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A GRANDE IDEIA

Darrell K. Rigby é sócio scrum de inovação ágil


do escritório de Boston e CEO da Scrum Inc.,
da Bain & Company. Ele empresa de consultoria
lidera as práticas globais e treinamento. Hirotaka
de inovação e varejo da Takeuchi é professor da
empresa. Jeff Sutherland unidade de estratégia da
é cocriador do formulário Harvard Business School.

incorporando
a agilidade Como dominar o processo que
está transformando a gestão
IGBY, JEFF SUTHERLAND E HIROTAKA TAKEUCHI

étodos de inovação
ágeis revolucionaram a
tecnologia da informação.
Ao longo dos últimos 30 anos, eles
aumentaram muito as taxas de
sucesso no desenvolvimento de
softwares, melhoraram a qualidade e
a velocidade de chegada ao mercado
TODD ST. JOHN

e intensificaram a motivação e a
produtividade das equipes de TI.
Maio 2016 Harvard Business Review 25
A GRANDE IDEIA INCORPORANDO A AGILIDADE

Agora, metodologias ágeis — que envolvem no- Agendam reuniões frequentes com membros de
vos valores, princípios, práticas e benefícios, além de equipes ágeis, forçando-os a perder sessões de tra-
serem uma alternativa radical para a gestão no estilo balho ou enviar substitutos. Muitos se envolvem de-
comando e controle — estão se espalhando por uma mais no trabalho de equipes individuais. Falam mais
ampla gama de indústrias e funções, até na direto- do que escutam. Lançam ideias marginais já anali-
ria. A National Public Radio (NPR) emprega métodos sadas e previamente descartadas pela equipe. Roti-
ágeis para criar novas programações, a John Deere neiramente, anulam as decisões da equipe e adicio-
para desenvolver novas máquinas, e a Saab para pro- nam camadas de avaliação e controle para garantir
duzir novos caças. A Intronis, líder em serviços de que erros não se repitam. Com a melhor das inten-
backup em nuvem, usa os métodos ágeis no marke- ções, corroem os benefícios que a inovação ágil po-
ting, e a C.H. Robinson, provedor global de logística de oferecer.
para terceiros, em recursos humanos. A Mission Bell Agilidade tem a ver com inovação. Embora o mé-
Winery aplica esses métodos em tudo, da produção todo seja menos útil em operações e processos de ro-
de vinho e armazenagem à condução de seu grupo tina, hoje em dia a maioria das empresas opera em
de liderança sênior. E a GE se apoia neles para ace- ambientes altamente dinâmicos. Elas precisam não
lerar uma transição muito divulgada, de um conglo- apenas de novos produtos e serviços, mas também
merado do século 20 para uma “empresa da indús- de inovações em processos funcionais, sobretudo le-
tria digital” do século 21. Ao tirar as pessoas dos seus vando em conta a rápida disseminação de novas fer-
silos funcionais e colocá-las em equipes multidisci- ramentas de software. Empresas que criam um am-
plinares autogeridas e com foco no cliente, a aborda- biente no qual a agilidade floresce descobrem que as
gem ágil não só acelera o crescimento rentável como equipes podem produzir inovações em série.
também ajuda a criar uma nova geração de gestores Veja a seguir seis práticas cruciais que os líderes
qualificados. devem adotar se quiserem capitalizar seu potencial
A disseminação da agilidade levanta possibilida- de agilidade.
des intrigantes. E se uma empresa tivesse retornos
positivos 50% maiores com seus novos produtos? E 1 Saiba como a agilidade
se os programas de marketing gerassem uma procura realmente funciona
40% maior por parte dos clientes? E se o RH contra- Alguns executivos aparentemente associam agilida-
tasse 60% a mais dos seus alvos de maior prioridade? de com anarquia (cada um faz o que quer), enquan-
E se o dobro de trabalhadores se envolvesse emocio- to para outros o termo significa “fazer o que eu di-
nalmente com seu trabalho? A agilidade trouxe es- go, só que mais rápido”. Mas agilidade não é nem
ses níveis de aprimoramento para a TI. Em outras uma coisa nem outra (ver quadro “Valores e princí-
áreas da empresa as oportunidades são igualmente pios ágeis”). Ela se manifesta na forma de diferentes
substanciais. metodologias ou técnicas que, embora tenham mui-
Mas há um sério impedimento. Quando pergun- to em comum, guardam traços distintos. São elas:
tamos a executivos o que sabem sobre agilidade, a scrum (a palavra se refere ao grupo de atacantes no
resposta geralmente é um sorriso desconfortável e rugby), que enfatiza o trabalho criativo e adaptável
um gracejo: “Conheço um pouco, mas é melhor nem em equipe na resolução de problemas complexos;
tentar”. Eles talvez mencionem termos afins, como lean development, que foca na eliminação contínua
“sprints” e “time boxes”, e alegar que sua empresa es- de desperdícios; e kanban (quadro de avisos, em ja-
tá se tornando cada vez mais ágil. Mas, por não te- ponês), que se concentra na redução de prazos de
rem passado por treinamento, não entendem de fato entrega e na quantidade de trabalho no processo.
a abordagem. Por isso, continuam involuntariamen- Um de nós (Jeff Sutherland) ajudou a desenvolver
te gerindo de forma contrária aos princípios e práti- a metodologia scrum, inspirado parcialmente pelo
cas ágeis, o que prejudica a eficácia das equipes ágeis artigo “The new product development game” (HBR,
nas unidades que a eles se reportam. janeiro 1986), por Hirotaka Takeuchi (um de nós) e
Esses executivos promovem inúmeras iniciati- Ikujiro Nonaka. Usaremos aqui essa metodologia
vas com prazos urgentes em vez de atribuir priorida- e seus derivados para exemplificar práticas ágeis,
de elevada a duas ou três. Assim como seus melho- uma vez que ela é usada cinco vezes mais do que
res profissionais, circulam por projetos em demasia. quaisquer outras.

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Ideia em resumo
PROBLEMA CAUSA FUNDAMENTAL SOLUÇÃO Destrua as barreiras para
Métodos ágeis como “scrum”, Os líderes não entendem Aprenda os conceitos comportamentos ágeis.
“kanban” e “lean development” completamente os métodos básicos desses métodos.
estão se espalhando para ágeis. Como resultado, Compreenda as condições
outras funções além da TI. continuam, involuntariamente, em que funcionam e em que
Embora algumas empresas empregando práticas não funcionam. Comece
estejam conseguindo grandes convencionais de gestão que pequeno e deixe que se
aumentos de produtividade, prejudicam projetos ágeis. espalhem organicamente.
velocidade de chegada ao Permita que as equipes-
mercado e satisfação do mestre os personalizem.
funcionário e do cliente, outras Empregue a agilidade
enfrentam dificuldades. no topo da organização.

Os fundamentos da técnica scrum são relativa-


mente simples. Para atacar uma oportunidade, a
organização forma e capacita uma equipe pequena, alguns executivos
geralmente de três a nove pessoas, para atuar geral-
mente em tempo integral. A equipe é multifuncional
e inclui todas as habilidades necessárias para com-
parecem associar
pletar suas tarefas. Ela gere a si mesma e é estrita-
mente responsável por todos os aspectos do trabalho.
O “dono da iniciativa” da equipe (também co-
agilidade com
nhecido como “dono do produto”) é responsável,
em última instância, pela entrega de valor aos clien-
tes (incluindo os clientes internos e futuros usuários)
anarquia.
e ao negócio. A pessoa nesse papel geralmente vem
de uma função de negócios e divide seu tempo en-
tre trabalhar com a equipe e coordenar os principais
stakeholders: clientes, executivos seniores e gestores O processo é transparente para todos. Os mem-
de negócio. O dono da iniciativa pode usar técnicas bros da equipe fazem diariamente breves reuniões
como design thinking ou financiamento coletivo para em pé para analisar o progresso e identificar obstá-
construir um abrangente portfólio de backlog (reser- culos. Eles resolvem as divergências por meio de ex-
va) de oportunidades promissoras. Ele classifica essa perimentação e feedback, em vez de intermináveis
lista, contínua e implacavelmente, de acordo com as debates ou recurso à autoridade. Eles testam pe-
últimas estimativas de valor para os clientes internos quenos protótipos funcionais, da oferta inteira ou
ou externos e para a empresa. de parte dela, com alguns clientes, por curtos perí-
O dono da iniciativa não diz à equipe quem de- odos de tempo. Se os clientes se animarem, um pro-
ve fazer o que e em quanto tempo. Em vez disso, a tótipo pode ser liberado imediatamente, mesmo que
equipe cria um roadmap simples e planeja em deta- ele não seja do agrado de algum executivo sênior, ou
lhes apenas as atividades que não mudarão antes da mesmo que necessite de aperfeiçoamentos na opi-
execução. Seus membros dividem as tarefas no to- nião de outros. A equipe, então, faz um brainstorm
po da lista em pequenos módulos, decidem quanto sobre formas de melhorar os ciclos futuros e se pre-
trabalho a equipe assumirá e como vai realizá-lo; de- para para atacar a próxima prioridade.
senvolvem uma definição clara do que significa es- Comparada com as abordagens tradicionais de
tar “pronto” e, em seguida, começam a construir ver- gestão, a agilidade oferece uma série de benefícios
sões funcionais do produto em ciclos curtos (menos importantes, todos já estudados e documentados.
de um mês), conhecidos como sprints. Um facilita- Aumenta a produtividade da equipe e a satisfação
dor (frequentemente um mestre de scrum treinado) do empregado; minimiza o desperdício inerente às
orienta o processo. Essa pessoa protege a equipe de reuniões redundantes, ao planejamento repetitivo,
distrações e ajuda a colocar sua inteligência coletiva à documentação excessiva, aos defeitos de qualida-
para funcionar. de e às características de baixo valor do produto. Ao

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A GRANDE IDEIA INCORPORANDO A AGILIDADE

melhorar a visibilidade e se adaptar continuamente priorizar iniciativas estratégicas; simplificar e focar


às mudanças de prioridades dos clientes, promove o as tarefas; escolher as pessoas certas para cumpri-
envolvimento e a satisfação do cliente, leva os pro- las; aumentar a colaboração multifuncional; e remo-
dutos e recursos mais valiosos ao mercado mais ra- ver os empecilhos ao progresso.
pidamente e de forma mais previsível e reduz o risco.
Ao envolver os membros da equipe de várias disci- 2 Entenda quando a
plinas como parceiros de colaboração, amplia a ex- agilidade não funciona
periência organizacional e constrói confiança e res- Agilidade não é uma panaceia. É mais eficaz e mais
peito mútuos. Finalmente, ao reduzir drasticamente fácil de implementar em condições geralmente en-
o tempo desperdiçado em microgestão de projetos contradas em inovação de software: o problema a ser
funcionais, permite aos gestores seniores dedicar-se resolvido é complexo; soluções são inicialmente des-
mais plenamente ao trabalho de maior valor que só conhecidas e os requisitos do produto provavelmen-
eles podem fazer: criar e ajustar a visão corporativa; te serão alterados; o trabalho pode ser modulariza-
do; uma estreita colaboração com os usuários finais
(com feedback rápido da parte deles) é viável; e equi-
pes criativas normalmente superam grupos no estilo
comando e controle.
Em nossa experiência, essas condições existem
para muitas funções de desenvolvimento de produ-
to; projetos de marketing; atividades de planejamen-
to estratégico; desafios de cadeia de abastecimento;
e decisões de alocação de recursos. Elas são menos
comuns em operações de rotina, como manutenção
de fábrica, compras, chamadas de vendas e conta-
bilidade (ver quadro: “Condições adequadas para a
agilidade”). E como agilidade requer treinamento,
mudanças comportamentais e muitas vezes novas
tecnologias da informação, os executivos devem de-
cidir se as recompensas esperadas justificarão o es-
forço e as despesas da transição.
Inovação ágil depende muito da existência de um
núcleo de participantes entusiasmados. Um dos seus
princípios fundamentais é: “Crie projetos em torno
de indivíduos motivados, forneça ambiente e apoio
necessário e confie que farão um bom trabalho”.
Quando uma empresa, área ou equipe opta por ado-

a inovação ágil tar metodologias ágeis, pode ser que os líderes pre-
cisem pressionar os mais resistentes ou até mesmo

depende da substituí-los. Mas é melhor alistar voluntários apai-


xonados do que coagir resistentes.
A OpenView Venture Partners, empresa que já in-

existência de um vestiu em cerca de 30 empresas, tomou esse cami-


nho. Tendo aprendido sobre agilidade com alguns de
seus clientes, o fundador, Scott Maxwell, começou

grupo de pessoas a adotar essa metodologia na sua própria empresa.


Descobriu que ela era mais útil em algumas ativida-
des do que em outras. A agilidade funcionou bem pa-

motivadas. ra planejamento estratégico e marketing, por exem-


plo, onde problemas complexos muitas vezes podem
ser divididos em módulos e resolvidos por equipes

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Valores e princípios ágeis
Em 2001, 17 desenvolvedores rebeldes de software (incluindo Jeff
Sutherland) se reuniram em Snowbird, Utah, para compartilhar ideias
que melhorassem o desenvolvimento tradicional em “cascata” — em
multidisciplinares criativas. Esse não foi o caso de que os requisitos detalhados e planos de execução são criados
vendas: qualquer chamada de vendas pode mudar
primeiro e, em seguida, passados sequencialmente de função em
função. Essa abordagem funcionou bem em ambientes estáveis, mas
instantaneamente a lista de tarefas de um represen-
não quando os mercados de software começaram a mudar de forma
tante, e seria muito difícil e demorado reagrupar as
rápida e imprevisível. Nesse cenário, as especificações do produto
equipes de venda, mudar o portfólio de backlog e re- ficavam desatualizadas quando o software era entregue aos clientes,
distribuir contas de hora em hora. e os desenvolvedores se sentiam oprimidos pelos procedimentos
Maxwell ofereceu treinamento em princípios burocráticos.
e práticas ágeis para as empresas no portfólio da Os rebeldes propuseram quatro novos valores para o desenvolvimento
OpenView e deixou que decidissem se adotariam a de software, descreveram princípios para orientar a adesão a esses
abordagem. Algumas delas logo adoraram a ideia; valores e apelidaram seu chamado às armas de “manifesto ágill”.
outras tinham prioridades diferentes e decidiram Até hoje, estruturas de desenvolvimento que seguem esses valores e
adiar. A Intronis era uma das fãs. Sua unidade de princípios são conhecidas como técnicas ágeis.
mercado, na época, contava com um plano anu-
Segue uma versão adaptada do manifesto:
al que focava principalmente em feiras de negó-
cios. Seu departamento de vendas reclamou que
PESSOAS ACIMA DE PROTÓTIPOS FUNCIONAIS EM VEZ
o marketing era muito conservador e não entrega- PROCESSOS E FERRAMENTAS DE DOCUMENTAÇÃO EXCESSIVA
va resultados. Assim, a empresa contratou Richard Os projetos devem ser construídos Inovadores que podem ver seus
Delahaye, desenvolvedor de web que virou marque- em torno de indivíduos motivados, resultados em condições reais de
teiro, para implementar a agilidade. Sob sua orienta- que recebem o apoio e a confiança mercado aprendem mais rápido, são
necessários para realizar o trabalho. mais felizes, ficam por mais tempo e
ção, a equipe de marketing aprendeu, por exemplo,
As equipes devem abandonar a fazem um trabalho mais valioso. As
como produzir um webinar sobre um tema atual em mentalidade de linha de montagem equipes devem fazer experiências
poucos dias, em vez de várias semanas. Uma sessão em favor de um ambiente divertido em pequenas partes do produto,
sobre o malware (software invasivo) CryptoLocker e criativo para resolução de com poucos clientes, por períodos
preparada rapidamente atraiu 600 inscritos, o que problemas e manter um ritmo curtos, e se os clientes gostarem,
sustentável. Os funcionários devem mantê-las. Se os clientes não
permanece um recorde da empresa. Hoje, os mem-
conversar pessoalmente e sugerir gostarem, as equipes devem fazer
bros da equipe continuam criando calendários e or- formas de melhorar seu ambiente correções ou passar para a próxima
çamentos para a unidade de marketing digital, mas de trabalho. A administração deve tentativa. Os membros da equipe
bem menos detalhados e mais flexíveis para desen- remover os obstáculos em prol devem resolver discussões com
volvimentos fortuitos. Isso deixou a equipe de ven- de uma colaboração mais fácil e experiências, em vez de debates
proveitosa. intermináveis ou apelo à autoridade.
das bem mais feliz.

3 Comece pequeno e LIDAR COM A MUDANÇA MAIS COLABORAÇÃO DO CLIENTE


conte com o boca a boca DO QUE SEGUIR UM PLANO COM CONTRATOS RÍGIDOS
Grandes empresas geralmente lançam um programa A maioria das previsões detalhadas Velocidade de lançamento e
e planos de gerenciamento de custo são fundamentais, e as
de mudanças por meio de esforços maciços. Mas as
projetos convencionais são um especificações devem evoluir ao
apresentações iniciais mais bem-sucedidas da agi- desperdício de tempo e dinheiro. longo do projeto, porque os clientes
lidade geralmente são pequenas. Frequentemen- Embora as equipes devam criar raramente conseguem prever o que
te, elas começam na TI, onde os desenvolvedores uma visão e um plano, elas devem realmente querem. Prototipagem
de software estão mais familiarizados com os prin- planejar apenas as tarefas que rápida, testes de mercado
não mudarão até a hora de lidar frequentes e colaboração constante
cípios. Então, pode se espalhar para outra função,
com elas. E as pessoas devem ficar mantêm o foco naquilo que, em
com os praticantes originais atuando como coaches. felizes de saber coisas que mudam última instância, eles realmente
Cada sucesso parece criar evangelistas apaixonados sua direção, mesmo no fim do valorizam.
que mal podem esperar para contar aos colegas quão processo de desenvolvimento. Isso
bem a agilidade funciona. vai deixá-las mais perto do cliente e
fazer com que obtenham melhores
A adoção e expansão da agilidade na John Dee-
resultados.
re, empresa de equipamentos agrícolas, fornece
um exemplo disso. George Tome, engenheiro de
software que se tornou gerente de projetos dentro do
grupo de TI corporativa da Deere, começou a apli-
car os princípios ágeis em 2004 de forma discreta.

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A GRANDE IDEIA INCORPORANDO A AGILIDADE

Condições adequadas para a agilidade


CONDIÇÕES FAVORÁVEIS DESFAVORÁVEIS
Preferências e opções de solução As condições de mercado
AMBIENTE DE MERCADO
dos clientes mudam com frequência. são estáveis e previsíveis.
Estreita colaboração e feedback Requisitos são claros no início
ENVOLVIMENTO rápido são viáveis. Os clientes e permanecerão estáveis. Os
DO CLIENTE sabem melhor o que querem clientes não estão disponíveis
conforme o processo avança. para colaboração constante.
Problemas são complexos, as Um trabalho semelhante já foi
soluções são desconhecidas, e feito antes, e os inovadores
o escopo não está claramente acreditam que as soluções são
definido. As especificações do claras. Especificações detalhadas
TIPO DE
produto podem mudar. Avanços e planos de trabalho podem ser
INOVAÇÃO
criativos e tempo de lançamento previstos com confiança e devem
são importantes. A colaboração ser respeitados. Problemas podem
multifuncional é vital. ser resolvidos sequencialmente
em silos funcionais.

Desenvolvimentos pequenos têm


Os clientes não podem começar a
valor, e os clientes podem usá-
testar partes do produto até que
MODULARIDADE los. O trabalho pode ser dividido
tudo esteja completo. Alterações
DO TRABALHO em partes e conduzido em ciclos
tardias são caras ou impossíveis.
rápidos, repetitivos. Alterações
tardias são administráveis.

IMPACTO DE ERROS Eles proporcionam


Eles podem ser catastróficos.
PROVISÓRIOS aprendizagem valiosa.
FONTE BAIN & COMPANY

Gradualmente, ao longo de vários anos, as unidades formação na área, era incompreensível. Tome per-
de desenvolvimento de software em outras partes da cebeu que outros reagiriam da mesma forma, en-
Deere começaram a fazer o mesmo. Esse interesse tão localizou um coach ágil que sabia como orientar
crescente tornou mais fácil a introdução da metodo- sem se apoiar em software. Nos últimos anos, ele e o
logia nos setores de desenvolvimento de negócios e coach treinaram equipes em todos os cinco centros
marketing da empresa. do grupo de P & D. Tome passou a publicar e enviar
Em 2012, Tome era gestor na unidade de marke- por email a todos os interessados artigos semanais
ting avançado corporativo do grupo de P & D respon- de uma página sobre princípios e práticas ágeis, mais
sável por descobrir tecnologias que pudessem revo- tarde publicados no site da Deere na Yammer. Cente-
lucionar as ofertas da Deere. Jason Brantley, o diretor nas de funcionários da Deere entraram no grupo de
da unidade, estava preocupado porque as técnicas discussão. “Eu queria desenvolver uma base de co-
de gestão de projetos tradicionais estavam retardan- nhecimentos sobre agilidade específica para a Deere
do a inovação, e os dois decidiram ver se a agilidade que qualquer um da organização pudesse entender”,
poderia acelerar as coisas. Tome convidou dois ou- diz Tome. “Isso estabeleceria as bases para colocar a
tros gestores de unidades para aulas de treinamen- agilidade em qualquer parte da empresa.”
to ágil. Mas toda a terminologia e exemplos vieram Usando técnicas ágeis, o marketing avançado
de software, e para um dos gestores, que não tinha corporativo reduziu significativamente o tempo

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do ciclo de projetos de inovação — em alguns casos Muitas equipes ainda são adeptas dessa prática e
em mais de 75%. Um exemplo é o desenvolvimen- gostam de conversar com pessoas externas à equipe
to, em cerca de oito meses, de um protótipo funcio- para discutir o progresso. Mas outras estão optando
nal de uma nova “forma de máquina” que a Dee- por softwares e a tela do computador para minimi-
re ainda não divulgou. “Num processo tradicional, zar o tempo de entrada de dados e permitir que a in-
se tudo corresse perfeitamente demoraria um ano formação seja compartilhada simultaneamente em
e meio, na melhor das hipóteses, e poderia chegar vários locais.
a dois anos e meio ou três”, diz Brantley. A agilida- Um princípio fundamental orienta esse tipo de
de deu mais frutos: o comprometimento da equipe improvisação: a equipe que quer modificar deter-
e a felicidade na unidade dispararam na pontuação, minadas práticas deve fazer experiências e acompa-
do terço inferior para o terço superior da empresa. nhar os resultados. Assim, poderá se certificar de que
A qualidade melhorou. A velocidade (medida pela as mudanças estão aumentando, e não diminuindo,
quantidade de trabalho realizado em cada sprint) a satisfação do cliente, a velocidade do trabalho e o
aumentou, em média, mais de 200%; algumas equi- moral da equipe.
pes chegaram a mais de 400%, e uma equipe deu A Spotify, empresa de streaming de música, é
um salto de 800%. um exemplo de um adaptador experiente do mé-
Sucessos como esses chamam atenção. Hoje, se- todo. Fundada em 2006, a empresa foi ágil desde o
gundo Tome, em quase todas as áreas da John Deere nascimento, e todo seu modelo de negócio, do de-
alguém está começando a usar a agilidade ou pen- senvolvimento de produtos ao marketing e à admi-
sando em como fazê-lo. nistração geral, é voltado para oferecer uma melhor
experiência ao cliente através da inovação ágil. Mas
4 Permita que equipes-mestre os líderes seniores não ditam práticas específicas.
personalizem suas práticas Pelo contrário, eles incentivam a experimentação e
Estudantes japoneses de artes marciais, especial- a flexibilidade, desde que as mudanças sejam con-
mente os que praticam aikido, muitas vezes apren- sistentes com os princípios ágeis e melhorem com-
dem um processo chamado shuha-ri. Na fase shu, es- provadamente os resultados. Com efeito, as práticas
tudam técnicas já testadas. Dominam essas técnicas variam entre os 70 “esquadrões” da empresa (nome
e entram na fase ha, quando começam a modificar e das equipes de inovação ágil na Spotify) e seus “ca-
diversificar as formas tradicionais. Mais tarde, quan- pítulos” (as competências funcionais, tais como de-
do já absorveram as leis e princípios das fases iniciais, senvolvimento da interface do usuário e testes de
avançam para a fase ri, na qual têm liberdade para qualidade). Embora quase todos os esquadrões se-
improvisar. jam compostos de uma equipe multifuncional pe-
O domínio da inovação com agilidade se dá de quena e usem alguma forma de acompanhamento
forma semelhante. Antes de começar a modificar de progresso visual, prioridades em ranking, plane-
ou personalizar, uma pessoa ou equipe irá se benefi- jamento adaptável e sessões de brainstorm sobre co-
ciar praticando metodologias amplamente adotadas mo melhorar o processo de trabalho, muitas equi-
com sucesso em milhares de empresas. Por exemplo, pes omitem os gráficos de burndown (queima), que
é prudente, no início, evitar trabalho de meio perío- mostram o trabalho realizado e o trabalho restante
do ou rotativo de membros das equipes. Dados em- — uma característica comum das equipes ágeis. Da
píricos mostram que equipes estáveis são 60% mais mesma forma, eles nem sempre medem a velocida-
produtivas e 60% mais atenciosas às sugestões dos de, mantêm relatórios de progresso ou empregam as
clientes do que equipes com membros rotativos. mesmas técnicas para estimar o tempo necessário
Com o tempo, praticantes experientes devem ser para determinada tarefa. Esses esquadrões testaram
autorizados a personalizar práticas ágeis. Um dos as suas modificações e descobriram que elas melho-
princípios, por exemplo, é que as equipes mante- ram os resultados.
nham seus progressos e impedimentos sempre visí-
veis. Originalmente, a forma mais popular de fazer 5 Pratique a agilidade no topo
isso era avançar manualmente adesivos coloridos Algumas atividades de diretoria, como as tarefas pre-
da coluna “a fazer” para “fazendo” e depois para visíveis e de rotina, não são adequadas às metodo-
“feito”, em grandes quadros brancos (os kanbans). logias ágeis — incluindo avaliações de desempenho,

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A GRANDE IDEIA INCORPORANDO A AGILIDADE

dificultando o progresso. “Eu tinha a sensação de

scrum “retira o que eles relutavam, então eu dizia sigam em frente,


estou aqui dando cobertura”, disse ele. “As equipes

mistério sobre de desenvolvimento estavam usando scrum e faziam


as coisas de maneira diferente, enquanto a equipe de
gestão estava presa, fazendo as coisas da maneira an-

o que fazem os tiga” — caminhando muito lentamente e se apoian-


do em muitos relatórios escritos, que sempre pare-
ciam desatualizados. Então, em 2010, Holm decidiu

executivos no dia fazer de seu grupo executivo de nove membros uma


equipe ágil.
A equipe reorganizou as prioridades da gestão, eli-

a dia.” minando mais de metade dos relatórios recorrentes e


convertendo outros para sistemas em tempo real, fo-
cando em itens críticos de negócios, tais como propos-
tas de vendas e satisfação do cliente. O grupo começou
se reunindo toda segunda-feira por uma ou duas ho-
ras, mas achou o ritmo das tomadas de decisão mui-
entrevistas à imprensa e visitas às fábricas, aos clien- to lento. Por isso, começou a fazer reuniões diárias de
tes e fornecedores. Mas muitas são, inclusive as que 20 minutos, em pé, às 8h40 da manhã, para discutir o
são consideradas as mais importantes, como desen- que os membros tinham feito no dia anterior, o que fa-
volvimento de estratégia e alocação de recursos, in- riam naquele dia e em que precisavam de ajuda. Mais
centivo às inovações e melhora na colaboração or- recentemente, a equipe sênior começou a usar qua-
ganizacional. Altos executivos que formam uma dros físicos para acompanhar suas próprias ações e as
equipe ágil e aprendem a aplicar o método nessas melhorias provenientes das unidades de negócios. Ou-
atividades obtêm benefícios de longo alcance: sua tras funções, incluindo RH, jurídico, finanças e vendas,
própria produtividade e seu moral melhoram; con- agora operam de maneira bem parecida.
seguem falar a língua das equipes que estão capaci- 2. Acelerando a transição da empresa. Em
tando; passam por desafios comuns e aprendem a 2015, a General Electric se rebatizou como uma “em-
superá-los; identificam e impedem comportamen- presa industrial digital”, com foco em produtos inteli-
tos que atrapalham equipes ágeis; aprendem a sim- gentes. Parte da transformação envolveu a criação da
plificar e concentrar o trabalho; e os resultados são GE Digital, uma unidade organizacional que inclui to-
muito bons, o que aumenta a confiança e o compro- dos os 20 mil funcionários ou mais relacionados com
metimento de toda a organização. software da empresa. Brad Surak, que começou a car-
Diversas empresas têm realocado 25% ou mais reira como engenheiro de software e agora é COO da
do tempo de líderes selecionados em silos funcio- GE Digital, estava intimamente familiarizado com o
nais para equipes de liderança ágil. Essas equipes ágil. Ele fez o piloto do scrum com a equipe de lideran-
ranqueiam portfólios de backlog de toda a empresa, ça responsável pelo desenvolvimento de aplicações
estabelecem e coordenam equipes ágeis em outras industriais de internet e, mais recentemente, come-
partes da organização para lidar com as prioridades çou a aplicá-lo aos processos de gestão da nova unida-
mais altas e eliminam sistematicamente as barreiras de, como avaliações operacionais. Surak é o dono da
ao sucesso. Seguem abaixo três exemplos de direto- iniciativa, e um executivo de engenharia é o mestre de
rias que se tomaram ágeis: scrum. Juntos, eles têm priorizado itens do backlog pa-
1. Alcançando as tropas. Uma empresa de ra serem abordados pela equipe executiva, incluindo
software com 525 empregados começou a aplicar a simplificação do processo administrativo para que
metodologias ágeis em 2005 de forma sistemáti- as equipes possam adquirir hardware e resolver ques-
ca. À medida que eles espalhavam a agilidade para tões intrincadas de preços para produtos que exigem
todas as equipes de desenvolvimento de software, a participação de várias empresas da GE.
Michael Holm, CEO e cofundador da empresa, come- Os membros da equipe scrum realizam sprints de
çou a desconfiar que sua equipe de liderança estava duas semanas e conduzem reuniões em pé três vezes

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por semana. Eles traçam seu progresso num quadro, informado de que sua sugestão havia recebido uma
em uma sala de conferências aberta, que qualquer prioridade baixa, aceitou de bom grado a decisão.
funcionário pode ver. Surak diz: “Isso tira o misté- Trabalhar em equipes ágeis ajuda a preparar ges-
rio sobre o que os executivos fazem todos os dias. As tores — que raramente saem de seus silos funcionais
pessoas querem saber se estamos em sintonia com o nas organizações superespecializadas de hoje — para
que eles, como empregados, se preocupam”. A equi- funções gerais de gestão. Coloca-os em contato com
pe faz pesquisas com os empregados para aferir seu pessoas de outras disciplinas, ensina práticas cola-
grau de felicidade, analisa as causas fundamentais borativas e destaca a importância de trabalhar em es-
que impedem o trabalho mais eficaz e dá um retor- treita colaboração com os clientes — experiências es-
no para todas as pessoas da organização. O que é di- senciais para futuros líderes.
to em suma é: “Nós ouvimos você. Eis como vamos
melhorar as coisas”. Surak acredita que isso mostra 6 Destrua as barreiras para
para a empresa que “executivos trabalham da mes- comportamentos ágeis
ma forma que engenheiros”, aumentando a motiva- Uma pesquisa feita pela Scrum Alliance, organização
ção dos funcionários e se comprometendo com prá- sem fins lucrativos independente com mais de 400
ticas ágeis. mil membros, descobriu que mais de 70% dos pro-
3. Alinhando departamentos e funções nu- fissionais ágeis relatam tensões entre suas equipes e
ma visão comum. Erik Martella, o vice-presidente o resto da empresa. Isso não surpreende, pois eles es-
e gerente geral da Mission Bell Winery, uma unidade tão seguindo roadmaps diferentes e movendo-se em
de produção da Constellation Brands, introduziu a velocidades diferentes.
agilidade e ajudou a espalhá-la por toda a organiza- Um exemplo revelador é o de uma grande em-
ção. Os líderes de cada departamento serviram como presa de serviços financeiros por nós examinada
donos de iniciativa nas várias equipes ágeis dentro que lançou um piloto para construir seu próximo
de cada departamento. Essas equipes individuais al- aplicativo móvel usando metodologias ágeis. Natu-
cançaram resultados impressionantes, mas Martella ralmente, o primeiro passo era montar uma equi-
estava preocupado, pois achava que elas estavam pe, o que exigia um pedido de orçamento para au-
tentando abraçar o mundo e que as prioridades do torizar e financiar o projeto. O pedido foi para a pilha
departamento e da empresa nem sempre estavam de pedidos que vão disputar a aprovação no próxi-
alinhadas. Ele decidiu montar uma equipe ágil com mo processo de planejamento anual. Após meses de
os líderes de departamento focada nas iniciativas avaliações, a empresa finalmente aprovou o finan-
que detinham o maior valor e a maior oportunidade ciamento. O piloto produziu um aplicativo eficaz
para colaboração multifuncional, tais como os cres- que os clientes elogiaram, e a equipe ficou orgulho-
centes fluxos de processo através do estoque. sa do seu trabalho. Mas antes que o aplicativo fosse
A equipe é responsável pela construção e pelo lançado, ele passou por testes de vulnerabilidade em
contínuo aprimoramento do backlog de prioridades um processo tradicional em “cascata” (uma longa se-
da empresa, garantindo que equipes ágeis estejam quência na qual o código do programa é testado para
trabalhando nos problemas certos e tenham recur- documentação, funcionalidade, eficiência e padro-
sos suficientes. Os membros da equipe também pro- nização), e a fila para o processo era longa. Em segui-
tegem a organização de favoritismo a projetos que da, o aplicativo precisou ser integrado ao núcleo de
não merecem alta prioridade. Por exemplo, logo sistemas de TI — o que envolveu outro processo em
depois que Martella começou a implementar o ágil, “cascata”, com um congestionamento de seis a nove
ele recebeu um email de um superior no escritório meses. No fim, o tempo total de lançamento dimi-
corporativo da Constellation sugerindo que a viní- nuiu muito pouco.
cola explorasse uma paixão pessoal sua. Antes, tal- Em seguida, descrevemos algumas técnicas para
vez Martella tivesse respondido: “O.k., vamos fazer eliminar essas barreiras ao ágil:
isso imediatamente”. Em vez disso, respondeu que Verifique se todos estão falando a mesma
a vinícola estava seguindo os princípios ágeis, por língua. Equipes individuais, com foco em peque-
isso a ideia seria adicionada à lista de oportunida- nas partes de grandes e complexos problemas, pre-
des potenciais e classificada por prioridade. O exe- cisam visualizar e trabalhar com a mesma lista de
cutivo acabou gostando da abordagem, e quando foi prioridades empresariais — mesmo que nem todas

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A GRANDE IDEIA INCORPORANDO A AGILIDADE

dono para cada iniciativa de inovação. Outros líderes

em vez de dar seniores devem evitar questionar as decisões do do-


no. Tudo bem se quiser dar orientação e assistência,

ordens, os líderes mas se você não gosta dos resultados, mude o dono
da iniciativa — não desqualifique a pessoa.
Concentre-se em equipes, não em indiví-

em organizações duos. Estudos do Centro de Inteligência Coletiva do


MIT mostram que, embora a inteligência dos indiví-
duos afete o desempenho da equipe, a inteligência

ágeis aprendem coletiva é ainda mais importante. É também muito


mais fácil de mudar. Equipes ágeis usam facilitado-
res de processo para melhorar continuamente sua

a guiar com inteligência coletiva — por exemplo, esclarecendo


funções, ensinando técnicas de resolução de confli-

perguntas. tos e garantindo que os membros da equipe contri-


buam igualmente. Também é indicado mudar o foco
da avaliação de taxas de produção e utilização (quão
ocupadas as pessoas estão), para resultados de ne-
gócio e felicidade da equipe (quão valiosas e enga-
jadas as pessoas são), assim como usar sistemas de
reconhecimento e recompensa que coloquem mais
peso nos resultados da equipe do que nos esforços
equipes responsáveis por essas prioridades estejam individuais.
usando processos ágeis. Se um novo aplicativo mó- Lidere com perguntas, não com ordens. O
vel é a prioridade máxima para o desenvolvimento general George S. Patton Jr. deu o célebre conselho
de software, ele também deve ser a prioridade má- aos líderes de nunca dizer às pessoas como fazer as
xima para o orçamento, testes de vulnerabilidade e coisas: “Diga-lhes o que fazer, e elas vão surpreendê-
integração de software. Caso contrário, será difícil lo com sua engenhosidade”. Em vez de dar ordens,
implementar inovações ágeis. Essa é uma responsa- os líderes em organizações ágeis aprendem a guiar
bilidade fundamental de uma equipe executiva que com perguntas: “O que você recomenda?”; “Como
pratica o ágil. poderíamos testar isso?”. Esse estilo de gestão ajuda
Não mude as estruturas de imediato, mude não só especialistas funcionais a se tornar gerentes
as funções. Muitos executivos assumem que criar gerais como estrategistas empresariais e organiza-
mais equipes multifuncionais exigirá grandes mu- ções a evoluir de silos que lutam por poder e recur-
danças na estrutura organizacional. Isso raramente sos para equipes de colaboração multifuncional.
é verdade. Equipes multifuncionais altamente ca-
pacitadas, por definição, precisam de alguma forma A INOVAÇÃO ÁGIL revolucionou a indústria de
de gestão matricial, mas isso exige principalmen- software, que, provavelmente, passou por mudanças
te que diferentes disciplinas aprendam a trabalhar mais rápidas e profundas do que qualquer outra área
em conjunto simultaneamente, em vez de isolada e de negócios ao longo dos últimos 30 anos. Agora ela
sequencialmente. está prestes a transformar quase todas as outras fun-
Nomeie apenas um chefe para cada deci- ções em todos os setores. Neste ponto, o maior impe-
são. As pessoas podem ter vários chefes, mas as de- dimento não é a necessidade de melhores metodolo-
cisões não. Em um modelo operacional ágil deve fi- gias, evidência empírica de benefícios significativos
car bem claro quem é responsável por formar uma ou prova de que a agilidade pode trabalhar fora da
equipe multifuncional, selecionar e substituir mem- TI. É o comportamento dos executivos. Aqueles que
bros, nomear o líder e aprovar decisões. Uma equi- aprenderem a liderar o avanço da agilidade por uma
pe de liderança ágil muitas vezes autoriza um exe- gama mais ampla de atividades de negócios irão ace-
cutivo sênior a identificar questões críticas, projetar lerar o crescimento lucrativo.
processos que serão abordados e nomear um único HBR Reprint R1605B–P Para pedidos, página 12

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