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CUIABÁ / MT
ABRIL / 2016
MARCUS LEVY FERREIRA DA SILVA THIVES
CUIABÁ / MT
ABRIL / 2016
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO,
POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E
PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
À minha mãe, pela vida e por tudo.
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho só foi possível com o apoio de muitas pessoas que se
dispuseam a colaborar ou que me atenderam, quando solicitadas. É importante registrar o
nome de alguns, como forma não só de agradecimento, mas também de reconhecimento da
co-autoria da pesquisa. Primeiramente, à Engenheira Civil Marcela Costa, que desenvolveu
a ferramenta IMUS, base desta pesquisa, e que dedicou total atenção às minhas dúvidas e
solicitações, fornecendo materiais de grande valor.
À orientação do Professor Luiz Miguel, que indicou os atalhos a percorrer na busca
das informações, algumas labirínticas. Também por ter sido compreensivo com as decisões
que tomei na pesquisa, algumas distintas de seus pontos de vista. E a ele ainda agradeço
pelas portas que se abriram em algumas instituições pelo fato de ser seu aluno.
À Secretaria de Estado das Cidades, onde fui muito bem recebido pelos técnicos,
que colaboraram no desenvolvimento deste trabalho. O então superintendente da
Mobilidade, Acessibilidade e Gestão Urbana, Carlos Oseko foi quem primeiro “comprou” a
ideia do projeto e, em pouco tempo, passamos a desenvovler a pesquisa dentro desta
Secretaria, o que foi fundamental para aprimorar e acelerar o estudo. Nesta etapa, tive total
apoio da Coordenadoria de Execução de Ações de Mobilidade e Acessibilidade Urbana, na
pessoa do Ivan de Almeida, que viu a possibilidade de expandir a utilização da ferramenta
IMUS aos municípios do interior de Mato-Grosso.
Agradeço ao colega de faculdade Edson Brasil, que indicou contatos dentro da
Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, o órgão que mais colaborou fornecendo dados
para a pesquisa. A esta Secretaria, fica meu agradecimento aos técnicos Jéssica e Enodes
(Engenharia); José Marques da Fonseca, Adriano de Jesus e Toninho (Planejamento), que
me atenderam com total atenção e demostraram real interesse na realização da pesquisa.
Agradeço, por fim, a todas as pessoas que colaboraram de alguma forma, com revisão
textual e apontando as falhas que precisaram ser corrigidas.
RESUMO
The development of Brazilian cities - with rare exceptions - happened without planning, if
not poorly planned, generating problems in the areas of land-use, housing, urban drainage,
sanitation, public health, crime and many others. These points, even if they are unresolved,
have been deserving of the attention of the government, educational institutions, the media
and the general public a few decades ago. However, the issue of mobility of people and
goods in urban areas is a recent theme in the history of evolution of cities, not only in Brazil.
It is absolutely understandable that has been so since the problems resulting from
uncontrolled growth take longer to affect the displacement of the population in the metropolis;
and its consequences are less serious - and less noticeable - those related to basic needs
such as housing, health and safety.
However, urban planning has gained strength over the past 15 years. Since the creation
of the Estatuto da Cidade (City Statute) (2001), we have seen an evolution of the legal
mechanisms that support and charge result of managers. The implementation of the Ministry
of Cities - something long overdue - reveals this evolution, which does not take long to create
the Law Guidelines of the National Urban Mobility Policy, mandating the development of
mobility plans for municipalities with more than 20,000 inhabitants, as well PlanMob as a
reference book for those municipalities substantiate their actions. In this scenario, the studies
focused on ways to plan and structure the city were strengthened. On the one hand, the
federal government said the guidelines and lists the expected results. On the other, it is for
technicians (engineers, architects, urban planners, geographers, etc.) to study the best way
to comply with the determinations, through their own analysis of their areas that together will
comprise public policy.
Thus, there are some diagnostic tools of urban mobility and with the advancement of the
understanding that the actions of this can not harm the future, this happens to be associated
with social, economic and environmental sustainability. This is the basic tripod of IMUS, the
guiding instrument of this work, that want to draw the profile of sustainable urban mobility of
Cuiabá city.
Gráfico 1 - Custo médio de um acidente de trânsito urbano, por tipo, em 2001. .................. 19
Gráfico 2 - Curva de variação do IMUSglobal simulando scores (S) para os Indicadores não
calculados............................................................................................................................ 37
Gráfico 3 - Desempenho individual dos Domínios, com score variando entre 0 e 1. ............ 38
Gráfico 4 - Indicadores segundo a faixa de desempenho .................................................... 49
Gráfico 5 - Comparativo do desempenho de sete cidades que aplicaram o IMUS ............... 60
LISTA DE TABELAS
1.1 Tema
1
1.5 Justificativa
1.7 Hipóteses
3
2 MÉTODO E MATERIAIS
2
Também chamado de "Nosso Futuro Comum", este documento foi apresentado em 1987 pela ONU,
fruto dos debates da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, chefiada pela
então Primeira-ministra norueguesa Gro Harlen Brundtland.
4
Aspectos econômicos dizem respeito aos investimentos em sistemas de transportes
e mobilidade urbana. Será um estudo não aprofundado, mas que levantará questões como
manutenção, ampliação e construção de obras públicas; investimentos em campanhas de
educação e sensibilização para o trânsito; percentual dos investimentos oriundos das
parcerias com Governos Estadual e Federal, além da iniciativa privada.
O aspecto social permeia todos os anteriores, pois é este o objetivo maior do estudo:
proporcionar à população melhores condições de trafegar pela cidade, tendo opções de
escolha do meio de transporte que atenda às suas necessidades, porém com medidas que
diminuam os impactos ambientais, o que se converte em bem-estar social.
A coleta de dados foi feita na literatura que trata do tema mobilidade urbana, no
Brasil e exterior, artigos publicados em revistas nacionais e/ou estrangeiras, bem como
dados fornecidos por órgãos e entidades municipais, estaduais e federais, ou mesmo por
entidades corporativas da sociedade civil, relativos ao transporte público e privado.
O ponto fundamental da pesquisa é a coleta de dados dos Indicadores que compõem
o IMUS. As fontes para tal, além de contemplar parte do que foi citado, foram principalmente
a Prefeitura Municipal de Cuiabá, por meio de suas secretarias e do Perfil Socioeconômico
de Cuiabá, Vol. V – 2012. Outro documento fundamental para a pesquisa foi o PlanMob
RMVRC – 2010, um estudo encomendado pelo Governo do Estado por ocasião da Copa do
Mundo FIFA 2014, que apresenta a mais recente pesquisa Origem-Destino realizada para
este município. Esta pesquisa é fundamental para se compreender a questão da mobilidade
das pessoas no espaço urbano.
5
2.4 Pesquisa documental
6
3 REVISÃO LITERÁRIA
Este capítulo apresenta conceitos e reflexões de temas pertinentes à pesquisa, tal
como Mobilidade Urbana, Sustentabilidade, Espaço Urbano, Indicadores, mostrando a
relação que existe entre eles. É feita também uma breve revisão histórica da questão do
transporte no Brasil e como as políticas do passado tiveram forte influência na atual situação
da mobilidade nos municípios. Por fim, é descrita a evolução da gestão da mobilidade
através dos mecanismos legais disponibilizados ou atribuídos aos gestores, desde a
promulgação da Constituição de 1988 até a Lei da Mobilidade, em 2012.
De caráter recente na história das cidades de todo o mundo, o termo ganhou força
no Brasil há menos de 20 anos. Diante das dificuldades que se apresentaram com o
crescimento das áreas urbanas e a necessidade de se locomover em seus espaços,
fizeram-se necessárias ações do Governo Federal para nortear a questão (KNEIB, 2014).
Em 2001 foi aprovado o Estatuto da Cidade, que regulamenta os artigos da Constituição
Federal que tratam da questão da política urbana. Sem aprofundar-se muito na questão da
mobilidade, este documento revela que compete ao município ofertar transporte e serviços
públicos adequados às necessidades da população. Com a criação do Ministério das
Cidades em 2003, observou-se um salto nos instrumentos norteadores de Política Pública.
Este processo está melhor descrito no item 3.5.2.
O conceito de Mobilidade Urbana tem sido apresentado sob diferentes aspectos,
sempre complementares. Em 2004, o próprio Ministério das Cidades, através do volume 6
dos Cadernos MCidades o definiu como “(...) um atributo associado às pessoas e aos bens;
corresponde às diferentes respostas dadas por indivíduos e agentes econômicos às suas
necessidades de deslocamento, consideradas as dimensões do espaço urbano e a
complexidade das atividades nele desenvolvidas.” (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004). No
ano seguinte, no documento intitulado Mobilidade e Política Urbana, o Ministério amplia o
conceito, levando em conta a interação desses deslocamentos de indivíduos e bens no
espaço urbano, sendo a mobilidade determinada pelo desenvolvimento socioeconômico,
pela apropriação do espaço e pelo desenvolvimento tecnológico (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, 2005).
Ainda que os conceitos possam se apresentar de maneira distinta, em função do
enfoque que se dá à questão ou mesmo ao espaço-tempo em que está inserido o
observador, em sua essência a ideia é similar, o acesso das pessoas ao espaço urbano. E,
portanto, há pontos convergentes (KNEIB, 2014):
7
É necessário mudar o atual modelo que incentiva o uso de modo motorizado
individual (carro e moto), pois são diversas suas consequências negativas. Ver item
3.5.1 – Implicações atuais, para melhor compreender essa questão.
A política de mobilidade que privilegia o transporte público e os não-motorizados
proporciona melhor qualidade de vida à população.
O transporte público consome menos energia e ocupa menor espaço em relação ao
modo individual (relação consumo / quantidade de pessoas transportadas).
O transporte não motorizado (a pé ou de bicicleta) é útil para média e curta
distâncias e devem ser estimulados, através da construção de vias exclusivas e
seguras.
É importante frisar esse ponto da oferta de transporte público, pois é uma das chaves
para abrir as portas da igualdade social. A pesquisa de Matriz Origem-Destino, realizada na
região metropolitana de São Paulo em 2002, demonstra claramente que quanto menor a
renda familiar, menor o acesso aos meios de transporte, tanto individual quanto coletivo. O
acesso ao transporte público deve ser de baixo custo e universal; caso contrário contribuirá
para perpetuar a pobreza urbana e a exclusão social, uma vez que o cidadão que se
encontra desempregado tem alto custo para se locomover na cidade em busca de ofertas de
emprego. E aquele que já está empregado deve aplicar uma parcela considerável do seu
salário em transporte público. Nos casos em que a empresa financia o transporte, ela
privilegia quem precisa de apenas um vale-transporte para viagem de ida e outro para
viagem de volta, excluindo os que moram mais distantes e necessitam de dois ou mais
vales. (GOMIDE, 2006).
3.2 Sustentabilidade
A ideia em torno desse tema é antiga, porém foi a partir da década de 1970 que
novas expressões foram surgindo, principalmente nos movimentos sociais, conferências
promovidas pela Organização das Nações Unidas, nos relatórios do clube de Roma e nas
publicações de autores que se debruçaram sobre a questão ambiental em uma época que
pouco se falava do assunto. (LIMA, 2002). O período pós-guerra até o início da década de
1970 foi marcado por um crescimento econômico muito intenso nos países europeus, de
modo geral, e nos Estados Unidos da América (EUA), consolidando o capitalismo como
sistema econômico ideal. No entanto, em 1971 ocorre uma crise monetária que desvaloriza
o dólar americano e dois anos depois a crise do petróleo, que acaba afetando a produção e
consumo de matérias-primas e energia. Nesse contexto, nasce um Clube de Roma,
8
idealizado pelo empresário italiano Aurélio Peccei e pelo químico inglês Alexander King, que
tiveram o mérito de reunir cientistas, chefes de Estado e outros para discutir questões
econômicas e ambientais (VILLELA, 2007).
Sem ainda usar o termo sustentabilidade, o grupo emitiu relatórios importantes, como
o intitulado The Limits of Growth (Os Limites do Crescimento), que tratou da exploração de
recursos naturais, crescimento populacional, tecnologia, nutrição e outros assuntos ligados
ao desenvolvimento humano. Esse relatório foi de fundamental importância para a nova
visão que se lançava: o desenvolvimento aliado à preservação ambiental. Foi o primeiro
documento público a expor a finitude dos recursos naturais como uma fragilidade do
capitalismo, pois demonstrou que existe um limite de crescimento (um século, a contar
daquele ano, 1972), caso se mantivessem os níveis de poluição e exploração dos recursos
naturais. (VILLELA, 2007).
As ações desse grupo tiveram repercussão muito grande, tanto dos críticos que
apontavam exageros, quanto de outros grupos que aderiram às ideias e multiplicaram as
ações ambientais, culminando em importantes atos, como a Conferência sobre o meio
ambiente humano (Conference on the human environment, título original), realizada pela
ONU em 1972, na capital sueca. Discutiu-se o exagero de consumo dos países mais ricos e
a expansão demográfica dos países mais pobres, como causas de problemas ambientais. A
noção de sustentabilidade está expressa na declaração da Conferência, que trata dos
direitos das gerações futuras de usufruir dos recursos naturais e, para tanto, seria
necessário o uso criterioso, a fim de evitar seu esgotamento (MOTTA, 2009).
Na década seguinte, o economista Ignacy Sachs usou o termo ecodesenvolvimento3
para definir uma estratégia que proporcionasse o avanço econômico e a preservação
ambiental, com participação da sociedade civil organizada, sob uma ótica emancipadora de
nações que não eram potência econômica. Pode-se resumir as ideias deste economista no
tripé Eficiência Econômica, Justiça Social e Prudência Ecológica. No rastro dos estudos de
Sachs, a ONU dá um passo que se tornaria de grande importância para a questão
ambiental, ao criar a Comissão Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento, com objetivo de
lançar estratégias a longo prazo para se chegar ao patamar de um desenvolvimento
sustentável, termo que ela adota e propaga, tornando-se conhecido do grande público
(VILLELA, 2007 e MOTTA, 2009).
Pois em 1987 esta Comissão publicou o Relatório de Brundtland, já mencionado
neste trabalho e que se retoma aqui o conceito de desenvolvimento sustentável: “aquele
3 Primeiramente empregado pelo canadense Maurice Strong em 1973, seus princípios foram
postulados por Sachs que dizia que o desenvolvimento de um país (ou região) deveria se
fundamentar em suas próprias potencialidades, sem criar dependência externa. Assim, o problema de
se ter uma economia forte sem afetar o meio ambiente seria de mais fácil solução (VILLELA, 2007).
9
capaz de suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das
gerações futuras de suprirem as suas”.
4 Sigla inglesa para Organization for Economic Co-operation and Development, uma organização
internacional que promove políticas de melhorias do bem-estar social e econômico.
10
3.3 Espaço urbano
3.4 Indicadores
11
No entanto, a presente pesquisa não se aterá apenas aos Indicadores de transporte,
uma vez que o próprio IMUS está fundamentado no tripé Ambiental-Social-Econômico.
Os Indicadores ambientais têm importante relevância por serem, principalmente,
medidores das consequências da política urbana acumulada na história. Por exemplo, o
volume de gases tóxicos emitidos por veículos automotores só se tornou um importante
Indicador porque ao longo das últimas décadas privilegiou-se o uso do veículo próprio em
vez do coletivo. Da mesma forma se dá com os Indicadores que tratam do consumo do
combustível e o uso de energia limpa/alternativa. A análise desses Indicadores apontará
como tem sido tratada a questão ambiental relativa aos meios de transporte e à legislação
específica desse tema.
Já os Indicadores sociais e econômicos são base para olhar o futuro, planejar a
política pública, bem como monitorar o bem-estar da população. Servem também como
subsídios para estudos acadêmicos que se debruçam sobre a sociedade e suas mudanças
ao longo do tempo. Rendimento médio do trabalho, proporção de pobres e ricos, nível de
escolaridade são alguns desses Indicadores que traduzem em número as dimensões da
realidade social (JANNUZZI 2012).
Neste trabalho, os Indicadores socioeconômicos da população cuiabana servirão
para relacionar a situação da mobilidade urbana (quer dizer, como a população hoje se
locomove na cidade) com a real necessidade das diferentes classes sociais. Em outras
palavras, estudar-se-á a oferta de transporte e a demanda da população, em suas diferentes
expectativas. Tal estudo se faz necessário para melhor compreender a questão da
mobilidade urbana, vista pela ótica socioeconômica.
Fica claro que a determinação de quais Indicadores utilizar na pesquisa é o ponto
fundamental para o desenvolvimento do trabalho e eventual aplicação de políticas balizadas
nesta pesquisa. Quanto mais variáveis se observar, mais aprofundado e próximo da
realidade se torna o estudo. No entanto, iremos nos pautar por Indicadores vistos como os
principais pela literatura especializada, a serem apresentados no capítulo 5.
3.5 Histórico
12
Isso requer dos três pilares organizacionais da sociedade, quais sejam, poder
público, iniciativa privada e sociedade civil, uma unidade de objetivo e um dispêndio de
esforços ainda não experimentados na história de formulação do Estado Brasileiro,
recheada de interesses próprios em detrimento das necessidades sociais. Para melhor
compreender como se deu este processo, será traçado um breve histórico das políticas
públicas voltadas ao planejamento e desenvolvimento urbanos no Brasil, no qual nem
sempre se incluiu o plano de mobilidade.
Em sua tese de doutorado, Costa (2008) apresenta o perfil do desenvolvimento das
políticas públicas na questão do transporte urbano desde a Primeira República (1889 a
1930) até os dias atuais. Com base nesta tese, em dados obtidos no Ministério das Cidades,
Ministério dos Transportes, por meio de seus websites, e também no livro “Transportes no
Brasil: História e Reflexões” (GEIPOT5, 2001), percebe-se uma evolução, ainda que não a
ideal, na gestão dos Governos quanto à questão do transporte, em sua esfera municipal,
estadual e federal.
A transição do século XIX para o século XX no Brasil foi marcada pelo fim da
escravidão e a vinda de imigrantes europeus (italianos, alemães) e japoneses, o que
contribuiu para o rápido crescimento da população, aliado à industrialização (pequena, é
verdade) que ocorreu nesse período. Esta expansão demográfica exigiu do Governo
políticas voltadas à melhoria ou implantação de sistemas até então precários, como
iluminação pública, rede de distribuição de energia, abastecimento de água, rede de esgoto
e transporte público (COSTA, 2008).
Em um primeiro momento, a medida proeminente foi substituir os bondes puxados a
burro por bondes elétricos. Nesse tempo surgem também os ônibus, concorrentes direto do
sistema de bondes, porém muitas vezes os investidores eram os mesmos, o que gerou uma
concentração dos serviços de transporte nas mãos de poucos, ou até mesmo monopólios
em alguns municípios. Em Cuiabá, há poucos registros a respeito deste tema, mas segundo
Freitas (2011), a Câmara de Cuiabá já falava sobre deslocamentos urbanos desde 1871; e
18 anos depois formou-se a Companhia Progresso Cuyabano, Ferro, Carril e Matadouro,
por meio de uma parceria entre portugueses e cuiabanos que consolidou as linhas de bonde
puxado a burro entre o centro (1º distrito) e o porto (2º distrito), as duas principais partes da
cidade.
No período seguinte, conhecido como Era Vargas (1930 a 1945), os automóveis de
uso pessoal e coletivo (carro e ônibus) ocuparam cada vez mais o lugar dos bondes, que já
não conseguiam atender às demandas urbanas, crescentes não só em número
5
Grupo Executivo de Integração da Política de Transporte, criado em 1965, foi um órgão ligado ao
Poder Executivo que prestava consultoria técnica a respeito de transporte.
13
populacional, mas em serviços e bens. Diante de uma situação nova e não planejada, ainda
que incentivada, os governantes não puderam fazer outra coisa senão construir novas vias
de circulação para os automóveis e adequar-se ao cenário que se apresentava, sacrificando
muitas vezes aspectos quanto à saúde e qualidade de vida nas cidades que iam se
construindo. Vargas intensificou a industrialização, aproveitando o êxodo rural e a migração
dos nordestinos para o sudeste; desvalorizou a moeda nacional em relação ao dólar para
encarecer o produto importando; criou leis restringindo ou proibindo importação de produtos
que pudessem ser fabricados pela nação. Com a vinda do capital estrangeiro, o país pôde
investir fortemente nos parques industriais: destaca-se a Companhia Siderúrgica Nacional -
CSN (1941), uma vez que o aço é matriz para outras indústrias, inclusive automobilística
que viriam surgir mais tarde. Tudo isso visava fortalecer o parque industrial brasileiro.
(GEIPOT, 2001).
Com o fim da Segunda Guerra, a Europa perdeu parte do mercado de exportação,
pois estava desestruturada econômica e socialmente em consequência dos prejuízos que a
guerra trouxe; e o que lhe restou de recursos financeiros e humanos foi investido na
reestruturação dos países envolvidos no conflito. Enquanto isso, o Brasil, que sofrera pouco
com a guerra, viu a oportunidade de suprir o mercado que se abria ainda mais no exterior. A
CSN, apesar de idealizada e construída na Era Vargas, foi somente no Governo de Gaspar
Dutra que efetivamente começou a operar, em 1946. Dutra também instituiu, em 1950, o
plano SALTE, voltado à Saúde, Alimentação, Transporte e Energia, tidas como áreas
fundamentais para o desenvolvimento do país. Não durou 2 anos, mas podemos destacar
duas obras de engenharia importantes para o país: o início da rodovia Rio-Bahia, atual BR-
116, a maior e mais importante do país; e também a rodovia que liga Rio de Janeiro a São
Paulo, atual rodovia Presidente Dutra. (GEIPOT, 2001).
Percebe-se que a política de expansão rodoviária se mantinha forte, em detrimento
de outros meios como ferroviário ou hidroviário. Isso viria a afetar de modo significativo as
relações intermunicipais e estaduais, no que concerne ao transporte de passageiros e bens
por todo o Brasil.
Em 1951, Getúlio volta ao poder e cria a Petrobrás e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE), como autarquia federal para fomentar investimentos
em diversas áreas, inclusive transportes. Pode-se dizer que as ações deste banco foi uma
continuidade do plano SALTE. É também nesse período que Vargas incentiva as indústrias
automobilísticas a investirem no Brasil, desde que o parque industrial fosse instalado em
território brasileiro. A importação continuava dificultada.
Foi no Governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) que as importações foram
abertas e a indústria de automóveis cresceu exponencialmente. Como parte do Plano
14
Nacional de Desenvolvimento, conhecido como Plano de Metas, o apoio à indústria de base
estava no pacote que incentivaria também as áreas de energia, alimentação, educação,
transportes e a construção de Brasília. No centro geográfico do país, Brasília foi um marco
importante para a expansão demográfica no centro-norte. Com o slogan “50 anos em 5”,
Kubitschek investiu pesado na construção de rodovias, conseguindo ligar todas as regiões
do país em curto período de tempo: Belém - Brasília (BR-153); Sul - Sudeste (rodovia Régis
Bittencourt); Cuiabá - Rio Branco (BR-364) são as principais obras de pavimentação6 deste
Governo.
Se até o Governo de Juscelino o Brasil mostrava preferência à indústria de
automóveis e a implantação de rodovias, foi com ele que esta primazia tomou dimensões
jamais vistas no país, nem antes, nem depois. Nada ou muito pouco se investia em ferrovias
e hidrovias, por mais vantajosos que esses meios pudessem ser. O Brasil de uma vez por
todas se estruturava de uma forma a ficar dependente de um só meio de transporte, o
rodoviário, e por consequência, dependente do petróleo. Àquela época, a Petrobrás apenas
refinava o petróleo bruto, importado a preços caríssimos. Não se pode deixar de reconhecer
que tais medidas foram o motor-propulsor do desenvolvimento econômico da nação, em um
período que EUA e Europa também prosperavam.
No entanto, tal política nacional refletia nos Estados e Municípios, que copiavam o
modelo de transporte, investindo em rodovias estaduais e implantando sistemas de ônibus
intermunicipais, além de incentivar a compra do veículo próprio, tudo isso sem um real
planejamento de transportes, que pudesse olhar a questão não apenas no presente ou
futuro imediato. E foi no período do regime militar (1964-1985) que aconteceu o ápice do
crescimento desorganizado das cidades, algo que podia merecer o nome de inchaço e não
propriamente crescimento. A mobilidade urbana começou a revelar seus problemas de
forma mais intensa e clara: uma minoria tinha veículo próprio e o transporte coletivo já não
conseguia atender a todos, sendo que a qualidade dos serviços também decaía, em um
cenário que não oferecia alternativas.
Nesse período, a solução vista como mais apropriada foi expandir a malha viária
urbana, duplicando avenidas, construindo novas redes de vias expressas, viadutos, túneis,
etc. Quer dizer, as políticas públicas não percebiam, ou não queriam perceber, que aquilo
visto como solução imediata era a própria causa do problema e, pior ainda, viria intensificar
o problema em um futuro breve. Hoje, grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e
outras são vistas como modelos a não seguir em questão de transporte urbano, salvo
medidas pontuais que servem mais como reparadoras do que modelo de planejamento. As
6
A BR-364 no início não era pavimentada, mas ainda assim contribuiu para o crescimento de
Rondônia e Acre.
15
tentativas de planejamento urbano nas principais cidades esbarravam na falta de uma
ordem sistêmica, que conflitavam com interesses políticos, falta de financiamento
continuado, conflitos entre projetos de cidades vizinhas (GEIPOT, 2001, citado por COSTA,
2008, pg. 23).
Em 1973, o GEIPOT elaborou o primeiro documento que tratava dos transportes
urbanos em âmbito nacional, abordando o disciplinamento dos espaços urbanos, a
necessidade de se ter órgãos gerenciadores de transporte e outras medidas que permitiram
melhorias em especial para as populações mais pobres. A questão da mobilidade urbana se
torna pela primeira vez preocupação do Governo Federal.
O fim da ditadura militar se deu em uma época de recessão econômica. A década de
1980 não era nada favorável a grandes investimentos e o setor de transportes também
sentiu a crise, com cortes de recursos ou mesmo interrupção de obras. Com o advento da
democracia, novas fronteiras foram abertas ao capital estrangeiro e quando o Plano Real
estabilizou a moeda, a chamada classe média teve maior acesso aos bens de consumo e
ocorreu uma grande procura pelos carros próprios.
Nos últimos 13 anos, as políticas públicas federais voltaram-se para as classes mais
pobres e diversos programas de inclusão social nas áreas de educação básica e técnica,
alimentícia, moradia e saúde fizeram milhões de brasileiros subir na pirâmide social, muitos
apenas saindo da extrema pobreza, mas um grande número chegando ao patamar da
classe média. Somados a isso, os incentivos fiscais que o Governo ofertou às indústrias
automobilísticas, verificou-se um crescimento da circulação de veículos automotivos jamais
visto no país, em um espaço curto de tempo. Esta parcela da população que pela primeira
vez teve acesso a este e a outros bens de consumo comemora; a indústria, que bateu
recordes de venda, agradece. A economia na primeira década desse milênio cresceu
agressivamente, atingindo o ápice em 2010, cuja taxa de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) foi de 7,6% estimulado principalmente pela indústria extrativista (minérios,
petróleo, gás, etc.) e a indústria da construção civil (IBGE, 2015, citado por PORTAL G1,
2015).
16
Social: mesmo com a ascensão de milhões de brasileiros à classe média, apenas
uma minoria tem poder aquisitivo para ter automóvel particular, enquanto a maioria
ainda depende do transporte coletivo, que é insuficiente e precário, de modo geral
(DENATRAN, 2008 e 2015 e IBGE, 2010).
Ambiental: o incentivo à compra do carro próprio, iniciado em 2009 pelo Governo
Federal, colocou nas ruas 17 milhões de novos automóveis particulares (Denatran,
2008 e 2015). Isso significa toneladas de gases poluentes a mais na atmosfera.
Segundo a CETESB7 (2008), cada novo veículo é responsável por emitir em média
185g de CO2 por quilômetro rodado. Portanto, estima-se que essa nova frota produz
3.145 toneladas de dióxido de carbono por quilômetro. Vale ressaltar que as taxas
limites de emissão de CO2 fixadas por países europeus, Japão e alguns estados
americanos é abaixo dos 170g/km.
De gestão: modificar o atual cenário da mobilidade urbana requer primeiro mitigar os
efeitos da má gestão do passado, bem como neutralizar as causas desses efeitos,
tarefas que são na maior parte das vezes impraticáveis em 4 anos (no máximo 8) de
gestão pública. O gestor muitas vezes esbarra nas limitações legais, na burocracia
do sistema político e no próprio modelo de gestão da mobilidade urbana criada ao
longo desses anos, acostumada a agir somente quando o problema surge ou se
apresenta insustentável. Muitas vezes nada se faz e o problema extrapola a própria
competência do gestor que recebe em suas mãos a herança de um erro secular.
De saúde pública: através de um livro-curso intitulado Gestão Integrada da
Mobilidade Urbana, o Ministério das Cidades (2006, p. 27) elucida que a questão da
poluição ambiental não encerra em si, mas afeta a própria saúde humana: os
automóveis são responsáveis pela emissão da maior parte dos gases poluentes e
partículas sólidas no ambiente urbano, o que tem sido a principal causa das doenças
respiratórias na população citadina, além de causarem tontura, dores de cabeça,
diminuição dos reflexos, perda da noção de tempo, irritação nos olhos e outras. Não
bastassem as doenças, o aumento do fluxo de veículos gera mais mortes no trânsito:
são mais de um milhão de acidentes no Brasil, por ano. Destas, 33 mil fatais, 120 mil
tornam as pessoas inválidas e 400 mil são feridas. E um dado revelador da
problemática da mobilidade urbana: metade desses mortos sequer estava utilizando
carro: eram pedestres, ciclistas ou motociclistas. No brasil, a principal causa de
mortes por traumas é o homicídio, seguido dos acidentes de trânsito (MINISTÉRIO
DAS CIDADES, 2006). Em 2013, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS)
7Companhia ambiental do Estado de São Paulo. Os dados são referentes a uma média ponderada
da emissão de gases por veículos movidos a etanol e/ou gasolina.
17
publicou um relatório apontando que até 2025 o trânsito será a terceira maior causa
de mortes, no mundo todo.
Econômica: se de um lado o incentivo às indústrias automobilísticas aumenta a
arrecadação de impostos8, de outro requer o investimento de milhões de reais em
infraestrutura para atender a crescente frota, com objetivo de melhorar o fluxo. O
próprio Ministério das Cidades reconheceu, neste mesmo documento destinado aos
gestores, que essa melhoria acontece sempre a curto prazo, pois ela também é um
estímulo à utilização do transporte individual, gerando um ciclo que culmina em
congestionamentos e poluição atmosférica, danosos à própria economia. E vai além,
ao ser taxativo aos problemas econômicos (ao qual chama deseconomias) gerados
pela política pública que privilegia os automóveis:
O processo decisório e as políticas públicas devem considerar as
deseconomias e externalidades próprias a cada um dos modos de
transporte. Segundo estudo da ANTP, o automóvel tem um gasto 12,7
vezes maior de energia do que o ônibus; gera 17 vezes mais poluição;
consome 6,4 vezes mais espaço na via e gera um custo de transporte oito
vezes maior que o ônibus, todos os dados relativos ao número de
passageiros por quilômetro transportado. Dessa forma, a adaptação das
cidades para o uso intensivo do automóvel tem levado à violação não
apenas dos princípios econômicos, mas também, das condições ambientais
(...) (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006, p. 26-27).
A economia também é afetada pelos problemas dos acidentes de trânsito, uma vez
que há atendimentos médico-hospitalares (maior parte na rede pública), custos
previdenciários e judiciais, além dos danos materiais e interrupção da atividade
produtiva do acidentado. Em 2003, O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) em parceria com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP)
publicou um relatório executivo demonstrando o custo gerado por cada tipo de
acidente, em abril de 2001 no Brasil. O Gráfico 1 mostra que um acidente com vítima
é 44 vezes mais caro que o acidente sem vítima. No total, o custo dos acidentes em
2001 chegou a R$ 5,3 bilhões, valor equivalente a quase 0,5% do PIB daquele ano.
8 O programa chamado IPI zero (lançado em 2009 e retomado em 2012) somente gerava imposto
zero para determinados tipos de carros, não todos; e a venda de qualquer veículo gera arrecadação
indireta de outros impostos, como a tributação de combustíveis, emplacamento, acessórios e até
multas de trânsito podem ser contabilizadas, ainda que não sejam impostos.
18
Gráfico 1 - Custo médio de um acidente de trânsito urbano, por tipo, em 2001.
R$ 144.447,50
R$ 160.000,00
R$ 140.000,00
R$ 120.000,00
R$ 100.000,00
R$ 80.000,00
R$ 60.000,00
R$ 17.459,69
R$ 40.000,00
R$ 3.261,54
R$ 20.000,00
R$ 0,00
Acidente com mortos Acidente com feridos Acidente sem vítimas
NÍVEL MUNICIPAL
Autoridade: Prefeito Municipal e sua administração. Competência: assuntos de
trânsito, circulação, estacionamento e parada, através do órgão municipal de
trânsito.
NÍVEL ESTADUAL
Autoridade: Departamento de Trânsito. Competência: licenciamento dos veículos e
habilitação dos condutores.
Autoridade: Polícia Militar (corpo de policiamento de trânsito). Competência:
fiscalização ostensiva do tráfego, como agente das autoridades municipais e
estaduais de trânsito.
NÍVEL FEDERAL
Autoridade: Conselho Nacional de Trânsito. Competência: definições legais
referentes ao trânsito.
Autoridade: Departamento Nacional de Trânsito. Competência: fornecer apoio
técnico ao Conselho, além de suas próprias atribuições, conforme art. 19 do CTB.
20
diretrizes com “objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e
da propriedade urbana (...)”, dos quais são pertinentes citar, presentes no artigo 2º do
Estatuto, os seguintes:
21
e humanos, viabilizando os meios para a efetiva transformação desejada e
contribuindo com uma real promoção do desenvolvimento da cidade
(MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015, p. 146).
A estrutura operacional deste Ministério está formada por cinco Secretarias, uma
Executiva e quatro Nacionais: de Habitação, Saneamento Ambiental, Acessibilidade e
Programas Urbanos e a Secretaria Nacional do Transporte e da Mobilidade Urbana; duas
empresas públicas: Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e a Empresa de Trens
Urbanos de Porto Alegre S/A (TRENSURB); um Departamento Nacional de Trânsito
(DENATRAN), além do Conselho das Cidades, órgão de natureza deliberativa e consultiva.
Ao integrar todos esses órgãos, que pertenciam a Ministérios distintos, o Ministério
das Cidades tem buscado definir uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano
(PNDU) consoante com os Estados e Municípios, e também a sociedade, visando diminuir a
desigualdade social e ter um crescimento dentro da sustentabilidade ambiental. O Ministério
tem sido responsável também por políticas habitacionais e de infraestrutura urbana, que
através de investimento público-privado, “pretende racionalizar recursos, priorizando
necessidades previstas em planos e Indicadores de desempenho definidos de forma
democrática” (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2015).
Em 2007, o poder executivo propôs uma ementa, por meio do Projeto de Lei
1.687/2007 promulgada em 2012, conhecida como Lei da Mobilidade (Lei.12.587/2012), que
institui princípios e diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), um
instrumento de difusão do conceito de mobilidade sustentável, que faz parte do PNDU. O
artigo 5º traz seus princípios:
I - Acessibilidade universal;
II - Desenvolvimento sustentável das cidades, nas dimensões
socioeconômicas e ambientais;
III - Equidade no acesso dos cidadãos ao transporte público coletivo;
IV - Eficiência, eficácia e efetividade na prestação dos serviços de
transporte urbano;
V - Transparência e participação social no planejamento, controle e
avaliação da política de mobilidade urbana;
VI - Segurança nos deslocamentos das pessoas;
VII - Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do uso dos
diferentes meios e serviços; e
VIII - Equidade no uso do espaço público de circulação, vias e logradouros.
(BRASIL, 2007)
Essa evolução coloca hoje a gestão pública diante de uma organização que pode
assim ser compreendida: o Ministério das Cidades instituiu um referencial de mobilidade
urbana através do que se chama Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob), servindo de guia
para os Estados e Municípios, que vão estabelecer estratégias para aplicar tais políticas de
acordo com as características e necessidades intrínsecas a sua região, sempre se pautando
pela Lei maior, a Constituição Federal, através do Estatuto da Cidade e do Código de
Trânsito Brasileiro.
As características e necessidades de cada zona urbana formam um universo de
variáveis que abrange questões socioeconômicas (densidade demográfica, renda per capita,
nível de escolaridade, etc); políticas (legislação, desenvolvimento do plano diretor, etc.);
ambientais (volume de tráfego, idade da frota, relevo e clima do município, etc.) e tantas
outras questões.
Desta forma, para o gestor do município, a quem cabe a maior responsabilidade das
três esferas executivas, identificar e corrigir os problemas da mobilidade e traçar novas
metas de políticas públicas é preciso enfrentar uma questão complexa e multidisciplinar. O
PlanMob é um norteador, mas para seguir suas diretrizes é preciso se valer de ferramentas
auxiliares que sistematizam os Indicadores, os interagindo entre si, de modo a facilitar o
planejamento e a tomada de decisão (COSTA, 2008).
Nas últimas três décadas, multiplicaram-se as ferramentas de análise de variáveis,
bem como as metodologias de apoio à decisão. O Índice de Mobilidade Urbana Sustentável
se apresenta como fruto do estudo de outras ferramentas e métodos, sendo sua definição,
estrutura e abrangência apresentadas no capítulo a seguir.
23
4 ÍNDICE DE MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL (IMUS)
25
Tabela 1 - Indicador “Equipamentos Urbanos – Escolas” (natureza quantitativa).
O score é dado por aplicação de fórmula ou interpolação dos scores já Tabelados.
26
explicada anteriormente, onde um critério com baixa avaliação pode ser compensado por
um conjunto de critérios de alta avaliação, tornando mais justo o resultado final.
O cálculo é simples e está vinculado à estrutura do IMUS: Domínios, Temas,
Indicadores têm pesos que se relacionam segundo a equação (4.1):
n
Sendo: IMUSg: Índice Global
(4.1) IMUSg = ∑ wiD . wiT . wiI . xi (4.1)
𝑤𝑖𝐷 : peso do domínio do Indicador i
i=1
𝑤𝑖𝑇 : peso do tema do Indicador i
𝑤𝑖𝐼 : peso do Indicador i
𝑥𝑖 : score do Indicador i
Além do Índice Global, foram desenvolvidos três Índices Setoriais, um para cada
dimensão da sustentabilidade: Social, Econômica e Ambiental, representados pela sigla
IMUSsj Devemos lembrar que cada Tema, além do seu próprio peso, está inserido nessas
três dimensões, em que cada uma também tem seu peso. Desta forma, ao calcular o IMUS
de determinada cidade, é possível analisá-lo segundo as três óticas, separadamente. Para
melhor compreender esta estrutura, observa-se que a Tabela 4 mostra os dez Indicadores
referentes ao Domínio “Acessibilidade”; três desses Indicadores pertencem ao Tema
“Acessibilidade aos sistemas de transportes”, portanto o peso de cada Indicador deste Tema
equivale a 1/3 = 0,33; o peso do Tema é 0,29; o peso do Domínio é 0,108. O score é uma
variável própria de cada cidade.
A conclusão que se pode obter desses valores é que o Indicador em análise diz
respeito muito mais a uma questão socioeconômica do que ambiental. Ao final do cálculo
dos Indicadores, será possível perceber, através de gráficos gerados pela planilha Excel, a
situação relativa de cada dimensão da sustentabilidade. Isso permitirá ao gestor decidir
quais são as ações mais urgentes para cada área analisada.
Como forma de testar a ferramenta IMUS, a pesquisa de Costa (2008) o aplicou no
município de São Carlos/SP e analisou os resultados da pesquisa, apresentados no item
4.2. A Figura 1 resume os três estágios do método de construção do IMUS:
REVISÃO LITERÁRIA E
CONCEITOS-CHAVE DA MOBILIDADE URBANA SUSTENTÁVEL
(MÉTODO MCDA-C)
CONSTRUÇÃO DO IMUS
(9 DOMÍNIOS, 37 TEMAS E 87 INDICADORES)
28
4.2 Aplicação do IMUS em São Carlos e sua validação
29
em ambos os casos os resultados obtidos foram semelhantes, seja para o Índice Global,
seja para os Setoriais.
Método de avaliação
Índice Cálculo do IMUS Cálculo do IMUS Avaliação Expedita
(80 Indicadores) (71 Indicadores) (71 Indicadores)
IMUSglobal 0,578 0,595 0,572
IMUSsocial 0,196 0,202 0,197
IMUSeconômico 0,193 0,198 0,191
IMUSambiental 0,190 0,195 0,184
30
5 APLICAÇÃO DO IMUS EM CUIABÁ
Uma vez que nem todas as fontes consultadas tinham dados atualizados para o ano
de referência (2014) da pesquisa, considerou-se o período de 2010 a 2015 para a coleta,
permitindo avaliar um número maior de Indicadores, caso se considerasse apenas dados de
2014. Para Costa (2008), essa flexibilidade não compromete os resultados finais do índice,
porque o período analisado apresenta razoável atualização. Em sua pesquisa para a cidade
de São Carlos, a margem considerada foi de sete anos.
O cálculo do IMUS requer uma prévia análise dos dados utilizados, com objetivo de
determinar se a ferramenta é aplicável no município de Cuiabá. Para tanto, é necessário
observar o prazo de obtenção e a qualidade dos dados.
Informações de curto prazo são aquelas obtidas de imediato ou até um ano. Médio
prazo é o período de até uma gestão administrativa. O tempo maior que uma gestão
administrativa, necessário para se coletar um dado, é considerado longo prazo (MIRANDA,
2010). A pesquisa levou cerca de 10 meses, o que caracteriza que todas as informações
foram obtidas em curto prazo. Indicadores não calculados foram considerados de longo
prazo, porque seria necessário realizar pesquisas ou coletar dados em campo por um
período indefinido.
Como já discutido no item 4.2, a análise da qualidade envolve questões como
atualização, abrangência e confiabilidade da fonte. Estudos acadêmicos, dados oficiais,
31
documentos reconhecidos valem mais do que notícias jornalísticas – sujeitas a má
interpretações dos dados originais ou mesmo a inclinações tendenciosas; avaliação de
técnicos, gestores ou especialistas podem variar de baixa a alta qualidade, dependendo da
abordagem que é dada ao questionamento, ainda mais quando se trata de estimativas
numéricas.
O Apêndice 1 – memória de cálculo – apresenta também a síntese da coleta e
avaliação das informações que servem como base para cálculo dos Indicadores. A
avaliação final da mensurabilidade do Indicador é dada pelo resultado da combinação dos
critérios Disponibilidade e Qualidade, cujos códigos são:
Disponibilidade: Qualidade:
C – Curto prazo A – Alta
M – Médio prazo M – Média
L – Longo prazo B – Baixa
A maior parte dos Indicadores necessita de mais de uma informação para se calcular
seu score, sendo que estas informações podem ter tido avaliações de qualidade distintas.
Nestes casos, prevalece a de menor nível. Por exemplo, se o Indicador teve um dado
avaliado como CA (Curto prazo e Alta qualidade) e outro dado avaliado como CM (Curto
prazo e Média qualidade), prevalece a avaliação CM para a qualidade geral dos dados do
Indicador.
Como a maioria (78%) foi avaliada de curto prazo e alta/média qualidade, prosseguiu-
se à investigação da pesquisa. Essa etapa é de fundamental importância, porque somente
com dados altamente confiáveis – em sua grande maioria – é que se pode afirmar que o
resultado tem validade acadêmica e até serventia para eventual embasamento de políticas
públicas voltadas à mobilidade urbana de Cuiabá.
9 Indicadores avaliados como sendo de longo prazo é porque não puderam ser calculados, ora por
falta de dados, ora porque os dados não eram confiáveis.
32
5.1.1 Dados não coletados
Como dito, a maioria dos Indicadores é formada por mais de uma informação,
compondo um banco de dados que, segundo uma avaliação qualitativa e/ou quantitativa,
qualifica o Indicador numa escala de 0 a 1. Na ausência de pelo menos um dado, o
Indicador não pode ser avaliado e isso significa não registrar aspectos importantes da
mobilidade. Segue a lista dos 11 Indicadores não calculados:
Visto que o IMUS não é somente uma ferramenta de análise, mas também de
monitoramento da mobilidade urbana e, como tal, precisa de constante atualização das
informações, é importante que a gestão municipal desenvolva as pesquisas e/ou reúna os
dados necessários para suprir essa falha. A relação detalhada dos dados, que requer não
apenas coletar, mas manipulá-los, é descrita por Costa (2008).
Um aspecto importante é observar quais Temas foram mais prejudicados (em análise
percentual) com a ausência desses Indicadores, o que está descrito na Tabela 6.
33
No entanto, o IMUS está estruturado de maneira a se adaptar à ausência de dados, na
medida em que os pesos dos Indicadores ausentes são redistribuídos aos demais, o que
permite atingir um resultado semelhante ao da situação ideal, em que todos os Indicadores
são calculados (MIRANDA, 2010. COSTA, 2008). Para melhor compreender como os dados
ausentes (quando poucos) não interferem muito no resultado final, ver item 5.2.
Na ausência de um Indicador, a redistribuição de seu peso é feita de forma igualitária
aos Indicadores que compõem o mesmo Tema. Na ausência de todos os Indicadores de um
mesmo Tema, o peso do Tema é redistribuído aos outros Temas do mesmo Domínio. Não
se pode admitir a ausência de um Domínio por completo, o que prejudicaria a avaliação da
mobilidade urbana (COSTA, 2008). A Tabela 7 mostra primeiro a situação ideal, em que
todos os Indicadores do Tema Acessibilidade Universal possuem dados para se calcular. Na
parte de baixo da Tabela a situação real de Cuiabá, em que não se pôde calcular dois
Indicadores. Perceba que nas duas situações a soma dos pesos dos Indicadores é 1, fato
necessário para que a estrutura do IMUS não seja desfigurada.
DOMÍNIO: ACESSIBILIDADE
Tema Peso Indicador Peso
Travessias adaptadas a Pessoas
0,20
com Deficiência
Acessibilidade a espaços abertos 0,20
Acessibilidade Vagas de estacionamento para
0,28 Pessoas com Deficiência 0,20
universal
Acessibilidade a edifícios públicos 0,20
Acessibilidade aos serviços
0,20
essenciais
Tema Peso Indicador Peso
Travessias adaptadas a Pessoas
0,33
com Deficiência
Acessibilidade a espaços abertos 0,33
Acessibilidade Vagas de estacionamento para
0,28 Pessoas com Deficiência -
universal
Acessibilidade a edifícios públicos -
Acessibilidade aos serviços
0,33
essenciais
34
aos outros Indicadores do mesmo Tema, que caso tenham sido de alto desempenho, serão
superestimados pelo acréscimo desse peso.
Por isso, se deve fazer uma avaliação cautelosa de cada Indicador, associando-o ao
Tema em que está inserido e comparando-o aos Indicadores do mesmo Tema. E sempre ter
um olhar crítico a respeito do índice global, que é a nota do IMUS (MIRANDA, 2010).
A Tabela 8 está relacionada aos Temas de um mesmo Domínio. A primeira situação é a
ideal, em que todos os Temas foram calculados. A segunda situação (hipotética) mostra a
ausência de um Tema – pelo fato de todos os seus Indicadores não terem sido calculados –
e a redistribuição de seu peso aos Temas de mesmo Domínio. Percebe-se que a
redistribuição dos pesos obedece à mesma lógica da distribuição original, ou seja, os Temas
definidos como mais importantes pelo Painel de Especialistas (ver item 4.1) continua com
pesos maiores. Nas duas situações, a soma dos pesos é igual a 1. Vale ressaltar que não
há alteração no peso dos Indicadores em si, ainda que sua avaliação seja beneficiada pelo
aumento do peso do Tema a que pertence.
35
Tabela 9 – Desempenho dos índices Global e Setoriais
Índice Score
IMUS Global 0,446
IMUS Social 0,150
IMUS Econômico 0,147
IMUS Ambiental 0,148
Para uma escala que varia entre 0 e 1, atingir 44,6% da nota máxima é considerado de
baixo desempenho, por estar abaixo do valor intermediário 0,5 (COSTA, 2008). Isso pode
indicar que alguns princípios da sustentabilidade não estão sendo considerados na Política
de transporte e mobilidade de Cuiabá. Este fato se evidencia ao analisar os Índices setoriais
Social, Econômico e Ambiental, cujos valores máximos são 0,34, 0,33 e 0,33,
respectivamente. Todos também atingiram resultados abaixo da metade.
A análise positiva que se pode fazer é do equilíbrio entre os Índices setoriais, reflexo do
próprio sistema de pesos adotado para os critérios que compõem o IMUS. Caso algum
Índice setorial estivesse bem abaixo dos outros, poderia sinalizar algo mais sério naquela
área específica, ou por falta de atenção do Poder Público, ou mesmo por incoerência da
ferramenta, que foi estruturada para atingir valores aproximados (COSTA, 2008).
Um questionamento natural que surge é quanto à influência dos Indicadores ausentes
no resultado final. Ainda que exista um sistema de compensação da ferramenta IMUS, é
certo que o resultado final poderia atingir valores diferentes destes apresentados. Mas quão
diferente poderia ser? Para responder esta pergunta, foram feitas três simulações de cálculo
(mantendo o desempenho dos Indicadores já calculados): na primeira considerou-se os
Indicadores não calculados com score = 0, como se tivessem obtido o pior desempenho
possível. Na segunda simulação, estes Indicadores obtiveram score = 0,5, valor
intermediário na escala de avaliação; e na terceira, todos foram simulados com score = 1,00,
valor que simula o melhor desempenho possível. A Tabela 10 apresenta a comparação
entre os valores reais e os resultados simulados para os índices global e setoriais:
36
A simulação mostra uma ligeira variação do resultado final nas situações extremas, em
que se atribuiu notas mínimas e máximas aos scores. Em termos absolutos, o IMUS global
variou entre -0,039 e +0,066, o que representa decréscimo de 9% e acréscimo de 15%,
respectivamente, devido a influência de 11 Indicadores (13% do total). Pode-se dizer que
tais Indicadores têm maior potencial de beneficiar a nota do IMUS do que prejudicar, ou
seja, suas ausências foram ligeiramente mais perceptíveis quando considerados de alto
desempenho. É importante ressaltar que as duas situações extremas dificilmente se
concretizariam na prática, servindo somente para balizar a eficiência da ferramenta IMUS.
Na simulação com score = 0,5, que tende a ser mais próxima da realidade de cálculo
para Cuiabá, não houve variação no resultado do IMUS, o que corrobora para a validação
tanto do cálculo com os 76 Indicadores possíveis para Cuiabá, quanto para a análise dos
resultados, apresentada no capítulo 6. O Gráfico 2 mostra a oscilação do IMUS, segundo os
cenários analisados.
1
0,9
0,8
0,7
0,6 0,499
0,394 0,446 0,446
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
S=0 S = não calculado S = 0,5 S = 1,0
(cenário real)
37
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Acessibilidade 0,572
Infraestrutura 0,358
38
6.1.1 Aspectos ambientais
Domínio que atingiu o melhor desempenho, é composto de seis Indicadores, dos
quais um não foi calculado: 2.1.3 População exposta ao ruído de tráfego. Metade dos
Indicadores teve score maior que 0,8. Mais uma vez a legislação contribuiu para o bom
desempenho, pois o município, conforme prevê o indicador 2.1.4 Estudos de impacto
ambiental (score 1,00), exige tais estudos em projetos de transporte e mobilidade. O
combustível gasolina é tido como parâmetro ambiental e seu baixo consumo relativo ao total
da população urbana fez este indicador ser bem avaliado (score 0,82). A baixa emissão de
dióxido de carbono foi fator importante (score 0,83), ainda que as emissões do monóxido de
carbono (score 0,45) tenham sido altas, equilibrando a questão dos gases poluentes.
O indicador 2.2.2 Uso de energia limpa e combustíveis alternativos teve desempenho
muito baixo (score 0,05). Este indicador avaliou que nenhum veículo do transporte público
(ônibus) faz uso de energia limpa; e menos de 10% dos táxis utilizam Gás Natural Veicular
(GNV).
6.1.2 Acessibilidade
Este Domínio teve o segundo melhor desempenho, mas também foi o que teve maior
percentual (30%) de Indicadores não calculados: 1.1.3 Despesa com transporte; 1.2.3
Vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e 1.2.4 Acessibilidade a edifícios
públicos, de um total de 10 Indicadores.
Quanto à legislação para pessoas com deficiência, o município está bem avançado;
existem também campanhas de educação e sensibilização, tanto que o Indicador referente a
estes aspectos teve nota máxima. No entanto, o cumprimento da Lei deixa a desejar: menos
da metade das travessias está corretamente adaptada a pessoas com deficiência. Um ponto
positivo é a frota de ônibus; a maior parte (83%) está adaptada a pessoas com deficiência.
A acessibilidade também prevê questões como acesso a serviços básicos de saúde,
educação e transporte público. Cuiabá tem essas redes bem ramificadas, atendendo cerca
de 70% da população, no que diz respeito a residir próximo a um desses serviços
essenciais.
Os dois Indicadores de pior desempenho foram 1.2.2 Acessibilidade a espaços
abertos e 1.3.1 Fragmentação urbana. O primeiro demonstra que Cuiabá tem poucas áreas
verdes abertas ao público. Os parques e praças atendem pouco mais de um terço da
população, pelo critério de residir próximo a esses locais. O segundo indicador revela que a
cidade, ao ser cortada por diversas vias principais e rios, se apresenta muito fragmentada,
obtendo score nulo para esse indicador.
39
6.1.3 Aspectos políticos
Único Domínio que teve todos seus Indicadores calculados, Aspectos políticos
atingiu o terceiro melhor desempenho individual, conforme o Gráfico 3. No entanto, um olhar
mais aprofundado revela que seus sete Indicadores tiveram comportamento extremos. Dois
obtiveram alto desempenho: 4.1.1 Integração entre níveis de Governo (score 0,75) e 4.3.1
Política de mobilidade urbana (score 1,00). O primeiro indica parcerias entre Município e
Estado para execução de obras de infraestrutura, enquanto o segundo trata da existência e
atualização do Plano Diretor.
Os outros cinco tiveram péssimo desempenho. Obtiveram score nulo os Indicadores
4.1.2 Parcerias público-privadas e 4.2.2 Investimentos em sistemas de transporte. O
primeiro sinaliza ausência de parcerias entre o município e entidades privadas para
promoção da infraestrutura de transporte urbano. O segundo revela que não houve
investimentos em sistemas de transporte e mobilidade, com recursos do município, no ano
2014. Os Governos Estadual e Federal forneceram recursos, mas sem contrapartida do
município. O Indicador 4.2.1 Captação de recursos (score 0,04) demonstra que o município
arrecada uma quantia pequena de recursos oriundos de taxações e multas, frente ao
volume investido em obras de infraestrutura e mobilidade. Já os Indicadores 4.2.3
Distribuição dos recursos (público x privado) e 4.2.4 Distribuição dos recursos (motorizados
x não-motorizados), ambos com score = 0,25, comprovam o que foi discutido no item 3.5: as
ações políticas são voltadas a favorecer o transporte individual motorizado (carro e moto),
em detrimento do transporte coletivo, bicicleta e a pé.
Mais uma vez, o sistema de pesos favoreceu o IMUS, pois num cenário em que dois
Indicadores foram bem avaliados e cinco foram muito mal, o Domínio obter um score
intermediário (0,508) só é possível pelo favorecimento que os pesos dos Indicadores de alto
desempenho receberam na formulação da estrutura da ferramenta.
40
Dos quatro Indicadores calculados, um obteve score nulo: 3.3.1 Educação para
desenvolvimento sustentável, pois não há escolas especializadas em ensino dessa
natureza, de forma continuada, nem mesmo campanha de sensibilização. Por oferecer
acesso à informação através de seu site e ouvidoria, mas por não contemplar todo tipo de
informação a respeito da mobilidade e transporte, o indicador 3.1.1 Informação disponível ao
cidadão obteve nota intermediária (score 0,5). À população é dada oportunidade de
participar das discussões políticas, através de audiências públicas, reuniões com líderes
comunitários e outros mecanismos e desta forma o indicador 3.4.1 Participação na tomada
de decisão obteve score 0,66. O indicador 3.5.1 Qualidade de vida revela como a população
se sente vivendo em Cuiabá. A maioria (77%) se diz satisfeito ou muito satisfeito, fazendo
deste o indicador mais bem avaliado (score 0,77) do Domínio Aspectos sociais.
10Vias locais são as vias dos bairros, onde há menor fluxo de tráfego de carros, porém o tráfego a pé
e de bicicleta é constante o dia todo.
41
também teve excelente desempenho. Considerou-se apenas os veículos motorizados
individuais (carro e moto) trafegando pela rede viária principal, em horário de pico, obtendo
a média aproximada de 31km/h, pouco acima do patamar mínimo de 30km/h considerado
como referência. Assim o indicador 8.3.2 Velocidade média de tráfego obteve score 1,00.
Para finalizar a análise desse indicador, aborda-se dois Indicadores de fundamental
importância: 8.4.1 Violação das leis de trânsito (score 0,03) e 8.5.1 Índice de motorização
(score 0,00). O primeiro revela que quase 10% dos condutores cometeram infração
gravíssimas e/ou perderam a licença de dirigir, percentual considerado alto. O segundo
indicador sinaliza que a frota de automóvel em Cuiabá é muito alta, atingindo algo próximo
de 1 automóvel para cada 2 habitantes.
43
só não obteve a nota máxima, porque a revisão pela qual passou o PD em 2014 ainda não
teve efeitos práticos. A rigor, portanto, o PD de Cuiabá ainda é de 2007. E, por fim, o
indicador 7.8.3 Cumprimento da legislação urbanística (score 0,75) revela a existência de
mecanismos de fiscalização e penalização para aqueles que descumprem a lei. O indicador
não aprofunda na análise, a ponto de saber quão intensa é a fiscalização e justa a punição.
44
Além de a tarifa ter ficado abaixo da inflação, outros pontos são positivos neste
Domínio: a frota de ônibus tem média de idade nova e quase não há transporte clandestino
na cidade. Quanto à diversidade de modos de transporte, considerando público e privado, o
indicador atingiu nota máxima.
O indicador 9.1.2 Frequência de atendimento do transporte público, que leva em
conta quantos ônibus passam por hora em um ponto, teve alto desempenho (score 0,96).
Os dados considerados foram retirados do PlanMob e se basearam na quantidade de linhas
e no número de viagens realizadas no horário de pico, obtendo-se uma média próxima de
um ônibus a cada 15 minutos. Ao usuário do transporte coletivo, esta informação parece
destoar da realidade, pois o tempo de espera no ponto de ônibus costuma ser bem maior.
No entanto, é preciso compreender que o Indicador, ao avaliar todas as linhas, contempla
aquelas de alta frequência (algumas chegando até 10 viagens por hora), o que favorece a
média geral.
6.1.8 Infraestrutura
Este Domínio apresentou o segundo pior desempenho. Dos 5 Indicadores que o
compõem, apenas o 5.1.4 Sinalização viária não foi calculado. Três obtiveram score acima
da média (sendo que um atingiu a nota máxima): 5.1.1 Densidade da rede viária (score
0,66); 5.1.2 Vias pavimentadas (score 0,62) e 5.1.3 Despesas com manutenção de
infraestrutura de transportes (score 1,00). O primeiro indicador sugere que a malha viária
tem razoável distribuição, que a relação da extensão total pela área urbana. No entanto as
quadras superam o padrão ideal (100x100m), o que diminui a conectividade das vias. O
segundo revela que pouco mais de 65% das vias são pavimentadas e, por fim, o indicador
que obteve nota máxima nos diz que a cidade recebeu muito mais investimentos em
manutenção da infraestrutura existente do que na provisão de novas infraestrutura.
Percebe-se bom desempenho desses três Indicadores (que são maioria), porém, o
que contribuiu decisivamente para o mau desempenho do Domínio como um todo foi a
peculiaridade de sua formação: ele é composto de dois Temas; o primeiro reúne os
Indicadores já apresentados; e o Tema 2. Distribuição da infraestrutura de transportes
contém apenas o Indicador 5.2.1 Vias para transporte coletivo, que teve score quase nulo
(0,01). Por ser único, este indicador tem peso máximo (1,00). Por ser apenas dois Temas,
seus pesos são altos, sendo o peso do Tema 2 o maior dentre todos do IMUS (0,54). Soma-
se a isso o fato de este Domínio também ser o de maior peso.
Assim, ao aplicar a equação (4.1), apresentada no item 4.1, o produto desses três
pesos (Domínio, Tema e Indicador), chamado peso acumulado12, terá o valor mais alto
12 A definição de peso acumulado está melhor descrita no item 6.2.3, neste capítulo.
45
dentre todos e isso potencializa muito o desempenho do indicador. Neste caso,
negativamente. Para se ter ideia dessa influência, caso o indicador 5.2.1 Vias para
transporte coletivo não fosse considerado no cálculo (por falta de dados), o score deste
Domínio saltaria para 0,759, bem à frente de todos. Em outro cenário, em que o mesmo
Indicador fosse calculado com nota máxima, o score do Domínio atingiria 0,888.
46
Indicadores de alto desempenho. A Tabela 11 apresenta a distribuição dos Indicadores
nessas faixas:
13Comparou-se com valores de São Carlos (SP), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Anápolis (GO) e
Juazeiro do Norte (CE), tendo apenas esta última apresentado pior desempenho que Cuiabá nessa
questão dos scores nulos ou próximos de zero.
47
pelas três faixas de desempenho. Quase metade (16) dos Indicadores da faixa de baixo
desempenho pertence a estes Domínios. O mesmo ocorre na faixa de alto desempenho,
com mais da metade (8) pertencendo aos mesmos Domínios. Esse cenário de extremos –
muitos Indicadores com baixa avaliação, e muitos com alta avaliação – se estabeleceu no
IMUS como reflexo do que aconteceu nesses dois Domínios. É claro que isso muito se deve
ao fato de serem os maiores em número de Indicadores, somando quase metade do total
calculado. Porém não se pode negar que, caso os outros Domínios tivessem tido excelente
desempenho, o cenário de extremos que ocorreu naqueles dois Domínios não teria
aparecido no desempenho geral do IMUS.
O Gráfico 4 ilustra o desempenho dos Indicadores da seguinte forma: aqueles
inseridos da faixa de baixo desempenho estão destacados com a cor vermelha; os de médio
desempenho, com a cor amarela; os de alto desempenho, com a cor verde. No eixo vertical
do gráfico aparece o ID do indicador, que é o código que identifica o Domínio e o Tema a
que pertence. No entanto, por falta de espaço, alguns ID não aparecem no eixo, ainda que o
desempenho do indicador esteja representado no gráfico pela barra colorida. Os Indicadores
não calculados não aparecem neste gráfico. No eixo horizontal está a escala de avaliação
variando de 0 a 1.
O desempenho mais detalhado dos Indicadores está apresentado da Tabela 12. A
segunda coluna apresenta os pesos de cada dimensão da sustentabilidade: Social (cor
vermelha), Econômica (amarela) e Ambiental (verde). A última coluna apresenta o score do
indicador. Indicadores não calculados foram destacados em vermelho.
48
Gráfico 4 - Indicadores segundo a faixa de desempenho.
49
Tabela 12 – Desempenho dos Indicadores do IMUS para Cuiabá.
DOMÍNIO DIMENSÕES
TEMA PESO INDICADOR PESO SCORE
(peso) S E A
0,38 0,36 0,26 0,29 1.1.1 Acessibilidade ao transporte público 0,50 0,67
1. Acessiblidade aos sistemas de transportes 1.1.2 Transporte público para pessoas com deficiência 0,50 0,83
1. ACESSIBILIDADE
0,39 0,30 0,31 3. Educação e cidadania 0,23 3.3.1 Educação para o desenvolvimento sustentável 1,00 0,00
0,41 0,27 0,32 4. Participação popular 0,24 3.4.1 Participação na tomada de decisão 1,00 0,66
0,35 0,30 0,35 5. Qualidade de vida 0,27 3.5.1 Qualidade de Vida 1,00 0,77
0,33 0,34 0,32 0,34 4.1.1 Integração entre níveis de governo 0,50 0,75
1. Integração de ações políticas
4.1.2 Parcerias público/privadas 0,50 0,00
4. ASPECTOS
POLÍTICOS
2. Deslocamentos a pé
6.2.2 Vias com calçadas 0,50 0,00
0,28 0,32 0,40 0,35 6.3.1 Distância de viagem 0,25 0,28
6.3.2 Tempo de viagem 0,25 0,74
3. Redução de viagens
6.3.3 Número de viagens 0,25 0,64
6.3.4 Ações para redução do tráfego motorizado 0,25 0,00
0,31 0,37 0,32 0,12 7.1.1 Nível de formação de técnicos e gestores 0,50 1,00
1. Capacitação de gestores
7.1.2 Capacitação de técnicos e gestores 0,50 0,00
0,35 0,30 0,35 2. Áreas centrais e de interesse histórico 0,11 7.2.1 Vitalidade do centro 1,00 0,55
0,31 0,34 0,35 3. Integração regional 0,12 7.3.1 Consórcios intermunicipais 1,00 0,00
7. PLANEJAMENTO INTEGRADO
0,38 0,32 0,31 4. Transparência do processo de planejamento 0,12 7.4.1 Transparência e responsabilidade 1,00 0,25
0,31 0,32 0,36 0,14 7.5.1 Vazios urbanos 0,33 0,43
7.5.2 Crescimento urbano - -
5. Planejamento e controle do uso e ocupação
7.5.3 Densidade populacional urbana 0,33 0,00
do solo
(0,108)
0,39 0,31 0,30 2. Educação para o trânsito 0,19 8.2.1 Educação para o trânsito 1,00 0,55
(0,107)
1. Disponibilidade e qualidade do transporte 9.1.4 Velocidade média do transporte público 0,14 0,09
público 9.1.5 Idade média da frota de transporte público 0,14 0,94
9.1.6 Índice de passageiros por quilômetro 0,14 0,00
9.1.7 Passageiros transportados anualmente 0,14 0,50
9.1.8 Satisfação do usuário com o serviço de transporte público 0,14 0,05
(0,112)
0,31 0,34 0,34 0,18 9.2.1 Diversidade de modos de transporte 0,33 1,00
2. Diversificação modal 9.2.2 Transporte público x transporte privado 0,33 0,06
9.2.3 Modos motorizados x modos não-motorizados 0,33 0,00
0,34 0,35 0,31 3. Regulação e fiscalização do transporte 0,18 9.3.1 Contratos e licitações 0,50 0,00
público 9.3.2 Transporte clandestino 0,50 1,00
0,37 0,33 0,30 0,22 9.4.1 Terminais intermodais 0,50 0,00
4. Integração do transporte público
9.4.2 Integração do transporte público 0,50 0,50
0,38 0,37 0,25 0,19 9.5.1 Descontos e gratuidades 0,33 0,44
5. Política tarifária 9.5.2 Tarifas de transportes 0,33 1,00
9.5.3 Subsídios públicos 0,33 0,00
50
6.2.1 Indicadores de baixo desempenho
O IMUS apresentou 34 Indicadores na faixa de 0 a 0,4, considerada de baixo
desempenho. A Tabela 13 apresenta apenas os Indicadores com score igual a zero ou
próximos de zero (de 0,01 a 0,04), perfazendo os 22 Indicadores de pior nota.
INDICADOR SCORE
1.3.1 Fragmentação urbana
3.3.1 Educação para o desenvolvimento sustentável
4.1.2 Parcerias públicos/privadas
4.2.2 Investimentos em sistemas de transportes
6.1.3 Estacionamento para bicicletas
6.2.2 Vias com calçadas
6.3.4 Ações para redução do tráfego motorizado
7.1.2 Capacitação de técnicos e gestores
7.3.1 Consórcios intermunicipais
7.5.3 Densidade populacional urbana 0,00
ID INDICADOR SCORE
1.4.1 Ações para acessibilidade universal
2.1.4 Estudos de Impacto Ambiental
4.3.1 Política de mobilidade urbana
5.1.3 Despesas com manutenção da infraestrutura de transportes
7.1.1 Nível de formação de técnicos e gestores
7.5.4 Índice de uso misto 1,00
7.8.2 Legislação urbanística
8.3.1 Congestionamento
8.3.2 Velocidade média de tráfego
9.2.1 Diversidade de modos de transporte
9.3.2 Transporte clandestino
9.5.2 Tarifas de transportes
9.1.2 Frequência de atendimento do transporte público 0,96
Metade dos Indicadores que atingiram score máximo se refere à legislação urbana
e/ou aplicação da lei. Isso mostra que, ao menos na parte teórica, o município está
caminhando para a sustentabilidade da mobilidade urbana. A existência de leis reguladoras,
normas que orientam as ações e outros instrumentos de semelhante natureza é
indispensável para o planejamento das políticas públicas. São elas que determinam o rumo
que a expansão do espaço urbano terá, bem como as correções que precisam ser feitas.
Outro ponto que se destaca é a questão do tráfego urbano. Nos últimos 10 anos,
Cuiabá sentiu o crescimento do número de veículos circulando nas ruas e isso trouxe uma
52
sensação de desconforto para a população. No entanto, comparando-se com outras cidades
e com os próprios valores de referência propostos pelo IMUS, que se baseou em diversos
estudos, Cuiabá apresenta congestionamentos pontuais e de curta duração (pouco mais de
meia hora por dia, em média); a fluidez do tráfego também é percebida pela velocidade
média com que os automóveis se deslocam, cerca de 30 km/h, tido como de alto
desempenho.
O alto desempenho do indicador 9.2.1 Diversidade de modos de transporte pode
mascarar algumas deficiências do transporte urbano. Para atingir score máximo, basta a
cidade oferecer 5 tipos de transportes, tendo sido eles o automóvel, táxi, van, serviço de
frete e ônibus. Ora, esses modos são comuns a praticamente todas as cidades de médio e
grande porte do Brasil, o que faz do indicador pouco útil para mensurar a realidade da
questão. Haveria de se ter outro indicador que mensurasse exclusivamente a variedade de
transporte coletivo. Pois este sim seria sinal de uma política que visa a mobilidade
sustentável. Outro ponto é quais transportes poderiam ser contabilizados. O próprio
indicador já descarta os modos a pé e de bicicleta, por serem básicos. Porém, há alguns
anos os carros e serviços de frete também se tornaram básicos nas cidades brasileiras.
Todas as cidades possuem automóveis e a grande maioria é atendida pelos correios, além
dos serviços particulares de frete. Portanto, esses modos de transporte poderiam ser
excluídos da lista ou aumentar o número de modos necessários para se chegar ao score
máximo.
Menor Peso acumulado – indicador 9.1.8 Satisfação do usuário com o serviço de transporte
53
PesoDomínio = 0,112
PesoTema = 0,23
PesoIndicador = 0,14
PesoAcumulado = 0,112 x 0,23 x 0,14 = 0,0036
O maior é 18 vezes o valor do menor, deixando claro que o sistema de pesos cria
uma hierarquia de importância dentre os Indicadores e deve ser considerado na análise do
desempenho destes. Indicadores com maior peso acumulado afetam o resultado do IMUS
de maneira mais sensível. Se seu score for baixo, afeta de maneira negativa; se for alto,
afeta positivamente. A Tabela 15 apresenta em ordem decrescente o peso acumulado dos
76 Indicadores calculados para Cuiabá.
PESO
DOMÍNIO ID INDICADOR
ACUMULADO
Infraestrutura 5.2.1 Vias para transporte coletivo 0,0648
Aspectos Políticos 4.3.1 Política de mobilidade urbana 0,0380
3.5.1 Qualidade de Vida 0,0291
Aspectos Sociais
3.1.1 Informação disponível ao cidadão 0,0281
2.2.1 Consumo de combustível 0,0269
Aspectos Ambientais Uso de energia limpa e combustíveis
2.2.2 0,0269
alternativos
3.4.1 Participação na tomada de decisão 0,0259
Aspectos Sociais Educação para o desenvolvimento
3.3.1 0,0254
sustentável
Acessibilidade 1.3.1 Fragmentação urbana 0,0237
Tráfego e Circulação Urbana 8.5.1 Índice de motorização 0,0228
Acessibilidade 1.4.1 Ações para acessibilidade universal 0,0227
8.4.1 Violação das leis de trânsito 0,0215
Tráfego e Circulação Urbana
8.2.1 Educação para o trânsito 0,0198
2.1.1 Emissões de CO 0,0197
Aspectos Ambientais 2.1.2 Emissões de CO2 0,0197
2.1.4 Estudos de Impacto Ambiental 0,0197
4.1.1 Integração entre níveis de governo 0,0190
Aspectos Políticos
4.1.2 Parcerias público/privadas 0,0190
6.2.1 Vias para pedestres 0,0190
Modos não-motorizados
6.2.2 Vias com calçadas 0,0190
Densidade e conectividade da rede
5.1.1 0,0186
viária
Infraestrutura 5.1.2 Vias pavimentadas 0,0186
Despesas com manutenção da
5.1.3 0,0186
infraestrutura de transportes
6.1.1 Extensão e conectividade de ciclovias 0,0169
Modos não-motorizados
6.1.3 Estacionamento para bicicletas 0,0169
1.1.1 Acessibilidade ao transporte público 0,0156
Acessibilidade
1.1.2 Transporte público para pessoas com 0,0156
54
deficiência
7.3.1 Consórcios intermunicipais 0,0129
Planejamento Integrado 7.4.1 Transparência e responsabilidade 0,0129
7.2.1 Vitalidade do centro 0,0121
Sistemas de Transporte 9.4.1 Terminais intermodais 0,0120
Urbano 9.4.2 Integração do transporte público 0,0120
8.3.1 Congestionamento 0,0103
Tráfego e Circulação Urbana
8.3.2 Velocidade média de tráfego 0,0103
Travessias adaptadas a pessoas com
1.2.1 0,0100
deficiência
Acessibilidade 1.2.2 Acessibilidade a espaços abertos 0,0100
1.2.5 Acessibilidade aos serviços essenciais 0,0100
Sistemas de Transporte 9.3.1 Contratos e licitações 0,0099
Urbano 9.3.2 Transporte clandestino 0,0099
6.3.1 Distância de viagem 0,0097
6.3.2 Tempo de viagem 0,0097
Modos não-motorizados 6.3.3 Número de viagens 0,0097
Ações para redução do tráfego
6.3.4 0,0097
motorizado
4.2.1 Captação de recursos 0,0091
Investimentos em sistemas de
4.2.2 0,0091
transportes
Aspectos Políticos Distribuição dos recursos (coletivo x
4.2.3 0,0091
privado)
Distribuição dos recursos (motorizados
4.2.4 0,0091
x não-motorizados)
8.1.1 Acidentes de trânsito 0,0075
Tráfego e Circulação Urbana 8.1.2 Acidentes com pedestres e ciclistas 0,0075
8.1.3 Prevenção de acidentes 0,0075
Planejamento urbano, ambiental e de
7.6.1 0,0074
Planejamento Integrado transportes integrado
7.6.2 Efetivação e continuidade das ações 0,0074
9.5.1 Descontos e gratuidades 0,0072
9.5.2 Tarifas de transportes 0,0072
9.5.3 Subsídios públicos 0,0072
Sistemas de Transporte 9.2.1 Diversidade de modos de transporte 0,0068
Urbano Transporte coletivo x transporte
9.2.2 0,0068
individual
Modos não-motorizados x modos
9.2.3 0,0068
motorizados
Nível de formação de técnicos e
7.1.1 0,0067
gestores
7.1.2 Capacitação de técnicos e gestores 0,0067
7.5.1 Vazios urbanos 0,0049
7.5.3 Densidade populacional urbana 0,0049
7.5.4 Índice de uso misto 0,0049
Planejamento Integrado 7.7.1 Parques e áreas verdes 0,0047
7.7.2 Equipamentos urbanos (escolas) 0,0047
Equipamentos urbanos (postos de
7.7.3 0,0047
saúde)
7.8.1 Plano Diretor 0,0044
7.8.2 Legislação urbanística 0,0044
7.8.3 Cumprimento da legislação urbanística 0,0044
55
9.1.1 Extensão da rede de transporte público 0,0037
Frequência de atendimento do
9.1.2 0,0037
transporte público
9.1.4 Velocidade média do transporte público 0,0037
Sistemas de Transporte Idade média da frota de transporte
9.1.5 0,0037
Urbano público
9.1.6 Índice de passageiros por quilômetro 0,0037
9.1.7 Passageiros transportados anualmente 0,0037
Satisfação do usuário com o serviço de
9.1.8 0,0036
transporte público
Esta ordenação dos Indicadores em função do peso acumulado pode servir como
parâmetro para ações de melhoria da mobilidade urbana sustentável, uma vez que os
Indicadores do topo da lista afetam mais o resultado do IMUSglobal. No entanto, para se ter
uma análise mais profunda dos Indicadores, é preciso associar os scores aos pesos
acumulados.
Indicadores de alto desempenho com alto peso acumulado são, sem dúvida, os mais
positivos ao IMUS. Da mesma forma que os de baixo desempenho com alto peso
acumulado são os mais desfavoráveis ao IMUS e merecem atenção. No entanto, os
Indicadores com baixo peso acumulado afetam pouco o IMUS, quando analisados
isoladamente, independente do score atingido.
Segundo Miranda (2010), pode-se classificar os pesos acumulados em três faixas:
Inferior: abaixo de 0,01
Intermediária: de 0,01 a 0,02
Superior: acima de 0,02
56
Tabela 16 – Score do Indicador, associado ao seu peso acumulado.
PESO
DOM. ID INDICADOR SCORE
ACUMULADO
1.1.1 Acessibilidade ao transporte público 0,0156 0,67
1.1.2 Transporte público para pessoas com deficiência 0,0156 0,83
1.1.3 Despesas com transporte - -
Acessibilidade
57
6.3.4 Ações para redução do tráfego motorizado 0,0097 0,00
7.1.1 Nível de formação de técnicos e gestores 0,0067 1,00
7.1.2 Capacitação de técnicos e gestores 0,0067 0,00
7.2.1 Vitalidade do centro 0,0121 0,55
7.3.1 Consórcios intermunicipais 0,0129 0,00
7.4.1 Transparência e responsabilidade 0,0129 0,25
7.5.1 Vazios urbanos 0,0049 0,43
Planejamento Integrado
58
Na Tabela 16, Indicadores com as duas colunas preenchidas na cor verde foram
altamente favorável ao desempenho do IMUS em Cuiabá. São apenas 4 nesta situação:
1.4.1 Ações para acessibilidade universal
2.2.1 Consumo de combustível
3.5.1 Qualidade de vida
4.3.1 Política de mobilidade urbana
Indicadores com peso acumulado na cor verde e score na cor vermelha foram os que
mais prejudicaram o desempenho do IMUS em Cuiabá. São 6 nesta situação:
1.3.1 Fragmentação urbana
2.2.2 Uso de energia limpa e combustíveis alternativos
3.3.1 Educação para o desenvolvimento sustentável
5.2.1 Vias para transporte coletivo
8.4.1 Violação das leis de trânsito
8.5.1 Índice de motorização
Estes Indicadores podem compor a lista de prioridades das ações que o município
precisa realizar para elevar o desempenho do IMUS trabalhando com um número pequeno
de Indicadores. No capítulo 7, é apresentada uma série de cenários de melhorias de
Indicadores, cada uma se pautando em parâmetros distintos. Um desses cenários prevê
justamente elevar ao máximo o score desses seis Indicadores.
No entanto, simplesmente elevar a nota do IMUS – com base nesses seis Indicadores
– não garante melhorias em outras áreas, que podem ser tão ou mais carentes. Por isso, é
importante analisar cada uma das soluções apresentadas, porque todas têm seus objetivos
e atendem a demandas distintas, cabendo ao gestor decidir qual de fato é prioritária.
59
A comparação aqui apresentada não aprofunda nas questões particulares de cada
município, se limitando a qualificar a posição de Cuiabá em relação àqueles. O critério de
escolha das cidades optou por selecionar uma de cada região do país, abrangendo capital e
interior. A Tabela 17 mostra o comparativo apenas do IMUSGlobal, por ser esse o efetivo
índice que retrata a mobilidade de maneira geral.
Para uma análise comparativa mais profunda e precisa, seria necessário simular
cálculos utilizando apenas os indicadores comuns a todos os municípios. Ou comparar
Cuiabá com cada município isoladamente, também só considerando indicadores comuns.
Ainda que cada cidade tenha feito o cálculo com indicadores diferentes, em
quantidade e tipo, a comparação é válida na medida em que já se demonstrou que a
ferramenta trabalha de modo a compensar pequenas variações. Em casos extremos, como
Belém que teve 24 indicadores a menos que Goiânia, a comparação perde muito do seu
valor. Porém, Cuiabá se encontra em patamar intermediário, distante 15 indicadores de
Belém e apenas 9 de Goiânia. Seu desempenho também é intermediário, tendo sido melhor
que três cidades e pior que outras três. O Gráfico 5 ilustra esta comparação:
0,8 0,754
0,659
0,7 0,578
0,6
0,419 0,446
0,5 0,367 0,37
0,4
0,3
0,2
0,1
0
Juazeiro do Belém Anápolis Cuiabá São Carlos Goiânia Curitiba
Norte
60
7 SUGESTÕES PARA MELHORIA DA MOBILIDADE URBANA
Índice Score
IMUS Global 0,732
IMUS Social 0,247
IMUS Econômico 0,242
IMUS Ambiental 0,243
Este cenário fez o IMUSglobal aumentar 58% ou 0,263 pontos. Média de 0,0175
pontos por indicador aprimorado, resultado melhor que o cenário 1, visto que fez o IMUS
atingir score maior que 0,7 com um número menor de Indicadores.
Índice Score
IMUS Global 0,709
IMUS Social 0,239
IMUS Econômico 0,232
IMUS Ambiental 0,238
7.3 Cenário 3 – Melhoria dos Indicadores de baixo desempenho com alto peso
acumulado
Dos seis Indicadores que compõe esse cenário, metade obteve score nulo; a outra
metade chegou a valores próximos de zero. São eles:
Este cenário foi o único incapaz de elevar o IMUS ao patamar acima de 0,7, pois
existem apenas seis Indicadores que atendam seus requisitos – baixo desempenho e alto
peso acumulado. Mesmo tendo elevado o IMUS em apenas 41% (0,182 pontos), o elemento
notável desse cenário é a relação de pontos por Indicadores, que ficou na média de 0,0303,
uma alta performance, chegando a ser o dobro da média do cenário 1 e 73% maior que a
média do cenário 2.
Índice Score
IMUS Global 0,628
IMUS Social 0,211
IMUS Econômico 0,206
IMUS Ambiental 0,211
64
2e3 1e2
4.1.2 Parcerias público/privadas
Médio
Uso de energia limpa e combustíveis
2.2.2
alternativos Médio
8.4.1 Violação das leis de trânsito Médio
Investimentos em sistemas de
4.2.2
transportes Médio
6.1.3 Estacionamento para bicicletas Curto
6.2.2 Vias com calçadas Médio
Ações para redução do tráfego
6.3.4
motorizado Médio
7.1.2 Capacitação de técnicos e gestores Médio
7.3.1 Consórcios intermunicipais Curto
7.5.3 Densidade populacional urbana Longo
1
Os Indicadores com prazo indeterminado foram assim classificados por não ser
possível fazer uma previsão da sua melhoria para atingir o score máximo. A análise do
indicador 1.3.1 Fragmentação urbana está descrita no capítulo 8, item 8.2 - Melhoria da
ferramenta IMUS. Os Indicadores 2.1.1 Emissões de CO e 2.1.2 Emissões de CO2
demandam a eliminação total do uso de combustíveis poluentes para que se atinja o score
máximo, o que seria de fato o ideal para a qualidade de vida e promoção da
sustentabilidade ambiental, mas ainda distante da realidade prática. Reduzir o consumo não
seria um grande problema para a gestão pública, mas extinguir seu uso ainda não é
possível, nem mesmo a longo prazo.
Dentre os que se encaixaram no horizonte de tempo de curto a longo prazo,
priorizou-se os do cenário 3, por terem grande potencial de mudança no IMUS. Na
sequência, foram selecionados os do cenário 1, por terem obtido score = 0, priorizando os
de maior peso acumulado. E por fim, escolheu-se apenas um indicador que pertence
65
exclusivamente ao cenário 2, pois alguns são comuns aos outros cenários. Apenas um
indicador de longo prazo foi escolhido, por ser necessário para atingir o score 0,705.
Qualquer outro que for colocado em seu lugar, posicionará o índice abaixo de 0,7. Pela
mesma razão não há nenhum indicador do Domínio Acessibilidade. Isso não significa que
todos seus Indicadores estejam com bom desempenho, pelo contrário, já se demonstrou no
item 6.1.1 a necessidade de melhorias das travessias de pedestres e o maior acesso a
áreas abertas, como parques e praças, podendo ser acrescidos nas ações do governo
municipal. Potencializar ao máximo seus scores – junto com os 12 selecionados – elevaria a
nota do IMUS a 0,717. No entanto, como estes Indicadores do Domínio Acessibilidade não
apareceram em nenhum dos 3 cenários, significa que sua prioridade é secundária e a
estratégia primordial de ações deve focar os 12 Indicadores selecionados, cuja descrição é
apresentada a seguir. A análise se pautou em estratégias eficientes já aplicadas em outras
cidades e em entrevistas com técnicos de secretarias do Município e do Estado. Não se
pretende, contudo, limitar as estratégias de atuação dos gestores, que são inúmeras e
escapam do escopo deste trabalho, mas tão somente sugerir breves e concisas atuações ao
Poder Público, no sentido de promover a sustentabilidade da mobilidade no espaço urbano
de Cuiabá.
O primeiro pode ser solucionado com uso de aplicativo para celular que mostre a
condição do tráfego em tempo real. O município já dispõe de um aplicativo com função
semelhante – Moovit – que disponibiliza dados sobre as rotas de ônibus. A Rádio
Alencastro, da Prefeitura Municipal, pode incorporar na sua programação programas de
informação sobre as condições do tráfego nos horários de pico, por exemplo.
O segundo aspecto tem fácil solução, podendo ser disponibilizadas as informações
no site oficial da Prefeitura e na própria ouvidoria.
O indicador atribui nota máxima caso exista ao menos uma parceria entre o
município e a iniciativa privada, voltada à infraestrutura de transporte. Cuiabá não
implementou nenhuma parceria dessa natureza no período analisado e, no entanto, há
diversas ações que podem ser feitas. Uma ação de fácil execução é firmar acordo com
67
empresas que queiram espaço de divulgação publicitária em pontos de ônibus, em troca do
custeio da implantação e/ou manutenção desses equipamentos. O mesmo pode ser feito
com praças que se encontram abandonadas.
Para atingir o score máximo, é necessário o município investir recursos próprios (sem
parcerias com governo ou empresa) nas seguintes frentes:
Obras de infraestrutura
Provisão e melhoria do transporte público
Projeto para veículos não motorizados
Ampliação da mobilidade de Pessoas com Deficiência
Plano de mobilidade urbana
Este talvez seja o indicador de mais difícil solução, pois é necessário criar vias
exclusivas ou preferenciais para os ônibus de modo a atender toda a área urbana. Uma
68
linha de ônibus abrange a área formada por 500m de cada lado da via por onde ela trafega.
Assim, não seria necessário percorrer todas as ruas, porém o desafio ainda é grande, mas
não impossível. Se todas as vias coletoras e principais dos bairros tiverem uma faixa
preferencial aos ônibus e nas vias estruturais estabelecer-se faixas preferencias e
exclusivas em alguns pontos, a demanda do indicador pode ser suprida. Seria necessário
fazer um estudo mais aprofundado para responder a esta questão. Fica aí aberta a
possibilidade de um estudo acadêmico a este respeito.
Para elevar este indicador à nota máxima, é preciso efetuar as seguintes ações:
O indicador teve seu score quase nulo, devido ao alto percentual de condutores que
cometeram infrações gravíssimas ou perderam a licença de dirigir, devido a sucessivas
infrações. O patamar ideal é até 2% dos condutores nessa condição. Cuiabá atingiu quase
10%. A maior parte das infrações gravíssimas foi por excesso de velocidade. O município já
vem desenvolvendo estratégias de redução de velocidade com uso de monitoramento
eletrônico. Porém, é preciso intensificar a atuação dos agentes de trânsito no sentido de
orientar os cidadãos, promovendo blitz educativas. Multas conseguem amenizar a situação,
mas não solucionam o problema. O próprio desempenho do indicador sugere isso. Existe
punição aos maus condutores e, no entanto, não há incentivo algum aos bons condutores.
Estratégias que beneficiem aqueles condutores que se adequam à lei são tão ou mais
importantes. O município poderia firmar parceria com o Governo do Estado para promover
tais políticas. Os Estados de Goiás e Rio Grande do Sul já aprovaram leis que fornecem
desconto do IPVA aos motoristas que não sofrerem multa em períodos de tempo pré-
estabelecidos (RIO GRANDE DO SUL, 2016. GOIÁS, 2016). No Estado do Rio Grande do
Norte a lei está em votação na câmara (PORTAL NO AR, 2015).
Promover o alto desempenho deste indicador não é tarefa fácil, pois segundo os
parâmetros estabelecidos por Costa (2008), o município deve ter uma taxa de 250
automóveis para cada 1.000 habitantes. Cuiabá tem quase 500. Reduzir à metade essa
frota só seria possível através de um conjunto de medidas:
70
Dificultar o uso dos automóveis, através de rodízios, pedágio urbano em locais não
desejados ao uso do automóvel;
Tornar toda a área do centro histórico um enorme calçadão, liberado o trânsito
somente de micro-ônibus, ainda assim nas vias principais.
Ofertar transporte coletivo de alta qualidade e suficiente para atender a demanda
que será aumentada;
Facilitar o uso de modos não motorizados, implantando ciclovias e arborização.
Aumentar o número de regiões administrativas na área urbana – hoje são apenas
quatro – de modo a criar centros comerciais e de serviços, diminuindo a necessidade
de grandes deslocamentos pela cidade.
Novos modos de transporte público – além do ônibus – também se fazem
necessários. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) está em fase de implantação, mas é
possível ampliar o sistema, aumentando a participação das vans, táxis e outros
modos. Em 2014, a frota de táxi era de 604 veículos, número que vinha se
arrastando há 20 anos14. Recentemente foi aprovado o projeto de Lei na câmera dos
vereadores para que se aumente para quase 800, no entanto ainda não será
suficiente para a demanda de Cuiabá. Há também de se estudar a viabilidade do uso
do rio Cuiabá como hidrovia para transporte público.
Há mais de 10 anos que não são abertas novas licitações para o transporte coletivo em
Cuiabá. Nesse período houve apenas renovação dos contratos. Não há estratégias a se
traçar, senão abrir um edital de contratação de novos serviços. Como discutido no item
7.4.1, este pode ser um momento ideal para promover mudanças no sistema de transporte
coletivo, por meio de exigências previstas na licitação. Veículos movidos a energia limpa,
frota 100% climatizada – para Cuiabá é essencial, não luxo, devido às altas temperaturas
anuais e baixa umidade no período da seca –, quantidade maior de veículos, etc. As
mudanças contratuais podem vir acompanhadas de uma reorganização das linhas de ônibus
e micro-ônibus e instalação de novos terminais (reabertura do terminal da Praça Bispo Dom
José).
14Segundo dados fornecidos pela Associação Mato-grossense dos Taxistas, através de seu atual
presidente, além da divulgação em grandes mídias, como televisão e internet (GAZETA DIGITAL,
2015b).
71
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
72
8.1 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS E MELHORIA DO IMUS
O indicador 1.3.1 Fragmentação urbana dificilmente terá boa avaliação nas cidades
brasileiras, uma vez que seu método de cálculo prevê analisar os recortes no espaço urbano
devido a existência de vias de grande fluxo de veículos e também barreiras físicas naturais
(rios, morros, etc.). Para se atingir o score máximo é necessário não haver recorte algum
dessa natureza, uma realidade utópica. Se houver mais de 6 recortes, o indicador já fica na
faixa de médio desempenho (abaixo de 0,7). Não se faz necessário um estudo aprofundado
para saber que esta condição não será alcançada por nenhuma capital brasileira, visto que
todas elas têm ao menos uma avenida de grande fluxo e a grande maioria se desenvolveu
às margens dos rios, por ser necessidade humana básica. Fato que também acontece na
maioria daquelas cidades do interior que precisam desenvolver o Plano Diretor e,
15Valor de Referência é a resposta à pergunta que emana do indicador. A partir desta resposta se
estabelece o score do indicador.
73
consequentemente, o plano de mobilidade. Este critério das avenidas e rios já foi suficiente
para reprovar o indicador em Cuiabá e, no entanto, há outras análises a serem feitas, que só
dificultam a aplicabilidade do indicador.
74
bairros. No caso de Cuiabá, as vias para bicicleta são destinadas mais para lazer do que
vias de transporte de fato. Pela escala de avaliação, Cuiabá obteve nota 0,25 sendo que sua
extensão é menor que 15 km e de péssima qualidade. Ainda que esta pesquisa tenha
adotado a avaliação proposta pelo IMUS, sugere-se para melhoria do indicador que se
estabeleça um percentual mínimo da malha viária coberta com ciclovias, além de uma
análise qualitativa se essas vias estão cumprindo seu papel de vias de transporte.
76
REFERÊNCIAS
CORRÊA, Roberto Lobato. (1989). O Espaço Urbano. Rio de Janeiro. Ed. Ática, 95 p.
FREITAS, M. A. de., (2011). Cuiabá: imagens da cidade : dos primeiros registros à década
de 1960. Cuiabá: Entrelinhas, 2011. 270 p.
78
http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/10/materia/457466/t/sistema-wi-fi-nos-
onibus-de-cuiaba Acesso em 15.03.2016
GAZETA DIGITAL, (2015b). Aprovado projeto que aumenta permissões de táxi em Cuiabá.
Disponível em:
http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/9/materia/444847/t/aprovado-projeto-
que-aumenta-as-permissoes-de-taxi-em-cuiaba Acesso em 15.03.2016
79
IBGE, (2015). Índices de preços ao consumidor. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/ipca-
inpc_201602_1.shtm Acesso em 15.03.2016
IPEA E ANTP (2003). Impactos econômicos dos acidentes de trânsito. Disponível em:
http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2012/11/15/2880DE31-C357-
44E2-8B67-780173C6F88C.pdf Acesso em 27.10.2015
KNEIB, E. C., (2014). Projeto e cidade - centralidade e mobilidae urbana. Goiânia: Gráfica
UFG, 324 p.
MINISTÉRIO DAS CIDADES (2013). Cartilha para política nacional de mobilidade urbana.
Disponível em: http://www.cidades.gov.br/transporte-e-mobilidade/publicacoes Acesso em
21.10.2015
80
MINISTÉRIO DAS CIDADES, (2006). Gestão Integrada da Mobilidade Urbana.
Disponível em: http://www.solucoesparacidades.com.br/wp-content/uploads/2010/01/40%20-
%20Gestao%20Integrada%20mobilidade%20urbana_MCidades.pdf Acesso em 27.10.2015
MINISTÉRIO DAS CIDADES, (2005). Subsidios para uma gestao integrada. Disponível em:
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/mobilidade.pdf Acesso em 27.10.2015
ODIARIO, (2009). Plano 2030 limita número de habitantes em 500 mil. Disponível em:
http://maringa.odiario.com/maringa/2009/08/plano-2030-limita-numero-de-habitantes-em-
500-mil/224663/ Acesso em 15.03.2016
OMS, (2013). Global Status Report on Road Safety. Organização Mundial de Saúde.
Disponível em: http://www.who.int/violence_injury_prevention/road_safety_status/2013/en/
Acesso em 27.10.2015
81
Perfil socioeconômico de Cuiabá, (2012). Central de Texto, Volume V, 555p. Cuiabá, Mato-
Grosso.
PORTAL NO AR, (2015). Projeto de Lei cria desconto no IPVA para motoristas que não
cometerem infrações. Disponível em: https://portalnoar.com/projeto-de-lei-cria-desconto-no-
ipva-para-motoristas-que-nao-cometerem-infracoes/ Acesso em 15.03.2016
SITE DA PREFEITURA, (2013). Prefeito decreta redução da tarifa de ônibus. Disponível em:
http://www.cuiaba.mt.gov.br/transito-e-transporte-urbano/prefeito-decreta-reducao-da-tarifa-
de-onibus-para-r-2-60-em-cuiaba-a-partir-do-dia-19/7520 Acesso em 15.03.2016
82
APÊNDICES
83
APÊNDICE 1
A) Definição
Breve conceito do Indicador, apresentado por Costa (2008);
B) Fonte de Dados
Parâmetros, estatísticas, mapas e outros dados necessários para o cálculo, bem como a
fonte, que pode ser secretarias, órgãos, instituições, entrevistas com técnicos ou mesmo
coleta de campo. Nesse item também é apresentada a avaliação dos dados, uma
combinação entre o prazo (C, M, L) e a qualidade (A, M, B), conforme explicado no capítulo
5, item 5.1, a fim de se avaliar a mensurabilidade do IMUS.
C) Método de cálculo
Descrição de como os dados se interagem e das etapas de cálculo do Indicador (I),
chamado Valor de Referência.
86
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade aos sistemas de transportes
INDICADOR 1.1.1 Acessibilidade ao transporte público
A) Definição
Porcentagem da população urbana residente na área de cobertura de um ponto de acesso
aos serviços de transporte público, considerando todos os modos disponíveis.
B) Fonte de Dados
Base georreferenciada do Município – SEMOB (CA)
Número total de habitantes na área urbana: 540.814 – IBGE, censo 2010 (CA)
Tabela de densidade urbana por bairros – Perfil Socioeconômico de Cuiabá (CA)
Coordenadas geográficas dos pontos de ônibus – SEMOB (CM)
Qualidade geral dos dados: (CM)1
C) Método de cálculo
Na base georreferenciada do Município de Cuiabá, inseriu-se os 2.219 pontos de ônibus e
os 3 terminais da área urbana e delimitou-se uma área circular de raio 300m em torno de
cada ponto de ônibus e 500m em torno dos terminais, criando uma mancha na área urbana
correspondente à área coberta pelo transporte público – ver mapa no Apêndice 2. Com a
tabela de densidade urbana, levantou-se o número de 378.674 habitantes residentes nesta
área coberta e dividiu-se pelo número total de habitantes da área urbana (540.814),
obtendo-se o percentual de 70% da população residente em área de cobertura do serviço de
ônibus:
378.674
I= = 0,700 = 𝟕𝟎%
540.814
Tabela 1 – População residente em área coberta pelo serviço de ônibus, por bairro.
Centro Político
Administrativo 7,43 346,01 2.571
Jardim Florianópolis 67,57 71,54 4.834
Jardim Vitória 75,98 91,89 6.982
Morada da Serra 75,38 205,79 15.513
Morada do Ouro 25,21 146,96 3.705
1As coordenadas fornecidas pela SEMOB estavam desatualizadas, pois alguns pontos de ônibus já
não mais existiam e alguns novos pontos não estavam listados.
87
Nova Conquista 57 15,00 855
Paiaguás 71,22 66,60 4.743
Paraíso 87,86 97,73 8.587
Primeiro de Março 55,65 125,17 6.966
Três Barras 77,98 127,29 9.926
Área de expansão urbana 15,22 454,05 6.911
Alvorada 56,64 230,12 13.034
Barra do Pari 28,46 217,11 6.179
Centro-Norte 30,82 81,43 2.510
Centro-Sul 31,43 129,24 4.062
Cidade Alta 46,81 218,86 10.245
Cidade Verde 48,98 48,84 2.392
Coophamil 29,22 31,11 909
da Goiabeira 62,31 96,24 5.997
Despraiado 27,36 269,93 7.385
do Porto 37,36 248,22 9.273
REGIÃO OESTE
Logo, I = 70%
D) Normalização do score
Interpolando os valores da Tabela 2, obtém-se o score (S) do Indicador:
77,5 − 70 0,75 − S
= → 𝐒 = 𝟎, 𝟔𝟕
77,5 − 55 0,75 − 0,5
90
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade aos sistemas de transportes
INDICADOR 1.1.2 Transporte público para Pessoas com Deficiência
A) Definição
Porcentagem dos veículos da frota Municipal de transporte público por ônibus adaptada
para Pessoas com Deficiência e restrições de mobilidade.
B) Fonte de Dados
Número de ônibus e micro-ônibus que integram a frota: 435 – SEMOB (CA).
Número de ônibus adaptados para Pessoas com Deficiência: 360 – SEMOB (CA).
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Dividiu-se o número de ônibus adaptados pelo número total de ônibus, obtendo-se o
percentual de 83% da frota.
𝐈 = 𝟖𝟑%
D) Normalização do score
Pela Tabela 3, infere-se que o score é o próprio valor percentual, expresso em decimal:
S = 0,83
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade aos sistemas de transportes
INDICADOR 1.1.3 Despesas com transportes
91
A) Definição
Porcentagem da renda mensal domiciliar gasta com transporte público.
B) Fonte de Dados
Não há estudo recente que trate desse assunto e realizá-lo, além de oneroso, demandaria
um tempo maior que o disponível para a pesquisa. Portanto o indicador não foi calculado.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade universal
INDICADOR 1.2.1 Travessias adaptadas para Pessoas com Deficiência
A) Definição
Porcentagem das travessias de pedestres da rede viária principal adaptadas e atendendo
aos padrões de conforto e segurança para Pessoas com Deficiência e restrições de
mobilidade.
B) Fonte de Dados
Através de visitas in loco, levantou-se os seguintes dados:
Travessias analisadas: 61
Travessias adaptadas: 28
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Foram escolhidas oito das principais2 vias, localizadas na região central, onde o comércio e
serviços geram grande fluxo de pessoas se deslocando a pé, o que justifica a análise das
travessias de pedestres. Ver Tabela 4.
Escolheu-se o final de tarde, após um dia de chuva, para análise das vias, com objetivo de
verificar se a drenagem pluvial garante a acessibilidade das travessias. Constatou-se que
diversas travessias ficam inutilizadas após a chuva, pois os bueiros próximos não drenam
toda a água, formando alagamentos pontuais no rebaixo do meio-fio. Há casos em que o
bueiro está alinhado com a travessia, impedindo o rebaixo do meio-fio. Além disso, a maioria
2O termo principal, neste caso, não se refere à hierarquização viária, mas assume o sentido literal da
palavra: vias de maior importância. As avenidas Isaac Póvoas e Getúlio Vargas, por exemplo, são
hierarquizadas como estruturais; outras vias (estruturais ou mesmo principais) não serviriam para
análise, por não terem tão grande fluxo de pedestres.
92
das travessias não oferece nenhum tipo de adaptação (guia rebaixada, rampa,
sinalização...); ou quando oferece, algumas estão em condição inoperante.
O Indicador é obtido pelo quociente entre o número de travessias adaptadas e o número
total de travessias, expresso em porcentagem.
28
I= x 100 = 𝟒𝟓, 𝟗%
61
D) Normalização do score
Pela Tabela 5, infere-se que o score é o próprio Valor de Referência, expresso em número
decimal:
S = 0,46
93
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade universal
INDICADOR 1.2.2 Acessibilidade aos espaços abertos
A) Definição
Porcentagem da população urbana residente próximo a áreas abertas (áreas verdes ou de
lazer), considerando os seguintes parâmetros:
Até 500 metros de praças, playgrounds e outras áreas de recreação de pequeno e
médio porte;
Até 1000 metros de parques urbanos.
B) Dados
Base georreferenciada do Município – SEMOB (CA)
Localização das áreas abertas no mapa (parques e praças) – SECID (CA)
Tabela de densidade urbana por bairros – Perfil Socioeconômico de Cuiabá (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Identificou-se no mapa as 121 praças e 6 parques de Cuiabá, criando uma área de
influência de 500m de raio para áreas abertas de até 5ha e 1000m para áreas abertas
maiores que 5ha – ver Apêndice 3. Das 120 regiões analisadas (116 bairros e 4 áreas de
expansão urbana), 66 têm acesso a áreas abertas, o que corresponde a 55% dos bairros.
No entanto, como muitos bairros são atendidos parcialmente, o percentual da população
que tem acesso a essas áreas cai para 36,54%, conforme Tabela 6.
94
Área de expansão urbana 15,22 0,00 0
Alvorada 56,64 0,00 0
Barra do Pari 28,46 78,54 2.235
Centro-Norte 30,82 81,43 2.510
Centro-Sul 31,43 116,32 3.656
Cidade Alta 46,81 0,00 0
Cidade Verde 48,98 48,84 2.392
Coophamil 29,22 189,07 5.525
da Goiabeira 62,31 96,24 5.997
Despraiado 27,36 134,97 3.693
do Porto 37,36 78,54 2.934
do Quilombo 51,13 148,12 7.573
REGIÃO OESTE
95
Jardim das Américas 34,79 110,70 3.851
Jardim Eldorado 177,84 0,00 0
Jardim Europa 23,56 56,54 1.332
Jardim Imperial 47,11 78,54 3.700
Jardim Itália 22,37 130,00 2.908
Jardim Leblon 50,82 57,55 2.925
Jardim Paulista 54,67 39,20 2.143
Jardim Petrópolis 28,62 52,00 1.488
Jardim Shangri-lá 20,73 61,98 1.285
Jardim Tropical 49,62 33,05 1.640
Jardim Universitário 16,8 0,00 0
Morada dos Nobres 1,44 0,00 0
Novo Horizonte 67,9 21,73 1.475
Novo Mato Grosso 19,83 0,00 0
Pedregal 102,25 0,00 0
Pico do Amor 42 46,57 1.956
Planalto 77,76 40,14 3.121
Praeirinho 47,42 0,00 0
Praeiro 83,91 0,00 0
Recanto dos Pássaros 26,96 0,00 0
Residencial Itamarati 39,6 47,79 1.892
Residencial Santa Inês 96,04 22,50 2.161
Residencial São Carlos 106,93 0,00 0
Santa Cruz 9,65 0,00 0
São Roque 36,6 0,00 0
Sol Nascente 76,03 0,00 0
Terra Nova 104,33 0,00 0
UFMT 1,61 87,50 141
Área de expansão urbana 17,35 0,00 0
Altos do Coxipó 8,33 0,00 0
Cohab São Gonçalo 112,67 21,50 2.422
Coophema 41,79 24,71 1.033
Coxipó 11,73 221,40 2.597
Jardim Comodoro 20,02 48,34 968
Jardim das Palmeiras 29,41 36,45 1.072
Jardim dos Ipês 47,56 0,00 0
REGIÃO SUL
96
Osmar Cabral 46,78 0,00 0
Parque Atalaia 8,83 139,72 1.234
Parque Cuiabá 38,44 204,94 7.878
Parque Georgia 15,44 73,58 1.136
Parque Ohara 10,41 23,05 240
Pascoal Ramos 7,33 0,00 0
Pedra 90 33,57 78,54 2.637
Residencial Coxipó 28,98 19,63 569
Santa Laura 48,64 0,00 0
São Francisco 14,75 32,45 479
São Gonçalo beira rio 2,09 0,00 0
São João-del-Rei 65,18 0,00 0
São José 5,61 0,00 0
São Sebastião 5,03 0,00 0
Tijucal 81,36 0,00 0
Vista Alegre 20,36 36,21 737
Distrito Industrial 0,31 0,00 0
Área de expansão urbana 1,29 0,00 0
Total população atendida 197.612
População urbana 540.814
Percentual da população atendida 36,54%
Logo, I = 36,54%
D) Normalização do sore
Pela Tabela 7, infere-se que o score é o próprio Valor de Referência, expresso em número
decimal:
S = 0,37
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade universal
INDICADOR 1.2.3 Vagas de estacionamento para Pessoas com Deficiência
97
A) Definição
Porcentagem de vagas em estacionamentos públicos para Pessoas com Deficiência, em
relação ao total.
B) Fonte de dados
O Indicador não foi calculado por não haver um estudo da Prefeitura que indique quais
vagas públicas são destinadas às pessoas com deficiência e por não haver tempo hábil para
realizar tal estudo.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade universal
INDICADOR 1.2.4 Acessibilidade a edifícios públicos
A) Definição
Porcentagem de edifícios públicos adaptados para acesso e utilização de Pessoas com
Deficiência ou restrições de mobilidade.
B) Fonte de dados
Indicador não calculado por não existir um estudo confiável e por não ter tempo hábil para
realizá-lo.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Acessibilidade universal
INDICADOR 1.2.5 Acessibilidade aos serviços essenciais
A) Definição
Porcentagem da população urbana residente até 500 metros de distância de serviços
essenciais, entendidos aqui como equipamentos de saúde de atendimento primário e
equipamentos de educação básica (públicas e particulares).
B) Fonte de Dados
Base georreferenciada do Município com equipamentos de saúde em nível primário,
da rede pública – IPDU (CA)
98
Base georreferenciada do Município com equipamentos de educação básica (nível
infantil e fundamental) – IPDU (CA)
Tabela de densidade urbana por bairros – Perfil Socioeconômico de Cuiabá (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Na base georreferenciada, inseriu-se um círculo de raio igual a 500m centrado em cada um
dos equipamentos de saúde e de educação. Delimitou-se a área total dos círculos,
descontando as sobreposições, gerando uma mancha na área urbana – ver mapa no
Apêndice 4. Calculou-se a população residente nessa mancha e dividiu-se pelo número total
de habitantes do Município, expresso em porcentagem. É importante ressaltar que a análise
foi feita bairro por bairro – ver Tabela 8, considerando apenas as áreas habitadas, uma vez
que grandes áreas verdes ou mesmo áreas não ocupadas dispensam a existência de
serviços essenciais.
Tabela 8 – População residente em área atendida por equipamento
de educação e/ou saúde, por bairro.
100
Pedregal 102,25 61,41 6.279
Pico do Amor 42 27,94 1.174
Planalto 77,76 66,90 5.202
Praeirinho 47,42 41,14 1.951
Praeiro 83,91 17,28 1.450
Recanto dos Pássaros 26,96 29,54 796
Residencial Itamarati 39,6 53,10 2.103
Residencial Santa Inês 96,04 7,43 713
Residencial São Carlos 106,93 23,95 2.561
Santa Cruz 9,65 26,18 253
São Roque 36,6 15,22 557
Sol Nascente 76,03 27,70 2.106
Terra Nova 104,33 25,89 2.701
UFMT 1,61 15,71 25
Área de expansão urbana 17,35 255,94 4.441
Altos do Coxipó 8,33 199,40 1.661
Cohab São Gonçalo 112,67 38,70 4.360
Coophema 41,79 10,87 454
Coxipó 11,73 210,33 2.467
Jardim Comodoro 20,02 45,92 919
Jardim das Palmeiras 29,41 9,84 289
Jardim dos Ipês 47,56 45,33 2.156
Jardim Fortaleza 61,51 58,70 3.611
Jardim Gramado 20,68 24,09 498
Jardim Industriário 41,77 74,30 3.104
Jardim Mossoró 24,4 45,69 1.115
Jardim Passaredo 23,85 64,80 1.545
Jardim Presidente 24,9 77,06 1.919
Chácara dos Pinheiros 25,49 2,69 69
REGIÃO SUL
101
Tijucal 81,36 188,48 15.335
Vista Alegre 20,36 38,12 776
Distrito Industrial 0,31 0,00 0
Área de expansão urbana 1,29 157,08 203
Total população atendida 408.414
População urbana 540.814
Percentual da população atendida 75,52 %
Logo, I = 75,52%
D) Normalização do score
Para Valores de Referência maiores que 10% e menores que 100% o score varia
linearmente e é obtido por interpolação:
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Barreiras físicas
INDICADOR 1.3.1 Fragmentação urbana
A) Definição
Proporção de terra urbanizada contínua do total da área urbanizada do Município, ou seja,
não cortada por infraestrutura de transporte principal como vias de trânsito rápido (rodovias,
vias expressas e vias arteriais), corredores de transporte coletivo, vias para transporte
ferroviário ou metroviário de superfície, terminais de transporte de grande porte, ou qualquer
outra barreira física, natural ou construída, que acarrete em descontinuidade do tecido
urbano.
102
B) Fonte de Dados
Base georreferenciada do Município com mapa do sistema viário, identificadas as
vias estruturais e barreiras físicas naturais como os Rios Cuiabá e Coxipó –
Prefeitura Municipal de Cuiabá, através do seu site oficial. (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Na base georreferenciada delimitou-se a área urbana e identificou-se apenas as vias
estruturais e os principais rios que cortam a cidade. Na sequência, enumerou-se as parcelas
de terras resultantes que formam blocos contínuos entre si. Como esse parcelamento
atingiu 20 áreas de fragmentação (suficiente para zerar o score do Indicador), não foi
necessário dividir ainda mais a área urbana por outros fatores, como terminais de ônibus,
parques, etc. Ver mapa da fragmentação no Apêndice 5.
𝐈 = 𝟐𝟎
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na Tabela 10:
S=0
DOMÍNIO Acessibilidade
TEMA Legislação para pessoas com deficiência
INDICADOR 1.4.1 Ações para acessibilidade universal
A) Definição
Existência de ações, medidas, programas ou instrumentos, incluindo campanhas, projetos,
legislação específica e normas técnicas destinadas à promoção da acessibilidade universal.
103
B) Fonte de Dados
Verificou-se, através de entrevistas a técnicos da SEMOB (CA) e consulta à Legislação
Municipal (CA), que o munícipio dispõe dos quatro instrumentos estipulados pelo Indicador:
Legislação específica para acessibilidade universal, que se refere à NBR 9050.
Normas técnicas, também retiradas da NBR 9050.
Programas de iniciativa pública, como o Projeto Buscar (sistema de transporte
público destinado unicamente às pessoas com deficiência física, em especial os
cadeirantes); bem como disponibilização de vagas de estacionamento em vias
públicas destinadas às pessoas com deficiência;
Campanha de educação e sensibilização, como as tradicionais Blitz de Trânsito e o
projeto Agente Mirim, que educa crianças de escolas municipais quanto às noções
básicas de legislação de trânsito, atuando também como agentes em blitz
educativas. O projeto é de 2015.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Com base na Tabela 11, verificou-se qual Valor de Referência mais se aproxima aos dados
levantados.
D) Normalização do score
Por possuir todos os instrumentos do levantamento que foi feito, o score é máximo:
S = 1,00
104
DOMÍNIO Aspectos Ambientais
TEMA Controle dos impactos no meio ambiente
INDICADOR 2.1.1 Emissão de CO
A) Definição
Emissões anuais de monóxido de carbono (CO) por veículos automotores.
B) Fonte de Dados
Frota de veículos leves fabricados entre 1980 e 20143: 299.932 – DETRAN (CA);
Distância média diária de viagens – PlanMob RMVRC (CA)
Fator de emissão de CO: varia de 0,25 g/km a 30,5 g/km, em função do ano de
fabricação e do tipo de combustível do veículo – CETESB (CB);
Qualidade geral dos dados: (CB)4
C) Método de cálculo
O cálculo da emissão de monóxido de carbono por veículos leves considerou o ano de
fabricação dos veículos cadastrados no DETRAN em 2014, pois quanto mais antigo maior o
fator de emissão do gás tóxico. O tipo de combustível também influencia no fator de
emissão. A Tabela 12 apresenta o detalhamento dos cálculos.
Tabela 12 – Comparativo entre emissão real de CO e emissão tolerável para veículo leve, ano 2014.
Fator de
Frota Ano de Combustível emissão5 de Emissão6 Emissão
(2014) fabricação CO (g/km) (Toneladas) tolerável7
(Toneladas)
7.408 1980-1985 Gasolina C8 30,5 596,25 39,10
3 Para os anos anteriores a 1980 não há dados sobre emissão de CO (CETESB, 2010).
4
Não considerou-se os ciclomotores por não haver suficientes dados sobre emissão de CO.
(CETESB, 2010). Isso torna baixa a qualidade dos dados.
5 Considerou-se a média anual dos períodos considerados (CETESB, 2010).
6 Considerou-se a média de 7,23 km por dia para o ano 2014 (PLANMOB, 2010).
7 Com base no parâmetro de controle = 2,00 g/km (COSTA, 2008).
8 Gasolina C: 78% + 22% Etanol anidro (v/v) (CETESB, 2010).
105
34.407 1996-2000 Gasolina C 1,45 131,66 181,60
131 1996-2000 Etanol 1,34 0,46 0,69
25.350 2001-2005 Gasolina C 0,4 26,76 133,79
249 2001-2005 Etanol 0,76 0,50 1,31
5.642 2001-2005 Flex 0,45 6,70 29,78
5.628 2006-2010 Gasolina C 0,31 4,60 29,70
63.896 2006-2010 Flex 0,48 80,94 337,24
4.687 2006-2010 Diesel 0,25 3,09 24,74
4.374 2011-20149 Gasolina C 0,31 3,58 23,09
78.322 2011-2014 Flex 0,48 99,21 413,38
6.804 2011-2014 Diesel 0,25 4,49 35,91
299.932 --- 2.341,7 1.506,5 Total
D) Normalização do score
O score varia linearmente em função do Valor de Referência e é obtido por interpolação:
0,50 − 0,25 S − 0,25
= → 𝐒 = 𝟎, 𝟒𝟓
50 − 75 55,44 − 75
A) Definição
Emissões anuais de dióxido de carbono (CO2) por veículos automotores.
B) Fonte de Dados
Frota de veículos leves fabricados entre 2002 e 201410: 182.080 – DETRAN (CA);
Distância média diária de viagens – PlanMob RMVRC (CA)
Fator de emissão de (CO2): 160g/km para veículos leves. Não existem parâmetros
de referência para outros tipos de veículos – CETESB (CA).
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O cálculo da emissão de dióxido de carbono por veículos leves considerou o ano de
fabricação dos veículos cadastrados no DETRAN em 2014, pois quanto mais antigo maior o
fator de emissão do gás tóxico. O tipo de combustível também influencia no fator de
emissão. A Tabela 14 apresenta o detalhamento dos cálculos.
Tabela 14 - Comparativo entre emissão real de CO2 e emissão tolerável, para o ano 2014.
Fator de
11
Frota Ano de Combustível emissão12 de Emissão13 Emissão
(2014) fabricação CO2 (g/km) (Toneladas) tolerável14
(Toneladas)
10.497 2002 - 2003 Gasolina C15 196 5.429,41 4.432,17
309 2002 - 2003 Etanol 189 154,12 130,47
188 2002 - 2003 Flex 205 101,71 79,38
8.674 2004 - 2005 Gasolina C 191 4.372,04 3.662,44
176 2004 - 2005 Etanol 160 74,31 74,31
10 Considerou-se a partir de 2002 porque não há dados de fatores de emissão de CO 2 para anos
anteriores (CETESB, 2010).
11 Contabilizou-se 145.195 carros, 11.223 camionetas e 22.143 caminhonetes (DETRAN).
12 Considerou-se a média anual dos períodos considerados. (CETESB, 2010).
13 Considerou-se a média de 7,23 km por dia para o ano 2014 (PLANMOB, 2010).
14 Com base no parâmetro de controle = 160 g/km (COSTA, 2008).
15 Gasolina C: 78% + 22% Etanol anidro (v/v) (CETESB, 2010).
107
5.454 2004 - 2005 Flex 189,75 2.731,04 2.302,85
2.158 2006 - 2007 Gasolina C 192 1.093,41 911,18
11.324 2006 - 2007 Flex 181 5.408,91 4.781,36
3.477 2006 - 2009 Diesel 285 2.615,05 1.468,10
1.952 2008 - 2009 Gasolina C 225,5 1.161,60 824,20
27.553 2008 - 2009 Flex 181,75 13.215,22 11.633,76
8.014 2010 - 201416 Diesel 266 5.625,51 3.383,77
6.334 2010 - 2014 Gasolina C 213 3.560,32 2.674,42
92.451 2010 - 2014 Flex 175 42.695,37 39.035,77
D) Normalização do score
O score varia linearmente em função do Valor de Referência e é obtido por interpolação:
A) Definição
Porcentagem da população urbana exposta a ruído superior a 65 dB(A) ocasionado por
sistemas de transporte.
B) Fonte de dados
O Indicador não foi calculado pois não há estudo sobre mapa de ruídos para Cuiabá e a
contratação de um estudo específico seria financeiramente inviável, além do longo prazo
para obter dados confiáveis.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
A) Definição
Exigência por parte do Município de estudos de impacto ambiental, impactos urbanos e de
vizinhança para projetos de transportes e mobilidade.
B) Fonte de Dados
Verificou-se, através de entrevistas a técnicos da SEMOB (CA) e consulta à Legislação
Municipal (CA), que as seguintes medidas são exigências da legislação Municipal para
projetos de transporte e mobilidade:
Estudo de impacto ambiental, presente no código de Obras;
Estudo de impacto de vizinhança, conforme Lei de Ocupação do Solo (Lei
complementar nº 231 de 2011);
Medidas compensatórias ou mitigatórias, como compensação ambiental com plantio
de árvores, doação de mudas para o Horto Florestal, devido às obras da Copa 2014
realizadas pelo Governo do Estado.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
109
Com base na Tabela 15, observou-se o Valor de Referência compatível com os dados
levantados.
D) Normalização do score
Conforme a Tabela 15, a nota é máxima:
S = 1,00
A) Definição
Número de litros de combustível gasolina consumido anualmente por pessoa utilizando
veículo motorizado individual na área urbana.
B) Fonte de Dados
Quantidade de combustível gasolina vendida no ano de referência: 138.981.794 litros
– ANP (CA);
População total da área urbana: 540.814 – IBGE, censo 2010 (CA).
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Dividiu-se a quantidade de combustível pelo número de habitantes:
110
138.981.794
I= = 𝟐𝟓𝟕 𝐥𝐢𝐭𝐫𝐨𝐬/𝐡𝐚𝐛𝐢𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬/𝐚𝐧𝐨
540.814
D) Normalização do score
Por interpolação, calcula-se o score:
A) Definição
Porcentagem de veículos da frota Municipal de transporte público (ônibus, micro-ônibus,
vans) e semi-público (táxis e serviços especiais) utilizando combustíveis menos poluentes
ou fontes de energia alternativa.
B) Fonte de Dados
Frota de ônibus e micro-ônibus: 435 – SEMOB17 (CA)
Frota de ônibus e micro-ônibus que utiliza combustível menos poluente: 0 – SEMOB
(CA)
Frota de taxis: 604 – AMAT (CA)
Frota de taxis que utiliza combustível menos poluente (GNV): 55 – AMAT (CM)
Qualidade geral dos dados: (CM)18
D) Normalização do score
Pela Tabela 17, infere-se que o score é o próprio valor percentual, expresso na forma
decimal:
S = 0,05
A) Definição
Existência e diversidade de informação sobre mobilidade e transportes urbanos
disponibilizada ao cidadão.
B) Fonte de Dados
Verificou-se, através de entrevista a técnicos da SEMOB (CA), que a Prefeitura Municipal
disponibiliza ao cidadão:
Informações sobre os sistemas de transportes públicos, através de seu site oficial e
presencialmente na Secretaria de Mobilidade Urbana;
Serviços de auxílio ao usuário (para reclamações e denúncias), através da Ouvidoria
do Município (site oficial) e da Agência Municipal de Regulação de Serviços
Delegados de Cuiabá (Arsec).
112
No entanto, não disponibiliza:
Informações sobre condições de tráfego e circulação;
Informações sobre planos e projetos de transporte e mobilidade urbana.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador previa uma análise ponderada dos 4 itens apresentados. No entanto, optou-se
por considerar que cada item vale 0,25 na pontuação do score do Indicador. Veja
justificativa no Capítulo 8 Sugestões para futuras pesquisas e melhorias da ferramenta
IMUS.
D) Normalização do score
Dois itens foram pontuados positivamente. Logo:
S = 0,50
A) Definição
Razão entre o número médio de viagens diárias dos moradores de domicílios mais pobres,
entendidos como os domicílios com renda até 3 salários mínimos, e dos moradores dos
domicílios mais ricos, entendidos como os domicílios com renda superior a 20 salários
mínimos.
B) Fonte de Dados
O Indicador não foi calculado pois não há estudo recente que contemple as informações e a
realização de um estudo específico demandaria longo prazo para obter dados confiáveis.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
113
A) Definição
Existência de ações continuadas de formação e sensibilização, equipamentos públicos
específicos, programas e projetos desenvolvidos pelo Município em matéria de educação
para o desenvolvimento sustentável.
B) Fonte de Dados
Segundo a diretoria de gestão ambiental da SMADES, o Horto Florestal desenvolve
campanhas de conscientização da importância do meio-ambiente e vivências no espaço,
aberto as escolas que tiverem interesse, no entanto, não se trata de uma formação
continuada, nem atinge grande parte da população, portanto não atende os requisitos do
indicador.
Qualidade geral dos dados: (CM)19
C) Método de cálculo
Associa-se os dados levantados com os Valores de Referência da Tabela 18: O município
não dispõe de nenhuma ação em matéria de educação para o desenvolvimento sustentável.
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta:
S=0
19De acordo com os técnicos consultados, a maioria das ações previstas pelo Indicador não
aconteceram no ano de referência, porém, ações como palestras e seminários não souberam
responder.
114
DOMÍNIO Aspectos Ambientais
TEMA Participação popular
INDICADOR 3.4.1 Participação na tomada de decisão
A) Definição
Incentivo e viabilização por parte da administração Municipal para a participação popular
nos processos de elaboração, implementação e monitoramento das políticas, ações e
projetos de transporte e mobilidade urbana.
B) Fonte de Dados
A pesquisa identificou, através de entrevistas a técnicos da SEMOB (CA), que a
administração Municipal viabiliza a participação da população nas políticas de transporte por
meio de:
Audiências públicas nas etapas de elaboração das ações;
Reuniões regionais com líderes comunitários;
Mecanismos para prestação de contas e acompanhamento de ações, através do
Geo-obras, do Tribunal de Contas do Estado.
No entanto, o Município não realiza:
Reuniões específicas com segmentos da população;
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Cada etapa viabilizada (elaboração, implementação e monitoramento) pontua 0,33 o score
do Indicador. Identificou-se que os meios oferecidos pela Prefeitura permitem à população
acompanhar a elaboração e o monitoramento das ações; no entanto a etapa de
implementação dos projetos nem sempre é acessível a todos.
D) Normalização do score
Conforme a Tabela 19, o Valor de Referência que melhor se adequa à situação apresentada
é o segundo, cujo score é:
S = 0,66
A) Definição
Porcentagem da população satisfeita com a cidade como local para se viver.
B) Fonte de Dados
Pesquisa de opinião realizada pela Vetor Pesquisas (CA), através do projeto “Nossa Casa”
que investigou, entre outras coisas, a “Satisfação por morar em Cuiabá”.
C) Método de cálculo
A pesquisa obteve os dados apresentados na Figura 1:
116
Gráfico 1 – Satisfação dos habitantes por morar em Cuiabá.
(Fonte: NOSSA CASA, 2015, adaptado)
61%
16% 12%
6% 5%
D) Normalização do score
Pela Tabela 20, o score é a forma decimal do Valor de Referência, logo seu valor é
imediato:
S = 0,77
A) Definição
Frequência e grau de integração de ações, programas e projetos de transportes, mobilidade
e desenvolvimento urbano desenvolvidos pelo Município, em conjunto com o Governo
estadual e/ou federal.
117
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas com técnicos da SEMOB (CA), verificou-se que em 2014 houve
continuidade de algumas obras de infraestrutura de transporte urbano, financiadas pelo
Governo Federal através do Ministério das Cidades, tais como as trincheiras na Avenida
Miguel Sutil (Santa Rosa, Jurumirim e Despraiado), os viadutos da avenida Fernando Corrêa
(UFMT e Tijucal).
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
A avaliação é subjetiva e qualitativa, observando a frequência da parceria Município e
Governos Estadual e Federal. Maior a frequência, maior a nota do Indicador. Como não
houve parceria direta entre Governos Estadual e Municipal e a parceria entre Governo
Federal e Município foi muito frequente, a opção que melhor se adequa na escala dos
Valores de Referência é que as ações integradas são “Frequentes, envolvendo os Governos
Municipal, estadual e federal.”
D) Normalização do score
O valor é obtido imediatamente pela Tabela 21:
S = 0,75
A) Definição
118
Ações, projetos, serviços ou infraestrutura de transporte urbano viabilizados por meio de
parcerias entre o Governo Municipal e entidades privadas. Informar se há ou se já houve
esse tipo de parceria e quando foi feita.
B) Fonte de Dados
Segundo técnicos da SEMOB (CA), ainda não foram realizados projetos dessa natureza no
Município e nem mesmo há previsão desse tipo de parceria acontecer.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Fonte
Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana.
D) Método de cálculo
Por ser recente a Lei que incentiva as Parcerias Público-Privadas para obras públicas
(PPPs), Costa (2008) sugere atribuir nota máxima (1,00) caso haja a parceria, nota
intermediária (0,5) caso esteja em planejamento adotar tal parceria e nota mínima (0,0) caso
não esteja sequer previsto adotar algo do tipo.
E) Normalização do score
O valor é obtido imediatamente pela Tabela 22:
S=0
A) Definição
Porcentagem dos recursos municipais para financiamento de projetos de transportes e
mobilidade oriundos de taxações aos veículos/usuários, multas ou pedágios urbanos.
119
B) Fonte de Dados
De acordo com o Portal da Transparência do site da Prefeitura (CA), em 2014 as
Secretarias Municipais de Obras Públicas, de Cidades, de Serviços Urbanos, de Turismo e
de Planejamento e Finanças investiram um total de R$ 640.477.444,00 em:
Planos e projetos de transportes e mobilidade;
Construção, operação e manutenção de infraestrutura de transportes;
Sistemas de transporte público;
Outros;
E arrecadou no mesmo período, através de multas de trânsito, R$ 4.470.377,52.
Esses recursos oriundos de multas, segundo entrevistas com técnicos da SEMOB
(CA), foram aplicados para melhoria e/ou manutenção do sistema de transporte e
mobilidade.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pelo quociente entre o valor dos recursos obtidos por meio de taxações
e o valor total de recursos investidos no ano de referência, expresso em porcentagem:
4.470.377
𝐈= = 0,007 → 𝟎, 𝟕%
640.477.444
D) Normalização do score
De 0% a 19% a variação é linear. Por equação linear, determina-se o valor do score:
0,25
x 0,7 → 𝐒 = 𝟎, 𝟎𝟒
5
120
DOMÍNIO Aspectos Políticos
TEMA Captação e gerenciamentos de recursos
INDICADOR 4.2.2 Investimentos em sistemas de transportes
A) Definição
Investimentos em sistemas de transportes e mobilidade urbana feitos pelo Município no ano
de referência.
B) Fonte de Dados
De acordo com técnicos da SEMOB (CA) e em consonância com o Portal da Transparência
do site da Prefeitura (CA), em 2014 não houve investimentos com recursos municipais em:
Obras de infraestrutura
Provisão e melhoria do transporte público
Projeto para veículos não motorizados
Ampliação da mobilidade de Pessoas com Deficiência
Plano de mobilidade urbana
Qualidade geral dos dados (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido por associação direta pela Tabela 24, não cabendo interpolação.
D) Normalização do score
Como não houve investimento algum, o score é nulo:
S=0
A) Definição
Razão entre os investimentos públicos com infraestrutura para o transporte coletivo e
infraestrutura para o transporte privado.
B) Fonte de Dados
A Prefeitura Municipal de Cuiabá, através do Portal da Transparência (CA) em seu site
oficial, informa:
Para transporte coletivo, em 2014 houve investimentos somente em:
Implantação e/ou manutenção de sinalização de corredores de transporte coletivo,
nas avenidas Isaac Póvoas, Getúlio Vargas e Tenente Coronel Duarte. O valor
investido não pôde ser levantado no Portal da Transparência, pois os dados não
estão discriminados.
C) Método de cálculo
Soma-se os recursos investidos em transporte coletivo e divide este valor pela soma dos
recursos investidos em transporte particular. O resultado, expresso em número decimal, é
comparado com os parâmetros apresentados pela Tabela 25.
Como informado, não foi possível levantar os valores investidos na implantação e/ou
manutenção de sinalização de corredores de transporte coletivo. Porém, pelo método de
122
cálculo descrito e pelas opções apresentadas na Tabela 25, não há necessidade de se ter o
valor exato desse investimento, bastando saber a relação de proporção deste com os
investimentos em transporte particular, que foi de R$ 156.557.701,00. Pela Tabela 25, a
menor relação (I) entre esses investimentos está na faixa 0 < I ≤ 0,5. Considerando o maior
valor possível dessa faixa, o investimento em sinalização viária seria na ordem de
78.000.000, valor absurdo para obras tão pequenas como pinturas de pavimento e
instalação de placas. Assim, podemos afirmar com segurança que os investimentos em
transporte coletivo não ultrapassaram esse valor, permanecendo dentro da faixa citada, em
algum lugar próximo de zero, mas não nulo.
D) Normalização do score
O valor do score é obtido diretamente na Tabela 25, através da inequação 0 < I ≤ 0,5:
S = 0,25
123
A) Definição
Razão entre os gastos públicos com infraestrutura para os modos não-motorizados e
infraestrutura para os modos motorizados de transporte.
B) Fonte de Dados
Em seu site oficial, a Prefeitura informa, através do Portal da Transparência (CA) que em
2014:
Para modos não motorizados, foram feitos investimentos em:
Construção, ampliação ou manutenção de passeios públicos e adequação de rampa,
pintura de sinalização, rebaixo de meio fio, recuperação de calçadas e demais
intervenções necessárias, para pessoas com necessidades especiais ou restrições
de mobilidade. As obras foram no Museu do Rio, prédio do antigo Mercado do Peixe,
Museu do Morro da Caixa d´água, Marco do Centro Geodésico da américa do Sul,
Palácio da Instrução, Mercado do Porto, Praça santos Dumont, Museu da Imagem e
do som de Cuiabá, e Parque Mãe Bonifácia. Somando-se R$ 2.982.608,00 em
investimentos para modos não-motorizados.
Para modos motorizados, houve investimentos em:
Pavimentação e drenagem em vias com circulação de veículos, tais como nos
bairros Chácara dos Pinheiros, Jardim Fortaleza, São João Del Rei, Osmar Cabral e
Real Park. Drenagem e pavimentação asfáltica da Avenida Archimedes Pereira Lima,
duplicação do trecho compreendido entre o trevo da Av. Fernando Corrêa da Costa e
o trevo de acesso ao Residencial Coxipó. Drenagem e pavimentação com duplicação
do trecho da Avenida Brasil entre a Av. Thomé de Arruda Fortes e a Av. Tancredo
Neves. Somando-se R$ 43.964.468,00 em investimentos para modos motorizados.
Qualidade geral dos dados (CA)
C) Método de cálculo
Soma-se os recursos investidos em transportes não-motorizados e divide este valor pela
soma dos recursos investidos em transportes motorizados. O Indicador (I), expresso em
número decimal, é comparado com os Valores de Referência da Tabela 26:
2.982.608
𝐈= = 𝟎, 𝟎𝟕
43.964.468
D) Normalização do score
O valor do score é obtido diretamente na Tabela 26, através da inequação 0 < I ≤ 0,5:
124
S = 0,25
A) Definição
Existência ou desenvolvimento de política de transportes e mobilidade em nível local,
especialmente no que diz respeito à elaboração do Plano Diretor de Transporte e da
Mobilidade.
B) Fonte de Dados
O Plano Diretor foi elaborado em 2007 e passou por revisão em 2014, tendo sido
base para ações políticas na área de transporte e mobilidade nesse período –
Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, através de entrevistas com técnicos (CA)
e Legislação Municipal (CA).
Qualidade geral dos dados: (CA)
125
C) Método de cálculo
Avalia-se as informações levantadas para identificar em qual fase se encontra o Plano
Diretor, de acordo com as alternativas apresentadas na Tabela 27. Aquela que mais se
aproxima do que foi pesquisado diz que o Plano Diretor encontra-se em “Fase de
implantação do plano com efetivação de ações com efeito de curto, médio e longo prazo.
Neste caso o plano já encontra-se institucionalizado.”
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta:
S = 1,00
DOMÍNIO Infraestrutura
TEMA Provisão e manutenção da infraestrutura de transporte
INDICADOR 5.1.1 Densidade e conectividade da rede viária
A) Definição
Extensão de vias por área urbana (km/km²) e Grau de conectividade (número de nós).
B) Fonte de Dados
Mapa de hierarquia viária – Prefeitura Municipal, através de seu site oficial (CA);
Extensão da malha viária urbana: 1.824 km – Perfil Socioeconômico de Cuiabá (CA);
Área urbana: 254,6 km² - IBGE (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
126
C) Método de cálculo
Calculou-se a densidade e a conectividade viária.
Para cálculo da densidade viária, dividiu-se a extensão total das vias urbanas pela área
urbana total:
1.824
= 𝟕, 𝟐𝐤𝐦/𝐤𝐦²
254,6
11.972
x 100 = 𝟓𝟖, 𝟔𝟐% 𝐝𝐨𝐬 𝐧ó𝐬
20.422
D) Normalização do score
O score é obtido pela combinação do julgamento da qualidade da Densidade e
Conectividade conforme Tabela 28:
S = 0,66
DOMÍNIO Infraestrutura
TEMA Provisão e manutenção da infraestrutura de transporte
INDICADOR 5.1.2 Vias pavimentadas
127
A) Definição
Extensão de vias pavimentadas em relação a extensão total do sistema viário urbano.
B) Fonte de Dados
Extensão total do sistema viário urbano: 1.824 km – Perfil Socioeconômico de
Cuiabá (CA)
Extensão das vias pavimentadas do sistema viário urbano: 1.192 km – Perfil
Socioeconômico de Cuiabá (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Valor de Referência do Indicador é obtido dividindo-se a extensão pavimentada pela
extensão total viária, expresso em porcentagem, e comparando o valor obtido com a Escala
de Avaliação apresentada na Tabela 29.
1192
𝐈= = 0,6535 = 𝟔𝟓, 𝟒%
1824
D) Normalização do score
Por interpolação dos valores apresentados na Tabela 29, o score vale:
DOMÍNIO Infraestrutura
TEMA Provisão e manutenção da infraestrutura de transporte
INDICADOR 5.1.3 Despesas com manutenção da infraestrutura
128
A) Definição
Forma de aplicação dos recursos públicos na manutenção e conservação da infraestrutura
para todos os modos de transportes.
B) Fonte de Dados
Investimentos feitos em manutenção da infraestrutura já existente – SEMOB e
SECID, através de entrevistas com técnicos (CB);
Investimentos feitos na provisão de novas infraestruturas – SEMOB e SECID,
através de entrevistas com técnicos (CB);
Qualidade geral dos dados: (CB)20
C) Método de cálculo
Como os valores de investimento em infraestrutura informados pelo Portal da Transparência
não discriminam o que é manutenção e o que é provisão (apresentando valores que
englobam as duas formas de investimentos), optou-se por fazer análise do Indicador por
intermédio de três técnicos das referidas Secretarias, que foram unânimes em afirmar que
as despesas com manutenção superam muito as despesas com novas obras. Um dos
técnicos afirmou ainda que tal percentual pode chegar a 90%.
D) Normalização do score
Pela Tabela 30, o score é obtido por associação direta:
S=1
20Os técnicos não souberam informar valores financeiros exatos. Se basearam na quantidade de
obras de manutenção e de provisão, estimando custos, para avaliar o Indicador.
129
municipais investidos em sistemas de transportes e mobilidade no ano de
referência
0,25 As despesas com manutenção e conservação de infraestrutura de
transportes se limitaram a intervenções de caráter emergencial,
representando menos de 50% do total de recursos municipais investidos
em sistemas de transportes e mobilidade no ano de referência
0,00 Não houve qualquer despesa com manutenção e conservação da
infraestrutura de transportes no ano de referência do Município
DOMÍNIO Infraestrutura
TEMA Provisão e manutenção da infraestrutura de transporte
INDICADOR 5.1.4 Sinalização Viária
A) Definição
Avaliação por parte da população sobre a qualidade da sinalização viária implantada na
área urbana do Município.
B) Fonte de dados
Este Indicador não foi calculado por não existir uma recente pesquisa que avalie a opinião
da população sobre este tema específico. E não houve tempo hábil para realizar tal
pesquisa por conta própria.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
DOMÍNIO Infraestrutura
TEMA Distribuição da infraestrutura de transportes
INDICADOR 5.2.1 Vias para transporte coletivo
A) Definição
Porcentagem da área urbana da cidade atendida por vias exclusivas ou preferenciais para
transporte coletivo por ônibus.
B) Fonte de Dados
Base georreferenciada do Município – SEMOB (CA);
Área total urbana: 254,6 km² - Perfil socioeconômico de Cuiabá (CA);
Qualidade geral dos dados: (CA)
130
C) Método de cálculo
Cuiabá tem três vias com corredor preferencial para ônibus, todas hierarquizadas como
estrutural: Av. Isaac Póvoas/Generoso Ponce, Av. Getúlio Vargas e Av. Tenente Coronel
Duarte. Delimitou-se uma área de influência abrangendo 500 metros para ambos os lados
de cada via, descontando as áreas sobrepostas, por serem vias próximas, chegando ao
valor de 2,5 km² (ver mapa no Apêndice 7).
Dividiu-se essa área pela área total urbana. O resultado corresponde ao Valor de
Referência, expresso em porcentagem:
2,5
= 0,0098 → 1,00 %
254,6
D) Normalização do score
Pela Tabela 31, infere-se que o score é o próprio Valor de Referência, expresso em número
decimal:
S = 0,01
A) Definição
Extensão e conectividade da rede de vias para bicicleta.
B) Fonte de Dados
Referente à extensão da rede:
Extensão total do sistema viário urbano: 1.824 km – Perfil socioeconômico de Cuiabá
(CA);
131
Extensão total das ciclovias e ciclo-faixas: 14,4 km – PlanMob RMVRC (CA);
Referente à conectividade da rede, foi feita uma avaliação qualitativa de três aspectos,
através de entrevistas com técnicos da SEMOB (CA):
Baixa qualidade na manutenção das características físicas das ciclovias, existindo
buracos em diversos trechos;
Baixa qualidade quanto às barreiras físicas, pois existem muitos obstáculos ou
cruzamentos que prejudicam o deslocamento;
Baixa qualidade quanto à continuidade das ciclovias ou ciclo-faixas, pois não
apresentam interligações:
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O parâmetro extensão é obtido através do quociente entre a extensão total de ciclovias e
ciclo-faixas e a extensão total do sistema viário urbano, expresso em porcentagem:
14,4
𝐈= = 0,008 = 𝟎, 𝟖%
1824
Já o parâmetro conectividade revelou ser de baixa qualidade nos três aspectos avaliados.
D) Normalização do score
Pela Tabela 32, o Valor de Referência em que se enquadra o Indicador está melhor descrito
em “Até 25% do sistema viário urbano apresenta ciclovias ou ciclo-faixas, porém, a rede
apresenta baixa conectividade”, cujo score é:
S = 0,25
132
DOMÍNIO Modos não-motorizados
TEMA Transportes cicloviários
INDICADOR 6.1.2 Frota de bicicletas
A) Definição
Número de bicicletas por 100 habitantes no Município.
B) Fonte de dados
Não há dados confiáveis a respeito da frota de bicicletas no Município, por isso não foi
possível calcular o Indicador.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
A) Definição
Porcentagem dos terminais de transporte público urbano que possuem estacionamento para
bicicletas.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas a técnicos da SEMOB e visita in loco (CA), obteve-se os dados:
Número de terminais urbanos de transporte público: 3
(Terminal Antártica, Terminal do CPA I e Terminal do Planalto)
Número desses terminais que possuem estacionamento para bicicletas: 0
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pela divisão do número de terminais que possuem bicicletário pelo
número total de terminais.
D) Normalização do score
Como não há terminais com bicicletário, pela Tabela 33 é score é nulo:
S=0
133
Tabela 33 - Escala de Avaliação para o Indicador 6.1.3
A) Definição
Cobertura e conectividade da rede de vias para pedestres.
B) Fonte de Dados
Referente ao parâmetro cobertura:
Base georreferenciada do Município – SEMOB (CA)
Extensão total do sistema viário urbano: 1.824 km – Perfil socioeconômico de Cuiabá
(CA)
Extensão total das vias especiais para pedestres: 1,02 km – Software Google Earth;
(CA)
Referente ao parâmetro conectividade foi feita entrevista com técnicos da SEMOB e SECID
uma avaliação qualitativa de quatro aspectos (CA):
Manutenção das características físicas das vias: média qualidade, pois apesar de
haver trechos que necessitam de reforma, de modo geral as vias estão boas. O tipo
de piso não facilita o deslocamento de cadeirantes;
Ausência de barreiras físicas que restrinjam deslocamentos: boa qualidade, pois há
poucas barreiras, como postes e bancos de praça.
Intersecções com vias de automóveis: alta qualidade, pois só existem nas entradas
ao calçadão, preservando a circulação interna.
Distâncias tendem a ser as mais curtas, pois prevalecem vias retas e não curvas.
Qualidade geral dos dados: (CA)
134
C) Método de cálculo
Utilizando o software Google Earth, fez-se as medições das vias especiais para pedestres:
Calçadões: Galdindo Pimentel (340m); Antônio João (210m); Antônio Maria (190m);
Passarelas: na Av. Fernando Corrêa, ligando os bairros Jardim das Américas e Pico
do Amor (35m); e na mesma avenida, ligando os bairros Coxipó e Jardim Alencastro
(25m).
Total: 1,02 km
D) Normalização do score
Pela Tabela 34, o Valor de Referência que mais se aproxima do levantamento feito diz que
“Até 25% do sistema viário urbano é composto por vias especiais ou preferenciais para
pedestres e a rede apresenta alta conectividade”. Logo o score é:
S = 0,50
135
A) Definição
Extensão de vias com calçadas em relação à extensão total da rede viária principal.
B) Fonte de Dados
Extensão das vias analisadas – software Google Earth (CA):
14.001m
Extensão das vias com calçadas dentro do padrão – levantamento de campo (CA):
0m
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O cálculo da extensão das vias foi feito através do software Google Earth, cuja precisão é
centimétrica, mas optou-se por aproximação métrica. Por meio de levantamento de campo,
verificou-se se o calçamento estava dentro do padrão, ou seja, com largura mínima de
1,20m em ambos os lados da via, além de atender a Legislação Municipal.
As vias analisadas foram escolhidas segundo o mesmo critério utilizado para o Indicador
1.2.1 – Travessias adaptadas para pessoas com necessidades especiais. Ou seja, não só
por serem principais, mas por estarem localizadas na região central, onde o comércio e
serviços geram grande fluxo de pessoas a pé, o que justifica a análise das calçadas.
As Ruas Barão de Melgaço e 13 de junho apresentam por quase toda extensão calçamento
inferior a 1,20m em pelo menos um lado; e quando a largura atende o parâmetro, observou-
se barreiras físicas (poste, placa, árvore) que dificultam a circulação a pé e de Pessoas com
136
Deficiência. Trechos dessas vias passam pelo centro histórico, região em que os casarões
antigos são tombados por legislação Municipal e, portanto, não se pode alargar a calçada.
Já as avenidas apresentam em toda sua extensão largura adequada das calçadas. No
entanto, muitos trechos têm pisos quebrados ou esburacados, além de barreiras físicas
(poste, placa, árvore). Há ainda o inconveniente da constante mudança do tipo de piso,
mudança brusca do nível e/ou inclinações transversais, o que prejudica o uso principalmente
por parte dos cadeirantes e idosos.
Ainda que todas as vias apresentem trechos de calçadas de acordo com os padrões
exigidos, estes são curtos e descontínuos, não contribuindo para acessibilidade. Como o
Indicador prima pela avaliação geral, pode-se afirmar que nenhuma via analisada oferece
calçamento adequado ao trânsito de pedestres. Logo o percentual de vias com boas
calçadas é nulo:
𝐈 = 0%
D) Normalização do score
Pela Tabela 36, para Valores de Referência até 10%, o score é nulo:
𝐒 = 𝟎, 𝟎𝟎
A) Definição
Distância média de viagens feitas na área urbana ou metropolitana, para todos os modos,
em um único sentido, por motivo trabalho ou estudo.
137
B) Fonte de Dados
Dados coletados do PlanMob RMVRC:
Distância média das viagens para modo motorizado individual: 7,25 km
Distância média das viagens para modo motorizado coletivo: 8,1 km
Distância média das viagens para modo não-motorizado (bicicleta): 6,8 km
Participação do modo motorizado em relação a todos os modos: 22%
Participação do modo coletivo em relação a todos os modos: 44%
Participação do modo bicicleta em relação a todos os modos: 5,03%
Qualidade geral dos dados (CB) 21
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pela média ponderada entre as distâncias médias apresentadas para
cada modo:
(7,25x22) + (8,1x44) + (6,8x5,03)
I= = 𝟕, 𝟕𝟒 𝐤𝐦
71,03
D) Normalização do score
Pela Tabela 37, para Valores de Referência maiores que 2 e menores que 10 o score varia
linearmente e é obtido por interpolação:
0,50 − 0,25 𝑆 − 0,50
= → 𝑺 = 𝟎, 𝟐𝟖
6−8 7,74 − 6
21Baixa qualidade porque o estudo do PlanMob não deixa claro se os motivos das viagens são
exclusivamente por trabalho ou estudo. E também porque não leva em conta as viagens a pé.
138
A) Definição
Tempo médio de viagens feitas na área urbana ou metropolitana, para todos os modos, em
um único sentido, por motivo trabalho ou estudo.
B) Fonte de Dados
Dados coletados do PlanMob RMVRC (CA):
Tempo médio das viagens para modo motorizado individual: 17,59 minutos
Tempo médio das viagens para modo motorizado coletivo: 36,78 minutos
Tempo médio das viagens para modo não-motorizado (bicicleta): 28,26 minutos
Participação do modo motorizado em relação a todos os modos: 22%
Participação do modo coletivo em relação a todos os modos: 44%
Participação do modo bicicleta em relação a todos os modos: 5,03%
Qualidade geral dos dados: (CB)22
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pela média ponderada entre os tempos médios apresentados para
cada modo:
(17,59x22) + (36,78x44) + (28,26x5,03)
I= = 𝟑𝟎, 𝟐𝟑 𝐦𝐢𝐧𝐮𝐭𝐨𝐬
71,03
D) Normalização do score
Pela Tabela 38, para Valores de Referência maiores que 20 e menores que 60 o score varia
linearmente e é obtido por interpolação:
0,75 − 0,50 𝑆 − 0,50
= → 𝑺 = 𝟎, 𝟕𝟒
30 − 40 30,23 − 40
22
Baixa qualidade porque o estudo do PlanMob não deixa claro se os motivos das viagens são
exclusivamente por trabalho ou estudo. E também porque não leva em conta as viagens a pé.
139
DOMÍNIO Modos não-motorizados
TEMA Redução de viagens
INDICADOR 6.3.3 Número de viagens
A) Definição
Número médio de viagens diárias por habitante em área urbana ou metropolitana,
considerando todos os modos de transporte.
B) Fonte de Dados
Dados coletados do PlanMob RMVRC:
Número médio de viagens realizadas em um dia típico: 1.030.890
Número de habitantes (Cuiabá e Várzea Grande): 804.059
Qualidade geral dos dados: (CB) 23
C) Método de cálculo
Os dados disponíveis no relatório final do Plano de Mobilidade Urbana da Região
Metropolitana do Vale do rio Cuiabá, emitido em dezembro de 2010, são prognósticos da
situação da mobilidade urbana na região da grande Cuiabá, tendo sido emitido pareceres
para 2015, 2020 e 2030. Adotou-se o parecer para 2015.
Este estudo considerou todos os modos de transporte: coletivo, individual motorizado e não-
motorizado. O Indicador é obtido pela simples divisão do número de viagens pelo total da
população das duas cidades consideradas:
1.030.890
𝐈= = 𝟏, 𝟐𝟖 𝐯𝐢𝐚𝐠𝐞𝐦/𝐡𝐚𝐛𝐢𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞/𝐝𝐢𝐚
804.059
D) Normalização do score
Para Valores de Referência maiores que 0,5 e menores que 2,0 o score varia linearmente e
é obtido por interpolação:
23
Baixa qualidade porque o estudo do PlanMob considerou a região de Cuiabá e Várzea Grande,
Município vizinho cuja população corresponde a pouco menos da metade existente em Cuiabá.
140
Tabela 39 - Escala de Avaliação para o Indicador 6.3.3
A) Definição
Políticas, estratégias ou ações empreendidas pelo Município com objetivo de reduzir o
tráfego motorizado.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas com técnicos da SEMOB (CA), identificou-se que não houve em
2014 nenhuma das ações listadas abaixo:
Delimitação de zonas com restrição ao tráfego de veículos motorizados;
Estabelecimento de taxações sobre a circulação de veículos motorizados em
determinadas zonas da cidade (pedágio urbano);
Estabelecimento de rodízios veiculares ou outros mecanismos visando minimizar o
volume de veículos em circulação em determinados períodos do dia ou da semana;
Campanhas de educação e conscientização sobre os impactos dos modos
motorizados de transportes;
Outro mecanismo de mesma natureza.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Os Valores de Referência, propostos por Costa (2008), na Tabela 40 não levam em conta
todas as possibilidades de combinação de ações, tornando limitada a avaliação. Optou-se,
assim, por atribuir o valor 0,20 para cada ação de redução de tráfego.
D) Normalização do score
Como nenhuma ação foi identificada o score é nulo:
141
S=0
A) Definição
Porcentagem de técnicos e gestores de órgãos de planejamento urbano, transportes e
mobilidade com qualificação superior, do total de trabalhadores destes órgãos no ano de
referência.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevista com técnicos da SEMOB e do IPDU24, coletou-se os
seguintes dados (CA):
C) Método de cálculo
72
I= = 𝟐𝟕, 𝟓%
262
D) Normalização do score
Pela Tabela 41, o indicador é obtido sem necessidade de interpolar valores:
S=1
A) Definição
Durante o ano de referência, contabilizar número de horas de treinamento e capacitação
oferecidas a técnico e gestor das áreas de planejamento urbano, transporte e mobilidade.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas com técnicos da SEMOB, coletou-se os seguintes dados (CA):
Número de funcionários da SEMOB e IPDU: 262
Número de horas investidas em cursos de capacitação no ano 2014: zero
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
143
Obtém-se o Indicador dividindo o total de horas ofertadas pelo número de funcionários,
expresso em horas/funcionário/ano. Como não houve cursos de capacitação o Indicador é
nulo.
D) Normalização do score
Pela tabela 42, o score é obtido por associação direta:
S=0
Tabela 42 - Escala de Avaliação para o Indicador 7.1.2
A) Definição
Medida da vitalidade do centro da cidade em dois momentos distintos, baseada no número
de residentes e no número de empregos nos setores de comércio e serviços localizados na
área.
B) Fonte de Dados
Com base no PlanMob – RMVRC, obteve-se os seguintes dados (CM):
Número da população residente na área central da cidade no ano 2015: 8.525 (a);
Número da população residente na área central da cidade no ano 2010: 8.119 (b);
Número de empregos nos segmentos de comércio e serviços (públicos e privados)
na área central da cidade no ano 2015: 38.289 (c);
Número de empregos nos segmentos de comércio e serviços (públicos e privados)
na área central da cidade no ano 2010: 33.854 (d).
144
Qualidade geral dos dados: (CM) 25
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido através da equação (as variáveis foram apresentas no item B):
𝑎 𝑐 8.525 38.289
( + ) ( + )
𝑏 𝑑 8.119 33.854
I= = = 𝟏, 𝟎𝟗
𝟐 2
D) Normalização do score
Pela Tabela 43, percebe-se que para valores de I no intervalo 0,5 a 1,5 a variação do score
é linear. Portanto, por interpolação obtém-se o score:
A) Definição
Existência de consórcios públicos intermunicipais para provisão de infraestrutura e serviços
de transportes urbano e metropolitano.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas a técnicos da SEMOB e consulta ao Portal da Transparência do site
oficial da Prefeitura quanto aos gastos da SEMOP, concluiu-se que não houve no ano 2014
nenhum tipo de consórcio intermunicipal. O Indicador previa levantar tais informações:
Consórcios para a aquisição de máquinas e equipamentos para execução de obras
de infraestrutura de transportes;
Consórcios para execução de obras de manutenção, conservação e construção de
infraestrutura de transportes;
Consórcios para prestação de serviços de transporte público urbano e metropolitano.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Comparou-se os dados levantados com os Valores de Referência apresentados na Tabela
44, identificando a mais próxima alternativa: “Não foi firmado ou encontra-se em vigor
nenhum consórcio intermunicipal para provisão de infraestrutura e prestação de serviços de
transporte.”
D) Normalização do score
O valor é obtido por associação direta na Tabela 44:
S=0
146
0,50 Aquisição de máquinas e equipamentos e execução de obras de
manutenção e conservação de infraestrutura de transportes
0,25 Aquisição de máquinas e equipamentos para provisão de infraestrutura de
transportes
0,00 Não foi firmado ou encontra-se em vigor nenhum consórcio intermunicipal
para provisão de infraestrutura e prestação de serviços de transporte
A) Definição
Existência de publicação formal e periódica por parte da administração Municipal sobre
assuntos relacionados à infraestrutura, serviços, planos e projetos de transportes e
mobilidade urbana.
B) Fonte de Dados
Dentre as quatro publicações solicitadas pelo Indicador, a pesquisa identificou a existência
de apenas uma:
Publicação de contratos e licitações para execução de obras de infraestrutura e
prestação de serviços de transporte público, através do Geo-obras no site do
Tribunal de Contas do Estado (CA);
Segundo técnicos da SEMOB, o Município não realiza as outras três publicações (CA):
Estágio de desenvolvimento de planos e projetos de transportes e mobilidade
urbana;
Aplicação e fonte de recursos para planos e projetos de transportes e mobilidade
urbana;
Divulgação de impactos sociais, econômicos e ambientais de planos e projetos de
transportes e mobilidade urbana.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Os Valores de Referência propostos por Costa (2008) na Tabela 45 não levam em conta
todas as possibilidades de combinação de ações, tornando limitada a avaliação. Optou-se,
assim, por atribuir o valor 0,25 para cada tipo de publicação realizada em 2014.
147
D) Normalização do score
Apenas um item foi atendido:
S = 0,25
A) Definição
Porcentagem de áreas que se encontram vazias ou desocupadas na área urbana do
Município.
B) Fonte de Dados
Área total urbana: 254,6 km² - Perfil socioeconômico de Cuiabá (CA)
Área de vazios urbanos: 1/3 da área urbana: 84,9 km² - entrevista com técnico da
SEMOB (CB)
Qualidade geral dos dados: CB26
26 O técnico da SEMOB informou que este dado é uma estimativa, levando em conta também as
áreas de expansão urbana ainda não ocupadas, além de um estudo feito pela Prefeitura onde
verificou-se que a área urbana tem capacidade de suportar o triplo da atual população (mantendo a
atual densidade), devido justamente aos seus vazios que ocupam a terça parte da área urbana.
148
C) Método de cálculo
O Valor de Referência é obtido pelo quociente da área vazia pela área total, expresso em
porcentagem:
84,9
𝐈= = 0,33 = 𝟑𝟑%
254,6
D) Normalização do score
Pela Tabela 46, para Valores de Referência maiores que 10% e menores que 50%, o score
varia linearmente e é obtido por interpolação:
40 − 30 0,25 − 0,5
= → 𝐒 = 𝟎, 𝟒𝟑
40 − 33 0,25 − S
A) Definição
Razão entre a área de novos projetos (para diferentes usos) previstos ou em fase de
implantação em regiões dotadas de infraestrutura e serviços de transportes, e a área de
novos projetos em regiões ainda não desenvolvidas e sem infraestrutura de transportes.
B) Fonte de Dados
Indicador não calculado por falta de dados. A Prefeitura não dispõe do mapa de áreas de
novos projetos referentes ao período 2010-2015.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
149
DOMÍNIO Planejamento integrado
TEMA Planejamento e controle do uso e ocupação do solo
INDICADOR 7.5.3 Densidade populacional urbana
A) Definição
Razão entre o número total de habitantes da área urbana e a área total urbanizada do
Município.
B) Fonte de Dados
Número de habitantes da área urbana: 540.814 – IBGE, Censo 2010 (CA)
Área urbana: 254,6 km² - Perfil socioeconômico de Cuiabá (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Dividiu-se o número de habitantes pela área urbana:
540.814
𝐈= = 𝟐. 𝟏𝟐𝟒 𝐡𝐚𝐛./𝐤𝐦²
254,6
D) Normalização do score
Pela Tabela 47, o score é obtido por associação direta:
S=0
Tabela 47 - Escala de Avaliação para o Indicador 7.5.3
150
A) Definição
Porcentagem da área urbana destinada ao uso misto do solo, conforme definido em
legislação Municipal. As zonas de uso misto se constituem em porções do território
destinadas à implantação de usos residenciais e não residenciais, inclusive no mesmo lote
ou edificação.
B) Fonte de Dados
Mapa digital do zoneamento do Município – SEMOB (CA);
Legislação urbanística - lei de uso e ocupação do solo – SEMOB (CA);
Área Urbana: 254,6 km² - Perfil socioeconômico de Cuiabá (CA);
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
A legislação determina algumas zonas que são predominantemente residenciais, o que
ainda confere a característica de uso misto, porque nenhuma tem caráter exclusivamente
residencial. Tais zonas podem contemplar, inclusive na mesma edificação, apenas aquelas
atividades comerciais estabelecidas por Lei, ditas de Uso Compatível, como padaria,
mercearia, sapateiro, chaveiro e outros. São as zonas compostas pelos bairros:
Santa Rosa: 805.503 m²
Jardim Cuiabá 511.389 m²
Jardim das Américas (parte): 301.973 m²
Jardim Itália: 456.867 m²
Boa Esperança: 1.048.130 m²
Jardim Califórnia e Jardim Shangri-lá: 721.864 m²
Além dessas zonas de Uso Misto restrito, que somam 3,85 km², a imensa maioria das zonas
são de Uso Misto, sem restrições do tipo de comércio.
Há o Distrito Industrial, cuja área é restrita a edificações industriais e comerciais
compatíveis. As residências podem ser construídas nos bairros próximos como Nova
Esperança, Industriário, Pedra 90. A única exceção é o Loteamento Chácara São José, que
está inserido no Distrito. O Distrito Industrial é definido pelo Plano de Zoneamento- Lei nº
389 – como Zona de Alto Impacto (ZAI) e ocupa uma área de 23.564.072 m² ou 23,56 km².
Assim, a área (A) onde é permitida o uso misto corresponde a toda área urbana exceto o
Distrito Industrial:
A = 254,6 – 23,56 = 231 km²
151
Para o cálculo do Indicador, dividiu-se a área das zonas onde é permitida o uso misto pela
área urbana, expresso em porcentagem:
231
𝐈= x 100 = 𝟗𝟎, 𝟕𝟓%
254,6
D) Normalização do score
Pela Tabela 48, o score é obtido sem necessidade de interpolação:
S=1
A) Definição
Porcentagem da área urbana constituída por assentamentos informais ou irregulares.
B) Fonte de Dados
Indicador não calculado por falta de dados. Recentemente, em dezembro de 2015, a
Prefeitura através do Decreto nº 5.921 reconheceu como passível de Regularização
Fundiária as áreas localizadas em 42 bairros de Cuiabá. No entanto, não dispõe em
nenhuma de suas secretarias, nem mesmo no IPDU, valores exatos dessas áreas ocupadas
irregularmente.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
152
DOMÍNIO Planejamento integrado
TEMA Planejamento estratégico e integrado
INDICADOR 7.6.1 Planejamento urbano, ambiental e de transportes integrado
A) Definição
Existência de cooperação formalizada entre os órgãos responsáveis pelo planejamento e
gestão de transportes, planejamento urbano e meio ambiente no desenvolvimento de
estratégias integradas para a melhoria das condições de mobilidade urbana.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevista com técnicos da SEMOB, obteve-se as seguintes informações (CA):
Existe cooperação formal entre as secretarias somente quando surge a necessidade,
como nos casos em que é preciso derrubar árvores para construir novas vias; ou
outras ações pontuais, em que se consulta a secretaria de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Compara-se os dados levantados pela pesquisa com os Valores de Referência
apresentados na Tabela 49.
D) Normalização do score
O valor do score é obtido imediatamente da Tabela 49:
S = 0,33
A) Definição
Programas e projetos de transportes e mobilidade urbana efetivados pela administração
Municipal no ano de referência e continuidade das ações implementadas.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas a técnicos da SEMOB e consulta ao Portal da Transparência do site
oficial da Prefeitura quanto aos gastos da SEMOP, identificou-se que dentre as ações que o
Indicador propôs, o Município de Cuiabá realizou no ano 2014 as seguintes (CA):
Continuação da construção e ampliação da infraestrutura de transportes para os
modos público e privado, motorizado; tais como as trincheiras da Av. Miguel Sutil e
os viadutos da Av. Fernando Corrêa.
Manutenção corretiva e preventiva da infraestrutura de transportes, como
recapeamento de vias locais.
Melhoria de serviços de transporte público, como implantação de corredores
preferenciais para linhas de ônibus (Avenidas Isaac Póvoas e Getúlio Vargas)
Pesquisas e estudos de transportes e mobilidade urbana;
Sistemas de monitoramento de velocidade em avenidas de grande fluxo de veículos,
como a Beira-rio, General Melo e Mato Grosso.
27 Os técnicos entrevistados não souberam afirmar com certeza a respeito de todas ações não
realizadas. E o Portal da Transparência não apresenta relatórios discriminados de todos os gastos, o
que pode encobrir gastos em algumas dessas áreas.
154
C) Método de cálculo
Compara-se o resultado obtido pela pesquisa com a Escala de Avaliação proposta por costa
(2008) na Tabela 50.
D) Normalização do score
Tem-se que:
S = 0,75
A) Definição
Área urbana com cobertura vegetal por habitante (m²/habitante).
B) Fonte de Dados
Mapa digital do zoneamento do Município, – SEMOB (CA)
Número de habitantes da área urbana: 540.814 – IBGE (CA);
Área de Praças: 384.959 m² - SECID (CA);
Área de locais de preservação abertos à visitação28: 110.000 m²
Qualidade geral dos dados: (CA)
28 Horto Florestal Tote Garcia. Dado fornecido pela administração do Horto (CA).
155
C) Método de cálculo
Na base georreferenciada do Município fez-se a medição das áreas dos seguintes Parques:
Parque Mãe Bonifácia: 776.311 m²
Parque Municipal Dante de Oliveira: 322.176 m²
Parque Estadual Massairo Okamura: 119.666 m²
Parque Estadual Zé Bolo Flô: 659.776 m²
Parque Antônio Pires de Campos (Morro da Luz): 135.899 m²
Parque Federal da UFMT (zoológico e bosques): 120.000 m²
Total: 2.133.828 m²
Somou-se as áreas das praças, parques e dos locais de preservação abertos à visitação:
Total de áreas verdes: 2.628.787 m²
O Indicador é obtido pelo quociente da área de cobertura vegetal total pelo número de
habitantes.
2.628.787
𝐈= = 𝟒, 𝟖𝟔 𝐦𝟐 /𝐡𝐚𝐛
540.814
D) Normalização do score
Pela Tabela 51, para Valores de Referência abaixo de 5 m²/habitantes o score é nulo:
S=0
A) Definição
Número de escolas em nível de educação infantil, fundamental e médio, públicas e
particulares, por 1000 habitantes.
156
B) Fonte de Dados
Número de habitantes da área urbana: 540.814 – IBGE, Censo 2010 (CA);
Número de escolas29: 378 – SEDUC, Censo escolar 2014 (CA);
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Dividiu-se o número total de escolas pelo número de habitantes. O Resultado multiplicou-se
por 1.000, para obter o Indicador expresso em escolas/1.000 habitantes:
378
𝐈= x 1.000 = 𝟎, 𝟕/ 𝟏. 𝟎𝟎𝟎 𝐡𝐚𝐛
540.814
D) Normalização do score
Para Valores de Referência entre 0,5 e 1,0, a variação do score é linear, conforme Tabela
52. Logo, por interpolação, calcula-se o score:
A) Definição
Número de equipamentos de saúde ou unidades de atendimento médico primário (postos de
saúde) por 100.000 habitantes.
29
Conforme o IMUS, levantou-se número de escolas públicas e particulares apenas dos níveis infantil
e fundamental.
157
B) Fonte de Dados
Número de habitantes da área urbana: 540.814 – IBGE, Censo 2010 (CA)
Número de unidades de atendimento médico primário: 88 – Perfil Socioeconômico de
Cuiabá (CA);
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Dividiu-se o número total de posto de saúde pelo número de habitantes. O Resultado
multiplicou-se por 100.000, para obter o Indicador expresso em escolas para cada 100.000
habitantes.
88
𝐈= x 100.000 = 𝟏𝟔 / 𝟏𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝐡𝐚𝐛
540.814
D) Normalização do score
Para Valores de Referência entre 11 e 49, a variação do score é linear, conforme Tabela 53.
Logo, por interpolação, calcula-se o score:
A) Definição
Existência e ano de elaboração/atualização do Plano Diretor Municipal.
158
B) Fonte de Dados
Por meio de consulta à Legislação Municipal e entrevista com técnico da SEMOB, levantou-
se que o Plano Diretor, implantado em 2007, foi atualizado em 2014, mas ainda sem efeito
prático das novas atualizações. Logo considera-se Plano Diretor com 7 anos.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Compara-se os dados levantados com os Valores de Referência apresentados na Tabela
53.
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na referida Tabela:
S = 0,5
A) Definição
Existência de legislação urbanística.
B) Fonte de Dados
Através de entrevista com técnicos da SEMOB, consulta à Legislação Municipal e ao site
oficial da Prefeitura, identificou-se que os itens abaixo existem na legislação urbana:
Lei do Perímetro Urbano – Lei complementar nº 4.719 de 2004;
Lei de Zoneamento e Lei de Uso e Ocupação do Solo – Lei complementar nº 231 de
2011, que contempla:
o Outorga Onerosa do Direito de Construir;
o Legislação Sobre Áreas de Interesse Especial;
159
o Legislação de Interesse Social;
o Transferência do Direito de Construir;
o Operações Urbanas Consorciadas;
o Instrumentos para o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios;
Código de Obras e Código de Posturas – Lei complementar nº 004 de 1992;
Instrumentos previstos no Estatuto das Cidades, como o Estudo de Impacto de
vizinhança (EIV) e Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV), além dos que já foram
citados na Lei de Zoneamento;
Outros instrumentos de planejamento urbano, como IPTU progressivo – Lei
complementar nº 221 de 2010.
Qualidade geral dos dados (CA)
C) Método de cálculo
Como todos os itens foram avaliados positivamente, o Valor de Referência é máximo.
D) Normalização do score
Para o Valor de Referência máximo, o score também é máximo:
S = 1,00
A) Definição
Fiscalização por parte da administração Municipal com relação ao cumprimento da
legislação urbanística vigente.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevista com técnicos da SEMOB, identificou-se que as ações abaixo são
praticadas pela administração Municipal:
Operações de fiscalização, notificação, autuação e penalização por parte da
administração Municipal de projetos, obras e empreendimentos em desacordo com a
legislação urbanística vigente.
Penalidades aplicadas aos infratores, através de multas e embargos de obra.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Avaliou-se a atuação do Município no ano 2014 quanto aos aspectos citados no item B, por
meio de entrevistas com técnicos da SEMOB, em que o Valor de Referência que melhor se
adequa à pesquisa realizada diz que a administração Municipal tem realizado Operações de
fiscalização de obras e empreendimentos em desacordo com a legislação urbanística
Municipal, notificação e autuação dos responsáveis, incluindo aplicação de multas.
D) Normalização do score
O valor do score é obtido diretamente na Tabela 56:
S = 0,75
161
Tabela 56 - Escala de Avaliação para o Indicador 7.8.3
A) Definição
Número de mortos em acidentes de trânsito ocorridos em vias urbanas no ano de referência,
por 100.000 habitantes.
B) Fonte de Dados
Número de mortos (ano 2014) em acidentes de trânsito: 286 – PJC (CA);
População urbana: 540.814 – Perfil socioeconômico de Cuiabá (CA).
Qualidade geral dos dados: CA
C) Método de cálculo
O indicador é obtido do quociente do número de mortos pela população urbana. O resultado
é multiplicado por 100.000:
286
I= x 100.000 = 𝟓𝟑
540.814
D) Normalização do score
Pela Tabela 57, para Valores de Referência maiores que 0 e menores que 400, o indicador
é obtido por interpolação:
162
1,00 − 0,75 S − 0,75
= → 𝐒 = 𝟎, 𝟖𝟕
0 − 100 53 − 100
A) Definição
Porcentagem dos acidentes de trânsito ocorridos no ano de referência em vias urbanas do
Município envolvendo pedestres e ciclistas.
B) Fonte de Dados
Número de acidentes de trânsito no ano 2014 (fatais ou não): 5.743 – PJC (CA);
Número de acidentes no ano 2014 envolvendo ciclista ou pedestre: 401 – PJC (CA).
Qualidade geral dos dados: CA
C) Método de cálculo
O indicador é obtido pelo quociente do número de acidentes envolvendo ciclista e pedestre
pelo número total de acidentes, expresso em porcentagem:
401
I= x 100 = 𝟕%
5.743
D) Normalização do score
Pela Tabela 58, para Valores de Referência maiores que 5% e menores que 25%, o
indicador é obtido por interpolação:
A) Definição
Porcentagem da extensão de vias locais com dispositivos de moderação de tráfego em
relação a extensão total de vias locais do sistema viário urbano.
B) Fonte de Dados
Através de entrevista com técnicos da SEMOB, aliada à análise das vias por meio do
software Google Earth e também visita 1in loco, conclui-se que não há vias locais na
malha viária urbana que contemple por toda sua extensão algum dos seguintes
dispositivos de moderação de tráfego:
Vias com estreitamento ou mudanças no alinhamento;
Vias com instalação de barreiras físicas ou dispositivos de redução de velocidade
como travessias elevadas, “chicanes”, ondulações, entre outros;
Vias com limite de velocidade igual ou inferior a 30 km/h, controladas ou não por
dispositivos eletrônicos, como lombadas;
Vias com pavimentação diferenciada visando a redução das velocidades de tráfego;
Outras medidas físicas ou de gerenciamento e operação do tráfego visando a
redução dos volumes e velocidade de tráfego.
Existem, sim, trechos de algumas vias que utilizam travessias elevadas ou que tenham
limite de velocidade de 30 km/h. No entanto, são casos pontuais, normalmente por se tratar
de área escolar ou comercial, que gera grande fluxo de pessoas, porém não se trata da via
por completo e, ainda que se fizesse a medição da extensão desses trechos, seria um valor
ínfimo comparado à malha viária urbana, levando ao mesmo resultado de não considera-los.
164
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pelo quociente da extensão de vias locais com moderadores pela
extensão total de vias locais. Como não há nenhum tipo de moderador, o quociente é nulo.
I=0
D) Normalização do score
Pela Tabela 59, o score é obtido por associação direta:
S=0
A) Definição
Porcentagem de escolas de nível pré-escolar, fundamental e médio, públicas e particulares,
promovendo aulas ou campanhas de educação para o trânsito no ano de referência no
Município.
B) Fonte de Dados
Número de escolas públicas (infantil, fundamental e médio): 211 – SEDUC (CA)
Número de escolas particulares (infantil, fundamental e médio): 177 – SEDUC (CA)
Número total de escolas que ofertam disciplinas de educação para o trânsito: 213 -
SME (CB)
165
Qualidade geral dos dados: (CB)30
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pelo quociente do número de escolas que promovem tais campanhas
de educação pelo número total de escolas, expresso em porcentagem:
213
I= x 100 = 𝟓𝟒, 𝟗%
388
D) Normalização do score
O score é o próprio Valor de Referência, expresso em número decimal:
S = 0,55
A) Definição
Média diária mensal de horas de congestionamento de tráfego em vias da rede viária
principal.
B) Fonte de Dados
Tempo médio diário de congestionamento: 13,2 minutos/dia – PlanMob RMVRC;
Qualidade geral dos dados: (CA)
30Segundo a SME, todas as escolas de educação básica da rede pública do município abordam a
temática de trânsito em matérias transversais. Mas como não foi possível obter resposta de todas as
escolas particulares, a qualidade dos dados é baixa.
166
C) Método de cálculo
Com base no relatório do PLanMob, que teve como base o mês de maio de 2010, para cada
via analisada, somou-se o tempo gasto em congestionamento em três momentos diferentes
do dia (picos da manhã, almoço e tarde, sempre no sentido mais lento). Na sequência foi
feita a média dos seis pontos de congestionamento analisados, conforme Tabela 60:
I = 0,57 horas/dia
D) Normalização do score
Pela Tabela 61, o score é obtido sem necessidade de interpolação:
S = 1,00
167
DOMÍNIO Tráfego e circulação urbana
TEMA Fluidez e circulação
INDICADOR 8.3.2 Velocidade média do tráfego
A) Definição
Velocidade média de deslocamento em transporte individual motorizado, observada num
circuito pré-estabelecido de vias (rede viária principal), em horário de pico.
B) Fonte de Dados
Velocidade média em horário de pico = 30,86 km/h – PlanMob RMVRC
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Foram coletados dados – ver Tabela 62 – para diversas vias e em três momentos: pico da
manhã, do almoço e da tarde. Para cada horário de pico está apresentada a média das
velocidades de tráfego dos dois sentidos da via.
Velocidade (km/h)
Via ou eixo viário Pico da Pico do Pico da Média
Manhã Almoço Tarde
Av. João Gomes Sobrinho 22,57 25,74 19,44 22,58
Av. Beira-rio 35,11 41,2 28,7 35,00
Av. Carmindo de Campos 31,50 29,17 27,92 29,53
Eixo Av. Miguel Sutil – Dom Orlando 35,49 37,44 26,56 33,16
Av. Archimedes Pereira Lima 50,07 46,57 45,32 47,32
Rua São Sebastião 29,79 30,52 19,37 26,56
Av. Agrícola Paes de Barros 28,93 31,07 28,35 29,45
Av. Mato Grosso 24,03 24,31 16,00 21,45
Eixo Rod. Emanuel Pinheiro – Av. 38,74 49,36 39,09 42,40
República do Líbano – Av. Marechal
Deodoro
Av. Isaac Póvoas (Generoso Ponce) 25,33 27,83 13,88 22,35
Av. Fernando Corrêa 39,09 34,19 33,54 35,61
Av. Hist. Rubens de Mendonça 36,21 36,77 32,39 35,12
168
Eixo Av. Tenente Coronel Duarte – 25,03 20,65 16,42 20,70
Av. XV de novembro
Média Geral (km/h) 32,45 33,45 26,69 30,86
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na Tabela 63:
S = 1,00
A) Definição
Porcentagem de condutores habilitados que cometeram infrações em relação ao número de
condutores com habilitação no Município no ano de referência.
B) Fonte de Dados
O DETRAN, através do REANEST, disponibiliza os seguintes dados para o ano 2014:
Número total de condutores habilitados: 267.499
Número de condutores que cometeram infrações gravíssimas: 21.205
Número de condutores que somaram 20 pontos ou mais na CNH31: 4.841
Qualidade geral dos dados: (CA)
31 Carteira Nacional de Habilitação, documento que atesta que o cidadão brasileiro está apto a dirigir.
Pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) – Lei nº 9.503/97, as infrações são classificadas em graus
de gravidade e para cada grau existe uma penalização em forma de pontos na CNH. Aquele condutor
que somar 20 pontos por sucessivas infrações no período de 12 meses terá suspenso o direito de
dirigir, conforme previsto na Lei.
169
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pelo número total de infratores acima considerados pelo número total
de condutores habilitados, expresso em porcentagem:
21.205 + 4.841
𝐈= = 0,0974 = 𝟗, 𝟕𝟒%
267.499
D) Normalização do score
Para Valores de Referência maiores que 2% e menores que 10%, a variação do score é
linear. Assim o score é obtido por interpolação:
A) Definição
Número de automóveis registrados no Município por 1.000 habitantes no ano de referência.
B) Fonte de Dados
Número de automóveis registrados no Município: 266.620 – DETRAN (CA);
Número de habitantes: 540.814 – IBGE, Censo 2010 (CA);
Qualidade geral dos dados: (CA)
170
C) Método de cálculo
Considerou-se como automóvel a definição apresentada pelo DENATRAN: “veículo
automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade para até oito pessoas,
exclusive o condutor”. Calculou-se, então, o Indicador fazendo o quociente entre o número
de automóveis pelo número de habitantes, multiplicando-se o resultado por 1.000:
266.620
𝐈= 𝑥 1.000 = 𝟒𝟗𝟑
540.814
D) Normalização do score
Pela Tabela 65, o score é obtido sem necessidade de interpolação:
S=0
A) Definição
Número médio de passageiros em automóveis privados em deslocamentos feitos na área
urbana do Município, para todos os motivos de viagem.
B) Fonte de Dados
Indicador não calculado por falta de dados confiáveis. A mais recente Pesquisa Origem-
Destino, presente no relatório do PlanMob RMVRC, de 2010, não traz essa informação.
Outras pesquisas consultadas tratavam de ambientes localizados e não de toda a área
urbana. Os técnicos das secretarias municipais e estaduais consultados informaram valores
sem embasamento em estudo algum. Realizar tal pesquisa demandaria um longo prazo.
Qualidade geral dos dados: L
171
DOMÍNIO Sistemas de transporte urbano
TEMA Disponibilidade e qualidade do transporte público
INDICADOR 9.1.1 Extensão da rede de transporte público
A) Definição
Extensão total da rede de transporte público em relação a extensão total do sistema viário
urbano.
B) Fonte de Dados
Mapa digital com as rotas fixas de ônibus e micro-ônibus – SEMOB (CA);
Extensão da malha viária urbana: 1.824 km - Perfil socioeconômico de Cuiabá (CA);
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
No mapa urbano, identificou-se as rotas de todas as linhas e fez-se a soma das extensões,
descartando trechos de linhas coincidentes: 388,58km (ver mapa no Apêndice 8).
O Indicador foi obtido pelo quociente da extensão da rede de transporte público pela
extensão total do sistema viário urbano, expresso em porcentagem:
388.58
I= x 100 = 𝟐𝟏, 𝟑%
1.824
D) Normalização do score
Pela Tabela 66, para Valores de Referência maiores que 20%, o score é obtido por
interpolação:
0,25 − 0,00 S − 0,00
= → 𝐒 = 𝟎, 𝟎𝟐
40 − 20 21,3 − 20
172
DOMÍNIO Sistemas de transporte urbano
TEMA Disponibilidade e qualidade do transporte público
INDICADOR 9.1.2 Frequência de atendimento do transporte público
A) Definição
Frequência média de veículos de transporte coletivo por ônibus em linhas urbanas no
Município, nos dias úteis e períodos de pico.
B) Fonte de Dados
Segundo o relatório do PlanMob RMVRC, os dados gerais para número de linhas e ônibus:
Número de linhas: 88
Total de ônibus em hora de pico (6:00 – 7:00): 337
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pelo quociente entre o total de ônibus e o número de linhas:
337
𝐈= = 𝟑, 𝟖𝟑 ô𝐧𝐢𝐛𝐮𝐬/𝐥𝐢𝐧𝐡𝐚/𝐡𝐨𝐫𝐚 𝐩𝐢𝐜𝐨
88
173
DOMÍNIO Sistemas de transporte urbano
TEMA Disponibilidade e qualidade do transporte público
INDICADOR 9.1.3 Pontualidade
A) Definição
Porcentagem das viagens em veículos de transporte coletivo por ônibus respeitando a
programação horária.
B) Fonte de Dados
Indicador não calculado por falta de dados suficientes. Todas as viagens têm horário
programado, no entanto, a SEMOB informou que boletins de registro existem apenas para
as viagens não realizadas. Para as viagens realizadas, dentro ou fora do horário
programado, não há registro de hora.
Qualidade geral dos dados: L
S = não calculado
A) Definição
Velocidade média de deslocamento em transporte público por ônibus (velocidade
comercial).
B) Fonte de Dados
De acordo o PlanMob RMVRC32:
Distância média dos deslocamentos na zona urbana: 8,1 km
Tempo médio de viagem em ônibus urbano: 41 minutos
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Calculou-se a velocidade média pela simples divisão da distância média pelo tempo médio
gasto pelos veículos de transporte público, expresso em km/h.
32Os dados são prognósticos para o ano 2015, com base nos dados de 2010 e anos anteriores e
previsão do crescimento populacional e frota de veículos.
174
8,1
𝐈= x 60 = 𝟏𝟏, 𝟖𝟓 𝐤𝐦/𝐡
41
D) Normalização do score
Pela Tabela 68, o score varia linearmente para velocidades acima de 10 km/h e menores
que 25 km/h. O score é obtido por interpolação:
A) Definição
Idade média da frota de ônibus e micro-ônibus urbanos no ano de referência no Município.
B) Fonte de Dados
De acordo com os relatórios emitidos pelas empresas operadoras de transporte público,
fornecidos pela SEMOB:
Frota de ônibus e idade média: 409 veículos com idade média de 5,6 anos.
Frota de micro-ônibus e idade média: 74 veículos com idade média de 3,9 anos.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Fonte
Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana,
175
D) Método de cálculo
O Indicador é obtido pela média ponderada da idade das frotas:
(409 x 5,6) + (74 x 3,9)
I= = 𝟓, 𝟑 𝐚𝐧𝐨𝐬
483
E) Normalização do score
Para Valores de Referência maiores que 5 anos e menores que 11, a variação do score é
linear. Obtém-se o score por interpolação:
A) Definição
Razão entre o número total de passageiros transportados e a quilometragem percorrida pela
frota de transporte púbico do Município.
B) Fonte de Dados
De acordo com os relatórios emitidos pelas empresas operadoras de transporte público,
fornecidos pela SEMOB:
176
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido por meio do quociente entre número de passageiros transportados e a
quilometragem percorrida, expresso em passageiros/km:
75.176.008
𝐈= = 𝟏, 𝟏𝟓
65.328.028,2
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta pela Tabela 70:
S=0
A) Definição
Variação em termos percentuais do número de passageiros transportados pelos serviços de
transporte público urbano no Município para um período de 2 anos.
B) Fonte de Dados
De acordo com os relatórios emitidos pelas empresas operadoras de transporte público,
fornecidos pela SEMOB:
Número de passageiros transportados em 2013: 75.074.227
Número de passageiros transportados em 2014: 75.176.008
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
177
O Indicador é obtido pela análise do quociente do número de passageiros transportados em
2014 pelo número transportado em 2013
75.176.008
I= = 1,001 → 𝟎, 𝟏% 𝐝𝐞 𝐜𝐫𝐞𝐬𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨
75.074.227
D) Normalização do score
Como o crescimento foi insignificante, considerou-se constante o número de passageiros
transportados nos dois anos. O score é obtido pela Tabela 71:
S = 0,5
A) Definição
Porcentagem da população satisfeita com o serviço de transporte público urbano e
metropolitano em todas as suas modalidades.
B) Fonte de Dados
Porcentagem da população satisfeita: 5% - Vetor Pesquisa33
33 Mais recente pesquisa de opinião que aborda o assunto, feita através do projeto Nossa Casa 2015.
178
Amostra: 500 entrevistas
Intervalo de confiança: 95%
Margem de erro: 4,3%
Coleta de campo: Entre 20 e 30 de março de 2015.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
A pesquisa não detalha quais aspectos do transporte público foram analisados; apenas
fornece a opinião da população, através dos conceitos Positiva, Regular, Negativa, quanto à
qualidade do sistema de modo geral, que contempla ônibus e micro-ônibus. A Figura 4
apresenta os dados da pesquisa:
80% 68%
60%
40%
13% 14%
20% 5%
0%
Logo, I = 5%
D) Normalização do score
Costa (2008) sugere identificar o percentual da população totalmente satisfeita (ou que
percebe o serviço de transporte como excelente). Dos parâmetros apresentados pela Vetor
Pesquisa, o conceito Positiva é o que mais se aproxima da ideia de excelência. Pela Tabela
72, o score é o próprio Valor de Referência, expresso em número decimal.
S = 0,05
179
0,50 50%
0,25 25%
0,00 0
A) Definição
Número de modos de transporte disponíveis na cidade.
B) Fonte de Dados
Segundo técnicos da SEMOB, existem na área urbana do Município de Cuiabá os seguintes
modos de transportes34:
Automóvel particular
Táxi;
Van;
Serviço especial (fretados, serviços programados por telefone);
Ônibus/micro-ônibus;
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Identificou-se 5 modos de transporte, além dos modos a pé e bicicleta.
𝐈=𝟕
D) Normalização do score
Pela Tabela 73, o score é obtido por associação direta:
S = 1,00
A) Definição
Razão entre o número diário de viagens na área urbana ou metropolitana feitas por modos
coletivos de transporte e o número diário de viagens feitas por modos individuais de
transporte motorizados.
B) Fonte de Dados
Dados35 coletados do PlanMob RMVRC:
Número de viagens de ônibus/micro em um dia: 37.481
Número de viagens de automóveis particulares em um dia: 30.717
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pela razão entre o número de viagens diárias feitas por modos coletivos
de transporte e o número de viagens diárias feitas por modos individuais de transportes
motorizados:
37.481
𝐈= = 𝟏, 𝟐𝟐
30.717
D) Normalização do score
Conforme Tabela 74, para Valores de Referência maiores que 1 e menores que 5, a
variação do score é linear e pode ser obtido por interpolação:
35 O estudo do Governo do Estado considerou as viagens da hora de pico da manhã, tanto para
transporte coletivo quanto individual.
181
Tabela 74 - Escala de Avaliação para o Indicador 9.2.2
A) Definição
Razão entre o número diário de viagens na área urbana ou metropolitana feitas por modos
não-motorizados de transporte e número diário de viagens feitas por modos motorizados de
transporte.
B) Fonte de Dados
Dados coletados do PlanMob RMVRC:
Número de viagens por modo motorizado: 680.387
Número de viagens por modo não-motorizado: 350.503
Qualidade geral dos dados: (CB) 36
C) Método de cálculo
O Indicador é obtido pelo quociente entre viagens por modos não-motorizados e modos
motorizados:
350.503
I= = 𝟎, 𝟓𝟐
680.387
D) Normalização do score
Pela Tabela 75, para Valores de Referência menor que 1, o score é nulo:
S=0
36O estudo do Governo fornece o número médio de viagens em um dia considerando a população de
Cuiabá e Várzea Grande, Município vizinho cuja população corresponde a pouco menos da metade
da de Cuiabá. Por não considerar somente Cuiabá, a informação foi qualificada como baixa.
182
Tabela 75 - Escala de Avaliação para o Indicador 9.2.3
A) Definição
Porcentagem dos contratos de operação de serviços de transporte público que se
encontram regularizados.
B) Fonte de Dados
Segundo técnicos da SEMOB, nos últimos 5 anos não houve processo licitatório, apenas
renovação dos contratos das empresas prestadoras de serviço, que fora firmado há mais de
10 anos.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O quociente do número de contratos licitados pelo número total de contratos forneceria o
percentual de contratos regulamentados, porém como não houve novas licitações no
período estipulado de 5 anos, o Valor de Referência do Indicador é 0%.
𝐈 = 𝟎%
D) Normalização do score
De acordo com a Tabela 76, para Valor de Referência igual a 0% o score é nulo:
S=0
183
Tabela 76 - Escala de Avaliação para o Indicador 9.3.1
A) Definição
Grau de participação do transporte clandestino ou irregular nos deslocamentos urbanos.
B) Fonte de Dados
Segundo técnicos da SEMOB, a participação do transporte clandestino é inexpressiva.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Além da avaliação do técnico, o Indicador foi obtido pelo levantamento de campo, por meio
de conversas com taxistas e empresas operadoras de vans, que disseram existir transporte
clandestino, mas em grau inexpressivo.
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na Tabela 77:
S = 1,00
A) Definição
Porcentagem dos terminais de transporte urbano/metropolitano de passageiros que
permitem a integração física de dois ou mais modos de transporte público.
B) Fonte de Dados
Não há terminal intermodal no Município – SEMOB
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
Como não há terminal intermodal, a porcentagem é nula.
𝐈 = 𝟎%
D) Normalização do score
Pela Tabela 78, o score é obtido por associação direta:
S=0
Tabela 78 - Escala de Avaliação para o Indicador 9.4.1
185
A) Definição
Grau de integração do sistema de transporte público urbano e metropolitano, medido
através dos tipos de integração física e tarifária do sistema.
B) Fonte de Dados
Por meio de entrevistas com técnicos da SEMOB e levantamento de campo, concluiu-se
que é praticada a integração física e tarifária temporal no sistema de transporte por ônibus e
micro-ônibus, exceto para linhas que saem do mesmo terminal.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador foi obtido pela análise dos técnicos da secretaria e por levantamento de campo.
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na Tabela 79:
S = 0,5
186
A) Definição
Porcentagem dos usuários do sistema de transporte público que usufruem de descontos ou
gratuidade do valor da tarifa.
B) Fonte de Dados
De acordo com os relatórios emitidos pelas empresas operadoras de transporte público,
fornecidos pela SEMOB:
Número de embarques efetuados em um mês típico37: 6.957.338
Número de embarques com descontos ou gratuidade nesse mesmo mês: 2.265.536
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador foi obtido através do quociente entre o número de embarques com
desconto/gratuidade e o número total de embarques efetuados para o período de análise,
expresso em porcentagem:
2.265.536
𝐈= x 100 = 𝟑𝟐, 𝟓𝟔%
6.957.338
D) Normalização do score
Para Valores de Referência maiores que 10% e menores que 50% a variação do score é
linear e seu valor é obtido por interpolação:
37Mês típico é aquele em que não há férias escolares. Apenas quatro meses não são típicos: janeiro,
fevereiro, julho e dezembro. Para esta pesquisa foi avaliado o mês de outubro, por ter apresentado o
maior número de passageiros.
187
DOMÍNIO Sistemas de transporte urbano
TEMA Política tarifária
INDICADOR 9.5.2 Tarifas de transporte
A) Definição
Variação percentual dos valores de tarifa de transporte público urbano para um período de
análise, comparada a índices inflacionários para o mesmo período.
B) Fonte de Dados
Valor médio da tarifa de ônibus no ano 2013: R$ 2,87 – SEMOB (CA)
Valor médio da tarifa de ônibus no ano 2014: R$ 2,77 – SEMOB (CA)
Variação inflacionária38 no período 2013-2014: + 6,41% – IBGE (CA)
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
No ano 2013, foram operados três valores de tarifa:
De janeiro a maio: R$ 2,95
De junho a novembro: R$ 2,85
Em dezembro: R$ 2,60
Média ponderada da tarifa no ano 2013:
(2,95 x 5) + (2,85x6) + 2,60
Média = = R$ 2,87
12
38 Consultou-se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), produzido pelo IBGE (2015), por
ser o Indicador oficial do Governo Federal para aferição das metas inflacionárias.
39 Houve duas reduções: uma em junho de 2013, quando o Governo Federal zerou os impostos PIS e
COFINS das empresas de transporte coletivo, motivado pelas manifestações populares que tomaram
as ruas do país àquela época. A outra redução, em dezembro daquele ano, foi motivada por uma
auditoria das planilhas de custo das empresas prestadoras de serviço de transporte público (SITE DA
PREFEITURA, 2013).
188
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na Tabela 81:
S = 1,00
A) Definição
Subsídios públicos oferecidos aos sistemas de transporte urbano/metropolitano.
B) Fonte de Dados
Segundo técnicos da SEMOB, não há qualquer tipo de subsídio públicos ao sistema de
transporte. A gratuidade oferecida aos estudantes, idosos e outros não se enquadram na
categoria de subsídio, pelo contrário, promove o aumento da tarifa por parte das empresas
para compensar a perda na arrecadação.
Qualidade geral dos dados: (CA)
C) Método de cálculo
O Indicador foi obtido comparando-se as informações levantadas com os Valores de
Referência apresentados na Tabela 82.
D) Normalização do score
O score é obtido por associação direta na referida Tabela:
S=0
189
Tabela 82 - Escala de Avaliação para o Indicador 9.5.3
190
LEGENDA
Escala: 1 / 150.000
BAIRROS
01 - Jardim Ubirajara 14 - Cidade Verde
NE 15 - Cidade Alta
N
W
03 - Novo Colorado
W E
04 - Jardim Mariana 17 - Da Goiabeira
05 - Santa Marta 18 - Popular
06 - Despraiado 19 - Centro-Norte
07 - Alvorada 20 - Centro-Sul
SW
SE
08 - Do Quilombo 21 - Do Porto
09 - Duque de Caxias 22 - Coophamil
23 - Novo Terceiro
29
11 - Santa Rosa
NORTE 12 - Barra do Pari
13 - Jardim Santa Isabel
28 - Nova Conquista
83
68 - Pico do Amor
77 - Grande Terceiro
53 - Da Lixeira 78 - Praeiro
54 - Dos Bandeirantes
98 - Jardim Presidente
0 1000 2000 4000 8000 m
118 - Distrito Industrial
Indicador 1.2.2 - LEGENDA
Escala: 1 / 150.000
BAIRROS
01 - Jardim Ubirajara 14 - Cidade Verde
15 - Cidade Alta
03 - Novo Colorado
117
E
04 - Jardim Mariana
W
17 - Da Goiabeira
N
117
117 05 - Santa Marta 18 - Popular
W E 06 - Despraiado 19 - Centro-Norte
27 07 - Alvorada 20 - Centro-Sul
25 26
08 - Do Quilombo 21 - Do Porto
28
SW
SE
117
S
09 - Duque de Caxias 22 - Coophamil
23 - Novo Terceiro
30
01 11 - Santa Rosa
33 117
12 - Barra do Pari
34
13 - Jardim Santa Isabel
02
03 31
117
32 31 - Morada da Serra
06 32 - Morada do Ouro
05
35
28 - Nova Conquista
04 07 48 38
47 45 36
10 09 42
11 41
24 49 46
08 44 37
43 40 39
50
52 51 35 - Novo Horizonte 60 - Santa Cruz
18 19
12 117 36 - Planalto 61 - Recanto dos Passaros
16 53 59
57 58 37 - Residencial Itamarati 62 - Jardim Imperial
54
38 - Novo Mato Grosso
17 55
56
39 - Sol Nascente
13 15 69 40 - Jardim Eldorado
20
67 117
14 66 60 61 84 68 - Pico do Amor
70 68 62 85
23 21
65 116
71
74 63
45 - Bela Vista 70 - Dom Aquino
72
75 76 71 - Do Terceiro
22 86 46 - Dom Bosco
103
73 79 64 47 - Terra Nova 72 - Jardim Paulista
117
102
97
96 73 - Jardim Europa
78
77
49 - Canjica 74 - Campo Velho
104
101 50 - Campo Verde 75 - Jardim Tropical
95 87
81
82 105 94 77 - Grande Terceiro
107
106 100 89 53 - Da Lixeira 78 - Praeiro
93
110 111
92 54 - Dos Bandeirantes
88 90
98
112
56 - Jardim Leblon 81 - Praeirinho
109 113 57 - Pedregal 82 - Bela Marina
108
91
99 59 - Morada dos Nobres
117
115
114 118
83 - Osmar Cabral 101 - Parque Ohara
102 - Jardim das Palmeiras
85 - Jardim Fortaleza
86 - Santa Laura
105 - Vista Alegre
88 - Pascoal Ramos 106 - Jardim Gramado
89 - Pedra 90 107 - Coophema
98 - Jardim Presidente
Escola municipal
Escola estadual
BAIRROS
01 - Jardim Ubirajara 14 - Cidade Verde
15 - Cidade Alta
03 - Novo Colorado
117
E
04 - Jardim Mariana
W
17 - Da Goiabeira
N
117
117 05 - Santa Marta 18 - Popular
W E 06 - Despraiado 19 - Centro-Norte
27 07 - Alvorada 20 - Centro-Sul
25 26
08 - Do Quilombo 21 - Do Porto
28
SW
SE
117
S
09 - Duque de Caxias 22 - Coophamil
23 - Novo Terceiro
30
01 11 - Santa Rosa
33 117
12 - Barra do Pari
34
13 - Jardim Santa Isabel
02
03 31
117
32 31 - Morada da Serra
06 32 - Morada do Ouro
05
35
28 - Nova Conquista
04 07 48 38
47 45 36
10 09 42
11 41
24 49 46
08 44 37
43 40 39
50
52 51 35 - Novo Horizonte 60 - Santa Cruz
18 19
12 117 36 - Planalto 61 - Recanto dos Passaros
16 53 59
57 58 37 - Residencial Itamarati 62 - Jardim Imperial
54
38 - Novo Mato Grosso
17 55
56
39 - Sol Nascente
13 15 69 40 - Jardim Eldorado
20
67 117
14 66 60 61 84 68 - Pico do Amor
70 68 62 85
23 21
65 116
71
74 63
45 - Bela Vista 70 - Dom Aquino
72
75 76 71 - Do Terceiro
22 86 46 - Dom Bosco
103
73 79 64 47 - Terra Nova 72 - Jardim Paulista
117
102
97
96 73 - Jardim Europa
78
77
49 - Canjica 74 - Campo Velho
104
101 50 - Campo Verde 75 - Jardim Tropical
95 87
81
82 105 94 77 - Grande Terceiro
107
106 100 89 53 - Da Lixeira 78 - Praeiro
93
110 111
92 54 - Dos Bandeirantes
88 90
98
112
56 - Jardim Leblon 81 - Praeirinho
109 113 57 - Pedregal 82 - Bela Marina
108
91
99 59 - Morada dos Nobres
117
115
114 118
83 - Osmar Cabral 101 - Parque Ohara
102 - Jardim das Palmeiras
85 - Jardim Fortaleza
86 - Santa Laura
105 - Vista Alegre
88 - Pascoal Ramos 106 - Jardim Gramado
89 - Pedra 90 107 - Coophema
98 - Jardim Presidente
Limite urbano
Rio
Escala: 1 / 150.000
NW
E
N
W E
SW
SE
S
Indicador LEGENDA
NE
NW
W E Malha ideal
Escala: indicada
SW
SE
S
Conectividade real
Escala: 1 / 15.000
117
117
Centro-norte
117
27
25 26
28
117
30
01 33 117
02 34
03 31
117 32
06
05
35
04 07 48 38
47 45 36
10 42
11 Duque de caxias 41
49 46
Quilombo 44 37
43 40 39
50
52 51
Popular Centro-norte
12 117
16 53 59
57 58
17 55
56
13 15 69
20
67 117
14 66 60 61 84
70 68 62 85
23 21
65 116
74 63
71 72
75 76
22 86
103
73 79 64
117
102 96
78 97
77
104
101 Escala: 1 / 15.000
95 87
81
82 105 94
107 100
106 89
110 111
112
98
93
92
88 90 Centro-norte
109 113
108
91
99
117
115
114 118
117
Escala: 1 / 150.000
LEGENDA
Escala: 1 / 15.000
AV
EN
O
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