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APOSTILA DE PROVAS
OPERATÓRIAS DE
A
V JEAN PIAGET
P
Q
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Z B K
S
J
A
B E
Materiais:
Dez fichas da mesma forma e tamanho, azuis e dez fichas da mesma forma e tamanho,
vermelhas (pode ser qualquer outra cor, diferente das outras dez);
Desenvolvimento:
Pedir que a criança observe o material disposto na mesa e ver se ela consegue identificar o
material.
1° Passo: Colocar as fichas na mesa e pedir que a criança escolha uma cor. Dar as fichas da
cor escolhida para a criança e alinhar as fichas da outra cor na mesa.
Pedir para que a criança coloque as fichas que ela recebeu alinhadas e numericamente iguais
as suas.
Ex: “Coloque a mesma quantidade das suas fichas... o mesmo número... quantidade igual,
nem mais nem menos”.
Pergunte a criança se ela tem a mesma quantidade de fichas que você? Pergunte por que ela
acha isso.
2ª Passo: Espace ou aproxime as fichas de sua coleção sempre mantendo a outra carreira de
fichas que fica mais curta ou mais comprida:
Pergunta-se:
“Você acha que tem a mesma coisa... o mesmo número, de minhas e suas (de azuis e
vermelhas) ou não? Onde tem mais? Onde tem menos? Como você sabe?”
Retorno empírico: retorne as fichas na posição inicial e pergunte o que ela acha que aconteceu
agora. Quem tem mais fichas? E por quê?
Pergunta de quantidade: “Conte as vermelhas que sobraram com você”, ao mesmo tempo em
que esconde as próprias na mão. “Quantas eu tenho na minha mão? Responda sem contar.
Como você sabe?”
3ª Passo: Depois de reunir todas as fichas, o examinador coloca seis fichas azuis em círculo,
procedendo daí em diante como nas situações anteriores e fazendo o mesmo tipo de pergunta.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1- Não conservativo (até aproximadamente 4 ou 5 anos):
Responde bem ou não à pergunta de retorno empírico. Não responde corretamente à pergunta
de quantidade. Não conserva em nenhuma das modificações.
Nível 2 – Intermediário:
Materiais:
Dois vidros iguais (A1 e A2);
Um vidro mais estreito e mais alto (vidro B);
Um vidro mais largo e mais baixo (vidro C);
Quatro vidrinhos iguais correspondentes a aproximadamente ¼ do volume de A (D1, D2, D3,
D4);
Uma garrafa com água colorida.
A1 A2 B C D1 D2 D3 D4
Desenvolvimento:
1° Passo: Coloque os copos sobre a mesa e pede-se para a criança que diga algo sobre o que
ela vê. Pergunta-se se A1, A2 são iguais. Despeje água em A1 e peça à criança que despeje a
mesma quantidade de água em A2: “A mesma coisa, nem mais, nem menos...”. A seguir:
“Caso eu beba o que está em A1 e você em A2, vamos beber a mesma quantidade?
Beberemos a mesma coisa?”
Retorno Empírico – “Se eu puser o que está em B, de volta no A1, Vamos ter a mesma coisa
para beber?” Se a criança não acertar, faça o retorno empírico, igualando A1 e A2.
4°Passo: Terceira mudança – Despeje o líquido de A1 nos quatro vidrinhos D1, D2, D3 e D4,
proceda como nos transvasamentos anteriores em relação à contra-argumentação e ao retorno
empírico.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 5 ou 6 anos):
Consegue estabelecer a igualdade inicial. Não conserva em nenhuma das modificações. A
partir da contra-argumentação, mantém a resposta ou troca para outro vidro. O retorno
empírico pode ser resolvido corretamente ou não.
Nível 2 – Intermediário: oscilação entre conservação e não conservação:
Consegue estabelecer a igualdade inicial. Ora conserva, ora não conserva: “Tem mais para
beber nesse..., não, no outro..., não, é a mesma coisa”. O retorno empírico é resolvido
corretamente.
Nível 3 – Conservativo (a partir de aproximadamente 7 anos):
As quantidades de líquidos são sempre consideradas iguais. É capaz de dar uma ou mais
justificativas (identidade, reversibilidade e compensação): “E é mais alto, porém é mais fino”.
A conservação é mantida apesar das contra-argumentações.
Material:
Duas bolas de massa plástica de cores diferentes (aproximadamente 4 cm de diâmetro).
Desenvolvimento:
Peça a criança para fazer duas bolas que tenham a mesma quantidade. Como dois docinhos de
festa.
1ª Transformação – Transforma-se uma das bolas em uma salsicha. “Será que agora tem a
mesma quantidade de massa no docinho e na salsicha ou tem mais no docinho ou mais na
salsicha? Como você sabe? Você pode me explicar? Você pode me mostrar isso?”.
Retorno Empírico – Perguntar a criança “Se dessa salsicha eu refaço o docinho, será que vai
ter a mesma quantidade, ou não?”. Se a criança não resolver esse problema de “retorno
empírico”, igualam-se novamente as bolas até que ela as julgue com quantidades iguais.
3ª Transformação – Dividir a bola inicial em quatro bolinhas menores, procedendo como nas
outras transformações.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 5-6 anos):
Não conserva nenhuma das modificações. Ante as contra-argumentações a criança não
mantém a opinião, ora conserva, ora não conserva. O retorno empírico pode ser respondido
corretamente ou não.
Nível 2 – Intermediário:
Estabelece igualdade inicial. Respondendo corretamente ao retorno empírico. Os julgamentos
oscilam entre conservação e não conservação.
Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos)
Conserva em todas as transformações. A criança é capaz de dar um ou mais argumentos – de
identidade: “É a mesma coisa”; Compensação: “Aqui a pizza é maior, mas é mais fina que o
docinho, então, é a mesma coisa”. A criança mantém o julgamento de conservação, apesar da
contra-argumentação do examinador.
Conservação do comprimento
Material:
Uma corrente ou barbante com aproximadamente 15 cm de comprimento (A).
Uma corrente o barbante com aproximadamente 10 cm de comprimento (B).
Dois carrinhos pequenos.
Desenvolvimento:
Pedir para a criança que diga se A é maior que B. Aguardar a confirmação.
Brincar com a criança dizendo que seriam como duas estradas, assim: “Nesta estrada (A) a
gente tem que andar a mesma coisa que nesta (B) ou tem que andar mais? Este caminho (A) é
do mesmo comprimento do que este (B), mais comprido ou menos comprido que (B)?”.
1ª Transformação – Deforma-se o fio maior (A) fazendo que fique do tamanho do fio B.
“Estes carrinhos, um em cada estrada, será que os dois vão andar a mesma coisa, o
comprimento da estrada será o mesmo?”.
2ª Transformação – Faça curvas no fio A, de modo que fique uma diferença entre uma das
extremidades dos dois fios (B). Faz-se como na 1ª transformação uma comparação dos
Procedimentos Avaliativos:
Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 6-7 anos):
Estabelece igualdade inicial. Responde bem ou não ao retorno empírico. Não conserva nas
transformações.
Nível 2 – Intermediário:
Estabelece igualdade inicial. Responde bem ao retorno empírico. Ora conserva, ora não
conserva nas transformações.
Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos):
É capaz de dar um ou vários argumentos (identidade, reversibilidade e compensação),
mantendo o seu julgamento apesar da contra-argumentação. Conserva em todas as
transformações.
Conservação de peso
Material:
Duas bolas de massinha, uma de cada cor;
Uma balança com dois pratos.
Desenvolvimento:
Verifique se a criança conhece as relações de peso indicadas pela balança, usando objetos
diversos (pedra, apontador, bolas de massa, etc.). Peça que a criança faça duas bolas que
tenham o mesmo peso, para isso usando a balança.
1ª Transformação – Transforme uma das bolas em salsicha e finja que irá pesa-las, falando:
“Você acha que a salsicha pesa a mesma coisa que a bola ou será que uma pesa mais que a
outra? Como é que você sabe?”.
Retorno Empírico – Volte as duas bolas ao mesmo formato e pergunte à criança se continua
a mesma quantidade ou não.
2ª Transformação - Transforme a mesma bola em uma mini pizza e faça como na primeira
transformação, quanto à contra-argumentação e ao retorno empírico.
3ª Transformação – Divida a mesma bola em oito a dez pedaços e faça como nas outras
transformações, em relação a contra-argumentação e o retorno empírico.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 6-7 anos):
Consegue estabelecer igualdade inicial, porém, pode ou não responder corretamente ao
retorno empírico e nas contra-argumentações. Não conserva.
Nível 2 – Intermediário:
Às vezes conserva, às vezes não. Estabelece igualdade inicial. Consegue responder
corretamente ao retorno empírico.
Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 7 anos):
Conserva em todas as modificações. É capaz de dar um ou vários argumentos (identidade,
reversibilidade e compensação).
Material: Dois vidrinhos iguais com água no mesmo nível, cerca de 2/4.
Duas bolas de massinha de modelar com mesmo tamanho e peso.
Desenvolvimento:
Leve a criança a constatar a igualdade no nível da água nos dois vidrinhos. Peça que o sujeito
faça duas bolas iguais. “Com a mesma quantidade...”; “Como você pode fazer que fiquem
com a mesma quantidade?”.
Perguntar: “Se eu puser esta bola dentro do vidrinho, o que acontecerá com a água que está aí
dentro?”. “Porque você acha isso?”.
“E se eu puser esta outra bolinha no outro vidrinho será que a água vai subir o mesmo que
neste? Subirá mais ou menos?”.
Faça a comprovação empírica, apenas quando for absolutamente necessário para que a criança
compreenda.
1ª Transformação – Transforme a segunda bola em salsicha e Pergunte: “Se eu colocar neste
copo, a água subirá a mesma coisa? Subirá mais ou menos que no copo que está a bola?”.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Não conservativo (até aproximadamente 8-9 anos):
Estabelece igualdade inicial, porém, não conserva em nenhuma modificação. Pode ou não
acertar o retorno empírico.
Nível 2 – Intermediário:
Estabelece igualdade inicial, porém varia entre a conservação e a não conservação nas
modificações e contra-argumentações. Acerta a pergunta de retorno empírico.
Nível 3 – Conservativo (aproximadamente a partir de 11-12 anos):
Conserva em todas as transformações e contra-argumentações. Utiliza mais de um argumento
(identidade, reversibilidade e compensação).
Material:
Cinco círculos de 25mm de diâmetro (pequenos) vermelhos e cinco azuis;
Cinco círculos de 50mm de diâmetro (grandes) vermelhos e cinco azuis;
Cinco quadrados de 25mm de lado (grandes) vermelhos e cinco azuis;
Um papelão (tampa de caixa) dividido em duas partes ou duas caixas baixas iguais.
1ª Mudança de critério: “Você pode arrumar de uma forma diferente da anterior, dois grupos
(montes), as fichas que se parecem?”. Se a criança repetir o primeiro critério: “Você já
separou desse modo. Você pode descobrir uma outra forma (critério) de separar em dois
grupos?”. Se for preciso, inicie uma nova classificação e peça à criança para continuar. Faça
as mesmas perguntas após o término: “Por que você colocou todas essas fichas juntas? E
aquelas? Como a gente poderia chamar esse monte aqui? E aquele outro?”.
2ª Segunda mudança de critério: “Será que você ainda poderia separar de outra maneira
diferente fazendo dois grupos novos?”. Faça como nas últimas mudanças
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Coleções figurais (desde 4-5 anos):
A criança arruma as fichas, estruturando figuras de trens, casas, bonecos etc. Podem também
arrumar as fichas que tenham alguma semelhança, Pode conseguir classificar por critério de
coleções não figurais.
Nível 2 - Início de classificação (aproximadamente 5-6 anos):
A criança consegue fazer pequenos grupos não-figurais, seguindo diferentes critérios, mas são
coleções justapostas, sem ligação entre si: “É o monte das bolas vermelhas grandes, das bolas
pequenas vermelhas, dos quadrinhos vermelhos” etc. Em um nível maior a criança pode
conseguir um começo de reagrupamento dos subgrupos em classes gerais, sem conseguir uma
antecipação de critérios.
Nível 3 - Dicotomia segundo os 3 critérios:
A criança inicia a tarefa já antecipando as possibilidades, consegue fazer e recapitular
corretamente duas dicotomias sucessivas, seguindo dois critérios, o terceiro critério, sendo
apenas descoberto como incitação do examinador. Num desenvolvimento maior, os três
critérios são antecipados e utilizados espontaneamente.
Inclusão de Classes
Material:
Dez margaridas;
Três rosas.
O material pode variar: Flores, frutas, animais, carrinhos etc.
Desenvolvimento:
Veja se a criança conhece o nome das flores e se conhece o termo genérico “flores”; “Você
conhece o nome de outras flores? Quais?”.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Ausência de quantificação inclusa (até aproximadamente 5-6 anos):
A criança responde que há mais margaridas do que flores. Erra na subtração de subclasses.
Nível 2 - Condutas intermediárias:
Acerta algumas perguntas e outras não. Às vezes responde: “É a mesma coisa”. Podendo
responder bem às questões de subtração de subclasses que não necessitem reversibilidade.
Nível 3 - Presença da quantificação inclusiva (aproximadamente a partir de 7-8 anos):
A criança responde corretamente a todas as perguntas.
Intersecção de Classes
Material:
Cinco círculos vermelhos;
Cinco círculos amarelos;
Cinco quadradas amarelas;
Uma folha de papelão com 2 círculos desenhados, 1 preto e outro amarelo que se entrecruzam
delimitando 3 partes, das quais uma é comum aos 2 círculos.
Desenvolvimento:
Disponha as fichas nos círculos em intersecção, sendo as redondas vermelhas e as quadradas
amarelas, nas partes exteriores e as redondas amarelas nas partes comuns. Pede que a criança
observe a disposição, descrevas as fichas e pergunta: “Por que você acha que eu pus as
redondas amarelas no meio?”.
Perguntar: “Há mais fichas vermelhas ou mais fichas amarelas?” “Há mais ficas quadradas ou
mais fichas redondas?” “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas redondas do que fichas
amarelas?”. Pergunta de intersecção: “Há a mesma coisa, mais ou menos fichas redondas do
que amarelas?”. Pergunta de inclusão: “Há a mesma quantidade, mais ou mesmo fichas
quadradas que amarelas?”
Pergunte: “Como você sabe? Você pode me mostrar?”.
Seriação de Bastonetes
Material:
Uma série de 10 bastonetes graduados de 10 a 16 cm com a diferença de um para o outro de
0,6;
Um anteparo de papelão.
Desenvolvimento:
1º Passo - Dê à criança os 10 bastonetes em desordem para que tome conhecimento do
material.
2ª Passo - Seriação a descoberto: “Faça uma escadinha com todos esses pauzinhos,
colocando-os em ordem do menor para o maior”. Se a criança não conseguir, o examinador
pode, eventualmente, iniciar demonstrando com três pauzinhos. É importante registrar a
ordem em que a criança escolhe cada pauzinho e como faz cada escolha e a configuração
final; anotar o processo de realização.
4º Passo - Seriação oculta atrás do anteparo: Se a criança acertou a seriação, pode-se fazer
também de outra forma: “Agora sou eu que vou fazer escadinha atrás desse papelão (tampa da
caixa); você vai me dando os pauzinhos um a um, e eu vou colocando aqui, na ordem
‘fazendo a escada’”. Registra-se a maneira de escolher e a ordem que ele deu ao examinador.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 - Ausência:
Fracassa nas suas tentativas de ordenar; ausência de seriação (3-4anos) a criança não entende
a proposta e coloca os bastões em qualquer ordem, justapondo-os;
Esboço de séries (4-5anos): a criança faz tentativas diversas; pares (grades e pequeno), séries
de três ou quatro bastões, mas não coordena as diferentes series entre si, ou não consegue
intercalar os outros;
Material:
Seis fichas coloridas, uma de cada cor.
Desenvolvimento:
Peça a criança para fazer a maior quantidade possível de pares com as seis fichas. O total a ser
formado são 30 pares. Observar se a criança compreendeu, podendo até fazer uma
combinação para que a criança entenda.
Procedimentos avaliativos:
Nível 1 – Ausência da capacidade combinatória:
Não é capaz de conseguir descobrir as diversas combinações. Não tem critério, faz tentativas
aleatórias com um número reduzido de pares.
Nível 2 – Intermediário:
Faz combinações incompletas, consegue fazer os pares sem ordem estabelecida, não consegue
chegar à quantidade total de pares.
Nível 3 – Condutas operatórias com capacidade combinatória:
Antecipa a capacidade combinatória, completamente e metodicamente. Conseguindo
descobrir as 30 duplas. Deixando evidente o critério estabelecido.
SAMPAIO, Simaia. Manual Prático do Diagnóstico Clínico. 2ª Ed. WAK Editora. Rio de
Janeiro. 2010.
WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Clínica – Uma Visão Diagnóstica dos
Problemas de Aprendizagem Escolar. 13ª Ed. Lamparina. R.J. 2008.