Vous êtes sur la page 1sur 4
0S ASPECTOS POLITICOS DO PLENO EMPREGO ‘A manutensdo do pleno emprego por meio da despesa governa- ‘mental financiada por emprestimos tem sido amplamente diseu- tida nos anos recentes. Essa discussio, porém, coneentra-se nos aspecios puramente econdmicos do problema, sem dar a devida atencio as realidades politicas. E falsa a suposigéo de que um Governo mantera o pleno emprego numa economia capitalista se ele sabe como fazé-lo. Com relagdo a isso é de crucial importin- cia a desconfianga dos grandes empresarios acerca da manuten- ‘sé0 do pleno emprego por meio do gasto governamental, Essa attude foi mostrada claramente na grande depressio dos anos trinta, quando os grandes empresarios se opuseram firmemente as cexperiéncias de aumento do emprego através da despesa gover- ‘namental, em todos 0s paises com excecao da Alemaaha nazista. Essa atitude nao ¢ fécil de explicar. Maior producio e emprego claramente beneficia nio apenas os trabalhadores, mas também (0s empresitios, porque seus lucros erescem. E a politica de pleno emprego baseada na despesa governamental financiada por em- Préstimos néo usurpa os lucros, porque no envolve tributago adicional. Os empresérios, na depresséo, sonham com uma ex- Pansio econdmica: por que, entio, eles nio aceitam com prazer a ‘expansio “sintética” que 0 Governo esté apto a oferecer-Ihes? E esta questio dificil e fascinante que pretendemos tratar neste ar- tigo. 1. Os motivos para a oposicéo dos “lideres industriais" ao pleno ‘emprego obtido por meio da despesa governamental podem ser ‘agrupados em trés categoria: (a) a reprovagio a interferéncia, Dura e simples do Governo no problema do emprego: (b) a repro- vvagio a diregio da despesa governamental (para investimento pi- biico © subsiio ao consumo); (c) a teprovagiin as mudangas so Ciais © politicas resultantes da manutencin do pleno emprego Examinaremos minuciosamente cada uma dessas tres cateporias de objegao a politica de expansio do Governo 2, Trataremos em primeiro lugar da relutancia dos “capities da industria” em aceitar a intervengio do Governo no problema do ‘emprego. Cada alargamento da atividade estatal ¢ encarada com suspeita pelo “mundo dos negécios", mas a criagio de emprego por meio da despesa governamental tem um aspecto especial que torna & oposigao particularmente intensa. Em um sistema de luisse:-faire 0 nivel do emprego depende, em grande parte. do assim chamado estado de confianga. Se este se deteriora. o inves timento privado declina, do que resulta uma queda do produto do emprego (tanto dretamente como através do efeto secundario que a queda das rendas exerce sabre 0 consmo ¢ 0 invest mento). Isso di aos capitalistas um poderoso controle indireto Sobre a politica gavernamental: tudo que possa abalar estado de confianga deve ser cuidadosamente evitado, porque causaria uma crise econémiea. Mas, uma vez que o Governo aprenda 0 truque de aumentar o emprego por meio de suas proprias despesas, esse poderoso mecanismo de controle perde sua eficacia. Dai que os ‘efits orcamentarios necessérios para efetuar a intervencao g0- vernamental passam a ser encarados como perigosos. A funcéo social da doutrina da “finanga sadia”¢ fazer com que 0 nivel de ‘emprego dependa do “estado de confianga 3. A reprovagio dos “lideres do mundo dos negécios” & uma Politica governamental de despesas torna-se ainda mais aguda ‘quando eles consideram os objetos em que o dinheiro seria apl ado: investimento publico e subsidio 40 consumo popula Os principios econdmicos da intervengao governamental reque Fem que 0 investimento publico seja limitado a abjetos que nio ‘concorram com 0 equipamento de capital das negdcios privados: Por exemplo, hospitals, escolas, rodovias ete. Do contrrio, aren tatilidsde do investimenta privado seria enfraquecida ¢ 0 efeito positivo do investimento publico sobre o emprego seria anulado pelo efeito negativo do declinio do investimento privado, Essa ‘concepeio satisfaz muito bem aos homens de negocio. Mas o im- bito do investimento plblico desse tipo €estreito,e hi o perio d {que 0 Governo, prosseguindo nessa politics, possa ser eventu ‘mente tentado a sacionalizar os iransportes ou outros sexvigos de wtitade pblica a fim de ganhar uma nova esfera onde apicar 0 investimenta.(0 Poder ea esperar, portant, que os lideres empresariais « sels ances Fosse mls favors 2 stbsiio 20 consumo popula’ ipor melo de pensées as falas, subsiios para manter Banoo preco dos produtos essencal ete) Jo que ao investimento| publica porque, sibsidiando 0 consume, 0 Governo no estaria Emiareando em nenhum lipo de “empresa. Na pritcs, porém, tase nao € 0 cao, De Tao, © subsilio 80 consumo popular € fruito mais violentamente combatido d0 que 0 investment pi biico, porque olocase agit im principio "mora da mais alta importincia, Os fundamentos da lca capitalista requetem que WYoce ganar seu pio com 0 svor de seu Fosto" —a menos que ‘oct tena meionprivados. “ Conskleramos os motives politicos da opesgio a polica de eriar emprego por meio de gato governamental. Mas mesmo se ssa oposigan fosse superada ~— como poderia acontecer sob pressto popular —. a manengio 60 pleno emprego causara Iudangas socials e politics que dariam Um novo tmpet 3 pos Sin dos lideres empresas. De fat, sob um regime de perma teme pleno emprego. a Jemissdo de empregados deinaria de txcicet ua fungao de media dsciplinar. A posiglo socal do pa trae estaria minada e cresceriam ea ea consciénela th classe rabathadora. As grees por aumentossalariaise melho rrias nas condigGes de trabalho criariam tensio politica. E verdade {que os ucros seviam mais elevados em um regime de pleno em rego Jo ue 0 sio, em média, no laiserfeire: e mesmo 0 cres- Cimento das taxas de sali resltante do mais forte poder de trargonha dos trabalhadores,provavelmente cavsaria menos uma Tedugio dos Iveros do que um aumento de pregos,e assim aeta- Tha adversamente apenas os interesses Fenistas, Mas os lideres Empresas aprecinm mais "scplina nas fabrieas"e “estar Fhe poltica do que os lcros, Seu instino de classe Thes diz due. de sev ponto de vista, um pleno empeego durivel &insano,€ de o desemprezo € uma parte inegrante do sistema capt sworn {Worse au meme em ain po com ue ‘Sy 3Rame tne per ero ata aia der 1, Uma das mais importantes fangdes do fascismo, com tipi ado pelo sistema nist, era ade remover ay objesbes capt tga leo ere Teprovasao politica de despesa governamentl € superada sal ofascismo, peo fato dea miguin estat estar sub o controle direto de uma associagio do grande negocio com os bem sucede dos fascists, E emovide a necesidae do mito da Tnanga su dia, que serva para imped © Govern de sobrepor-se. por meio dos gastos, erie de confang, Numa democtaca hngucm sake como seé'0préximo Governo, No fascism nto hi prsximo Go A Teprovagéo 40 gasto govemamental — em investimeato i bio ou em consumo — € stperadaconcentrandorse em arn ‘mentos a despesa governamental. Por fim. a "cscpina mas fib : ‘em leno empregosio mantias ue varia da supressd dos sndistos ate os ampos de concentragao. A pressio poiica substitu a pessio condmica do desempreno 2.0 fato de qe os armamentos seam a espinha dorsal da po tice de pleno emoreeo fascist tom uma profundainuencia sobre seu carter economic ‘Os armaments em grande escaa so inseparivss da expansio das forgas armas e da preprasio de planos para mt suers de onguista. Ees também indizem o rearmamento competitive de ‘outros pases. 350 faz com que principal objetivo do asto st desl gradualmente do pleno emprego para o maxima cestode rearmameno. A resillante esasse de recursos leva una con teagio do consumo quand comparado com o que podeiahever sob o pleno emoreso O sistema fscsta comegs com a superayio do desempreso sdesenvolve-se em uma “economia de armamento” de escassr.€ inevtaelmente termina em grr, m 1. Qual serio resultado pritico da oposigio 20 “pleno emprego por meio da despesa governamental”. numa democracia capita- lista? Tentaremos responder essa questio com base na andlise dos 7 motivos dessa oposigao. apresentados ma segao 1 deste ensso. Krgumentamos que se pode esperar a oposigao dos “ideres in dusts” em tres planos: (a) oposigdo de principio ao gasto fgovernamental spoizdo num deficit orgamentari; (b) a oposigao a eve aasto ditigido ou ao investimento publico — que pode pref four a inuusio do Estado em novas esferas de atividade econd- nica — ou 40 subsidio a0 consumo popular (c) a oposigao mu hhutencao do pleno emprego € mio apenas & tentativa de evitar profundas e prolongadas depressoes econdmicas. Deve-se reconhecer que € mais um assunto do passado 0 esti io em que os “lideres empresariais" podiam opor-se a qualquer specie de intervengio governamental para aliviar uma depressio. CConcorda-se hoje que seja necessario “fazer alguma coisa na de- pressio": mas 0 conflito continua, primeiro. no que se relere & ‘iregio a ver dada a intervengo governamental na depressao, Segundo, no que concerne o fato de se essa intervengao deveria set usada meramente para aliviar depresses ou para obter per- ‘manente pleno emprego. 2, Nas discusses correntes desses problemas frequentemente surge a concepgio de contrapor-se a depressao por meio do est mulo ao investimento privado. Isso pode ser feito pela reducio tanto da taxa de juro como do imposto de reada, ou pelo subsidio Aireto a0 investimento privado de um modo ou de outro. Nao surpreende que tal esquema seja atraente para os “negocios”. O hhomem de negéeios continua sendo o meio pelo qual a intervengio E efetuada, Se ele nio sentir confianca na situacéo politica, nio ‘era persuadido « investir. E a interveneio aio implica que 0 Go- verno jogue com" investimento (publico) ou “desperdice di heira"” com 0 subsidia ao consumo. Pode-se mostrar, todavia, que o estimulo ao investimento pri ‘ado nao prové um método adequado de evitar 0 desemprego em massa. Existem aqui duas allernativas a serem consideradas: (a) a taxa de juro ou 0 iposto de renda — ou ambos — é fortemente reduzido na depressio e aumentado na prosperidade. Nesse caso, tanto 6 periodo como a amplitude do ciclo econémico serdo dimi- ‘uldos, mas 0 emprego estaré longe de pleno mo apenas na de- Dressio mas mesmo na prosperidade, isto €, 0 desemprego médio Podera ser consideravel, emora suas Mutuagdes sejam menos acentuadas;(b) a taxa de juro ou 0 imposto de renda é reduzido ra depressdo mas na) aumentado na subsequente prosperidade, NNesse caso, a prosperidade durari mais tempo mas devers termi ‘nar em nova depressao: & claro que uma reducao da taxa de juro ‘ou do imposto de renda nio elimina as forgas que causam flutua «Ges ciclicas numa economia capitalista. Na nova depressio seri necessirio reduzir novamente a taxa de juro ov 0 imposto de renda, e assim por diante. Assim, num tempo nio muito remoto, a taxa de juro teria de ser negativae o imposto de renda tera de ser substituido por um subsidio & renda. O mesmo aconteceria se se tentasse manter 0 pleno emprego pelo estimulo ao investimento, privado: a taxa de juro e o imposto de renda teriam de ser cont ruamente reduzidos, Em adigéo a essa fraqueza fundamental de combater 0 desem- prego pelo estimulo ao investimento privado, existe uma dificul ‘dade pritica: ¢ incerta a reagao dos homens de negécio as medi- das acima descritas. Se a depressio & forte, eles podem ter uma visio pessimista do futuro, e a reducéo da taxa de juro ou do mposto de renda pode entio, por um longo periodo, nio exercer ‘qualquer influéncia sobre o investimento e, portaate, sobre 0 nivel de produgao de emprego. 3. Mesmo 0s que advogam 0 estimulo a0 investimento privado para contrapor-se a depressio freqiientemente nio se fam 56 isso, mas consideram que esse estimulo deveria ser associado a0 investimento pibico. Parece, atualmente, que 0s “lderes empre saris” e seus assessores — pelo menos parte deles — tenderiam ‘ aceitar como um pis aller a despesa publica financiada por em- préstimo como um meio de aliviar as depresses. Mas eles ainda parecem opor-sefirmemente tanto i criagio de emprego pelo sub- Sidio a0 consumo como & manutencdo do pleno emprego. Essa situagdo ¢ talvez sintomatica do futuro regime econdmico das democracias capitalistas. Na depressio, ou pela presso po- pular ou mesme sem ela, o investimento plblico financiado por ‘empréstimo seré adotado para evitar o desemprego em larga es- ‘ala. Mas se forem feitas tentativas de aplicar esse método a fim de manter 0 alto nivel de emprego alcangado na subsequente prosperidade, é provavel que havera uma forte oposigo por parte dos “Iideres empresariais”. Como ja foi assinalado, um pleno temprego duradouro nao é absolutamente do gosto deles. Os traba- Thadores estariam “Tora de mio" e os “capities da industria" estariam ansiosos por “ensinar-Ihes uma ligéo". Ademais, 0 au- mento de pregos na fase de prosperidade ¢ desvantajoso para 0s equenos e médios rentstas € 0s tormaria “aborrecidos". 9 [Nessa situasio ¢ provivel a formayao de um poderoso blaco de trandes empresiviose renists. que encontratia mais de um eco- hhomista para declarar que a situagio € claramente enferma, A pressio de todas essas Forgas, ¢ em particular das grandes empre- Sas. muito provavelmente induziria o Governo a retornar & po tice ortodoxa de corte do deficit orcamentario. Seguit-seia uma recessio, na qual a politica governamental de despesa voltaria a seu sentido proprio Esse padrio de “ciclo econdmico politico” no ¢ inteiramente conjectural: alguma coisa de muito parecido aconteceu nos Esta- ‘dos Unidos em 1937-38. A interrupgio da prosperidade na se funda metade de 1937 deveu-se realmente & dréstica reducio do ‘efit orgamentitio, De outro lado, na aguda recessio que se se- fuiu, 0 Governo prontamente reverie & politica de gastos. PARTE IIL

Vous aimerez peut-être aussi