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Agências Reguladoras p/ ANTAQ

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Profs Heber Carvalho e Jetro Coutinho Aula 01

2. REGULAÇÃO

Antes de tudo, devemos definir o que é regulação. Segundo Pinto Jr.


e Ronaldo Fiani1:

“... define-se regulação como qualquer ação do governo no


sentido de limitar a liberdade de escolha dos agentes
econômicos.”

Esta é o conceito mais generalista que existe. Na verdade, temos


vários tipos de regulação. A Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Econômico (OCDE) define três tipos de regulação:

 Regulação econômica;
 Regulação social;
 Regulação administrativa.

A regulação econômica é a mais importante para o nosso estudo.


Ela geralmente se refere a imposições feitas pelo governo às decisões das
firmas em relação aos seguintes itens2:

 Preços dos produtos/serviços: o regulador pode especificar um


preço máximo a ser cobrado ou uma faixa dentro da qual poderá se
situar o preço cobrado pela indústria regulada; aqui, o regulador pode
se utilizar da coerção para fazer com que o preço cobrado pela
indústria se aproxime daquele que seria cobrado em um mercado
competitivo, na medida do possível.

 Nível de produção (quantidade): aqui, o regulador geralmente


tenta fazer com que a indústria regulada tenha a obrigação de suprir
a demanda do mercado ao nível de preço determinado pelo
regulador. Isto assume grande importância, ainda mais se nos
lembrarmos de que grande parte das indústrias reguladas prestam
serviços essenciais à população. Assim, é necessário que o serviço
seja prestado de forma contínua, perene, atendendo à demanda de
mercado.

 Número de firmas (restrições à entrada e saída do mercado):


em alguns casos, sobretudo no caso dos serviços de utilidade pública,
onde existem monopólios naturais3, é desaconselhável a entrada
indiscriminada de muitas firmas no mercado. Assim, o regulador pode
limitar a entrada de novas firmas, ou ainda a entrada de indústrias
já reguladas em outros setores. Em outros casos, o regulador pode
1
Economia Industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil, ed. Campus.
2
“ V Economics of Regulation and Antitrust
3
Estudaremos mais detalhes sobre o monopólio natural mais à frente em nossa aula.

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fazer com que a indústria regulada possa estender os seus serviços
para outras áreas geográficos ou obrigá-la a prestar alguns serviços
que antes ela não fazia.

 Qualidade: a regulação dos preços pelos órgãos reguladores deve


vir acompanhada da regulação da qualidade. Caso contrário, a
indústria regulada é incentivada a reduzir a qualidade do produto ou
serviço a fim de manter a sua lucratividade. Neste tipo de situação,
o órgão regulador deve fixar com bastante clareza os padrões de
qualidade a serem atingidos pela indústria regulada. Geralmente,
este item de regulação se apresenta bastante custoso para os órgãos
reguladores, dada a dificuldade de definir, mensurar e até mesmo
fiscalizar a qualidade dos produtos e serviços prestados pela indústria
regulada.

A regulação social serve para proteger o interesse em áreas como


saúde, segurança, meio ambiente e em questões sociais. Situações de
regulação social ocorrem quando o governo, por exemplo, estabelece
regras de controle da poluição, fiscalização das condições de trabalho nas
indústrias, segurança e especificações dos produtos industriais (através do
INMETRO), prestação dos serviços dos planos de saúde, etc.

A regulação administrativa destina-se a formular as regras e os


procedimentos por meio dos quais o governo intervirá nas decisões dos
agentes econômicos. Exemplos deste tipo de regulação ocorrem quando o
governo formula regras que viabilizam a própria atividade regulatória
(emissão de instruções normativas, resoluções, e demais normas a serem
cumpridas pelas indústrias reguladas).

O Estado decide regular os agentes econômicos por diversos motivos.


Às vezes, ele busca a eficiência econômica do mercado, eliminando ou
reduzindo as falhas de mercado. Às vezes, o regulador pode defender os
interesses da indústria regulada (sim, esse tipo de regulação existe e é
possível do ponto de vista legal). Outras vezes, o regulador pode defender
os consumidores do poder de mercado que a indústria regulada possui (este
é o caso mais comum na literatura).

Aqui em nossa aula, o que mais interessa são as situações de


regulação que tenham mais relação com a parte econômica. Sendo mais
específico, o que mais interessa (mais ainda!) é a regulação dos serviços
públicos, pois é essencialmente para este tipo de regulação que se volta a
atuação das agências reguladoras do governo.

Neste sentido, vamos começar a esquentar realmente os motores,


explicando os motivos essenciais pelos quais se justifica a intervenção
regulatória (estamos falando da regulação econômica):

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 Existência de mercados não contestáveis;


 Redução das falhas de mercado;
 Melhora do grau de eficiência econômica (ou seja, aproximação do
resultado de concorrência perfeita) e a prevenção de um eventual
abuso de poder econômico decorrente do poder de mercado.

Falemos detalhadamente de cada uma destas situações que ensejam


a regulação econômica:

2.1. EXISTÊNCIA DE MERCADOS NÃO CONTESTÁVEIS

Devemos neste momento definir o que são mercados contestáveis. O


mercado é contestável se4

i. Não existirem restrições institucionais, vantagem absoluta de


custos5, economias de escala, diferenciação de produto ou qualquer
outra restrição à entrada;

ii. Não existirem barreiras à saída, ou seja, as firmas estabelecidas


possam abandonar o mercado sem que, com isso, incorram em
elevados custos de saída; e

iii. A(s) empresa(s) existente(s) não puder(em) responder


rapidamente à entrada de nova(s) empresa(s) reduzindo os
preços.

Se estas condições existirem, as empresas em regra não terão poder


de mercado sobre os consumidores, e nós dizemos que o mercado é
contestável. De modo menos técnico, podemos dizer que o mercado
contestável é aquele em que há possibilidade de entrada de novas
empresas que possam competir em igualdade de condições com as
empresas já existentes, sendo essa entrada lucrativa para as novas
empresas.

Em outras palavras, em mercados contestáveis, como o próprio nome


sugere, é possível contestar as empresas já existentes, aumentando a
competitividade. Assim, quando o mercado é não contestável, a
competição fica prejudicada, o que torna aconselhável a regulação.

4
Azevedo, Paulo (Manual de Economia, cap. Organização Industrial).
5
A vantagem absoluta de custos ocorre quando a firma estabelecida possui acesso privilegiado a fontes de
matéria-prima (economizando custos de transporte e logística); possui tecnologia superior à das firmas
entrantes; possui rede de fornecedores e clientes, cuja relação estabelecida no longo prazo permite melhores
condições de negociação.

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Um mercado pode ser não contestável, por exemplo, pela
existência de barreiras à entrada (i) provocadas por restrições
institucionais (como grandes exigências legais, posse de licenças e
permissões onerosas, etc). As barreiras à entrada podem ser criadas pelas
firmas já estabelecidas no mercado ou podem ser simplesmente barreiras
naturais, como a exigência de ativos ou tecnologia muito específicos e/ou
escassos para poder atuar em determinado mercado.

Outro exemplo de não contestabilidade de um mercado é a


existência de barreiras à saída (ii). Estas barreiras à saída decorrem da
existência de custos irrecuperáveis, irreversíveis ou irreparáveis. São
aqueles custos que a firma incorre e nunca mais poderá recuperar. Por
exemplo, a Microsoft (produtora do Windows) é a empresa que domina o
mercado de software para computadores. Se uma firma decidir entrar neste
mercado a fim de contestar a posição da Microsoft, ela incorrerá em
elevados custos (contratação dos melhores programadores,
desenvolvimento de tecnologias, marketing, etc). Caso o investimento não
dê certo, estes custos são irreparáveis/irrecuperáveis. Uma nomenclatura
também comumente usada é custos afundados (sunk costs).

Assim, a existência de custos irrecuperáveis acaba funcionando como


uma barreira à saída, tendo em vista que, havendo custos irreversíveis, a
saída do mercado representa grandes perdas para a firma que o abandona,
já que tais custos nunca mais poderão ser recuperados. Desta forma,
podemos entender que a existência de custos irrecuperáveis funciona
como barreira à saída. Esta, por sua vez, é indício que o mercado é não
contestável.

Por fim, se as empresas estabelecidas não tiverem tempo


suficiente de reagir à entrada de outra firma (iii), isto também é uma
característica de contestabilidade. O raciocínio é o seguinte: não havendo
tempo de reação, uma firma entrante pode entrar no mercado e iniciar a
sua produção, sem que a firma já estabelecida reaja com, por exemplo,
uma redução brusca de preços (uma guerra de preços). Ou seja, é possível
entrar no mercado e contestar as firmas já estabelecidas. Se estas, em um
segundo momento, reagirem com uma guerra de preços, é só a firma
entrante se retirar do mercado, e esta retirada ocorrerá sem custos, uma
vez que não há barreiras à saída (não existem custos irrecuperáveis).

2.2. REDUÇÃO DAS FALHAS DE MERCADO

Na aula demonstrativa, já estudamos os principais aspectos das


falhas de mercado. Hoje, é apenas o momento de refinar um pouco desta
análise, trazendo novos conceitos ou revisitando aqueles que sejam
importantes para a teoria da regulação. Nesta presente aula, julgamos

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pertinente tecermos mais considerações sobre as assimetrias de
informação:

2.2.1. Assimetrias de informação

Para os aspectos envolvendo a regulação econômica, o que nos


interessa é a relação entre indústria regulada e órgão regulador no que
tange aos serviços públicos.

Nesta situação, o órgão regulador nunca sabe exatamente até que


ponto pode reduzir as tarifas cobradas dos usuários pela indústria regulada
sem causar prejuízos a esta, pois o regulador não sabe com precisão quais
são os reais custos em que incorre a concessionária de serviços públicos (a
indústria regulada). O regulador, por vezes, também não conhece
detalhadamente como é a curva de demanda do mercado.

Este problema de seleção adversa (pois é relevante no período que


precede a regulação em si) acaba se tornando um grande percalço para
uma regulação adequada. A assimetria de informação acontece porque
quem conhece realmente a estrutura de custos da indústria regulada é a
própria indústria regulada. Assim, ela pode mentir ou omitir fatos para o
órgão regulador, dizendo ter custos elevados, quando, na verdade, não
têm. Como o órgão regulador não tem acesso pormenorizado da estrutura
de custos da indústria, isto acaba fazendo com que ele possa ter mais
“compaixão” na hora de revisar as tarifas6 que serão cobradas dos
consumidores. A indústria regulada, alegando que possui elevados custos,
pode fazer com que o regulador autorize um aumento no valor das tarifas
cobradas da população.

Quando falamos em regulação, talvez a primeira coisa que venha à


nossa mente é a questão envolvendo as agências reguladoras e as
concessionárias de serviços públicos. Vocês devem saber muito bem isso,
devido aos intensos estudos de Direito Administrativo, mesmo que para
outros concursos, não é mesmo?!

A agência reguladora é uma entidade com personalidade jurídica e


independência funcional. Em suma, ela serve para fiscalizar e impor regras
em determinados mercados, sobretudo, naqueles em que há prestação de
serviços de utilidade pública. Então, grande parte da regulação de uma
economia acaba sendo executada pelas agências reguladoras ou outros
órgãos que, embora desprovidos de personalidade jurídica própria, também
tem atuação semelhante às agências reguladoras no que tange aos
objetivos a buscar.

6
Nós falaremos dos regimes tarifários na aula 03.

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Segue abaixo uma relação de alguns dos principais órgãos e agências
reguladoras e seus setores específicos (é apenas para uma visualização
geral do sistema regulador, ou seja, é só para dar uma ideia básica). A lista
não esgota todo o sistema regulador nem é necessário decorá-la:

 Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL): autarquia que


tem como função implementar a política nacional de energia elétrica,
assim como fiscalizar as atividades do setor e prevenir e repreender
as infrações da ordem econômica, respeitando o que for de
competência do CADE, além de participar das licitações de contratos
de concessão de energia elétrica.

 Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT): entidade


integrante da Administração Federal indireta, vinculada ao Ministério
dos Transportes, com a qualidade de órgão regulador da atividade de
exploração da infraestrutura ferroviária e rodoviária federal e da
atividade de prestação de serviços de transporte terrestre.

 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA): A Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi criada para proteger a
saúde do cidadão, através do controle sanitário da produção e
comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância
sanitária. O órgão também exerce controle de portos, aeroportos e
fronteiras e faz a interlocução do Ministério das Relações Exteriores
com instituições estrangeiras para tratar de assuntos internacionais
na área de vigilância sanitária..

 Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL): autarquia


destinada a coordenar a reestruturação do sistema de
telecomunicações, além de participar das licitações de contratos de
concessão de telefonia.

 Agência Nacional do Petróleo (ANP): autarquia vinculada ao


Ministério de Minas e Energia, que fiscaliza e regula as atividades
relacionadas à indústria petrolífera.

 Agência Nacional de Saúde (ANS): autarquia vinculada ao


Ministério da Saúde que controla e regula a relação entre prestadores
e consumidores na área da saúde.

 Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): órgão do


Ministério da Fazenda responsável por fiscalizar o mercado de
seguros e previdências privadas.

 Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE):


autarquia vinculada ao Ministério da Justiça que pune infrações à

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ordem econômica, controla condutas e previne atos de concentração
que possam apresentar danos à concorrência.

Cada um destes órgãos ou autarquias, a seu modo, enfrenta


problemas de assimetria de informações nos mercados que regula. Por
exemplo, a ANS toma medidas para que os planos de saúde não sejam
prejudicados ao fechar contratos com pacientes contendo doenças
preexistentes. Por isso, os diferentes prazos de carência para diferentes
procedimentos médicos são regulamentados e impostos aos consumidores
quando estes contratam os serviços de um plano de saúde. Ao mesmo
tempo, a ANS procura informar os consumidores das diversas regras que
existem. Acessando o site da ANS, você verá que existe toda uma
preocupação para informar os consumidores sobre os diversos aspectos
envolvendo o mercado de planos de saúde. Ou seja, veja que existe toda
uma preocupação para que as informações fluam de modo perfeito, e não
haja problemas de informações assimétricas.

O mesmo acontece com as outras agências e órgãos acima


elencados, cada um a seu modo e em seu mercado específico. Não é nosso
objetivo aqui tecer maiores sobre cada uma das agências. Na última aula,
apenas, falaremos da regulação específica do setor de transportes
aquaviários (regulação setorial). Foi só uma introdução para o que vem a
seguir.

2.2.3. Teoria da agência

A teoria da agência é fundamentada no problema de informação


assimétrica existente entre dois atores, denominados agente e principal.

O principal é um indivíduo que emprega um ou mais agentes para


atingir um objetivo. O agente é um indivíduo empregado por um principal
para atingir os objetivos deste. Dizemos que há uma relação de agência
sempre que há um arranjo entre pessoas no qual o bem-estar dos
participantes depende daquilo que é feito por uma outra pessoa, também
participante.

O problema da relação agente-principal surge quando os


agentes perseguem seus próprios objetivos, e não os do principal.
Vejamos um exemplo:

Na maioria das empresas, os proprietários não têm condições de


acompanhar tudo o que seus funcionários fazem. Nesta situação, ocorre
uma assimetria de informações, pois os funcionários (agentes) estão mais
bem informados do que os proprietários (principal). Somente os
funcionários sabem se eles estão fazendo tudo “no padrão” ou não.

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Desta forma, os agentes podem passar a perseguir seus próprios
objetivos e não os do principal. Por exemplo, um gerente (agente) pode
buscar a maximização de seus bônus, e não a maximização do lucro do
proprietário (principal). Em firmas grandes, os executivos podem passa a
perseguir seus objetivos, maximizando seus bônus, fruição de melhores
benefícios do cargo, etc; em detrimento dos objetivos dos proprietários (no
caso, os acionistas das empresas).

É um típico problema de assimetria de informação, pois nem sempre


os esforços e a produtividade dos administradores e gerentes (agente) são
observáveis e mensuráveis pelos proprietários ou acionistas (principal).

No setor público, o principal são os donos da “coisa” pública. Ou seja,


os contribuintes são os proprietários e fazem parte do “principal”, que é o
lado com menos informações. Os gestores públicos representam os
agentes. Como não é possível para os contribuintes (principal) saberem
efetivamente como está a produtividade de seus administradores públicos
(agentes), estes podem passar a perseguir seus próprios objetivos em
detrimento dos objetivos do principal.

2.2.4. Teoria da captura

A hipótese da captura prevê que a agência reguladora governamental


será capturada futuramente pelo setor que é regulado. Neste processo, os
eleitores ou contribuintes representam o “principal”. A agência reguladora
representa o “agente”, que deve agir no interesse dos contribuintes
(principal).

Nós vimos que existe uma relação de assimetria de informação entre


o regulador e a indústria regulada, pois aquele não conhece
detalhadamente a estrutura de custos e processo de produção da indústria
regulada. Então, para conhecê-los, pode ser necessário que o regulador
tenha que se “misturar” com a indústria. Nesta situação, ocorre o processo
de “captura” e, no longo prazo, a regulação acaba servindo aos próprios
interesses da indústria que pretendia regular.

Essa teoria, fundamentada inicialmente por Peltzman (1976), nos


mostra que o órgão regulador pode passar a trabalhar para a indústria
regulada em vez de defender o interesse dos contribuintes. Isto pode
acontecer por vários motivos: busca de apoio político da indústria regulada
(muitas destas indústrias financiam as campanhas políticas durante o
período de eleições), corrupção, venda de favores, enriquecimento ilícito,
etc.

Perceba, então, que a hipótese da captura é uma teoria que sustenta


que a regulação é definida com base no interesse dos produtores. A
principal ideia é que o custo da organização política é alto e o processo

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político só oferecerá as regulações que aumentem o bem estar de grupos
pequenos e facilmente identificáveis que apresentem baixos custos de
organização. Essas regulações são ofertadas mesmo que imponham custos
sobre os outros, contanto que esses custos sejam divididos o suficiente
para não reduzir os votos, é claro.

No setor de saúde, por exemplo, os planos da saúde tendem a


apresentar maior poder de negociação e de influência do que os
consumidores sobre a determinação política acerca das tarifas, prazos de
carência, etc. No setor rodoviário, as empreiteiras também possuem maior
poder de barganha perante o órgão regulador.

Isto acontece porque as indústrias reguladas possuem um grupo mais


organizado e coeso no que tange aos objetivos pretendidos. Assim,
apresentam poder de organização muito maior do que os consumidores,
dispersos entre milhares de pessoas que não se comunicam, e não
combinam suas ações.

Essa teoria, apesar de não comprovada por meio de experimentos,


mantém a sua validade, em especial como uma forma de enfatizar a
importância de determinar formas por meio das quais haja o alinhamento
dos interesses do regulador com os interesses dos eleitores – e do governo.

2.3. MELHORA DO GRAU DE EFICIÊNCIA ECONÔMICA

A melhoria do grau de eficiência econômica deve ser buscada quando


for possível aproximar o resultado do mercado ao resultado que seria
verificado em condições de concorrência perfeita. Por exemplo, quando
algumas empresas se unem para combinar preços na expectativa de
aumentar seus lucros, a regulação econômica, nesta situação, deve
procurar coibir tal tipo de conluio, evitando perdas de bem estar aos
consumidores.

Se o mercado como um todo funcionasse de modo próximo ao que


temos na concorrência perfeita, certamente não haveria espaço para
intervenções governamentais na esfera reguladora, objetivando imposição
de preços, defendendo a concorrência ou algo neste sentido. A regulação
não faria sentido pois os recursos já estariam sendo alocados de forma
eficiente.

No entanto, os mercados geralmente não funcionam de forma


eficiente, possuindo falhas de mercado, que são justamente aquelas que
estudamos na aula demonstrativa. A presença destas falhas pode fazer com
que a intervenção governamental seja necessária ou aconselhável.

No entanto, é importante salientar que as falhas de mercado podem


justificar a intervenção do governo, mas esta não deve necessariamente

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decidir intervir em tal mercado buscando a equidade, mesmo que alguma
fatia de eficiência seja perdida no processo.

2.4. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA BOA REGULAÇÃO

Neste tópico, seguiremos literalmente o que consta no documento


“Fortalecimento de Apoio à Modernização e o Fortalecimento Institucional
do Tribunal de Contas de União – Aperfeiçoamento do Controle Externo
da Regulação”, decorrente de parceria entre TCU e FGV. Não pensamos
que seja necessário decorar este item da aula, mas uma boa lida com a
devida atenção é interessante.

Um bom ponto de partida são os cinco princípios básicos da boa


regulação da BRTF [Better Regulation Task Force (2003a)]:

 Proporcionalidade – os reguladores devem intervir somente


quando necessário. As soluções devem ser apropriadas dados os
riscos envolvidos e os custos devem ser identificados e minimizados;

 Prestação de contas (accountability) – os reguladores devem ser


capazes de justificar suas decisões e devem estar sujeitos ao
escrutínio da sociedade;

 Consistência – diferentes regras e padrões devem ser coesos, não-


contraditórios e implementados de forma justa;

 Transparência – os reguladores devem ser transparentes e devem


zelar para que suas intervenções sejam simples e facilmente
entendidas pela sociedade;

 Objetividade – a regulação deve manter o foco no problema e deve


minimizar efeitos em outras esferas.

Baseada nesses cinco princípios a BRTF desenvolveu uma lista com


testes para verificar a qualidade da regulação [Better Regulation Task Force
(2003a)]. Em resumo, a regulação deve:

 Ser balanceada e evitar reações precipitadas – os reguladores


podem ser pressionados para reagirem imediatamente em resposta
a demandas da sociedade. Essa pressão pode levar à introdução de
regulação ineficaz ou desnecessária.

 Deve tentar reconciliar objetivos contraditórios – avaliações


claras do impacto esperado da regulação são essenciais para
identificar e reconciliar objetivos contraditórios.

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 Ponderar riscos, custos e benefícios – não é prático e tampouco
desejável para os reguladores a remoção de todo o risco. Trade-offs
entre custos e benefícios da regulação devem ser avaliados e a
sociedade deve fazer seu próprio juízo sobre os riscos envolvidos.

 Evitar consequências não intencionais – a regulação em uma


área pode criar problemas em outras esferas.

 Ser fácil de entender – a complexidade da regulação pode


determinar a sua ineficácia.

 Ter amplo suporte da sociedade – suporte do público é um bom


indicador da necessidade da regulação. No entanto, deve-se ter em
mente que a opinião pública muda ao longo do tempo.

 Ser aplicável – para ser efetiva, a regulação deve ser de prática


aplicação.

 Identificar a accountability – quando algo de errado acontece,


deve ocorrer uma prestação de contas clara.

 Ser relevante nas condições atuais – a regulação deve ser revista


regularmente para garantir que continua necessária e relevante.

2.4.1. Avaliação do Impacto Regulatório [RIA]

Um outro instrumento importante para o desenho da regulação são


as Avaliações de Impacto Regulatório (Regulatory Impact Assessments
– RIA). Trata-se de metodologia para desenhar, implementar e aprimorar
o processo de regulação. Basicamente, deve cobrir as seguintes questões:

 Objetivos e efeitos desejados – identificar os objetivos da


proposta de regulação;
 Riscos – avaliar os riscos levantados pela proposta de regulação.
 Custos – levantar todos os custos, incluindo custos indiretos.
 Identificar opções de ação;
 Impacto nos pequenos negócios;
 Consulta pública – ouvir as opiniões dos agentes afetados;
 Monitoramento e avaliação – estabelecer critérios para monitorar
e avaliar os resultados (e a relevância) da regulação;
 Recomendação – fazer recomendações ao regulador, levando em
conta as opiniões expressas na consulta pública.

Os estágios de preparação da RIA devem ser integrados com os


estágios da formulação e implantação da política pública. A Figura 2 ilustra
esse processo. Basicamente, a RIA deve ser composta pelas seguintes
etapas:

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2.4.2. Boas práticas na auditoria da regulação econômica

Especificamente com relação à última fase da RIA (revisão e


avaliação), os guias de boas práticas mostram-se bastante úteis como
pontos de partida. Em particular será dada ênfase aos mecanismos de
competição, tendo sempre em mente que a competição está inserida no
arcabouço mais amplo da regulação.

Seguem as diretrizes da boa regulação econômica:

 Reduzir o poder de mercado. Onde o regulador tiver como objetivo


promover a competição para reduzir o poder de mercado, o órgão de
auditoria deve investigar o que foi feito para perseguir este objetivo
e com quais resultados;

 Promover a escolha do consumidor. O órgão de auditoria deve


examinar o que o regulador tem feito para verificar se os
consumidores têm margem para mudar de fornecedor, se existe
informação para que eles tomem uma decisão racional sobre qual
fornecedor escolher e se existem maneiras efetivas para aqueles
consumidores que desejam trocar de fornecedor;

 Combater práticas anticompetitivas. O órgão de auditoria deve


examinar se o regulador consegue identificar e reagir prontamente
em caso de alegação de condutas anticompetitivas.

3. DESREGULAÇÃO e RE-REGULAÇÃO

O primeiro conceito é bastante simples. A desregulação é pura e


simplesmente o ato de desregular algo que estava sendo regulado.
Verônica Cruz8 define a desregulação como uma redução econômica,
política e social das restrições sobre o comportamento dos atores
sociais, especialmente daqueles que atuam no mercado.

A desregulação é justificada quando os custos financeiros da


regulação excedem os ganhos, ou quando a regulação impõe sérias
restrições ao funcionamento regular do mercado. A teoria da captura nos
mostra que um esquema regulatório pode acabar por prejudicar a
concorrência em determinado mercado, impedindo a entrada de novas
firmas e apenando os consumidores com altos preços. Tudo isto porque a
captura do órgão regulador acaba por beneficiar o setor regulado em
detrimento do restante da sociedade. Em um caso como este, por exemplo,
a desregulação seria indicada.

8
Regulação e Agências Reguladoras.

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03. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANS - 2013) O
problema de principal-agente ́ um tipo de problema
caracterizado por um esforço que ño pode ser monitorado e
medido pelo principal e, portanto, ño pode ser diretamente
recompensado.

Comentários:
Vamos por partes!

A questão estabelece que o principal não pode monitorar o esforço do


agente. Essa afirmação está correta!

Como o principal possui menos informação na relação, ele é o mais


prejudicado. Se tivéssemos diante de uma completa simetria de
informações, o principal saberia tudo o que seus agentes realizam e,
assim, poderiam tomar as medidas necessárias para corrigir o problema.
No entanto, eles não possuem todas as informações necessárias, pois não
conseguem monitorar completamente as ações (o que a questão chamou
de “esforço”) dos agentes.

Continuando nosso dilema, o principal não consegue monitorar todas as


ações do agente. Assim, ele não consegue recompensar diretamente as
ações do agente.

Geralmente, pensamos em recompensar somente como dar em troca


alguma coisa em virtude de alguma atitude positiva. Na Economia, esse
termo possui uma acepção diferente (talvez por uma imprecisão da
tradução do termo em inglês). Mas, na Economia, entendemos
“recompensa” tanto como uma recompensa propriamente dita, como
também por uma sanção.

No contexto da questão, como o principal não consegue monitorar a ação


do agente ele não consegue recompensar o agente, por exemplo,
estabelecendo sanções a algum comportamento do agente que esteja em
desacordo com o que o principal deseja.

Ou seja, nesse tipo de problema agente-principal, a assimetria é tamanha


que o principal não consegue nem monitorar o agente, nem estabelecer
sanções. Para resolver esse problema, surge a auditoria, mas isso já é
coisa de outro curso! hahaha

Gabarito: CERTO

04. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANS - 2013) Um


ponto importante da teoria da captura consiste na hiṕtese de que
as regulamentações econômicas existem com o objetivo de
favorecer um grupo específico.

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Comentários:
Sem problemas, certo? É precisamente o conceito de captura.

Gabarito: CERTO

05. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANTT - 2013) Uma


das formas de implementar a teoria do agente principal consiste
na busca por uma regulação tarifária que atenda a interesses de
consumidores e investidores, estimulando a eficiência do setor.

Comentários:
Vimos que a teoria do agente principal é uma assimetria de informação.
Na aula 00, estudamos que a assimetria de informação é uma falha de
mercado.

Falhas de mercado PREJUDICAM a eficiência em um mercado. Dessa


forma, se implementássemos a teoria do agente principal em um setor,
isso NÃO estimularia a eficiência do setor, como afirma a questão. Na
verdade, a implementação desse problema não permitiria que o setor
alcançasse a eficiência econômica.

Gabarito: ERRADO

06. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANAC - 2012) O


risco moral, relacionado à presença de informação assimétrica,
engloba o denominado problema agente-principal, que ocorre no
caso em que o agente, devendo agir no interesse do principal, é
incentivado a agir de forma contrária ao que espera o principal.
Isso ocorre porque o agente tem mais informações sobre suas
ações do que o principal e, também, porque o principal não pode
monitorar perfeitamente o agente.

Comentários:
Corretíssimo o item. No problema agente-principal, o agente tem mais
informações que o principal e o principal não pode monitorar
perfeitamente o agente.

Gabarito: CERTO

07. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANAC - 2012) A


teoria do agente principal considera a existência de dois atores,
denominados principal e agente. Nessa teoria, o primeiro um ator
cujo retorno depende de ação ou de informação de propriedade
exclusiva do agente.

Comentários:

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Sem problemas, né, gente? O principal, a partir do momento que contrata
o agente, passa a ter o retorno de seu investimento dependente do modo
como o agente conduzirá suas ações. Dessa forma, somente o agente
possui ação ou informação que o principal necessita para obter retorno.

Gabarito: CERTO

08. (Cespe/Unb – Todos os cargos – MEC - 2014) De acordo com


o modelo do principal agente, o principal delega funções ao
agente, estabelecendo-se, assim, uma relação hierárquica.

Comentários:
No modelo principal-agente, ao delegar funções ao agente, o principal
estabelece uma relação hierárquica, onde se verifica, posteriormente,
uma assimetria de informação.

Gabarito: CERTO

09. (Cespe/Unb – Todos os cargos – MEC - 2014) Conforme a


teoria da captura, a regulação é ofertada como resposta à
demanda da indústria por regulação, podendo haver o
favorecimento de determinados grupos.

Comentários:
Na teoria da captura, o órgão regulador é “capturado” e ao invés de sua
regulação ser imparcial, ela passa a favorecer determinados grupos.

Gabarito: CERTO

10. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2009) - A falta de


transparência nas decisões acerca dos reajustes de preços
regulados pelo governo, diferentemente das revisões, tende a
prejudicar os consumidores, sempre mais numerosos, menos
organizados e com menos informações.

Comentários:
O erro da assertiva está em apontar os consumidores como aquele lado
que sempre está com menos informações, o que não é necessariamente
correto. Por exemplo, no caso dos planos de saúde, a assimetria de
informações ocorre porque os consumidores detêm mais informações que
os planos (são os consumidores que sabem as doenças preexistentes, se
eles cuidam da alimentação, levam uma vida saudável, etc). Neste caso,
o plano de saúde (produtor) tem menos informações que o consumidor.

Gabarito: ERRADO

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11. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2009) - A regulação
do mercado, exercida pelas agências reguladoras e pelo Conselho
Administrativo da Defesa Econômico (CADE), é necessária para,
entre outras funções, coibir os abusos resultantes da atuação dos
monopólios naturais, que se caracterizam pela maior eficiência
alcançada nos casos de elevadas economias de escala ou de
escopo em relação ao tamanho do mercado.

Comentários:
A assertiva tratou de uma das inúmeras funções ou objetivos da
regulação: coibir os abusos que porventura possam surgir a partir da
existência de um monopólio natural, que é uma estrutura de mercado
ocasionada pela existência de maior eficiência quando se produz em
níveis elevados (economias de escala ou economias de escopo, se for o
caso).

Gabarito: CERTO

12. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro –


SEGER/ES – 2007) - No mercado de telefonia, a presença de
custos fixos elevados e de assimetrias de informação limita a
competição e exige a adoção de um marco regulatório para a
redução das perdas relativas a bem-estar.

Comentários:
A presença de custos fixos elevados prejudica a competição no mercado
pois funciona como uma barreira à entrada, que é característica de
mercados monopolistas (é uma falha de mercado  poder de mercado
ou falha na competição).

A assimetria de informações também é uma falha de mercado, logo, nos


dois casos, há necessidade de regulação por parte do governo a fim de
reduzir as perdas de eficiência (bem-estar).

Nota  Ocorrem custos fixos elevados no mercado de telefonia pela


enorme estrutura que deve ser mantida para a disponibilização do
serviço. Também há assimetrias de informação pelas imperfeições na
disponibilização de informações entre as empresas e os usuários.

Gabarito: CERTO

13. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - Os principais objetivos da


regulação de mercados são o bem-estar do consumidor e a
melhoria da eficiência alocativa, distributiva e produtiva da
indústria envolvida.

Comentários:

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Esta é uma assertiva bem generalista e está correta. Quando a banca fala
em eficiência alocativa, distributiva e produtiva, entenda tudo isto
“genericamente” falando como eficiência econômica, ok?! Em um curso
de Microeconomia completo, definiríamos cada umas das eficiências, mas
aqui não é o caso fazê-lo.

Gabarito: CERTO

14. (CESPE/Unb - Analista Legislativo – Câmara dos Deputados –


2002) - Em presença de economias crescentes de escala e quando
os mercados não são contestáveis, a existência de custos
enterrados (sunk costs) aumenta o custo de oportunidade de
entrada de outras firmas em relação à firma já estabelecida na
indústria, fazendo com que esse mercado deva ser objeto de
regulação e fiscalização governamental.

Comentários:
Mercados não contestáveis, aliados à presença de economias de escala e
custos irreparáveis (sunk costs=custos enterrados/afundados), são
mercados onde não prevalece características de competição (de
concorrência perfeita), o que em regra enseja a regulação por parte do
governo.

Gabarito: CERTO

15. (CESPE/Unb - Analista Legislativo – Câmara dos Deputados –


2002) - A regulamentação dos planos de saúde explica-se pelo
fato de esse mercado estar sujeito a diferentes assimetrias de
informação, tais como seleção adversa e risco moral (moral
hazard) e, também, pelo fato de existirem muitas empresas no
setor, tornando-o fortemente competitivo.

Comentários:
A assertiva está errada somente pelo trecho final, pois não existem
muitas empresas no setor de planos de saúde, de forma que não podemos
dizer que ele é fortemente competitivo. Aliás, longe disto!

Gabarito: ERRADO

Enunciado para as questões 16 a 19:

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de


serviço público, a de regulação deve levar em conta o tratamento
diferenciado imposto por circunstâncias de tempo e de espaço.
Isso porque os ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, ou
do mesmo Estado em diferentes momentos, ou ainda os de

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unidades federativas de um mesmo Estado, poderão ter, em
relação à regulação ou às atividades reguladas, tão diversas
visões que não seja possível afirmar a priori que tal ou qual
atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário
lógico dessa realidade, a noção de regulação é naturalmente
dependente da forma como o sistema jurídico a contemple, ou
seja, é o respectivo sistema jurídico que dirá que gama ou elenco
de atividades se inclui no seu âmbito.
Pedro Henrique Poli de Figueiredo. "Uma contribuição para o
conceito de regulação do serviço público no Brasil". In: Marco
regulatório, n" 1 (com adaptações).
Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito
da regulação de mercados.

16. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - Regulação


de mercados poderia ser definida como o conjunto de ações
públicas que busca melhorar a eficiência da alocação dos recursos
no mercado ou aumentar o bem-estar social dessa alocação.

Comentários:
Questão meramente interpretativa. Não há nada errado.

Gabarito: CERTO

17. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - A regulação


visa corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação,
utilização de recursos naturais e efeitos da poluição.

Comentários:
Uma regra de bolso válida para descobrirmos a necessidade ou não de
regulação é a ocorrência de falhas de mercado. Como a presença de
externalidades é uma falha de mercado, a regulação, entre outros
motivos, tem por objetivo corrigir essa falha.

Gabarito: CERTO

18. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - Um aspecto


que não precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de
informação, que consiste em o produtor ter mais informação que
o consumidor e não a transferir, pois o Estado deve deixar que o
mercado encontre seu ponto de equilíbrio.

Comentários:
Incorreto, pois a assimetria de informações é uma falha de mercado,
logo, em regra, deve ser objeto de regulação.

Gabarito: ERRADO

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19. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - Uma política


adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis,
tendo presente que regulação não é apenas fixar preço.

Comentários:
Os objetivos devem ser claros, até como meio de evitar conflitos entre as
empresas e os usuários, ou entre elas e o governo. A parte final da
assertiva também é correto, pois regulação envolve outros itens além da
fixação do preço (regulação de quantidades, qualidade, entrada e saída
de firmas).

Gabarito: CERTO

20. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2009) - A existência


de falhas no mercado é apontada como uma das justificativas
para a intervençao do governo na economia. Desse modo, a
competiçao imperfeita tende a reduzir a produção e os preços, o
que leva o governo a criar suas proprias empresas ou a adquirir
empresas ja existentes.

Comentários:
A primeira parte da assertiva está correta (a existência de falhas de
mercado em regra enseja a intervenção do governo). Na segunda parte,
há erros, pois a competição imperfeita (monopólios e oligopólios, por
exemplo) não gera redução de preços, pelo contrário, normalmente gera
aumento de preços.

Ao mesmo tempo, não é possível afirmar que, com certeza, nestes casos,
o governo criará suas próprias empresas ou adquirirá as já existentes.
Normalmente, o governo apenas opta apenas pela regulação deste
mercado, que está sob competição imperfeita.

Gabarito: ERRADO

4. TEORIA ECONÔMICA DE INDÚSTRIAS REGULADAS

Neste tópico, falaremos com mais propriedade do tipo de indústria


regulada que mais interessa para as provas: o monopólio natural. A
concorrência perfeita não interessa para a regulação, afinal, não faz sentido
regular algo que já é perfeito. Em relação aos oligopólios, teceremos
algumas considerações gerais apenas. O que interessa mesmo é o
monopólio natural (ou puro).

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4.1. O MONOPÓLIO NATURAL

Antes de falarmos do conceito de monopólio natural, devemos


aprender mais um pouco de Economia. Aqui, pedimos para vocês terem um
pouco de calma, pois, geralmente, a regulação econômica é estudada
quando já sabemos bastante de Economia. No entanto, este é um curso
para concursos. Deve ser o mais focado possível, e não temos tempo de
estudar toda a teoria econômica embutida no assunto (até porque não vai
cair na prova).

A produção de determinados bens apresentam economias de escala


para os níveis de produção relevantes. Economias de escala é uma
característica do processo produtivo, na qual quanto mais se produz, menor
é o custo unitário da mercadoria ou serviço que é produzido. Isto é, quanto
maior for a produção, menor será o custo médio (ou custo por mercadoria).
Em outras palavras, uma só empresa pode produzir a um custo médio
menor do que se houvesse um número maior de empresas. Quando essa
situação ocorre, temos um monopólio natural ou puro.

Importante: a principal característica do monopólio natural é a existência


de economias de escala no processo de produção.

Esse é o caso das empresas que têm uma parcela muito alta de custo
fixo9 e custos variáveis10 baixos, quando comparados com o custo fixo.
Aqui, é bem menos custoso um número menor de firmas produzir, ou até
mesmo uma só firma fazê-lo. Como exemplo de monopólios naturais,
temos as companhias de energia elétrica, telefonia, abastecimento de água
e saneamento básico das cidades.

A tecnologia de produção desses serviços é de tal ordem que uma


vez incorridos os altos custos das instalações, a expansão da produção por
uma só firma (monopolista) irá reduzir os custos médios.
Consequentemente, para essas firmas caracterizadas como “monopólio
natural”, a estrutura de custos médios é decrescente para toda a faixa
relevante de produção11. Ou seja, à medida que se aumenta a produção,
os custos médios irão decrescer cada vez mais, e isso só acontece nessas
empresas inseridas neste caso específico do monopólio natural.

Quando temos uma tecnologia de produção com a existência de


economias de escala, as empresas de fora do mercado sabem que não
poderão atingir os mesmos baixos custos de que desfruta o monopolista,
9
Custo fixo é aquele que não varia com a quantidade produzida. A produção pode aumentar ou diminuir que o
custo fixo se mantém inalterado (exemplo: salários da diretoria, aluguel de determinadas instalações, etc).
10
Custos variáveis são aqueles que variam com a quantidade produzida. Quanto mais se produz, maiores são os
custos variáveis (exemplo: material-prima, gastos com mão-de-obra, etc).
11
No caso do monopólio natural, à medida que se aumenta a produção, o custo médio irá diminuir. Então, uma
firma muito grande consegue produzir com custo médio bem menor do que se houvesse várias firmas menores
produzindo.

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porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia menor do mercado e
ainda teria que arcar com altíssimos custos iniciais de implantação da firma.

Adicionalmente, podemos estatuir também que, de modo geral, os


monopólios naturais apresentam custos marginais12 muito baixos,
bem próximos ou tendendo a zero para os níveis relevantes de
produção. Veremos por quê:

As indústrias de infraestrutura são exemplos de monopólio natural.


São tipos de indústrias que requerem altos custos de implantação,
assim como altos custos fixos. Veja o exemplo de uma empresa de
distribuição de água. Para levar água a toda uma cidade, a empresa deve
arcar com a rede de tubulações, estação de tratamento, manutenção de
toda a rede, etc. Uma vez que ela tenha toda esta estrutura montada, o
acréscimo de custo decorrente do acréscimo de moradores a utilizar sua
água é pequeno. Ou seja, o custo marginal decorrente do aumento de
produção13 é bastante pequeno. Assim, quanto mais ela expande a sua
produção, menor será o custo médio.

Vejamos outro exemplo: o transporte do metrô. Depois de escavados


todos os túneis, comprados todos os trens, montadas todas as estações de
metrô; o acréscimo de passageiros praticamente não gera acréscimo de
custo. Se o metrô transporta 100.000 pessoas, ou transporta 150.000, o
custo total é praticamente o mesmo. Assim, para este tipo de indústria, o
custo médio é decrescente. Isto é bem fácil de se verificar algebricamente:

Custo total
Custo médio
Quantidade produzida

No caso do metrô, o acréscimo de passageiros (que, neste caso, seria


a nossa “quantidade produzida”) aumentaria a produção. Ao mesmo
tempo, tal acréscimo de passageiros quase não aumentaria o custo total
em termos proporcionais. Assim, teríamos um custo médio decrescente
com o aumento de produção. Tudo isto só é possível graças à existência de
custos marginais bastante baixos.

Quando tempos um monopólio natural, é muito melhor para o


mercado ter apenas uma firma produzindo. Nesse caso, uma só empresa
pode produzir qualquer quantidade de produto a um custo menor. Ou seja,
para qualquer quantidade dada de produto, um maior número de empresas

12
Custo marginal é o acréscimo de custo decorrente do acréscimo de 01 unidade de produto produzida (e/ou
consumida). Por exemplo, suponha que uma firma produza e venda sapatos. Imagine que para produzir 01
sapato adicional para venda, a firma incorra em um custo adicional de R$ 20,00. Então, o custo marginal desta
unidade de sapato será R$ 20,00.
13
Aqui, o aumento de produção é o mesmo que levar água para um maior número de residências.

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leva a uma menor produção por empresa e a um custo total médio mais
elevado.

Uma empresa que é um monopólio natural preocupa-se menos com


a entrada de novas empresas. Entrar em um mercado em que alguma
empresa detenha o monopólio natural não é interessante. As empresas
entrantes sabem que não poderão atingir os mesmos baixos custos de que
desfruta o monopolista porque, depois de entrar, cada uma teria uma fatia
menor do mercado.

Então, observe que o monopólio natural não é algo ruim. Ele é a


melhor maneira de se produzir quando há substanciais economias de escala
na produção (custos médios decrescentes). Você já imaginou uma cidade
tendo 10 empresas de metrô, ou 10 companhias de distribuição de energia
elétrica. É impossível, não?!

Observe, portanto, que o monopólio não é necessariamente


ruim, e nem sempre deve ser quebrado pelo governo. No caso do
monopólio natural, o governo deve regular a indústria, e não tentar criar
mecanismos de concorrência (isto é válido no caso do monopólio natural).

O que costuma cair bastante em prova é a forma de regulação do


monopólio natural. Nós sabemos que o monopólio natural representa uma
falha de mercado: poder de mercado. Ao mesmo tempo, sabemos que um
dos objetivos da regulação econômica é justamente reduzir as falhas de
mercado, para aproximar os mercados do resultado ótimo da concorrência
perfeita.

Pois bem... sabemos também que a concorrência perfeita (mercado


eficiente) cobra preços iguais aos custos marginais14 (P=Cmg). Isto é a
origem de tudo. É esta igualdade que explica a eficiência econômica da
concorrência perfeita. Parece razoável, então, supormos que o órgão
regulador deve tentar impor um limite de preço ao monopolista natural,
fazendo com que este cobre preços iguais aos custos marginais.

No entanto, os custos marginais do monopolista natural são muito


baixos, tendendo a zero. Assim, se o preço cobrado pelo monopolista for
igual ao custo marginal, logicamente, a receita total do monopolista será
muito baixa, bem inferior ao custo total.

Assim, se o regulador impõe o preço “socialmente ótimo” da


concorrência perfeita (P=Cmg) ao monopolista, ele preferirá
abandonar o mercado. Afinal, não fará sentido explorar a atividade
econômica, se não for possível obter pelo menos o lucro normal.

14
Aula 00, páginas 23 e 24.

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 Limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência
ou a livre iniciativa;
 Dominar mercado relevante de bens ou serviços;
 Aumentar arbitrariamente os lucros;
 Exercer de forma abusiva posição dominante.

Em suma, qualquer prática que prejudique ou vise à redução da


concorrência ou que implique perda substancial de bem estar por parte dos
consumidores é considerada infração à ordem econômica. Entre as
principais condutas anticoncorrenciais, podemos citar15:

Formação de cartel: práticas conjuntas entre concorrentes para a


fixação de preços, quantidades produzidas, divisão do mercado
consumidor, divisão territorial, adoção de postura preestabelecida em
licitação pública, etc. Os cartéis têm como consequência o aumento dos
preços e a diminuição da oferta do produto, constituindo grave abuso de
poder econômico.
Venda casada: quando o vendedor impõe a compra de um segundo
produto como condição para fornecer o produto desejado pelo
comprador.
Dumping: venda de um produto importado por um preço mais baixo do
que no país de origem sem que isso reflita menores custos. Essa prática
também é utilizada com o objetivo de eliminar a concorrência.
Política de preços predatórios: a empresa mantém o preço do bem
abaixo do custo de produção por um período, até que consiga eliminar o
concorrente. Ela arca com o prejuízo temporário com o intuito de
aumentar sua parcela de mercado e auferir maiores lucros futuros.
Discriminação de preços: quando o vendedor cobra preços diferentes
do mesmo produto em mercados diferentes sem justa causa, por
exemplo, quando quer aproveitar da falta de concorrência em um dos
mercados.
Exigência de exclusividade: quando o fornecedor ou o comprador
impede que a outra parte comercialize produtos de outras marcas.
Preços de revenda: quando o produtor fixa o preço de revenda para os
distribuidores.

Além destas condutas acima citadas, nós temos outras que, embora
não constituam violação expressa da lei da concorrência, impõem alguma
perda de bem estar ao consumidor, por conterem algum conteúdo
anticoncorrencial. São as seguintes condutas:

Concentração vertical: quando há a fusão ou incorporação de


empresas em diferentes estágios da cadeia produtiva. Por exemplo, uma
empresa fabricante de automóveis que compre uma fábrica produtora de
peças automotivas.

15
E B C G V T J.

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a quantidade total ofertada por uma indústria e a custo inferior
ao custo de produção por diversas empresas.

Comentários:

Exatamente. Esse é o conceito de economia de escala, característica


apresentada em um mercado considerado monopólio natural.

Gabarito: CERTO

22. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANAC – 2012) Em


monoṕlios naturais com economias de escala, o Estado
regulador ́ responśvel por fixar as tarifas, igualando-as ao custo
marginal da empresa, o que faz a empresa operar com lucro
aceitável, do ponto de vista da sociedade.

Comentários:
Na verdade, o regulador deve igualar as tarifas ao custo médio, e não ao
custo marginal, já que se trata de monopólio natural.

Gabarito: ERRADO

23. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Uma


forma correta de regulação de preços de monopólios naturais é
estabelecer seus preços nos níveis dos custos marginais.

Comentários:
Esta é uma questão simples. Conforme vimos nessa aula sobre
Monopólios, a regulação do monopólio natural não pode estabelecer
preços iguais aos custos marginais, pois isto implicaria prejuízos certos à
firma monopolista, fazendo com que ela abandonasse o mercado, uma
vez que os custos marginais do monopólio natural tendem a zero.
A solução de regulação apropriada, para monopólios naturais, é
estabelecer preços iguais aos custos médios.

Gabarito: ERRADO

24. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - O


conluio ou cartel é um acordo entre empresas para estabelecer
preços e quantidades que maximizem a soma de seus lucros.

Comentários:
Exatamente. O cartel é um conluio entre empresas que irão agir como
um monopólio, tentando maximizar o lucro total do grupo total de
empresas. Ou seja, elas irão maximizar o somatório dos lucros
individuais.

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Gabarito: CERTO

25. (CESPE/Unb - Economista – TJ/AL – 2012) - Para que sejam


evitadas perdas sociais, os preços de um monopólio natural
devem ser regulamentados aos níveis da concorrência perfeita.

Comentários:
No caso do monopólio natural, não é possível impor preços aos níveis da
concorrência perfeita (onde preço é igual ao custo marginal).
O custo marginal do monopólio natural tende a zero. Logo, impor a
formação de preços da concorrência perfeita seria condenar o
monopolista a prejuízos certos, o que faria com que ele abandonasse o
mercado.
No caso do monopólio natural, as perdas sociais podem ser reduzidas
impondo a solução segundo a qual os preços se aproximem dos custos
médios.

Gabarito: ERRADO

26. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - Todo tipo de monopólio natural


deve ser coibido pelo regulador a fim de que promova a
concorrência por meio da quebra desse monopólio.

Comentários:
Às vezes, o monopólio natural é a forma mais barata de produzir
determindo serviço. Isso ocorre devido às economias de escala e aos
custos afundados associados a determinadas atividades. Temos como
exemplo os serviços de energia elétrica, abastacimento de água, gás, etc.
Neste caso, não é objetivo da regulação coibir o monopólio, mas
sim regulá-lo, para que não haja abuso de poder.

Gabarito: ERRADO

27. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - A prática de preços baixos deve


ser incentivada pelo regulador e devem ser utilizados todos os
instrumentos necessários para que os preços baixem,
independentemente das conseqüências sobre o setor produtivo
regulado.

Comentários:
Esta questão é bem interessante. Pessoal, o objetivo do regulador é a
busca do “preço justo” e não do preço baixo a qualquer custo. Preços
muito baixos poderão inviabilizar os investimentos necessários ao
desenvolvimento do setor, à prestação de um serviço de qualidade; e
poderão não atrair empresas privadas dispostas a entrar no mercado.
Assim, o regulador, ao fixar o preço, também deve levar os interesses da

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indústria regulada, a fim de que não haja declínio da qualidade do serviço
prestado ao longo do tempo. Para isto, o preço deve ser “justo”.

Gabarito: ERRADO

28. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - Cabe ao regulador promover a


concorrência entre empresas de um mesmo setor, o que permite
a formação de barreiras à entrada de novas empresas no setor em
questão.

Comentários:
A assertiva apresenta um erro conceitual: quando há concorrência entre
empresas, geralmente isso ocorre porque não há barreiras à entrada de
novas empresas no setor em questão, caso contrário (se houvesse
barreira), não haveria concorrência ou competição.

Outro fator que invalida a questão está no fato de que em muitos casos
não é objetivo do regulador promover concorrência, mas sim regular a
falta dela. O caso monopólio natural retrata bem esta situação.

Gabarito: ERRADO

29. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal - 2002) - A regulação


visa criar sistemas de competição em setores que tendem a
funcionar sob o regime de monopólios naturais, que provocam a
existência de custos fixos importantes, grande proporção de
investimentos irreversíveis, gerando barreiras à entrada de novos
investidores.

Comentários:
Quando existem monopólios naturais (onde há presença de elevados
custos fixos e de economias de escala no processo de produção), a
regulação não visa criar sistemas de competição, mas apenas fazer com
que o monopolista não abuse do seu poder econômico.

Gabarito: ERRADO

30. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo – TCE/AC - 2009)


- A imposição da regra competitiva de formação de preços nos
monopólios naturais como os que prevalecem no setor de
utilidades públicas, além de melhorar o bem-estar dos
consumidores, garante também lucros puros para as empresas
que operam nesses mercados.

Comentários:
A regra competitiva (regra da concorrência perfeita) de formação de
preços é aquela em que os preços são iguais aos custos marginais. Para

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os monopólios naturais, os custos marginais são bem baixos, inferiores
aos custos médios.

Assim, a imposição da regra competitiva de formação de preços da


concorrência perfeita certamente trará prejuízo para a firma
caracterizada como monopólio natural.

Gabarito: ERRADO

31. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Pub. –


ANATEL – 2009) - Dentro da estrutura de mercado oligopolista,
tem-se, como ponto desfavorável, a formação de cartéis, o que
contraria o regular funcionamento da ordem econômica.

Comentários:
O reconhecimento de que as firmas oligopolistas podem aumentar os seus
lucros se se coalizarem leva à formação de cartéis, o que contraria o
regular funcionamento do mercado, tendo em vista que estes cartéis
podem determinar a quantidade produzida e o nível de preço do produto.

Gabarito: CERTO

32. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro –


SEGER/ES – 2007) - A presença de economias crescentes de
escala em determinada indústria indica a existência de fortes
pressões competitivas nesse mercado, excluindo, pois, a sua
monopolização.

Comentários:
A presença de economias crescentes de escala é condizente com a
existência de monopólios naturais e não tem relação com pressões
competitivas.

Gabarito: ERRADO

33. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo – TCE/AC – 2008)


- A produção de serviços de transporte de massa como o metrô
caracteriza-se pelo fato de os custos marginais de produção
desses serviços serem superiores aos custos médios.

Comentários:
A produção de serviços de transporte de massa é um monopólio natural,
como economias escala, se caracterizando pelo custo marginal bastante
baixo.

Pense conosco: qual o custo adicional (curso marginal) para a firma do


metrô produzir uma quantidade adicional de produto (um trecho de

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viagem a um passageiro, por exemplo)? A resposta é zero (ou quase
zero).

Depois que o metrô está pronto, os custos marginais são baixíssimos.


Assim, para a produção deste bem (transporte de massa), com certeza,
o custo marginal é menor que o custo médio.

Gabarito: ERRADO

34. (FGV - ASSESSOR TÉCNICO - ECONOMIA – DETRAN/RN –


2010) - Um setor é um monopólio natural. Qual das opções a
seguir, o órgão regulador deve escolher para garantir o maior
bem-estar para o consumidor?
A) O órgão regulador deve quebrar este monopólio e estimular a
concorrência.
B) O órgão regulador deve determinar que o preço cobrado seja igual ao
custo marginal.
C) O órgão regulador deve determinar que o preço seja igual ao custo
médio.
D) Não há nada que o governo possa fazer para melhorar o consumidor,
visto que é um monopólio natural (retornos crescentes de escala).
E) O órgão regulador deve determinar que o preço seja aquele no qual a
curva oferta intercepta a curva de demanda.

Comentários:
O preço dito “socialmente ótimo” é aquele praticado em um mercado de
concorrência perfeita, onde temos: preço = custo marginal. No entanto,
para o caso do monopólio natural, o regulador não deve fazer com que o
monopolista cobre o preço igual ao custo marginal (incorreta a letra B).
Vejamos por quê:

O monopolista natural não deve cobrar um preço que seja igual ao custo
marginal, pois a possibilidade de prejuízo será grande, tendo em vista
que o custo marginal de produção, no caso de um monopólio natural, é
zero (ou quase zero).

Imagine um caso de monopólio natural, por exemplo, a companhia de


energia elétrica da sua cidade. Depois de implantada a estrutura
produtiva, o custo adicional de prover energia elétrica a mais um
consumidor (custo marginal) será muito baixo ou até mesmo nulo, uma
vez que a rede elétrica, geradores, enfim, já está tudo instalado. Assim,
se a firma que integra o monopólio natural resolver cobrar o preço igual
ao custo marginal, ela cobrará um preço excessivamente baixo ou até
mesmo nulo. Com certeza, haverá prejuízo para o monopolista natural se
ele cobrar preços próximos do seu custo marginal. Neste caso, a solução
do regulador será fazer com que a firma monopolista cobre um preço que

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seja igual ao custo médio, e não igual ao custo marginal. Está correta,
portanto, a assertiva C.

A letra A está errada pois o surgimento de monopólios naturais decorre


da própria especificidade de algumas tecnologias de produção, onde é
mais interessante para o consumidor que haja apenas uma firma
produzindo, em virtude do alto custo inicial de exploração deste tipo de
produção, e também do alto custo fixo depois que a estrutura inicial fica
pronta. Para este tipo de firma, nós temos a ocorrência de economias de
escala (custos médios decrescentes) para toda a faixa relevante de
produção.

Por exemplo, se existir apenas uma firma de energia elétrica em uma


cidade, ela poderá reduzir o custo médio à medida que expande a sua
produção. No final, o preço cobrado do consumidor será bem menor do
aquele que teríamos se houvesse várias firmas explorando o mesmo
serviço. Perceba, então, que o monopólio natural não é algo que o
governo deve querer “quebrar”. Ele deve apenas “regular”, a fim de evitar
a cobrança de preços abusivos.

A letra E está errada pois o monopólio não possui curva de oferta (assunto
não necessário em nosso curso). Logicamente, é impossível chegar à
conclusão que o preço praticado será aquele em que a curva de oferta
intercepta a curva de demanda.

Gabarito: C

35. (CESPE/Unb - Técnico Municipal – Pref. Vila Velha – 2007) -


Em um monopólio natural, o regulador não pode igualar o preço
ao custo marginal sob pena de levar o monopolista ao lucro
negativo na prática de tal preço regulado.

Comentários:
Nos monopólios naturais, nós temos a existência de economias
crescentes de escala onde há um elevado custo inicial de implantação da
estrutura produtiva. Depois de pronta toda a estrutura, os custos
marginais são zero (ou quase zero). Imagine um caso de monopólio
natural, por exemplo, a companhia de energia elétrica da sua cidade.
Depois de implantada a estrutura produtiva, o custo marginal de prover
energia elétrica a mais um consumidor será muito baixo ou até mesmo
nulo, uma vez que a rede elétrica, geradores, enfim, já está tudo
instalado. Assim, se a firma do monopólio natural resolver cobrar o preço
igual ao custo marginal, ela cobrará um preço excessivamente baixo ou
até mesmo nulo. A possibilidade de haver prejuízo cobrando preços
excessivamente baixos é grande.

Gabarito: CERTO

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36. (CESPE/Unb - Técnico Municipal – Pref. Vila Velha – 2007) -


Oligopólios se comportam estrategicamente no mercado de
maneira ilícita e devem ser controlados por agentes reguladores
de mercado.

Comentários:
Não podemos afirmar que, com certeza, os oligopólios se comportam de
maneira ilícita. Na verdade, nós podemos ter oligopólios em que a
concorrência seja bastante acirrada. Assim, a questão é errada pela
afirmação categórica que os oligopolistas trabalhará de forma ilícita. Isto
é apenas uma possibilidade que pode ocorrer, e que é coibida através de
legislações antitruste.

Gabarito: ERRADO

Pessoal, por hoje é só!!

Abraços e até a próxima!

Heber Carvalho e Jetro Coutinho


hebercarvalho@estrategiaconcursos.com.br
jetro@estrategiaconcursos.com.br

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Dumping: venda de um produto importado por um preço mais baixo do que no país de origem sem
que isso reflita menores custos. Essa prática também é utilizada com o objetivo de eliminar a
concorrência.
Política de preços predatórios: a empresa mantém o preço do bem abaixo do custo de produção
por um período, até que consiga eliminar o concorrente. Ela arca com o prejuízo temporário com o
intuito de aumentar sua parcela de mercado e auferir maiores lucros futuros
Discriminação de preços: quando o vendedor cobra preços diferentes do mesmo produto em
mercados diferentes sem justa causa, por exemplo, quando quer aproveitar da falta de
concorrência em um dos mercados.
Exigência de exclusividade: quando o fornecedor ou o comprador impede que a outra parte
comercialize produtos de outras marcas.
Preços de revenda: quando o produtor fixa o preço de revenda para os distribuidores.

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LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS

Julgue os itens subsequentes, relativos ̀ teoria econômica e ao modelo do


principal-agente.

01. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANS - 2013) Um caso


especial de risco moral associado ̀ assimetria de informação é a teoria
agente-principal, em que o principal é a parte mais informada e o agente é
a parte menos informada em uma transação.

02. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANS - 2013) O modelo do


principal-agente depende da relação hierárquica entre os indivíduos e,
principalmente, da existência de ações ocultas.

03. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANS - 2013) O problema de


principal-agente é um tipo de problema caracterizado por um esforço que
não pode ser monitorado e medido pelo principal e, portanto, não pode ser
diretamente recompensado.

04. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANS - 2013) Um ponto


importante da teoria da captura consiste na hipótese de que as
regulamentações econômicas existem com o objetivo de favorecer um
grupo específico.

05. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANTT - 2013) Uma das


formas de implementar a teoria do agente principal consiste na busca por
uma regulação tarifária que atenda a interesses de consumidores e
investidores, estimulando a eficiência do setor.

06. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANAC - 2012) O risco moral,


relacionado à presença de informação assimétrica, engloba o denominado
problema agente-principal, que ocorre no caso em que o agente, devendo
agir no interesse do principal, é incentivado a agir de forma contrária ao
que espera o principal. Isso ocorre porque o agente tem mais informações
sobre suas ações do que o principal e, também, porque o principal não pode
monitorar perfeitamente o agente.

07. (Cespe/Unb – Especialista em regulação – ANAC - 2012) A teoria do


agente principal considera a existência de dois atores, denominados
principal e agente. Nessa teoria, o primeiro um ator cujo retorno depende
de ação ou de informação de propriedade exclusiva do agente.

08. (Cespe/Unb – Todos os cargos – MEC - 2014) De acordo com o modelo


do principal agente, o principal delega funções ao agente, estabelecendo-
se, assim, uma relação hierárquica.

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09. (Cespe/Unb – Todos os cargos – MEC - 2014) Conforme a teoria da


captura, a regulação é ofertada como resposta à demanda da indústria por
regulação, podendo haver o favorecimento de determinados grupos.

10. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2009) - A falta de


transparência nas decisões acerca dos reajustes de preços regulados pelo
governo, diferentemente das revisões, tende a prejudicar os consumidores,
sempre mais numerosos, menos organizados e com menos informações.

11. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2009) - A regulação do


mercado, exercida pelas agências reguladoras e pelo Conselho
Administrativo da Defesa Econômico (CADE), é necessária para, entre
outras funções, coibir os abusos resultantes da atuação dos monopólios
naturais, que se caracterizam pela maior eficiência alcançada nos casos de
elevadas economias de escala ou de escopo em relação ao tamanho do
mercado.

12. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro – SEGER/ES – 2007)


- No mercado de telefonia, a presença de custos fixos elevados e de
assimetrias de informação limita a competição e exige a adoção de um
marco regulatório para a redução das perdas relativas a bem-estar.

13. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - Os principais objetivos da regulação de


mercados são o bem-estar do consumidor e a melhoria da eficiência
alocativa, distributiva e produtiva da indústria envolvida.

14. (CESPE/Unb - Analista Legislativo – Câmara dos Deputados – 2002) -


Em presença de economias crescentes de escala e quando os mercados não
são contestáveis, a existência de custos enterrados (sunk costs) aumenta
o custo de oportunidade de entrada de outras firmas em relação à firma já
estabelecida na indústria, fazendo com que esse mercado deva ser objeto
de regulação e fiscalização governamental.

15. (CESPE/Unb - Analista Legislativo – Câmara dos Deputados – 2002) -


A regulamentação dos planos de saúde explica-se pelo fato de esse
mercado estar sujeito a diferentes assimetrias de informação, tais como
seleção adversa e risco moral (moral hazard) e, também, pelo fato de
existirem muitas empresas no setor, tornando-o fortemente competitivo.

Enunciado para as questões 16 a 19:

Conceituar regulação não é tarefa fácil. Assim como a noção de serviço


público, a de regulação deve levar em conta o tratamento diferenciado
imposto por circunstâncias de tempo e de espaço. Isso porque os
ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, ou do mesmo Estado em
diferentes momentos, ou ainda os de unidades federativas de um mesmo

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Estado, poderão ter, em relação à regulação ou às atividades reguladas,
tão diversas visões que não seja possível afirmar a priori que tal ou qual
atividade se conforme ou não dentro de sua noção. Corolário lógico dessa
realidade, a noção de regulação é naturalmente dependente da forma como
o sistema jurídico a contemple, ou seja, é o respectivo sistema jurídico que
dirá que gama ou elenco de atividades se inclui no seu âmbito.
Pedro Henrique Poli de Figueiredo. "Uma contribuição para o conceito de
regulação do serviço público no Brasil". In: Marco regulatório, n" 1 (com
adaptações).
Considerando o texto acima, julgue os itens a seguir, a respeito da
regulação de mercados.

16. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - Regulação de


mercados poderia ser definida como o conjunto de ações públicas que busca
melhorar a eficiência da alocação dos recursos no mercado ou aumentar o
bem-estar social dessa alocação.

17. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - A regulação visa


corrigir a ocorrência de externalidades, como contaminação, utilização de
recursos naturais e efeitos da poluição.

18. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - Um aspecto que não


precisa ser contemplado pela regulação é a assimetria de informação, que
consiste em o produtor ter mais informação que o consumidor e não a
transferir, pois o Estado deve deixar que o mercado encontre seu ponto de
equilíbrio.

19. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2002) - Uma política


adequada de regulação deve ter objetivos claros quantificáveis, tendo
presente que regulação não é apenas fixar preço.

20. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal – 2009) - A existência de falhas


no mercado é apontada como uma das justificativas para a intervençao do
governo na economia. Desse modo, a competiçao imperfeita tende a
reduzir a produção e os preços, o que leva o governo a criar suas proprias
empresas ou a adquirir empresas ja existentes.

21. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANTT – 2013) Um mercado


é considerado um monopólio natural caso os custos da indústria sejam
minimizados, havendo uma única firma no mercado; nessa situação, uma
única empresa é capaz de produzir a quantidade total ofertada por uma
indústria e a custo inferior ao custo de produção por diversas empresas.

22. (CESPE/Unb – Especialista em Regulação – ANAC – 2012) Em


monopólios naturais com economias de escala, o Estado regulador é
responsável por fixar as tarifas, igualando-as ao custo marginal da

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empresa, o que faz a empresa operar com lucro aceitável, do ponto de vista
da sociedade.

23. (CESPE/Unb – Auditor – Economia – TCE/RO – 2013) - Uma forma


correta de regulação de preços de monopólios naturais é estabelecer seus
preços nos níveis dos custos marginais.

24. (CESPE/Unb – Economista – Ministério da Justiça – 2013) - O conluio


ou cartel é um acordo entre empresas para estabelecer preços e
quantidades que maximizem a soma de seus lucros.

25. (CESPE/Unb - Economista – TJ/AL – 2012) - Para que sejam evitadas


perdas sociais, os preços de um monopólio natural devem ser
regulamentados aos níveis da concorrência perfeita.

26. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - Todo tipo de monopólio natural deve ser
coibido pelo regulador a fim de que promova a concorrência por meio da
quebra desse monopólio.

27. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - A prática de preços baixos deve ser


incentivada pelo regulador e devem ser utilizados todos os instrumentos
necessários para que os preços baixem, independentemente das
conseqüências sobre o setor produtivo regulado.

28. (CESPE/Unb - PCPA – 2006) - Cabe ao regulador promover a


concorrência entre empresas de um mesmo setor, o que permite a
formação de barreiras à entrada de novas empresas no setor em questão.

29. (CESPE/Unb - Agente da Polícia Federal - 2002) - A regulação visa criar


sistemas de competição em setores que tendem a funcionar sob o regime
de monopólios naturais, que provocam a existência de custos fixos
importantes, grande proporção de investimentos irreversíveis, gerando
barreiras à entrada de novos investidores.

30. (CESPE/Unb - Analista de Controle Externo – TCE/AC - 2009) - A


imposição da regra competitiva de formação de preços nos monopólios
naturais como os que prevalecem no setor de utilidades públicas, além de
melhorar o bem-estar dos consumidores, garante também lucros puros
para as empresas que operam nesses mercados.

31. (CESPE/Unb - Especialista em Regulação de Serv. Pub. – ANATEL –


2009) - Dentro da estrutura de mercado oligopolista, tem-se, como ponto
desfavorável, a formação de cartéis, o que contraria o regular
funcionamento da ordem econômica.

32. (CESPE/Unb - Analista Administrativo e Financeiro – SEGER/ES – 2007)


- A presença de economias crescentes de escala em determinada indústria

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