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Comentários:
NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA A principal obra dos autores citados pela questão:
Cesare Lombroso: “O Homem Delinquente” (1876)
Enrico Ferri: “Sociologia Criminal” (1884)
Raffaele Garófalo: “Criminologia” (1885)
321. (VUNESP/2014 – PC/SP) A autonomia da Cri-
Cesare Bonesana: “Dos Delitos e das Penas” (1764)
minologia frente ao Direito Penal
Adolphe Quetelet: ‘Ensaio de Física Social” (1835)
a) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas nega-
Gabarito: A
da pelos estudiosos do segundo.
b) não se concretiza, uma vez que a primeira não é
considerada ciência, ao contrário do segundo. 323. (VUNESP/2014 – PC/SP) Um dos primeiros au-
c) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a tores a classificar as vítimas de um crime foi Benjamin
primeira desenvolve em relação ao segundo. Mendelsohn, que levou em conta a participação das
d) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os vítimas no delito. Segundo esse autor, as vítimas clas-
conceitos da primeira são emprestados do segundo. sificam-se em __________; vítimas menos culpadas que os
e) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo criminosos; __________; vítimas mais culpadas que os cri-
objeto e são concretizados pelo mesmo método de estudo, minosos e __________.
qual seja, o empírico. Assinale a alternativa que preenche, correta e res-
pectivamente, as lacunas do texto.
Comentários: a) vítimas inocentes … vítimas inimputáveis … vítimas
A autonomia da Criminologia como ciência reside no culpadas
fato de que apesar de outras ciências , como a sociologia, a b) vítimas primárias … vítimas secundárias … vítimas
antropologia, a medicina legal, a psicologia, terem também terciárias
o ato humano delituoso por objeto, mas o têm acidental- c) vítimas ideais … vítimas tão culpadas quanto os cri-
mente, enquanto a criminologia o tem como escopo prin- minosos … vítimas como únicas culpadas
cipal de suas atividades investigatórias científicas. d) vítimas tão participativas quanto os criminosos …
E Roque de Brito Alves é de extrema felicidade ao mos- vítimas passivas … vítimas colaborativas quanto aos crimi-
trar essa abordagem ao crime, ao criminoso, à criminalida- nosos
de e à vítima, de peculiaridade extrema que torna a Crimi- e) vítimas passivas em relação ao criminoso … vítimas
nologia verdadeiramente autônoma quanto a seu objetivo prestativas … vítimas ativas em relação aos criminosos
de estudo:
“Não ficando restrita a Criminologia unicamente ao Comentários:
estudo das condutas típicas, puníveis por lei, legalmen- Segundo Nestor Sampaio Penteado Filho (2012, p. 68),
te definidas como criminosas desde que tem como seu
uma primeira classificação importante das vítimas é atri-
objeto também as condutas desviadas culturalmente,
buída a Benjamim Mendelsohn, que leva em conta a parti-
anti-sociais, algumas destas podem ser consideradas
cipação ou provocação da vítima:
como verdadeiros ‘estados criminógenos’ que embora
a) vítimas ideais: completamente inocente;
não tipificados como crime são comportamentos ou
modos de ser em um estilo de vida que podem con- b) vítimas menos culpadas que os criminosos: ex ig-
duzir o indivíduo a delinqüir como, p. ex., na vagabun- norantia;
dagem, na prostituição, vício da droga, etc. O que faz c) vítimas tão culpadas quantos os criminosos: du-
com que, obviamente, o estudo criminológico possa pla suicida, aborto consentido, eutanásia;
adquirir maior horizonte ou extensão ao não limitar-se d) vítimas mais culpadas que os criminosos: vítimas
ou partir exclusivamente da noção jurídica do delito, por provocação que dão causa ao delito;
compreendendo outras condutas de grande importân- e) vítimas como únicas culpadas: vítimas agressoras,
cia tanto para uma sua apreciação individual, pessoal, simuladas e imaginárias.
como social”.( ALVES, Roque de Brito. Op. Cit. P. 59). (Por (Por Anne Graziele)
Bruno Silva) Gabarito: C
Gabarito: C
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LIVRO QUESTÕES
324. (VUNESP/2014 – PC/SP) A moderna Sociologia 326. (VUNESP/2014 – PC/SP) A prevenção crimi-
Criminal possui visão bipartida do pensamento crimi- nal que está voltada à segurança e qualidade de vida,
nológico atual, sendo uma de cunho funcionalista e ou- atuando na área da educação, emprego, saúde e mo-
tra de cunho argumentativo. Trata-se das teorias radia, conhecida universalmente como direitos sociais
a) indutiva e dedutiva. e que se manifesta a médio e longo prazos, é chamada
b) do consenso e do conflito. pela Criminologia de prevenção
c) absoluta e relativa. a) primária.
d) moderna e contemporânea. b) individual.
c) secundária.
e) abstrata e concreta.
d) estrutural.
e) terciária.
Comentários: O pensamento criminológico moderno é
influenciado por duas visões. Comentários:
1) uma de cunho funcionalista, denominada teoria de A prevenção primária é, sem dúvida nenhuma,
integração, mais conhecida por teorias de consenso; a mais eficaz, a genuína prevenção, posto que opera
2) uma de cunho argumentativo, chamada de teorias etiologicamente. Mas ela atua a médio e longo prazo
de conflito. e reclama prestações sociais, intervenção comunitá-
Trecho de: Nestor Sampaio Penteado Filho. “Direito Pe- ria e não mera dissuasão. Disso advêm suas limitações
nal - Manual Esquematico de Criminologia - Nestor Sam- práticas. Porque a sociedade sempre procura e reclama
paio Penteado Filho - 2 Ed - 2012.” iBooks. (Por Klyvellan por soluções a curto prazo e costuma lamentavelmen-
Abdala) te identificá-las com fórmulas drásticas e repressivas.
Gabarito: B E os governantes tampouco demonstram paciência ou
altruísmo, ainda mais quando oprimidos pela periódica
325. (VUNESP/2014 – PC/SP) Assinale a alternativa demanda eleitoral e o interessado bombardeio propa-
que completa, correta e respectivamente, a frase: A Cri- gandístico dos forjadores da opinião pública. Poucos
minologia__________ ; o Direito Penal __________. estão dispostos a envidar esforços e solidariedade para
a) não é considerada uma ciência, por tratar do “dever que outros, no futuro, desfrutem de uma sociedade
melhor ou usufruam daquelas iniciativas assistenciais.
ser” … é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do
A chamada prevenção secundária, por sua parte, atua
“ser”
mais tarde em termos etiológicos: não quando - nem onde
b) é uma ciência normativa e multidisciplinar, do “dever
- o conflito criminal se produz ou é gerado, senão quando
ser” … é uma ciência empírica e fática, do “ser” e onde se manifesta ou se exterioriza. Opera a curto e mé-
c) não é considerada uma ciência, por tratar do “ser” … dio prazos e se orienta seletivamente a concretos (particu-
é uma ciência jurídica, pois encara o delito como um fenô- lares) setores da sociedade: àqueles grupos e subgrupos
meno real, do “dever ser” que ostentam maior risco de padecer ou protagonizar o
d) é uma ciência empírica e interdisciplinar, fática do problema criminal. A prevenção secundária conecta-se
“ser” … é uma ciência jurídica, cultural e normativa, do “de- com a política legislativa penal, assim como com a ação
ver ser” policial, fortemente polarizada pelos interesses de pre-
e) é considerada uma ciência jurídica, por tratar o de- venção geral. Programas de prevenção policial, de con-
lito como um conceito formal, normativo, do “dever ser” … trole dos meios de comunicação, de ordenação urbana e
não é considerado uma ciência, pois encara o delito como utilização do desenho arquitetônico como instrumento de
um fenômeno social, do “ser” auto-proteção, desenvolvidos em bairros de classes menos
favorecidas, são exemplos de prevenção “secundária”.[6]
Comentários: A prevenção terciária, por último, tem um destina-
Pode-se conceituar criminologia como a ciência em- tário perfeitamente identificável: é o recluso (população
pírica (baseada na observação e na experiência) e interdis- presa), o condenado; e um objetivo certo: evitar a rein-
ciplinar que tem por objeto de análise o crime, a persona- cidência. Das três modalidades de prevenção é a que
possui o mais acentuado caráter punitivo. E os programas
lidade do autor do comportamento delitivo, da vítima e o
“reabilitadores”, “ressocializadores”, nos quais se concreti-
controle social das condutas criminosas.
za - etiológica, cronológica e espacialmente distante das
A criminologia é uma ciência do “ser”, empírica, na me- raízes últimas do problema criminal -, operam no próprio
dida em que seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle âmbito penitenciário. A plena determinação e seletividade
social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores, da população destinatária de tais programas, assim como
como ocorre com o direito, que é uma ciência do “dever- os elevados índices de reincidência, não compensam o dé-
ser”, portanto normativa e valorativa. (Manual Esquemático ficit etiológico da prevenção terciária, suas insuperáveis
de Criminologia - Nestor Sampaio Penteado Filho) carências, pois trata-se de uma intervenção tardia (depois
(Por Fernanda Prugner) do cometimento do delito), parcial (só no condenado) e
Gabarito: D insuficiente (não neutraliza as causas do problema criminal)
(Por Janaina Andrade)
Gabarito: A
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LIVRO QUESTÕES
327. (VUNESP/2014 – PC/SP) São objetos de es- (Escola de Chicago, Teoria da associação diferencial,
tudo da Criminologia moderna __________, o crimino- Teoria da anomia, Subcultura delinquente.)
so,_________e o controle social. Teoria do Conflito – A coesão e a ordem na socie-
Assinale a alternativa que completa, correta e res- dade são fundadas na força e na coerção, na dominação
pectiva- mente, as lacunas do texto. por alguns e sujeição de outros; ignora-se a existência de
a) a desigualdade social ... o Estado acordos.
b) a conduta ... o castigo (Labelling Aprouch (etiquetamento/rotulação), Teoria
c) o direito ... a ressocialização crítica (Marx / radical).
d) a sociedade ... o bem jurídico Gabarito: E
e) o crime ... a vítima
330. (VUNESP/2014 – PC/SP) A criminologia mo-
Comentários: derna estuda o fenômeno da criminalidade por meio
Diante da criminologia moderna, ocorreu a ampliação da estatística criminal. Nessa seara, a expressão “cifra
dos objetos de estudo: Delito, Criminoso, Vítima e o Con- dourada” designa.
trole Social a fim de criar estratégias para a prevenção dos a) o total de delitos registrados e de conhecimento do
delitos. (Por Roberto Dias) poder público que são elucidados.
Raphael Andrade usou uma “estorinha” que facilita a b) as infrações penais praticadas pela elite, não revela-
compreensão: das ou apuradas; trata-se de um subtipo da “cifra negra”, a
José, por falta de dinheiro, assaltou Maria que denun- exemplo do crime de sonegação fiscal
ciou à Polícia. c) as infrações penais de maior gravidade, como, por
Criminoso = José exemplo, o homicídio, que, ao ser elucidado, permite ao
Delito/crime = Assalto por motivo próprio poder público planejar melhor suas ações e alterar a legis-
Vítima = Maria lação
Controle Social = PM d) as infrações penais de menor potencial ofensivo, por
Gabarito: E enquadrar-se na Lei n.º 9.099/95, a exemplo do delito de
perturbação do sossego alheio
328. (VUNESP/2014 – PC/SP) Conceitua-se a crimi- e) o percentual de delitos praticados pela sociedade de
nologia, por ser baseada na experiência e por ter mais baixa renda que não chega ao conhecimento do poder pú-
de um objeto de estudo, como uma ciência. blico por falta de registro, e, portanto, não são elucidados
a) abstrata e imensurável.
b) biológica e indefinida. Comentário:
c) empírica e interdisciplinar. Crimes do colarinho branco: a expressão “white collar
d) exata e mensurável crimes” é de autoria de Sutherland, que o define como um
e) humana e indefinida. ´ crime cometido por pessoas respeitáveis e com elevado
status social, praticado no exercício da profissão, em regra,
Comentário: com violação de confiança – a doutrina chama essa crimi-
“Pode-se conceituar criminologia como a ciência em- nalidade de “dourada”, por isso a expressão “cifras douradas”
pírica (baseada na observação e na experiência) e interdis- para designar os crimes do colarinho branco que não são
ciplinar que tem por objetivo de análise o crime, a perso- descobertos pelas autoridades.
nalidade do autor do comportamento delitivo, da vítima
e o controle social das condutas criminosas”. Nestor Sam- Cifra da criminalidade é o distanciamento progressivo
paio Penteado Filho. Manual Esquemático de Criminologia. (processo de atrição, é antônimo de “atração”) entre a crimi-
2010. pg. 19. nalidade legal e a criminalidade real, acarretando prejuízo
Gabarito: C às estatísticas oficiais do Estado, relacionadas à criminali-
dade.
329. (VUNESP/2014 – PC/SP) Dentre os modelos I. Cifras Negras:
sociológicos, as teorias da criminologia crítica, da rotu- Conjunto de crimes que não chega ao conhecimen-
lação e da criminologia radical são exemplos da teoria. to do Estado para registro por questões subjetivas, como
a) do consenso medo de represálias (sequestro e ameaças), vergonha (hi-
b) da aparência pótese de um homem/mulher que é vítima de estupro) ou
c) do descaso descredito com os órgãos de controle social formal (crimes
d) da falsidade. de bagatela). As cifras negras são as que possuem a maior
e) do conflito. disparidade entre a criminalidade real e a criminalidade le-
gal. Crimes como pirataria e aborto são os que apresentam
Comentário: maior índice de cifras negras.
Teoria do Consenso A finalidade da sociedade é II. Cifras Cinzas:
atingida quando há um perfeito funcionamento de suas Conjunto de crimes que chega ao conhecimento da
instituições de forma que os indivíduos compartilham os autoridade policial, entretanto, não prosperam na fase pro-
objetivos comuns a todos os cidadãos, aceitando as regras cessual, haja vista a composição dos danos pelas partes ou
vigentes e compartilhando as regras sociais dominantes. a ausência de representação.
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Comentários:
Pode-se dizer que as Cifras Negras é a genitora de todas
as outras pelo fato de que englobam todas as demais, sendo
definida como todos os crimes que não chegam ao conhe-
cimento policial, seja praticado por pessoas do alto-escalão,
contra meio ambiente como também aqueles que até che-
gam ao conhecimento das autoridades, são registrados po-
rém não são chegam até o processo ou ação penal.
Segundo o matemático belga Quetelet, autor da Escola
Cartográfica, depois do século XIX que as ciências criminais
alcançaram projeção passando a se preocupar com a crimina-
lidade de maneira a qual passou a levar em consideração suas
causas, alertando a partir de então a questão dos crimes não
comunicados ao Poder Público. (fonte: http://www.conteudo-
juridico.com.br)
Gabarito: D
Comentário:
Um dos principais legados trazidos por Beccaria foi na re-
lação que a relação crime-castigo deveria ostentar. Não obs-
tante tal aspecto, defendia a ideia de que a pena fosse aplica-
da prontamente. (Fonte: http://www.questoesdeconcurso.net
– Por Rafael Ernani Cabral Brocher)
Gabarito: A
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