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O DESEJO PROIBIDO

Mateus 5:27-28 Este é o segundo exemplo que Jesus dá da nova pauta moral. A Lei estabelecia: "Não
adulterarás" (Êxodo 20:14). Os judeus acreditavam que o adultério era uma falta tão grave que as partes
culpados podiam ser castigadas com a morte (Levítico 20:10); mas uma vez mais Jesus estabelece aqui
que aos olhos de Deus não somente é culpado o que comete o ato proibido, mas também o que
experimenta o desejo de cometê-lo. É muito importante que compreendamos o significado das palavras
de Jesus nesta sentença. Não se refere ao desejo natural, que forma parte do instinto e da natureza
humanos. Segundo o significado literal da expressão no idioma grego, merece ser condenado o homem
que olhe para uma mulher com intenção deliberadamente luxuriosa. Condena-se ao homem que se vale
de seus olhos deliberadamente para despertar a paixão adúltera e estimular o desejo. Os rabinos judeus
sabiam perfeitamente como se podia fazer uso do olhar para despertar a paixão e estimular o desejo
pecaminoso. Eles tinham seus ditos: "Os olhos e as mãos são os provocadores do pecado", "Os olhos e o
coração são as duas donzelas do desejo pecaminoso", "As paixões se alojam só naquele que vê", "Ai
daquele que se deixa levar por seus olhos, porque estes são adúlteros!". Como disse alguém: "Há um
desejo interior da alma e o adultério é meramente seu fruto." Em um mundo de tentações, há muitas
coisas cujo propósito deliberado é excitar e estimular o desejo. Há livros, desenhos e fotografias, filmes
cinematográficos ou peças teatrais, anúncios publicitários que estão deliberadamente ideados para
despertar e estimular nossos desejos sexuais. O homem que Jesus está condenando aqui é aquele que
usa seus olhos como meio para a excitação de seus desejos; aquele que encontra um prazer estranho em
tudo o que suscita seu desejo pelo proibido. Para quem é puro todas as coisas são puras. Mas aquele cujo
coração é impuro pode ver até a cena mais inocente e encontrar nela algo que sirva para excitá-lo,
despertando nele os desejos pecaminosos.

A INTERVENÇÃO CIRÚRGICA

Mateus 5:29-30 Aqui Jesus expõe a necessidade de, se for o caso, uma intervenção drástica de caráter
similar ao de uma operação cirúrgica. Insiste em afirmar que tudo o que seja causa de pecado, ou age
para seduzir ao pecado, deve ser eliminado completamente da vida. A palavra que no original grego
representa nossa expressão em português "te escandalizar" é extremamente interessante. Trata-se de
skándalon, que também pode traduzir-se por "escândalo". Literalmente, em sua origem mais remota,
"escândalo" era a parte de uma armadilha para caçar pássaros onde se coloca a isca de peixe, e que ao
ser tocada pelo animal guloso desencadeia o mecanismo que fecha a jaula e o apanha. Posteriormente a
palavra chegou a significar algo que possa nos arrastar à destruição. Isto sugere duas imagens. Primeiro, a
de uma pedra oculta em um atalho contra a qual alguém pode tropeçar, ou uma corda estendida através
do caminho por onde devemos passar, deliberadamente posto ali para que alguém caia. Em segundo
lugar, a imagem de um poço cavado no chão e disfarçado sob uma fina capa de ramos e arrumado de tal
maneira que quando o despreparado viajante pisa em cima imediatamente cai dentro. O skándalon, a
pedra de tropeço, é aquilo que nos "dá a rasteira", que nos faz cair, que nos arrasta à ruína. É evidente
que as palavras de Jesus não devem interpretar-se de modo cruamente literal. O que quer dizer é que
devemos eliminar drasticamente de nossa vida algo que nos induza a pecar. Se houver em nossa vida um
hábito que nos pode ser ocasião de cair em pecado, uma relação que pode converter-se em causa de
pecado, ou um prazer que pode transformar-se em nossa ruína, isso deve ser extirpado cirurgicamente de
nossa vida. Situado onde está, imediatamente depois da passagem que fala dos pensamentos proibidos,
esta afirmação de Jesus nos obriga a nos perguntar: Como faremos para nos liberar desses desejos
impuros e pensamentos sujos? Um dos fatos da experiência é que pensamentos e imagens entram em
nossa mente sem que possamos impedir e que o mais difícil do mundo é fechar a porta para eles. Há uma
forma que não serve como meio efetivo de controle de tais pensamentos e desejos impuros, e é nos
sentar, nos concentrar em nós mesmos, e dizer: "Não pensarei mais em tais coisas!" Quando dissermos
"não pensarei em tal ou qual coisa", mais se concentrará nossa mente nela. Um dos exemplos mais
destacados na história deste modo equivocado de enfrentar as tentações foram os ermitões e ascetas
que abundaram na Igreja antiga. Eram homens que desejavam liberar-se de tudo o que fosse terreno, e
especialmente dos desejos do corpo. Para isso se separavam de seus semelhantes e iam viver no deserto
egípcio, para dedicar-se exclusivamente a pensar em Deus. Um dos mais famosos foi Santo Antônio.
Viveu uma vida de ermitão, jejuando, não dormindo, torturando seu corpo. Durante trinta e cinco anos
viveu no deserto, e esses trinta e cinco anos foram uma batalha sem trégua contra as tentações. Sua
biografia conta a vida que levou: "Primeiro o diabo procurou apartá-lo da disciplina, sussurrando a
lembrança das riquezas que tinha abandonado, fazendo-o preocupar-se com sua irmã, inflamando seu
amor por seus parentes, tentando-o com o amor ao dinheiro, a glória, os distintos prazeres da mesa, as
distintas formas de gratificar o corpo. Por fim, apresentou-lhe as dificuldades da virtude e o esforço que
exigia de quem desejasse chegar a obtê-la... Uma parte de si sugeria pensamentos desonestos, e a outra
os combatia com orações; uma o inflamava de luxúria, a outra, como quem parecia ruborizar-se,
fortificava seu corpo com orações, fé e jejum. Uma noite o demônio chegou a tomar a forma de mulher, e
imitou sua maneira de mover-se e agir, somente para enganar Santo Antônio." Deste modo viveu o santo
durante trinta e cinco anos. A realidade é que se alguém alguma vez buscou os problemas que o
acossaram, foram Santo Antônio e seus seguidores. É uma lei inevitável da natureza humana que quanto
mais decidimos não pensar em algo, mais esse algo se fará presente em nossa mente. Há somente dois
modos de derrotar os pensamentos proibidos. O primeiro é a ação cristã. A melhor maneira de vencer as
tentações é fazer algo, encher a vida a tal ponto de obras e serviço cristãos que nenhum pensamento
impuro tenha tempo de penetrar em nossa mente; pensar tanto nos outros que cheguemos a nos
esquecer de nós mesmos, a nos desfazer de uma introspecção mórbida e doentia, nos concentrando em
outros e não em nós mesmos. A verdadeira cura para os maus pensamentos é a boa ação. A segunda
maneira é encher nossa mente com bons pensamentos. Há uma cena famosa na história do Peter Pan, de
Barrie. Peter está no lar dos meninos; eles o viram voar e também querem fazê-lo. Procuraram sair
voando do chão, e saltando das camas, mas seu fracasso foi total. "Como o faz?", disse John. E Peter
respondeu: "Só é questão de ter bons pensamentos, maravilhosos e eles o levantam do chão e você já
está voando." A única maneira de derrotar os maus pensamentos é pensar coisas boas. Se alguém se
sente acossado por pensamentos impuros, certamente não poderá derrotar jamais o mal pelo ato de
retirar-se do mundo e dizer: "Não pensarei em tais coisas!" Só poderá obtê-lo lançando-se à ação cristã e
tendo pensamentos cristãos. Nunca o conseguirá se procura salvar sua própria vida; a vitória será sua
somente se entregar sua vida por outros.

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