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XII Exame de Ordem

Aulas de Direito Constitucional do Curso CERS – Professora Flávia Bahia


Lívia Ziegelmeyer

Constitucional CERS
XII Exame de Ordem
Flavia Bahia

1. Estrutura da CF/88
 Preâmbulo
 Não é norma constitucional - em razão disso:
- Não é parâmetro do controle de constitucionalidade das leis
Nenhuma lei elaborada no país pode ser declarada inconstitucional por contrariar o
preâmbulo
- Não tem que ser reproduzido obrigatoriamente nas Constituições Estaduais
Constituição do RJ também tem um preâmbulo, mas isso foi opção do legislador, não é
obrigação

 Corpo Fixo – 250 artigos

 ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias) – 97 artigos


 Pra que serve o ADCT? Porque temos normas separadas do corpo fixo? Regulam
a passagem da Constituição anterior para a chegada do novo texto constitucional.

☝O Corpo Fixo e a ADCT são ambas normas constitucionais, portanto:


 Não ha hierarquia entre normas do corpo fixo e normas da ADCT
 Todas elas servem como parâmetro para controle de constitucionalidade – é
perfeitamente possível que uma norma que não esteja de acordo com o ADCT ou
Corpo Fixo venha a ser declarada inconstitucional.

2. Normas Constitucionais Originarias e Derivadas


 Originárias ⇾ são as que foram criadas com a constituição
 Criadas pelo Poder Constituinte Originário
- Inicial – não se fundamente em um outro poder que o anteceda
- Autônomo – escolhe o conteúdo da nova constituição
- Incondicionado e Ilimitado – não se encontra limitado pelo poder anterior

 Gozam de presunção absoluta de constitucionalidade – não podem ser


declaradas inconstitucionais. Então as normas constitucionais criadas no dia 5 de
Outubro de 1988, que são as normas originárias, não podem ser declaradas
inconstitucionais.

 Derivadas ⇾ são introduzidas no texto constitucional por meio de EC


 Criadas pelo Poder Constituinte Derivado
- Secundário – se fundamentam no Poder Originário
- Não Autônomo – dependem do Poder Originário
- Condicionado e Limitado – limitado pelo Poder Originário

☝As normas constitucionais derivadas, assim como as normas infraconstitucionais


(LO, LC, Lei Delegada, etc), gozam de presunção de constitucionalidade, mas essa
presunção é RELATIVA, então elas nascem produzindo seus efeitos jurídicos mas
podem ser declaradas inconstitucionais. Diferem das normas constitucionais originarias
porque estas gozam de presunção ABSOLUTA e não podem nunca ser declaradas
inconstitucionais.

☝A única forma de alteração formal da CF é por meio de Emenda Constitucional. Isso


é assim porque a CF adotou uma alterabilidade rígida. Para muitos autores nossa CF é
considerada rígida (doutrina majoritária), ou ainda super rígida. As duas alternativas
estão certas e não vão aparecer na prova se excluindo. A CF/88 adota um modelo
rigoroso de alteração, com 2 turnos de votação por 3/5 dos votos, e por isso ela é chamada

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de rígida ou super rígida. O art. 60, que trata das clausulas pétreas, é muitas vezes
apontado como a causa dessa rigidez.

3. Poder Constituinte Derivado

 Derivado Reformador
 Art. 60 CF/88 ...
- Núcleo do Poder Reformador ⇾ possibilita a reforma da constituição, que
só pode ser feita de acordo com as regras do art. 60
- Núcleo da rigidez constitucional ⇾ art. 60 apresenta um procedimento mais
formal, mais rigoroso, de alteração da CF.

Então o art. 60 é ao mesmo tempo o núcleo do poder reformador e núcleo da


rigidez constitucional.

 Limites
Limites previstos na CF para fins de elaboração de Emenda, são as limitações ao Poder
Derivado Reformador
- Limitação Temporal: Não ha no corpo fixo da CF/88 nenhum dispositivo
temporal que limite a reforma da CF. Não existe no art. 60 uma limitação
desta natureza. Todavia, nossa 1a Constituição Brasileira, existia uma
limitação temporal – Constituição do Império (de 1824) dizia que durante 4
anos contados a partir da sua outorga a Constituição não poderia ser alterada.
- Limitação Circunstancial: situações de instabilidade, de crise – não se
admite emenda constitucional durante estado de defesa, estado de sitio e
intervenção federal. Durante essas situações não se permite reforma à CF.
- Limitação Formal: associadas ao processo legislativo de elaboração de
Emenda (PEC).
- Limitação Material: Emenda não pode violar o núcleo sagrado, as clausulas
pétreas. É uma limitação de conteúdo, limitações materiais expressas e
implícitas ( para josé afonso , ainda não podem ser emendados : a. o titular do
poder originário , b. titular do poder derivado , c. nem as próprias normas
para o processo de emenda a cf-lmitaçoes.implicitas).

A) Limitação Formal
 Rol de Legitimados
a) 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ⇾ 171 Deputados dos 513
b) 1/3 dos membros do Senado Federal ⇾ 27 Senadores dos 81
c) Presidente da Republica
d) Mais da metade das Assembléias Legislativas do País ( maioria relativa)

Temos aqui um rol TAXATIVO. Se não tiver aqui nesse rol não pode iniciar uma
PEC. Temos 513 Deputados Federais, 1/3 de 513 é 171, ou seja, tem que ter o mínimo
de 171 Deputados Federais. Esses 171 podem atuar em conjunto com 1/3 dos
Senadores ou não. Temos 81 Senadores, 1/3 de 81 são 27 Senadores.

** Governadores, STF, Procuradores Gerais, MP ⇾ NÃO PODEM


** Podemos concluir aqui que não ha iniciativa popular para apresentar PEC!
Elaboração de Leis Ordinárias e Leis Complementares sim, permite iniciativa popular,
mas Emenda à CF NAOOOOO!!!!!

 Processo de Aprovação
a) Passarão por cada casa do CN em 2 turnos de votação ⇾ passa pela CD e pelo SF
b) Quorum Qualificado de 3/5: Tem que ter ser aprovada por 3/5 de cada casa, ou seja:
- 3/5 da CD em 1o Turno ⇾ 3/5 de 513 Deputados = 308
- 3/5 da CD em 2o Turno ⇾ 3/5 de 513 Deputados = 308
- 3/5 do SF em 1o Turno ⇾ 3/5 de 81 Senadores = 49

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- 3/5 do SF em 2o Turno ⇾ 3/5 de 81 Senadores = 49

Passa 1o pela CD, em 2 turnos, sendo aprovada vai para o SF, que tem que aprovar
também em 2 turnos. Em cada turno temos a maioria qualificada de 3/5.

 Veto Presidencial
Não ha sanção ou veto do Presidente da Republica em EC. A PEC, quando aprovada
pelas 2 casas, já é promulgada pelas 2 mesas. As leis ordinárias e complementares
passam pela mesa do presidente para ser sancionada ou vetada, as EC NAOOOOO!!!!!
Não ha espaço para sanção ou veto do Presidente, ele não da seu parecer para dizer o
que pensa da PEC. Qual a única participação do Presidente? Ele apenas pode
apresentar a Proposta de Emenda, porque esta no rol dos legitimados, mas ele não
sanciona ou veta.

 Proposta de Emenda Rejeitada


PEC rejeitada não pode ser reapresentada. A proposta rejeitada não pode ser
reapresentada na mesma sessão legislativa que a rejeitou.
 Sessão Legislativa ⇾ 1 ano de trabalho - período anual de trabalho dos nossos
legisladores
 Legislatura ⇾ 4 anos de mandato - é o mandato, cada legislatura é composta
por 4 anos. Então em 1 legislatura temos 4 sessões legislativas.

Calendário Legislativo: 02/02 à 17/06 – Recesso – 01/08 à 22/12 – Recesso

Então se a proposta foi rejeitada no dia 03/03/2013 ela só pode ser reapresentada a
partir do dia 02/02/2014, que é quando começa uma nova sessão legislativa.

A banca ADORA os limites de ordem formal!!! Fique atento.

Limitações Materiais
 Expressas (Clausulas Pétreas)
I) Forma federativa de Estado
II) Voto ⇾ direto, secreto, universal e periódico
O voto obrigatório não é clausula pétrea. Então se amanha houver uma proposta para
transformar o voto obrigatório em facultativo será constitucional. Juridicamente, nada
impede que o voto se torne facultativo pois não viola clausula pétrea. O sufragio tb
não é clausula pétria. Embora muitas vezes utilizados como sinônimos, voto,
escrutínio e sufrágio possuem significados diferentes. Sufrágio é o direito de votar e de
ser votado; voto é a forma de exercer o direito ao sufrágio; e escrutínio é a forma como
se pratica o voto, seu procedimento.
III) Separação dos Poderes
IV) Direitos e garantias individuais

☝Uma Emenda pode tratar sobre as matérias contidas nesses incisos mas não pode violar o
núcleo essencial. As clausulas pétreas não são intocáveis, elas podem ser tocadas desde que
para melhorar, reforçar, esses institutos. Não pode ser TENDENTES A ABOLIR ....

☝seria possível aumentar o limite para reforma constitucional, por exemplo, com o acréscimo de
cláusulas pétreas? O assunto é muito polêmico na doutrina, de saber se o poder reformador (emenda)
poderia aumentar os limites de reforma à Constituição ou se apenas ao poder originário caberia a
delimitação desses limites. Isto é, estaria o poder reformador adstrito apenas a não tender a abolir os
limites já existentes (cláusulas pétreas), ou poderia o poder reformador estabelecer novos limites ao
próprio poder reformador no futuro, aumentando esse núcleo intangível já existente?
A análise da questão bifurca-se em duas possibilidades: (a) novos limites a partir da alteração do
conjunto das cláusulas pétreas com a inclusão de novas cláusulas além das já existentes; (b) novos
limites a partir do aperfeiçoamento ou acréscimo das cláusulas pétreas já existentes sem que sejam

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incluídas outras cláusulas. Conforme jurisprudência do STF, no primeiro caso, não é possível, já no
segundo, é admissível. Na primeira hipótese, de fato, não poderia uma emenda trazer uma cláusula
pétrea adicional, porque nesse caso o poder reformador estaria agindo como se legislador originário
fosse, estabelecendo novo rol de limites para o reformador futuro. Porém, o poder reformador presente
e futuro são iguais, logo, não cabe imposição de limites entre iguais, mas somente pelo poder
originário, por isso não é possível mudança no rol das cláusulas pétreas pelo poder reformador, o qual
se submete aos limites fixados pelo originário. Seria logicamente contraditório que o poder constituinte
derivado pudesse limitar ainda mais o exercício dele próprio a ser exercido no futuro, pois o poder
reformador de agora não é mais legítimo que o do futuro a ponto de impor limites a este, não podendo
o constituinte reformador trazer limites aonde o constituinte originário não o fez, daí porque é
inadmissível emenda que busque alterar as cláusulas pétreas.
Contudo, na segunda hipótese é diferente, pois não se altera o rol protetivo, mas estabelecem-se novos
limites dentro do conjunto já existente. A cláusula pétrea não é um núcleo absolutamente intangível.
Citemos, por exemplo, a razoável duração do processo, criada com a EC 45/04, aumentando o rol dos
direitos fundamentais, acabando por criar, em decorrência, novo limite ao poder reformador futuro,
tornando-se cláusula pétrea. Logo, conforme STF, uma emenda não poderá alterar o rol das cláusulas
pétreas, mas se já há, por exemplo, a cláusula pétrea dos direitos e garantias fundamentais, o
aperfeiçoamento desses não é óbice ao poder constituinte derivado reformador. Logo, não se pode criar
um novo feixe de cláusulas pétreas, mas pode-se aperfeiçoar os núcleos já existentes. Esse é o
entendimento do STF.

 Implícitas (Clausulas Tácitas)


 Forma de Governo ⇾ Republicana
 Sistema de Governo ⇾ Presidencialismo
 Titularidade de Poder Constituinte ⇾ o Povo
 O próprio art. 60 CF ⇾ o processo de elaboração da Emenda
038152243060873
Então, apesar da CF não trazer republica, presidencialismo, o povo e o art. 60 expressamente,
a doutrina entende que estas também são limitações materiais, só que implícitas.

Resumindo:
- Não ha limitação temporal ao poder de reforma
- A PEC não pode ser promulgada durante estado de defesa, estado de sitio ou
intervenção federal
- Rol de legitimados é taxativo
- Proposta precisa passar por 2 turnos de votação em cada casa do CN e
receber em cada turno 3/5 dos votos dos respectivos membros
- PEC não passa pela sanção ou veto do Chefe do Executivo
- Não pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa
- Sessão legislativa e legislatura são 2 coisas diferentes
- As limitações materiais podem ser expressas ou implícitas

 Derivado Decorrente ⇾ é o poder que cada Estado tem de elaborar sua própria
constituição em virtude da sua capacidade de auto-organização. É poder derivado porque
os Estados tiveram que ater-se aos preceitos da CF quando elaboraram sua constituições
estaduais.

 Revisor ⇾ não nos interessa porque desde 1994 não é mais permitida a edição de
emenda de revisão. Desse modo, a única forma de alterar nossa CF é via Emenda
Constitucional. a revisão constitucional decorre do poder constituinte derivado revisor, sendo
feita nos moldes do art. 3º do ADCT: "A revisão constitucional será realizada após cinco anos,
contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral". Ou seja, a revisão constitucional é feita (aliás, já foi
feita) apenas uma única vez, pelo menos 5 anos após a promulgação, em sessão unicameral (as
duas Casas conjuntamente), pelo quórum de maioria absoluta. Como já houve a revisão
constitucional, não tem mais aplicabilidade prática o art. 3º do ADCT.

 Mutação Constitucional ⇾ é um processo informal de mudança da CF. Vimos atrás

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que o poder constituinte derivado reformador é a possibilidade que o povo tem, através de seus
representantes eleitos, para alterar a Constituição já existente, o que pode ser feito por meio da
Revisão Constitucional (art. 3º, do ADCT) ou através da Emenda Constitucional (art. 60, CF/88).
Ocorre que existe uma outra possibilidade de alteração da Constituição que não se trata de
alteração formal do seu texto. Temos, agora, a chamada mutação constitucional informal, que
alguns chegam a denominar de poder constituinte difuso.

 É uma manifestação do Poder Constituinte Difuso.


 Denominações: pode ser cobrada em prova também como Transição
Constitucional ou Mudanças Informais da Constituição.
 O que é uma mutação constitucional? Independentemente da denominação, é
uma mudança informal, ou seja, muda o sentido (mudança de contexto) do texto
constitucional sem alterá-lo formalmente.
 Exemplo de uma mutação recente: Art. 226, §3o CF ⇾ União Estável é aquela
formada por 1 homem e 1 mulher. O STF, ao julgar uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade, resolveu interpretar o dispositivo de modo a englobar as
uniões homoafetivas. Quando fazemos a leitura do artigo não encontramos
relação homoafetiva como criadora de União Estável, mas essa é a interpretação
que se da ao dispositivo de acordo com o STF. Outro exemplo : abrangencia do
conceitode casa art 5 ,XI cf . e tb art 52,X – aonde alguns estudiosos do dirieto
defendem a teoria da abstrativiazação do controle concreto de
constitucionalidade.
 Legitimidade: apenas o STF? Não, não é uma atividade privativa do STF. Isso
ocorre porque a norma jurídica é o produto da interpretação que se faz em
determinada época. As palavras constantes nas normas jurídicas trazem sentidos,
os quais podem variar conforme a evolução social, sobretudo com os avanços na
sistemática jurídica, quando será possível uma releitura, fazendo-se uma
reinterpretação da norma, sem alteração do texto constitucional. Na verdade,
associa-se a mutação constitucional informal ao chamado poder constituinte
difuso porque seria uma alteração da Constituição feita pela via interpretativa,
mas que pode ser feita por todos, já que um dos postulados do direito
constitucional moderno é a democratização da interpretação constitucional. Não
há grupos exclusivos autorizados a interpretar a Constituição, mas todos somos
democraticamente autorizados a interpretá-la.

4. Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais


Não ha hierarquia entre dispositivos constitucionais. Todavia, estão todas as normas aptas a
produzir os mesmo efeitos jurídicos? Não!

 Plenas ⇾não precisam de regulamentação para produzir efeitos jurídicos


 Características
⇾ Tem incidência direta, imediata e integral
 Exemplos – art. 1o, 2o e 50, III CF

 Contidas ⇾não precisam de regulamentação mas podem sofrer restrições


 Características
⇾ Tem incidência direta, imediata, mas não integral (pois podem sofrer restrições por
parte do Poder Publico, existe possibilidade de condicionamento)
 Exemplos – art. 5o, III CF – a liberdade profissional esta garantida, mas o texto
deixa aberta a porta para regulamentação do legislador; Art. 5o, XIII CF.

 Limitadas ⇾dependem de regulamentação para produzir efeitos jurídicos


 Características
⇾ Dependem de atuação futura do poder publico para produzir efeitos
 Classificação
- Institutivas ou Organizatórias ⇾ art. 93, caput CF  criam órgãos,

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funções, institutos, que tem que ser regulamentados futuramente pelo Poder
Publico.
- Programáticas ⇾ art. 196 CF – saúde é direito de todos e dever do estado e
deve ser realizadas através de programas  a norma estabelece programas,
metas. A saúde publica no Brasil não é de qualidade, e vemos a discrepância
da norma constitucional e a realidade. Então essas normas dependem do
poder publico. São normas que a previsão no texto constitucional não é
suficiente, ela depende do poder publico.

☝As plenas e as contidas são consideradas auto-aplicáveis, ou seja, não dependem de


atuação do poder publico para que possam produzir efeitos jurídicos. As limitadas passam
muitas vezes diretrizes e metas para que possam produzir efeitos essenciais. Mas não
podemos dizer que existe hierarquia, falamos aqui do grau de efeitos jurídicos de cada norma.

5. Súmula Vinculante

 Órgão Competente
 STF
 Efeitos Vinculantes das Súmulas
 Se estende aos demais órgãos do Poder Judiciário
 Se estende ao Poder Executivo ⇾ Administração Publica Direta e Indireta das
esferas Federal, Estadual, Municipal e Distrital. Mas cuidado, pois não vincula
executivo ou legislativo em suas funções legislativas.

☝ O legislativo não esta vinculado. A Súmula não vincula o poder publico na sua função
legislativa. Súmula não obriga o legislador!!!! A função legiferante do Estado não esta
vinculada à SV. Então o legislador PODE elaborar leis contrariando as Sumulas, pode editar
MP, Lei Ordinária, Lei Complementar, etc. que contrariem SV. Isso inclui o Presidente da
República quando cria MP (função legislativa).

 Requisitos de criação de Súmulas Vinculantes


 Matéria Constitucional Sedimentada ⇾ a SV veio trazer certeza, segurança
jurídica, então se o tema não tiver maduro, sedimentado, no próprio STF, não ha
de se falar em SV. Ex. SV dos Bingos – diz que lei que dispuser sobre bingos é
inconstitucional, porque é uma modalidade de sorteio e a CF diz que tem que ser
regulada por Lei Federal (competência da União). O STF já vinha decidindo
nesse sentido ha anos antes de criar a súmula.
 Conforme art. 103-A da C.F., o STF, de ofício ou por provocação, poderá,
mediante aprovação de dois terços de seus membros, depois de reiteradas
decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula vinculante. Saliente-se a
necessidade da reiteração, não bastando uma decisão uníssona. Importante
também observar que deve se tratar de matéria constitucional, é vedado ao STF
criar súmula vinculante que verse sobre interpretação de lei ordinária uma vez
que o objeto da súmula é a norma constitucional.

 Controvérsias Judicias ou Administrativas Atuais ⇾ se não existir


controvérsia não ha que se falar em SV. As controvérsias precisam respaldar a
criação da SV. Ex. Uso de algemas – é altamente polêmico.
 Quorúm ⇾ 2/3 dos Membros do STF – nos temos 11 Ministros no STF, então
temos um total de 8 Ministros do Supremo, no mínimo

 Legitimidade Ativa ⇾para criar / revisar / cancelar uma SV


a) Na Constituição Federal

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- STF de ofício
- Legitimados do art. 103, I a IX da CF (ADI/ADO/ADC/ADPF)
b) Art. 3o da Lei 11.417/06
- Defensor Público Geral da União
- Todos os tribunais brasileiros (TJ, TRF, TST, etc)

☝Súmula Vinculante não pode ser objeto de controle de constitucionalidade


⇾Não se questiona sumula vinculante por meio de controle de constitucionalidade. Se houver
necessidade de revisão ou cancelamento cabe aos legitimados ativos oferecer pedido
administrativo ao STF nesse sentido.

 Instrumento de Fiscalização da SV
⇾ Ação chamada de Reclamação Constitucional – é a fofoca constitucional, pois leva
diretamente ao STF a decisão ou sentença que não seguiu o teor da SV. Então, se não
houvesse esse mecanismo de fiscalização (a Reclamação) não teríamos diferença entre uma
sumula vinculante e uma sumula não vinculante. A Reclamação é uma petição inicial muito
simples, dirigida ao STF com copia da decisão que violou a sumula vinculante.
⇾ Atenção! Não cabe Reclamação Constitucional em face de decisão judicial transitada em
julgado!
Da mesma forma, se dada norma for determinada inconstitucional pode decisão definitiva do
STF , certo juiz , não pode desconsiderar a decisão dada como incostitucional e continuar
aplicando a norma , pois da mesma fora aquela decisão vincula os demais juizes. Quando o
juiz insisrir em aplicar a lei já decidida incostitucional , ocorrerá também a reclamação
constitucional que é um instrumento que busva a preservaçao da competencia e garantir a
autoridade da decisçao do STF.

6. Nacionalidade

 Direito Fundamental de 1a Dimensão ⇾esta associado à identidade do individuo.

Nacionalidade e Cidadania

 Nem todo nacional é cidadão ⇾ pois nem todo nacional possui direitos políticos
e a nossa cidadania é diretamente ligada aos direitos políticos. O conceito de
cidadão no Brasil esta relacionado ao exercício de direitos políticos, ao exercício
do titulo de eleitor, então de plano precisamos compreender que nem todo
brasileiro (nato ou naturalizado) é cidadão, muito embora toda cidadão deve ser
nacional.

 Todo cidadão é nacional (via de regra) ⇾ é preciso ser nacional para tirar
titulo de eleitor (salvo exceção do Português equiparado).

 Dupla Nacionalidade ≠ Dupla Cidadania ⇾ nem todo nacional é cidadão e


nem todos que possuem dupla nacionalidade possuem dupla cidadania

 Base Legal
- Constitucional ⇾ art. 12 CF
- Infraconstitucional ⇾ art. 12 da Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro)
Normalmente não é cobrado o Estatuto do Estrangeiro na prova.

 Conceitos relacionados
- Apátrida ou Heimatlos ⇾ aquele sem nacionalidade
- Polipátrida ⇾ aquele com mais de 1 nacionalidade – normalmente
conhecido por possuir “Dupla Nacionalidade”

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 Espécies
- Originaria ou Primária – Brasileiros Natos ⇾ adquirida em razão do
nascimento  Estado vai atribuir a nacionalidade em virtude de critérios
territoriais, sanguíneos ou mistos.
- Derivada ou Secundária – Brasileiros Naturalizados ⇾ decorre de um
processo de naturalização  o individuo não nasceu nacional mas após o
processo ele se tornou naturalizado
 Quando a CF fala “brasileiros” ela engloba os natos e os naturalizados, isso
porque não se pode discriminar entre os natos e naturalizados.

Aquisição da Nacionalidade

 Critérios de Aquisição de Nacionalidade Originária


- Ius Sanguini ⇾ adotado principalmente nos países do Velho Mundo 
Europa/ Ásia / África – será nacional todo descendente de nacional,
independentemente do seu local do nascimento. Por isso que temos muitos
brasileiros com dupla nacionalidade, porque embora ter nascido fora daquele
território seus pais são nacionais desses países
- Ius Soli ⇾ adotados principalmente em países do Novo Mundo nasceu
no território do Estado será considerado nacional, independentemente da
nascionalidade da sua ascendência –
- Critério Misto (Ius Soli Relativo ou Ius Soli Não Absoluto) ⇾ adota ambos
 É o critério adotado no Brasil!! O Brasil não adota de forma absoluta nem
o territorial nem o sanguíneo.

 Da Aquisição de Nacionalidade Originária


- Hipóteses são taxativas ⇾ se esgotam no art. 12 da CF

a) Ius Soli ⇾ todos os nascidos em território nacional


Exceção: não será brasileiro se filho de pai + mãe estrangeiros, se 1 deles
estiver a serviço do seu país de origem (alguém que esta no Brasil não por
vontade própria mas por vontade oficial do seu país de origem.

☝ Podemos concluir que filho de pai ou mãe brasileiro nascido no Brasil SEMPRE
será brasileiro nato!!!!

b) Ius Sanguinis ⇾ todos os nascidos no estrangeiro, de pai/mãe brasileiro


i. Ius Sanguinis + Critério Funcional  se pai ou mãe estiver a serviço da
Republica Federativa do Brasil
** Serviço oficial? A serviço da Administração Publica, seja ela União, Estados ou
Municípios. Presidente, Ministros, Embaixador, pesquisador a serviço da UFRJ, etc
ii. Ius Sanguinis + Registro  desde que registrado em Consulado Brasileiro
iii. Ius Sanguinis + Residência  os que não foram registrados em
Consulado ao nascer mas manifestam a vontade de ser brasileiro nato ao atingir
a maioridade. Tem que entrar com ação judicial, perante justiça federal, que só
pode ser intentada por ele mesmo. Se for menor de idade vai receber o titulo de
“brasileiro nato provisório” até completar a maioridade. A CF não estabelece
um prazo, depois de atingir a maioridade pode entrar a qualquer tempo com a
ação judicial.

 Da Aquisição da Nacionalidade Derivada ⇾ estão na CF e na Lei 6.815/80


 Naturalização Ordinária
⇾ Estrangeiros Originário de País de Língua Portuguesa  Portugal, Macau,
Timor Leste, Angola, Goa, Cabo Verde, Moçambique, etc  precisam comprovar: (a)

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idoneidade moral e (b) residência por pelo menos 1 ano no Brasil


⇾ Estrangeiros de Outros Países  temos inúmeros requisitos que se encontram no
Estatuto do Estrangeiro (não precisa saber esses requisitos).

☝Aqui só tem que saber que existe um tratamento diferenciado entre os


estrangeiros originários de país de língua portuguesa e o resto, tem que saber que
existem requisitos mais simples para os de língua portuguesa.

☝Temos que saber também que o ato que concede a naturalização é um ato
discricionário, ou seja, temos a possibilidade do Ministério da Justiça opinar a
aceitar ou não o pedido de naturalização, existe uma flexibilidade dentro da lei.

 Naturalização Extraordinária ou Quinzenária


⇾ Se aplica para todos, de todos os países  é pra quem não tem pressa e deixou o
tempo passar
Quais são os requisitos?
a) Residência no Brasil há mais de 15 anos
b) Sem condenação penal (presume-se condenação transitada em julgado)
c) Requerimento do interessado

☝Aqui o ato do Ministério da Justiça é VINCULADO, ou seja, satisfeitos os


requisitos da CF não é possível negar a naturalização para o estrangeiro.

☝ Não existe naturalização tácita ou por decurso de prazo! A naturalização


depende SEMPRE de uma manifestação de vontade do estrangeiro.
 Tratamento Diferenciado Entre Brasileiros Natos e Naturalizados

 Regra ⇾ Tratamento Isonômico Entre Brasileiros Natos e Naturalizados 


a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
nenhuma lei pode diferenciar

 Exceção ⇾ os casos previstos na CF  a CF pode fazer essa diferenciação

a) Cargos - Alguns cargos são privativos de brasileiros natos e estão associados


a 2 temas: Presidência da República e Segurança Nacional

i. Presidente e Vice Presidente da República Associados


ii. Presidente da CD ao cargo
iii. Presidente do SF de Presidente
iv. Ministros do STF (todos os 11 Ministros) da Republica

Atenção! Os Deputados não precisam ser brasileiros natos, mas os naturalizados não podem
concorrer ao cargo de Presidente da CD. O mesmo vale para os Senadores.

v. Carreira Diplomática Associados à


vi. Ministro de Estado da Defesa Segurança
iii. Oficiais das Forças Armadas Nacional

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Atenção! Não são todos os Ministros de Estado! Vários Ministros assessoram o Presidente
da Republica em suas funções e todos eles podem ser brasileiros naturalizados, com a UNICA
exceção do Ministro da Defesa.

b) Função – 6 cadeiras no Conselho da Republica são reservadas a brasileiros


natos, isso porque é um órgão de consulta do Presidente da Republica. Desse
modo, não são brasileiros natos todos os membros do Conselho da Republica,
mas somente a participação direta do povo no Conselho, que ai sim precisa ser
preenchida por brasileiro nato.

c) Extradição – é o processo de encaminhamento de individuo de um Estado


para outro Estado que é competente para processá-lo e julgá-lo, que é regulado
pro meio de um tratado.
i. Brasileiro nato ⇾não pode ser extraditado, em NENHUMA hipótese
ii. Brasileiro naturalizado ⇾pode ser extraditados nas seguintes hipóteses:
(1) praticado crime comum antes da naturalização; (2) se envolvido em
trafico de entorpecentes antes ou depois da naturalização. Todavia, não pode
ser extraditado por crime político nem crime de opinião.

E se for um brasileiro nato com dupla nacionalidade? Não pode ser


extraditado do Brasil (NENHUMA hipótese significa nenhuma).

d) Propriedade – de empresa jornalística, de radiofusao ou sonora ⇾


preocupação constitucional com a mídia, que é formadora de opinião.
- A propriedade dessas empresas PODE ser de brasileiro naturalizado, mas tem que
atentar ao elemento temporal. Desse modo, é exigido ao brasileiro naturalizado 10 anos
de naturalização para poder ser proprietário dessas empresas.

Perda da Nacionalidade

☝As hipóteses de perda de nacionalidade se esgotam taxativamente na própria CF, então


não há perda de nacionalidade em norma infraconstitucional.

 Cancelamento da Naturalização ⇾ É uma Perda Sanção ou Perda Punição


⇾ quando cometer ato nocivo ao interesse nacional – vai sofrer uma ação de
cancelamento de naturalização proposta pelo Ministério Publico Federal. É uma
hipótese que só se aplica aos naturalizados

☝Como é uma perda judicial a pessoa que perdeu não pode readquirir a nacionalidade
administrativamente, ela terá que entrar com Ação Rescisória para readquirir a
nacionalidade.

 Aquisição Voluntária de Outra Nacionalidade ⇾ É uma Perda Mudança ⇾


perde a nacionalidade administrativamente, não temos aqui uma ação judicial. Se
aplica aos natos e aos naturalizados.

Ele não perderá a nacionalidade brasileira em casos de:


a) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
b) imposição de outro país como condição de permanência ou trabalho.
O brasileiro pode ter outras nacionalidades desde que nessas hipóteses, mas se ele pedir
a naturalização em outro país fora dessas hipóteses ele tem que pedir a perda da
nacionalidade brasileira. A naturalidade brasileira nessas hipóteses fica suspensa,

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quando voltar para o Brasil você pega de volta.

☝Aqui o brasileiro abre mão da nacionalidade brasileira. Ele preenche um formulário de


perda da nacionalidade. Se depois quiser readquirir pode, mas tem que seguir o mesmo
procedimento. Isso vale para os natos e para os naturalizados.

7. Direitos Políticos

 São o conjunto de normas que disciplina a atuação da soberania popular.

 Sufrágio Universal – não se esgota no direito de votar e ser votado, ele é a alma, a
essência dos direitos políticos. Todas as manifestações políticas são fruto do sufrágio,
onde o voto é apenas 1 de suas manifestações, assim como são plebiscitos, referendos
e a iniciativa popular.
 Caracterização ⇾os direitos políticos podem ser positivos (ativos e passivos) e negativos.

 Direitos Políticos Positivos

 Direitos Políticos Positivos Ativos

- Direto

a) Plebiscito
⇾ consulta prévia ao povo, que vai ou não autorizar o processo legislativo
⇾ Plebiscito ⇾ Prévio = P de plebiscito e P de prévio!

b) Referendo
⇾ consulta posterior ao povo, que vai ratificar ou não um ato legislativo já produzido

☝É o CN que convoca Plebiscitos e Referendos, por meio de Decreto Legislativo


c) Iniciativa Popular de Leis
⇾ Apresentação de projetos de Leis Ordinárias e projetos de Leis Complementares
⇾ Não há iniciativa popular para apresentação de PEC (já falamos sobre isso)
⇾ Qual é a Casa Iniciadora para esse processo legislativo? Por excelência a Casa
Iniciadora é a Câmara dos Deputados e a Casa Revisora é o Senado Federal, a não ser
quando o projeto é oferecido pelo Senado Federal, hipótese a qual a CD fica como
Casa Revisora. Quando o projeto é proposto pelo povo ele é iniciado também na CD
⇾ Requisitos? 1503...
1 – 1% do Eleitorado Nacional ⇾ não confunda com 1% do povo, habitantes ou
brasileiros  nós temos uma média de 140 milhões de eleitores, então 1% = 1 milhão e
400 mil assinaturas
5 – Divididos em pelo menos 5 Estados brasileiros
03 – Número de eleitores em cada Estado a assinar não pode ser inferior à 0,3%

d) Ação Popular – só pode ser proposta pelo cidadão, ou seja, aqueles alistados
⇾ Ação que visa defender o patrimônio publico, veremos depois.
⇾ Só pode ser autor quem tem titulo de eleitor

- Indireto
É o voto ⇾ Soberania exercida por meio de democracia representativa
⇾ Voto Direto, Secreto, Universal e Periódico
⇾ Votam os cidadãos em dia com seus direitos políticos

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☝Aquisição de Direitos Políticos Ativos ⇾ pelo alistamento eleitoral dos que possuem
capacidade eleitoral ativa. Os direitos políticos possuem uma estreita relação com a cidadania.
Tecnicamente, cidadão é todo aquele que possui titulo de eleitor, ou seja, já efetuou seu
alistamento eleitoral e esta no gozo de seus direitos políticos, possuindo então capacidade
eleitoral ativa.

☝Capacidade Eleitoral Ativa – Alistamento Eleitoral


 Alistáveis
Obrigatórios
- Maiores de 18 e menores de 70 anos

Facultativos
- Analfabetos
- Maiores de 16 e menores de 18 anos
- Maiores de 70 anos

 Inalistáveis
- Conscritos ⇾ aqueles que estão cumprindo o serviço militar obrigatório
- Estrangeiros
Exceção: portugueses com residência no Brasil – foram equiparados aos naturalizados.
Eles não são brasileiro mas também não são um estrangeiro comum e então, se
quiserem, podem pedir o alistamento eleitoral. É então a UNICA hipóteses de
alistamento de estrangeiros no nosso ordenamento jurídico.

☝O analfabeto é alistável, ele pode exercer os seus direitos políticos se quiser, mas ele é
inelegível (não pode concorrer a nenhum cargo eletivo em território nacional, não possui
elegibilidade).

 Direitos Políticos Positivos Passivos - Elegibilidade


- Condições de Elegibilidade
a) Nacionalidade brasileira ⇾ lembre-se dos cargos de brasileiros natos!
b) Pleno exercício dos seus direitos políticos ⇾ lembre-se dos inalistáveis!
c) Alistamento Eleitoral
d) Domicilio Eleitoral ⇾ na circunscrição
e) Filiação Partidária ⇾ não há candidatura avulsa no Brasil
f) Idade Mínima
- 35 anos ⇾ Presidente e Vice Presidente da República + Senador
- 30 anos ⇾ Governador e Vice Governador
- 21 anos ⇾ Prefeito e Vice Prefeito / Juiz de Paz / Deputado (Fed., Est., Dis.)
- 18 anos ⇾ Vereador

☝Nem todos que possuem capacidade eleitoral ativa possuem capacidade eleitoral
passiva. Nem todos que podem votar podem ser votados. Ex. Analfabeto ⇾ pode votar
mas não pode ser eleito para cargo alguma. Todavia, todos que possuem capacidade
eleitoral passiva necessariamente possuem capacidade eleitoral ativa, ou seja, todos que
podem ser eleitos necessariamente podem votar.

 Direitos Políticos Negativos – impedimentos e inelegibilidades no processo


eleitoral

- Inelegibilidade

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⇾ atinge os direitos políticos passivos

a) Inelegibilidade Absoluta  não podem concorrer a nenhum cargo


⇾ As hipóteses de inelegibilidade absoluta se esgotam na CF, são taxativas, ou seja,
não podem ser ampliadas por legislação infraconstitucional.

1. Analfabetos ⇾ possui a alistabilidade mas não possui elegibilidade.

2. Inalistáveis (estrangeiros e conscritos)

b) Inelegibilidade Relativa  recaem sob determinados cargos e casos


⇾ Lei Complementar pode ampliar os casos de inelegibilidade relativa. Já existe uma
lei – a LC 64/90 – chamada de Lei das Inelegibilidades.

1. Reeleição  titular do cargo no Executivo (Prefeito, Governador e


Presidente) não pode concorrer ao 3o mandato consecutivo.

⇾ Se já tiver 2 mandatos como Presidente, não pode no 3o mandato concorrer nem à


Presidência nem a Vice Presidência.

⇾ Renuncia ao cargo durante mandato - Vice assume – conta como mandato para
ambos, tanto para o Presidente que renunciou quanto para o Vice que assumiu.

⇾ Substituição – Presidente viaja e Vice assume o poder ⇾ substituto eventual não


gera inelegibilidade porque ele nunca foi titular do cargo (diferentemente do que
acontece na renúncia).

Atenção! Não há numero máximo de reeleição no âmbito do Legislativo.

2. Prefeito Itinerante  é o chamado “Prefeito Profissional” ⇾ Prefeito


reeleito não pode concorrer ao 3o mandato como Prefeito pelo mesmo
Município (CF) ou por outro próximo (decisão do STF). Regra vale pra
Municípios muito próximos, mas STF não estabeleceu limite geográfico.
3. Desincompatibilização  para concorrer a outros cargos os Chefes do
Executivo(presidente , governador e prefeito) devem renunciar até 6
meses antes do pleito eleitoral
⇾ Ex.: Garotinho no RJ ⇾ foi eleito Governador em 1998 e antes das eleições para
Presidente ele renunciou ao cargo para concorrer.
⇾ Agora, para a reeleição existe desincompatibilização? NÃO! Para a reeleição não
ha desincompatibilização. Art 14 § 6 CF : Para concorrerem a outros cargos , o
Presidente , os Governadores do Estado e do DF e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até 6 meses antes do pleito.

Atenção! Também não se aplica no âmbito do Legislativo.

4. Inelegibilidade Reflexa  “reflexa” porque quem é inelegível não é o


titular do cargo mas sim seus familiares em razão do cargo por ele
ocupado. Essa inelegibilidade tenta evitar o Brasil dos sobrenomes, do
paternalismo político. É um dispositivo que se aplica à democracia,
evitando Castas Familiares na mesma circunscrição geográfica.

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* Município ⇾ Prefeito / Vice Prefeito / Vereador


* Estado ⇾ CF: Gov. / Vice Gov. / Dep. Est. + Doutrina: Dep. Fed. e Senadores
* União ⇾ Presidente / Vice Presidente

⇾ A família do P/VP/V não pode concorrer aos cargos dentro daquele Município. A
família do G/VG/DE/DF/S não pode concorrer dentro daquele Estado, o que inclui aqui
todos os Municípios que estão localizados dentro desse Estado. A família do Presidente
não pode concorrer a nenhum cargo, esta inelegível por completo, visto que o
Presidente tem o comando de todo o território nacional.

⇾ A referência da inelegibilidade reflexa é do titular do cargo do Executivo: Prefeito,


Governador e Presidente. Esses cargos geram a inelegibilidade para os demais cargos
citados ali em cima. Então se você é Vereador seu filho pode concorrer para qualquer
cargo, não existe aqui inelegibilidade, mas se você for P/G/Pres. tem que observar as
inelegibilidades, porque enquanto eles forem titulares desses cargos os familiares não
poderão concorrer.

⇾ Mas e se eles já eram titular de cargo eletivo no executivo? Ai não tem problema
nenhum, é direito do titular do cargo se reeleger. Ex.: Mevio é Deputado Estadual por
Rondônia. Tempos depois Ticio, filho de Mevio, concorre ao cargo de Prefeito de
Porto Velho (Município de Rondônia).

⇾ Conceito de Família para efeito de inelegibilidade reflexa? Cônjuge,


companheiro ou companheira (do mesmo sexo ou não) e parentes consangüíneos de
2o grau (filhos, netos, pais, avós e irmãos), família por afinidade (sogros, genro, nora,
cunhados, etc)
IPC : Se o chefe do executivo em seu primeiro mandato se desincopatiilizar am até 6
meses antes do pleito , os seus parentes podem se candidatar para disputarem o cago ,
contudo nesses cassos a rreleição não será permitida: Lembrar do Caso da Rosinha
garotinho , ela foi eeita overnadora do RJJ após o primeiro mandato de seu esposo
(Antony garotinho que se descopatibilizou 6 meses antes do pleito para que ea
pudesse se candidatar) oque foi aceito pela justiça eleitoral , porém quando da 2
eleição , não foi permitida a sua recandidatura , pois a justiça eleitoral enetedeu que
aquele já seria o seu segundo mandato uma vez que ela precediu cargo do seu marido.

Sumula Vinculante 18: a dissolução da sociedade conjugal no curso do mandato não


afasta a inelegibilidade reflexa. Então não adianta divorciar para concorrer!

- Perda e Suspensão dos Direitos Políticos


⇾ Atinge os direitos políticos ativos e passivos  quem não pode votar não pode ser
eleito
⇾ CF veda a Cassação de Direitos Políticos.

☝Como somos cobrados em prova? A banca pode querer saber se você sabe essas 5
hipóteses. Depois a banca pode perguntar quais as hipóteses de perda e de suspensão.

a) Perda
1. Cancelamento de naturalização ⇾ o brasileiro naturalizado perde a

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nacionalidade quando pratica atos contrários ao interesse nacional, depois de


uma decisão da justiça federal. Quem perde a nacionalidade vai perder os
direitos políticos.
2. Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa ⇾
questão muito polemica, não deve cair, mas se cair escolha a perda em
detrimento da suspensão porque é a corrente majoritária!

b) Suspensão
1. Incapacidade Civil Absoluta
2. Improbidade Administrativa ⇾ quem foi condenado em processo de
improbidade terá os direitos suspensos

8. Remédios Constitucionais

⇾ Nossa CF é uma efervescência de direitos, são muitos direitos. Mas não adiantaria trazer
tantos direitos se não trouxesse também remédios para defender tais direitos em caso de
abuso do poder publico. Nos temos remédios administrativos e judiciais.

 ADMINISTRATIVOS
 Direito de petição
 Direito de obtenção de certidões

⇾ São chamados administrativos porque não provocam a atuação jurisdicional do Estado,


remédios que atuam administrativamente, qualquer pessoa pode peticionar perante um
Ministério, uma Secretaria, pedindo informações sobre dados públicos ou avisando sobre
ilegalidades, ou então abriu um buraco na sua rua e você quer avisar e pedir pra alguém ir
lá fechar (você não vai entrar com uma ação judicial sem primeiro pedir providencias
administrativas). Já a Certidão formaliza uma situação concreta, é um documento que pode
ser solicitado perante os poderes públicos sem taxa e sem advogado.

⇾Os remédios administrativos são gratuitos e não precisam de advogado.

 JUDICIAIS

1. MANDADO DE INJUNÇÃO

- Histórico ⇾ remédio novo, nasceu em 1988

- Conceito ⇾ Mandado é ordem ⇾ injunção vem do verbo injungir


(constranger, forçar, obrigar, ordenar.) ⇾ é então uma dupla obrigação que
visa defender direitos fundamentais pendentes de regulamentação.
Quando as normas de eficácia limitada atingem direitos fundamentais temos
uma quebra da constituição se o legislador não cria essas leis.
⇾Ex. A rt. 37, VII (direito de greve) e 40, §4o (aposentadoria)

- É o UNICO remédio constitucional que não foi regulamentado em lei


especifica
- ⇾ Então não tem lei própria, mas a doutrina e a jurisprudência entendem que,
no que couber, aplica-se a Lei do Mandado de Segurança (Lei 12.016/09)

- Modalidades
⇾ MI Individual: impetrado por pessoa natural ou jurídica (titular do direito),
nacional ou estrangeira, cujo direito esteja à míngua de uma norma que o
regulamente. Falta norma para o exercício do direito.
⇾ MI Coletivo: mesmo não existindo no texto constitucional uma previsão expressa

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sobre a modalidade coletiva do MI, a jurisprudência e doutrina vem reconhecendo


essa possibilidade por força da legitimidade ativa prevista no art. 21 da Lei 12.016/09
(lei do MS).

Então, quem são os legitimados para a MI Coletivo?


a) Partidos Políticos ⇾ com representação simples no CN
b) Entidades de Classe ⇾ OAB, por ex.
c) Sindicatos
d) Associações ⇾ como é muito fácil criar associação, devem estar em
funcionamento a pelo menos 1 ano, é um requisito de estabilidade, para evitar
que estas sejam criadas com o único objetivo de intentar MS e MI.

- Pressupostos
a) Impossibilidade de exercício do direito fundamental
b) Inexistência da lei regulamentadora do direito

- Pólo Passivo
⇾ O órgão ou poder omisso – quem deveria legislar e não legislou
⇾ Atenção! Projetos de iniciativa privativa ⇾ se a norma faltante for de iniciativa
privativa de uma autoridade especifica o MI deve ser intentado em face desta
autoridade e não em face do CN.
São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e


autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de
cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação da EC 18/1998)
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como
normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o
disposto no art. 84, VI; (Redação da EC 32/2001)
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,
promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
(Incluída pela EC 18/1998

- Tutela Cautelar
⇾ Não cabe nenhuma tutelar cautelar (de urgência) em sede de MI!!!!!

- Efeitos do MI
⇾ STF: vem determinando a aplicação analógica de lei já existente para suprir a
omissão normativa. Ex. – STF mandou aplicar a Lei de Greve do empregado de
empresa privada para suprir a lei de greve do servidor publico, que até hoje não foi
estabelecida. Durante muitos anos o Supremo, na sentença do MI, simplesmente dizia
que cabe ao legislador legislar e ele ainda não elaborou a norma, ele não dava um efeito
real. De 2007 pra cá ele vem mudando, e agora, se houver uma lei que possa ser
aplicada por analogia, ele manda aplicar!

⇾ MI não é gratuito e precisa de advogado. ⇾ o UNICO remédio constitucional


judicial que não precisa de advogado é o HC!

2. HABEAS DATA

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- Histórico ⇾ Também é um remédio novo, nasceu em 1988

- Conceito ⇾ visa defender os nossos dados pessoais, que por sua vez estão
diretamente ligados aos direitos fundamentais previstos no art. 5o, X
(intimidade, vida privada). Os dados tem que ser pessoais, porque HD não é o
remédio da fofoca nem da espionagem da vida alheia. Então o que são dados
pessoais? Dados relacionados ao seu nome, escolaridade, trabalho, saúde,
tipo sanguíneo, dados cadastrais, etc ⇾ é, portanto, um remédio
constitucional personalíssimo! Não cabe HD para acessar dados sobre
terceiros.

- HD tem 3 Finalidades ( 2 na CF e 1 na lei 9.507/97)


a) Conhecer o dado pessoal (CF)
b) Ratificar o dado que já é conhecido mas esta incorreto (CF)
c) Complementar os dados corretos que estão incompletos (Lei 9.507/97)

- Legitimidade Ativa
⇾ Regra: o titular do dado. O HD é um remédio personalíssimo, então, via de regra, só
quem pode impetrar é o próprio titular do dado (pessoal). Esse titular pode ser uma
pessoa natural ou jurídica (nacional ou estrangeira).
⇾ Exceção: Herdeiros do falecido ⇾ podem fazer uso do HD para acessar, retificar ou
complementar informações do falecido.

- Pólo Passivo
⇾ Regra: autoridade coatora agente do poder publico (Ministro do Estado,
Deputados, Senadores, etc)
⇾ Exceção: Atos de Particulares - banco de dados privado com caráter publico
(existir para disponibilizar informações perante terceiros) ⇾SERASA, SPC, etc

- Requisito Essencial
⇾ Sumula 2 STJ – necessidade do individuo primeiramente tentar acessar o dado
administrativamente ⇾ é um verdadeiro condicionamento administrativo sob pena de
falta de interesse de agir e indeferimento da petição por carência de ação ⇾ não cabe
HD se não houver recusa de informações por parte da autoridade coativa. Não se trata
de se esgotar a via administrativa para acessar a judicial, o que a Sumula traz como
exigência é a necessidade do individuo primeiramente tentar acessar o dado
administrativamente. Esse requisito não se encontra na CF, mas STF entende que esse
requisito tem que estar presente. Tem que comprovar que tentou acessar o dado
administrativamente mas não conseguiu.

⇾ A petição inicial deve ser instruída com o comprovante de:


a) Recusa de acesso à informação OU decurso de mais de 10 dias
b) Recusa de ratificação/complementação OU decurso de mais de 15 dias

⇾ STJ já decidiu que informação incompleta = recusa

- Hipóteses de não cabimento


a) Para acessar certidões denegadas ⇾ negativa do direito de certidão ⇾ MS
b) Dados públicos administrativos denegados ⇾ MS
Ex. Dado sobre uma obra publica que tem interesse particular – você mora do lado da
obra do Metro e você tem interesse particular em saber quando vai acabar.
c) Acesso à processo administrativo denegado ⇾ MS

- Gratuidade
⇾HD é gratuito e precisa de advogado

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3. AÇÃO POPULAR (lei 4717/65)

- Histórico ⇾ não nasceu em 1988, esta presente desde 1934

- Conceito / Finalidade
⇾ É a ação da cidadania. A AP visa invalidar contratos ou atos administrativos que
coloquem em risco, ou já tenham produzido lesão, ao patrimônio comum.

A Ação Popular concede ao cidadão o direito de ir à juízo para tentar invalidar atos
administrativos praticados por pessoas jurídicas de Direito Público enquanto
Administração Direta e também pessoas jurídicas da Administração Indireta.A
referida ação constitucional é posta à disposição de qualquer cidadão para a tutela do
patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, da moralidade
administrativa, do meio ambiente e do patrimônio histórico cultural, mediante a
anulação do ato lesivo.

Dessa forma podemos concluir que a Ação Popular é um remédio constitucional, que
possibilita ao cidadão brasileiro que esteja em pleno gozo de seus direitos políticos, a
tutela em nome próprio de interesse da coletividade de forma a prevenir ou reformar
atos lesivos praticados por agente públicos ou a eles equiparados por lei ou delegação,
na proteção do patrimônio público ou entidade custeada pelo Estado, ou ainda a
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico cultural.

A doutrina classifica como atos passíveis de serem anulados os decretos, as


resoluções, as portarias, os contratos, os atos administrativos em geral, bem como
quaisquer manifestações que demonstre a vontade da administração, desde que casem
dano a sociedade.

- Espécies
a) Preventiva: ameaça de dano
b) Repressiva: dano já ocorreu – prazo prescricional de 5 anos contados da lesão
c) Corretiva : neste caso o ato ilegal deve estar acontecendo já há algum tempo.
Não visa apenas anular tal ato, mas também corrigir os atos que estejam sendo
praticados de forma ilegal.
d) Supletiva:Por ultimo, surge a possibilidade de a ação popular ter natureza
supletiva da inatividade do poder público, quando a administração pública for
omissa, não praticando os atos que estava obrigada a praticar. Ocorrendo isso,
pode-se ajuizar ação popular com a finalidade de obrigar a administração pública
para que pratique o ato que deveria e ainda não o fez.

- Legitimidade Ativa
⇾ Do cidadão  Brasileiro nato ou naturalizado em pleno gozo dos seus direitos
políticos, ou seja, o eleitor! Só pode ser intentada por quem é cidadão! Quem é
cidadão? O eleitor! O titulo de eleitor, inclusive, acompanha a petição inicial.
⇾ Cuidado com as pegadinhas! Se a banca falar: “qualquer pessoa”, “qualquer
brasileiro”, “pessoa jurídica”, “MP” ⇾ esta ERRADO!!!!
É facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da
ação popular.

- Legitimidade Passiva
⇾ As autoridades diretamente responsáveis pelo ato ou contrato administrativo
impugnado ⇾ ente da Administração Pública direta, indireta ou pessoa jurídica que
de alguma forma administre verba pública.
Qualquer pessoa, beneficiada ou responsável pelo ato impugnado, cuja existência ou
identidade se torne conhecida no curso do processo e antes de proferida a sentença
final de primeira instância, deverá ser citada para a integração do contraditório,
sendo-lhe restituído o prazo para contestação e produção de provas, Salvo, quanto a

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beneficiário, se a citação se houver feito na forma do inciso anterior.


O prazo de contestação é de 20 (vinte) dias, prorrogáveis por mais 20 (vinte), a
requerimento do interessado, se particularmente difícil a produção de prova
documental, e será comum a todos os interessados, correndo da entrega em cartório
do mandado cumprido, ou, quando for o caso, do decurso do prazo assinado em
edital.

- Papel do MP
⇾ MP não pode ser autor pois não tem titulo de eleitor. Mas, onde ha interesse da
sociedade existe interesse do MP. Então o MP não pode impetrar AP, não pode ser
autor, mas ele pode participar na ação popular:
a) SEMPRE atua como fiscal da lei ⇾ em todas as ações populares
b) PODERÁ atuar como substituto processual ⇾ quando autor desistir da ação .
artigos7º, II, e 9º, ambos da Lei 4.717 /65. Art. 9º Se o autor desistir da ação ou
der motivo à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e
condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão,
bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90
(noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
c) DEVERÁ promover a execução da sentença ⇾ quando autor não promover
dentro do prazo previsto em lei . Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da
publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou
terceiro promova a respectiva execução. o representante do Ministério Público a
promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.

- Gratuidade
⇾AP pode ser gratuita (se proposta de boa fé) ou onerosa (se proposta de má fé)
e precisa de advogado ⇾ Cuidado com as pegadinhas! Se a banca falar que é
sempre gratuita ou sempre onerosa esta ERRADO! Se alguém promover essa ação
somente para prejudicar outra pessoa estará agindo de má fé e então a ação será
onerosa!
- Possível o provimento liminar se presentes os requisitos do “fumus boni iuris” e o”
periculum in mora”
Art. 10. As partes só pagarão custas e preparo a final.
Art. 11. A sentença que, julgando procedente a ação popular, decretar a invalidade do
ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e danos os responsáveis pela sua prática
e os beneficiários dele, ressalvada a ação regressiva contra os funcionários causadores de
dano, quando incorrerem em culpa.
Art. 12. A sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor,
das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas com a
ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.
Art. 13. A sentença que, apreciando o fundamento de direito do pedido, julgar a lide
manifestamente temerária, condenará o autor ao pagamento do décuplo das custas.

Art. 18. A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível "erga omnes", exceto no
caso de haver sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova; neste
caso, qualquer cidadão poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está
sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de
confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com
efeito suspensivo.
Art. 21. A ação prevista nesta lei prescreve em 5 (cinco) anos.

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Art. 22. Aplicam-se à ação popular as regras do Código de Processo Civil,


naquilo em que não contrariem os dispositivos desta lei, nem a natureza específica
da ação.

4. HABEAS CORPUS
- Histórico ⇾ é o remédio mais antigo da história brasileira, esta presente
desde 1891
- Conceito / Finalidade
⇾ Defende a liberdade de locomoção ameaçada ou efetivamente lesada. A doutrina
brasileira do HC foi sedimentada pelo Rui Barbosa, que defendia que, como era o
único remédio constitucional, deveria ser usado para defesa de inúmeros direitos, não
apenas exclusivamente a liberdade de ir e vir. Atualmente só a liberdade de ir, vir e
permanecer é resguardada pelo HC.
- Espécies
a) Preventivo ⇾ para evitar a consumação da lesão à liberdade de locomoção, então
o pedido que deve ser formulado é o do “salvo-conduto”
b) Repressivo ⇾ aqui a liberdade da pessoa já esta sendo violada, e então o pedido
que deve ser formulado é de “alvará de soltura”.
- Legitimidade Ativa
⇾ Qualquer pessoa ⇾ Princípio da Universalidade ⇾ remédio que pode ser utilizado
por qualquer pessoa, natural ou jurídica, nacional ou estrangeira, inclusive o MP. É o
único remédio constitucional que não precisa da capacidade civil. Não precisa também
de advogado! Pessoa Jurídica: imagina que empregado de empresa foi preso, empresa
pode impetrar HC para salvaguardar a liberdade do empregado.
⇾ Quem pode ser paciente? Qualquer pessoa que tem seu direito ameaçado ou já
sofreu a lesão na sua liberdade de ir e vir (inclusive o próprio paciente). Não pode ser
pessoa jurídica, por motivos óbvios.

- Legitimidade Passiva
⇾ Quem comete normalmente a ilegalidade. Via de regra o pólo passivo é composto
por autoridade publica: Promotores de Justiça, Juízes, Delegados, Desembargadores.
Todavia, é possível particular figurar no pólo passivo do HC: diretor de clinica media,
manicômio, asilo – a jurisprudência caminha nesse sentido.

- HC e Prisão Militar
⇾ Art. 142, §2o CF – “não cabe HC em relação a punições disciplinares militares”.
Quem esta sujeito à legislação militar, além de ser preso por cometer um crime em
flagrante de delito, por ordem judicial, também pode ser preso administrativamente em
prisão disciplinar. Nessa segunda situação será cabível HC? Depende. Se tivermos
diante uma prisão disciplinar ILEGAL cabe HC, mas se a prisão disciplinar for legal
não cabe HC!
* Prisão disciplinar legal: aquela que respeita as normas da legislação militar
* Prisão disciplinar ilegal: as que não estão de acordo com a legislação militar –
excesso de prazo, ou determinada por alguém que não tinha autorização para tanto, etc
⇾ isso porque art. 5o CF diz que lei não pode afastar da apreciação do poder judiciário
lesão ou ameaça a direito.

- Gratuidade
⇾É gratuito para qualquer pessoa e é o único remédio constitucional que dispensa o
advogado.
- Sumulas do STF
a) Sumula 690: já foi cancelada ⇾ dizia que “da decisão da turma recursal de
juizado especial criminal cabe HC para o STF.” Foi cancelada porque a turma

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recursal do J.E. Criminal tem status de 1a instancia, e contra decisão de 1a


instancia cabe recurso ao STJ, não fazendo sentido impetração de HC diretamente
no Supremo.
b) Sumula 693: não cabe HC contra decisão condenatória a pena de multa
c) Sumula 694: não cabe HC contra imposição da pena de exclusão militar, perda de
patente ou perda de função publica
d) Sumula 695: não cabe HC quando já extinta a pena privativa de liberdade (isso se
ela já estiver solta, se ainda estiver presa obviamente cabe HC)

5. MANDADO DE SEGURANÇA

- Histórico ⇾ MS Individual desde 1934 / MS Coletivo desde 1988

- Conceito / Finalidade
⇾Visa defender direitos fundamentais líquidos e certos que não podem ser tutelados
por outros remédios constitucionais. Ou seja, MS tem caráter residual ⇾ só cabe
quando não couber HC, HD, MI ou AP. Liquido e certo = não precisa de dilação
probatória pois é um remédio de prova pré-constituida. Por esse motivo a lei exige a
apresentação de prova documental junto com a petição inicial.
- Modalidades
a) MS Individual – impetrado por:
- pessoas naturais
- órgãos públicos
- universalidade de bens (espolio, massa falida, etc)
- pessoa jurídica
b) MS Coletivo – impetrado por:
- partido políticos com representação no CN – não precisa pertinência temática
- sindicatos
- entidades de classe – impetrado pela OAB ⇾ só na Justiça Federal
- associações (em funcionamento há pelo menos 1 ano)

Os legitimados do MI Coletivo são exatamente os mesmos da MS Coletiva, isso


porque usa-se a lei do MS para o MI!
Organização paramilitar pode ser autora? Para – se situa ao lado do + militar -são
as milícias existentes em alguns estados brasileiros. Essas são vedadas pela CF e
então, por coerência, não podem impetrar MS.
Substituição processual: os autores do MS Coletivo atuam por representação
processual, mas eles não precisam de autorização expressa de seus associados, a
CF autoriza eles expressamente e não precisa então de autorização.
- Espécies
a) MS Preventivo ⇾ evitar a consumação de uma lesão
b) MS Repressivo – lesão já ocorreu ⇾ prazo decadencial de 120 dias contados a
partir do conhecimento da lesão (Súmula 632 STF)
- Hipóteses de Não Cabimento
⇾Quando couber qualquer outro remédio constitucional não caberá o MS!!
⇾ MS ataca ATOS e não pode atacar a lei! Sumula 266 STF – diz justamente isso,
que não cabe MS em face da lei em si, para impugnar a lei. Só podemos impugnar
atos. Não cabe nenhum remédio constitucional contra lei em tese! Não questionamos
a lei com remédios constitucionais pois a lei só pode ser atacada por controle de
constitucionalidade.
- Gratuidade
Não é gratuito e precisa de advogado.

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- Sumulas do STF
a) Súmula 266 – já falamos
b) Sumula 267 – não cabe contra ato judicial passível de recurso ou correição
c) Sumula 268 – não cabe contra decisão judicial com transito em julgado
d) Súmula 269 – MS não substitui ação de cobrança
e) Súmula 512 – não é possível condenação em honorários de advogado
f) Súmula 625 – controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de MS
g) Súmula 629 – MS Coletivo em favor de associados não precisa de autorização
h) Súmula 630 – ent. de classe tem legitimação quando representa parte da categoria
i) Súmula 632 – é constitucional lei que fixa prazo de decadência para propor MS

6. Ação Civil Publica (Lei 7.347/85)

- Conceito: A ação civil pública é o instrumento processual adequado conferido


ao Ministério Público para o exercício do controle popular sobre os atos dos
poderes públicos, exigindo tanto a reparação do dano causado ao patrimônio
público por ato de improbidade, quanto a aplicação das sanções do artigo 37, §
4°, da Constituição Federal, previstas ao agente público, em decorrência de sua
conduta irregular.

Podemos definir também como sendo o instrumento processual adequado para


reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e por infrações de ordem
econômica, protegendo, assim, interesses difusos da sociedade.

-Objeto: Busca defender um dos direitos resguardados pela Constituição Federal


e leis especiais, podendo ter por fundamento a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, bem como o ato ilegal lesivo à coletividade sendo responsabilizado o
infrator que lesa: meio ambiente, consumidor, bens e direitos de valor artístico,
interesses coletivos e difusos.

Entende melhor por interesses coletivos, àqueles que são comuns à coletividade,
desde que presente o vínculo jurídico entre os interessados, como o condomínio,
a família, o sindicato entre outros. Por outro lado, os interesses são chamados de
difusos quando, muito embora se refiram à coletividade, não obrigam
juridicamente as partes envolvidas, por exemplo, a habitação, o consumo, entre
outros

-Partes: Os legitimados para pleitear a ação civil pública são: o Ministério


Público; as pessoas jurídicas de direito público interno (União, Estados, Distrito
Federal e Municípios), bem como suas entidades paraestatais, porque tanto estas
como aquelas podem infringir normas de direito material de proteção aos bens
tutelados nesta ação, expondo-se ao controle judicial de suas condutas.

A LACP não trata da legitimidade passiva para a ACP, pois não há restrição
nesse sentido. Podem ocupar o pólo passivo na ACP entidades da Administração
Pública direta e indireta, bem como particulares, ou seja, quaisquer pessoas,
físicas ou jurídicas, que ofendam os bens jurídicos tutelados pela LACP.

Ocorrerá litisconsórcio passivo – a despeito do silêncio da lei – quando duas ou


mais pessoas ou entidades forem responsáveis pelo dano ao interesse difuso ou
coletivo.
A ACP pode ser proposta subsidiariamente sob o rito ordinário ou sumário do
processo civil, cabendo provimento liminar quando estiverem presentes os
pressupostos de aparência do bom direito e do perigo da demora ou ainda a tutela
antecipada.

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Existe divergência doutrinária a respeito da possibilidade de antecipação da tutela


na ACP. Parte dos doutrinadores entende que, por haver tratamento específico da
liminar na LACP, não se aplica à ACP a antecipação de tutela (MEIRELLES,
2003, p. 179). Outra corrente, por seu turno, aceita a tutela antecipada
especificamente nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer (BARROSO, 2003, p. 238).

O artigo 4° da LACP estatui a possibilidade de ajuizamento de ação cautelar


preparatória ou incidental à ação civil pública. Tal disposição torna-se, contudo,
desnecessária, diante da previsão de aplicação subsidiária do Código de Processo
Civil à ação civil pública (Lei 7.347/85, artigo 19). O procedimento da ação
cautelar relativa à ACP será o previsto no CPC, incidindo as regras pertinentes
aos processos cautelares inespecíficos.

Obs: Ação civil publica x ação popular : A ação popular foi a primeira, no direito
brasileiro, a tratar de direitos metaindividuais, no entanto, apesar de ser um
instrumento notável para a época, apresenta alguns problemas, sendo o principal,
a questão da legitimidade ativa, pois somente o cidadão poderia e pode propor a
ação. A solução para esse problema surgiria com a ação civil pública, cujo nome
foi uma referência à Lei Orgânica do Ministério Público que já tinha como uma
de suas funções realizar essa ação para proteção do meio ambiente. O parquet já
tinha a incumbência de apresentar a ação penal pública, e o nome ação civil
pública foi usado em contraste com aquela(art129 III CF).
Na verdade, a grande influência da ação civil pública foi o modelo anglo-saxão
das class actions. Esse modelo “servia para as hipóteses de elevado número de
pessoas que, possuindo questões comuns, eram representadas por partes
selecionadas para fazê-lo em juízo.

9. Partidos Políticos

⇾Só existe 1 artigo sobre partidos políticos na CF – art. 17.

 É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.

 Preceitos
a) Caráter nacional ⇾ não pode ter caráter regional ou estadual
b) Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
c) Prestação de contas à Justiça Eleitoral
d) Tem que funcionar de acordo com a lei

 Desverticalização:
É assegurado aos partidos políticos autonomia para:
a) definir sua estrutura interna, organização e funcionamento
b) adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais
⇾ SEM obrigatoriedade de vinculação entre candidaturas em âmbito N/E/D/M
⇾ devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária

 Partidos políticos são pessoa jurídicas de direito privado ⇾não são de direito publico!!!
Eles adquirem seu CNPJ no cadastro de registro civil de pessoas jurídicas e depois registram
seus estatutos no TSE.

 “Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao
radio e à televisão, na forma da lei.”

 “É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.”

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10. Teoria dos Poderes

“São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o executivo, o legislativo e o


judiciário.” – art. 2o CF/88

 Sistema de Freios e Contrapesos (“Check and Balances”)


⇾ Na verdade o poder é 1 só, mas dividido num sistema de freios e contrapesos. A
independência dos poderes esta associada ao exercício de atividades típicas realizadas por
cada um dos poderes da Republica. Mas, para evitar abusos (evitar um super poder) os
Poderes ficam subordinados ao princípio da harmonia. Desse modo temos:
a) Independência – exercício de atividades típicas, próprias de cada poder da Republica
b) Harmonia - exercício de atividades atípicas, são os pesos e contra pesos, “check and
balance”

1. Executivo
a) Atividade Típica – administrativa
b) Atividades Atípicas
- De Judiciário – é o chefe do processo administrativo disciplinar (“PAD”)
- De Legislativo – edita MP com força de lei (executivo legislando)
2. Legislativo
a) Atividade Típica – legislar e fiscalizar a lei (através de CPI e TC)
b) Atividades Atípicas
- De Executivo – responsável por contratos públicos e licitações
- De Judiciário – processo criminal do Presidente da Republica ⇾ autorização
dada pela CD (por 2/3 dos votos) ⇾ se for crime comum é julgado pelo STF,
mas se for crime de responsabilidade é julgado pelo Senado Federal

3. Judiciário
a) Atividade Típica – jurisdicional
b) Atividades Atípicas
- De Executivo – contratos administração
- De Legislativo – o regimento interno (atos administrativos do judiciário)

☝Esse sistema de freios e contrapesos é clausula pétrea, e portanto não pode ser objeto de
deliberação em EC.

10.1 Poder Legislativo

 Estrutura do Poder Legislativo

A) União ⇾ órgão bicameral ⇾ formado por 2 casas legislativas  Câmara dos


Deputados e Senado Federal. CD + SF = Congresso Nacional (CN)
B) Estados ⇾ órgão unicameral ⇾ 1 casa legislativa  Assembléia Legislativa
C) Distrito Federal ⇾ órgão unicameral ⇾ 1 casa legislativa  Câmara Legislativa
D) Municípios ⇾ órgão unicameral ⇾ 1 casa legislativa  Câmara Municipal ou
Câmara de Vereadores

☝Sessão Legislativa ⇾ período de 1 ano ⇾parlamentares podem ser convocados à sessões


ordinárias ou extraordinárias. As sessões extraordinárias ocorrem fora do período comum,
tem por finalidade a deliberação de uma matéria especifica e podem ser convocadas:
(1) pelo Presidente do SF para: decretar estado de defesa ou intervenção federal,
pedir autorização para decretar estado de sitio e para compromisso e posse do
Presidente e Vice Presidente);

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(2) pelos Presidentes (da Republica, CD ou SF) ou maioria dos membros do CN


para: discutir matérias de urgência ou interesse publico relevante, sempre com a
maioria absoluta de cada uma das casas (CD e SF).

 Composição do Poder Legislativo Federal

1. Câmara dos Deputados ⇾ representa o povo


2. Senado Federal ⇾ representa os interesses dos Estados e DF

Quanto à Elegibilidade
⇾Cargo de Deputado Federal:
- Brasileiro nato ou naturalizado (≠ Presid. da Câmara => brasileiro nato)
- 21 anos no ano da posse
-
⇾Cargo de Senador Federal:
- Brasileiro nato ou naturalizado (≠ Presid. do SF => brasileiro nato)
- 35 anos na data da posse

Quanto à representatividade no CN
⇾ Os deputados representam o povo, então quanto mais pessoas em um determinado
Estado mais deputados. Difere então do Senado, que representa os interesses dos
Estados e do DF. Em cada Estado e DF:
- CD: não pode ter menos que 8 ou mais que 70 Deputados federais (depende
da população). SP é o único que elege 70 porque é muito populoso. Hoje nós
temos um total de 513 Deputados Federais.
- SF: 3 Senadores (x 27 Estados e 1 DF = 81 Senadores)

E os territórios?
⇾Nós hoje não temos mais territórios (o Acre já foi, Fernando de Noronha também,
mas hoje não existem mais). Ok. Mas e se forem criados territórios, como que fica? A
CF estabelece um numero fixo de 4 Deputados Federais e 0 (zero) Senadores, uma
vez que o Senado representa os interesses dos Estados e do DF, o Senado não
representa os Territórios, Senado é órgão federativo por excelência e Territórios não
são entes federativos, não possuem autonomia, e por esse motivo não podem ter
representação no Senado.

Quanto ao Mandato
- CD – 1 legislatura = 4 anos
- SF – 2 legislaturas = 8 anos

Quanto as Sistema Eleitoral


- CD – Sistema Eleitoral Proporcional ⇾ além dos Deputados Federais esse
sistema também usado para eleger os Deputados Estaduais, Deputados
Distritais e Vereadores
- SF – Sistema Eleitoral Majoritário, simples ou comum ⇾ ganha quem
receber mais votos, não importando a ≠ de votos entre 1o e o 2o colocados)
⇾ Nesses sistemas nos votamos nos partidos, que quando bem votados elegem um
maior numero de representantes.

Quanto às Comissões
São subconjuntos de parlamentares organizados para tratar de assuntos específicos.
Podem ser:
- Comissões Permanentes ⇾ se inicia com cada legislatura (Ex. CCJ)
- Comissões Provisórias ou Temporárias ⇾ CPI ou Comissão para CPC
- Comissões Representativas ⇾ reunidas no período de recesso
- Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ⇾ apuram fato determinado

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 Estrutura do Poder Executivo

A) Presidente
B) Vice presidente

Quanto à Elegibilidade
⇾Cargos privativos de brasileiros natos
⇾Idade mínima de 35 anos na data da posse

Linha para o trono


⇾Só existe 1 sucessor para o Presidente  o Vice Presidente
⇾Rol de Substitutos
a) Vice
b) Presidente da CD
c) Presidente do SF
d) Presidente do STF

☝Qual a diferença entre suceder e substituir? Suceder é definitivo, substituir é


temporário. A única autoridade capaz de assumir o cargo com caráter definitivo é o Vice.
Agora podemos ter todos esses substitutos, nessa ordem exata.

Quanto ao Mandato ⇾4 anos + 1 reeleição

Quanto às Eleições
- Regra: são diretas
- Exceção: “Dupla Vacância” ⇾ tendo em vista que na há rol de sucessores
depois do Vice presidente, a vacância de presidente e vice nos 2 anos iniciais
do mandato eletivo causará outra eleição direta que ocorrerá em 90 dias. Mas,
se a dupla vacância ocorrer nos 2 anos finais teremos eleições indiretas, ou
seja, CN elege os representantes (Presidente e Vice) no período de 30 dias da
ultima vacância. Em ambos os casos os recém eleitos ficarão no poder até o
final do restante do mandato, então se aos 1 ano e 6 meses tiver uma dupla
vacância, quem assumir o cargo o fará por 2 anos e 6 meses (chamado
também de Mandato Tampão).

Quanto ao Sistema Eleitoral


a) Presidente e Vice / Governador e Vice: são eleitos pelo sistema eleitoral
majoritário, de maioria absoluta, ou de 2 turnos. Mas o que é isso?? Se no 1o turno o
1o colocado não conseguir atingir a maioria absoluta dos votos validos ele corre em 2o
turno com o que conseguiu a 2a colocação.
⇾ Mas se entre o 1o e 2o turnos alguém morrer ou ficar impedido? Convoca-se os
próximos na lista dos melhores colocados, na ordem de classificação.
b) Prefeito e Vice:
 Municípios com mais de 200.000 eleitores: terão eleições pautadas
pelo sistema eleitoral majoritário, de maioria absoluta ou de 2 turnos
(igual ao Presidente e Governador).
 Municípios com 200.000 eleitores ou menos: terão as eleições
pautadas pelo sistema eleitoral majoritário de maioria simples ou
comum ⇾ não temos 2 turnos, ganha quem tiver mais votos no 1o
turno e pronto!!! Mas e se empatar?? Idade é usada como critério de
desempate. Cuidado! Não confunda habitante com eleitor!!!!

Perda do Cargo
1. Presidente / Vice não toma posse do cargo sem justificar ⇾ É a punição do

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descaso, não tomou posse e não justificou, então perde o mandato! STF estende o
preceito do art. 83 CF para Governadores e prefeitos quando afirma que essa norma é
de observância obrigatória no plano dos Estados e Municípios, então não vale apenas
para o Presidente da Republica.
2. Presidente / Vice se ausenta do país por período superior a 15 dias sem licença
do CN ⇾ temos aqui 3 requisitos: saída do pais + período superior a 15 dias +
ausência de licença do CN ⇾se não cumular os requisitos não vai rolar!

 E os Governadores e Prefeitos em vista do entendimento do STF de que a


norma do art. 83 é de observância obrigatória pelos Estados e Municípios?
Temos que adaptar as regras e esse “ausentar-se do país” vira “ausentar-se do
Estado/Município” e licença do CN vira “Assembléia Legislativa/Câmara
Municipal”, conforme o caso.

 Estatuto dos Congressistas


Conceito
⇾ Conjuntos das imunidades e prerrogativas que cercam as funções do parlamentar. Essas
prerrogativas são irrenunciáveis pois pertencem ao cargo e não ao parlamentar. Então o
parlamentar não pode abrir mão das suas prerrogativas.

Extinção
⇾ A imunidade existe para preservar a independência e liberdade funcional, proteger o
exercício legitimo. Então segundo entendimento majoritário as imunidades não podem ser
extintas por EC, por força do art. 60, § 4o CF (clausula pétrea).
Base Legal
⇾Art. 53 CF

Prerrogativa do Foro Funcional (Súmula 704 STF)


⇾Quem julga Deputados e Senadores por crime comum? STF, enquanto eles estiverem no
exercício do mandato.
 Crime comum cometido antes da diplomação ⇾ se a pessoa concorre e se elege,
aquele processo que corre na justiça comum será remetido para o STF. Findo o
mandato sem uma decisão final do STF o processo volta para onde veio (justiça
comum).
 Crime comum cometido depois da diplomação ⇾ já foram diplomados e cometem
um crime – neste caso vai de plano para o STF. Do mesmo modo, se findo o mandato
sem uma decisão do STF o processo é remetido para a justiça comum.
Qual a diferença entre diplomação e posse?? Diplomação é o ato que confirma que a
eleição se operou de forma valida e aquele que foi eleito esta apto a tomar posse, enquanto a
posse é a investidura no cargo. Então a diplomação ocorre no mesmo ano, a posse ocorre no
ano seguinte, no dia 1o de Fevereiro. A prerrogativa do foro funcional ocorre com a
DIPLOMACAO!
Se o parlamentar cometer um crime doloso contra a vida, quem julga? Ainda o STF.
Essa prerrogativa de foro funcional afasta até a competência do Tribunal do Júri. Só quem
julga deputados e senadores é o STF, independente do crime.
Súmula 704 STF ⇾uma das grandes Súmulas do Mensalão ⇾“não viola as garantias do juiz
natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do
processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados” ⇾em caso de
co-autoria são TODOS julgados pelo STF, inclusive aqueles que não tem prerrogativa da
função!

Imunidades

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A) Imunidades Materiais (ou Inviolabilidades Parlamentares)


⇾ Art, 53, caput – “Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por
quaisquer de sua opiniões, palavras e votos.” ⇾ essa é a base da imunidade material. Os
parlamentares são livres quanto as suas palavras e manifestações proferidas no exercícios de
suas funções. Se o parlamentar não tivesse a livre palavra violaria o princípio democrático.
⇾ STF: entende que se essas palavras forem proferidas em plenário (durante a votação,
reuniões de comissões, ou seja, no exercício da função parlamentar) eles estão imunes à
responsabilidade penal ou civil. Todavia, se ele estiver fora do plenário, as palavras podem
até ser protegidas se estiverem relacionadas ao exercício funcional (por exemplo se estiver
participando de uma rodada de debate na mídia), mas se não estiverem ele responderão
normalmente. Então se numa reunião de condomínio ele aponta o dedo pro Sindico e fala
“você é um ladrão” ele vai responder por isso.
B) Imunidades Formais
 Quanto à Prisão
- Regra Geral – não haverá prisão cautelar do parlamentar
- Exceção – prisão em flagrante por crime inafiançável ⇾ autos devem ser remetidos,
em 24h, para a casa legislativa ao qual pertence o parlamentar ⇾ casa pode “resolver”
sobre a prisão (soltar ou não o parlamentar); Vale lembrar que o parlamentar também
pode ser preso em razão de sentença condenatória criminal transitada em julgado.

 Quanto ao Processo
- Pedido de Sustação – STF recebe o processo ⇾ da ciência à casa legislativa a qual
pertence o parlamentar ⇾ a casa nada pode fazer MAS qualquer partido político com
representação na casa pode oferecer pedido de sustação da ação enquanto durar o
mandato parlamentar ⇾ a casa tem 45 dias, improrrogáveis, para decidir se aceita o
pedido ou não ⇾ se a casa deliberar a favor do pedido de sustação oferecido pelo
partido ela comunica ao STF que o processo precisa ser sustado (paralisado) ⇾ STF
tem que suspender o processo e declarar suspensão do prazo prescricional.
- A sustação vale para crime cometido antes e após a diplomação? NÃO! Só para
quem cometeu crime após a diplomação, então não vale para quem cometeu crime
antes (nesse caso o processo corre no STF mas sem possibilidade de sustação!).

C) Imunidades dos Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores


⇾Deputados Estaduais: Art. 27, §1o CF – “Será de quatro anos o mandato dos Deputados
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre (...) imunidades (...)” ⇾ou
seja, as mesmas imunidades são estendidas aos deputados estaduais (imunidade material e
formal). A prerrogativa de foro funcional também é estendida, mas tem que ser adaptada,
ou seja, serão julgados pelo STJ.
⇾ Deputados Distritais: Art. 32, §3o CF – “Aos Deputados Distritais e à Câmara
Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.” ⇾ ou seja, as imunidades são estendidas. A
prerrogativa de foro funcional também é estendida, mas tem que ser adaptada, ou seja,
serão julgado pelos TJ.
⇾ Vereadores: Art. 29, VIII CF – “inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município.” ⇾a CF trouxe
aqui um tratamento bem diferente, ela foi bem econômica. Qual a interpretação que
tiramos desse artigo? Que os Vereadores...
1o – gozam de imunidade material limitada à circunscrição do Município. Então
quando o vereador do RJ atravessa a ponta RJ-Niteroi ele não tem mais a mesma
imunidade. Difere, portanto, do resto dos parlamentares uma vez que o Vereador tem
uma imunidade local enquanto a liberdade de manifestação dos outros é de âmbito
nacional.

2o – não gozam de imunidade formal – as imunidades formais podem ser instituídas no


âmbito das Constituições Estaduais para os vereadores? Não. Se o fizer (tanto para a

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prisão quanto para o processo) será inconstitucional. Vereadores podem ser preso como
qualquer pessoa comum e não ha sustação do processo em hipótese alguma!
E a prerrogativa da função para os Vereadores? Súmula 721 STF: “A competência
constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função
estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.” ⇾ então a competência para
julgamento do Vereador perante o Tribunal do Júri não é extraída diretamente da CF, ela
é fruto de uma interpretação do STF, mas para existir a prerrogativa de foro funcional é
necessário que esta esteja presente na Constituição do próprio Estado. Então se tiver
presente os vereadores serão julgados perante o TJ, mas se cometer crime doloso contra
a vida será julgado pelo Tribunal do Júri, porque quando a prerrogativa não é extraída da
CF mas sim da Constituição Estadual o entendimento é de que isso não afasta a
competência do Tribunal do Júri.

D) Imunidades e Responsabilidades do Executivo


Presidente da República
⇾Imunidade Material: a CF não trouxe imunidade material para o Presidente da República.
⇾Imunidades Formais
 Quanto à Prisão e Processo
⇾ Art. 86, §3o CF – diz que enquanto não sobrevier uma sentença condenatória
criminal contra o presidente ele não poderá ser preso. A CF/88 não permite a prisão
cautelar (processual) do Presidente, tem que transitar em julgado.

 Quanto à Prerrogativa do Foro Funcional


⇾ Art. 86, caput CF – “Admitida a acusação contra o PR por 2/3 da Câmara dos
Deputados será ele submetido à julgamento perante o STF nas infrações penais
comuns / ou perante o Senado nos crimes de responsabilidade.” ⇾ antes do
julgamento, seja pelo STF ou pelo SF, haverá um juízo de admissibilidade feito pela
CD (ou seja, o povo). Somente com 2/3 dos Deputados (342 Deputados) é que poderá
existir o julgamento contra o presidente, seja por crime comum (perante o STF) ou por
crime de responsabilidade (perante o Senado). Se não houver aceitação pela CD ele não
será julgado durante a vigência do mandato. Funciona como quase um muro, uma
blindagem , para evitar que o Presidente seja levado a julgamento sem uma
fundamentação consistente. Foi o que aconteceu com o Collor!
Crimes de Responsabilidade? Infrações político-administrativas que são cometidas pelo
Presidente podem levar ao Impeachment. Essas infrações estão no art. 85 CF – crimes
contra: (a) a existência da União; (b) o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder
Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
(c) o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; (d) a segurança interna do País;
(e) a probidade na administração; (f) a lei orçamentária; (g) o cumprimento das leis e das
decisões judiciais. ⇾O art. 85 CF traz infrações com natureza política, e não penal!
⇾ Súmula 722 STF – regras de repartição de competência ⇾quem legisla sobre crime de
responsabilidade é a União Federal, então qualquer lei estadual ou municipal que dispuser
sobre crime de responsabilidade será inconstitucional.
⇾ Impeachment do Presidente: quem presidir a sessão de julgamento perante o Senado é o
Presidente do STF (ele deixa a Presidência do STF temporariamente e se junta ao Senado) ⇾
para a condenação são necessários 2/3 dos Senadores ⇾ então são 2/3 para passar o juízo de
admissibilidade + 2/3 para condenação ⇾ essa condenação traz penas cumulativas: perda do
cargo + inabilitação ao exercício de qualquer cargo, emprego ou função publica.
⇾ Suspensão das Atividades do Presidente: (1) nas infrações penais comuns quando
denuncia/queixa-crime for recebida pelo STF; (2) nos crimes de responsabilidade após a
instauração do processo pelo SF. Todavia, essa suspensão só pode durar 180 dias, voltando o
Presidente às suas funções normais após o decurso desse período, perdurando ou não o
processo.

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⇾ Orientação do STF: as decisões de mérito do Senado Federal são IRRECORRÍVEIS ⇾


ninguém pode rever as decisões de mérito do SF.

⇾ Cláusula de Irresponsabilidade Penal Relativa ⇾ Presidente não pode ser


responsabilizado por atos estranhos às suas funções ⇾ é uma cláusula penal ⇾ o STF só
julgará o Presidente da Republica, durante o mandato, por crimes associados ao exercício
funcional. Então os crimes cometidos antes da diplomação o processo fica suspenso, e após a
diplomação que não tem ligação com o exercício funcional também não são levados a
julgamento perante o STF, os únicos crimes que são levados ao STF são os crimes associados
ao exercício das funções. Não confundir com as imunidades dos parlamentares! As regras
são outras!!!!

Governadores e Prefeitos
⇾A CF se calou, silenciou, sobre muitos aspectos, apenas se pronunciando sobre:
 Prerrogativa do Foro Funcional em Crime Comum
⇾Governador – julgado perante o STJ
⇾ Prefeito – julgado perante TJ ⇾ a competência do TJ se restringe aos crimes de
competência comum estadual, nos demais casos caberá ao respectivo tribunal de 2 o
grau ⇾se o prefeito cometer crime federal o órgão que lhe vai julgar é o TRF e não o
TJ.

Se A Constituição Estadual estabelecer a imunidade formal quanto a prisão para o


Governador e Prefeito, ou a Cláusula Penal Relativa? Será inconstitucional.

Disso resulta que Governadores e Prefeitos podem ser presos como pessoas comuns, não se
aplicando a eles a Imunidade Formal do Presidente (art. 86, §3o CF), tendo ou não o crime
relação com o exercício funcional; o processo vai prosseguir de maneira normal (não existe
sustação do processo); e não gozam também de imunidade material. A Cláusula de
Irresponsabilidade Relativa (art. 86, §4o CF), também é exclusivo do cargo de presidente, não
se aplicando a governadores e prefeitos.

11. Processo Legislativo

 Leis Ordinárias e Leis Complementares


⇾ Existe hierarquia entre elas? Não! Porque ambas retiram fundamentos jurídicos de
validade diretamente do mesmo instrumento jurídico, que é a CF.
⇾ A matéria deve ser regida no plano infraconstitucional por meio de LC se a CF assim o
fizer, ou seja, se tiver expressamente previsto a necessidade de LC. Se a CF não especificar é
porque trata-se de Lei Ordinária.
⇾Quais as diferenças principais?
1. Quanto a Matéria
- LC ⇾ não há outra alternativa – só esse tipo normativo pode versar sobre o
tema
- LO ⇾ tema não esta reservado à LC
2. Quanto ao Quórum de Aprovação
- LC ⇾ Maioria Absoluta
- LO ⇾ Maioria Simples ou Relativa

 Atos de Formação das LC e LO


⇾Processo de formação das LC e LO – são muito parecidos, na verdade só se diferenciam
no momento da votação, em relação ao quorum de aprovação, onde a LC exige maioria
absoluta e a LO maioria simples. De resto, é muito parecido.

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XII Exame de Ordem
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⇾A formação da LO e LC – compreende as vontades do CN (legislativo) e dos Chefes do


Executivo, em respeito ao devido processo legislativo democrático.

⇾Atos do Processo Legislativo (LC / LO)


1. Iniciativa (a quem compete oferecer?)
- Extra parlamentar ⇾ oferecido por quem não faz parte do CN – Presidente,
STF, cidadãos, etc
- Parlamentar ⇾ oferecido por um membro do parlamento – Deputado,
Senador, etc
⇾Esse 1o ato de iniciativa pode recair sobre competência privativa ou reservada!
Art. 61, §1o – matérias que só podem ser apresentadas pelo Presidente da Republica. Se o
Projeto de Lei (PL) for apresentado por quem não tem competência, e ao final o Presidente da
Republica sanciona a lei, essa sanção convalida o vicio de iniciativa? NÃO! O Presidente não
esta acima da CF.

⇾ Simetria entre Processo Legislativo Federal, Estadual e Municipal – art. 61, §1o deve
ser reproduzido no âmbito estadual e municipal: então se a competência é reservada ao
Presidente no plano Federal, no âmbito estadual será do Governador e no âmbito Municipal
do Prefeito, sob pena de violar o Princípio da Simetria. Ex. remuneração ou aposentadoria dos
servidores públicos – federal do PR, estadual dos Governadores e municipal dos Prefeitos.
⇾A iniciativa pode ser CONCORRENTE ou POPULAR. Se a iniciativa não for privativa
de alguma autoridade especifica a gente entra no rol da concorrente (art. 61, caput), ou seja,
qualquer legitimado do 61, caput pode iniciar, seja LO ou LC. O popular regula a iniciativa
popular, que já falamos (1503). Lembre que PEC – não pode ser oferecida pelo povo.
⇾Qual das casas se inicia?
Regra: na CD e o SF é casa revisora.
Exceção: no SF, quando proposto pela CD. Nesse caso a CD será casa revisora.

2. Discussões
- Comissões ⇾ a matéria é discutida nas varias comissões – nós não temos
que saber para a prova todas as comissões, somente 1 – a CCJ.
- CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ⇾ faz o controle preventivo
político de constitucionalidade – a CCJ vai dar um parecer sobre o pensa a
respeito da constitucionalidade do projeto.

3. Emendas (alterações)
- Competência Privativa
⇾ emendas ao PL não poderão introduzir aumento de despesas públicas, salvo nas
questões orçamentárias
⇾ a doutrina acrescenta que o PL de competência reservada não pode receber
alterações substanciais, ou seja, ser modificado de A para B, pois isso violaria o
princípio da separação de poderes.

4. Votação – é aqui que a LC e LO se separam!!!


- LC ⇾ maioria absoluta – 513 CD e 81 SF – todo o quórum constitucional
≠ de maioria simples é chamado de quórum de maioria qualificada. A maioria
qualificada pode ter varias naturezas (2/3 ou 3/5, por exemplo).

⇾ Como calcular a maioria absoluta? Partimos da totalidade dos membros (não é do


numero de presentes, se comparecerem 100 deputados, nem pelo milagre da
multiplicação, chegamos no quorum necessário!) e dividimos por 2 ⇾ CD = 513,
dividido por 2 = 256,5 ⇾ não existe meio voto, então a maioria é de 257 votos na CD.
E no Senado? 81 dividido por 2 = 40.5 ⇾ então maioria é de 41 no SF. E se tivermos
um numero par? Adiciona 1 ⇾ 40 seria 21.

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- LO ⇾ maioria simples
⇾ Como calcular a maioria simples? Aqui partimos da totalidade de presentes.
Não esquecer que temos um numero mínimo de presentes para iniciar a sessão de
aprovação – chamado de quorum para iniciar a sessão. Esse quorum para iniciar a
sessão corresponde a maioria dos membros da casa, ou seja, na CD tem que estar
presente 257 deputados para poder iniciar a sessão e no SF 41. Esse quorum
mínimo de presentes deve aprovar por maioria, ou seja, 257 na CD dividido por 2
= 129 e 41 no SF dividido por 2 = 21. É claro que se eu aumentar o numero de
presentes tem que fazer as contas de novo e quanto maior o numero de presentes
maio o numero de votos exigido.
⇾ Os projetos de lei ordinária e complementar seguem para o Presidente da Republica para
sua sanção e veto. Sanção e veto são atos exclusivos do Chefe do Executivo
(Presidente/Governador/Prefeito).

Sanção ⇾tácita ou expressa


Veto – sempre expresso
Prazo – 15 dias úteis, contados do recebimento do projeto
⇾ O Chefe do Executivo então tem 15 dias úteis para dizer se gostou ou não. Se em 15
dias nada disser presume-se sancionado, pois aqui quem cala consente.
Características do veto presidencial:
1. Sempre expresso
2. Total ou Parcial ⇾ Parcial: discorda do projeto em parte – não pode ser de palavra
ou de expressão, deve abranger o texto integral de artigo, inciso, alínea ou parágrafo.
3. Irretratável
4. Superável pela derrubada pelo CN – caso dos royalties do petróleo
5. Veto Material ou político – projeto contrario ao interesse publico
6. Veto Formal ou jurídico – presidente entende que o projeto é inconstitucional
⇾ Quando o presidente da um veto formal ou jurídico ele faz controle preventivo
político de constitucionalidade!!!
Veto jurídico ⇾controle político

Processo Legislativo
⇾ Projeto é apresentado ⇾ CD pode: (1) rejeitar, (2) aprovar sem alterações e (3)
aprovar com alterações.
 PL Rejeitado ⇾ só pode ser reapresentado na próxima sessão legislativa
 PL Aprovado Sem Alterações ⇾ segue para o SF
 PL Aprovado Com Alterações ⇾ segue para o SF
⇾ Quando a casa revisora recebe o projeto ela também pode: (1) rejeitar, (2)
aprovar sem alterações e (3) aprovar com alterações.
 PL Rejeitado ⇾ só pode ser reapresentado na próxima sessão legislativa
 PL Aprovado Sem Alterações ⇾ segue para o Chefe do Executivo
 PL Aprovado Com Alterações ⇾ quando a casa revisora introduz alterações ao PL
temos que ver se são formais (redacionais, não alteram o conteúdo do PL) ou
substanciais (alteram o conteúdo).
⇾ Se forem redacionais ⇾ o PL já segue para o Chefe do Executivo.
⇾ Se forem substanciais ⇾ o projeto VOLTA para a casa iniciadora ⇾ é a casa
iniciadora que decide se o projeto segue para o Chefe do Executivo com ou sem as
alterações!!! Então é da casa iniciadora a decisão final, porque senão seria um ping
pong CD –SF – CD.

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⇾ Presidente da Republica recebe o PL ⇾ tem 15 dias úteis para sanção ou veto ⇾ se ele
sancionar ele promulga a norma (certifica a existência da norma e determina sua publicação
no Diário Oficial) ⇾ se ele vetar ele tem que apresentar sua razões de veto ao Presidente do
SF em até 48hrs. Qual o objetivo de oferecer as razões de veto? Inicia-se o prazo para
realização de uma sessão conjunta entre deputados e senadores com o objetivo de derrubar o
veto presidencial – art. 66 CF. Essa derrubada precisa da maioria absoluta de Deputados +
Senadores, ou seja, 257 D + 41 S. Derrubado o veto do Presidente (como foi o caso dos
royalties do petróleo) teremos a promulgação da norma, e ai o Presidente recebe a norma para
promulgar, ele tem 48hrs para promulgar, se não o fizer o Presidente do SF tem 48hrs para
promulgar, se também não o fizer o Vice Presidente do SF tem 48 hrs para promulgar.

Atos de Formação da Medida Provisória (MP)

1. Natureza Jurídica
- Ato normativo primário ⇾ não é lei mas tem força de lei – qual lei? Lei
ordinária. Então desde já sabemos que não pode versar sobre matéria
reservada à LC.

2. MP nos Estado e Municípios


- É perfeitamente possível
⇾ art. 25, §2o (gás canalizado) – competência dos Estados, que não pode ser trata por
MP ⇾ reforça a idéia de MP no plano estadual e municipal.

3. Limitações Materiais
- Expressas ⇾ a CF diz claramente que MP não pode versar sobre tal temas.
Exs.:
- Gás canalizado
- Matéria relativa à processo penal, processo civil, organizado do MP, etc – ver. At. 66,
§2o
- Lembre que o que não é proibido é permitido!!!
- Implícitas ⇾ doutrina e jurisprudência entendem que existem em nome do
princípio da separação dos poderes – art. 49/51/52 -> matérias que a CF
reservou para o poder legislativo.

4. Procedimento
- Ditada pelo Presidente ⇾ oferecido por quem não faz parte do CN
- É precária – tem duração temporária
- Logo entregue para o CN ⇾ que pode transformar a MP em Lei Ordinária
ou vai optar pela sua rejeição

5. Processo de Conversão da MP em Lei Ordinária


- Se inicia na CD ⇾ casa iniciadora
- Prazo ⇾ 60 dias – a MP nasce para produzir 60 dias de efeitos jurídicos. Se
esse prazo não for suficiente para a conversão em lei poderá haver 1
prorrogação imediata do prazo de produção de efeitos por mais 60 dias. E se
a banca perguntar que a MP produz 120 dias de efeitos jurídicos, é esse o
prazo máximo? NÃO. Porque a MP não tem seu prazo contado durante
o recesso. Então se ela esbarrar no recesso do fim do ano ou do meio do ano,
durante todo o recesso o prazo é suspenso! Então o prazo máximo não é de
120 dias, ela pode produzir mais de 120 dias.

Lei Delegada (art. 68 CF)


⇾ Ela é editada unilateralmente pelo executivo, observando os requisitos de relevância e
urgência. Aqui o Presidente da Republica pede ao CN para legislar, ai o CN decide se ele

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pode ou editar a Lei Delegada. Só existem no pais 13 Leis Delegadas. Ela entrou em desuso
porque a MP acaba sendo a 1a opção do executivo.
a) É editada pelo PR após autorização do CN
b) Enfrenta limitações materiais – ver art, 68, §2o
c) Modalidades (doutrinarias)
- Delegação Atípica ⇾ extraída do art. 68, §3o – delegação com retorno, ou seja, CN
autoriza a criar um projeto, que será ou não aprovado pelo CN
- Delegação Típica ⇾ à contrario sensu do art. 68, §3o – delegação sem retorno, ou
seja, o presidente não precisa retornar o projeto ao CN para ser aprovado

Decretos Legislativos e Resoluções (art. 49 e 51/52 CF)


 Decretos legislativos – se referem as matérias do art. 49, que devem ser cuidadas pelo
CN
 Resoluções – se referem a matérias das casas quando separadas
- Então temos Decretos do CN e Resoluções do CN e SF.

Em nome do princípio da separação dos poderes não ha sanção ou veto do PR no


processo de elaboração nem das Resoluções nem dos Decretos Legislativos.

12. Controle de Constitucionalidade

 Teoria Geral do Controle de Constitucionalidade


Sistema de Hierarquia das Normas: CF fica no topo do ordenamento jurídico, esta no topo
das leis, goza de supremacia, e todas as normas do país devem estar em conformidade com a
CF. É na CF que residem nossos principais direitos e garantias fundamentais, ela traz regras
indispensáveis. Defender a CF é defender o nosso Estado, o nosso povo.

 Princípios
Supremacia da Constituição
- Formal ⇾ nossa CF se situa no topo, no ápice, das normas
- Material ⇾ é o conteúdo da CF

Unidade do Ordenamento Jurídico


⇾Imagina como seria se não houvesse Controle de Constitucionalidade? Não saberíamos
o que respeitar – a lei ou a CF. Se não existisse uma fiscalização, se não fosse previsto o
sistema de controle, seria uma bagunça. Então o controle visa defender a unidade do
ordenamento jurídico, que não admite esse descompasso entre a lei e a CF. O controle visa
uniformizar, trazer equilíbrio entre as leis e a nossa CF.

Presunção de Constitucionalidade das Leis


- Presunção Relativa de Constitucionalidade ⇾ Normas Constitucionais
Derivadas (ECs) e Normas Infraconstitucionais (todas que retiram da CF seu
fundamento jurídico de validade)  existe uma presunção de que todas as
leis elaboradas no país estão de acordo com a CF. Todavia, essa presunção é
relativa pois tais normas podem ser declaradas inconstitucionais.

ADI 815
- STF ⇾ decidiu que as normas constitucionais originarias gozam de
presunção absoluta de constitucionalidade ⇾ não pode então ser declarada
inconstitucionais

Dignidade da Pessoa Humana

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Constituição é fundamentada na dignidade da pessoa humana, então ao proteger nossa


constituição contra os desmandos e contra o poder que legisla e desfavor do povo, a dignidade
da pessoa humana também aparece como princípio do controle. Nossa dignidade esta
espalhada no texto constitucional.

 Parâmetro do Controle
Preâmbulo
- Não é considerado norma ⇾ não tem normatividade  então não serve
como parâmetro do controle de constitucionalidade das leis.
- ADI 2076 ⇾ STF afirma que preâmbulo não é parâmetro do controle de
constitucionalidade  nenhuma lei produzida no país pode ser declarada
inconstitucional por violar o preâmbulo.

Parte Dogmática e ADCT


⇾ A parte dogmática são os 250 artigos do corpo fixo, que combinados com o ADCT
traduzem o parâmetro de controle de constitucionalidade.

 Histórico
Direito Comparado
- Caso Marbury X Madison, 1803, EUA ⇾ Controle Difuso  qualquer
juízo/tribunal
- Constituição Austríaca, 1920 ⇾ Controle Concentrado  só pelo STF

Direito Brasileiro
- Constituição Republicana (1891) ⇾ foi a primeira a instituir o controle difuso
- Constituição de 1934 ⇾ instituiu o controle concentrado  Representação de
Inconstitucionalidade Interventiva

☝Resumindo: o controle difuso nasce da experiência de controle norte americano, nos


EUA em 1803 e no Brasil em 1891, e o concentrado surgiu na Áustria em 1920 e no Brasil
em 1934. O Brasil tem os dois sistemas, ou seja, tem um sistema que engloba tanto o controle
difuso como o concentrado.

 Tipos de Inconstitucionalidade
Formal e Material
- Formal ⇾ é aquela observada no curso do processo legislativo
- Subjetiva: observada quando ha vicio de iniciativa na apresentação de projeto de lei
ou vicio de competência ⇾ existem projetos que só podem ser oferecidas por
autoridades especificas ⇾ art. 61, §1o (iniciativa do PR); art. 21 a 24 e 30 CF
(competência U/E/M).
- Objetiva: demais atos do processo legislativo ⇾ por exemplo o ato da votação de
LC por maioria simples.
- Material ⇾ vicio no conteúdo da norma  lei que versa sobre pena de
morte ou prisão perpétua

☝É possível uma lei violar a CF de maneira formal e material? Sim. Lei estadual que
dispõe sobre o estacionamento em shopping ⇾ viola a CF materialmente porque tratar de
estacionamento em shopping é cuidar da propriedade privada, que é um dos institutos

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reguladas pelo direito civil, e compete à União legislar sobre direito civil; também
materialmente inconstitucional porque viola o princípio da livre iniciativa.

Total e Parcial
- Total ⇾ toda a lei é inconstitucional
- Parcial ⇾ apenas alguns dispositivos violam a CF

Por Ação e por Omissão


- Ação ⇾ ADIN  tem por objeto lei ou ato normativo que viola a CF
- Omissão ⇾ ADO  tem por objeto a inexistência de uma lei

 Modalidades de Controle

Quanto ao Momento
- Preventivo ⇾ a priori ⇾ projetos de leis ou propostas de emendas
- Repressivo ⇾ a posteriori ⇾ leis e emendas que já existem

Quanto ao Órgão
- Judicial ⇾ tribunais
- Político ⇾ executivo ou legislativo

Controle Preventivo ⇾ é normalmente político porque é realizado no curso do processo de


elaboração das leis pelo executivo e legislativo (parecer da CCJ e o veto formal ou jurídico do
PR);
Controle Repressivo ⇾via de regra é judicial (feitos pelos tribunais)
Existem exceções?
(1) O controle preventivo vai ser judicial por meio de mandado de segurança
impetrado por parlamentar no curso de um processo legislativo inconstitucional.
Ex. EC para pena de morte – parlamentar pode entrar com MS
(2) Controle Repressivo Político:
a) art. 49, V – CN pode sustar os atos do executivo que tenham exorbitado os
limites da delegação legislativa ⇾ art. 68 CF ⇾ o PR poderá pleitear ao CN a
autorização para Lei Delegada, e o CN pode limitar o PR ⇾ se o PR editar uma
Lei Delegada exorbitando os limites impostos pelo CN o próprio CN pode sustar
os efeitos dessa lei ⇾ é repressivo porque recair sob uma lei e não PL e político
porque é feita pelo CN
b) art. 62, §5o + art. 9o – MP é entregue ao CN e é designada uma comissão mista
de deputados e senadores para dar um parecer sobre essa MP ⇾ CN vai decidir
pela conversão ou não em lei dessa MP, e se o CN decidir não fazer a conversão
por vicio de constitucionalidade teremos um controle repressivo feito pelo CN.

 Princípio da Reserva de Plenário


Reserva de Plenário – Art. 97, CF
Somente pelo voto da maioria absoluta dos membros do tribunal ou do órgão especial a
lei pode ser declara inconstitucional
⇾Tribunal – CF se refere ao Pleno, que é a composição completa
⇾ Órgão Especial – nos tribunais com mais de 25 julgadores (tribunais mais numerosos) é
possível que se crie um órgão especial, e esse órgão terá entre 11 e 25 julgadores – nem todos
os tribunais tem órgão especial, os tribunais menores não tem. Esses tribunais recebem a
maior parte das competências do Pleno.
⇾ Órgãos Fracionários – Câmaras, Turmas e Seções – são órgãos fracionários do tribunal,
não representam a vontade do Pleno e não podem agir como órgão especial.
QUAL É A REGRA AQUI? SOMENTE O TRIBUNAL PLENO E O ÓRGÃO ESPECIAL

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PODEM DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA NORMA ⇾ RESERVA


DE plenário

Exceção ao Princípio da Reserva de Plenário – Art. 480 a 482 CPC


Via de regra ⇾o órgão fracionário não pode declarar inconstitucionalidade de lei.
Todavia ⇾ na forma do art. 481, § único CPC, o órgão fracionário pode declarar a
inconstitucionalidade da lei caso o próprio Tribunal ou STF já tenham precedente nesse
sentido.
O que temos aqui? Se o STF ou o próprio tribunal (seja por decisão do pleno ou órgão
especial) já tiver decidido pela inconstitucionalidade daquela norma o órgão fracionário não
precisa remeter novamente a questão da inconstitucionalidade ao tribunal, ele pode se apoiar
na decisão anterior e de plano julgar o mérito da causa.

⇾Esse princípio da reserva do plenário se aplica ao plenário, então um juiz monocrático


(de direito, federal, trabalhista, eleitoral, militar, os que estão sozinhos) precisa
perguntar a alguém sobre a inconstitucionalidade da norma? Não. Porque esses juízes
julgam sozinhos. Esse princípio se aplica quando a inconstitucionalidade esta sendo
analisada pelo plenário, porque 1 juiz não pode decidir em nome de todos, é preciso o
voto da maioria absoluta, que é a maioria da totalidade dos membros. Aqui na seara da
inconstitucionalidade, não faz sentido que dentro de um órgão colegiado, somente 1 diga
que a lei é inconstitucional e isso venha a prevalecer.

Súmula Vinculante 10
Reforça o princípio da reserva de plenário ⇾ a decisão do órgão fracionado que não
declare a inconstitucionalidade da lei mas deixa de aplicá-la em todo ou em parte viola o
art. 97 CF. Então sem que haja um precedente o órgão fracionário não pode deixar de
aplicar uma lei.

Quadro Comparativo – Sistema Difuso e Concentrado

 Controle Difuso e Controle Concentrado


Origem
- CD ⇾ Direito Norte Americano
- CC ⇾ Direito Europeu / Austríaco

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⇾ O Brasil adota um sistema misto: difuso e concentrado

Órgão Competente
- CD ⇾ qualquer juiz  analise de caso concreto – não esquecer a reserva de
plenário
⇾ o juiz, antes de resolver o mérito, decide se aplica a lei ou não por ser ela
inconstitucional, vai afastar aquela lei do caso concreto. O juiz pode dizer que aquela
lei é inconstitucional e vai afastá-la. O controle difuso mora na fundamentação das
sentenças. O juiz precisa se apoiar na fundamentação a é ali que ele vai aplicar ou vai
dizer que não aplica a lei por entender que é inconstitucional.
- CC ⇾ STF  somente pelo Supremo!

Legitimidade Ativa
- CD ⇾ autor, réu, terceiro interessado, MP, Juiz/Tribunal de oficio 
qualquer pessoa que faça parte daquela relação processual, e se ninguém o
fizer o juiz pode de oficio declarar a inconstitucionalidade da lei e afastá-la
⇾ é uma legitimidade muito ampla!!!
- CC ⇾ Legitimados do art. 103 CF legitimidade restrita ⇾ rol dos que
podem provocar o STF figuram num rol taxativo para propor ADI / ADC /
ADO / ADPF

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade:
I - o Presidente da República; Não precisam comprovar
II - a Mesa do Senado Federal; Pertinência Temática
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional

IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;


V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

⇾ Desde o inicio da Década de 90 o STF vem exigindo de certos legitimados a chamada pertinência
temática (jurisprudência do STF). Então o STF divide essa lista em legitimados especiais e legitimados
universais.
A) Especiais: IV, V e IX ⇾ precisam comprovar a pertinência temática
B) Universais: I a III e VI a VIII ⇾ não precisam comprovar pertinência

Pertinência Temática? Relação entre objeto da ação e interesse do legitimado que precisa ser
comprovada para que ação seja recebida em juízo.

☝Não há legitimidade popular para apresentação das ações diretas!!! O cidadão não
pode ajuizar perante o STF ADI / ADC / ADO / ADPF ⇾somente os legitimados do art. 103!

Forma
- CD ⇾ via incidental (de exceção) a inconstitucionalidade não é o pedido
final da ação, é a causa de pedir, ou seja, questão prejudicial ao mérito.
- CC ⇾ via direta (de ação)  o próprio pedido dessas ações
(ADI/ADC/ADO/ADPF) é a realização do controle
Efeitos Subjetivos
- CD ⇾ inter partes  as decisões geram efeitos restritos, menores, inter
partes, só vincula as partes no processo
- CC ⇾ erga omnes  quando STF decide pela inconstitucionalidade ou
constitucionalidade essa decisão alcança todos nós

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☝É possível, no controle difuso, uma decisão ter efeito erga omnes? Quando o STF atua
no controle difuso (julgando um HC ou MS, RE, etc), ele atua como qualquer outro tribunal,
julga casos concretos. Se o STF, atuando nesse controle difuso, decidir pela
inconstitucionalidade de uma norma, ele deve encaminhar essa decisão ao SF, e o SF poderá
suspender aquela norma para toda a sociedade, dando a essa decisão efeitos erga omnes (art.
52, X CF). No controle concentrado não existe esse mecanismo, se estendem para todos sem
necessidade de enviar para o SF.

 ADI / ADC / ADO / ADPF


ADI – Art. 102, I, “a” CF + Lei 9.868/99
- Histórico ⇾ nasceu pela EC 16/65, que instituiu a Representação de
Inconstitucionalidade (RI), hoje chamada ADI  ela surgiu antes da CF/88
- Finalidade ⇾ declarar inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
- Objeto ⇾ qual norma?  a lei ou ato normativo federal ou estadual que
viole a CF ⇾ Lei aqui significa normas que passam pelo processo legislativo
completo, e significa normalmente LC ou LO; atos normativos tem processo
de formação diferente: MP, EC, Lei Delegada, etc. Tanto a lei, no sentido
formal da expressão, quanto ato normativo, podem ser objeto de ADI se for
federal ou estadual. Desse modo não cabe ADI de...  ADI no STF: lei
federal e estadual ⇾
... leis ou atos normativos municipais ⇾ não podem ser objeto de ADI no STF!! violação da CF
... lei distrital: só as de natureza estadual, as de natureza municipal só ADI nos TJ’s
... normas pré-constitucionais ⇾ não podem ser objeto de ADI – normas que foramADI no TJ: lei
criadas sob a égide de outras constituições ⇾ CTN é de 1966 – foi feito em atenção asestadual e municipal
exigências da Constituição de 1946 – faz sentido que o CTN pudesse ser declarado⇾violação da CE
inconstitucional com base em uma Constituição que veio mais de 20 anos depois deLei Municipal:
sua criação? Não! Quando ele foi elaborado ele não precisava cumprir isso. Então STF  Controle
já consolidou que normas editadas antes da entrada em vigor de nossa CF não podem Difuso
ser objeto de ADI.  ADPF
- Legitimados Ativos ⇾ rol do art. 103 CF
- Procurador Geral da República (PGR) ⇾ é o chefe do MP da União  o
MP tem o papel de defensor das instituições democráticas, então PGR tem
que dar um parecer sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da
norma, vai atuar como custus legis. Mas o PGR é um dos legitimados da
ADI, então ele pode dar parecer mesmo quando ele for autor da ação? Sim, é
esse mesmo o entendimento, que ele vai dar seu parecer na ADI que ele tenha
ajuizado ou não!!!
- Advogado Geral da União (AGU)⇾ faz a defesa do texto impugnado 
CF diz que AGU é obrigado a defender o texto impugnado, ele tem que atuar
como defensor obrigatório da norma, mas isso se tornou incongruente em
determinadas situações. Então de acordo com STF AGU não esta obrigado a
defender a norma: (1) Quando norma for flagrantemente inconstitucional, ou
seja, quando STF já tiver se pronunciado em favor da inconstitucionalidade
da norma; (2) Quando a impugnação da norma estiver de acordo com os
interesses da União, de modo que defender a norma seria ir contra esses
interesses. Desse modo, existe uma jurisprudência no sentido de que hoje
não é mais obrigatória a atuação do AGU para defender a norma impugnada.
A banca pode perguntar sobre a letra da lei, e então você tem que responder
que ele é obrigado a defender o texto impugnado, mas a banca pode cobrar
jurisprudência e pode perguntar “segundo entendimento do STF...”, e nesse
caso a resposta é que ele não esta mais obrigado a defender o texto
impugnado!
- Medida Cautelar ⇾ é permitida em todas as ações e precisa do quorum
de no mínimo 8 Ministros  o que uma medida liminar, em sede de ADI,
vai fazer? Vai suspender o ato normativo impugnado até que haja uma
decisão definitiva sobre a constitucionalidade da norma. E sobre os efeitos

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da cautelar em sede de ADI? Se estendem para todas as pessoas (erga


omnes). E os efeitos temporais em sede de ADI? A cautelar é uma decisão
precária, pode ser revista a qualquer tempo, então em regra os efeitos são ex
nunc (pra frente, a partir da concessão da liminar). Mas os efeitos podem ser
ex tunc (pra trás)? Sim, excepcionalmente podem ser ex tunc ⇾ são raras
essas decisões mas é possível. Então para a prova lembre que podem gerar
efeitos nunc e tunc!
- Efeitos da Decisão Definitiva ⇾ erga omnes  vinculantes (porque
obrigam os órgãos do judiciário e da administração publica, direta e indireta,
das esferas federal, estadual, municipal e distrital), nenhum juiz no país pode
aplicar essa lei! Agora atenção! Esses efeitos vinculantes não se estendem ao
legislativo na sua função de legislar, isso por força do princípio da separação
dos poderes. Então se hoje o STF disser que lei X é inconstitucionalidade,
amanha o legislativo pode criar lei nova, idêntica a lei declarada
inconstitucionalidade pelo STF.
- Efeitos Temporais ⇾ ex tunc  quando se declara a inconstitucionalidade
significa dizer que ela já nasceu inconstitucional, então vigora a teoria da
nulidade, a lei é nula de pleno direito. Então retroage ao nascimento da lei.
Imagino um novo tributo, é cobrado durante 5 anos, se for declarada
inconstitucional todo o contribuinte que pagou indevidamente poderá entrar
com ação pedindo o que pagou indevidamente com juros e correção
monetária. Todavia, nós não vivemos num Estado que gosta de devolver o
que arrecadou, então o art. 27 da Lei 9868/99 instituiu a modulação
temporal dos efeitos da decisão, que pode ser aplicado nesses casos mas
também em outros. Em nome do interesse público, da segurança das relações
jurídicas, o STF pode declarar a inconstitucionalidade da lei e dizer que só
vai produzir efeitos (1) a partir da decisão ou (2) a partir de um
determinado momento (efeitos pró-futuro ou prospectivo). Então: interesse
público + segurança jurídica => por 2/3 dos seus membros (8 Ministros) o
STF pode modular os efeitos da decisão. Outro exemplo, para além do
imposto, seria a de concurso publico ⇾ depois do concurso a lei que o
regulamentou é declarada inconstitucional ⇾ como que ficam todos os que
estudaram e passaram no concurso? STF pode modular os efeitos da decisão.
- Natureza Ambivalente, Dúplice ou Fungível da ADI e ADC (art. 24,
L9868/99) ⇾ tanto em sede de ADI ou ADC a lei pode ser declarada
inconstitucional  é possível declarar a constitucionalidade ou
inconstitucionalidade da lei nas duas ações.
- Amicus Curiae (art. 7o, §2o da Lei 9868/99) ⇾ amigo da justiça, da corte,
da boa decisão  cidadão não pode ser autor de nenhum ação do controle
concentrado, mas o cidadão acaba recebendo as conseqüências de todas essas
ações, então o amicus curiae faz uma ponte entre a vontade da sociedade e o
STF, ele é uma associação, entidade coletiva, sindicato, partido, associação,
ONG, que tenha como finalidade institucional um objeto pertinente ao que
esta sendo discutindo na ação. Cabe amicus curiae em todas as ações do
controle concentrado federal ⇾ ADI, ADC, ADO E ADPF.

ADC – Art. 102, I, “a” CF + Lei 9.868/99


- Histórico ⇾ surgiu pela EC 3/93  fruto do poder reformador
- Finalidade ⇾ defender a segurança jurídica  visa declarar a
constitucionalidade da lei ⇾ porque se toda lei nasce presumida
constitucional? Essa presunção não é absoluta, é relativa. Lei Maria da Penha
⇾ é lei federal, e para alguns juízes ela não é valida pois cria uma
discriminação ⇾ quando uma norma é fruto de controvérsias é possível
entrar com ADC para resolver as controvérsias em relação a essa lei, então
ela vem resolver a insegurança jurídica
- Objeto ⇾ lei ou ato normativo FEDERAL
- Requisito Indispensável ⇾ para ser ajuizada é preciso juntar decisões

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controvertidas a respeito da lei que é objeto da ação  se não existir


controvérsia judicial relevante pra que ajuizar ADC? Então requisito é
indispensável. ADC 19 – confirmou a constitucionalidade da lei Maria da
Penha!
- ADC é uma ADI, em sentido contrario, com objeto mais restrito  é o
entendimento de alguns autores, a ADI quer declara a lei invalida, a ADC
quer declarar a lei valida, o objeto é o mesmo, com a exceção daquele
requisito indispensável.
- PGR ⇾ a mesma situação da ADI
- AGU ⇾ não atua na ADC ⇾ entende-se que quem ajuizou a ADC já fez
uma boa defesa da norma impugnada
- Medida Cautelar ⇾ visa suspender os processos em cursos que dependam da
aplicação da lei que é objeto da ADC

- Legitimados Ativos ⇾ rol do art. 103 CF  nem sempre foi assim,


quando foi instituída só podia ajuizar o Presidente, Mesas da CD e do SF e
PGR, e essa ainda é a redação do art. 13 da Lei 9868/99. A EC 45 equiparou
os legitimados da ADC aos legitimados da ADI, então o art. 13 foi revogado
expressamente for força da EC.

ADO – art. 103, §2o + Lei 9868/99


- Histórico ⇾ nasceu com a CF/88
- Objeto ⇾ tem como objeto a falta de lei regulamentadora  a falta da lei
também compromete os ideais inconstitucionais, então pretende suprir a
omissões normativas
- Omissões Normativas ⇾ podem ser totais ou parciais
⇾ Totais ⇾ 37, VII (direito de greve do servidor publico); 40, §4o (servidor publico
que trabalha em atividade de risco terá aposentadoria especial); 18, §4o (lei estadual,
num período fixado por LC federal, regulamentará a situação dos Municípios no Brasil:
a omissão aqui é total, completa
⇾ Parciais ⇾ 7o, IV (salário mínimo fixado em lei conseguirá atender condições
dignas: temos o salário mínimo mas este não serve para atender as condições mínimas
- Legitimidade Ativa ⇾ a mesma da ADI e ADC – art. 103 (especiais e
universais)
- PGR ⇾ art. 12-E, §3o da Lei 6898/99  quando PGR não for autor da
ADO ele participará como custos legis (fiscalizando), ou seja, se o PGR for
autor da ADO ele não atuara como fiscal da lei, se ele não for autor ele atua,
da um parecer, uma opinião jurídica.
- AGU ⇾ art. 12-E, §2o da Lei 6898/99 não é uma participação obrigatória,
se o relator da ADO quiser ele pode convocar o AGU, é uma faculdade do
relator então não é participação obrigatória
- Medida Cautelar ⇾ cabe cautelar em todas as 4 ações

ADPF – art. 102 CF + Lei 9869/99


(Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental)
- Considerações Preliminares ⇾ ainda não é completamente esclarecida pelo
próprio STF, que ainda passa por um período de transição em relação as
hipóteses de cabimento da ADPF
- Histórico ⇾ surgiu com a CF de 1988  é uma ação de 1988 em partes
porque o art. 102, §1o diz que o STF vai apreciar a ADPF na forma da lei,
então o STF decidiu que só iria julgar as ADPFs após o advento da lei, então
de 1988 a 1999, tendo em vista que não existia uma lei própria, não
houveram decisões, porque apesar de ter nascido em 1988 só foi
implementada com a lei de 1999.
- Preceito Fundamental  ADI, ADC e ADO protegem todo a nossa CF e
não apenas preceitos fundamentais, a ADPF tem um rol de proteção mais

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restritos pois não preserva a CF por inteiro, somente os preceitos


fundamentais ⇾ cadê os preceitos fundamentais? Não existem na CF, são
frutos da jurisprudência do STF:
⇾ ADPF 33 ⇾ preceitos fundamentais  STF decidiu que são preceitos
fundamentais, ainda que em rol exemplificativo:
 Princípios Fundamentais – arts. 1o a 4o da CF;
 Direitos e Garantias Fundamentais – arts. 5o a 17o;
 Princípios Sensíveis – art. 34, VIII;
 “LIMPE” – art. 37, caput;
 Cláusulas Pétreas – art. 60, §4o.
- Caráter Subsidiário – art. 4, §1o da Lei 9882/99 ⇾ caráter residual 
não será permitida ADPF quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar
a lesividade ⇾ a ADPF nasceu para suprir lacunas no controle de
constitucionalidade ⇾ se couber ADI, ADC ou ADO não caberá ADPF.
ADPF 76 e 100 ⇾ caráter subsidiário
- Hipóteses de Cabimento
 Lei Municipal que viola a CF
 Lei Distrital Municipal que viola a CF
 Normas pré-constitucionais ⇾ a único forma de impugnar uma lei pré-
constitucional é via ADPF!!!!
 Sumulas vinculantes e não vinculantes ⇾não podem ser objeto de ADI, ADC,
ADO ou ADPF

 Ações de Controle Concentrado em Âmbito Estadual


Representação de Inconstitucionalidade (ou ADI Estadual) – art. 125, §2o CF
- Histórico ⇾ surgiu com a EC 16/65  era conhecida como RI e só podia
ter como objeto lei municipal que violasse a CF do Estado. Em 1988 o objeto
da RI foi ampliado, passado a admitir lei estadual
- Art. 125, §2o CF ⇾ “Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em
face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a
um único órgão.” ⇾ é o único artigo que versa de forma expressa sobre o
controle de concentrado estadual
⇾ a CF do Estado vai ser o parâmetro do controle concentrado estadual
⇾ STF já decidiu que lei orgânica do DF tem status de Constituição Estadual, então a
lei orgânica do DF também serve como parâmetro
- Órgão Competente ⇾ TJ do Estado ou TJDFT
- Objeto ⇾ é a lei municipal ou estadual que viole a constituição do estado
 Todas as normas da constituição estadual servem como parâmetro? Sim,
inclusive as que somente repetem o que já se encontra na CF.
- Ações ⇾ RI é obrigatória  todo o estado brasileiro precisa estabelecer em
sua constituição estadual a RI ⇾ será que as outras ações (ADO, ADC e
ADPF) podem ser estabelecidas no âmbito dos estado? SIM. O STF é a favor
da inclusão nas cartas estaduais das outras ações, desde que tenham como
parâmetro a constituição estadual e o órgão competente seja o TJ.
- Legitimidade Ativa ⇾ não se aplica o art. 103 CF  segundo o STF o art.
103 não é de reprodução obrigatória nas constituições estaduais e cada
Estado pode estabelecer seu rol de legitimados, mas a CF diz que é vedada a
legitimidade ativa de 1 único órgão ⇾ então uma constituição estadual não
pode estabelecer como legitimado apenas 1 pessoa. A CE pode estabelecer
um legitimado que não tenha correspondência no plano federal? Sim, os
estados podem inovar. No RJ o Defensor Publico Geral do Estado pode ser
autor nas ações estaduais.
- Amicus Curiae ⇾ STF entende que também pode participar do controle

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estadual
- Recorribilidade das Decisões do TJ ⇾ art. 26 da lei 9868/99
⇾ As decisões de mérito do STF no controle concentrado federal: são irrecorríveis,
somente sendo cabível embargos de declaração pois esses visam esclarecer
contradição, omissão.
⇾ As decisões de mérito do TJ no controle concentrado estadual: cabe recurso
extraordinário quando a decisão do TJ violar a CF
13. Organização do Estado

Forma de Estado
- Estado Unitário ⇾ é o estado concentrado  o poder é concentrado no
poder central, na União, e a relação da União com os poderes locais e
regionais é de subordinação.
- Estado Federativo ⇾ vários poderes  não ha relação de subordinação, de
hierarquia entre eles ⇾ é essa que foi adotada pelo Brasil desde 1889. A
nosso Estado Federativo é composto por União, Estados, DF e Municípios.
Todos estes entes são considerados autônomos, possuem força política. Mas
se somar U/E/DF/M temos a República Federativa do Brasil (RFB). A
soberania (reconhecimento perante o ordenamento internacional) é da RFB.

Federação é Cláusula Pétrea

Impossibilidade do Direito de Secessão


⇾ Não existe na nossa federação esse direito, que é o direito de separação, de
desfazimento do vinculo federativo  a federação é uma característica tão importante que é
protegida por cláusula pétrea e não se admite a separação dos entes que compõe a federação.

Divisões Geográficas – art. 18, §3o CF


- Território ⇾ não é ente federativo  território não goza de autonomia, não
tem independência, não tem capacidade de auto-organizacao. Hoje não temos
mais territórios. Mas existe algum impedimento que territórios venham a ser
criados? Não. Mas, ainda que eles venham a ser criados, eles não gozam de
autonomia, e portanto não é considerado ente federativo.
- Requisitos de Criação de Novo Estado (art. 18, §3o CF)
 Plebiscito ⇾ consulta à população (lembra : é prévio . # de referendo que é posterior)
 Lei Complementar Federal ⇾ se o plebiscito for favorável a criação faz-se uma LC
federal para regulamentar a criação
- Requisitos de Criação de Novo Município (art. 18, §4o CF)

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 Plebiscito ⇾ consulta à população


 Lei Ordinária Estadual ⇾ regulamenta a criação num período estabelecido por LC
federal (até o momento não foi estabelecida)

Princípios que visam defender o equilíbrio federativo – art. 19 CF


- Princípio da Laicidade – Inciso I ⇾ o Brasil é leigo, laico ou não
confessional ⇾ estado laico tem um sentimento religioso mas não ha uma
religião especifica, especial ⇾ sentimento religioso ≠ religião oficial
- Princípio da Presunção de Veracidade dos Documentos Públicos – Inciso II
⇾ é uma presunção relativa
- Princípio da Igualdade – Inciso III
⇾ Entre natos e naturalizados: lei não pode diferenciar, somente CF pode
⇾ Brasileiros entre si: preconceitos entre regiões do país, lei beneficiando naturais
de determinado estado, isso não é possível
⇾Entre os próprios entes: o art. 22 diz que LC pode autorizar todos os Estados da
federação e o DF a legislar sobre certas matérias -> essa LC federal não pode
autorizar um Estado especifico da federação, deve autorizar todos os estado.

Repartição de Competências
- Imprescindível ⇾ impossível uma federação sem divisão de atribuições entre
os entes
- Princípio da Predominância de Interesses ⇾ é o princípio norteador da
federação
- Competências ⇾ atribuições são divididas em 3 grupos:
 Competências Legislativas ⇾ legislar
 Competências Administrativas ⇾ atuar
 Competências Tributárias ⇾ responsabilidade do direito tributário para efeitos de
Exame de Ordem

1. Competência Exclusiva da União – art. 21 CF ⇾ U ⇾ Administrativa ⇾ indelegável


2. Competência Privativa da União – art. 22 CF ⇾ U/E ⇾ Legislativa ⇾ delegável
3. Competência Comum – art. 23 CF ⇾ U/E/DF/M ⇾ Administrativa
4. Competência Concorrente – art. 24 CF ⇾ U/E ⇾ Legislativa

Delegação da Competência – art. 22, § unico: nas matérias de competência privativa da


União a competência pode ser delegada. Todavia, a lei que vai delegar essa competência deve
ser LC federal, a matéria deve ser especifica e se destinar a todos os Estados. Essa LC
federal não pode autorizar os Estados a legislar sobre todo o assunto mas tão somente
matérias especificas. Ex. Direito do Trabalho – competência privativa da União – é possível
LC que autorize Estados a legislar sobre Direito do Trabalho? Não!! A lei tem que ser
especifica. Então se a LC autorizar legislação sobre férias ou piso salarial ai sim, pode.
Atenção! Município não tem autorização para legislar sobre as matérias do art. 22!

Na competências concorrente ⇾Art. 24 CF – cabe a União editar normas gerais e Estados


podem exercer competência suplementar. E se a União não editar norma geral? Estados
poderão exercer a competência legislativa plena. Superveniência de norma geral? União vai
suspender a norma (ou parte da norma) Estadual que a contrariar.
Ex.: Educação é de competência legislativa concorrente ⇾ Lei das Diretrizes e Base da
Educação – é uma norma geral ⇾ os Estados podem legislar sobre educação desde que não
ofenda a LDB.

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 Ver as aulas da Thaíssa sobre competência!!!

Intervenção Federal e Estadual – art. 34 a 36 CF


- Exceção ⇾ numa Federação a intervenção só pode ser a exceção  isso
porque a intervenção atinge a autonomia, então a regra é a da liberdade dos
entes federativos
- Intervenção Federal ⇾ intervenção da União nos Estados e DF ou
Municípios de Territórios
- Intervenção Estadual ⇾ intervenção dos Estados em seus Municípios
 Não há intervenção federal nos Município dos Estados ⇾ a única intervenção que
podem sofrer é a Estadual!!
 DF não realiza intervenção ⇾ DF não é dividido em Municípios então não pode
intervir!!
 Município não realiza intervenção ⇾ Município não realiza intervenção, somente
sofre intervenção (do Estado)!
 Territórios não realizam intervenção ⇾ Territórios podem ser divididos em
Municípios, mas Municípios de Territórios só sofrerão intervenção da União, não
sofre do Território porque Território não é ente federativo e então não tem
autonomia!!!
- Quem realiza com exclusividade a intervenção? A Intervenção federal é
realizada pelo Presidente da República e, em nome do princípio da simetria,
quem realiza a Estadual é o Governador.

14. Poder Judiciário

Conceito
⇾Ao lado das funções de administrar e legislar, ao Estado também compete a função judicial,
ou jurisdicional, dirimindo as controvérsias que se surgem quando da aplicação das leis. O
Judiciário, porem, como as demais funções do Estado, possui outras atribuições, denominadas
atípicas, de natureza administrativa e legislativa. Ex.: concessão de ferias a seus membros
(executivo) e elaboração de seus regimentos internos (legislativo).

Estrutura
- Justiça Comum e Justiça Especializada
⇾ Justiça Comum: STJ/TJ/TRF/Juiz de Direito e Juiz Federal
⇾ Justiça Especializada: Trabalho/Eleitoral/Militar
 Tribunais de 1a Instancia (Juízes Monocráticos): Juiz de Direito, Juiz Federal, Juiz
do Trabalho, Juiz Eleitoral e Juiz Militar
 Tribunais de 2a Instancia: TJ, TRF, TRT, TRE e TM
 Tribunais Superiores: STJ, TST, TSE e STM
 Supremo Tribunal Federal

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STF ⇾Guardião da CF
- Composição ⇾ composto por 11 membros, divididos em duas Turmas, que
se encontram no mesmo plano hierárquico. O Presidente da República
escolhe livremente o candidato, que será sabatinado pelo SF, devendo ser
aprovado pela maioria absoluta de seus membros.

- São requisitos para a escolha dos 11 ministros do STF


 Idade ⇾ 35 a 65 anos
 Ser brasileiro nato
 Ser cidadão ⇾ no gozo de seus direitos políticos
 Notável saber jurídico e reputação ilibada
 Não precisa que sejam formados em direito ⇾ não se tem saber jurídico apenas
quem é formado em direito

- Competências do STF ⇾ atribuições do STF se esgotam todas na CF, não


ha atribuição infraconstitucional:
 Competências Originárias ⇾ art. 102, I CF
 Competências Recursais ⇾ art. 102, II (recurso ordinário) e III (recurso
extraordinário)
STJ ⇾Tribunal da Lei Federal, faz a uniformização do direito federal
- Composição ⇾ composto por no mínimo 33 ministros, escolhidos pelo
Chefe do Executivo, porem não livremente, pois obrigatoriamente deverão
ser:
 1/3 de Juízes do TRFs ⇾ c
 1/3 de Desembargadores do TJ ⇾ c
 1/3, dividido em partes iguais: 1/6 de advogados, 1/6 de membros do MP Federal,
Estadual e Distrital

- 5o Constitucional – art. 94 CF ⇾ “1/5 dos lugares dos TRFs e dos TJs será
composto por membros do MP, com mais de 10 anos de carreira, e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos
órgãos de representação das respectivas classes.” Imagine que um advogado
concorreu ao 5o Constitucional do TJ do RJ e conseguiu, ele concorreu e
passou, tomou posse como Desembargador. Abriu uma vaga no STJ, ele vai
concorrer para a vaga como advogado que já foi um dia como
Desembargador? Vai concorrer a vaga de Desembargador do TJ, porque
quando ele tomou posse como Desembargador ele não é mais advogado para
esse fim.

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- São requisitos para o cargo de Ministro do STJ


 Idade ⇾ 35 a 65 anos
 Ser brasileiro nato ou naturalizado
 Notável saber jurídico e reputação ilibada
 Precisam ser formados em direito ⇾ isso porque todos os que compõem o STJ são
oriundos de carreiras advocatícias
- Competências do STJ
 Originárias ⇾ art. 105, I CF
 Recursais ⇾ art. 105, II (recurso ordinário) e III (recurso especial)
Garantias da Magistratura - garantias de independência funcional
- Vitaliciedade
 Após 2 anos de exercício ⇾ só pode perder o cargo em virtude de sentença judicial
transitada em julgado
 Antes dos 2 anos ⇾ estando magistrado no período de estagio probatório, a perda do
cargo pode se operar por deliberação do Tribunal a que o Juiz estiver vinculado

- Inamovibilidade ⇾ proíbe que juízes sejam removidos do local onde se


encontram, mesmo sob forma de promoção, sem o seu consentimento.
Exceção: motivo de interesse publico ⇾ por deliberação da maioria absoluta
dos membros do Tribunal que estiver vinculado, assegurada a ampla defesa.
O voto de remoção também pode ser feito pela maioria absoluta do
CNJ!!

- Irredutibilidade de Subsídio ⇾ almeja garantir aos magistrados a necessária


tranqüilidade para o exercício do cargo, protegendo-os de perseguições
governamentais de natureza econômica.
Vedações – garantias de imparcialidade
- Não pode exercer outro cargo ou função ⇾ salvo uma de magistério – se
refere ao exercício da atividade de professor ⇾ não pode ser professor de 2
universidades publicas, mas pode ser professor de 1 universidade publica e
quantas privadas ele quiser, ou só de universidades privadas.
- Não pode receber, a qualquer titulo ou pretexto, custas ou participação em
processo
- Não pode se dedicar a atividade político-partidária ⇾ os partidos políticos
possuem uma ideologia própria e isso poderia influenciar o juiz
- Não podem receber auxílios ou contribuições de pessoas físicas e entidades
publicas ou privadas
- Não pode exercer a advocacia no juízo ou tribunal de onde se afastou antes
de decorridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração
⇾ Estamos diante da Quarentena!!!! Procura evitar que Juiz ou Desembargador faça
lobbying, ou seja, ex juiz ou magistrado querendo se valer do cargo para se beneficiar.

 Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – art. 103-B CF


⇾ Foi implementado pela EC 45/04 com objetivo de reforçar a fiscalização financeira e
administrativa dos demais órgãos do judiciário, zelando pela moralidade administrativa e
razoável duração do processo. Quando criado foi inserido como 1 dos órgãos que compõem o
Judiciário e, assim como todos os Tribunais Superiores, tem sede em Brasília. Todavia,
apesar de ser órgão do Judiciário, o CNJ é completamente desprovido de competência
jurisdicional.
Função
⇾ Não exerce atividade jurisdicional ⇾ exerce atividade de fiscalização financeira e
administrativa dos órgãos do Poder Judiciário, à exceção de 1 órgão – o STF!

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⇾ STF é o único órgão do Judiciário que não é fiscalizado pelo CNJ!! Art. 102, I, “r” –
compete ao STF fiscalizar as ilegalidades cometidas pelo CNJ – não faria sentido o CNJ
fiscalizar quem o fiscaliza!

Composição do CNJ
- Composto por 15 membros ⇾ desses 15 membros, 9 fazem parte do
Judiciário e 6 são divididos entre: 2 advogados, 2 membros do MP (1
representando o MPU e 1 representando o MPE) e 2 cidadãos.

- Esses 9 membros do Judiciário vem de onde? De todos os tribunais ⇾ 1 do


STF (Presidente do STF) + 1 do STJ, 1 do TST e 1 do TSE + 1 do TJ, 1 do
TRT e 1 do TRF + 1 Juiz de Direito, 1 Juiz Federal e 1 Juiz do Trabalho.
Atenção! Justiça Eleitoral e Justiça Militar estão FORA!!

- Quem faz a nomeação dos membros do CNJ? O PR, depois de aprovada a


escolha pela maioria absoluta do SF.

- Mandato ⇾ de 2 anos ⇾ admitida 1 recondução


- Quem presidente o CNJ? O Presidente do STF. Nas ausências e
impedimentos o Presidente do STF vai ser substituído pelo Vice Presidente
do STF.
- Poder Normativo ⇾ STF já confirmou o poder normativo do CNJ, ou seja,
ele edita Resoluções com força de lei, que podem ser inclusive impugnadas
no controle de constitucionalidade por ADI ou ADC.

Reformas da CF pela EC 45/04


⇾ A todos são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a sua celeridade  problema antigo do Judiciário Brasileiro!! A Justiça
lenta é uma injustiça clara e manifesta – Rui Barbosa
⇾ possibilidade de se criarem varas especializadas o solução das questões agrárias
⇾ problema da distribuição de terras é muito antigo no Brasil, aqui também tenta o
acesso célere a Justiça
⇾ “constitucionalização” dos tratados e convenções internacionais sobre direitos
humanos, desde que aprovados pelo quorum qualificado das EC ⇾ os tratados sobre
direitos humanos que passam pela maioria qualificada recebem status de norma
constitucional ⇾ somente os Tratados sobre Direitos Humanos podem ser
“constitucionalizados” perante o art. 5o, os demais tratados não podem ser
constitucionalizados ⇾ até hoje o único tratado que já passou por esse procedimento
especial (já foi constitucionalizado juntamente com seu protocolo adicional) foi a
Convenção Internacional dos Portadores de Deficiência – recebeu a forma de Decreto
6.949/09
⇾ submissão do Brasil à jurisdição do Tribunal Penal Internacional ⇾ Estatuto de
Roma criou o TPI em 1998, e o Brasil em 2002, pelo Decreto 4388, incorporou o

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Estatuto de Roma no direito pátrio. Todavia, existem muitas incompatibilidades entre o


Estatuto e o nosso ordenamento, como por exemplo a prisão perpetua e a
imprescritibilidade dos crimes.
⇾ a federalização de crimes contra direitos humanos, objetivando o deslocamento
de competência para a Justiça Federal ⇾ incidente de deslocamento de competência
⇾ grave violação de direitos humanos para PGU pode pedir o deslocamento para a
justiça federal.
⇾ previsão do controle da Magistratura por meio de CNJ ⇾ art. 103-B
⇾ previsão do controle externo do MP por meio do CNJ ⇾ CNMP (Conselho
Nacional do MP) – composto por 14 membros, nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do SF. Esses membros
exercerão mandato de 2 anos também, admitida 1 recondução. Esses 14 membros, são
todos do MP? Não. Teremos: 8 membros do MP e 6 membros que não fazem parte do
MP, onde 2 são juízes, 2 advogados e 2 cidadãos. Os 8 do MP são divididos em:
Presidente do CNMP (PGR) + 4 membros do MPU e 3 membros do MPE.
⇾ ampliação de algumas regras mínimas a serem observadas na Elaboração do
Estatuto da Magistratura no sentido da maior produtividade e transparência à prestação
jurisdicional
⇾ ampliação da garantia de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais
⇾ extinção dos Tribunais de Alçada ⇾ seus membros passaram a integrar o TJ’s
⇾ transferência da competência para homologação de sentença estrangeira e concessão
do exequator às cartas rogatórias do STF para STJ
⇾ criação da Súmula Vinculante ⇾ uma das grandes mudanças, que foram
implementadas pela EC 45 ⇾ STF é o único órgão do judiciário que pode criar súmula
vinculante.
⇾ aprovação da nomeação de Ministro do STJ pelo quorum de maioria absoluta dos
membros do SF
⇾ ampliação da garantia de imparcialidade dos membros do MP

15. CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito

Art. 58, §3o ⇾“As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos internos das
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a
apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou
criminal dos infratores.”
- CPI não julga ninguém ⇾ CPI realiza função de investigação  a CPI é
uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo ⇾ é apenas um inquérito
que tem como proposta reunir provas e informações que serão remetidas ao
MP e, eventualmente, poderão instruir uma ação penal ou civil que poderá
culminar na condenação dos responsáveis

- Aberta no âmbito do legislativo no típico exercício da função


parlamentar ⇾ a função é TIPICA  legislativo, além de ter a função
típica de legislar, também tem a função típica de fiscalizar, e é aqui que entra
a CPI (assim como o TC) ⇾ questões que dizem respeito ao besn, serviços, e
dinheiro publico da União ⇾ é então função típica!
- Requisitos para instauração da CPI
 Requerimento de 1/3 dos membros da casa ⇾ CD e/ou SF e/ou CPMI (Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito – CD e SF) ⇾ CD: 1/3 de 513 = 171 Deputados; 1/3
de 81 = 27 Senadores ⇾ E se for CPMI? Precisamos de 1/3 do CD + 1/3 do SF, ou
seja, 171 Deputados + 27 Senadores

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XII Exame de Ordem
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Lívia Ziegelmeyer

 Fato Determinado ⇾ não se abre para verificar se ha algo para ser apurado nem para
apurar fatos genéricos (CPI para apurar toda a corrupção do Brasil, não rola!).
Todavia, nada impede que sejam introduzidos novos fatos associados ao principal e a
CPI poderá continuar apurando esses novos fatos, mas para iniciar tem que ser fatos
determinados.
 Prazo Certo ⇾ STF já decidiu que são permitidas prorrogações sucessivas para o
prazo de termino, desde que prorrogações não ultrapassem o prazo de 1 legislatura na
qual a CPI foi aberta.

- Princípio da Reserva Constitucional de Jurisdição ⇾ em nome desse


princípio CPI não pode realizar alguns atos:
 Não pode determinar violação de domicilio ⇾ para além das situações de urgência,
a decretação de violação da casa só pode ser determinada pelo juiz, e CPI não é juiz
 Não pode determinar a interceptação telefônica ⇾ também só pode ser
determinada por ordem judicial
 Não pode determinar a suspensão ou dissolução das atividades de uma
associação ⇾ também porque somente o juiz pode determinar a suspensão das
atividades ou dissolução de uma associação
 Não pode expedir mandado de prisão ⇾ não pode contra ninguém – CPI no
passado já prendeu, mas isso foi prisão em flagrante porque CPP diz que qualquer
pessoa pode prender em flagrante de delito, mas isso não se confunde com expedição
de mandado de prisão, é ≠!!
- Exemplos de Atos Próprios da CPI ⇾ CPI poderá, por ato próprio:
 Ouvir testemunhas ⇾ inclusive sob condução coercitiva
 Determinar quebra de sigilo de dados bancários, telefônicos e fiscais dos
investigados ⇾ ≠ de interceptação telefônica ⇾ interceptação é a quebra da
conversa, é escuta, já a quebra do sigilo telefônico diz respeito as informações
documentadas, armazenadas, na conta telefônica, no extrato da conta (para quem a
chamado foi feita, quanto tempo durou a conversa, quanto custou a conta, etc) ⇾ não
entra aqui o TEOR DA LIGACAO, porque isso seria interceptação telefônica e para
isso precisa de ordem judicial
- Decisões da CPI ⇾ entendimento jurisprudencial no sentido de que todas as
decisões da CPI devem ser bem fundamentadas e precisam partir da vontade
da maioria dos membros da Comissão.

- Presença de Advogado ⇾ não pode ser rejeitada  CPI deve permitir que
os investigados e as testemunhas cheguem à audiência acompanhadas de seus
advogados
- Direito ao Silencio ⇾  garantido tanto aos investigados como às
testemunhas
- Pode ser instituída no plano Estadual e Municipal? Pode, desde que haja
a previsão da CPI no âmbito da Constituição Estadual ou Lei Orgânica
Municipal, mas CPI Estadual/Municipal não podem apurar questões
envolvendo a União, do mesmo modo que CPI Estadual não pode apurar
questões Municipais, e CPI Municipal não pode apurar questões Estaduais,
sob pena de violar o próprio pacto federativo.

16. Art. 5o

Titularidade dos Direitos Fundamentais


- Art. 5o, caput CF ⇾ os direitos fundamentais se destinam a todos os
brasileiros (natos e naturalizados) e estrangeiros que aqui residem  então de

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acordo com a CF os destinatários dos direitos fundamentais são brasileiros e


estrangeiros, STF e doutrina expandiram para todas as pessoas (naturais ou
jurídicas, nacionais ou estrangeiras), que residam ou não em território
brasileiro.
- Súmula 365 STF ⇾ pessoa não pode ser autora da ação popular
Positivação dos Direitos Fundamentais
- Art. 5o ⇾ 78 incisos versando sobre direitos fundamentais  todavia, os
direitos fundamentais não se esgotam no art.5o – Titulo II da CF, arts. 196,
205, 225 CF, por exemplo. Os direitos fundamentais também não se esgotam
na CF – ECA, CDC, CP, CC, Estatuto do idoso. Tem direito fundamental
espalhado no ordenamento jurídico todo!!!

Analise do art. 5o
- Princípio da Igualdade (I) ⇾ o art. 5o, I diz que homens e mulheres são
iguais. Esse princípio da igualdade vai muito além do tratamento equilibrado
entre homens e mulheres, é norteador da igualdade em todo o ordenamento
jurídico
 Igualdade perante a lei ⇾ igualdade de 1a geração
 Igualdade em sentido material ⇾ igualdade de 2a geração
Ver Súmula 683 STF ⇾ limite de idade para se inscrever em concurso publico – em
nome do princípio da igualdade não faz sentido que se estabeleça um limite de idade
sem que haja uma fundamentação, que é a natureza do cargo
- Princípio da Legalidade (II) ⇾ ninguém é obrigado afazer ou deixar de
fazer em virtude de lei
 Princípio da Legalidade em Sentido Amplo ⇾ podemos fazer tudo que não seja
contrario a lei, traz a autonomia da vontade e as decisões individuais autônomas
 Princípio da Legalidade em Sentido Estrito ⇾ se aplica a administração publica,
que não possui autonomia da vontade, ou seja, administração não pode agir fora da
lei, precisa pautar toda sua atuação na lei
 Princípio da Reserva Legal ou da Reserva de Lei ⇾ algumas matérias só podem
ser editadas sob determinada espécie normativa – LC

- Vedação à Tortura (III) ⇾ sentido amplo da expressão  tortura física e


emocional
 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

- Liberdade de Manifestação de Pensamento Responsável (IV e V) ⇾ você


tem a liberdade de pensamento, mas tem que ser responsável ⇾ o estado se
preocupa preventivamente e repressivamente com a manifestação de
pensamento
 Preventiva ⇾ vedação do anonimato
 Repressiva ⇾ ampla reparabilidade – pessoa jurídica pode ingressar com ação
pleiteando a violação da sua imagem

- Princípio da Laicidade (VI, VII e VIII) ⇾ estado brasileiro é laico, leigo ou


não confessional, ou seja, ha um sentimento religioso, para o estado a religião
é uma forma de salvação, mas não existe uma religião espiritual.
 VI. Liberdade Religiosa ⇾ liberdade de consciência, crença, de cultos religiosos
 VII. Proteção da Religião ⇾ nos locais de internação coletiva
 VIII. Escusa de Consciência ou Imperativo de Consciência ⇾ a pessoa pode
alegar para não cumprir uma obrigação imposta a todos, nesse caso o Estado deve
impor prestação alternativa ⇾ se deixar de cumprir a principal e a alternativa teremos
a restrição aos direitos políticos

- Liberdade de Pensamento (IX) ⇾ não há liberdade absoluta ⇾ nenhuma

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liberdade pode ser absoluta, porque quando se choca com o direito de outro
ela sofre restrição

- Vida Privada e Intimidade (X)


 Vida Privada ⇾ é aquilo que as pessoas podem ver
 Intimidade ⇾ só aqueles que você permite, não são todas as pessoas, você escolhe
com quem você vai partilhar sua intimidade, normalmente os amigos mais próximos
⇾ Violação da Vida Privada e Intimidade ⇾ CF garante ampla defesa

-Inviolabilidade do Domicilio (XI) ⇾ desdobramento da intimidade e vida


privada
 Conceito de casa ⇾ hoje é muito amplo, não engloba apenas o local onde moramos
⇾ se estende locais onde exerce profissão ou atividade privada, além de rpoteger
quarto de hotel, república de estudantes, etc
 Durante a noite ⇾ casa só pode ser violada se:
⇾ flagrante de delito
⇾ socorro
⇾ desastre
 Durante o dia ⇾ pode ser violada para cumprir ordem judicial ⇾ é o Princípio da
Reserva Constitucional da Jurisdição – somente o juiz pode determinar a violação do
domicilio. A ordem tem que ser do juiz, nenhuma autoridade policial pode dar essa
ordem.

- Inviolabilidade dos Meios de Comunicação (XII) ⇾ mais um


desdobramento da intimidade e vida privada
 Violação a dados bancários, fiscais e telefônicos ⇾ pode ser determinada pelo juiz
ou pode ser extraída de uma previsão legal. Não existe aqui reserva de jurisdição, a
própria CPI pode pedir a quebra.
 Interceptação telefônica ⇾ CF preservou a comunicação telefônica, então para que
haja interceptação deve ser preenchidos os requisitos:
⇾ ordem judicial ⇾ Princípio da Reserva de Jurisdição
⇾ feita no âmbito de uma investigação criminal ou instrução processual
⇾ deve obedecer os termos da lei (Lei 9296/96)

- Livre Exercício da Profissão (XIII) ⇾  norma de eficácia contida – pode


sofrer restrições ⇾ OAB instituiu exame de ordem

- Direito de Reunião (XVI) ⇾  direito individual de expressão coletiva, ou


tão somente um direito coletivo
 A reunião deve ser:
⇾ pacifica
⇾ sem armas
⇾ em locais abertos ao publico
⇾ desde que não frustem outra reunião marcada o mesmo lugar
⇾ não há necessidade de autorização mas sim aviso prévio ⇾ a autorização já foi
dada pela CF, só é preciso o aviso as autoridades para que se organizem
 Como de garante a liberdade de reunicao? Mandado de Segurança – quando é
negada a reunião é negada a manifestação e não o direito de ir e vir

- Liberdade de Associação (XVII e XIX)


 Suspensão ⇾ ordem judicial
 Dissolução ⇾ ordem judicial + decisão transitada em julgado

- Desapropriação (XXIV) ⇾ forma mais violenta da participação do Estado


na nossa vida privada ⇾ “a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,

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mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos


previstos nesta Constituição.”. A desapropriação promove a transferência do
bem privado para o poder publico. A desapropriação pode recair sobre
propriedade que esta cumprindo sua função social e sobre propriedade que
não esta cumprindo sua função social. Todavia, desapropriação não é
confisco e deve estar associada a uma indenização:
I. Propriedade que cumpre sua função social, indenização será...
 Justa ⇾ se aproximar do valor de mercado do bem
 Previa ⇾ antes da transferência do bem
 Paga em dinheiro
II. Desapropriação Sanção I – Art. 182, §4o, III ⇾ desapropriação do Município em
face a propriedade que não esta cumprindo sua função social
 Justa
 Paga em títulos da divida publica
 Prazos de resgate até 2 anos
III. Desapropriação Sanção II – Art. 184 ⇾ desapropriação da União, em face de
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, para fins de reforma agrária
 Previa e Justa
 Paga em títulos da divida agrária
 Paga em até 20 anos
- Requisição Administrativa (XXIV) ⇾ não é desapropriação, é apenas o uso
do bem!!! Imagina que teve uma enchente, estado pode fazer uma requisição
administrativa para usar uma escola privada para abrigar pessoas,, por
exemplo. Quais os requisitos?
 Iminente perigo publico
 Uso e não transferência do bem
 Indenização só se efetivamente tiver ocorrido algum dano e sempre posterior

Se tiverem tempo olhar também:

17. Estados de Exceção


18. Ordem Econômica
19. Ordem Social
20. Sistema Tributário Nacional

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