha poucos con-
tratos para preocupar-se.
Assim, não se trabalha com surpresas, não há perda de prazos, nem aplicação de pe-
nalidades. Claro que o exemplo acima foi simples e menos complexo do que a realidade
poderá se apresentar, mas a solução é a mesma!
Agora uma informação de assustar! Embora a boa gerência dos contratos firmados seja
de primeira necessidade, já que pode render menos despesas e, portanto, maior lucrati-
vidade, mais de 75% das empresas não utilizam metodologia para Gestão dos Contratos!
Trabalhar assim está na contramão do que se espera de uma empresa, já que o seu
maior objetivo é o lucro.
Dicas importantes!
Gestão de Contratos
56 Prefira contratos de curta duração (de 6 meses a 1 ano) ao invés dos contratos de
média duração (3 a 5 anos). Pesquisas tem mostrado que as grandes empresas também
estão seguindo esta tendência.
E, igualmente importante, aprenda com os seus erros e com os alheios! Economiza tem-
po e dinheiro. Reverter o que não foi bem feito, ou o que poderia ter sido melhor, queima
várias etapas no futuro.
Lá tem muita informação útil e necessária para o seu aprofundamento e melhoria dos
estudos.
Resumo
Nesta etapa final do estudo sobre Gestão de Contratos, você identificou os quatro ele-
mentos fundamentais do contrato: manifestação de vontade, livre e sem malícia; pessoa
que emite a vontade, capaz e legítima; objeto possível e determinado e forma adequada.
Ainda pôde ver a grande contribuição da Tecnologia da Informação (TI) para garantir uma
Gestão de Contrato mais eficiente e eficaz. Compreendeu também, que, o desejável é atin-
gir na Gestão de Contratos, uma administração contratual enxuta e racional, que só poderá
ser conquistada com método e disciplina.
Autoavaliação
1. Em qual item abaixo NÃO está descrito um elemento do contrato:
a) Forma adequada;
Gestão de Contratos
b) Objeto impossível e indeterminável;
a) Se estiver sofrendo ameaça, ainda assim o contrato valerá, afinal a outra parte do con-
trato não sabia de nada e não pode sofrer prejuízo;
c) O contrato valerá mesmo que a pessoa esteja sofrendo ameaça, porque na simples
ameaça nada aconteceu ainda;
a) Hoje em dia não utilizamos mais arquivos manuais para esse serviço. Eles se revelaram
lentos diante das novas tecnologias;
b) Continuamos utilizando arquivos manuais, pois garantem mais segurança das informa-
ções e permitem resultados mais qualitativos;
c) Os programas de computadores não permitem uma administração contratual enxuta e
racional;
a) Dar preferência a contratos de curta duração (de 6 meses a 1 ano) ao invés dos contra-
tos de média duração (3 a 5 anos);
b) É ideal que os contratos sejam de longa duração, pois assim, o tempo permitirá melhor
aprendizado e consequentemente mais chances de acertar;
c) É importante, ignorar os erros; eles induzem você a não buscar novas ideias para acertar;
Gestão de Contratos
d) Buscar os erros como lições para acertar, implica em necessidade de muito tempo e
dinheiro.
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Referências
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Institui normas para licitações e contratos
da Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 jun. 1993. Disponível em: < http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm>. Acesso em: 20 jul. 2014.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil: parte
geral. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. v. 1.
Gestão de Contratos
[S.l.]: Malheiros Editores, 2012.
OLIVEIRA, Rafael Eufrásio de. Banco de imagens e ilustrações itb. Natal: ITB, 2014.
Somente il.
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Conheça o autor
Raquel Ferreira de Medeiros
Gestão de Contratos
O Direito despertou o interesse de Raquel desde muito cedo, ainda criança, quando
tentava buscar a conciliação de suas amigas quando um conflito se estabelecia.
Incentivada pelo juiz titular a lecionar internamente para os servidores da Vara, Raquel
sentiu que o magistério falava muito alto em seu coração. Não demorou muito para que
essa apaixonante carreira a abraçasse sem prazo para soltá-la!
Hoje Raquel leciona no ensino superior da iniciativa privada e se prepara para novos
caminhos que certamente virão em breve!