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DE AGENTE PENITENCIÁRIO
SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................3
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................19
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CONCURSO PÚBLICO PARA INGRESSO NO CARGO DE
AGENTE PENITENCIÁRIO
SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS
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CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS
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APRESENTAÇÃO
2. O segundo eixo temático tem como foco os sistemas penitenciários, desde o surgimento,
suas redefinições e a evolução das penitenciárias no mundo, demarcando desde o momento em
que a pena prisional foi estabelecida como fundante nas legislações modernas, até os novos
mecanismos de ressocialização do apenado, com destaque para as penitenciárias brasileiras e o
sistema penitenciário no Ceará.
Por fim, são apresentadas as considerações finais da disciplina, incidindo o olhar para os desafios
do sistema penitenciário brasileiro na contemporaneidade, atentando para algumas indagações, dentre
os quais cabe destacar: o interno e egresso do sistema penitenciário poderiam ajudar no trabalho pessoal
e coletivo de construção de reinserção social? Eis, aí, uma questão fecunda...
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poder de punir como uma função geral da sociedade que é exercida da mesma maneira sobre todos os
seus membros, e na qual cada um deles é igualmente representado. Mas, ao fazer da detenção a pena por
excelência, a legislação introduz processos de dominação característicos de um tipo particular de poder.
Uma justiça que se diz “igual”, um aparelho judiciário que se pretende “autônomo”, mas que é investido
pelas desigualdades das “sujeições disciplinares”, tal é a conjunção do nascimento da prisão, que pode
ser definida como a “pena das sociedades civilizadas”, tendo em vista que as instituições prisionais no
passado destinavam-se unicamente a custódia dos delinquentes enquanto aguardavam a execução da
pena. Na medida em que a sociedade foi evoluindo, evoluiu também a forma de punição das pessoas que
cometiam crimes, passando a ser adotada a pena privativa de liberdade.
1.1 A preexistência da instituição prisional antes de sua utilização nas leis penais.
Segundo historiadores e estudiosos da questão prisional, a forma - prisão é menos recente do que
se diz, especialmente quando se faz datar seu nascimento. A prisão preexiste antes mesmo de sua
utilização sistemática nas leis penais.
Para FOUCAULT (1987, 13ª. Ed.), ela se constituiu fora do aparelho judiciário quando se
formavam, por toda a sociedade, “os processos para repartir os indivíduos, fixá-los e distribuí-los
espacialmente, classificá-los, tirar deles o máximo de tempo, e o máximo de forças, treinar seus corpos,
codificar seu comportamento contínuo, mantê-los numa visibilidade sem lacuna, formar em torno deles
um aparelho completo de observação, registro e notações”... Nesta perspectiva, foi a forma geral de
uma aparelhagem para tornar os indivíduos dóceis e úteis, através de um trabalho preciso sobre seu
corpo, que criou a instituição-prisão, antes que a lei a definisse como pena por excelência. No fim do
século XVIII e princípio do século XIX se dá a passagem a uma penalidade de detenção, como coisa
nova. Mas, na verdade, essa abertura da penalidade a mecanismos de coerção já vinha sendo elaborada
em outros lugares.
Acerca deste aspecto, vale parafrasear com a percepção de Foucault (1987): se, em pouco mais de
um século, o clima de obviedade assumido pela forma-prisão se transformou, no entanto, não
desapareceu. Em verdade, Conhecem-se todos os inconvenientes da prisão, e sabe-se que é perigosa
quando não inútil. E, entretanto, não “vemos” o que pôr em seu lugar. “Ela é a detestável solução, de
que não se pode abrir mão” (1987: p.208), afirma o autor.
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Etimologicamente, o valor da palavra “pena” denota uma punição imposta a alguém como sanção
a uma conduta maléfica. Segundo alguns dicionários da língua portuguesa, “pena” é “aquilo que se faz
sofrer a alguém por um delito cometido; punição, sofrimento, desgraça”1.
Segundo esse conceito, a pena trás consigo uma acepção de retribuição a um delito, Segundo
DONNA “é a sanção aflitiva imposta pelo Estado, mediante ação penal, ao autor de uma infração
penal, como retribuição de seu ato ilícito, consistente na diminuição de um bem jurídico, e cujo fim é
de evitar novos delitos” (2001: p. 02).
Observa-se que a função e a razão de ser da pena encontram- se umbilicalmente vinculadas à
função e à razão de ser do Direito Penal, como instrumento excepcional e subsidiário de controle social,
visando proteger bens considerados essenciais à vida harmônica em sociedade.
É a mesma sociedade que pressupõe igualdade de direitos e respeito ao próximo em sua mais
ampla acepção, fomentando-se o desenvolvimento de cada um dos seres humanos que a integram em
sua plenitude. Sendo mais específico quanto ao conceito de pena, há que se vislumbrar o entendimento
de que: “A pena é a mais importante das consequências jurídicas do delito. Consiste na privação ou
restrição de bens jurídicos, com lastro na lei, imposta pelos órgãos jurisdicionais competentes ao agente
de uma infração penal” (PRADO, 2007: p. 488).
É sabido que a pena privativa de liberdade é recente, e não antiga, como pode parecer. Conforme
citado anteriormente, no passado a prisão era apenas um local para a manutenção da custódia dos
delinquentes, que esperavam naquele local para que fosse executada sua pena (geralmente, de morte).
Os locais, então, possuíam características que lhe dessem condições de servirem à finalidade única do
recolhimento. Era, portanto, uma maneira de se evitarem as fugas. Algo semelhante com a prisão
preventiva ou a prisão cautelar da legislação atual.
Historicamente diz-se, que, apesar de ter contribuído decisivamente para eliminar as penas
aflitivas, os castigos corporais e as mutilações realizadas no passado como forma de punição criminal,
não tem a pena de prisão correspondido às esperanças de cumprimento com as finalidades de
recuperação do praticante do delito, sendo de difícil realização a ressocialização do condenado em um
ambiente com tantas deficiências, como, a superpopulação, os atentados sexuais, a falta de ensino e de
profissionalização e a carência de funcionários especializados.
Existem diversas teorias acerca da finalidade das penas. Sobre o assunto descreve Luís Regis
Prado:
O moderno Direito Penal acolhe, como consequências jurídico-penais do delito, as penas e as
medidas de segurança; como consequências extrapenais – alheias, portanto, à culpabilidade ou à
periculosidade do agente –, tem-se os efeitos da condenação, a responsabilidade civil (material
ou moral) derivada da prática delitiva e a reparação do dano pelo agente.
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Assim, a pena pode ser uma retribuição, ou seja, uma compensação do mal causado pelo crime.
É decorrente de uma exigência de justiça, seja como compensação da culpabilidade, punição pela
transgressão do direito, ou seja, como expiação do cliente.
Apesar de ainda conter, a pena, um caráter retributivo – de compensação do mal causado, tomou
esta, o sentido de sanção legal. A ideia de retribuição pelo delito cometido só passou a ser nitidamente
superado no séc. XVIII, a partir de 1764, com o autor Cesare Beccaria, em seu livro “Dos delitos e das
penas”, e mesmo que algumas de suas posições já estivessem sido empregadas por Grócio e
Montesquieu, este autor contribuiu em grande monta para a reforma do Direito Penal e consequente
humanização das penas e prisões, em combate à crueldade que imperava como forma punitiva. Tal
perspectiva humanizadora resultará no novo entendimento de Defesa Social de Marc Ancel, que faz
surgir a teoria ressocializadora.
dominação, característicos de um tipo particular de poder. (Idem, 1987: 207). Nesta perspectiva, a
obviedade da prisão se fundamenta em seu papel, suposto ou exigido, de “aparelho para tornar indivíduos
dóceis”, um “quartel um pouco estrito”; “uma escola sem indulgência”; “uma oficina sombria”. Assim,
o trabalho penal é pensado como um mecanismo de adequação, no sentido de transformar o sujeito
rebelde, transgressor, irrefletido em uma peça que desempenha seu papel com perfeita regularidade na
sociedade capitalista. Nesta compreensão, sustenta Foucault: é uma forma de fabricação de indivíduos-
máquinas, mas também de proletários; efetivamente, quando o homem possui apenas ‘os braços como
bens’ e só poderá viver do produto de seu trabalho, pelo exercício de uma profissão, ou do produto do
trabalho alheio, pelo ofício do roubo. (1987: 216).
Com base nas formulações acima, pode-se concluir que a prisão, apesar de ter galgado alguns
avanços em sua forma de atendimento, ainda enfrenta, nos dias atuais, muitos desafios, no sentido de
não ter conseguido alcançar, de fato, uma de suas múltiplas funções sociais, qual seja: a de reinserir o
detento no convívio social de forma plena e participativa. Em verdade, a instituição prisional vem se
definindo, historicamente, muito mais como lugar de punição, unidade ou blocos de cela, onde são
desenvolvidas atividades que visam (re) socializar o público interno, no sentido de devolver a eles
hábitos de socialidade, numa tentativa de adequá-los ao convívio social.
Para melhor caracterizar este entendimento, tomo emprestado de Zygmunt Bauman (2005), a
“metáfora da reciclagem”. Nesta metáfora, os espaços prisionais, são definidos como armazéns de refugo
humano, depósitos de vidas desperdiçadas. As prisões, como tantas outras instituições sociais, passaram
da tarefa de reciclagem para a de depósito de lixo. Foram realocadas para a linha de frente a fim de
resolver a crise que atingiu a indústria da remoção do lixo humano (Idem, 2005:108).
Nesta linha de raciocínio, Bauman sustenta que as mudanças vivenciadas no tempo presente,
foram nefastas ao convívio social, no sentido de formar uma sociedade produtora de “refugo humano”,
de seres sobrantes. Assim, enquanto a produção de excluídos prossegue atingindo novos índices, o
planeta passa a necessitar cada vez mais de locais de despejo e de ferramentas para a reciclagem do “lixo
humano”. Daí, talvez, o crescimento das instituições prisionais e internatos na contemporaneidade,
respaldado pelo entendimento de que é preciso construir novas prisões, aumentar o número de delitos
puníveis com a perda da liberdade, instituindo uma política de “tolerância zero” e o estabelecimento
de sentenças mais duras e mais longas podem ser medidas mais bem compreendidas como esforços para
reconstruir a deficiente e vacilante indústria de remoção do lixo – sobre uma nova base, mais antenada
com as novas condições do mundo globalizado.(BAUMAN, 2005: 109).
Inspirada nessa multiplicidade de enfoques sobre instituições prisionais fui construindo um jeito
novo de pensar as instituições de reclusão, circunscrevendo-as não apenas como “instituição total”,
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definida como uma forma de castigo, desde os primeiros anos do século XIX, nem apenas como um
“mecanismo de poder”, ligado ao próprio funcionamento da sociedade capitalista, cujo espaço possui
uma função específica, qual seja: a remontagem” de “peças” danificadas, “depósito de vidas
desperdiçadas”, para os quais já não há mais uso na lógica do sistema capitalista.
Conforme mencionado anteriormente, FOUCAULT deixa claro, ao escrever sobre o caráter de
obviedade que a privação de liberdade, como uma forma de castigo assumiu historicamente, desde o
início do século XIX, em sua origem. Em verdade, desde a origem das prisões, mais de um século se
passou. Todavia, ainda justificamos na atualidade, frases e classificações, como: “desviante”, “bandido”,
“pária”, “marginal”, outsiders, enfim. Nesta análise, vale afirmar que, talvez, as modificações no sistema
econômico, na dimensão política e na cultura não redimensionaram a ideia de que o “bandido” deve ser
atacado, isolado, banido ou exterminado da sociedade.
Sobre este aspecto cabe refletir o seguinte: se a tarefa de “reinserção social” parece fracassar ao
longo desses anos, então, estamos diante de uma cruel realidade, onde as chances de lidar com indivíduos
classificados de “delinqüentes”, “loucos”, “marginais”, “sobrantes” ou “minoritários” seria,
objetivamente, acelerando seu processo de decomposição? Ou seja, isolando-os, alienando-os, matando-
os?
Em uma recente entrevista da titular da Secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do
Estado da Bahia, em Salvador, Marilia Muricy, dada ao Jornal A Tarde (17/02/2007), a mesma salientou
que:
No atual cenário de desemprego e desagregação familiar, é inconveniente separar o preso,
levando-o para um ambiente em que ele perde a conexão com a família e o meio social, porque
ele vai criar vínculos afetivos com a população carcerária. É preciso dá trabalho para eles, digno,
remunerado, que garanta inclusive sua saída direta para o mercado de trabalho. No Brasil, esse
tipo de ação ou é inexistente ou, quando ocorre, dificilmente está programada para preparar a
reinserção social do preso. Para que isso se efetive, é preciso, obviamente, que se tenha uma
política carcerária que garanta a dignidade do preso em todos os sentidos, desde a pratica de
atividade física e esportiva até o acesso ao estudo e o mercado de trabalho. Como possibilidade
de solução destes problemas a Secretária propõe um trabalho em rede, ou seja, uma parceria com
a sociedade, através de dialogo, conscientizando-a que segregar o preso e o lançar, à Casa dos
Mortos, referindo-se a Dostoiewsky (1967), onde em sua obra “Recordação da Casa dos
Mortos”, defende que o regime de prisão oferece resultados falsos, aparentes, esgotando a
capacidade humana, ao utilizar da figura do detento remido como modelo de que o sistema é
eficiente. Na verdade, diz a Secretária, usando uma expressão de Graciliano Ramos: “prisão não
é bom para ninguém”. E continua: “É preciso criar a consciência social de que o respeito à
dignidade do preso e a preparação para o retorno à sociedade é de interesse de todos. Não se trata
apenas de praticar um gesto humanitário – o que, por si só, já seria um treinamento importante,
porque a questão ética não pode ser esquecida. Mas, do ponto de vista pragmático, a sociedade
está trabalhando contra si mesma quando joga o preso no presídio e o abandona”. (2007). Diante
disso, é preciso que a sociedade se conscientize de que o crime está dentro dela, como parte
integrante de sua teia, portanto, é necessário envolvimento de todos na busca de soluções para
os conflitos sociais. O homem ao ser sentenciado e preso, após sair do cárcere não irá para outro
planeta, retornará para esta mesma sociedade, que agora o rejeitará ainda mais. Ele leva agora
uma marca, um estigma, como diz Goffman. Comenta ainda a Secretária: “Existe algo que agrava
ainda mais estas questões, ou seja, o fato de possuírem um cunho cultural e, também, estão
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forem substituídas pelas Manuelinas, o primeiro Código Penal foi o Livro V das Ordenações do Rei
Filipe II. De fato, as Ordenações Filipinas foram o primeiro estatuto no Brasil, pois as anteriores tiveram
muito pouca aplicação no País, devido às condições próprias da terra e da população. As Ordenações
Filipinas refletiam o direito penal daqueles tempos. Havia a pena de morte, a qual comportava várias
modalidades: morte na forca; a precedida de torturas; a morte para sempre, em que o corpo do condenado
ficava suspenso, até a putrefação; a morte pelo fogo; açoites; degredo para a África e outros lugares,
mutilação de mãos, da língua, etc. Quanto ao crime em si, era este confundido com o pecado.
Para o julgamento, entretanto, havia a desigualdade de classe social, aplicando o juiz a pena
segundo a gravidade do caso e a qualidade da pessoa: os nobres, em regra eram punidos com multa; aos
de classe inferior, os castigos eram mais pesados e humilhantes. A prisão, como na Europa, era apenas
estabelecimento de custódia. Após a Proclamação da Independência, a Lei de 20 de outubro de 1823,
manda que continuem a serem observadas as Ordenações. Tal observação continua em vigência até 1830,
quando foi sancionado por D. Pedro I o novo Código, projeto de Bernardo Pereira de Vasconcelos. Esse
Código possui forma de compreensão liberal, inspirando-se no Código francês de 1810 e no Napolitano,
de 1819, não se submetendo, entretanto, a nenhum deles. Foi um Código original, pela primeira vez
contemplando os motivos do crime, o que só meio século após seria tentado na Holanda e em outros
países; fatores atenuantes da menoridade, o que era desconhecida nas legislações francesa e napolitana;
indenização do dano ex delicio como instituto direito público, etc. Apesar de qualidades, apresentava
defeitos, como por exemplo, não definira a culpa, aludindo apenas ao dolo; homicídio e lesões corporais
por culpa, omissão que veio a ser suprida mais tarde.
Em virtude da abolição da escravatura, houve a necessidade de reforma na legislação penal. No
último ano da república, foi incumbido de elaborar um projeto de reforma penal o Conselheiro João
Batista Pereira. O novo Código Penal foi aprovado pelo Decreto n. 847, de 11 de outubro de 1890. Tal
Código foi muito criticado. Era fundamentalmente clássico. Tentou suprir lacunas que o antecessor
apresentava. Aboliu a pena de morte e outras, substituindo por penas mais brandas e criou o regime
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penitenciário de caráter correcional. Neste momento a instituição prisional já é lugar para execução e
aplicação da pena.
2. OS SISTEMAS PENITENCIÁRIOS.
Segundo FOUCAULT (1987, 13ª. Ed.), a forma geral de uma aparelhagem para tomar indivíduos
dóceis e úteis, por meio de um trabalho preciso sobre o corpo, criou a instituição prisão antes que a lei a
definisse como pena. A aplicação da pena de prisão, como sanção autônoma demorou muito a surgir na
história do direito penal, prevalecendo até então, com raras exceções, sua imposição como fase
preliminar das penas corporais, principalmente a de morte.
2.2 A evolução das penitenciárias no mundo: a prisão como pena fundamental nas legislações
modernas e os novos mecanismos de ressocialização do apenado.
Historicamente, a emergência das prisões, desde o surgimento até fins do século XVIII era
utilizada como contenção e guarda dos réus, até o momento de serem julgados ou executados . Outrora,
3
o aprisionamento só era usado para evitar a fuga dos réus. Não passava, pois, de medida processual,
equivalente à atual prisão preventiva. Penas, propriamente ditas, eram a morte, os tremendos castigos
corporais, o exílio, os trabalhos forçados . Na Idade Média também não era considerada como pena em
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si mesma, sendo apenas um preparatório da pena propriamente dita e preparada nos moldes aceitáveis
pela sociedade da época. Segundo Foucault em seu livro Vigiar e Punir: história da violência nas prisões
(1987, 13ª. Ed.): história da violência nas prisões, constituía um verdadeiro festival de punições
destinadas a infligir aos condenados o máximo de dor possível por meio dos suplícios mais variados.
John Howard e Cesare Beccaria bradaram contra a vergonha das prisões, procuraram definir a
pena como uma utilidade, de maneira que o encarceramento só se justificaria se produzisse algum
benefício ao apenado e não apenas a retribuição de uma mal por outro mal .5
Entretanto, após inúmeras transformações, a prisão começou a dar mostras de sua fragilidade.
Mesmo tendo passado por longo processo de humanização, entrou em acintosa falência nos termos das
medidas retributivas e preventivas, demonstrando o descrédito na forma quase que exclusiva de controle
social formalizado. Segundo lição de Cláudio Heleno Fragoso ficou demonstrado o efeito devastador do
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Mesmo apresentando como sua proposta oficial de finalidade a punição retributiva pelo mal
causado pelo criminoso, a prevenção da pratica de novos delitos por meio da intimidação do próprio
delinquente e dos demais integrantes da sociedade e inclusive a ressocialização, a pena privativa de
liberdade atende com êxito não mais que a primeira delas. Mais que retirar o indivíduo delinquente do
convívio social, ela visa também sua punição, por meio de sofrimentos físicos e psicológicos, além de
privações.
Obviamente há aqueles infratores que para a proteção da sociedade e a impossibilidade de sua
reinserção no meio social tornam necessário seu isolamento, mas não perfazem a maioria dos que hoje
se encontram nas penitenciárias.
E, mesmo como forma de punição para crimes hediondos, o simples encarceramento também
sofre grandes críticas: acostuma o preso ao sistema da cadeia, às suas leis e regulamentos internos, que
não são os vigentes no mundo aqui fora. Daí que continuam, mesmo após longos anos de prisão
inabilitados para a convivência em sociedade.
A despeito de todas as suas falhas, a prisão ainda é utilizada largamente como pena básica e
fundamental nas modernas legislações. Todavia, como fruto de uma revolução do Direito Penal
moderno, em contrapartida ao aumento do número de estabelecimentos prisionais hoje existentes, há a
proliferação de mecanismos de ressocialização que visam manter a sociedade unificada, como as penas
e medidas alternativas, seguindo a tendência das novas leis penais.
O motivo da existência desses novos mecanismos seria tratar o problema referente ao trabalho
prisional, ou seja: de como os presos deveriam ser reinseridos ao convívio social. Recomenda-se que as
penas privativas de liberdade limitem-se às condenações de longa duração e àqueles condenados
efetivamente perigosos e de difícil reinserção social. Não mais se justificam as expectativas da sanção
criminal. Caminha-se, portanto, em busca de alternativas para a privativa de liberdade.
Assim, fica claro que, em posição contrária a impunidade, mas causadora de semelhante mal, é a
rigidez excessiva nas punições por parte do Estado. Melhor seria, segundo Foucault, que a prisão não
fosse vista como uma instituição inerte, tendo em vista que volta e meia ela teria sido sacudida por
movimentos de reforma . Sobre este aspecto, conclui o autor:
7
A prisão, essa região mais sombria do aparelho de justiça, é o local onde o poder de
punir, que não ousa mais se exercer com o rosto descoberto, organiza silenciosamente
um campo de objetividade em que o castigo poderá funcionar em plena luz como
terapêutica e a sentença se inscrever entre os discursos do saber. (1987, 13ª. Ed.: p.227).
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2.4 O sistema penitenciário no Ceará: dados e estatísticas.
2.4 O sistema penitenciário
No Ceará, no Ceará:
segundo dados dados e estatísticas.
do Departamento Penitenciário Nacional – DEPEN, já é possível
No Ceará, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional
observar avanços em relação ao atendimento prisional. O Estado vem – DEPEN,
investindo já énapossível
esforços tentativa
observar
de avanços em
compreender relação ao do
a realidade atendimento
sistema prisional.
de formaOespecífica,
Estado vemrefletindo
investindo acerca
esforçosdona contexto
tentativa e
de compreenderregionais,
especificidades a realidade do sistema
juntamente depoderes
com os forma locais
específica,
e comrefletindo
a sociedadeacerca do busca
civil em contexto e
de uma
especificidades
nova regionais, da
cultura de aplicação juntamente com
lei penal no os poderes
país. locais
O objetivo e com a asociedade
é continuar contribuircivil
paraem busca de uma
o desenvolvimento
nova cultura de aplicação da lei penal no país. O objetivo é continuar a contribuir para o desenvolvimento
de estratégias para o enfrentamento dos problemas do sistema penitenciário brasileiro, com a adoção de
de estratégias para o enfrentamento dos problemas do sistema penitenciário brasileiro, com a adoção de
novas diretrizes para a política criminal e promoção de uma recomposição institucional dos órgãos da
novas diretrizes para a política criminal e promoção de uma recomposição institucional dos órgãos da
execução penal, tudo visando estimular efetivo cumprimento do princípio da intervenção mínima
execução penal, tudo visando estimular efetivo cumprimento do princípio da intervenção mínima
previsto no artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal e a melhoria do tratamento penitenciário.
previsto no artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal e a melhoria do tratamento penitenciário.
Para efeito de conhecimento, seguem os dados estatísticos acerca da população prisional do Ceará
Para efeito de conhecimento, seguem os dados estatísticos acerca da população prisional do Ceará
ano 2018.
ano 2018.
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IPF 374 374 201 798 14 0 1.013 639 170,9 % sem reforma
reforma nas
vivências, escola,
IPFHVA 525 525 421 21 141 0 583 58 11,0 %
oficinas,
alojamentos, ...
reforma na
IPPOO II 492 492 396 499 184 0 1.079 587 119,3 % muralha e estação
de tratamento
IRMA
140 140 60 82 11 0 153 13 9,3 % sem reforma
IMELDA
PIRC 549 549 329 380 0 0 709 160 29,1 % sem reforma
PIRS 500 500 429 147 0 0 576 76 15,2 % sem reforma
COMPLEXOS HOSPITALARES
TOTAL DE
CAPAC VAGAS FECHA PROVIS SEMIABER ABERT INTERNOS
UNIDADES TOTAL EXCEDENTES NAS
. ATIVAS DO ÓRIO TO O
GRANDES
UNIDADES:
HGSPPOL 33 33 9 28 1 0 38 5 15,2 %
IPGSG 120 120 38 70 0 0 108 -12 -10,0 % 15.518
TOTAL 153 153 47 98 1 0 146 -7 -4,6 %
#DIV/0
!
CAPACIDAD
E
COLONIAS AGRÍCOLAS PROJETADA
NAS
GRANDES
UNIDADES:
VAGAS
CAPA FECHA PROVI SEMIABE ABERT
UNIDADES ATIVA TOTAL EXCEDENTES
C. DO SÓRIO RTO O
S
CAPJAEM 40 40 0 0 8 4 12 -28 -70,0 % 9.168
EXCEDENTE
TOTAL 40 40 0 0 8 4 12 -28 -70,0 % EM
PERCENTUAL
69,3%
CADEIAS PÚBLICAS
VAGAS
CAPA FECHA PROVI SEMIABE ABERT
UNIDADES ATIVA TOTAL EXCEDENTES TOTAL DE
C. DO SÓRIO RTO O
S INTERNOS NO
INTERIOR
MASCULIN (CP´s ):
3.368 3.593 2.012 4.198 1.559 657 8.426 5.058 140,8 %
O
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ALB.
CAPA FECHA PROVI SEMIABE ABERT
FORTALEZ VG AT. TOTAL
C. DO SÓRIO RTO O
A
MASCULIN
0 0 0 0 16 3.120 3.136 EXCEDENTE:
O
FEMININO 0 0 0 0 10 181 191 5.227
ALB. CAPA FECHA PROVI SEMIABE ABERT
VG AT. TOTAL
ITAPIPOCA C. DO SÓRIO RTO O
MASCULIN
90 90 0 0 75 42 117
O
FEMININO 0 0 0 0 5 6 11
ALB. CAPA FECHA PROVI SEMIABE ABERT
VG AT. TOTAL
SOBRAL C. DO SÓRIO RTO O EXCEDENTE
EM
MASCULIN PERCENTUAL
48 48 0 0 396 63 459
O
FEMININO 12 12 0 0 27 5 32
ALB. TURURU
CAPA FECHA PROVI SEMIABE ABERT
VG AT. TOTAL
(EXTINTA)
C. DO SÓRIO RTO O
MASCULIN
0 - 0 0 0 0 0 144,2%
O
FEMININO 0 - 0 0 0 0 0
TOTAL 150 150 0 0 727 3.417 4.144
TOTAL
VAGAS
TOTAL POR REGIME
ATIVAS
(LOTAÇÃO):
16
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AGENTE PENITENCIÁRIO
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CONCURSO
CONCURSOPÚBLICO
PÚBLICOPARA
PARAINGRESSO
INGRESSONONOCARGO
CARGODEDE
CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS
AGENTE PENITENCIÁRIO
AGENTE PENITENCIÁRIO
SECRETARIA
SECRETARIADA
DAJUSTIÇA
JUSTIÇAEECIDADANIA
CIDADANIA– SEJUS
– SEJUS
CURSO
CURSODE
DEFORMAÇÃO
FORMAÇÃOPARA
PARAAGENTES
AGENTESPENITENCIÁRIOS
PENITENCIÁRIOS
REGIMES
REGIMES MASCULINOS
MASCULINOS FEMININOS
FEMININOS TOTAL
TOTAL 13.262
13.262
*POPULAÇÃO
*POPULAÇÃO
FECHADOS
FECHADOS 6.546
6.546 302
302 6.848
6.848 CARC.
CARC.
GERAL:
GERAL:
PROVISÓRI
PROVISÓRI 13.363
13.363 1.055
1.055 14.418
14.418 28.672
28.672
OS
OS
SEMIABER **POP. CARC.
SEMIABER 3.193 121 3.314 **POP. CARC.
TOS 3.193 121 3.314 (EXCETO:
TOS (EXCETO:
IPPOO I E
IPPOO I E
ABERTOS 3.886 206 4.092 CASA ALB.
ABERTOS 3.886 206 4.092 CASA ALB.
FORTALEZA):
FORTALEZA):
TOTAL 26.988 1.684 28.672 25.147
TOTAL 26.988 1.684 28.672 25.147
Afirmo com toda convicção que não. Daí a importância do trabalho em rede, a qual visualiza detentos e
egressos do sistema penitenciário como supostos parceiros, capazes de somar esforços e abrir
possibilidades de trabalho, estudos, formação, oportunidades a serem ofertadas na confirmação desse
contrato de não violência e no empenho em se tornarem agentes de educação para a não violência dentro
do espaço prisional, na família e na sua comunidade.
No entanto, ainda são raros os sujeitos e movimentos que se abrem para acolher o egresso como
um apoiador direto, mesmo na condição de pessoa livre, nos casos de liberdade condicional. Parece-nos
que, de alguma forma, é fechada à inserção de egressos nessa luta. Quando participam são público alvo.
Recebem atendimentos, atenção, apoio, informação útil, mas pouco participam desse processo. Na
maioria das vezes, não se sentem convocados a participar desse trabalho, onde eles têm muito a aprender
como a ensinar. Por fim, cabe ainda questionar: Será que não facilitamos ou mesmo abrimos o acesso a
se identificarem com estas causas de luta? Eis aí um desafio a ser colocado na agenda política do tempo
presente.
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CURSO DE FORMAÇÃO PARA AGENTES PENITENCIÁRIOS
AGENTE PENITENCIÁRIO
SECRETARIA DA JUSTIÇA E CIDADANIA – SEJUS
BIBLIOGRAFIA
BAUMAN, Zigmunt. Vidas desperdiçadas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005.
BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. 32. Ed. compacta. São Paulo: Lisa, 2006.
CHRISTINO, Laços de Sangue - A História Secreta do PCC, Claudio Tognolli, Marcio Sergio, Editora:
Matrix, Edição: 01, São Paulo, p. 248.
DA SILVA, Alexandre Calixto. Sistemas e regimes penitenciários no direito penal brasileiro: uma
síntese histórica/jurídica. Dissertação de mestrado em direito, Universidade Estadual de Maringá –
UEM, Maringá, 2009.
DONNA, Edgard Alberto. Teoría Del Delito y de La Pena. Fundamentación de lãs sanciones penales y
de La culpabilidad. 2. ed. Buenos Aires: Editorial Astrea, 2001.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. História da violência nas prisões. 28. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
p. 30-32.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 13ª. Ed., Trad. de Lígia Pondé Vassalo.
Petrópolis: Vozes, 1987.
FOUCAULT. Michel. Microfísica do Poder. Edições Graal, Rio de Janeito: 1979.
FRAGOSO, Cláudio Heleno. Direito Penal e Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense, 1977.
GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 4. ed. São Paulo: Max Limonade, 1975, p. 53.
GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 4ª. Ed. São Paulo: Max Limonade, 1975
GOFFMAN, Erving. Manicômios, conventos e prisões. 7ª. Ed. São Paulo: Editora Perspectiva S.A,
2001.
Lições de Direito Penal: A nova parte geral. 11ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1987.
MAIA, Clarisse Nunes; DE SÁ, Flavio; COSTA, Marcos; BRETAS, Marcos Luiz (orgs.). A história das
prisões no Brasil. Vols. I e II. Rio de janeiro: Editora Rocco, 2009.
OLIVEIRA, Edmundo. Futuro Alternativo das Prisões. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
PRADO. Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. 8. ed. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2008.
Vide BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. 32. Ed. compacta. São Paulo: Lisa, 2006,
p. 743
Vide BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. 32. Ed. compacta. São Paulo: Lisa, 2006,
p. 743.
Vide FRAGOSO, Cláudio Heleno, op. cit., p. 278.
Vide FRAGOSO, Cláudio Heleno. Lições de Direito..., op. cit., p. 59.
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CONCURSO
CURSO DE PÚBLICO
FORMAÇÃOPARA INGRESSO
PARA AGENTESNO CARGO DE
PENITENCIÁRIOS
AGENTE PENITENCIÁRIO
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 3
5. VALORES ........................................................................................................................................... 7
6. ATRIBUIÇÕES................................................................................................................................... 7
6.1 DA DIREÇÃO SUPERIOR - DO SECRETÁRIO DA JUSTIÇA E CIDADANIA ..................... 7
2
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CONCURSO
CURSO DE PÚBLICO
FORMAÇÃOPARA INGRESSO
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APRESENTAÇÃO
Secretaria do
Governo e Polícia
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CONCURSO
CURSO DE PÚBLICO
FORMAÇÃOPARA INGRESSO
PARA AGENTESNO CARGO DE
PENITENCIÁRIOS
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2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Secretário(a) da
Justiça e Cidadania
Secretário(a)
Executivo
Orgãos de
Assessoramento
Jurídica
Orgãos de Execução Orgãos de Execução
Programatica Instrumental
Desenvolvimento
Institucional
Coordenadoria de
Coordenadoria Coordenadoria de
Coordenadoria da Coordenadoria de Escola de Gestão Inclusão social do
Especial do Sistema Gestão de Pessoas
Cidadania Inteligência Penitenciária Preso e do
Prisional
Egresso
Coordenadoria
Núcleo de Segurança Administrativa
e Disciplina Finaceira
Coordenadoria de
Núcleo da Casa do Tecnologia da
Albergado Informação e
Comunicação
Núcleo de Custódia
Unidades Prisionais
4
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CONCURSO PÚBLICO PARA
CURSO DE FORMAÇÃO PARAINGRESSO NO CARGO DE
AGENTES PENITENCIÁRIOS
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Regional de Orientação
Unidade Prisional Irmã Jaguaribana
Imelda Lima Pontes
Cadeias Públicas da Região
Jaguaribana
Unidade Prisional
Professor José Sobreira de
amorim Regional de Orientação
do Inhamuns
5
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CONCURSO
CURSO DE PÚBLICO
FORMAÇÃOPARA INGRESSO
PARA AGENTESNO CARGO DE
PENITENCIÁRIOS
AGENTE PENITENCIÁRIO
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Promover o pleno exercício da cidadania e a defesa dos direitos inalienáveis da pessoa humana,
através da ação integrada entre o Governo Estadual e a sociedade, competindo-lhe zelar pelo livre
exercício dos poderes constituídos;
Desenvolver estudos e propor medidas referentes aos direitos civis, políticos, sociais e econômicos,
as liberdades públicas e à promoção da igualdade de direitos e oportunidades;
Atuar em parceria com as instituições que defendem os direitos humanos; cooperação e integração
das políticas públicas setoriais que garantam plena cidadania às vítimas ou testemunhas
ameaçadas;
4. MISSÃO INSTITUCIONAL
Conforme o Art. 2º do Decreto nº 27.385, de 02 de março de 2004, a Secretaria da Justiça e
Cidadania tem como missão:
Promover o pleno exercício da cidadania e a defesa dos direitos inalienáveis da
pessoa humana, através da ação integrada entre o Governo Estadual e a
sociedade.
6
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5. VALORES
O art. 3º definiu os valores da Secretaria da Justiça e Cidadania:
I. a justiça;
II. a cidadania;
III. a ordem e o direito;
IV. o respeito à dignidade humana;
V. o comprometimento com a missão funcional e institucional.
6. ATRIBUIÇÕES
XVI. Referendar atos, contratos ou convênios, em que a Sejus seja parte, ou firmá-los, quando tiver
atribuição a si delegada pelo Governador do Estado;
XVII. Promover reuniões periódicas de coordenação entre os diferentes escalões hierárquicos da
Sejus;
XVIII. Atender requisições e pedidos de informações do Poder Judiciário, ouvindo previamente a
Procuradoria-Geral do Estado (PGE), e do Poder Legislativo;
XIX. Instaurar sindicâncias e determinar a abertura de processo administrativo-disciplinar contra
servidores públicos faltosos, aplicando as penalidades de sua competência;
XX. Designar servidores para compor Comissões e Grupos de Trabalho com a finalidade específica
de atender as questões relacionadas à gestão administrativa;
XXI. Desempenhar outras tarefas que lhe forem determinadas pelo Governador do Estado, nos
limites de sua competência constitucional e legal.
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VIII - Concorrer para a melhoria de métodos, das técnicas e dos processos administrativos aplicáveis à
formação, capacitação e integração de recursos humanos, com vistas ao aperfeiçoamento continuado
dos colaboradores do Sistema Penitenciário;
IX - Desenvolver formas de cooperação e intercâmbio cultural e educativo, em nível local, nacional e
internacional, com o objetivo de enriquecer as atividades pedagógicas da instituição;
X - Pesquisar, promover, preservar e divulgar informações inerentes à memória do Sistema
Penitenciário;
XI - Elaborar projetos de desenvolvimento e capacitação e outras atividades de educação e
qualificação, definindo programas, objetivos e metodologias de ensino, recursos didáticos, sistemas de
acompanhamento, avaliação e pré-requisitos de participação;
XII - Efetuar a análise dos resultados dos projetos e programas realizados;
XIII - Exercer outras atividades correlatas.
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PENITENCIÁRIAS 04
PRESÍDIOS 08
HOSPITAIS 02
COLÔNIAS 01
*CASA DO ALBERGADO 03
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O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ, no uso das atribuições que lhe confere o art. 88,
incisos IV e VI, da Constituição Estadual; CONSIDERANDO o disposto no Decreto n°32.127, de 12
de janeiro de 2017; CONSIDERANDO, finalmente, que se dispõe o Decreto nº 21.325, de 15 de
março de 1991, quanto à indispensável transparência dos atos do governo, DECRETA:
II - GERÊNCIA SUPERIOR
• Secretaria Executiva
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7. Coordenadoria de Inteligência
8. Escola de Gestão Penitenciaria e Formação para a Ressocialização
8.1. Célula Pedagógica
8.1.1. Núcleo de Ensino
8.1.2.Núcleo de Pesquisa e Memória
8.1.3.Núcleo de Apoio e Logística
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VI - ÓRGÃOS COLEGIADOS
• Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos
• Comitê Estadual de Combate e Prevenção à Tortura no Ceará
• Comitê Estadual Interinstitucional de Enfretamento ao Tráfico de Pessoas
• Conselho Gestor do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte
• Conselho Penitenciário do Estado do Ceará
• Coordenação Estadual do Programa Estadual de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos
• Conselho Deliberativo do Programa de Proteção à Vítimas e à Testemunhas Ameaçadas no Estado do
Ceará
• Conselho Gestor do Fundo Penitenciário do Estado do Ceará
Art. 3º Os cargos da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) são os constantes do Anexo Único deste
Decreto, com símbolos, denominações e quantificações ali previstas.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..................................................................................................................................4
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APRESENTAÇÃO
Prezado aluno, futuro Agente Penitenciário Estadual, é com imenso prazer que apresentamos esse
material de acompanhamento da disciplina “REGIMENTO INTERNO DOS ESTABELECIMENTOS
PENAIS DO ESTADO CEARÁ”, no intuito de que o colega, já ultrapassada a fase de estudo para a
prova objetiva, tenha acesso a uma análise e discussão mais aprofundada e prática sobre esse Ato
Normativo tão importante ao nosso sistema penitenciário estadual.
Vale destacar, que o “Regimento Interno”, é norma de uso imprescindível e constante ao agente
penitenciário cearense, tendo em vista que, a rotina da unidade prisional, desde o ingresso do preso até
sua saída com a condição de egresso, é delimitada por esse ato normativo. Guardadas as devidas
proporções, É A BÍBLIA DO AGENTE PENITENCIÁRIO no âmbito da unidade prisional,
notadamente daquele que é ou será lotado em cadeia pública, haja vista a distância com o núcleo central
da Secretaria da Justiça e Cidadania.
Com isso, desejamos que esses momentos iniciais de contato com a disciplina sirvam de “ponto
de partida” para a carreira dos senhores e senhoras que dentre poucos dias estarão reforçando a execução
penal cearense.
01. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como escopo realizar uma análise do Regimento Interno dos
Estabelecimentos Penais da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará – Portaria n.
1220/2014, à luz do disposto na Constituição Federal, nas Regras Mínimas para tratamento de presos da
ONU, (hoje denominadas Regras de Mandela), bem como confrontando o ato normativo com a realidade
prática vivenciada pelos agentes penitenciários do Estado do Ceará.
Vale destacar que a exigência ao Agente Penitenciário sobre o conhecimento da legislação de
regência do sistema penitenciário cearense é imprescindível ao bom andamento da unidade na qual o
servidor é ou será lotado, seja ocupante de cargos de direção ou não, pois todos os agentes integrantes
de determinada unidade prisional são agentes da execução penal dos presos recolhidos no
estabelecimento prisional.
Assim, o presente trabalho não se presta a uma análise detalhada de todas as regras presentes na
legislação, mas, por outro lado, incutir na mente do futuro agente penitenciário a necessidade sobre o
conhecimento de tal legislação.
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Sabendo que na Administração Pública, direta e indireta, vigora o princípio da legalidade estrita,
isto é, apenas é dado o Servidor Público praticar o que está expressamente previsto em lei (em sentido
amplo, abrangendo da Constituição às circulares), conforme dispõe o caput do art. 37 da Constituição
Federal, diferentemente da legalidade geral aos cidadãos, descrita no art. 5º, II da Constituição Federal.
Ademais, cabe destacar que, por vezes, a inobservância do princípio da legalidade no âmbito da
execução penal pode acarretar a impunidade de faltas disciplinares aplicadas, em face da atuação da
defesa pugnando pela ilegalidade do procedimento.
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Dessa forma, é de fundamental importância que o aluno compreenda que a execução penal,
fundamentada no Regimento Interno dos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará não pode estar
dissociada dos comandos constitucionais supracitados.
Por fim, cumpre assinalar que as normas supramencionadas não podem ser modificadas pelo
Congresso Nacional, através do Poder Constituinte Reformador (Emendas Constitucionais), tendo em
vistas serem normas gravadas com o status de cláusulas pétreas, conforme se verifica pelo comando do
art. 60, §4º, IV da Carta Maior.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre
Direito (...) penitenciário
Assim, tem-se que quando for norma de Direito Penal, apenas à União caberá legislar, exceto se
a própria União editar lei complementar delegando aos Estados tal competência, conforme dispõe o
parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal.
No entanto, quando se tratar de Direito Penitenciário (execução penal), cabe à União legislar
sobre NORMAS GERAIS e aos Estados SUPLEMENTAR tais normas, a saber pelo que consta
nos §1º e 2º do art. 24 da Carta Maior.
Foi com base na competência do art. 24, I, da CF/1988, e com fundamento nos parágrafos acima
mencionados que a União editou A NORMA GERAL (LEP) e o Estado do Ceará editou a NORMA
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Com fundamento na hierarquia das normas, em face da ilustração de Kelsen sobre a pirâmide no
ordenamento jurídico, teríamos no topo desta a CF, logo abaixo as LEIS INFRACONSTITUCIONAIS,
após regulamentando as leis infraconstitucionais OS DECRETOS.
Nesse caso, pela melhor técnica legislativa o correto seria que o regimento interno dos
estabelecimentos penais fosse legislado através de DECRETO, e não uma mera portaria. Porém, e é bom
que se diga, isso não torna a portaria 1220 inconstitucional.
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As Regras Mínimas para Tratamento de Presos da ONU, documento aprovado pelo Conselho
Econômico e Social da ONU, em 1955, na cidade de Genebra,e atualizado em 2015, passando a
denominar-se “REGRAS DE MANDELA”, em alusão ao ex-presidente da África do Sul, Nelson
Mandela, como o próprio nome diz, são uma série de regras que os Estados Soberanos devem seguir no
tratamento dos seus presos.
Não obstante o seu caráter não-vinculante, vez que é apenas uma recomendação da ONU, o Brasil
adota, no cumprimento da pena de seus presos, as Regras Mínimas como regras norteadoras da execução
penal com dignidade.
A Portaria n. 1220/2014 também adota os princípios contidos nas regras mínimas, conforme
previsão do art. 1º.
A Lei de Execução penal é a Lei nacional de normas gerais a que se refere o art. 24, §1º da
Constituição Federal, a qual, no nosso estado, é regulamentada pela Portaria n. 1220/2014 (Regimento
Interno do Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará).
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O regimento interno também segue como diretriz o que está determinado na LEP e, em algumas
situações, supre situações específicas que a LEP não previu, a exemplo da não previsão na LEP do que
seja falta leve e média, conforme destaca o art. 49.
Vale destacar, que na função suplementar a legislação nacional (LEP), o regimento não pode
dispor de forma diversa de institutos lá previstos de forma completa.
O primeiro objetivo comentado está presente na Regra nº 4 das Regras de Mandela, no art. 1º da
Lei de Execução Penal, bem como no art. 1º da Portaria 1220/2014, sendo a primeira finalidade da
execução penal, efetivar reprimenda penal que foi imposta ao réu através de sentença penal condenatória
com trânsito em julgado.
De acordo com Renato Marcão:
Adotado o sistema vicariante pelo legislador penal, e considerando que a execução penal tem por
objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal, conforme anuncia o art. 1º da Lei de
Execução Penal, constitui pressuposto da execução a existência de sentença criminal que tenha aplicado
pena, privativa de liberdade ou não, ou medida de segurança, consistente em tratamento ambulatorial ou
internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. (Marcão, Renato. Curso de Execução
Penal. 9ª ed.P. 31)
O segundo objetivo mencionado é também brilhantemente resumido por Renato Marcão (2011),
quando preleciona “que a execução penal deve objetivar a integração social do condenado ou do
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internado, já que adotada a teoria mista ou eclética, segunda a qual a natureza retributiva da pena não
busca apenas a prevenção, mas também a humanização. Objetiva-se, por meio da execução, punir e
humanizar”.
As Regras Mínimas para Tratamento de Presos, a Lei de Execução Penal e o Regimento Interno
também tem o mesmo sentido, isto é, a execução destina-se não apenas a cumprir o comando da sentença
penal condenatória, mas garantir o retorno do apenado à sociedade.
05.3. Penitenciárias
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e externos para atividades sócio-educativas e culturais, esportes, prática religiosa e visita conforme
dispõe a Lei.
COLÔNIAS AGRÍCOLAS EXISTENTES: Colônia Agrícola do Cariri
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estabelecimento.§3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir estruturas específicas
para a assistência à saúde mental da mulher, em atenção às suas peculiaridades.
HOSPITAIS: Hospital Geral e Sanatório Penal Professor Otávio Lobo – HSPOL/
Instituto Psiquiátrico Governador Stênio Gomes - IPGSG
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Já o art. 12 da Portaria 1220/2014 diz caber aos Agentes Penitenciários a segurança externa da
unidade (guaritas), só apenas em situações excepcionais, nos casos nos quais a permanência da Polícia
Militar seja exigida, esta não poderá permanecer por mais de 90 dias em qualquer das unidades do
sistema penitenciário estadual, salvo decisão de autoridade judiciária competente.
Nesse sentido, para fundamentar a exceção, vale citar a portaria n. 01/2018 do Juiz Corregedor
dos Presídios e Titular da 1ª Vara de Execuções Criminais que solicitou ao Secretário de Segurança
Pública e Defesa Social um quantitativo de Policiais Militares para realizar a segurança externa das
unidades prisionais da Região Metropolitana.
Em face disso, apesar da realidade ainda existente em algumas unidades prisionais cearenses nas
quais a segurança externa é realizada pela Polícia Militar, como é o exemplo da Unidade Prisional
Desembargador Adalberto Barros Leal, localizada em Caucaia, Município da Região Metropolitana de
Fortaleza, vulgarmente conhecida por “Carrapicho”, a correta compreensão é de que essas atividades
são exercidas de forma ilegal pela PM/CE, em claro desvio de função.
O art. 102 da Lei de Execução Penal dispõe que, além do objetivo de abrigar presos provisórios,
o referido estabelecimento penal tem como finalidade manter o preso perto do seu meio social e familiar.
O Regimento interno silencia sobre a finalidade social e familiar, mas na prática os presos utilizam-se
desse fundamento para permanecerem nas Comarcas do interior e suas respectivas cadeias.
No entanto, vale frisar, que esse tipo de unidade prisional já não atende mais os anseios da
Administração Prisional da SEJUS-CE, principalmente em face da SEGURANÇA PENITENCIÁRIA,
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pois verifica-se, dada a extensão territorial do nosso estado e o fato da Administração Central da SEJUS
e da COESP (antiga COSIPE) estarem localizadas na Capital do Estado, Fortaleza-Ce, muitas vezes
distante até 500 km de alguns Municípios Cearenses, que a Gestão das Cadeias Públicas resta
inviabilizada.
Cite-se, como exemplo, o desencadeamento de motim ou rebelião em Cadeia Pública distante da
Capital, que dificulta a reação dos Grupos Especializados (GAPE/ GRUPO DE CUSTÓDIA) na
contenção dos episódios.
Ademais, a dificuldade da COESP, através do Núcleo de Segurança e Disciplina – NUSED,
fiscalizar o bom andamento dessas unidades, repita-se, mais uma vez, em face da distância entre elas e
a Capital do Estado.
É nesse sentido que ganha força o projeto de regionalização das unidades prisionais no interior
do Estado, criando grandes unidades regionais, em vez de várias cadeias públicas espalhadas pelo
Estado.
Com isso, ao invés do Estado, através da SEJUS, gerir 146 cadeias públicas, com a efetivação
desse projeto, a gestão de seria de apenas 8 ou 10 grandes unidades, facilitando o contato com a Gestão
Superior e concentrando o maior número de agentes num só local, dificultando as chances de fuga.
A regra geral é que as Casas de Privação Provisória de Liberdade, a exemplo da CPPL II e CPPL
III, só mantenham presos provisórios, isto é, aqueles que ainda não tiveram contra si uma sentença penal
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condenatória com trânsito em julgado, que, na verdade, está preso preventivamente, espécie de prisão
cautelar, pois com a audiência de custódia, a prisão em flagrante não pode mais subsistir por si própria,
devendo ser convertida em preventiva ou relaxada com a soltura do preso, conforme resolução 213 do
Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
Porém, excepcionalmente, admite-se que presos definitivamente condenados sejam recolhidos
nas CPPLS, desde que seja para garantir a integridade física ou mental do interno, conforme art. 11 da
portaria 1220/2014, mas exige, por outro lado, que eles fiquem separados dos condenados, embora num
mesmo estabelecimento, o que vai ao encontro da Regra 11 das Regras de Mandela.
Dispõe o art. 50, X, “que é direito dos presos receber visitas do cônjuge, da companheira, de
parentes e amigos em dias determinados, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato
motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave”.
Por outro lado, destaca o art. 57, I, que a visita íntima constitui uma recompensa ao preso, através
de regalia, consistente na possibilidade de visita íntima com cônjuge ou companheiro.
Dessa forma, a princípio apenas os presos que tiverem bom comportamento dentro da unidade
prisional, e que forem recompensados é que poderão usufruir a citada regalia.
Apesar disso, o art. 154 inicia uma controvérsia ainda não resolvida no âmbito do sistema
penitenciário cearense, na medida em que dispõe que a visita íntima é um direito do preso.
Analisando sistematicamente o regimento, e entendendo que as recompensas constituem-se em
direitos dos presos, somos que o que o art. 154 quis for reafirmar essa condição de direito do preso, mas
desde que, é óbvio, pelo que consta do art. 57, que o preso cumpra os requisitos necessários. Afinal,
qualquer direito no ordenamento jurídico brasileiro, para que seu titular possa adquirir se faz necessário
o cumprimento dos requisitos.
Isto é, o direito de recompensa, como regalia, à visita íntima só se perfaz com o cumprimento
dos requisitos, quais seja, o bom comportamento. MAS FRISE-SE, É OPINIÃO PESSOAL DESSE
AUTOR.
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Dessa forma, de acordo com o regimento, a defesa técnica do preso, em caso de falta disciplinar,
deve serobrigatoriamente realizada por Advogado ou Defensor Público.
O Supremo Tribunal Federal, através da súmula vinculante n. 05, enuncia que “A falta de defesa
técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”. Assim, uma
leitura apressada da citada súmula poderia ensejar a conclusão de que o advogado não seria obrigatório
no procedimento disciplinar para apuração de falta disciplinar do preso.
Entretanto, o próprio STF fez questão de assentar que a súmula não se aplica a procedimento de
apuração de falta disciplinar em estabelecimento prisional, aplicando-se apenas a procedimento relativo
a servidor público.
Nesse viés, colaciona-se entendimento do STF acima sobre o assunto:
A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que a Súmula Vinculante 5 não é
aplicável em procedimentos administrativos para apuração de falta grave em
estabelecimentos prisionais. Tal fato, todavia, não permite ampliar o alcance da referida
Súmula Vinculante e autorizar o cabimento desta Reclamação, pois o acórdão reclamado apenas
adotou o verbete como uma das premissas para decidir no caso concreto." (Rcl 9340 AgR,
Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgamento em 26.8.2014, DJe de
5.9.2014)
Súmula 533: Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbitoda execução penal,
é imprescindível a instauração de procedimentoadministrativo pelo diretor do estabelecimento
prisional, asseguradoo direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído oudefensor
público nomeado
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Diz o art. 52 da LEP que o cometimento de fato definido como crime constitui falta grave e o art.
118, I, diz que a execução ficará sujeito à regressão de regime pelo cometimento de fato definido como
crime.
Assim, questiona-se se o simples fato do preso ser acusado do cometimento de um crime seria
suficiente para ensejar a regressão para regime de cumprimento pena mais rigoroso, pondo em risco,
dessa forma, o princípio constitucional da presunção de inocência.
Após acirradas discussões na doutrina e jurisprudência, o STJ pacificou o assunto, quando
elaborou a súmula 526, segunda a qual “O reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento
de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de
sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato”.
Ou seja, desnecessário aguardar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para
regredir o regime do preso que a cometeu.
O art. 74, IX, do regimento interno apregoa que é falta grave a conduta de “introduzir, receber,
vender, fornecer, ainda que gratuitamente, fazer uso, ter em depósito, transportar, trazer consigo,
guardar ou emprestar telefone celular ou aparelho de comunicação com o meio exterior, seus
componentes ou acessórios”.
Com a presente norma surgiu a dúvida se alguns componentes que, apesar de forma isolada não
apresentarem funcionalidade (como a bateria de um celular), mas se anexados a outros e a estes
encaixados não seriam também falta grave.
O Superior Tribunal de Justiça, de forma acertada, vem decidindo que não apenas a posse de
celular constitui falta grave, mas também a de outros componentes, visto que a razão da norma é proibir
a comunicação entre os presos.
Acerca do assunto, observe-se o inteiro teor dos julgados acima mencionados:
AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ESPECIAL.
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA (RESSALVA DO ENTENDIMENTO DA RELATORA).
EXECUÇÃO PENAL. PLEITO DE AFASTAMENTO DE FALTA GRAVE. POSSE DE
CARTÕES DE MEMÓRIA. COMPONENTE NÃO ESSENCIAL PARA UTILIZAÇÃO DE
APARELHO CELULAR. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. WRIT NÃO
CONHECIDO. ORDEM DE HABEAS CORPUS MONOCRATICAMENTE CONCEDIDA
DE OFÍCIO. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO DESPROVIDO.
1. Com a edição da Lei n.º 11.466/2007, passou-se a considerar falta grave tanto a posse de
aparelho celular dentro de presídio, como a de componentes essenciais ao seu funcionamento,
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tendo em vista que a ratioessendi da norma é a de proibir a comunicação entre os presos ou destes
com o meio externo, mormente dos chefes de organizações criminosas, em atenção aos reclamos
sociais para punir e coibir as crescentes práticas criminosas dentro de tais estabelecimentos.
2. Desse modo, verifica-se que a conduta do Paciente não se amolda àquelas previstas na Lei de
Execução Penal como falta grave, pois o cartão de memória não é componente necessário para
a utilização de aparelho celular, comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no HC 270.859/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
21/08/2014, DJe 02/09/2014)
06.8. Preso recapturado sem guia de recolhimento e sem exame de corpo de delito: recebe ou não
recebe?
Imagine que você, agente penitenciário, lotado numa cadeia pública no interior do Estado do
Ceará, está no seu plantão e uma equipe de Policiais Militares do Município comparece à Cadeia
transportando um preso que fora recapturado, vez que fugiu há 11 meses daquela mesma cadeia. No
entanto, os citados Policiais não portam consigo a guia de recolhimento expedida pela Autoridade
Policial, nem a comprovação do exame de corpo de delito. Nesse caso, você receberá o preso ou negará
aos Policiais Militares o recebimento do interno.
Cabe destacar, que tratando-se de preso condenado, devem ser observadas as regras do art. 105
a 107 da LEP, no que diz respeito à expedição de guia de recolhimento.
Ademais, tratando-se de preso provisório, devem ser observadas as regras do art.31 do
Regimento Interno, precipuamente a apresentação de guia de recolhimento e de exame de corpo de
delito.
Art. 129 - A correspondência escrita entre o preso, seus familiares e afins será feita pelas vias
regulamentares.
Art. 130 - É livre a correspondência, condicionada a sua expedição e recepção, às normas de
segurança e disciplina da unidade prisional
De antemão, a exceção acima mencionada, qual seja, para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal se refere apenas às comunicações telefônicas, não se referindo à violação da
correspondência, o que poderia ensejar a conclusão de qual direito seria absoluto.
No entanto, como a regra é que os direitos fundamentais sejam relativos, com o sigilo da
correspondência não é diferente, pois de acordo com o STF referido direito pode ser violado no caso de
interesse da Administração Prisional, conforme se verifica pelo julgado abaixo:
A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública,de disciplina
prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre excepcionalmente,e desde que
respeitada a norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da Lei 7.210/1984, proceder à
interceptação da correspondência remetida pelos sentenciados,eis que a cláusula tutelar da
inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumentode salvaguarda de práticas
ilícitas.[HC 70.814, rel. min. Celso de Mello, j. 1º‑3‑1994, 1ª T, DJ de 24‑6‑1994
06.10. Caso não haja estabelecimento prisional destinado a determinado regime, o preso pode ser
colocado em regime mais gravoso
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Caso você, prezado aluno, encontre-se no Plantão numa Penitenciária, na condição de Diretor
desta Unidade Prisional, e receba a guia de recolhimento, devidamente expedida pela autoridade
administrativa competente, de um condenado à pena de reclusão em regime semiaberto, você permitirá
a entrada do preso no estabelecimento, a despeito da determinação na LEP e no regimento interno de
que tal penal seja cumprida em colônia agrícola ou similar?
Caros alunos, cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal decidiu, em regime de repercussão
geral, isto é, decisão que vale para todos os processos, que serão decididos da mesma forma do acórdão,
que:
06.11. Mulheres grávidas e com filho com idade de até 12 anos incompletos: Prisão ou Prisão
Domiciliar?
Sobre esse importante assunto, é preciso mencionar que o Código de Processo Penal permite que
o Juiz substitua a prisão preventiva de mulheres com filho de até 12 anos de idade incompletos pela
prisão domiciliar, conforme previsão do art. 317 e 318.
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Já a Lei de Execução Penal, no seu art. 117 permite que a condenada, que cumpra pena em regime
aberto, e que seja gestante ou tenha filho menor ou deficiente físico ou mental possa cumprir sua pena
em regime domiciliar (prisão domiciliar).
Assim, em face da grave situação do sistema penitenciário nacional, causada pela superlotação e
condições precárias das unidades prisionais, o STF decidiu pela CONCESSÃO DE HABEAS CORPUS
COLETIVO A MULHERES GRÁVIDAS, E COM FILHOS COM IDADE DE ATÉ 12 ANOS
INCOMPLETOS, ante a ausência de capacidade do Estado de dar dignidade a essas mulheres no
cumprimento da pena.
Nesse sentido, confira-se o HC 143641/SP. Rel Ministro Ricardo Lewandowski, julgado em
20/02/2018, sobre a concessão da prisão domiciliar às mulheres que se encaixam nas regras
supramencionadas.
Tal decisão ajuda a diminuir a superlotação nas unidades femininas de todo o país, notadamente
no nosso estado.
O benefício da saída temporária está regulamentado nos arts. 122 a 125 da Lei de Execução
Penal, a qual será concedida a condenados que cumpram pena em regime semiaberto e atendam os
demais requisitos da lei.
No entanto, o questionamento principal está em saber se é permitido ao Diretor do
Estabelecimento conceder ou é decisão que cabe apenas ao Juiz da Execução.
E a resposta a essa pergunta está com a segunda possibilidade, qual seja, é decisão que cabe
apenas ao Juiz, e não à Administração Prisional, conforme restou decidido pelo Superior Tribunal de
Justiça na súmula n. 520, pela qual “O benefício de saída temporária no âmbito da execução penal é ato
jurisdicional insuscetível de delegação à autoridade administrativa do estabelecimento prisional”.
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TÍTULO I
DO SISTEMA PENITENCIÁRIO
Art. 1º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará adota os princípios contidos nas Regras Mínimas
para Tratamento dos Reclusos e Recomendações pertinentes, formuladas pela Organização das Nações
Unidas - ONU - e respeita as diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais) e nas
Recomendações Básicas para uma programação prisional editadas pelo Ministério da Justiça.
Art. 2º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará tem como finalidade a vigilância, custódia e
assistência aos presos e às pessoas sujeitas a medidas de segurança, assegurando-lhes a preservação da
integridade física e moral, a promoção de medidas de integração e reintegração socioeducativas,
conjugadas ao trabalho produtivo.
§1º - Configura-se, ainda, como finalidade do sistema penitenciário estadual, a fiscalização e assistência
ao egresso, garantindo-lhes a promoção de medidas de integração e reintegração socioeducativas.
Art. 3º - O Sistema Penitenciário, pelas suas características especiais, fundamenta-se na hierarquia
funcional, disciplina e, sobretudo, na defesa dos direitos e garantias individuais da pessoa humana,
organizado em Coordenadoria do Sistema Penal, vinculado ao Poder Executivo como Órgão de
Administração da Execução Penal.
Art. 4º - A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão subordinado diretamente ao Secretário da Justiça e
Cidadania do Estado do Ceará, organizada em carreira, com ingresso de seus integrantes na classe inicial,
mediante Concurso Público de provas e títulos, chefiada pelo Coordenador Geral, nomeado pelo
Governador do Estado do Ceará, preferencialmente entre os membros da Instituição.
Parágrafo único - A nomeação do Coordenador do Sistema Penal deverá obedecer aos mesmos critérios
previstos para a dos Diretores das Unidades Prisionais, constantes do artigo 75 da Lei 7.210/84 (Lei de
Execuções Penais).
Art. 5º - A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso é órgão subordinado diretamente ao
Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, tendo como missão promover a inclusão social do
preso e do egresso, através do Núcleo Educacional e de Capacitação Profissionalizante – NECAP, do
Núcleo de Empreendedorismo e Economia Solidária – NEES, do Núcleo de Arte e Eventos – NAE e do
Núcleo de Gestão de Assistidos e Egressos.
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TÍTULO II
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
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§1º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica será responsável pela identificação e realização
dos exames gerais de admissão dos internos, sendo dotado de equipe técnica que promoverá atendimento
social, psicológico, médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdobramentos serão
encaminhados à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA que deliberará
a unidade prisional destinatária para recebimento do preso e, posteriormente, às Comissões Técnicas de
Classificação das unidades de recebimento.
Art. 10 - As Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento da pena de reclusão, em regime
fechado, caracterizando se pelas seguintes condições:
I - Segurança externa, através de muralha, com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes
Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania.
II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria
da Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina
da Unidade;
III - Acomodação do preso preferencialmente em cela individual;
IV - Locais de trabalho, atividades socioeducativas e culturais, esportes, prática religiosa e visitas;
V - Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da Lei de Execução Penal (LEP).
§1º - Os estabelecimentos destinados a mulheres terão estrutura adequada às suas especificidades e os
responsáveis pela segurança interna serão, obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino,
exceto em eventos críticos ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de existência de uma
creche para a acomodação dos recém-nascidos das internas neles recolhidos, nos 06 (seis) primeiros
meses de vida, prorrogável por igual período, se necessário.
§2º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente,
atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento no que forem aplicáveis,
bem como as restrições legais ou decisões judiciais.
§3º - Haverá em cada estabelecimento de regime fechado uma Comissão Técnica de Classificação, que
proporá o tratamento adequado para cada preso ou internado, além de acompanhar o programa de
individualização da pena.
Art. 11 - As Casas de Privação Provisória de Liberdade destinam-se aos presos provisórios, devendo
apresentar estrutura adequada que garanta o exercício dos direitos elencados no presente Regimento e
demais legislações.
§1º - Excepcionalmente, visando garantir a integridade física e mental do interno, estas unidades poderão
abrigar presos condenados, que deverão permanecer em acomodações separadas dos provisórios.
Art. 12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais ou Mistos destinam-se aos condenados e
condenadas ao cumprimento da pena em regime semiaberto, caracterizando-se pelas seguintes
condições:
I - locais para:
a) trabalho interno agropecuário;
b) trabalho interno industrial;
c) trabalho de manutenção e conservação intra e extra-muros, na circunscrição da Unidade respectiva;
II - acomodação em alojamento ou cela individual ou coletiva;
III - trabalho externo na forma da Lei;
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IV - locais internos e externos para atividades sócio-educativas e culturais, esportes, prática religiosa e
visita conforme dispõe a Lei.
Art. 13 - O Hospital Geral e Sanatório Penal destina-se ao tratamento do preso, em regime de
internamento, das enfermidades infectocontagiosas, dos pós-operatórios, das convalescenças e de
exames laboratoriais.
§1º - O preso acometido de enfermidades, conforme artigo acima deverá permanecer internado o tempo
necessário à sua reabilitação, tendo retorno imediato à sua Unidade Prisional de origem logo após
emissão de laudo médico autorizando sua alta.
§2º - Os presos ou internados que apresentarem quadro de sorologia positiva HIV, receberão tratamento
individualizado, a critério médico.
§3º - Aos presos ou internados que apresentarem quadro de dependência química em substâncias
entorpecentes será garantido tratamento individualizado adequado às suas necessidades, adotando-se
políticas públicas voltadas para esta finalidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem como serão incluídos
nas atividades do Programa de Ações Continuadas de Assistência aos Drogadictos – PACAD da Sejus.
§4º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir leitos destinados ao tratamento de
mulheres presas.
§5º - O estabelecimento citado no caput deverá funcionar com equipes multidisciplinares em regime de
plantão.
§6º - A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as recomendações das portarias interministeriais do
Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça em relação ao tema saúde, na execução de vagas e
atendimentos para os presos em casos de exames e tratamentos de alta complexidade.
§7º - Nas unidades prisionais femininas deverão existir estruturas específicas para a assistência integral
à saúde da mulher, em atenção às suas peculiaridades.
Art. 14 - O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se ao cumprimento das medidas de
segurança e ao tratamento psiquiátrico separadamente, devendo adequar-se às normas aplicáveis ao
tratamento das respectivas insanidades.
§1º - O preso comprovadamente portador de doença mental deverá ser imediatamente encaminhado ao
estabelecimento adequado para seu tratamento, lá não podendo permanecer além do tempo necessário
ao seu pronto restabelecimento, atestado pelo serviço médico local.
§2º - Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso ou permanência de pessoas que não apresentem
quadro patológico característico da destinação do respectivo estabelecimento.
§3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir estruturas específicas para a assistência
à saúde mental da mulher, em atenção às suas peculiaridades.
Art. 15 - A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime
aberto e da pena restritiva de direitos consistente em limitação de fim de semana, acolhendo pessoas do
sexo masculino e feminino, garantindo-se a separação adequada com vistas à individualização das penas.
§1º - O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-
se-á pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
§2º- A Casa do Albergado, além de dispor de local adequado para cursos e palestras, realizará
encaminhamentos dos internos à rede de assistência social, de saúde e educação.
Art. 16 - A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos e presas provisórios.
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§1º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão, excepcionalmente,
atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas deste Regimento Geral no que forem
aplicáveis e as restrições legais ou de decisões judiciais, bem como a capacidade populacional máxima
da Unidade respectiva.
§2º - Ao preso provisório será assegurado regime especial no qual se observará:
I - separação dos presos condenados;
II - utilização de pertences pessoais permitidos;
III - uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento Prisional em quantidade de 03 (três) mudas;
IV - oferecimento de oportunidade de educação, trabalho e lazer nos termos da legislação pertinente;
V - visita e atendimento médico e odontológico, sendo facultado ao preso optar por profissional
particular às suas expenças;
VI - Acesso aos meios de comunicação externos, autorizados por lei.
§3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as prefeituras municipais oferecerão aos presos e presas
os serviços essenciais, conforme determinação do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça.
Art. 17 - Nas Unidades elencadas no artigo 6º deste Regimento, respeitadas suas especificidades, deverão
ainda ser respeitadas as seguintes determinações:
I - Segurança externa, através de muralha com passadiço e guaritas de responsabilidade dos Agentes
Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania, submetidos a uma capacitação
específica para tal finalidade.
II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da
Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso, mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da
Unidade.
§1º - Nas situações de conflito mais graves a manutenção ou restabelecimento da ordem será promovida
por grupo especial de agentes penitenciários com treinamento e equipamentos específicos.
§2º - Em caso de necessidade de intervenção da Polícia Militar, em caráter urgente, em qualquer das
unidades referidas no caput deste artigo, sua permanência no interior das mesmas se dará pelo tempo
estritamente necessário ao restabelecimento da ordem e da segurança interna, não podendo ultrapassar
90 (noventa) dias, salvo decisão fundamentada da autoridade judiciária competente.
TÍTULO III
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS UNIDADES
Art. 18 - As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão dirigidas por um (a) Diretor(a), que será
assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente Administrativo, pelo Chefe de Segurança e
Disciplina e pelo Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Conselho
Disciplinar e pela Comissão Técnica de Classificação.
Art. 19 - A(o) Diretor(a) da Unidade Prisional, compete:
I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, administrativos, operacionais, laborais, educativos,
religiosos, esportivos e culturais da Unidade respectiva;
II - Adotar medidas necessárias à preservação dos Direitos e Garantias Individuais dos presos;
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III - Visitar os presos nas dependências do Estabelecimento, anotando suas reclamações e pedidos,
procurando solucioná-los de modo adequado, no âmbito de sua competência ou encaminhá-los ao órgão
competente, observando as normas de segurança;
IV - Dar cumprimento as determinações judiciais e prestar aos Juízes, Tribunais, Ministério Público,
Defensoria Pública e Conselho Penitenciário as informações que lhe forem solicitadas, relativas aos
condenados e aos presos provisórios;
V - Assegurar o normal funcionamento da Unidade, observando e fazendo observar as normas da Lei de
Execução Penal e do presente Regimento Geral;
VI - Presidir a Comissão Técnica de Classificação;
VII - Elaborar o plano de segurança interna do Estabelecimento em conjunto com o Chefe de Segurança
e disciplina;
VIII - Conceder audiência ao interno quando solicitada;
IX - Comparecer nas sessões do Conselho Penitenciário, quando convocado;
X - Elaborar o plano operativo anual da Unidade e Administrar o Estabelecimento traçando diretrizes,
orientando e controlando a execução das atividades sob sua responsabilidade;
XI - Realizar mensalmente reuniões com os servidores da Unidade para estudos conjuntos de problemas
afetos à mesma;
XII - Promover mensalmente reunião com os representantes dos internos, realizando o Parlamento
Carcerário;
XIII - Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina – NUSED, vinculado à COSIPE, a mudança de
lotação dos servidores da Unidade;
XIV - executar as determinações do Coordenador da COSIPE;
XV - autorizar visitas extraordinárias aos presos, em casos especiais, nos termos deste Regimento;
XVI - Autorizar remoção do preso para Estabelecimento Penal diverso em caráter urgente e excepcional,
comunicando imediatamente à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA,
que deliberará a unidade prisional destinatária para recebimento do preso. Definida a unidade, deverá
ser comunicada a transferência ao Juízo responsável pela prisão, ao Ministério Público, à Defensoria
Publica, ao Conselho Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, nos casos expressos neste
Regimento;
XVII - mostrar aos visitantes as dependências do estabelecimento nas visitas coletivas, de caráter cultural
ou cientifico, devidamente autorizadas pela COSIPE, esclarecendo-lhes, quando se fizer necessário, os
objetivos da execução penal;
XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de grave enfermidade, morte ou transferência deste,
comunicando ao preso, de igual modo, a doença ou morte de pessoa de sua família e concedendo lhe, se
for o caso, permissão para sair;
IX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e recompensas aos presos de exemplar comportamento
e àqueles que pratiquem atos meritórios;
X - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência.
ATENÇÃO: INCLUSÃO DO INCISO IX NO ARTIGO ACIMA, PELO ART 2° DA PORTARIA 225
/15 DE 14/04/15 (A MESMA PORTARIA TAMBÉM ALTEROU OS ARTS. 25, 26,80) QUE PASSA
A VIGORAR COM A SEGUINTE REDAÇÃO: Art.2º - O artigo 19 do Regimento Geral dos
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Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará passa a vigorar acrescido do inciso XI, com o seguinte
texto:
“XI – Julgar as faltas disciplinares cometidas pelos internos, após análise do parecer opinativo previsto
no inciso I do artigo 25 deste Regimento, aplicando, quando for o caso, a sanção disciplinar adequada à
falta cometida, assegurados o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado
constituído pelo interno ou nomeado para o ato.
OBS.: Repare que houve um equivoco na ordem dos incisos a partir do inc. XVIII onde logo em seguida
deveria ser XIX, é IX, a sequencia de erros foi seguida pela portaria acima que alterou o art. 19,
acrescentando o inc. XI, onde na verdade deveria ser XXI, mero detalhe se atenha ao conteúdo do inciso.
Art. 20 - O (a) ocupante do cargo de Diretor (a) de Unidade Prisional, escolhido preferencialmente entre
os servidores de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania, com atenção à sua vocação e preparação
profissional específica, deverá satisfazer os seguintes requisitos:
I - ser portador (a) de diploma de nível superior em Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou
Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II - possuir experiência administrativa na área;
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. Parágrafo Único - O
cargo de Diretor do Hospital Geral e Sanatório Penal e do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
deverá ser ocupado por profissional da área de saúde, preferencialmente pertencente ao quadro de
servidores estáveis da Secretaria da Justiça e Cidadania.
Art. 21 - A (o) Diretor (a) Adjunto, compete:
I - Assessorar diretamente o (a) Diretor(a) da Unidade Prisional no desempenho de suas atribuições;
II - Substituir, em seus afastamentos, ausências e impedimentos legais, o(a) Diretor(a) da Unidade
Prisional, independente de designação especifica, salvo se por prazo superior a 30 (trinta) dias;
III - Autorizar a expedição de certidões relativas aos assuntos da Unidade;
IV - Acompanhar a execução do plano de férias dos servidores da Unidade;
V - Exercer outras atividades que lhes sejam determinadas pelo (a) Diretor(a) da Unidade.
§1º - A substituição prevista neste artigo, por período igual ou superior a 30 (trinta) dias, propiciará ao
substituto os direitos e vantagens do cargo de Diretor(a) da Unidade.
§2º - O cargo de Diretor-Adjunto deverá, preferencialmente, ser ocupado por servidor estável de carreira
da Secretaria de Justiça e Cidadania.
Art. 22 - Ao Gerente Administrativo compete organizar, controlar e executar as atividades de apoio
necessárias ao bom funcionamento operacional do Estabelecimento, inclusive a manutenção preventiva
e corretiva, competindo-lhe:
I - receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, os destinados ao consumo do Estabelecimento;
II - supervisionar os serviços de copa e de cozinha;
III - requisitar o material de expediente e providenciar a redistribuição junto aos demais serviços do
Estabelecimento;
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade todos os pertences do preso, de uso não permitido,
fornecendo a estes comprovantes de recebimento;
V - manter em bom estado de funcionamento as instalações elétricas, telefônicas, hidrosanitárias e de
climatização do prédio requisitando, com antecedência o material que for necessário para este fim;
VI - elabora o relatório anual das atividades inerentes ao serviço;
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TÍTULO IV
DAS FASES DA EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA DA PENA
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Art. 29 - As fases da execução administrativa da pena serão realizadas através de estágios, respeitados
os requisitos legais, a estrutura física e os recursos materiais de cada unidade prisional.
I - Primeira Fase - Procedimentos de inclusão e observação por prazo não superior a 60 (sessenta) dias,
realizado pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica, e complementados pela Comissão
Técnica de Classificação da unidade recebedora;
II - Segunda Fase - Desenvolvimento do processo da execução da pena compreendendo as várias técnicas
promocionais e de evolução sócioeducativas.
Parágrafo único – A Secretaria da Justiça e Cidadania elaborará Protocolo de Procedimentos
Operacionais de Segurança Penitenciária, abrangendo, entre outras atividades e técnicas, uso de algemas;
recebimento de presos; padrão de vistorias e de revista pessoal; manuseio de equipamentos de segurança;
controle de acesso de pessoas, veículos e materiais; emprego de armas letais e não-letais; uso progressivo
e proporcional da força, observando-se procedimentos específicos nos estabelecimentos prisionais
femininos.
Art. 30 - À Comissão Técnica de Classificação, caberá avaliar a terapêutica penal em relação ao preso
sentenciado, propondo as promoções subsequentes.
Art. 31 - As perícias criminológicas, eventualmente requisitadas, deverão ser realizadas pela equipe
técnica do Centro de Triagem e Observação Criminológica ou pela Comissão Técnica de Classificação
da unidade, observando em cada caso o que for mais adequado.
TÍTULO V
DO INGRESSO, TRANSFERÊNCIA E SAÍDA DO PRESO
Art. 32 - O ingresso do preso condenado deverá se dar mediante apresentação da guia de recolhimento,
expedida pela autoridade judiciária competente, observando-se o disposto nos arts.105 a 107 da Lei
7210/84 (Lei de Execuções Penais).
Art. 33 - O ingresso do preso provisório se dará através da apresentação dos seguintes documentos:
I - guia de recolhimento expedida pela autoridade policial ou judiciária competente;
II - comprovação de que o mesmo foi submetido a exame de corpo de delito;
III - comprovante de identificação do preso junto à Delegacia de Capturas;
IV - Informação sobre os antecedentes criminais do preso, com cópia do auto de prisão em flagrante ou
do mandado de prisão judicial.
Parágrafo Único - Toda entrada, transferência ou saída de preso de unidade deverá ser comunicada pela
Direção a todos os juízos onde o mesmo responda a procedimento criminal.
Art. 34 - Na ocasião do ingresso no Sistema Penitenciário, o preso se submeterá a revista pessoal e de
seus pertences, devendo, logo após, ser submetido a higienização corpórea e substituição de seu
vestuário pelo uniforme padrão adotado.
Art. 35 – No ingresso, o preso terá aberto, em seu nome, um prontuário, devidamente numerado em
ordem seriada, onde serão anotados, dentre outros, seus dados de identificação e qualificação, de forma
completa, dia e hora da chegada, situação de saúde física e mental, aptidão profissional e alcunhas.
§1º - No prontuário ficarão arquivados todos os documentos relativos ao preso, inclusive certidão
atualizada de antecedentes criminais do juízo local, bem como do seu domicílio de origem;
§2º - A fotografia do preso será parte integrante do prontuário.
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§3º - Após a abertura do prontuário, o preso receberá instruções a serem cumpridas, sobre as normas do
estabelecimento, sendo cientificado dos direitos e deveres prescritos no presente Regimento, e da
possibilidade de acesso ao mesmo sempre que desejar.
§4º - Em todas as dependências e acomodações das unidades prisionais deverão afixar-se os direitos e
deveres dos presos, permanecendo o presente regimento acessível a todos sempre que desejarem
consultar.
§5º - Os analfabetos serão instruídos oralmente.
Art. 36 - Os pertences trazidos com o preso cuja posse não for permitida serão inventariados e colocados
em depósito apropriado no Setor da Gerência Administrativa da Unidade Prisional, mediante contra
recibo, sendo entregues posteriormente aos seus familiares, ou a pessoa por ele indicada.
§1º - Os objetos de valor e joias serão recolhidos ao Setor de Pecúlio, bem como importâncias em
dinheiro serão depositadas em conta corrente do pecúlio disponível, com preenchimento dos respectivos
recibos.
Art. 37 - O preso será submetido a exames clínicos pelo Serviço de Saúde, devendo ser examinado por
médico, que fornecerá atestado sobre as condições físicas apresentadas quando de sua chegada, e
relacionará a necessidade de ingestão de medicamentos eventualmente trazidos pelo preso, sob
prescrição médica, bem como de dieta diferenciada.
Art. 38 - Quando da impossibilidade de cumprir todas as exigências enumeradas nos dispositivos
anteriores, na data da inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos três dias úteis subsequentes.
Art. 39 - O preso que adentrar pela primeira vez na Unidade cumprirá um período inicial considerado
de adaptação e observação, nunca superior a 60 (sessenta) dias, durante o qual será observado seu
comportamento no Centro de Triagem e Observação Criminológica e posteriormente, pela Comissão
Técnica de Classificação da unidade recebedora.
Art. 40 - Nos (10) dez primeiros dias do estágio de adaptação o preso não poderá receber visitas de
familiares e amigos, podendo somente receber seu advogado ou Defensor Público.
Art. 41 - Durante o período de adaptação o preso será classificado quanto ao grau de periculosidade,
comportamento e antecedentes.
DA TRANSFERÊNCIA
Art. 42 - A transferência do preso de uma unidade prisional para outra, dar-se-á, nas seguintes condições:
I - por ordem judicial;
II - por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária;
III - a requerimento do interessado;
IV - por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Prisional.
§1º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA será formada por equipe
multidisciplinar e administrará o ingresso, reingresso e a transferência de presos nas unidades do sistema
penitenciário estadual, indicando a unidade para onde o interno será encaminhado, devendo ser presidida
pelo Coordenador Adjunto da COSIPE, que executará, privativamente, as atribuições previstas no inciso
II do
Art. 16 do Decreto nº 27.385 de 02.03.2004.
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§2º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA será o órgão competente
para a liberação de vagas para presos provisórios e condenados em presídios, casas de privação
provisórias de liberdade, penitenciárias, Casa do Albergado, Hospital de Custódia e Manicômio
Judiciário do Estado do Ceará, vinculados a Comarca de Fortaleza, obedecendo os procedimentos
contidos em Portaria específica, observando as avaliações realizadas pelo Centro de Triagem e
Observação Criminológica.
§3º - Nos estabelecimentos prisionais não alcançados pelas atribuições da Comissão de Avaliação de
Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, a regulamentação permanecerá determinada pelo presente
Regimento.
Art. 43 - A transferência provisória ou definitiva do preso de uma unidade prisional para outra, por
ordem judicial, dar-se-á nas seguintes circunstâncias:
I - por sentença de progressão ou regressão de regime;
II - para apresentação judicial dentro e fora da Comarca;
III - para tratamento psiquiátrico, desde que haja indicação médica;
IV - em qualquer circunstância, mais adequada ao cumprimento da sentença, em outro Estado da
Federação, a juízo da autoridade judiciária competente.
A REQUERIMENTO DO INTERESSADO
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Art. 45 – Fora das hipóteses que dependam de decisão judicial, o preso, seus familiares ou seu procurador
poderão requerer sua transferência, ao diretor do estabelecimento respectivo, para unidade prisional do
mesmo regime quando:
I - conveniente, por ser na região de residência ou domicílio da família, devidamente comprovado;
II - necessária a adoção de Medida Preventiva de Segurança Pessoal, e a unidade prisional não dispuser
de recurso para administrá-la.
Parágrafo único – O Diretor do estabelecimento ouvirá a manifestação da Chefia de Segurança e
Disciplina e do Serviço Social, devendo ser anexada Certidão Carcerária contendo a data de entrada do
preso, o tempo de recolhimento e o seu comportamento carcerário, e encaminhará à CATVA para
deliberação.
Art. 46 – O pedido conterá:
I - petição assinada pelo requerente ou termo de declaração, onde justifique os motivos da pretensão;
II- qualificação e extrato da situação processual do sentenciado;
III- informações detalhadas das condições de saúde, trabalho, instrução e conduta prisional;
IV- manifestação do diretor da unidade prisional, sobre a conveniência ou não da transferência.
Art. 47 - Quando ocorrer transferência temporária de presos entre as unidades prisionais, deverá haver
acompanhamento de informações referentes à disciplina, saúde, execução da pena e visitas dos mesmos,
a fim de orientar procedimento na unidade de destino.
§1º - No caso de remoção definitiva, além das providências do caput deste artigo, o preso deverá ser
acompanhado de seu prontuário e pertences pessoais.
Seção IV
Por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório de Inteligência Prisional.
Art. 48 - Emergencialmente, a transferência se dará por determinação do Secretário de Justiça e
Cidadania, através da COINT ou COSIPE.
Parágrafo único – No prazo de 72 (setenta e duas) horas haverá formalização da transferência
emergencial à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, em relação aos
estabelecimentos prisionais submetidos à sua atuação.
CAPÍTULO III
DA SAÍDA
Parágrafo único – Nas saídas previstas nos incisos I e II, será disponibilizado ao preso:
A entrevista de desligamento realizada preferencialmente por psicólogo ou assistente social, quando
receberá aconselhamento e orientação, além do encaminhamento para a Coordenadoria de Inclusão
Social do Preso e do Egresso – CISPE, rede sócio-assistencial, de saúde e de educação;
orientação, preferencialmente pelo Defensor Público lotado na unidade, sobre as condições jurídicas às
quais ficará submetido;
vestimentas e condições de transporte para o retorno à sua residência de forma digna, desde que
localizada no Estado do Ceará ou, em situações excepcionais, a critério da Secretaria da Justiça e
Cidadania.
Art. 50 - São direitos comuns aos presos, além dos já previstos pela Constituição Federal, Pactos
Internacionais, Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de Execuções Penais e demais Leis, os
seguintes:
I - preservação da individualidade, observando-se:
a) chamamento nominal;
b) uso de número somente para qualificação em documento da administração penal.
II - atendimento pela Diretoria do Estabelecimento e/ou demais funcionários;
III - prática religiosa;
IV- tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, psicológico e odontológico gratuito, com os recursos
humanos e materiais postos a sua disposição pela Unidade onde se acha recolhido, sendo-lhes garantidos:
a) obtenção de assistência médica pela rede Municipal, Estadual e Federal, quando esgotados ou
inexistentes os recursos institucionais, de acordo com a disponibilidade dessas redes;
b) a faculdade de contratar, através de familiares ou dependentes, profissionais médicos e odontológicos
de confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o tratamento que se faça necessário, observadas as
normas legais e regulamentares vigentes;
V - frequência às atividades desportivas, de lazer e culturais condicionadas à programação da Unidade,
dentro das condições de segurança e disciplina, obedecendo-se os a seguinte regra:
a) a prática de esportes deverá ser realizada em local adequado, pelo período de 02:00 horas, pelo menos
uma vez por semana, sem prejuízo das atividades educacionais e laborativas da Unidade;
VI - contato com o mundo exterior e acesso aos meios de comunicação social, por meio de:
a) correspondência escrita com familiares e outras pessoas, podendo ser suspenso ou restringido tal
direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento de falta grave;
b) leitura de livros, jornais, revistas e demais periódicos, desde que não contenham incitamento à
subversão da ordem ou preconceito de religião, raça ou classe social e não comprometam a moral e os
bons costumes;
c) programação da Rádio Livre;
d) acesso coletivo a programa de televisão;
e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, artísticas e socioculturais, de acordo com a programação
da Unidade respectiva.
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VII - acomodação em celas ou alojamentos coletivos ou individuais, dentro das exigências legais,
havendo trocas de roupas de uso pessoal, de cama, banho e material de higiene, fornecidos pela Unidade
Prisional ou outros setores devidamente autorizados;
VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão, que poderá ser autorizada após avaliação dos
motivos e da capacidade estrutural da Unidade;
IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e demais autoridades;
X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados, podendo
ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no caso de cometimento
de falta grave;
XI - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
XII - receber atestado anual de pena a cumprir;
XIII - assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Penitenciário, prestada por advogado
constituído ou pela Defensoria Pública; XIV - entrevista reservada com seu advogado constituído
ou Defensor Público, no parlatório, individualmente, nos dias úteis e no horário de expediente da
Unidade.
XV - à presa, em caso de gravidez, são asseguradas:
a) assistência pré-natal;
b) alimentação apropriada desde a confirmação da gravidez até o fim da amamentação;
c) internação, com direito a parto em hospital adequado, por meio de escolta;
d) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 120 dias após o
nascimento, prorrogável por igual período, em local adequado, mesmo que haja restrição de
amamentação;
e) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de 180 dias após o
nascimento, prorrogável por igual período, após avaliação médica e de assistente social, em local
adequado, quando estiver amamentando;
XVI - reabilitação das faltas disciplinares;
XVII - Em caso de falecimento, doenças, acidentes graves ou transferência do preso para outro
estabelecimento, o Diretor comunicará imediatamente ao cônjuge ou, se for o caso, a parente próximo
ou a pessoa previamente indicada;
XVIII - O preso será informado, imediatamente, do falecimento ou de doença grave do cônjuge,
companheira, ascendente, descendente ou irmão, podendo ser permitida a visita a estes, sob custódia;
XIX - Em caso de deslocamento do preso, por qualquer motivo, deve-se evitar sua exposição ao público,
assim como resguardá-lo de insultos e da curiosidade geral.
XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à individualização da pena.
§1º - Os direitos previstos neste Regimento não excluem outros decorrentes dos princípios por ele
adotados.
§2º - Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá permanecer em recinto separado dos demais,
aplicando-se, no que couber, as normas destinadas aos presos provisórios.
CAPÍTULO II
DOS DEVERES DOS PRESOS
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Art. 51 - São deveres dos presos, além dos previstos na legislação pátria:
I - respeito às autoridades constituídas, funcionários e companheiros presos;
II - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
III - informar-se das normas a serem observadas na Unidade Prisional, respeitando-as;
IV - acatar as determinações legais solicitadas por qualquer funcionário no desempenho de suas funções;
V - manter comportamento adequado em todo o decurso da execução da pena, progressiva ou não;
VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta;
VII - Conduta oposta aos movimentos individuais e coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou a
disciplina;
VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe forem destinados, direta ou indiretamente;
IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais a que der causa, de forma culposa ou dolosa;
X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela, alojamento, corredores e sanitários;
XI - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, referentes às visitas, orientando-as nesse
sentido;
XII - submeter-se às normas, contidas neste Regimento Geral, que disciplinam a concessão de saídas
externas previstas em lei:
XIII - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, que disciplinam o atendimento nas áreas
de:
a) saúde;
b) assistência jurídica;
c) psicológica;
d) serviço social;
e) diretoria;
f) serviços administrativos em geral;
g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de trabalho e de lazer;
h) assistência religiosa;
XIV - devolver ao setor competente, quando de sua saída ou da eventual transferência, os objetos
fornecidos pela unidade e destinados ao uso próprio;
XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou de terceiros, materiais dos diversos setores da Unidade
Prisional;
XVI - abster-se de negociar objetos de sua propriedade, de terceiros ou do patrimônio do Estado;
XVII - abster-se da confecção e posse indevida de instrumentos capazes de ofender a integridade física
de outrem, bem como daqueles que possam contribuir para ameaçar, ou obstruir a segurança das pessoas
e da Unidade Prisional;
XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida alcoólica ou de substância que possa causar embriaguez
ou dependência física, psíquica ou química;
XIX - abster-se de transitar ou permanecer em locais não autorizados pela Direção da Unidade.
XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilância;
XXI - abster-se de quaisquer práticas que possam causar transtornos aos demais presos, bem como
prejudicar o controle de segurança, a organização e a disciplina;
XXII - acatar a ordem de contagem da população carcerária, respondendo ao sinal convencionado da
autoridade competente para o controle da segurança e disciplina;
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XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos, para fins de decoração ou proteção de vigias, portas,
janelas e paredes, que possam prejudicar o controle da vigilância;
XXIV - abster-se de utilizar sua cela como cozinha;
XXV - submeter-se à requisição das autoridades judiciais, policiais e administrativas;
XXVI - submeter-se à requisição dos profissionais de qualquer área técnica para exames ou entrevistas;
XXVII - submeter-se às condições estabelecidas para uso de aparelho de rádio e/ou aparelho de TV;
XXVIII - submeter-se às condições de uso da biblioteca do estabelecimento, caso haja, e de livros de
sua propriedade;
XXIX - submeter-se às condições estabelecidas para as práticas desportivas e de lazer;
XXX - submeter-se às condições impostas para quaisquer modalidades de transferências e remoção de
ordem judicial, técnico-administrativa e a seu requerimento;
XXXI - submeter-se aos controles de segurança impostos pelos Agentes Penitenciários ou outros agentes
públicos incumbidos de efetuar a escolta externa.
CAPÍTULO III
DOS BENS E VALORES PESSOAIS
SEÇÃO I
DAS RECOMPENSAS
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Art. 56 - Será considerado para efeito de elogio a prática de ato de excepcional relevância humanitária
ou do interesse do bem comum, por portaria do diretor da unidade prisional, devendo constar do
prontuário do condenado.
SEÇÃO II
DAS REGALIAS
Art. 57 - Constituem regalias, concedidas aos presos em geral, dentro da Unidade Prisional:
I - visitas íntimas;
II - assistir coletivamente sessões de cinema, teatro, shows e outras atividades sócio-culturais, fora do
horário normal em épocas especiais;
III - assistir coletivamente sessões de jogos esportivos em épocas especiais, fora do horário normal;
IV - participar de atividades coletivas, além da escola e trabalho, em horário pré-estabelecido de acordo
com a Unidade do Sistema e Direção;
V - participar em exposições de trabalho, pintura e outros, que digam respeito às suas atividades;
VI - visitas extraordinárias devidamente autorizadas pela direção se comprovada sua necessidade e
relevância.
Art. 58 - Poderão ser acrescidas outras regalias de forma progressiva, acompanhando as diversas fases e
regimes de cumprimento da pena;
Art. 59 - O preso no regime semi-aberto poderá ter outras regalias, a critério da direção da unidade
visando sua reintegração social;
Art. 60 - As regalias poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de falta disciplinar de
qualquer natureza ou por ato motivado da direção da Unidade Prisional.
TÍTULO VII
DA DISCIPLINA E DAS FALTAS DISCIPLINARES
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 61 - No aspecto administrativo-disciplinar, este Regimento aplicasse aos presos de ambos os sexos
recolhidos na mesma ou em Unidades Prisionais diversas.
Art. 62 - Todos os presos da Unidade Prisional serão cientificados das normas disciplinares, no momento
de seu ingresso na mesma.
Art. 63 - As normas deste Regimento serão aplicadas aos presos, quer dentro do estabelecimento
prisional e sua extensão, quer quando estiverem em trânsito ou em execução de serviço externo.
CAPÍTULO II
DA DISCIPLINA
Art. 64 - A ordem e a disciplina serão mantidas com firmeza, sem constrangimento, sem impor maiores
restrições que as necessárias para manter a segurança e a boa organização da vida em comum, visando
o retorno satisfatório do preso a sociedade.
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Parágrafo único - A disciplina, a hierarquia, a fraternidade e a civilidade são requisitos importantes para
o aprimoramento físico, mental e espiritual na busca da construção de um futuro melhor para o preso.
Art. 65 - Os atos de indisciplina serão passíveis das seguintes penalidades:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de regalias;
IV - suspensão ou restrição de direitos, observadas as condições previstas no incisos XIII e XIV do artigo
50 do presente regimento;
V - isolamento em local adequado;
VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante decisão fundamentada do juízo competente.
§1º - Advertência verbal é a punição de caráter educativo, aplicado às infrações de natureza leve, e se
couber as de natureza média;
§2º - Repreensão é a sanção disciplinar na forma escrita, revestida de maior rigor no aspecto educativo,
aplicável em casos de infração de natureza média, bem como os reincidentes de natureza leve.
Art. 66 - Às faltas leves e médias, poderão ser aplicadas as sanções previstas nos incisos I, II, III do
artigo anterior.
Art. 67 - Às faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos IV e V do artigo 65 deste
Regimento Geral, não podendo qualquer delas exceder a 30 (trinta) dias.
§1º - O isolamento será sempre comunicado ao Juízo da Execução.
§2º - A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo máximo
de 10 (dez) dias, no interesse da disciplina e da averiguação do fato.
§3º - O tempo de isolamento preventivo será computado no período de cumprimento da sanção
disciplinar.
Art. 68 - Aplica-se o Regime Disciplinar Diferenciado, na hipótese de falta grave consistente na prática
de crime doloso que ocasione subversão da ordem ou disciplina interna, e tem as seguintes
características:
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta
grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar os filhos menores de quatorze anos, com duração de
duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.
§1º - O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados que
apresentem alto risco para a ordem e a segurança do Presídio ou da sociedade.
§2º - Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou condenado sob
o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações
criminosas, quadrilha ou bando.
§3º - A inclusão de preso no regime disciplinar diferenciado deverá ser requerida, apos deliberação da
comissão disciplinar, por meio de parecer circunstanciado, pelo Diretor da Unidade ao Juízo competente,
sendo imprescindível a decisão fundamentada da autoridade judiciária para a imposição de tal sanção.
Art. 69 - A suspensão e restrição de regalias poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, na
prática de faltas de qualquer natureza.
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SEÇÃO I
DAS FALTAS DISCIPLINARES DE NATUREZA LEVE
XXVI - tocar instrumentos musicais fora dos locais e horários permitidos pela autoridade competente
SEÇÃO II
DAS FALTAS DE NATUREZA MÉDIA
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XXV - destruir dolosamente, extraviar, desviar ou ocultar objetos sob sua responsabilidade, fornecidos
pela administração;
XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipamento sem a devida autorização, ou concorrer para que outrem
incorra na mesma conduta;
XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado, para finalidade diversa para a qual foi prevista, causando
ou não prejuízos ao erário;
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter indevidamente, em qualquer lugar do Estabelecimento Penal,
objetos passíveis de utilização em fuga;
XXIX - permanecer o interno, em dias de visitação, na área destinada à circulação de pessoas, sem que
para isto esteja autorizado ou acompanhado de seus visitantes, exceto para responder à chamada nominal
ou efetuar suas refeições;
XXX - permitir o interno que seus visitantes, sem autorização de autoridade competente, ingressem nos
alojamentos ou celas ou acessem local não permitido;
XXXI - comportar-se, quando em companhia de sua esposa, companheira ou diante de outros visitantes,
de forma desrespeitosa;
XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em aposta ilícitas;
XXXIII - permanecer em alojamento diferente do seu, sem a devida autorização da Administração ou o
consentimento de integrante do local;
XXXIV - transitar indevidamente por locais não permitidos ou em desacordo com o respectivo estágio
em que se encontra;
XXXV - comunicar-se, de qualquer forma, com internos em regime de isolamento celular ou entregar
aos mesmos quaisquer objetos sem autorização da administração;
XXXVI - promover barulho no interior do alojamento, celas ou seus corredores, durante o repouso
noturno, ou ainda, a qualquer hora, fazê-lo de forma a perturbar a ordem reinante;
XXXVII - disseminar boato que possa perturbar a ordem ou a disciplina, caso não chegue a constituir
crime;
XXXVIII - dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço da guarda em qualquer dependência da
Unidade;
XXXIX - praticar autolesão com finalidade de obter regalias;
XL - praticar fato previsto como crime culposo ou contravenção, independentemente da ação penal;
XLI - usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a erro qualquer pessoa;
XLII - favorecer a prostituição ou a promiscuidade de parentes e demais visitantes.
SEÇÃO III
DAS FALTAS DE NATUREZA GRAVE
SEÇÃO IV
DAS ATENUANTES E DAS AGRAVANTES
CAPÍTULO I
TÍTULO VIII
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR, DA SANÇÃO E DA REABILITAÇÃO (art. 78-92)
Art. 78 - Cometida a infração, o preso será conduzido ao setor de disciplina, para o registro da ocorrência,
que conterá nome e matrícula dos servidores que dela tiveram conhecimento, os dados capazes de
identificar as pessoas ou coisas envolvidas, local e hora da mesma, rol de testemunhas, a descrição clara,
concisa e precisa do fato, bem como as alegações do faltoso, quando presente, ao ser interpelado pelo(s)
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signatário(s) das razões da transgressão, sem tecer comentários ou opiniões pessoais, e outras
circunstâncias.
§1º - A ocorrência será comunicada imediatamente ao diretor da unidade prisional, para que, no prazo
de 03 (três) dias, contados da constatação ou conhecimento do fato, seja iniciado o procedimento
disciplinar.
Art. 79 - O conselho disciplinar realizará as diligencias indispensáveis à precisa elucidação do fato,
inclusive solicitação de perícia técnica, quando necessário, para formar seus elementos de convicção.
Art. 80 - Será propiciado ao detento submetido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo
direito de defesa, seja por advogado constituído ou por Defensor Publico lotado na Unidade Prisional
respectiva.
ATENÇÃO: ART 80 ALTERADO PELA PORTARIA 225/15 DE 14/04/15 DOE-CE-SEJUS,
PASSANDO A VIGORAR COM A SEGUINTE REDAÇÃO:
“Art. 80 - Será propiciado ao detento submetido a julgamento pelo Conselho Disciplinar, o mais amplo
direito de defesa, seja por Defensor Público ou por Advogado constituído ou nomeado para o ato.
§1º - Caso não possua advogado constituído ou não saiba declinar os dados necessários para a intimação
do mesmo, na data da audiência de instrução e julgamento, o faltoso será assistido pelo Defensor Publico
lotado na Unidade Prisional respectiva.
§2º - Caso não haja Defensor Público lotado na Unidade Prisional respectiva, deverá ser intimado para
o ato o Defensor Público lotado na Vara de Execuções Criminais com jurisdição sobre a referida
Unidade.
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III - regular, quando cometer infração disciplinar de natureza média ou reincidir na prática de infração
disciplinar de natureza leve, nos últimos 30 (trinta) dias;
IV - má, quando cometer infração de natureza grave ou reincidir em infração de natureza média, durante
o período de reabilitação.
Art. 96 - No caso do preso ser oriundo de outra Unidade Prisional, poderá ser levada em consideração
para a classificação de seu comportamento a conduta mantida pelo mesmo no estabelecimento de
origem.
Art. 97 - O preso em regime fechado terá os seguintes prazos para reabilitação da conduta, a partir do
cumprimento da sanção disciplinar:
I- De 01 (um) mês para as faltas de natureza leve;
II- De 03 (três) meses para falta de natureza média;
III- De 06 (seis) meses para falta de natureza grave.
Art. 98 - O preso em regime semiaberto terá os seguintes prazos para reabilitação da conduta, a partir da
data do cumprimento da sanção disciplinar:
I - de 30 (trinta) dias para falta de natureza leve;
II- 60 (sessenta) dias para falta de natureza média;
Parágrafo único - a infração disciplinar de natureza grave implicará na proposta, feita pelo diretor da
unidade ao juízo competente, de regressão do regime.
TÍTULO IX
DA ASSISTÊNCIA AO PRESO
CAPÍTULO I
DA ASSISTÊNCIA
Art. 101 - É dever do Estado dar ao preso assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e
religiosa, objetivando prevenir o crime e recuperar o preso, para que possa retornar ao convívio social
satisfatoriamente.
SEÇÃO I
DA ASSISTÊNCIA MATERIAL
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Parágrafo Único - A Coordenadoria do Sistema Penal destinará, em cada uma de suas unidades
prisionais, instalações e serviços adequados à sua natureza e finalidade, para o atendimento da sua
população de internos.
Art. 103 - A assistência à saúde será de caráter preventivo e curativo, compreendendo o atendimento
médico, odontológico, psicológico, farmacêutico e assistência social, obedecidas as diretrizes
estipuladas no Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário e pelas Portarias Interministeriais do
Ministério da Saúde e Ministério da Justiça.
§1º - É facultado ao preso contratar profissional médico e odontológico de sua confiança e às suas
expensas, que prestará o atendimento em data e hora a serem marcadas pela Unidade de Saúde do
Estabelecimento Prisional.
Art. 104 - Havendo necessidade de encaminhamento do preso ao Sistema de Saúde Pública, a
autorização será expedida pelo Diretor do Estabelecimento, ou seu representante legal, comunicando-se
de imediato ao Juízo da Execução Penal.
Art. 105 - Todas as Unidades Prisionais com mais de 100 (cem) presos deverão obedecer à padronização
física, técnica e equipe profissional estabelecida para atendimento de saúde nos termos do Plano Estadual
de Saúde no Sistema Penitenciário. §1º - Nas demais Unidades, não sendo possível obedecer a
mencionada padronização, as ações e serviços de saúde serão realizadas por profissionais da Secretaria
de Saúde do Município onde se achem localizadas, garantindo-se no interior da Unidade uma estrutura
mínima para tal atendimento, contando com a presença permanente de um profissional de saúde.
§2º - Será assegurado acompanhamento médico especial à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-
parto, extensivo ao recém-nascido.
Art. 106 - O preso terá asseguradas as medidas de higiene e conservação da saúde, durante todo o tempo
de seu recolhimento, bem como constantes palestras de esclarecimentos e prevenção.
Art. 107 - Caberá à Chefia da Unidade de Saúde da Instituição Prisional respectiva comunicar a (o)
Diretor (a) sobre casos de moléstias contagiosas, promovendo as medidas necessárias para evitar a
disseminação e contágio, propondo as vacinações dos internos e dos funcionários quando julgar
necessário.
Art. 108 - Caberá ao Conselho da Comunidade local acompanhar o cumprimento do Plano Estadual de
Saúde no Sistema Penitenciário.
Art. 109 - Aos presos é assegurada assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Prisional,
prestada por advogado constituído ou pela Defensoria Pública Estadual;
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Art. 116 - O ensino educacional será feito por profissionais da educação utilizando serviço de monitores
aptos e treinados, com materiais oferecidos pelo Poder Público.
Art. 117 - Os presos que tiverem frequência e aprovação de acordo com as normas estabelecidas pelo
art.126 e §§da Lei de Execução Penal, terão direito à remição de pena, após análise e avaliação pelo
juízo da execução penal competente.
Art. 118 - O ensino profissionalizante poderá ser ministrado em nível de iniciação ou de
aperfeiçoamento técnico, atendendo-se as características da população urbana e rural, segundo aptidões
individuais e demanda do mercado.
Art. 119 - A Unidade prisional disporá de uma biblioteca para uso geral dos presos, que será provida de
livros instrutivos, recreativos e didáticos, jornais, revistas e outros periódicos e o acesso ao preso dar-
se-á:
I - para uso na própria biblioteca; e
II - para uso na própria cela, mediante autorização da direção da unidade.
§1º - A Sejus deverá desenvolver juntamente com a Secretaria de Educação do Estado projeto de
remição de pena pela leitura, como forma de estimular e valorizar a participação dos internos em
atividades educacionais e culturais, colaborando para a sua reinserção social.
Art. 120 - Os livros deverão ser cadastrados, utilizando-se fichas para consultas no local e nas retiradas
para leitura em cela.
§1º - Qualquer dano ou desvio deverá ser ressarcido pelo seu causador e devidamente punido na forma
deste Regimento Geral.
§2º - Durante o cumprimento de sanção disciplinar, poderão ser retirados os livros pertencentes à
biblioteca, que se encontrarem na posse do infrator.
§3º - Quando das saídas sob quaisquer modalidades, o preso deverá devolver os livros sob seu poder.
Art. 121 - A assistência social tem por finalidade o amparo ao preso e à sua família, visando prepará-lo
para o retorno à liberdade, e será exercida por profissional habilitado.
Parágrafo único - É facultado o auxílio de entidades públicas ou privadas nas tarefas de atendimento
social.
Art. 122 - Incumbe ao serviço de Assistência Social, entre outras atribuições:
I - Fornecer o diagnóstico Social do interno;
II - Prestar Assistência Social ao interno e à sua família;
III - Prestar assistência ao interno em caso de hospitalização ou transferência da Unidade por motivo de
saúde;
IV - Entrar em contato com a família do interno para realização de entrevistas ou para esclarecimento;
V - Promover, quando necessário, o registro civil do interno e de seus filhos, expedição de documento
de identidade e carteira profissional;
VI - Proceder aos encaminhamentos à rede de assistência social, de saúde e educação VII - Integrar a
equipe de Saúde nos termos do Plano Estadual de Saúde no Sistema Penitenciário;
VIII – Facilitar o acesso da comunicação entre preso, instituição e família;
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IX – Fomentar debates e ações que reafirmem a real função social da pena entre os servidores do sistema
penal;
X – Buscar junto às redes sociais de apoio, benefícios que possam resgatar a cidadania dos presos e
presas, egressos e familiares;
XI – Integrar a Comissão Técnica de Classificação;
XII - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência
Art. 123 - A assistência religiosa, respeitada a liberdade constitucional de culto, a legislação vigente e
com as cautelas cabíveis, será prestada ao preso, sendo-lhe assegurada a participação nos eventos
organizados na Unidade, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
Parágrafo Único – À pessoa presa será assegurado o direito à expressão de sua consciência, filosofia ou
prática de sua religião de forma individual ou coletiva, devendo ser respeitada a sua vontade de
participação, ou abstenção de participação de atividades de cunho religioso.
Art. 124 - É assegurado a todas as religiões professadas no interior da Unidade Prisional, através de seus
diversos representantes, direito a realização de cultos em dia e hora pré-determinados pela Direção,
desde que não coloquem em risco a vida e a integridade dos participantes, vedado o proselitismo
religioso e qualquer forma de discriminação ou estigmatização.
§1º - Caso o estabelecimento prisional não tenha local adequado para a prática religiosa, as atividades
deverão se realizar no pátio, nas galerias ou nas celas, em horários específicos.
§2º - Para atuar no estabelecimento prisional o líder ou grupo religioso fará pedido ao Diretor, por escrito,
e deverá ser cadastrado na Coordenadoria do Sistema Penal, que normatizará o procedimento de cadastro
e fornecerá a respectiva carteira de acesso, válida em todas as unidades prisionais, condicionada a prévio
agendamento e respeitando as normas de segurança prisional.
Art. 125 - Nenhum religioso poderá iniciar seu trabalho sem antes ser advertido e instruído dos
problemas prisionais e devidamente cientificado de que deverá desenvolvê-lo em harmonia com as
normas do estabelecimento.
§1º - A suspensão do ingresso de representantes religiosos só poderá acontecer por determinação da
Direção do estabelecimento ou outra autoridade superior, por motivos justificados e registrada por
escrito, dando-se ciência aos interessados com antecedência razoável.
§2º - Após procedida a suspensão do ingresso de representantes religiosos, a decisão sobre a extensão a
outras unidades prisionais ficará a critério da Coordenadoria do Sistema Penal.
Art. 126 - Na realização de eventos internos dever-se-á dar preferência às atividades ecumênicas.
Parágrafo único - Além dos cultos coletivos, a assistência religiosa poderá ser oferecida individualmente
a quem a solicitar, em horário e local previamente agendados e autorizados pela Direção do
estabelecimento, sendo garantida a privacidade durante o atendimento religioso pessoal, sem prejuízo
da observância das normas de segurança prisional.
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Art. 127 - De modo algum serão permitidos cultos ou atividades religiosas que possam causar transtornos
aos demais internos e servidores penitenciários, ou que venham perturbar as manifestações religiosas de
outras denominações.
Parágrafo único - A assistência religiosa não será instrumentalizada para fins de disciplina, correcionais
ou para estabelecer qualquer tipo de regalia, benefício ou privilégio, e será garantida mesmo à pessoa
presa submetida a sanção disciplinar.
DAS ASSISTÊNCIAS
SEÇÃO VII
DA ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA
Art. 128 - A assistência psicológica será prestada por profissionais habilitados, por intermédio de
programas envolvendo o reeducando, a Instituição e familiares, nos processos de ressocialização e
reintegração social.
§1º - Incumbe ao serviço de Assistência Psicológica, entre outras atribuições:
I – realizar atendimentos iniciais por meio da entrevista de anamnese;
II – realizar, periodicamente, acolhimento de internos recém-chegados, em caráter interdisciplinar;
III – identificar demandas de acompanhamento psicológico;
IV – acompanhar internos em condições de crises depressivas e outros transtornos mentais;
V – contribuir com as ações de promoção da saúde mental, notadamente com a assistência aos
dependentes químicos, participando para a proposição e a execução de atividades voltadas à redução de
danos e agravos à saúde.
VI – desenvolver atividades de grupos focais, trabalhando temas pertinentes ao contexto prisional, com
viés multidisciplinar;
VII – proceder aos encaminhamentos à rede de assistência social, de saúde e educação;
VIII – participar da articulação de parcerias para a realização de atividades de promoção da saúde mental,
prevenção da dependência química, orientação e assistência aos familiares de presos e egressos.
IX – destinar, nas unidades femininas, atenção especial às internas gestantes, em estado puerperal e às
crianças da creche, principalmente no período de separação entre mãe e filho, assim como contribuir
para o fortalecimento dos vínculos da família que irá abrigar a criança.
§2º – Os exames criminológicos e demais perícias técnicas não poderão ser realizados pelos psicólogos
que realizam a assistência aos presos.
Art. 129 - A correspondência escrita entre o preso, seus familiares e afins será feita pelas vias
regulamentares.
Art. 130 - É livre a correspondência, condicionada a sua expedição e recepção, às normas de segurança
e disciplina da unidade prisional.
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Art. 131 - Os materiais recebidos por via postal deverão ser vistoriados em local apropriado, na presença
do preso, observadas as normas de segurança e disciplina da unidade prisional.
Parágrafo Único - Ao Diretor Adjunto da Unidade caberá a vistoria mencionada neste artigo.
Art. 132 - O preso terá acesso à leitura de jornais, revistas, periódica e outros meios de comunicação
adquiridos às expensas próprias ou por visitas, desde que submetidos previamente a apreciação da
direção da unidade prisional, que avaliará a sua contribuição ao processo educacional e ressocializador,
bem como a não infringência às normas de segurança.
Art. 133 – A Rádio Livre, radiadora com estúdio na Sejus e transmissão para todas as unidades prisionais
por meio de equipamentos técnicos de caixas de som, será responsável pela transmissão de programação
voltada para os internos, de cunho cultural, educacional, informativo, esportivo, social, religioso e de
entretenimento, operada por profissional de comunicação, promovendo, ainda, a interação entre os
internos e seus familiares, bem como aproximando a comunidade carcerária e a administração
penitenciária.
Art. 134 - O uso do aparelho de rádio difusão poderá ser permitido, mediante autorização por escrito
expedida pela direção da unidade prisional, observadas as peculiaridades de cada estabelecimento e
comprovada a propriedade do mesmo por documento idôneo, nos locais onde não houver transmissão
da rádio livre.
§1º - É permitido ao interessado adquirir seu aparelho, com recursos de pecúlio ou de seus visitantes.
§2º - O aparelho deverá ser de porte pequeno, a critério da unidade prisional, que deverá atentar para a
facilitação de sua revista.
§3º - O aparelho de rádio será registrado em livro próprio, a cargo da Direção da Unidade, devendo
constar desse registro todos os dados que possibilitem sua perfeita identificação e controle.
§4º - O aparelho de rádio não identificado será apreendido pelos agentes da área de segurança e
disciplina, que procederá às averiguações de sua origem, sem prejuízo da sanção disciplinar.
§5º - O portador do rádio deverá utilizá-lo em sua própria cela em volume compatível com a
tranquilidade dos demais presos, permitido o uso de fone de ouvido.
§6º - A Administração não se responsabilizará pelo mau uso, extravio ou desaparecimento do aparelho,
nem por danos causados pelo usuário ou por outro preso. §7º - Caso haja necessidade de conserto do
aparelho, o mesmo será feito com recurso próprio do preso ou de seus visitantes.
§8º - É proibida qualquer espécie de conserto de aparelho de rádio nas dependências internas do
estabelecimento, salvo em local determinado e com a devida autorização.
Art. 135 - O acesso à televisão pelo preso, qualquer que seja o regime de cumprimento de pena, ocorrerá
sob duas modalidades:
I - 01 (um) aparelho coletivo de propriedade da unidade prisional;
II - 01 (um) aparelho de uso particular em cada cela ou alojamento, mediante prévia autorização por
escrito da direção da unidade, comprovada a propriedade do mesmo por documento idôneo.
Art. 136 - O aparelho de uso coletivo deverá ser franqueado aos presos, através de programação
institucional previamente divulgada, nos seguintes locais:
I - em sala de aula, para fins didáticos e socioculturais;
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Art. 139 - As visitas ao preso se classificam sob duas categorias: as comuns e as conjugais (chamadas
visitas íntimas).
SEÇÃO I
DAS VISITAS COMUNS
Art. 140 - Os (as) presos (as) poderão receber visitas de cônjuges, companheiras (os) ou parentes, em
dias determinados, desde que registrado no rol de visitas do Estabelecimento Prisional e devidamente
autorizadas pela direção, e se darão na forma especificada na Portaria Nº 692/2013 da Sejus, ou outra
portaria que venha a substituí-la, expedida pelo mesmo órgão.
Parágrafo único – O cadastramento no rol de visitas será lavrado no prazo de até 10 (dez) dias da
apresentação dos documentos elencados na referida portaria, devendo as hipóteses de indeferimento
serem devidamente motivadas.
Art. 141 - As visitas serão limitadas ao número de 02 (dois) visitantes por dia de visita, a fim de
proporcionar adequadas condições de revista, preservando as condições de segurança na Unidade
Prisional. Quanto à visitação de filhos e netos menores de idade, no dia destinado a essas visitas, não há
limite de quantidade.
§1º - Os cadastros de visita deverão ser preferencialmente biométricos, sendo renovados a cada 02 (dois)
anos e acompanharão o preso em caso de mudança de unidade.
§2º - Em não havendo cônjuge, companheira (o), ascendentes e descendentes de primeiro ou segundo
grau e colaterais de primeiro grau ou parentes habilitados para a visita, poderá o (a) preso (a) cadastrar
até 02 (dois) amigos (as).
Art. 142 - A entrada de menores nas unidades prisionais só será permitida aos filhos e netos do (a) preso
(a), acompanhados pelo responsável legal e, na falta deste, por aquele que for designado para sua guarda
e responsabilidade, pela autoridade judicial competente, devendo apresentar carteira de identidade ou
certidão de nascimento.
§1º - A entrada do (a) companheiro (a) menor de idade se dará mediante autorização do juízo das
execuções, salvo se já possuírem prole em comum, quando deverá ser apresentada certidão de
nascimento do(s) filho(s).
Art. 143 - Não será permitida a visitapessoa que:
I - não esteja autorizado pela direção;
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Art. 154 - A visita íntima constitui um direito e tem por finalidade fortalecer as relações afetivas e
familiares, devendo ser requerida pelo preso interessado ao Diretor da Unidade.
Parágrafo Único - A orientação sexual dos internos e dos visitantes deverá ser respeitada, não devendo
haver qualquer tipo de discriminação.
Art. 155 - A visita íntima poderá ser suspensa ou restringida pelo prazo de 30 (trinta) dias por falta
disciplinar média ou grave cometida pelo reeducando, bem como por atos do(a) companheiro(a) que
causar problemas de ordem moral ou de risco para a segurança ou disciplina.
Art. 156 - Os serviços de Saúde e de Assistência Social do Sistema Penitenciário deverão planejar um
programa preventivo para a população prisional, nos aspectos sanitário e social, respectivamente, sendo
assegurada a distribuição gratuita de preservativos ao preso, quando da realização da visita íntima.
Parágrafo único - O serviço de Saúde e a Comissão Técnica de Classificação de cada unidade prisional
desenvolverão os programas propostos.
Art. 157 - Ao preso será facultado receber para visita íntima cônjuge ou companheiro(a) ou pessoa
designada pelo mesmo, comprovadas as seguintes condições:
I - se cônjuge, comprovar-se-á com a competente Certidão de Casamento;
II - se companheiro (a), comprovar-se-á com o Registro de Nascimento dos filhos em nome de ambos
ou declaração de união estável assinada por duas testemunhas, com firma reconhecida;
III - nos demais casos, mediante declaração expressa do (a) preso (a), com a apresentação dos
documentos exigidos para as visitas comuns, e avaliação do Serviço Social.
§1º - o preso poderá receber a visita íntima de menor de 18 (dezoito) anos, quando:
a) legalmente casados;
b) nos demais casos, mediante autorização do juízo das execuções, salvo se já possuírem prole em
comum, quando deverá ser apresentada certidão de nascimento do(s) filho(s);
c) houver prova de emancipação civil do (a) visitante.
§2º - Somente será autorizado o registro de um (a) visitante, ficando vedadas as substituições, salvo se
ocorrer separação ou divórcio, no decurso do cumprimento de pena, obedecido o prazo mínimo de 6
(seis) meses, com investigação do Serviço Social e decisão da Direção da Unidade Prisional.
Art. 158 - Comprovadas as relações previstas nos artigos anteriores, para a concessão de visita íntima,
deverão ainda as partes:
a) Apresentar atestado de aptidão, do ponto de vista de saúde, através de exames laboratoriais tanto para
o(a) preso(a) como para o(a) companheiro(a);
b) Submeter-se aos exames periódicos, a critério das respectivas unidades.
Art. 159 - A periodicidade da visita exclusivamente íntima será mensal, obedecidos os critérios
estabelecidos neste Regimento Geral.
Art. 160 - O controle da visita íntima, relativamente às condições de acesso, trânsito interno e segurança
do(a) preso(a) e de seu cônjuge ou companheiro(a), compete aos integrantes da área de segurança e
disciplina.
Art. 161 - A visita deverá submeter-se às normas de segurança do estabelecimento.
TÍTULO XI
DO TRABALHO, DA REMIÇÃO E DO PECÚLIO (162- 165)
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Art. 162 - A unidade prisional manterá o trabalho do reeducando como dever social e condição de
dignidade humana, com finalidade educativa, produtiva e reintegradora.
Parágrafo Único - Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à
segurança e à higiene.
Art. 163 - As modalidades de trabalho classificam-se em interno e externo.
§1º - O trabalho interno tem caráter obrigatório, respeitadas as aptidões e a capacidade do preso,
observando-se:
a) Na atribuição do trabalho, poderão ser levadas em consideração a habilitação, a condição pessoal e as
necessidades futuras do interno.
b) Os maiores de 60 (sessenta) anos terão ocupação adequada à sua idade.
c) Os doentes ou portadores de necessidades especiais, declarados tais pelo órgão competente, terão
ocupação compatível com seu estado físico e mental.
§2º - A jornada de trabalho não poderá ser inferior a 06 (seis) nem superior a 08 (oito) horas, com
descanso aos domingos e feriados, salvo exceções legais.
Art. 164 - Conforme o disposto no artigo 126 da Lei de Execução Penal, o detento poderá remir parte
do tempo de condenação, à razão de um dia de pena por três trabalhados.
§1º - Também se considera, para efeitos de remição, a frequência regular aos cursos de Ensino
Fundamental, Médio e Profissionalizante, bem como a produção intelectual e produção de artesanato.
§2º - Deverá existir uma ficha de frequência, a qual registrará os dias trabalhados, devendo ser assinada
diariamente pelo preso (a) e rubricada no final do mês pela autoridade administrativa competente.
§3º - A contagem do tempo de remição se dará na forma do art.126 da Lei de Execução Penal.
§4º - Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão
definidas de forma a se compatibilizarem.
§5º - O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
beneficiar-se com a remição.
§6º - O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade
condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte
do tempo de execução da pena ou do período de prova.
§7º - O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.
Art. 165 - O Setor de Segurança e Disciplina informará à Unidade de Produção e comercialização sobre
eventuais impedimentos da atividade do trabalho do preso trabalhador e seus motivos.
Parágrafo Único - No caso de saída do preso da unidade prisional será comunicada imediatamente para
a Unidade de Produção e Comercialização para as providências cabíveis.
DA REMIÇÃO
Capítulo I
DO TRABALHO INTERNO
Art. 166 - O trabalho interno será desenvolvido através de qualquer atividade regulamentada, que tenha
por objetivo o aprendizado, a formação de hábitos sadios de trabalho, o espírito de cooperação e a
socialização do preso.
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Art. 167 - Considera-se trabalho interno aquele realizado nos limites do estabelecimento, destinado a
atender às necessidades peculiares da unidade.
Art. 168 - Será atribuído horário especial de trabalho aos internos designados para os serviços de
conservação, subsistência e manutenção da Unidade.
Art. 169 - Compete à unidade prisional propiciar condições de aprendizado aos presos sem experiência
profissional na área solicitada.
Art. 170 - Para a prestação do trabalho interno, dar-se-á sempre preferência aos presos que tenham índice
superior de aproveitamento e maior tempo de cumprimento de pena.
Capítulo II
DO TRABALHO EXTERNO
Art. 171 - O trabalho externo, executado fora dos limites do estabelecimento, será admissível aos presos
em regime fechado, quando obedecidas às condições legais, e aos presos em cumprimento de pena em
regime semiaberto e aberto.
Art. 172 - O cometimento de falta disciplinar de natureza grave implicará na revogação imediata da
autorização de trabalho externo, sem prejuízo da sanção disciplinar correspondente, apurada através de
procedimento disciplinar.
Art. 173 - O preso em cumprimento de pena em regime semiaberto poderá obter autorização para
desenvolver trabalho externo, junto às empresas públicas ou privadas, observadas as seguintes
condições:
I - Submeter-se à observação criminológica realizada no período de 30 (trinta) dias de sua inclusão, sem
qualquer impedimento;
II - Manter comportamento disciplinado, seja na unidade prisional, seja na empresa a qual presta
serviços;
III - Cumprir horário, em jornada estabelecida no respectivo contrato de trabalho;
IV - Retornar à unidade prisional quando de eventual dispensa portando documento hábil do
empregador;
V - Ter justificado ao empregador, mediante documento hábil, a falta por motivo de saúde;
VI - Cumprir rigorosamente o horário da jornada de trabalho estabelecidos pela unidade prisional e
empresa.
Art. 174 - A unidade prisional deverá manter o controle e fiscalização através de instrumentos próprios,
junto à empresa e ao reeducando, para que o mesmo possa cumprir as exigências do artigo anterior.
Capítulo III
DO PECÚLIO
Art. 175 - O trabalho do (a) preso (a) será remunerado, obedecendo critérios de produtividade, não
podendo ser inferior a 3/4 três quartos) do salário mínimo.
Art. 176 - O produto da remuneração será depositado em conta bancária, em Banco Oficial ou Privado,
conveniado com o Estado.
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Art. 177 – Quanto aos valores do trabalho do preso, seu pecúlio e deduções previdenciárias, observar-
se-á o disposto na Portaria 217/2014 da Sejus.
Art. 178 - Toda importância em dinheiro que for apreendida indevidamente com o reeducando e cuja
procedência não for esclarecida reverterá ao Estado, por processo administrativo em que se obedeça ao
devido processo legal.
Parágrafo Único - Se a origem e propriedade forem legítimas, a importância será depositada no pecúlio
reserva do reeducando, sem prejuízo das sanções disciplinares previstas.
Art. 179 - Na ocorrência do falecimento do reeducando, o saldo será entregue a familiares, atendidas as
disposições pertinentes.
TÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 180 - O abuso de poder exercido contra o interno será punido administrativamente, sem prejuízo da
apuração da responsabilidade penal e civil.
Art. 181 - Cada unidade prisional adotará, atendendo suas peculiaridades, horário próprio para tranca e
destranca das celas.
Art. 182 - A cada mês do ano civil os Administradores das Unidades Prisionais, após consulta às equipes
técnicas das unidades, elaborarão relatório circunstanciado das atividades e funcionamento da respectiva
unidade, encaminhando-o ao Coordenador do Sistema Penal do Estado, para as providências que
entender cabíveis.
Art. 183 - Os funcionários da Unidade Prisional cuidarão para que sejam observados e respeitados os
direitos e deveres dos detentos respondendo, nos termos da legislação própria, pelos resultados adversos
a que derem causa, por ação ou omissão.
§1º - No exercício de suas funções, os funcionários não deverão compactuar com os presos nem praticar
atos que possam atentar contra a segurança, ordem ou disciplina, mantendo diálogo com os detentos
dentro dos limites funcionais;
§2º - Os agentes prisionais levarão ao conhecimento da autoridade competente as reivindicações dos
presos objetivando uma solução adequada, bem como as ações ou omissões dos mesmos, que possam
comprometer a boa ordem na Unidade Prisional.
Art. 184 - Ocorrendo óbito, fuga e evasão, a direção do Estabelecimento comunicará imediatamente ao
Juiz da Execução, a Coordenadoria do Sistema Prisional e também solicitará a presença da Polícia
Judiciária.
Parágrafo Único - Falecendo o interno, os valores e bens devidamente inventariados, serão entregues
aos familiares.
Art. 185 - Em caso de danos ao Estabelecimento a Diretoria oferecerá a Coordenadoria do Sistema
Penitenciário relatório circunstanciado objetivando avaliar os prejuízos e elucidar as irregularidades,
encaminhando os resultados a quem de direito.
Parágrafo Único - Cabe ao reeducando ressarcir o Estado pelos danos causados, ao patrimônio físico e
material da Unidade Prisional.
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Art. 186 - Os casos omissos poderão ser resolvidos pelo Diretor da Unidade, em conjunto com a
Coordenadoria do Sistema Penitenciário, com o conhecimento da Secretária da Justiça e Cidadania,
observadas as respectivas competências.
Art. 187 - A revisão do Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará será
realizada a cada 4 (quatro) anos, contados a partir de sua publicação, por Comissão Especial a ser
designada pelo(a) Secretário(a) da Justiça e Cidadania, composta preferencialmente de forma paritária
por membros das instituições com atuação direta no sistema prisional.
Parágrafo único – Sem prejuízo da citada revisão, serão promovidos encontros anuais de servidores e
gestores para discussão, proposição e avaliação das políticas públicas para o sistema penitenciário.
Art. 188 - Este Regimento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
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QUESTÕES DE FIXAÇÃO
1. (Prof Pedro) O sistema penitenciário do Ceará adota princípios contidos em regramentos internacionais
como a ONU?
A) sim
B) não
C) nunca
D) somente com presos estrangeiros
4. (Prof Pedro) Tem como missão principal dentro da sejus e através de seus núcleos promover a inclusão
social do preso e do egresso:
A) a comissão técnica de classificação
B) o NUSED - núcleo de segurança e disciplina
C) a CATVA - comissão de avaliação e transferência de vagas
D) CISPE - coordenadoria de inclusão social do preso e do egresso.
6. (Prof Pedro) O coordenador geral da COSIPE de acordo com o regimento geral será:
A) nomeado pelo secretario de justiça
B) escolhido pelos agentes penitenciários
C) nomeado pelo governador do estado
D) nomeado pela assembleia legislativa
7. (Prof Pedro) Não faz parte das unidades prisionais elencadas no rol taxativo do regimento geral:
A) DECAP - delegacia de capturas.
B) colônias agrícolas, industriais, similar.
C) casa do albergado.
D) hospital geral e sanatório penal.
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9. (Prof Pedro) O regimento geral limita um número mínimo de agentes por plantão em uma unidade
prisional que é?
A) 3
B) 2
C) 4
D) 5
10. (Prof Pedro) as unidades prisionais devem ter um número proporcional de agentes por plantão que é?
A) 2 agentes para cada 25 presos
B) 5 agentes para cada 25 presos
C) 1 agente para cada 25 presos
D) 5 agentes para cada 50 presos
11. (Prof Pedro) O regimento prevê também a proporção do corpo técnico nas unidades prisionais, que num
número de 500 internos, deverá ter quantos odontólogos?
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
E) 5
12. (Prof Pedro) O regimento prevê também a proporção do corpo técnico nas unidades prisionais, que num
número de 500 internos, deverá ter quantos estagiários de direito?
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
E)5
15. (Prof Pedro) De acordo com regimento geral os responsáveis pela segurança externa das penitenciárias
em regra: certo ou errado?
A) policia militar ( )
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B) agentes penitenciários ( )
18. (Prof Pedro) Na casa de albergado admite-se cumprimento de pena privativa em liberdade?
A) certo ( ) B) errado( )
19. (Prof Pedro) O preso que apresenta quadro de dependência química tem garantido tratamento
individualizado?
A) sim
B) não
C) somente os que tiverem em semiaberto
D) depende do tipo de regime
20. (Prof Pedro) o hospital geral e sanatório penal deve ter equipes multidisciplinares:
A) em horário de expediente
B) sempre que for possível
C) em regime de plantão
D) durante os fins de semana
21. (Prof Pedro) de acordo com a literalidade da norma a casa de albergado deve?
A) ser localizada em região metropolitana
B) sirtuar-se em região metropolitana e próximo aos demais estabelecimentos prisionais
C) situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos.
D) situar-se anexo a penitenciária
22. (Prof Pedro) o preso provisório pode ter acesso a meio de comunicação externo?
A) em nenhuma hipótese
B) vedado pelo regimento geral
C) pode ter acesso, desde que autorizados por lei
D) somente quando estiver no CTOC
25. (Prof Pedro) Quem elabora o plano de segurança interna das unidades prisionais?
A) o diretor adjunto e o chefe de equipe
B) o diretor e o diretor adjunto em conjunto
C) o diretor e o chefe de segurança e disciplina em conjunto
D) o chefe de equipe e o chefe de segurança
27. (Prof Pedro) Qual estabelecimento prisional é responsável pela identificação dos presos?
A) penitenciárias
B) casa de albergado
C) CPPL´s
D) centro de triagem e observação criminológica
28. (Prof Pedro) Nas penitenciárias femininas obrigatoriamente deve existir uma creche para acomodar seus
filhos recém-nascidos:
A) nos 9 (nove) primeiros meses de vida, sem prorrogação.
B) nos 3 (três) primeiros meses de vida , com prorrogação
C) nos 6 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual período, se necessário
D) nos 6 (seis) primeiros meses de vida, sem prorrogação
29. (Prof Pedro) A casa de albergado além da pena privativa de liberdade pode acolher presos com pena
restritivas de direitos?
A) não
B) sim
C) depende do sexo
D) todas alternativas erradas
30. (Prof Pedro) Os responsáveis pela guarita dos estabelecimentos prisionais conforme o regimento geral
é?
A) PM
B) agentes
32. (Prof Pedro) José, condenado a 20 anos de prisão em regime fechado por tráfico de drogas e estupro, foi
considerado preso de exemplar comportamento na unidade prisional. Em decorrência disso, ganhou uma
regalia de visita extra, autorizada pelo diretor da unidade prisional, tal conduta do diretor está?
A) errada
B) correta, tem previsibilidade.
C) constitui crime
D) constitui infração disciplinar
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33. (Prof Pedro) O agente Thomas encontrou um celular na posse do preso “Fernandinho Lagamar”,
imediatamente o servidor comunicou ao diretor do estabelecimento que, de pronto, decretou a falta grave
para “ Fernandinho Lagamar” sem que fosse instaurado procedimento disciplinar para a devida apuração. A
conduta do diretor foi?
A) legal
B) abusiva
C) como se trata de crime foi correta
D) está amparada pelo entendimento dos tribunais superiores
37. (Prof Pedro) O cargo de chefe de segurança e disciplina será ocupado por:
A) preferencialmente por agente penitenciário estável
B) preferencialmente por servidor da casa civil
C) preferencialmente por servidor estável da área de segurança pública
D) obrigatoriamente por agente penitenciário com mais de 10 anos em efetivo exercício
38. (Prof Pedro) o cargo de chefe de equipe dos agentes penitenciários será ocupado por:
A) preferencialmente por agente penitenciário
B) preferencialmente por agente penitenciário estável.
C) preferencialmente por servidor estável da área de segurança pública
D) deverá ser servidor de carreira da sejus.
39. (Prof Pedro) o cargo de diretor da unidade prisional será ocupado por?
A) obrigatoriamente agente penitenciário
B) obrigatoriamente servidor com 10 anos de experiência
C) preferencialmente servidor de carreira da SEJUS
D) preferencialmente servidor da segurança pública
41. (Prof Pedro) quanto a apuração das faltas disciplinares o conselho disciplinar:
A) julga em definitivo as faltas disciplinares
B) elabora parecer opinativo
C) remete para a comissão técnica de classificação que fará o julgamento
D) não precisa ouvir fazer procedimento contraditório
43. (Prof Pedro) Se durante a apuração do procedimento disciplinar verificar empate técnico nos votos:
A) o preso será beneficiado
B) o preso será prejudicado
C) haverá outra votação
D) suspenderá a sessão
48. (Prof Pedro) Quanto as fases de execução administrativa da pena privativa de liberdade:
A) terá uma fase
B) terá duas fases
C) não existe essa previsão no regimento
D) terá três fases
50. (Prof Pedro) O preso conhecido como “catatau”, chegou a CPPL, e trouxe consigo camisa da cor preta,
que não é permitido naquele estabelecimento prisional, portanto o pertence deverá:
A) ficar na posse do agente por período indeterminado
B) ser inventariado e colocado em depósito no setor de gerência administrativa
C) ser inventariado e colocado em depósito no setor de segurança
D) ficar na posse do diretor adjunto da unidade
51. (Prof Pedro) O preso conhecido como “Dirceu”, chegou a CPPL, e trouxe consigo relógio de ouro de
sua propriedade, que não é permitido naquele estabelecimento prisional, portanto o pertence deverá:
A) setor de pecúlio
B) ser inventariado e colocado em depósito no setor de gerência administrativa
C) ser inventariado e colocado em depósito no setor de segurança
D) ficar na posse do diretor adjunto da unidade
52. (Prof Pedro) Paulo nunca foi preso, porém acabou cometendo um crime e foi condenado. Paulo foi
conduzido para o centro de triagem e o mesmo deverá:
A) passar por um período de observação não superior a 90 dias
B) passar por um período de observação não superior a 120 dias
C) passar por um período de observação não superior a 60 dias
D) não existe previsão de período de observação
53. (Prof Pedro) Nos 10 (dez) primeiros dias do estagio de adaptação o preso não pode:
A) receber visita da mãe
B) do advogado
C) do defensor público
D) de ninguém, devendo ficar em isolamento.
54. (Prof Pedro) Das opções abaixo, especificamente tem a incumbência para administrar as transferências
dos presos entre os estabelecimentos prisionais?
A) CISPE
B) comissão técnica de classificação
C) conselho disciplinar
D) CATVA
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59. (Prof Pedro) O preso pode ter contato com o mundo exterior e acesso a meios de comunicação social:
A) não
B) sim
60. (Prof Pedro) O preso deve manter conduta oposta a movimentos coletivos de fuga?
A) sim, pois é um dever
B) não, pois não tem previsão legal
C) somente quando estiver no regime fechado
D) somente quando estiver no regime aberto
GABARITO
01 - A 02 - C 03 - C 04 - D 05 - D 06 - C
07 - A 08 - C 09 - B 10 - C 11 - A 12 - B
13 - C 14 - C 15 - B 16 - C 17 - A 18 - A
19 - A 20 - C 21 - C 22 - C 23 - D 24 - B
25 - C 26 - C 27 - F 28 - C 29 - B 30 - B
31 - D 32 - B 33 - B 34 - C 35 - C 36 - D
37 - A 38 - B 39 - C 40 - B 41 - D 42 - B
43 - A 44 - D 45 - D 46 - B 47 - B 48 - B
49 - C 50 - B 51 - A 52 - C 53 - A 54 - D
55 - D 56 - D 57 - D 58 - C 59 - B 60 - A
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REFERÊNCIAS
A Constituição e o Supremo. Livraria Supremo. 2015
Apostila de Regimento Interno do Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará – Prof. Pedro
Henrique. 2017
CF.1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília. Senado Federal. 2016;
LEP.1974. Lei de Execução Penal – Acessado em: www.planalto.gov.br, em 20/03/2018, as 22:00hs.;
Matheus Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 4ª ed. 2018;
Portaria 1220. Regimento Interno dos Estabelecimentos Penais do Estado do Ceará;
Regras Mínimas para Tratamento de Presos – ONU – Regras de Mandela – 2015;
Renato Marcão. Curso de Execução Penal. 9ª ed. 2011;
Site: www.dizerodireito.com.br
STF. Supremo Tribunal Federal. Brasília;
STJ. Superior Tribunal de Justiça. Brasília;
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SUMÁRIO
06. VISTORIAS..................................................................................................................................7
6.1 Revista de presos .............................................................................................................................7
6.2 Revista nas dependências da unidade ..............................................................................................8
6.3 Revista de visitantes ........................................................................................................................9
08. ESCOLTA...................................................................................................................................11
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................19
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01. INTRODUÇÃO
A questão prisional é certamente uma das mais delicadas no contexto do sistema de segurança
pública. E por este motivo requer um tratamento especial, não somente no tocante às suas rotinas, mas,
sobretudo, no que se refere à concepção que lhes dá sustentação, visando articular, problematizar e
intervir nas mais variadas situações que constituem o cenário cotidiano das Unidades Prisionais do
Estado do Ceará, incorporando valores éticos e compromisso social, elaborados de acordo com a Lei de
Execução Penal, consoante a uma abordagem dialógica e humanizada.
Desse modo, o material apresentado aos futuros Agentes Penitenciários possui informações para
enfrentamento dessas questões, desejando articular um trabalho em rede, e que demonstre a
padronização do sistema penitenciário do Ceará. Assinala-se também nesta apostila as condutas e ações
que serão praticadas pelos agentes penitenciários na árdua missão frente aos conhecidos obstáculos
nacionais do sistema penitenciário, tais como precariedade das instalações físicas, a superpopulação
prisional, a inexistência de espaço de convivência, presos querendo assumir lideranças de alas, trafico
de drogas e a criminalidade organizada, conflitando com o objetivo visado, que seria a reinserção social
de apenado.
Assis, aglutinando as técnicas e padrões de procedimentos e conhecimentos da problemática
prisional, Agentes penitenciários poderão desempenhar seus papeis de modo mais coeso e articulado a
importância do trabalho que desenvolvem dentro do contexto penitenciário.
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Vistoria: posto de trabalho utilizado com finalidade de realizar vistoria de pessoas e/ ou objetos
que adentram na unidade prisional, objetivando coibir a entrada de objetos, substâncias ou produtos
proibidos pela administração prisional e pela Legislação Penal.
Portaria: O referido posto de trabalho, em face de sua importância, será abordado em unidade
específica.
Parlatório: É posto de trabalho onde os internos, após autorização, recebem visitas, atendimentos
de advogados, técnicos e outros.
Ao Agente escalado no Parlatório caberá controlar o fluxo de atendimentos, verificando as
condições de segurança do local e controlando o tempo de entrada e saída daqueles que estão no
parlatório.
Afastar-se do posto de serviço sem prévia autorização do superior imediato é conduta
inadequada, possibilitando falha na segurança do estabelecimento prisional e, consequentemente colocar
em risco as pessoas que lá estão.
04. PORTARIA
Descrição: Local para recepcionar, identificar e revistar pessoas, veículos e objetos.
Além disso, caberá ao agente penitenciário vigiar o perímetro interno e externo, observando e
controlando a entrada e saída de pessoas e veículos, garantindo a segurança do estabelecimento prisional.
Ações: Dorneles, em sua obra, elenca didaticamente as Ações que devem ser desenvolvidas no
posto de Portaria:
Recepcionar pessoas, veículos e objetos, identificando, revistando e acompanhando ao destino;
Informar e consultar o setor de destino da presença do visitante;
Cadastrar e registrar pessoas;
Reter documentos de identificação;
Determinar o uso de crachá de identificação;
Orientar visitantes quanto aos procedimentos e normas de segurança;
Revistar e reter objetos não permitidos, utilizando os meios adequados e permitidos;
Receber e liberar presos ou internados, conferindo documentação e adotando demais medidas
necessárias;
Restringir a permanência ou tráfego desnecessário de pessoas não autorizadas ou alheias ao setor;
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Proibir a entrada de pessoas portando armas de qualquer espécie e telefones celulares ao interior
do Estabelecimento Prisional, salvo nas situações de: rebeliões, motins, vistorias ou situações que
requeiram o uso destes instrumentos.
Qualquer veículo ou carga destinado a entrar ou sair da área interna da Unidade deverá ser
minuciosamente vistoriado por agente penitenciário obedecendo aos protocolos já estabelecidos, e se
disponível, através do bodyscanner e da máquina de RX.
Se for encontrado objeto ou material ilícito, o responsável e ocupante do veículo serão detidos
pela Segurança do Estabelecimento Prisional, devendo a Direção adotar os procedimentos cabíveis.
Permitir a entrada de fornecedores ou prestadores de serviços, nos horários estabelecidos.
O Agente deve exigir que todos os servidores/funcionários que estiverem em serviço no
Estabelecimento Prisional estejam identificados e uniformizados.
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06. VISTORIAS
6.1 Revista de presos
A revista dos presos é uma das atribuições do Agente Penitenciário no desempenho de suas
funções.
São diversos momentos na rotina de trabalho que o agente irá realizar a revista no preso, dentre
elas destacamos:
No ingresso do preso na unidade prisional;
Na retirada do preso da cela para ser conduzido para outro setor dentro do próprio
estabelecimento prisional;
No retorno para a cela, em face de deslocamentos diversos (parlatório, sala de aula, Setor de
Saúde, banho de sol e outros);
Na saída do estabelecimento prisional para audiências judiciais, tratamento médico em hospitais
e transferências entre estabelecimentos;
No retorno para o presídio, em face de saídas temporárias, permissões de saída e retorno de
audiências.
O artigo 34 do RGEP-CE orienta acerca da revista pessoal do preso na ocasião do ingresso na
unidade, bem como de seus pertences, prevendo ainda, a higienização corpórea e a substituição do
vestuário pelo uniforme padrão da unidade.
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Além das hipóteses acima, o Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do
Ceará-RGEP-CE, artigo 23, IX atribui ao Chefe de Segurança e Disciplina a realização de vistorias nos
presos de modo preventivo ou quando tiver fundadas suspeitas que o interno esteja portando algum
objeto ilícito ou indevido.
Outro dispositivo legal que prevê que preso será visitando antes e depois do contato com o
visitante é a portaria 723/2014, publicada em 21/08/2014 no Diário Oficial do Estado.
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Existe a vedação expressa de ingresso de visitante que portar peças de roupa em duplicidade,
peças de roupa de time de futebol os seguintes acessórios tais como: relógio, boné óculos esportivos,
cinto, grampo de cabelo, fivela ou tipo similar de prendedor de cabelos, bijuterias, peças em prata ou
ouro.
Equipamentos utilizados nas vistorias de visitantes:
➢ Bodyscanners: equipamento que usa ondas de radiofrequência – como os aparelhos de
ressonância magnética – que têm menor energia e comprimento maior, sendo rebatidas pelo corpo. Essa
tecnologia está cada vez mais presente, para a revista de pessoas em presídios e aeroportos.
➢ Detectores de metal manual;
➢ Portal eletrônico;
➢ Banqueta detectora de metal.
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Em regra, o retorno do preso, após movimentação interna ou externa, será para a mesma cela.
Entretanto, a autorização de mudança do preso para outra ala, pavilhão, rua ou vivência é de competência
do Chefe de Segurança e Disciplina, conforme previsão legal do artigo 23, inciso V do RGEP-CE.
Como visto acima, é o Chefe de Segurança e disciplina que tem a competência para movimentar
os presos para outras celas. Contudo, a excepcionalidade dessa regra está prevista no próprio RGEP-CE,
permitindo que o Chefe de Equipe transfira o preso de cela, dentro do presídio, na ausência do superior
hierárquico, de forma emergencial, quando a integridade física do preso estiver comprometida.
08. ESCOLTA
Uma das atribuições do agente penitenciário é a escolta de presos para outros locais fora do
estabelecimento prisional.
É rotina na atividade do agente penitenciário a realização de escolta de internos para variados
procedimentos, dentre os quais temos as audiências judiciais, internação e consulta em hospitais ou
clínicas, outros Órgãos públicos e transferências para outro estabelecimento prisional.
Assim como no interior do estabelecimento, nos procedimentos de escolta o Agente Penitenciário
deverá estar sempre atento e vigilante para o bom desempenho de sua atividade.
Antes de iniciar o procedimento de escolta, deverá ser realizado um briefing dos agentes
participantes, no sentido de estabelecer as tarefas a serem realizada por cada um.
Além disso, verificar com a Direção da unidade, bem como o Chefe de Disciplina acerca do
“perfil” do preso.
Conforme já mencionado, antes do embarque ou do deslocamento o preso deverá ser algemado
e vistoriado.
Por oportuno, devemos orientar que a utilização de algemas se faz necessária em face do receio
de fuga e outros diversos motivos, entretanto, a atenção e vigilância deverão permanecer como uma
constante, uma vez que, não raro, presos conseguem tirar o equipamento ou transpor, possibilitando uma
ação por parte do mesmo.
Por fim, convém ressaltar que mesmo sem conseguir retirar ou transpor as algemas o preso
poderá tentar alguma ação. Desse modo, cautela e vigilância são fundamentais nos procedimentos de
escolta.
Segue abaixo, sem esgotar as modalidades, exemplos de escoltas externas realizadas por Agentes
Penitenciários:
➢ Audiências requisitadas por Juízes do processo de conhecimento ou de execução penal;
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Dentre os tópicos que deverão ser circunstanciados no Relatório Diário de Plantão dos Agentes
Penitenciários, destacamos:
➢ Contagem de material diverso;
➢ Contagem de material de segurança;
➢ Quantidade de armamento na unidade;
➢ Documentação diversa;
➢ Movimentação interna e externa;
➢ Atendimentos em parlatório;
➢ Frequência de servidores;
➢ Inspeções de autoridades;
➢ Ocorrências com presos ou visitantes.
Por fim, salientamos a importância de circunstanciar todas as ocorrências no Relatório Diário do
plantão de Agentes Penitenciário, uma vez que, na maioria dos casos, fornece elementos para os
desdobramentos de variadas ações positivas no contexto administrativo dos presídios.
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➢ Talheres;
➢ Lanternas;
➢ Canetas;
➢ Rádiotransmissor-HT;
➢ Sacos plásticos (1).
Obs1: Conforme Portaria 303/2016 o visitante deverá trazer saco plástico transparente para a
transposição dos alimentos.
Os medicamentos que não estão na listagem como permitidos de adentrar na unidade, somente
serão entregues após autorização do médico da unidade mediante apresentação de receituário.
Em caso de identificação de produtos ilícitos (aparelhos celulares, armas munições e drogas) o
possuidor deverá receber voz de prisão e conduzido a delegacia para os procedimentos policiais cabíveis,
uma vez que a posse desse material caracteriza crime.
No tocante, as apreensões de materiais não permitidos, o mesmo deverá ser apreendido e
comunicado ao Chefe de Equipe, tudo circunstanciado em Relatório de plantão para adoção dos
procedimentos cabíveis.
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pelas condições próprias do cárcere, deverá ser conduzido e acompanhado para que possa participar e
utilizar das assistências.
Antes de explicar as assistências em espécies, esclareceremos as diferenças entre os destinatários
das assistências.
Preso: é quem se encontra recolhido em estabelecimento prisional, provisório ou condenado;
Internado: é aquele que se encontra submetido á medida de segurança hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico;
Egresso: considera-se egresso o liberado definitivo, pelo prazo de um ano a contar da saída do
estabelecimento ou o liberado condicional, durante o período de prova.
Das assistências em espécie:
Assistência material: é consubstanciada no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações
higiênicas.
Assistência à saúde: caracterizado pelo binômio preventivo e curativo a assistência à saúde
compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
Assistência jurídica: destina-se aos presos e internados que não possuem recursos financeiros
para contratação de advogado particular sem prejudicar o sustento próprio e familiar.
Assistência educacional: consoante á legislação compreenderá a instrução escolar, bem como a
formação profissional do preso e do internado, contudo o ensino de primeiro grau é obrigatório.
A Lei 13.163/2015 alterou a Lei de Execução Penal, instituído o ensino médio nos presídios, com
fundamento no preceito constitucional da universalização da educação.
Assistência Social: consiste no amparo ao preso e ao internado com o desiderato de preparação
para o retorno dos mesmos à liberdade.
O artigo 23 da Lei de Execução Penal elenca algumas tarefas do Serviço Social dos
estabelecimentos prisionais: Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas
pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de
modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
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XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros
meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da
autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou
restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Convém ressaltar que o rol de direitos não é exaustivo, uma vez que a própria LEP elenca em
seu texto outros direitos, tais como livramento condicional, progressão de regime de cumprimento de
pena, saída temporária, permissões de saída e outros.
É justamente para assegurar esses direitos previstos no ordenamento jurídico que a função do
agente penitenciário é de grande importância, uma vez que é esse profissional que irá propiciar uma
dinâmica dentro do estabelecimento para que se atinja o fim pretendido.
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MACENA, Lima; Filho, F. Rodrigues A. Comentários ao RGEP-CE. 1. Ed. Ceará. Din: 2017.
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MIRABETE, JulioFabrini. Execução Penal. 12. Ed. São Paulo: Atlas, 2014.
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